A2 - Processo Civil e Empresarial - Julia Caravalho e Maria Fernanda Morais

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

ATIVIDADES AVALIATIVAS A2

NOTA:

Disciplina(s): Direito Processual Civil: Execuções e Tutela Provisória e Direito


Empresarial: Falência e Recuperação de Empresas

Professor: Renato Montans de Sá e Simone de Oliveira Lara Marcondes


Pereira

Turma: DIR4BNMCC – 8º Semestre

ATIVIDADE
CORRESPONDENTE

A2

COMPONENTES DO GRUPO:

Julia Carvalho de Araujo / RA 81724875


Maria Fernanda Morais de Melo _ / RA 81724905
MM. JUÍZO DA ___ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO
PAULO/SP.

CARLOS, pessoa física, solteiro, empresário, devidamente


inscrito no CPF/MF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx e RG n° xx.xxx.xxx-x, residente a Av
............., por seus procuradores devidamente constituídos, conforme instrumento de
mandato anexo, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência com nos
art. 784, inciso II e III e 824 e ss do Código de Processo Civil, ajuizar a presente,

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA

em face de XZW DO BRASIL LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ/MF sob nº ° xx.xxx.xxx/xxxx-xx, com sede à Av............... com endereço
eletrônico desconhecido, JOÃO na qualidade de fiador, pessoa física, casado,
empresário, devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx e RG n°
xx.xxx.xxx-x, residente a Rua .......... e MARCELO na qualidade de fiador, pessoa
física, casado, devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx e RG n°
xx.xxx.xxx-x, Residente a Rua.........., pelos motivos de fato e de direito que passa a
aduzir.
I. DOS FATOS

1. O Exequente é credor dos devedores, ora Executados, em decorrência de um


contrato de mútuo firmado entre ambas, no valor de no valor de R$ 5.000.000,00
(cinco milhões de reais).

2. Tal valor seria direcionado para implementar o fluxo de caixa e, assim,


garantir o cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias.

3. Em contraprestação, referido valor investido com caráter de fomento, seria


devolvido em (dez) parcelas de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), com
vencimentos a partir de outubro de 2019.

4. Importante citar que, figuraram como fiadores da empresa ora Executada os


seus sócios, José Antônio e Marcelo, ora também Executados.

5. O Exequente aguardou até janeiro de 2020, com a esperança de que lhe


fosse pago o devido. Mas, como já vencidas as parcelas de outubro, novembro e
dezembro, não viu solução a não ser a de propor a competente medida judicial.

6. Importante citar que, em novembro de 2019, a Empresa ora Executada


propôs pedido de Recuperação Judicial, porém o Exequente não esteve ciente.

7. O Exequente por sua vez, ultimou várias vezes as tentativas extrajudiciais e


amigáveis para ver o referido crédito satisfeito.

8. Porém, sem lograr êxito, não lhe restou alternativa a não ser a propositura da
presente ação, a fim de satisfação do crédito, o qual, devidamente atualizado,
resulta no importe de R$....

II. DO DIREITO

DA EXECUÇÃO DO CONTRATO DE MÚTUO

9. Por força do disposto no artigo 789 do Código de Processo Civil vigente, o


devedor responderá com seus bens presentes e futuros para fins de cumprimento
das obrigações por ele assumidas.

10. De fato, como preleciona Araken de Assis, o “princípio da responsabilidade


patrimonial sublinha a sujeição dos bens do devedor à execução, para se obter uma
soma de dinheiro suficiente ao adimplemento da obrigação assumida”(in Manual do
Processo de Execução, RT, 5ª edição, 1998, pág. 312).

11. Neste sentido, ao analisarmos a “ratio legis” do (CPC, art. 824), vemos que “a
execução por quantia certa se realiza pela expropriação de bens do executado,
ressalvadas as execuções especiais”.
12. E mais, o art. 778, Código de Processo Civil vigente, dispõe que “Podem
promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.”

13. E o art. 783 do Código de Processo Civil vigente trata dos requisitos para a
satisfação do crédito mediante o processo executório, e assim temos: “A execução
para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e
exigível.”

14. Desta feita, se o Exequente detém crédito expresso em título executivo


extrajudicial, como no caso em tela, a lei lhe confere a prerrogativa de executar o
patrimônio do devedor, se este, espontaneamente, não cumprir a obrigação na
forma e no momento avençado, o dever de prestar aquilo ao qual se comprometeu.

