Trabalho Corrosão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

FUNDAMENTOS DE CORROSÃO

BRUNA RANDIG E BRUNO SCHAFASCHECK

CORROSÃO EM INDÚSTRIA PETROLÍFERA

Trabalho acadêmico do curso de Engenharia


Química do setor de Tecnologia da Universidade
Federal do Paraná, com o objetivo de análise de
falha por corrosão na disciplina TQ127 –
Fundamentos de Corrosão.
Orientadores: Prof° Dr. Haroldo de Araujo Ponte

Curitiba
2023
Sumário
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. MOTIVAÇÃO .......................................................................................................... 2
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA FALHA ............................................................. 3
3.1. Corrosão Geral ................................................................................................ 3
3.2. Corrosão por pite ............................................................................................. 3
3.3 Corrosão intergranular ...................................................................................... 4
3.4 Corrosão Galvânica .......................................................................................... 4
4. ANÁLISE DA FALHA.............................................................................................. 6
5. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 10
1. INTRODUÇÃO

Pode-se definir corrosão como a deterioração de um material metálico devido


à atividade química ou eletroquímica do meio, que pode ou não ser associada a
esforços mecânicos. Alguns autores consideram que a deterioração de materiais não
metálicos como concreto, polímeros, madeira e borracha, por exemplo, como
corrosão.
Geralmente a corrosão ocorre de forma espontânea, afetando a durabilidade e
desempenho dos materiais que podem estar presentes em estruturas de suma
importância que se corroídas podem causar graves acidentes, tais como minerodutos,
oleodutos, gasodutos, tanques de armazenamento de combustíveis, meios de
transporte, instalações e equipamentos industriais (reatores, trocadores de calor,
caldeiras, etc), torres de linhas de transmissão de energia elétrica, entre outros.
A maioria dos metais são encontrados na natureza como compostos, como
óxidos e sulfetos, por exemplo. Dessa forma, os compostos são relativamente mais
estáveis que seus metais “puros” e estes tendem a reagir espontaneamente com o
meio, para voltar ao estado de menor conteúdo energético. Então, o produto de uma
corrosão tende a ser bem parecido com o minério de origem (GENTIL, 2022).
2. MOTIVAÇÃO

A corrosão pode afetar diversas atividades, como indústrias química,


petrolífera, de meios de transporte, meios de comunicação e até mesmo em áreas da
odontologia, medicina e obras de arte. Além dos riscos com acidentes tanto pessoais
como ambientais, existem as perdas econômicas envolvidas, que podem ser diretas
ou indiretas.
As perdas diretas são relacionadas a custos de substituição de peças e
equipamentos, e a manutenção dos processos de proteção como revestimentos,
pinturas e proteção catódica. Já sobre as perdas indiretas pode-se citar paralisações
para limpeza ou para substituição de um componente, perda de produto até ser
realizado o reparo, perda de eficiência como diminuição de transferência de calor,
incrustações e entupimentos, contaminação de produtos, superdimensionamento nos
projetos por falta de informações da velocidade de corrosão. Sendo assim, torna-se
imprescindível estudos e investimentos para se evitar fenômenos corrosivos (GENTIL,
2022).
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA FALHA

3.1. Corrosão Geral


A corrosão geral ocorre no sistema de destilação do petróleo bruto devido à
presença de ácido, conforme revelado na pesquisa de um estudo de caso, mostrando
diminuição da espessura da estrutura metálica. (FAJOBI, OLUWOLE, LOTO, 2019)
O sistema aéreo de destilação do petróleo sofre ataques gerais de corrosão
devido a ácidos, cloretos, sulfetos e dióxido de carbono na presença de água e
oxigênio. A corrosão geral naturalmente toma posse uniforme da parte afetada de
toda a superfície do sistema aéreo de destilação do petróleo bruto e continua com
uma propagação na superfície. (FAJOBI, OLUWOLE, LOTO, 2019)
Quando o aço carbono é usado para a construção do sistema aéreo de
destilação bruta, sulfetos e cloretos de hidrogênio causam corrosão geral na presença
de água. A corrosão geral ocorre no sistema aéreo de destilação do petróleo como
resultado da presença de depósitos de sais de amônia, aminas e altas chances em
estruturas alcalinas. A corrosão geral está entre os tipos de corrosão que ocorrem em
equipamentos petroquímicos, como sistemas aéreos de destilação de petróleo bruto.
(FAJOBI, OLUWOLE, LOTO, 2019)

