RICCI M. Manual para Gestão de Resíduos Orgânicos Nas Escolas
RICCI M. Manual para Gestão de Resíduos Orgânicos Nas Escolas
RICCI M. Manual para Gestão de Resíduos Orgânicos Nas Escolas
RESÍDUOS ORGÂNICOS
NAS ESCOLAS
1
2
Agradecimentos
Este Manual se torna realidade graças à Climate and Clean Air Coalition e sua Municipal Solid
Waste Initiative (CCAC MSWI), que acreditou na proposta e forneceu os recursos financei-
ros que permitiram transformar a ideia em um plano de trabalho, cujo objetivo é tornar a
reciclagem de resíduos orgânicos uma realidade nas escolas de São Paulo e, possivelmente,
do mundo.
Um “muito obrigado” especial à Diretoria Regional do Butantã (DRE Butantã), que acreditou
no projeto desde o começo e liderou o contato com a maioria das escolas que participaram
das atividades: EMEI Profª Clycie Mendes Carneiro; EMEF Profª Maria Antonieta D'alkimin
Basto; EMEF Brasil Japão; EMEF Vila Munck; EMEF Tarsila do Amaral; EMEF Profº Olavo Pez-
zotti; EMEI Prof. Camillo Ashcár; EMEI Desembargador Dalmo do Valle Nogueira; EMEI An-
tonio Bento; EMEF Dep. Cesar Arruda Castanho; EMEI Anísio Teixeira; EMEI Emir Macedo
Nogueira; EMEF Firmino Tibúrcio da Costa; EMEF Joel Fernandes de Souza; EMEF Coronel
Romão Gomes; EMEF Profº Antonio Duarte de Almeida; EMEF Vinicius de Moraes; EMEI
Dona Leopoldina.
Por fim, mas não por último, gratidão à Morada da Floresta pela administração da plataforma
online de interação Escolas Mais Orgânicas, parte do projeto de Assessoria do CCAC à
cidade de São Paulo, sob implementação da ISWA. Os dados e informações coletados junto
às escolas participantes da plataforma online foram importantes para as estimativas e cálculos
demonstrados ao longo deste Manual.
3
PerfIl Técnico
Autor: Marco Ricci – Jürgensen ([email protected])
Marco possui 20 anos de experiência em planejamento da gestão de resíduos
sólidos urbanos, projeção e aprimoramento de sistemas de coleta e trans-
porte, avaliação de centrais de compostagem, planejamento de iniciativas de
comunicação e participação, bem como na presidência de grupos de trabalho
e projetos em diferentes idiomas e multidisciplinares.
É presidente do Grupo de Trabalho em Tratamento Biológico de Resíduos e
membro do Comitê Técnico e Científico da ISWA (International Solid Waste
Association), atuando também como consultor internacional e especialista sê-
nior da Associação Italiana para Compostagem e Biogas (CIC).
Coordenação e consultoria local: Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE
Colaboradoras:
Gabriela G.P. Otero – Coordenadora Técnica, ABRELPE ([email protected])
Fernanda Romero - Estagiária, ABRELPE
Jiao Tang – Chefe de Cooperação Técnica, ISWA ([email protected])
O presente Manual faz referência a diversas fontes na literatura sobre compostagem doméstica,
cabendo dar destaque a três documentos de especial valor: Alla Scoperta del Compostaggio
Domestico, Scuola Agraria del Parco di Monza, 1998; The Composting troubleshooter, Jane
Gilbert, 2015; Manual de Compostagem Doméstica com minhocas, Morada de Floresta,
2016.
4
SUMÁRIO
1 • PREFÁCIO • 7
5
6.2 • MONTANDO UMA “SALA DE AULA VERDE”• 30
7 • TROCA DE EXPERIÊNCIAS • 39
8 • FERRAMENTAS • 45
9 • CONCLUSÕES • 50
TABELA DE FERRAMENTAS
FERRAMENTA 1
EQUIPAMENTOS PARA A SEGREGAÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE RESÍDUOS
ORGÂNICOS NA ESCOLA • 22
FERRAMENTA 2
EQUIPAMENTOS BÁSICOS NECESSÁRIOS PARA MANUSEAR A COMPOSTAGEM
NA ESCOLA • 30
FERRAMENTA 3
DIFERENTES FORMAS DE COMPOSTEIRA AERÓBIA PARA ESCOLAS • 33
FERRAMENTA 4
DIFERENTES FORMAS DE VERMICOMPOSTEIRAS PARA ESCOLAS • 36
FERRAMENTA 5
COMO REALIZAR O TESTE DE TEMPERATURA • 45
FERRAMENTA 6
COMO REALIZAR UM TESTE DE UMIDADE • 46
FERRAMENTA 7
COMO REALIZAR O LEVANTAMENTO DA COMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS• 47
FERRAMENTA 8
OS MATERIAIS SE DEGRADAM EM QUANTO TEMPO? • 49
6
1 Prefácio
Este Manual foi desenvolvido no âmbito da segunda fase do Projeto de Asses-
soria ao município de São Paulo, com fundos da Climate and Clean Air Coa-
lition em sua Iniciativa para os Resíduos Sólidos Municipais (em inglês, CCAC
MSWI) e implementação liderada pela International Solid Waste Association
(ISWA) em cooperação com seu membro nacional, a Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE).
