Paper - Semoc - Direito Tributério Ii

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Universidade Católica do Salvador

Curso de Graduação em Direito

Gabriela Maciel Melo

Matrícula: 200018118

PAPER DA SEMOC 2023.2

Relatório referente à atividade da disciplina de Direito


Tributério II. Faculdade de Direito da Universidade
Católica do Salvador, sob a orientação do Prof.
Raimundo Luiz de Andrade.

SALVADOR-BA
08 de novembro de 2023
RELATÓRIO: DEMOCRACIA E CIDADANIA NO SÉCULO XXI.

INTRODUÇÃO

A SEMOC (Semana de Mobilização Cidadã) promovida pela Universidade Católica do


Salvador (UCSal) é um evento acadêmico e cultural que tem como principal objetivo estimular
a reflexão e a mobilização da comunidade acadêmica e da sociedade em torno de questões
relevantes para a cidadania, democracia e justiça social. A proposta da SEMOC consiste em
criar um espaço de debate, troca de conhecimentos e engajamento cívico, abordando temas
variados relacionados a essas questões, com a participação de palestrantes, professores,
estudantes, e, em alguns casos, também de renomados especialistas.

Durante a SEMOC, são realizadas palestras, mesas-redondas, workshops, oficinas e outras


atividades que abordam questões interdisciplinares, incluindo direito, política, ética, filosofia,
ciências sociais, economia, entre outras áreas do conhecimento. As discussões costumam
abranger temas como democracia, cidadania, direitos humanos, igualdade, inclusão social,
sustentabilidade, entre outros.

A proposta da SEMOC é promover um ambiente de diálogo, reflexão e engajamento ativo,


incentivando os participantes a se tornarem cidadãos mais conscientes e ativos em questões
que afetam a sociedade em nível local, nacional e global. Ao oferecer uma variedade de
perspectivas e abordagens, a SEMOC busca enriquecer o debate público e inspirar ações
que contribuam para o fortalecimento da democracia, a promoção dos direitos humanos e a
busca por uma sociedade mais justa e igualitária.

A iniciativa da UCSal em realizar a SEMOC demonstra o compromisso da universidade com


a educação cidadã e o desenvolvimento da consciência social de seus estudantes e da
comunidade em geral. Além disso, a SEMOC serve como uma plataforma para conectar a
academia com a sociedade, fomentando a disseminação do conhecimento e promovendo a
discussão de temas relevantes para a construção de um mundo mais justo e democrático.

Este relatório apresentará os pontos mais importantes da palestra de abertura, realizada pelo
professor Dirley da Cunha, cuja temática trata da Democracia e Cidadania no Século XXI:
Desafios e Perspectivas. O evento trouxe como reflexão central a importância intrínseca da
relação entre o Estado Democrático de Direitos e a Dignidade da Pessoa Humana,
destacando suas raízes em fundamentos jurídicos, filosóficos e científicos. A tese central é
que um Estado verdadeiramente democrático deve ser um guardião da dignidade de seus
cidadãos, e essa relação é sustentada por princípios legais, filosóficos e avanços científicos.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS PRINCIPAIS

A Dignidade da Pessoa Humana é um princípio fundamental consagrado no artigo 1º da


Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os Estados democráticos se comprometem a
respeitar e proteger essa dignidade.

A maioria das constituições democráticas incorpora princípios que garantem direitos


fundamentais, a igualdade perante a lei e o respeito à dignidade. No Brasil, por exemplo, a
Constituição de 1988 coloca a dignidade como fundamento do Estado.

FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS

O filósofo Immanuel Kant sustentava que a dignidade humana é intrínseca e inalienável,


independentemente de raça, religião ou status social. Essa visão filosófica é central para a
compreensão da dignidade no contexto democrático.

Filósofos como John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Thomas Hobbes contribuíram para a
teoria do contrato social, destacando a importância da democracia na proteção dos direitos
e da dignidade.

FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS

Avanços na neurociência e psicologia mostram como a dignidade humana está ligada à


saúde mental e emocional. A promoção da dignidade humana inclui garantir acesso a
cuidados de saúde mental e emocional de qualidade.

O conhecimento científico avançou na compreensão da genética e da biologia, reforçando a


importância de proteger a dignidade na esfera da pesquisa genética e da biotecnologia.

Em um Estado Democrático de Direitos, a proteção da Dignidade da Pessoa Humana não é


apenas um compromisso moral, mas também um dever jurídico e uma exigência filosófica e
científica. A interseção desses fundamentos sustenta a necessidade intrínseca de respeitar
e promover a dignidade em uma sociedade verdadeiramente democrática, refletindo o valor
inestimável de cada ser humano.

O século XXI trouxe consigo uma série de desafios e transformações que repercutiram
profundamente nas noções de democracia e cidadania. Nesse contexto em constante
evolução, a obra de juristas como Dirley da Cunha Júnior e outros se torna essencial para
compreender as complexas relações entre a democracia e o exercício da cidadania.

A democracia, como sistema político, é frequentemente celebrada como o melhor meio de


proteger os direitos e liberdades individuais. No entanto, a sua aplicação no século XXI é
marcada por uma série de desafios. A crescente polarização política, o avanço das
tecnologias de informação e a globalização têm impactado a maneira como a democracia
funciona. Dirley da Cunha Júnior ressalta a necessidade de adaptação das estruturas
democráticas, afirmando que a democracia no século XXI deve ser mais participativa e
inclusiva.

Nesse contexto, a cidadania desempenha um papel fundamental. A cidadania não se limita


mais ao mero direito de voto, mas abrange a participação ativa na sociedade, a defesa dos
direitos humanos e a busca pela justiça social. Juristas como Dalmo de Abreu Dallari
argumentam que a cidadania no século XXI deve ser exercida não apenas no âmbito
nacional, mas também em escala global. A cidadania cosmopolita, como descrita por Martha
Nussbaum, envolve a responsabilidade de abordar questões globais, como as mudanças
climáticas e os direitos humanos, em um mundo interconectado.

No entanto, a realidade da cidadania no século XXI também levanta preocupações. A


crescente desigualdade econômica e social, destacada por Thomas Piketty, desafia a
igualdade de oportunidades e o acesso aos direitos. O papel do Estado na garantia desses
direitos e na promoção da igualdade é debatido por juristas como Robert Alexy. A expansão
dos direitos individuais frequentemente entra em conflito com a necessidade de regulações
estatais, e encontrar um equilíbrio é um desafio constante.

Outro aspecto importante é a proteção dos direitos e liberdades individuais em uma era de
avanços tecnológicos. A privacidade, por exemplo, é frequentemente ameaçada pela coleta
de dados em massa e vigilância. Juristas como Lawrence Lessig argumentam que a
arquitetura da internet e a legislação devem ser adaptadas para garantir a proteção dos
direitos digitais e a privacidade dos cidadãos.

Em conclusão, a reflexão sobre democracia e cidadania no século XXI é essencial para


entender e enfrentar os desafios de nossa época. Juristas como Dirley da Cunha Júnior e
outros contribuem para esse debate crucial, enfatizando a necessidade de uma democracia
mais inclusiva, cidadania ativa e a proteção dos direitos em um mundo em constante
transformação. A busca por soluções que garantam a dignidade e a justiça no século XXI
deve ser um compromisso de todos os cidadãos e atores políticos.

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