3.2. Corrosão por pite


Este é um tipo de dano de corrosão localizada em que furos ou cavidades são
formados no material. É conhecida por ser mais perigosa do que o dano por corrosão
uniforme porque é mais difícil de perceber, prever e combater. Estudos mostraram
que a corrosão por pites ocorre quando os revestimentos da superfície são removidos
da superfície do metal e os orifícios dos pinos são formados em estruturas metálicas
(aço inoxidável, titânio, ligas de alumínio). (FAJOBI, OLUWOLE, LOTO, 2019)
A corrosão por pites é um tipo de corrosão que ocorre no sistema aéreo de
destilação do petróleo bruto e é causada principalmente pela presença de teor de sal
contido no petróleo bruto. Outras pesquisas mostraram que o ácido clorídrico é a
principal causa primária da ocorrência de corrosão. Já durante o processo de
produção, cloretos e sulfetos se dissolvem na água condensada no sistema aéreo de
destilação do petróleo bruto, que eventualmente causam corrosão por pite. Na
temperatura de 304 °C a 338 °C, ocorre intensa corrosão por pite no sistema aéreo
de destilação de petróleo bruto quando construído com liga AISI 317 ou 316. Além
disso, pesquisas mostraram que o ácido e o atrito estimulam a formação de pites no
sistema aéreo de destilação de petróleo bruto. Danos por corrosão por pite também
ocorrem no sistema aéreo de destilação do petróleo bruto durante a operação em
temperaturas superiores a 310 °C. (FAJOBI, OLUWOLE, LOTO, 2019)
FIGURA 1 - ESQUEMA DE CORROSÃO PITE

FONTE: GENTIL, 2022.

3.3 Corrosão intergranular


Este tipo de corrosão ocorre próximo ou nos contornos dos grãos de forma que
os cristais dos grãos sejam protegidos. Causa perda repentina das propriedades do
material em casos graves, por exemplo, propriedades de tração, mesmo quando uma
pequena porção do material é afetada ou quando uma pequena parte dos contornos
do grão está corroída. (FAJOBI, OLUWOLE, LOTO, 2019)
A presença de ácidos e sulfetos causa esse tipo de corrosão em sistemas
aéreos de destilação de petróleo por rachaduras e fraturas na estrutura metálica. A
corrosão intergranular ocorre quando há presença de enxofre, hidrogênio, amina,
água e ácidos no sistema de destilação de petróleo bruto. (FAJOBI, OLUWOLE, LOTO,
2019)

3.4 Corrosão Galvânica


Tal corrosão acontece quando dois metais diferentes são colocados em um
líquido eletricamente condutor. Ocorre sempre que diferentes metais (aços) são
usados na construção de sistemas de destilação bruta. Ácidos e sais causam
corrosão galvânica no sistema aéreo de destilação de petróleo bruto quando em
certas condições e também na presença de ácidos, sulfetos, cloretos e água. (FAJOBI,
OLUWOLE, LOTO, 2019)
4. ANÁLISE DA FALHA

Segundo o dicionário Aurélio significa deixar de fazer ou cumprir uma função


original. Falha é um termo geral utilizado para indicar que um componente ou peça
em serviço se tornou completamente inoperante ou continua operante, mas se tornou
incapaz de desempenhar satisfatoriamente a sua função ou está seriamente
comprometido a ponto de se tornar inseguro para uso contínuo.
A falha é um evento indesejável devido ao potencial de perda e dano ou
exposição ao risco. Prevenção ou determinação de falhas possibilita medir a vida e
as condições para prever falhas de uma perspetiva de sucesso do projeto.
O principal tipo de corrosão que ocorre na unidade de destilação atmosférica
é localizado na corrosão por pite devido à presença de ácido clorídrico, e outros
ácidos provenientes da tipologia do petróleo. A FIGURA 2 mostra os principais tipos
de petróleo brasileiros.
FIGURA 2 - GRÁFICO DE ACIDEZ DOS PETRÓLEOS BRASILEIROS

FONTE: SZKLO, ULLER, BONFÁ, 2005


Além disso, devido aos naftênicos e aos ácidos que coexistem no petróleo
ocorre os outros tipos de corrosão, contudo nas colunas de destilação tanto na
atmosfera quanto na destilação vácuo a falha está relacionada principalmente com a
dessalinização feita de maneira ineficiente. De maneira em geral o petróleo tem mais
de 75 partes por milhão de sais, e devem ter seu teor de sais reduzido para 4 ppm.
A análise de falha vai além de terminar as causas do evento corrosivo, e faz
se uma identificação de possíveis riscos causados, a maior parte dos ácidos que
coexistem com os hidrocarbonetos são leves e saem pelo topo de uma coluna com é
o caso do HCl, juntamente com os hidrocarbonetos de cadeia curta (menores C4). O
limite de inflamabilidade de alguns dos componentes de topo está na TABELA 1.
TABELA 1 - INFLAMABILIDADE DE HIDROCARBONETOS.