A primeira fase foi dedicada ao diagnóstico da situação de São Paulo na gestão
de seus resíduos sólidos e resultou em um Plano de Ações com o objeti-
vo de mitigar suas emissões de gases poluentes de vida curta (SLCPs), que
contribuem com as mudanças climáticas. Seu conteúdo foi desenvolvido em
alinhamento aos compromissos assumidos no Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos de São Paulo, o PGIRS. Já a segunda fase concentrou esfor-
ços em oferecer assistência técnica e estratégica para a efetivação do Plano de
Ações, além de capacitação nas áreas de comunicação e operacionalização de
plantas de tratamento de resíduos orgânicos.
A presente publicação é resultado da Atividade nº 2.2, de “desenvolvimento
de um manual de gestão de resíduos sólidos para escolas, com foco na fração
orgânica”, cujos objetivos são:
√√ Ressaltar a importância do papel que as escolas desempenham tanto como
agentes educadores que sensibilizam as futuras gerações em temas funda-
mentais para a sociedade, como unidades geradoras de resíduos sólidos
– e demonstrar o potencial que possuem na redução do desperdício e
das emissões de gases de efeito estufa por meio de ações de separação,
reutilização e reciclagem dos resíduos orgânicos;
√√ Empoderar diretores e professores com conhecimentos técnicos sobre
tratamento da fração orgânica dos resíduos sólidos: características, diferen-
tes técnicas, seus desafios e benefícios;
√√ Apresentar algumas escolas paulistanas que foram bem sucedidas na gestão
e tratamento da fração orgânica de seus resíduos sólidos;
√√ Estimular escolas que ainda não iniciaram ações dessa natureza;
√√ Divulgar, por meio do Manual, a educação em gestão de resíduos sólidos
nas escolas paulistanas e também ao redor do mundo.
7
O Manual tem como alvo os professores que desejam introduzir o tema
da reciclagem de resíduos orgânicos através de ações de compostagem nas
escolas; mas, também visa produzir impactos positivos na correta separação
dos resíduos recicláveis secos, como papel/papelão, plásticos, metais, etc.
Sua intenção é oferecer uma visão geral das oportunidades e possibilidades
de se aliar o ensino à prática da compostagem, orientar como fazer a sepa-
ração dos resíduos orgânicos e realizar o processo de compostagem com o
envolvimento de estudantes na faixa dos 3 aos 14 anos de idade.
Os nove capítulos do Manual trazem texto, ilustrações e fotos sobre o trata-
mento da fração orgânica das escolas; casos de escolas paulistanas são apre-
sentados no capítulo 7.2, e uma “caixa de ferramentas” com técnicas e pro-
cedimentos para professores pode ser encontrada no capítulo 8.
8
2 A educação sobre gestão de
resíduos sólidos nas escolas
A natureza atua como uma economia circular com “desperdício zero”: a
matéria orgânica produzida e aparentemente “sem utilidade” para a vida (como
folhas secas, fezes, cadáveres de animais, etc.) passam por um processo de
decomposição pelos microrganismos do solo, que se encarregam de reintro-
duzi-la ao ciclo natural. Falar e trabalhar a gestão de resíduos sólidos nas escolas
é uma excelente maneira de ensinar jovens cidadãos de que é possível preve-
nir a geração de resíduos, reciclar e, no caso da compostagem, aprender sobre
processos naturais.
Ciências:
• Demonstrar a capacidade da natureza em reciclar totalmente os resíduos
orgânicos;
• Investigar o papel dos microrganismos;
• Testar a decomposição e a capacidade de compostagem de diferentes
materiais.
10
Meio Ambiente e Sustentabilidade
• Ensinar sobre resíduos sólidos e questões ambientais locais;
• Estimular a coleta seletiva de todos os resíduos recicláveis, incluindo emba-
lagens, eletroeletrônicos, entre outros gerados nas escolas e residências;
• Debater os problemas ambientais locais com os estudantes e propor
soluções;
• Demonstrar o papel da compostagem como fertilizante no cultivo de
plantas e hortas na escola.
