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CONTESTAÇÃO

1) O réu contesta uma ação indenizatória movida contra ele após um acidente de trânsito, alegando preliminares de conexão com outra ação e correção do valor da causa. 2) Ele alega que o acidente ocorreu devido à culpa exclusiva da autora, que dirigia sob efeito de álcool e em alta velocidade. 3) Pede a rejeição dos pedidos da autora.

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CONTESTAÇÃO

1) O réu contesta uma ação indenizatória movida contra ele após um acidente de trânsito, alegando preliminares de conexão com outra ação e correção do valor da causa. 2) Ele alega que o acidente ocorreu devido à culpa exclusiva da autora, que dirigia sob efeito de álcool e em alta velocidade. 3) Pede a rejeição dos pedidos da autora.

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AO JUÍZO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ______/UF

Ação Indenizatória (Processo n° ______/2023)


Autor (a): Marcela Alves
Réu: Carlos Mota

CARLOS MOTA, já devidamente qualificado no processo em tela, por seu


advogado subscrito, com escritório situado XXXX, em nota de rodapé nos autos da
ACÃO INDENIZATÓRIA (Processo n° XXXX), movida perante esse Juízo por
MARCELA ALVES, vem, com o acato de estilo com fulcro no artigo 335, inciso I do
Código de Processo Civil, á presença de Vossa Excelência, apresentar:

CONTESTAÇÃO C/C RECOVENÇÃO

Pelas razões fáticas e jurídicas doravante delineadas

I – DOS FATOS
Alega a parte autora que dirigia seu veículo na avenida xxx, do município xxx,
quando seu carro (Hilux Branca 2022) colidiu em um acidente de trânsito com o
carro do réu uma (BMW).
Em decorrência do acidente, sofreu danos materiais no valor de R$ 20.000,00
(Vinte mil reais), valor esse utilizado para consertar o automóvel. Em julho de 2023,
a autora promoveu em face do réu uma ação indenizatória objetivando o
ressarcimento pelo prejuízo sofrido, imputando ao réu uma responsabilidade civil
pelo evento danoso, estipulando o valor da causa em R$ 2.500,00 (Dois mil e
quinhentos reais).

II – DA TEMPESTIVIDADE
Salienta-se que a presente Contestação é devidamente tempestiva, haja vista
que o prazo para sua apresentação é de 15 (quinze) dias, a partir do momento que
houver audiência de conciliação ou mediação e não houver autocomposição, com
fulcro no artigo 335, inciso I do Código de Processo Civil.
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15
(quinze) dias, cujo termo inicial será a data:

I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de


conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não
houver autocomposição;

Desse modo, de acordo com o artigo supramencionado, o prazo para


interposição é de 15 (quinze) dias, iniciando-se a contagem a partir do dia 25 de
agosto de 2023, como resta exposto que o requerido foi devidamente citado.
III – DAS PRELIMINARES
III.1 – CONEXÃO
Perante este juízo, a autora ajuizou duas ações conexas, em que há a mesma
causa de pedir, sendo elas a ação de obrigação de fazer e ação indenizatória.
Diferente da litispendência ou da coisa julgada, na conexão ocorre a igualdade
apenas meus dos elementos da ação, neste cenário tornando-se a causa de pedir.
Assim expõe o artigo 55 do CPC/2015, §1º, §2º I, II.

Art. 55º. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for
comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,
salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao
mesmo ato jurídico;

II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.

Pelo exposto, exige o autor que seja acolhida a preliminar de conexão,


determinando a remessa dos autos para 6ª Vara Cível da comarca de _ / UF por
onde tramita a ação indenizatória, em razão da prevenção, e no erro material
referente ao valor da causa por parte do autor, expondo a boa-fé do réu.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONEXÃO COM


OUTRA DEMANDA INDENIZATÓRIA DECORRENTE DO MESMO FATO
JURÍDICO. REUNIÃO DAS AÇÕES. NECESSIDADE. PREVENÇÃO.
JUÍZO DA PRIMEIRA DISTRIBUIÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL. - Noticiada a
existência de outra ação indenizatória decorrente do mesmo fato jurídico da
ação de origem, a reunião das demandas é medida que se impõe para que
sejam julgadas conjuntamente, a fim de se evitar decisões conflitantes - A
reunião das ações propostas em separado far-se-á no Juízo prevento, ou
seja, onde primeiramente foi distribuída a petição inicial, local em que serão
decididas simultaneamente. (arts. 58 e 59, CPC) (TJ-MG - AI:
01397767520238130000, Relator: Des.(a) Aparecida Grossi, Data de
Julgamento: 19/07/2023, 17ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
20/07/2023)

Constatada a conexão entre as ações, da forma em que o fato jurídico e os


pedidos entre as ações são convergentes. A presente ação deve permanecer em
uma única vara, sendo ela a 6ª Vara Cível da Comarca de __/UF. Desta forma, não
ocorrendo decisões divergentes.

