Psicologia Da Educaçã1
Psicologia Da Educaçã1
Psicologia Da Educaçã1
RESUMO
Este texto é uma reflexão sobre alguns fundamentos da Psicologia. Por ser um
conceito fundamental para o conhecimento humano da relação sujeito e objeto, é
abordado, a partir da visão histórico-social do homem, a formação do conceito de
subjetividade na história do pensamento. Expõe-se, de forma preliminar, como
aconteceu o começo das Ciências Modernas e, com elas, o foco nas Ciências Naturais.
Desta forma, focando também a crítica das Ciências Humanas às Ciências Naturais, e se
observa como as primeiras formulações da Psicologia enquanto ciência vão se
constituindo. O objetivo do texto é apontar a possibilidade de se chegar, através do
estudo da dimensão epistemológica das psicologias, à dimensão ética das teorias e
práticas, de forma que se possa avaliar quais psicologias dão a palavra ao homem.
Assim, evitando qualquer uma das cisões acima expostas, opto, neste texto, pela
concepção histórico-social, que pode ser considerada como superação da concepção
externalista, mecanicista, fatalista e determinista. De acordo com a concepção histórico-social,
não se pressupõe o homem em total dependência e condicionamento em relação aos fatos
externos. Este é considerado na sua condição humana de agente prático-objetivo e agente
reflexivo-subjetivo, ou seja, é um homem que, ao se relacionar com outros homens e com o
mundo, transforma-se e transforma este mundo, a partir da atividade prática humana, o
trabalho. Enquanto ser histórico-social, este homem não só faz a história, como vive nela e
através dela. Portanto, se de um lado não é solipsista , de outro não está fadado a se resignar
diante dos fatos. Esta concepção está representada nas ideias sociológicas de Karl Marx e nas
ideias psicológicas de Vigotsky, Leontiev, dentre outros.
“Somente na história de vida prática dos homens cabe pensar a individualidade, que
constitui o indivíduo, que o singulariza, que o distingue, mas ao mesmo tempo não se encerra
nele” (Palangana,1998, p.07).
O conceito que o homem tem de si mesmo passa por um longo processo de evolução e
transformação, dado que quanto mais dependente é das forças produtivas da sociedade em
que vive, menos possibilidade tem de se reconhecer enquanto indivíduo.
A história do pensamento humano ocidental, sem dúvida, tem como marco inicial o
aparecimento da filosofia grega, enquanto uma oposição ao pensamento mítico, característico
das sociedades primitivas. É com a filosofia que o homem busca o conhecimento racional,
lógico e sistemático da natureza, de si próprio e, portanto, de suas origens. O pensamento
filosófico implica uma mudança de concepção de mundo que deve ser compreendida
enquanto expressão de outra mudança , que é a passagem do modo de produção baseado na
coletividade para o modo de produção escravagista, baseado na propriedade privada.
Pressupõe-se, então, que a filosofia, enquanto nova racionalidade do homem grego, é
expressão das relações e das atividades reais, materiais que o homem mantém com o mundo.
(1991b, p.20), “desde então, ser alguém pressupõe tornar-se alguém” (grifo do autor).
Quando nasce o novo ideal de homem, nasce também a suspeita da sua capacidade de
conhecimento, expressa nas metodologias do empirismo e do racionalismo. Busca-se, através
de métodos e técnicas, a extirpação de tudo que lhe confere humanidade, porque os aspectos
humanos, específicos do homem - vontade, sentimentos, etc... - Não são passíveis de controle
pela metodologia das Ciências Naturais.