Matemática
• Exercitar cálculos de volume e peso dos resíduos sólidos e do composto;
• Projetar dados em gráficos e tabelas;
• Registrar dados por meio de diagnóstico da geração de resíduos sólidos
da escola.
Literatura
• Expressar opinião sobre a experiência com compostagem e reciclagem;
• Prestar atenção sobre as experiências e opiniões dos colegas sobre resí-
duos sólidos.
As vantagens pedagógicas oferecidas por iniciativas de compostagem e recicla-
gem são as do aprendizado pela prática, interação, expressão de opiniões e de
criatividade oferecidas aos estudantes; estes, por sua vez, se dão conta de que
o tema dos resíduos sólidos causa impactos em sua vida e no meio ambiente
também fora da escola. O que os estudantes aprendem no ambiente escolar
possui enorme potencial de aplicação imediata em suas casas e famílias.
Empresas
Envolvidos Familiares terceirizadas Autoridades Locais
indiretamente de alimentação
Trabalhar porções Aprimorar as
Realizar a separação dos
Atividade resíduos em casa
adequadas e reduzir estratégias de promoção
o desperdício da reciclagem
12
3 As escolas de São Paulo (Brasil)
e o potencial de tratamento dos
resíduos orgânicos com mitigação
dos SLCPs
3.1 Quanto resíduo orgânico é
gerado nas escolas?
De acordo com investigações existentes1;2, entre 40 e 50% do que é gerado
pela escola refere-se à fração orgânica: resíduos de alimentos e da manutenção
de suas áreas verdes. O mesmo se aplica para as escolas municipais de São
Paulo (Figura 2), nas quais a média da geração diária de resíduos sólidos por
um estudante ou professor é de 216 gramas, assumindo-se como referencial
os dados obtidos na amostragem de escolas participantes da plataforma online
Escolas Mais Orgânicas. Para aprender sobre como realizar uma avaliação da
composição dos resíduos sólidos em sua escola, veja a Ferramenta n°7.
De acordo com os dados obtidos na plataforma online, cada estudante gera
diariamente cerca de 40 gramas de resíduos recicláveis secos (papel/papelão,
vidro, plásticos e metais) e uma estimativa de 42 gramas de rejeitos (que não
são considerados recicláveis). Os resíduos orgânicos representam a maior fra-
ção gerada, 134 gramas/por pessoa/dia.
Como se observa, a maior parte dos resíduos sólidos de uma escola pode ser
reciclada por meio da compostagem de sua fração orgânica, e assim:
20%
1% i 20%2% 15% 6
i
0%
103 104 105 108 109 110 111 204 205 206 Todas as escolas
Código das escolas
2% 15% 62%
i
Rejeitos
de alimentos Papel e papelão
Vidro Plásticos
Rejeitos
A compostagem Resíduos
é umde alimentos Papel e fácil
processo natural papelão
de realizar, uma solução que
Vidro Plásticos
transforma resíduos orgânicos (restos de alimentos, de manutenção de áreas
Rejeitosproporção de papéis/papelões) em composto – um ferti-
verdes e até certa
lizante naturalmente rico em nutrientes e que pode ser utilizado nos jardins
e hortas das escolas.
1 Digging Deep Through School Trash, Minnesota Pollution Control Agency, 2010
2 http://www.calrecycle.ca.gov/
3 A pesquisa, por meio da aplicação de questionários, foi aplicada a 18 escolas com um universo
aproximado de 10.650 estudantes e 700 professores; de acordo com os dados coletados, a geração
média de resíduos sólidos recicláveis (úmidos e secos) é de cerca de 118 gramas/pessoa/dia. A fração
de rejeitos foi estimada em 30 gramas/pessoa/dia (20% da geração total).
14 4 Estimativa realizada pelo autor de acordo com análises existentes de resíduos sólidos urbanos.
3.2 Quantas escolas podem ser
potencialmente envolvidas em
iniciativas de compostagem em
São Paulo?
Esse potencial de tratamento de resíduos orgânicos em escolas foi abordado
pelo PGIRS5 com o “Programa Municipal para Manejo Diferenciado de Resíduos
Sólidos nas Unidades Educacionais da Rede Municipal de Ensino”, direcionado
a cerca de 1500 escolas municipais. Com o intuito de estabelecer metas
específicas para a gestão dos resíduos sólidos nas escolas, o Programa objetiva:
Redução do uso
31%
de fertilizantes
60%
9% Redução de emissões
pela diminuição do
uso da água
É preciso considerar também as emissões evitadas pelo desvio desses resíduos
orgânicos dos aterros sanitários que possuem sistema de coleta de gás, onde
se assume uma emissão líquida de 819,12 kg de CO2eq/por tonelada.