III.2 – INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA

A autora Marcela Sales ajuizou uma Ação Indenizatória em face de Carlos


Mota na 3ª Vara Cível da comarca de _____/ UF, objetivando o ressarcimento do
seu prejuízo acarretado no acidente, correspondente o valor de R$ 20.000,00 (vinte
mil reais), entretanto, a autora atribuiu ao valor da causa o importe de R$2.500,00
(dois mil e quinhentos reais), devendo ser modificado, tendo em vista que não foram
observadas as regras legais do Art. 292, inciso V do Código de Processo Civil,
concernentes ao valor da causa na ação:

Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e


será:
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor
pretendido;
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa
quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em
discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que
se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.

Em síntese, a retificação do valor da causa deverá ser deferida constando o


montante de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), devendo, nos termos do art. 293 do
Código de Processo Civil, ser determinada por este juízo a complementação das
custas processuais, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, nos
termos do art. 485, incisos III e IV do Código de processo Civil.

Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor


atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a
respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo;
IV – DO MÉRITO
IV.1 – DA CULPA EXCLUSIVA DA AUTORA
Certo que não se deve exigir dos condutores de veículos que preveem
acontecimentos inesperados. A Colisão mesmo que quando existe uma distância
segura entre os veículos, é uma situação que reclama apuração com maior
profundidade quanto a responsabilidade.
O evento danoso derivar-se de culpa exclusiva da autora da presente ação.
Diante do Exposto nos fatos, o acidente ocorreu, claramente, por culpa exclusiva
desta, a qual estava também alta velocidade no veículo automotor, desrespeitando a
velocidade máxima do referido trajeto.
Com efeito, inafastável o entendimento de que a condutora autora agiu com
improcedência ao conduzir um veículo sobre efeito de álcool, dando causa ao
acidente e violando normas do Código de Trânsito Brasileiro, verbis:

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância


psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705,
de 2008)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local,
medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito
rápido, vias arteriais e demais vias: (Redação dada pela Lei nº 11.334, de
2006) (Vide ADI n º 3951)

Assim, Réu não teve culpa do ocorrido, em razão de que este obedeceu às
regras de trânsito brasileiro, pois não foi constatado nenhuma irregularidade.
Inexistente, portanto, o direito alegado pela autora na inicial, uma vez que os
supostos danos foram causados por sua imprudência ao trânsito.
A alta velocidade e a inobservância dos cuidados para segurança no trânsito,
gera culpa, como está exposto no julgado abaixo:

APELAÇÃO - ACIDENTE DE TRÂNSITO - ALTA VELOCIDADE -


INOBSERVÂNCIA DOS CUIDADOS INDISPENSÁVEIS À SEGURANÇA
NO TRÂNSITO - CULPA CONFIGURADA DANO MORAL E ESTÉTICO -
EXISTÊNCIA - FIXAÇÃO - CRITÉRIOS - EMBRIAGUEZ DO MOTORISTA -
CAUSA DETERMINANTE - INEXISTÊNCIA - COBERTURA DEVIDA. 1. O
condutor deve, a todo momento, ter o domínio de seu veículo,
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do
trânsito. 2. Age com culpa o motorista que, ao imprimir em seu veículo
velocidade excessiva para o local dá causa ao acidente. 3. Em
acidentes em que ocorre lesão física, é inegável a caracterização da ofensa
moral, vez que a integridade física orbita nos direitos da personalidade, que
goza da proteção legal. 4. O valor da indenização por dano moral deve ser
fixado examinando-se as peculiaridades de cada caso e, em especial, a
gravidade da lesão, a intensidade da culpa do agente, a condição
socioeconômica das partes e a participação de cada um nos fatos que
originaram o dano a ser ressarcido, de tal forma que assegure ao ofendido
satisfação adequada ao seu sofrimento, sem o seu enriquecimento
imotivado, e cause no agente impacto suficiente para evitar que provoque
novo e igual atentado. 4. "O dano estético é modalidade do dano moral e
que tudo se resume a uma questão de arbitramento. Em razão da sua
gravidade e da intensidade do sofrimento, que perdura no tempo, o dano
moral deve ser arbitrado em quantia mais expressiva quando a vítima sofre
deformidade física". 5. A embriaguez do motorista somente conduz à perda
da indenização securitária se for robustamente comprovada e se for
determinante para a ocorrência do sinistro. (TJ-MG - AC:
10720110031674001 Visconde do Rio Branco, Relator: Maurílio Gabriel,
Data de Julgamento: 26/11/2020, Câmaras Cíveis / 15ª CÂMARA CÍVEL,
Data de Publicação: 16/12/2020)

Diante do Exposto, fica evidente a culpabilidade da requerente que conduzia


o automóvel embriagada, ultrapassando da velocidade limite permitido, sem
nenhuma capacidade psíquica e perdendo o controle na direção, causando o
referido acidente, prejudicando o requerido.