15. Visto isso, em atenção ao art. 783 do CPC, a presente ação está fundada em
título de obrigação certa, líquida e exigível, pois, nos termos do art. 784, II e III, do
CPC, referido contrato de mútuo assinado pelo devedor e por duas testemunhas.
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;


III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas)
testemunhas;

16. Vejamos então, jurisprudência abaixo:

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL - EXCEÇÃO DE PRÉ-


EXECUTIVIDADE - REJEIÇÃO - Contrato de abertura de crédito fixo -
Financiamento em prestações mensais fixas, que não se confunde com
crédito concedido em conta-corrente/cheque especial - Demanda fundada
em título líquido, certo e exigível, originado de contrato de mútuo, com
valor, prazo e condições de pagamento previamente definidos, assinado
pelos devedores e duas testemunhas - Documento hábil para lastrear
execução de título extrajudicial, vez que preenchidos os requisitos do
artigo 585, II, CPC/1973 (art. 784, III, CPC/2015)-(...)

(TJ-SP - AI: 22437273520168260000 SP 2243727-35.2016.8.26.0000,


Relator: Sérgio Shimura, Data de Julgamento: 19/05/2017, 23ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 19/05/2017)

17. Ao que se refere a recuperação judicial, resta claro que é plenamente


possível o ajuizamento frente aos fiadores, senão vejamos a Súmula n° 581 do STJ,
que dispõe: “A recuperação judicial do devedor principal não impede o
prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores
solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória.”

18. Visto isso, observa-se que referido assunto em relação a suspensão possui
suas particularidades, pois, há muito que se levar em consideração o que diz o plano
de recuperação judicial em um processo de recuperação e falência.

19. Desta feita, importante analisar o que os julgados preveem, para um melhor
abordagem quanto a esta questão da suspensão, sendo assim, vejamos:
AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DECRETAÇÃO DA
FALÊNCIA DA EMPRESA DEVEDORA. SUSPENSÃO DO FEITO NA
ORIGEM. PEDIDO DE PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO EM
RELAÇÃO AOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS. POSSIBILIDADE. A
RECUPERAÇÃO JUDICIAL DO DEVEDOR PRINCIPAL NÃO IMPEDE O
PROSSEGUIMENTO DAS EXECUÇÕES NEM INDUZ SUSPENSÃO OU
EXTINÇÃO DE AÇÕES AJUIZADAS CONTRA TERCEIROS DEVEDORES
SOLIDÁRIOS OU COOBRIGADOS EM GERAL. APLICAÇÃO DA
SÚMULA Nº 581 DO STJ. DADO PROVIMENTO AO RECURSO.
UNÂNIME.
(Agravo de Instrumento Nº 70073861965, Décima Quinta Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Otávio Augusto de Freitas
Barcellos, Julgado em 01/11/2017)

20. Sendo assim, conclui estarem preenchidos todos os requisitos necessários


para o Exequente promover a execução do título supramencionado, de acordo com
o art. 798 e 799 do CPC. Bem como, conforme tabela abaixo, o valor atualizado é
no importe de:

VALOR DEVIDO R$ 5.000.000,00


ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA R$
CUSTAS R$....
HONORÁRIOS 10%
VALOR TOTAL: R$...

III. DOS PEDIDOS

21. Em face do exposto, e esgotados todos os meios de solução amigável e com


amparo nos dispositivos legais antes invocados, postula a exequente, digne-se
Vossa Excelência:

a) Determinar a citação via oficial de justiça dos executados,


via carta com AR, com a determinação de pagamento no
importe de R$ 5.000.000,00 (Cinco Milhões de Reais), no
prazo de 03 (três) dias a contar da citação (NCPC, art. 829), a
ser acrescido de verbas sucumbenciais, e no caso do
pagamento integral do valor, no prazo dos 3 (três) dias, a
redução dos honorários advocatícios pela metade, os quais
deverão ser fixados de plano no despacho inicial.

b) Caso queira, ofereça embargos no prazo de 15 (quinze)


dias, conforme art. 914, com a advertência da ausência do
efeito suspensivo do art. 919 e a prerrogativa de parcelamento
do art. 916 todos do CPC.

c) Transcorrido o prazo para pagamento e considerando a


prioridade de penhora estabelecida no art. 835 do CPC, requer
a Vossa Excelência que, de início, defira a penhora via sistema
BACENJUD possibilitando a penhora de dinheiro em depósito
ou em aplicação financeira, sem dar ciência prévia do ato ao
executado, determinando às instituições financeiras, que torne
indisponíveis ativos financeiros existentes em nome da
executada, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na
execução (CPC, art. 854).

IV. DAS INTIMAÇÕES

22. Insta requerer que todas as intimações sejam realizadas em nome das
advogadas JULIA CARVALHO DE ARAUJO OAB/SP N° XXX.XXX E MARIA
FERNANDA MORAIS DE MELO OAB/SP N° XXX.XXX, sob pena de nulidade, na
forma do parágrafo 2º, do artigo 272 do Código de Processo Civil.

V. DO VALOR DA CAUSA

23. Atribui-se a causa o valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) para


os devidos fins de direito.

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo, 26 de outubro de 2020.

JULIA CARVALHO DE ARAUJO


OAB/SP N° XXX.XXX

MARIA FERNANDA MORAIS DE MELO


OAB/SP N° XXX.XXX

Você também pode gostar