9 To compost or not to compost: Carbon and energy footprints of biodegradable materials’ waste treat-
ment B.G. Hermann a, L. Debeer b , B. De Wilde b , K. Blok a , M.K. Patel. Polymer Degradation and
Stability 96 (2011) 1159e1171
17
Dessa forma, em um cenário (ideal) onde as escolas públicas de São Paulo
realizam compostagem local e reciclam as 45.000 toneladas anuais, a redução
atingiria -39.104 toneladas/ano de CO2eq ou -58 kg de CO2eq por estudante/
ano. Os efeitos positivos dessas iniciativas são ainda maiores por evitar a dis-
posição final em aterros sanitários e pela aplicação do composto no solo das
áreas verdes da escola.
GHGav=(G1+G2)*Morg/S
Emissões de GEE evitadas
G1 pela compostagem e uso -49,86 kg CO2eq /t.
do composto
Estudantes potencial-
S 678.115 pessoas
mente envolvidos
10 Informações mais detalhadas sobre cálculos de emissão de gases de efeito estufa (GEE) podem ser
encontradas no documento “Strategy for organic waste diversion including collection, treatment and re-
cycling and their challenges and opportunities” elaborado pela ISWA no âmbito do projeto de Assessoria
do CCAC MSWI para a cidade de São Paulo.
18
4 Como separar resíduos
orgânicos nas escolas
4.1 Quais resíduos orgânicos são
gerados nas escolas
As escolas geram diferentes tipos de resíduos orgânicos, conforme suas ativida-
des e em locais específicos de suas instalações: folhas secas e restos de podas
de árvores e gramas são gerados pela manutenção das escolas que possuem
áreas verdes, jardins e hortas; já restos de alimentos cozidos são produzidos
nas cozinhas e refeitórios.
Resíduos de alimentos
Resíduos verdes (verduras, legumes Sobras
Resíduos e frutas)
orgânicos
nas escolas
19
4.2 Que tipos de resíduos
orgânicos podem ser separados
para a compostagem?
Nem todos os tipos de resíduos orgânicos podem se tornar composto, pois
depende da técnica escolhida pela escola, se é compostagem (decomposição
aeróbia) ou vermicompostagem, e da capacidade de manutenção do processo
de tratamento. Lembre-se: a compostagem aeróbia geralmente recicla facil-
mente grandes quantidades de resíduos de jardins e áreas verdes, incluindo
resíduos de alimentação; já a vermicompostagem demanda quantidades me-
nores e constantes de resíduos de comida para a alimentação das minhocas.
Para fins de orientação geral, é possível definir quatro grupos de resíduos orgâ-
nicos para compostagem. Se em sua escola são manuseados alimentos frescos
e as porções das refeições são adequadas, há o mínimo de desperdício e os
resíduos orgânicos gerados são, em sua maioria, restos de frutas e vegetais do
preparo das refeições.
X
Folhas Borras de café e sachês Carnes e peixes, Líquidos
Vegetais cozidos,
Gramas de chás, Migalhas de pão, gordurosos, como óleos e
Cascas picadas de ovos,
Podas Biscoitos e bolos, Cascas e sopa quente
Queijos,Massas e arroz,
polpas, Folhas de saladas,
Sopas
Barras de cereais
Nota: os sinais verdes indicam “ok” para a compostagem na escola; a exclamação laranja pede
20cautela em sua utilização; o xis vermelho não recomenda adicionar esses materiais à compostagem.
4.3 Como separar resíduos de
jardim e de comida?
Os resíduos orgânicos devem ser coletados em recipientes de plástico rígido
que possam ser facilmente esvaziados e higienizados com água, garantindo
assim as condições de higiene para não atrair vetores.
Resíduos de jardim correspondem à fração dos resíduos orgânicos mais
fácil de coletar de forma separada, gerada nas atividades de manutenção de
jardins e áreas verdes; é geralmente composta de galhadas e folhas que são
importantes para o equilíbrio do processo de compostagem. Esses resíduos
podem ser facilmente armazenados em áreas reservadas ou em sacos plásti-
cos que possibilitem a circulação de ar e cobertura suficiente para proteger da
chuva.
Resíduos de alimentos gerados nas cozinhas também são facilmente
segregados em coletores com capacidade entre 30 litros e 120 litros (com
rodinhas), que podem ser forrados com jornais ou mesmo sacos compostáveis
para conter o excesso de líquidos. Se a compostagem na escola não recebe
restos de alimentos cozidos, como carnes e peixes, então estes devem ser
separados dos demais resíduos orgânicos, como restos de alimentos crus e de
jardins.