V – DA RECONVENÇÃO
V.1 – DA RESPONSABILIDADE CIVIL DA AUTORA
A responsabilização civil é definida como um dever de reparar o dano através
de indenização seja esses atos intencionais ou não, mas havendo ilicitude. Como
supracitado é de entendimento e comprovação do ato ilícito cometido pela autora da
ação (dirigindo embriagada segundo a Lei nº 12.760/2012), faltando com segurança
e pondo o risco não só a vida do réu, como dos demais que poderiam ter sido
lesados com sua negligência. Assim, faz-se necessário sua responsabilização civil
quanto à reparação do dano causado como dispõe o artigo 927, CC/2002:

Art. 927º. Aquele que, por ato ilícito (Arts.186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Além do dispositivo citado, já é de conhecimento majoritário entre os


Tribunais a reparação do dano causado em decorrência de acidentes no trânsito,
como pode ser observado no julgado abaixo:

Recurso Inominado - Danos materiais e morais, decorrentes de


acidente de trânsito - Ação julgada parcialmente procedente para
condenar os réus solidariamente ao pagamento de indenização nos valores
de R$ 14.710,00 e R$ 782,39, a título de danos materiais (danos ao veículo
e gastos com transporte), bem como o valor de R$ 7.000,00, a título de
danos morais - Recurso exclusivo dos réus - Conjunto probatório, a indicar
culpa exclusiva do condutor do veículo da ré, bem analisado pelo juízo a
quo - Ultrapassagem sem observância das cautelas exigidas, como causa
determinante para ocorrência do acidente - Despesas com locomoção
(UBER), pelo período que o veículo ficou parado, suficiente comprovadas -
Reembolso devido - Danos morais caracterizados pelo infortúnio e
circunstâncias do acidente - Legitimidade passiva corretamente reconhecida
- Ausência de prova idônea de que a corré não era a real proprietária do
veículo na época do acidente - Valores fixados pelo dano material, relativo
ao conserto do veículo, bem como pelo dano moral não impugnados nas
razões recursais - Recurso improvido, com a condenação dos recorrentes
ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em 10% do valor da
condenação. (TJ-SP - RI: 10129633320208260451 SP 1012963-
33.2020.8.26.0451, Relator: Wander Pereira Rossete Junior, Data de
Julgamento: 02/12/2021, 1ª Turma Recursal Cível, Data de Publicação:
02/12/2021)

Portanto, é nítido o dano e faz-se necessário a título de reparação no montante de


R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

VI – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer que:

1 – Seja reconhecida e determinada a conexão, devendo as ações serem


julgadas no Juízo prevento da 6º Vara Cível da Comarca de XXX, com base no que
é dito no artigo 58 do CPC/2015;

2 – Seja reconhecida a incorreção do valor da causa, determinando o


complemento das custas no prazo legal sob pena de indeferimento da inicial (Artigo
321, parágrafo único, CPC/2015);

3 – Seja julgado IMPROCEDENTE o pedido de ação indenizatória, diante dos


fatos e argumentos aqui expostos;

4 – Que seja reconhecida e julgada PROCEDENTE a reconvenção diante dos


prejuízos sofridos, condenando a reconvinda ao pagamento por danos materiais no
valor de R$ 50.000 (cinquenta mil reais), com base no artigo 949 do Código Civil;

5 – Que a parte autora seja condenada ao pagamento de custas e despesas


do processo, bem como honorários advocatícios, tal como os demais ônus de
sucumbência.

Requer provar o alegado por todos os meios em Direito admitidos,


especialmente pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção
judicial, não obstante o depoimento pessoal do representante legal da autora, sob
pena de confissão, se não comparecer ou, comparecendo, se negar a depor (art.
343, §§ 1º e 2º, CPC/2015).

Termos em que,

Pede e espera deferimento.

_______(UF) _______de______________ de 2023

Nome do Advogado

OAB/UF_______

TURMA DIR08M1 – EQUIPE A


ALUNOS:
CLARICE NASCIMENTO DE SALES – R.A.: 004886
EMILY SILVA MENDES – R.A.: 006095
EYSHILA EDUARDA SOARES SILVA LIMA – R.A.: 006317
MARIA CLARA CANTANHEDE PERES – R.A.: 011740
MARIANA LOPES BARROSO DE SOUSA – R.A.: 012082
MARIANA RODRIGUES LUNA – R.A: 012101
SAMYRA DE SOUSA MARTINS – R.A.: 014761
WALNICKSON ALVES COSTA – R.A.: 016230

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