Substâncias Limite de inflamabilidade no ar (%molar)

Metano 5,0 a 15,4


Etano 3,0 a 12,5
Propano 2,2 a 9,5
Butano 1,8 a 8,4
FONTE: Gama Gases, 2016.

Caso na ocorrência de vazamentos no topo coluna de destilação existe um


risco extremamente alto de uma explosão que comprometeria grande parte de
petroquímica diretamente devido ao tamanho da chama, além do risco humano
associado.
Outro ponto a ser destacado é a diminuição da eficiência de uma coluna pelo
desgaste dos furos nos pratos tais desgastes podem ser observados nas figuras
abaixo.
FIGURA 3 - DESGASTES NAS BANDEJAS

FONTE: Thurler, et al., 2002.


Outros pontos da coluna como o acumulador e prato de selagem da bandeja
também sofrem com o desgaste, como mostra a figura abaixo.
FIGURA 4 - CORROSÃO NO PRATO DE SELAGEM

FONTE: Thurler, et al., 2002.

Tais eventos influenciam na eficiência da coluna podendo até mesmo tornar a


atividade de destilação totalmente ineficiente devido ao choro devido ao aumento dos
furos nos pratos quando a inundações da coluna decorrentes do transbordo dos
pratos.
Os seguintes métodos de controle de corrosão, que incluem; atualização de
metalurgia, minimização de contaminantes, aditivo químico alternativo, condições de
processamento revisadas, taxa de lavagem com água, local de injeção, projeto do
sistema de lavagem com água
A corrosão na unidade de destilação pode ser controlada pela atualização de
metalurgia, minimização de contaminantes, aditivo químico alternativo, condições de
processamento revisadas, taxa de lavagem com água, pela neutralização usando
agentes como aminas e amônia, usando inibidor de corrosão.
5. CONCLUSÕES

Dessa forma, podemos ver a necessidade de uma escolha adequada dos


materiais para resistirem à corrosão, além disso ver a necessidade de sistemas de
material de sacrifício e também do tempo entre manutenções sendo a principal
motivação a segurança do trabalho atem da integridade a saúde dos colaboradores.
Outro viés é a economia de um projeto levando em conta a corrosividade, pois
além das garantias de produção a os equipamentos que tem a resistência a correção
tendem ter uma durabilidade maior o que viabiliza-os economicamente mesmo os
aços de liga resistentes à corrosão sendo mais caros.
Por último, os petróleo tendem a apresentarem grande variabilidade de tipos
do óleo suas classificações são de °API, salinidade, SARA (Saturados, Aromáticos,
Resinas e Asfaltenicos), entre outros. Isso demonstra a necessidade de ter uma boa
escolha do material de uma indústria petroquímica em geral, analisando todas as
propriedades dos materiais alem da corrosividade.
REFERÊNCIAS

FAJOBI M., OLUWOLE L., LOTO R. T. Corrosion in Crude Distillation Overhead System: A Review.
Bio- and Tribo-Corrosion. Publicação online: 21 de jul. 2019. Disponível em:
<https://link.springer.com/article/10.1007/s40735-019-0262-4>. Acesso em: 02 de fev. 2023.

GAMA GASES. Propriedade dos Gases. São Bernardo do Campo: 2016. Disponível em:
<http://www.gamagases.com.br/propriedades-dos-gases.html>. Acesso em: 02 de fev. 2023.

Gentil, Vicente. Corrosão. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo GEN, 2022.

SZKLO A. S., ULLER V. C., BONFÁ M. H. P. Fundamentos do Refino do Petróleo: Tecnologia e


Economia. 3 ed.Rio de Janeiro: Interciência Ltda, 2005.

THURLER L., et al. Corrosão do Monel em sistemas de topo de torre de destilação atmosférica.
Congresso Brasileiro de Corrosão, Salvador: ago. 2002.

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