Restos de refeições como o almoço, podem ser separados pelos próprios
alunos por meio de um sistema de dois coletores de até 30 litros, de fácil assi-
milação: um para os restos de comida cozida e outro para os restos de alimen-
tos crus, como saladas e frutas. Outros coletores menores, com capacidade
entre 6 e 10 litros, podem ser distribuídos pelas dependências da escola, como
o parquinho e a sala dos professores, para restos de frutas e lanches.
Não coloque sacos plásticos tradicionais na composteira, pois estes
não se decompõem! Tente utilizar algo que seja possível observar a decompo-
sição, como sacos compostáveis (se possível, certificados) ou sacos de papel.
21
Fotos de práticas de coleta separada de resíduos orgânicos: (esquerda) na EMEF Vila Munck
(São Paulo, Brasil): cascas de ovos e vegetais são acondicionados em caixas de papelão para o
transporte até o local de compostagem; (direita) na EMEI Dalmo do Vale (São Paulo, Brasil): restos
de comida são coletados em balde plástico e despejados em composteira.
A Ferramenta 1 mostra algumas opções de coletores que podem ser adquiri-
dos para o acondicionamento de diferentes tipos de resíduos orgânicos e em
locais específicos da escola. No entanto, é possível desenvolver seus próprios
coletores pela reutilização de embalagens de óleo, margarina, ou simplesmen-
te utilizar baldes e lixeiras de plástico rígido já existentes na escola, bastando
apenas identificar esses materiais com uma etiqueta.
Ferramenta 1: Equipamentos para a segregação dos diferentes tipos de resíduos orgânicos
Coleta de restos de
comida no parquinho, Coletores (6-10 litros
salas de aula e sala dos com alça e tampa)
professores
22
5 Para entender o processo de
reciclagem dos resíduos orgânicos
5.1 Como reciclar resíduos
orgânicos nas escolas?
O processo de geração do composto é o mesmo feito pela natureza – e há
duas técnicas de compostagem que podem ser utilizadas para os resíduos de
jardins e de alimentos produzidos nas escolas:
• Compostagem aeróbia: é uma degradação intencional da matéria or-
gânica; a decomposição é realizada em condições aeróbias (com presença
de oxigênio) por microrganismos, principalmente bactérias, mas também
fungos. O composto pronto possui coloração entre marrom escuro e pre-
to e textura de terra.
• Vermicompostagem: é a decomposição da matéria orgânica utilizan-
do minhocas, geralmente as vermelhas (conhecidas como californianas),
entre outras. Elas produzem uma mistura heterogênea de resíduos de
alimentos em decomposição, material estruturante e húmus de minho-
cas (ou outra denominação para estrume da minhoca), rica em nutrien-
tes como fertilizante.
As duas técnicas envolvem a bioxidação da matéria orgânica e resultam em
um material rico, parecido com húmus; é a presença do oxigênio que per-
mite um desempenho ideal de ambas as técnicas. Já sua ausência estimula
outros microrganismos que causam fermentação e putrefação, gerando um
odor muito forte.
A principal diferença entre as duas técnicas está nos tipos de resíduos orgâni-
cos que podem ser reciclados, as quantidades e aspectos específicos do seu
processo. Além disso, enquanto a compostagem aeróbia só produz com-
posto, a vermicompostagem pode gerar também fertilizante líquido.
23
Compostagem aeróbia Vermicompostagem
Possibilita o processamento de grandes Menos trabalhosa – não há
quantidades de resíduos orgânicos
Pros necessidade de revolvimento/aeração
+
Pode prosseguir de forma relativamente O processo é rápido
rápida sob condições ideais
Pode eliminar sementes de ervas Adaptável a ambientes
daninhas e patógenos internos e externos
Os verdes
Características Resíduos/Fontes
• Macio • Grama cortada
• Úmido • Cabeças de
flores e caules
• Rico em Nitrogênio
• Plantas
• Degrada rapidamente
• Legumes e
• Compacta facilmente frutas descartadas
Os marrons
Características Resíduos/Fontes
• Lenhoso • Troncos e galhos
de árvores
• Seco
• Folhas caídas
• Rico em Carbono
• Palha
• Volumoso
• Papel e papelão
• Degrada picados
lentamente
25
Uma planta de compostagem de pequena escala levará de 4 a 6 meses para
produzir composto, cujo aspecto será de coloração uniforme amarronzada e
odor de terra molhada. E será cheio de vida – matéria orgânica possivelmente
com minhocas vivas, pequenos besouros e outros insetos.
Vasos de plantas
Objetivo: como substrato para vegetais e plantas
ornamentais
Dose: depende do tamanho de cada vaso
Aplicação: faça uma mistura de composto e turfa
adicionando entre 30% a 50% de composto.
Canteiros de fLores
Objetivo: fertilização dos canteiros de flores na
preparação do plantio de plantas ornamentais
Dose: 10-15 kg/m²
Aplicação: espalhe o composto no solo e o en-
terre a uma profundidade de 10-15 cm
Gramado
Objetivo: para a fertilização do solo durante
as operações de plantio.
Dose: faça uma camada fina de 1 cm
Aplicação: misture composto com areia e terra
(30% - 40% composto), distribua uma camada
fina e homogênea no gramado existente e en-
tão semeia a grama nova.
Árvores e arbustos
Objetivo: como fertilizante para árvores e ar-
bustos
Dose: 10-20 litros/cova de plantio
Aplicação: misture composto e terra na mesma
proporção; antes do plantio da muda, coloque
a mistura no fundo da cova.
Comece a inicitiva
Ensine os Envolva todos na Realize a Utilize o
conceitos coleta separada compostagem composto 29
Ferramenta 2: Equipamentos básicos necessários
para manusear a compostagem na escola
Fotos de exemplo de sala de aula verde (EMEI Dona Leopoldina, São Paulo, Brasil)
30
6.3 Compostagem aeróbia:
guia passo a passo
A compostagem exige pouco esforço, mas requer certos cuidados para que os
microrganismos trabalhem bem. Escolha a forma que for melhor para a escola:
uma composteira de plástico, feita à mão ou no formato de leiras – veja as
sugestões da Ferramenta nº3.
Há algumas regras simples para manusear o processo corretamente:
1
Encontre o local apropriado
O espaço ideal para compostagem deve receber sol e ser sobre solo
descoberto; se tiver que ser sobre uma laje de concreto ou no pátio,
o faça sobre uma camada de galhos ou um pallet. A localização deve
ser de fácil acesso para a adição dos resíduos orgânicos e retirada do
composto.
3
papel), é a receita ideal para uma boa prática de compostagem.
Faça o formato correto
A leira de compostagem precisa de ventilação natural e não pode exce-
der 1,2m de altura, evitando assim a compactação dos resíduos. Caso
seja necessário acrescentar maior quantidade de resíduos orgânicos,
amplie horizontalmente a leira.
31
4 ConfIra a umidade
A umidade varia conforme a mudança das condições climáticas (in-
solação extrema, chuvas extremas); para checa-la no processo de
compostagem, realize o teste de umidade (veja a Ferramenta nº5).
5 Deixe ventilar
O processo de compostagem demanda a presença de oxigênio para
assegurar uma boa transformação e a ausência de maus odores. Re-
vire o material periodicamente (uma vez por mês) para recuperar
sua porosidade.
7
trabalho. Continue o seu, que é adicionar as proporções de verdes e
marrons quando a pilha estiver reduzindo volume.
Paredes de concreto
Durável, pode ser Cilindro de
construída com três malha metálica
paredes de 1m x 1m e Use uma rede metálica
espaços de 2 cm entre os no formato cilíndrico e
tijolos de concreto para a prenda no solo com
permitir a ventilação. estacas de madeira.
Plástico
Há diversos modelos comerciais; prefira um com
boa ventilação, sem a base e uma portinhola inferior
para retirada do composto.
33
Exemplos de composteiras em escolas: (esquerda) de paredes de concreto na EMEI Dona
Leopoldina, São Paulo, Brasil; (direita) de caixa de madeira na EMEF Tarsila do Amaral, São
Paulo, Brasil; (direita inferior) em leiras na Creche dos Ingleses, projeto do CEPAGRO,
Florianópolis, Brasil
34
6.4 Vermicompostagem:
guia passo a passo
A vermicompostagem pode ser realizada com equipamentos comerciais ou
soluções feitas artesanalmente, compostas por recipientes empilhados vertical-
mente e um compartimento de base para acondicionamento do líquido (veja
a Ferramenta n° 4). Há algumas regras simples para manusear o processo
corretamente:
1
Encontre o local apropriado
Instale sua vermicomposteira em um local arejado e abrigado do
sol, em temperatura ambiente (entre 15 e 22°C), para proteger as
minhocas.
5 Instale a vermicomposteira
Primeiro encha a caixa do topo e depois a troque de posição com a
caixa do meio, reiniciando o processo de forrá-la com material para a
cama e depois adicionar os resíduos orgânicos; as minhocas migrarão
espontaneamente para a nova caixa escalando as paredes internas e
entrando pelos orifícios da base.
36
8 Retire o composto e preserve as minhocas
É preciso separar as minhocas antes de esvaziar a caixa cheia de com-
posto; posicione a caixa no sol e o calor fará com que as minhocas
se refugiem no fundo – retire as camadas superiores do composto
com cuidado, mantendo a camada de 5 cm onde as minhocas estão
concentradas.
6.5 Solução de problemas
É preciso identificar as causas antes de pensar na solução de problemas, en-
tão rever as opções de ação, fazer as mudanças necessárias no processo de
compostagem e observar os efeitos. Os principais problemas encontrados em
iniciativas de compostagem estão geralmente relacionados a erros na mistura
dos verdes e marrons, entre outros relacionados a seguir:
37
Problema Causa Solução
Desfaça as camadas com garfo
Emaranhado de camadas mal Compactação, de jardinagem e revire a pilha
decompostas de folhas ou pouca ventilação de materiais. Evite formar
pedaços de alimentos camadas grossas de materiais
volumosos
Falta de oxigênio, Revire a pilha
compactação e agite os materiais
O material exala maus para soltar e ventilar
odores, como uma mistura de Revire a pilha e adicione
manteiga rançosa, vinagre e materiais secos grosseiros
ovos podres. Falta de oxigênio, excesso como folhas, galhos,
de umidade serragem ou jornal picado
para absorver a umidade.
Adicione e misture
O composto exala A pilha está com excesso de materiais ricos em
um odor de amônia nitrogênio carbono como folhas, galhos,
serragem ou jornal picado.
As moscas de fruta Para evitá-las, enterre os
são “habitantes” pedaços de alimentos alguns
O material produz muitas naturais de um processo centímetros abaixo do
moscas de fruta de compostagem, onde material estruturante de
depositam seus ovos no superfície (vermicomposteiras).
material estruturante ou Reduza a fração de
na mistura resíduos de comida.
38
7 Troca de experiências
7.1 A plataforma online
das escolas de São Paulo
A plataforma online “Escolas Mais Orgânicas” é uma das atividades do projeto
de Assessoria do CCAC MSWI para a cidade de São Paulo, implementado
pela ISWA11. A ideia de se trabalhar com as escolas surgiu em Março de 2015,
quando a equipe do projeto visitou a EMEI Dona Leopoldina, uma escola de
ensino infantil da rede pública de ensino, localizada no distrito da Lapa, em São
Paulo. A escola possui um conjunto de atividades que promovem a reciclagem
de seus resíduos sólidos, dos secos aos orgânicos – para estes, são aplicadas
as duas técnicas de tratamento local: a vermicompostagem e a compostagem
aeróbia, cujo composto é aplicado nos jardins e hortas da escola.
A proposta da plataforma online é a de que as escolas com diferentes
iniciativas de compostagem possam interagir com suas dúvidas e conquistas,
trocar experiências, conselhos, entre outros. Espera-se que, mais adiante, a
plataforma online atraia escolas que não possuem a prática da compostagem,
mas desejem inicia-la a partir das que são mais experientes.
Os objetivos da plataforma são:
• Coletar informações sobre iniciativas existentes nas escolas;
• Promover a troca de ideias e informações entre as escolas;
• Oferecer uma plataforma online de fácil utilização e que estimule a interação
entre seus usuários;
• Promover uma cooperação de longo prazo entre as escolas.
A plataforma “Escolas Mais Orgânicas” foi criada como um grupo no Facebook
e lançada oficialmente em Fevereiro de 2016; passados dois meses de funcio-
namento, a plataforma registrava 50 membros representantes de 17 escolas,
interagindo entre si e compartilhando relatos e iniciativas de compostagem.
Dois exemplos de publicações feitas pelos usuários podem ser observados a
seguir
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A plataforma, hospedada no Facebook como um grupo, será administrada pela Morada da
Floresta no período de Dezembro de 2015 a Agosto de 2016.
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Exemplos de publicações de iniciativas de compostagem nas escolas
e interação nos comentários na plataforma “Escolas Mais Orgânicas”.
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7.2.1 EMEI Anísio Teixeira
A escola possui cerca de 500 alunos e 50 professores e funcionários.
A geração mensal de resíduos orgânicos é de 1,5 toneladas, entre
restos de alimentos e da manutenção dos jardins, que são tratados pela
vermicompostagem. Cada sala de aula é equipada com uma composteira de
plástico.
O composto resultante é aplicado nas atividades da horta.
Treinamento de
professores sobre a
vermicompostagem
Ensino com
vermicomposteira nas
salas de aula
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7.2.2 EMEI Camilo Ashcár
Com cerca de 350 estudantes e 50 professores e funcionários, a escola gera
230 kg mensais de resíduos de alimentos e jardinagem.
Todos os resíduos gerados na manutenção dos jardins e quase todos resíduos
de alimentação são tratados pela compostagem aeróbia, cujo composto ge-
rado é manuseado pelos estudantes na aplicação nos jardins e horta. Dessa
forma, o funcionamento do ciclo do carbono é ensinado na teoria e na prática.
Uma parte dos vegetais cultivados na horta é preparada e consumida na pró-
pria escola.
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Ferramenta 6: Como realizar um teste de umidade
Uma pilha de compostagem deve possuir um teor de umidade ideal entre 50-
60%. Mas, como é possível saber isso sem precisar de um equipamento caro?
Um teste simples pode ser realizado com o seu punho!
Como fazer o teste de umidade:
1. Encha sua mão (use luvas) com material retirado do cen-
tro da leira de compostagem ou de sua
composteira. Tente não pegar os resídu-
os orgânicos frescos adicionados recen-
temente.
2. Esprema o material cerrando seu punho
e observe o que acontece:
Aprendizado:
A umidade pode ser ajustada ao se misturar corretamente os verdes e os mar-
rons (veja o capítulo 5), mas também através de:
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Ferramenta 7: Como realizar o levantamento
da composição dos resíduos
A composição dos resíduos é geralmente avaliada por meio da separação e
pesagem de frações homogêneas separadamente.
Se a escola possui seus próprios coletores ou sacos, realize a pesagem de-
les antes de disponibilizá-los para o serviço municipal de coleta dos resíduos
sólidos urbanos. Isso permitirá a avaliação da geração per capita de resíduos
sólidos na escola.
Equipamentos necessários:
Folha de plástico (2x2 m), Luvas de plástico, uma balança com precisão mínima
de 100 gr, cestas de plástico, uma câmera.
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Geração específIca de resíduos em uma escola
Número de salas de aula
Número de estudantes
número de professores
número de funcionários
População total da escola
Resíduos misturados gerados kg
Recicláveis secos gerados kg
Resíduos de alimentos gerados kg
Resíduos de jardinagem gerados kg
Outros resíduos gerados kg
total de resíduos sólidos gerados na escola kg
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Ferramenta 8: Os materiais se degradam em quanto tempo?
O conceito de degradação (pela atividade dos microrganismos) é muito impor-
tante ao se ensinar sobre resíduos e compostagem.
Um teste simples permite que os alunos aprendam de forma intuitiva sobre
quais materiais são biodegradáveis, e deve ser aplicado antes ou depois da expli-
cação sobre o conceito de degradação. O público-alvo de estudantes não deve
ultrapassar os 10 anos de idade.
1 mês
6 mês
5 anos
80 anos
200 anos
400 anos
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9 Conclusões
Os resíduos orgânicos – restos de alimentos da preparação das refeições e
dos pratos, bem como resíduos de jardinagem, representam a maior fração
dos resíduos sólidos gerados nas escolas. Sua destinação correta representa um
desafio e uma oportunidade para a comunidade escolar adotar uma postura
proativa para evitar o desperdício, reduzir a geração, realizar sua correta
separação e reciclar.
Este Manual foi desenvolvido pensando em sua distribuição nas escolas de São
Paulo, uma megacidade com 12 milhões de habitantes, para estimular iniciativas
de reciclagem dos resíduos orgânicos pela compostagem local. O objetivo é
evitar que a matéria orgânica se torne rejeito, reciclá-la com técnicas de baixa
tecnologia e baixo custo e aplicar o composto e/ou o líquido fertilizante nos
jardins e hortas escolares. Iniciativas únicas e projetos didáticos já são realidade
prática em algumas escolas paulistanas e os estudantes estão aprendendo como
o ciclo natural da matéria orgânica funciona.
Há muitas iniciativas locais e organizações não governamentais de caráter
ambiental que oferecem assistência para projetos de compostagem in situ, e
formam uma rede de conhecimentos, aprendizados e cooperação que pode
ser acessada por professores e escolas interessadas. A plataforma online Escolas
Mais Orgânicas é um exemplo de rede social que está se consolidando com a
construção coletiva das escolas participantes.
Evitar ao máximo o envio de resíduos orgânicos para os aterros sanitários é um
elemento chave na diminuição das emissões de poluentes de vida curta, como
o metano e o carbono negro, que contribuem para as mudanças climáticas.
A reciclagem de todos os resíduos orgânicos gerados nas escolas de São
Paulo através de compostagem local poderia diminuir as emissões de GEE ao
dispensar o transporte e a disposição final em aterros sanitários, além de gerar
composto que repõe fertilizantes minerais no solo e melhora suas condições.
Estimamos que a compostagem no próprio local de geração levaria a uma
redução de cerca de -58 kg CO2 eq por estudante por ano em São Paulo.
Assim, com as ferramentas e o conhecimento certos, a reciclagem de resíduos
orgânicos nas escolas é possível, contribui com a redução das emissões de
SLCPs, é uma importante atividade de educação ambiental e pode ser divertida.
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