VIII-01 - Dicas de Saneamento Sustentável - Educação Ambiental
VIII-01 - Dicas de Saneamento Sustentável - Educação Ambiental
VIII-01 - Dicas de Saneamento Sustentável - Educação Ambiental
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Universitário Morro do Cruzeiro, S/N, Ouro Preto, MG - CEP: 35400-000 - Brasil - Tel.: +55 (31) 3559-1159
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RESUMO
Este trabalho teve como objetivo realizar uma ação de educação ambiental em saneamento básico a partir do
desenvolvimento e aplicação de um material didático sobre dicas de saneamento básico para serem utilizadas
no dia a dia pela população durante o período e após pandemia de Covid-19, redobrando os cuidados
necessários para a promoção da saúde pública e a preservação dos recursos naturais. O material foi
desenvolvido a partir de uma equipe multidisciplinar constituída por alunos de graduação e pós-graduação,
professores e pesquisadores da UFOP atuantes nas áreas do saneamento básico. Como etapa da elaboração do
material foram levantadas quais instalações e atividades domiciliares típicas do saneamento básico nas
habitações que teriam alguma influência no controle ou em uma possível disseminação do coronavírus, assim
como as orientações sanitárias adequadas para manejar estes componentes. Após as etapas de pesquisas,
redação, ilustrações e diagramação do texto foram originadas duas cartilhas, uma completa no formato do tipo
e-book (com duas edições) e outra resumida no formato de folder, ambos para o público em geral com
capacidade de leitura básica. O material apresenta a conceituação dos componentes do saneamento
relacionados a infraestrutura pública e as instalações domiciliares denominados, respectivamente, “da porta
para fora” e da “porta para dentro”. São identificados os componentes destas dimensões, bem como os atores
responsáveis por cada um. As dicas práticas de sustentabilidade para os componentes domiciliares do
saneamento são apresentadas individualmente para água potável, esgotos sanitários, águas de chuva e resíduos
sólidos. Na sequência o material foi divulgado nas mídias de comunicação da UFOP e demais parceiros, assim
como promovido em lives ao vivo no Youtube, com a realização de palestras e oficinas remotas pela internet
com a população local e pelo comitê sanitário da UFOP. Acredita-se que essa ação de educação ambiental em
saneamento básico pode ter contribuído na capacitação do público quanto as práticas populares de saneamento
em prol da sustentabilidade em atenção ao controle da disseminação da Covid-19.
INTRODUÇÃO
Em 11 de março de 2020, a Covid-19 foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde como uma pandemia. A
Covid-19 originada por um coronavírus (ONU, 2020), chamado SARS-CoV-2 pode desenvolver enfermidades,
METODOLOGIA
A construção do material de didático sobre de dicasde saneamento sustentável para o período de pandemia foi feita a
partir de um projeto coletivo, chamado Saneamento Sustentável, registrado na Pró-reitoria de Extensão da
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
As duas edições da cartilha e um folder foram produzidos, a capa desses são apresentados na Figura 1. A partir das
cartilhas, pode-se observar que está é capaz de guiar o leitor as recomendações importantes sobre o tema. A cartilha
teve bom aceite na comunidade local, sendo divulgada de forma independentes por diversas pessoas e portais.
As ilustrações são facilitadoras da compressão do conteúdo tratado. Os componentes do saneamento básico que
estão “da porta para dentro” das habitações como a caixa d’água e a caixa de gordura, assim como estão “da porta
para fora” como a rede de tubulações do sistema de abastecimento de água potável do município são apresentados
na Figura 2. Uma compreensão dos elementos do saneamento básico a partir destas duas dimensões do saneamento
básico são apresentadas a seguir.
Figura 2: Compreensão dos elementos do saneamento básico a partir das dimensões ‘‘da porta para dentro’’ e
‘‘da porta para fora’’.
Os componentes de saneamento básico que incluem instalações, infraestruturas, serviços e manejo dos pilares do
saneamento básico tendo em vista a sustentabilidade, separados pelos pilares do saneamento básico: água potável,
esgoto urbano, águas de chuva e resíduos sólidos. A primeira dimensão dos elementos do saneamento básico
abrange a infraestrutura, as instalações e os serviços fornecidos pelos responsáveis (prefeituras, concessionárias e
terceirizados). Esse aspecto inclui tudo o que é externo às habitações e aos demais locais de usos dos serviços do
saneamento básico. Esta dimensão do saneamento básico é denominada nesta cartilha como “da porta para fora”,
ilustrado na Figura 3.
A segunda dimensão abrange os elementos que estão em contato direto com os usuários dos serviços de saneamento
básico, que geralmente ocorrem dentro e no em torno das edificações. Dentre estes elementos estão as instalações
sanitárias (tubulações, caixa d’água, torneira, chuveiro, canaletas, lixeiras e outros). A forma de manejar estes
elementos também é abordada nesta dimensão, como o uso consciente de água, o encaminhamento adequado das
águas servidas e da chuva, bem como a redução e a destinação correta dos resíduos sólidos. Portanto, esta dimensão
é denominada como “da porta para dentro”, na qual é o alvo das cartilhas e ilustrado na Figura 4.
Figura 4: Segunda dimensão dos elementos do saneamento básico ‘‘da porta para dentro’’.
Figura 5: Compreensão dos elementos do saneamento básico a partir das dimensões ‘‘da porta para dentro’’ e
‘‘da porta para fora’’.
Outra informação essencial é a necessidade de limpeza e manutenção das caixas d’água, que podem acumular
sujeiras, comprometendo a qualidade da água (BRASIL, 2018). Além disso, para garantir a qualidade da água que
se bebe em casa, é necessário higienizar e dar manutenção rotineira nos filtros domésticos.
A higienização pessoal, de objetos, dos ambientes públicos e coletivos é a forma de higiene mais eficaz para a
prevenção de doenças relacionadas a falta de saneamento básico. Deve ser utilizada água sanitária (hipoclorito de
sódio) ou outros agentes desinfetantes para os cuidados nesses ambientes (BRASIL, 2006). Lavatórios públicos são
importantes para a higienização de pessoas em situação de rua. Estes equipamentos precisam ter água potável
sempre disponíveis, manutenção e limpeza frequentes para que possam garantir o direito humano essencial (SIWI,
UNICEF, 2020).
Deve-se manter atenção com às ligações inadequadas de água potável, é necessário o uso apenas de ligações
permitidas pela autoridade responsável para não comprometer a qualidade da água. E em caso do uso de fontes
alternativas de água como poços, cisternas e nascentes se informe com autoridades competentes sobre os
procedimentos a serem adotados.
Com o aumento da utilização da água potável para higienização em geral, é muito importante o consumo consciente
deste recurso para evitar excessos e desperdícios. É importante verificar se há vazamentos em tubulações e conexões
em casa, realizando os devidos reparos. Em caso de vazamentos em áreas públicas, deve-se acionar os responsáveis
pelo serviço em sua cidade. Formas de dar destaque a essa informação nas cartilhas é informar por meio de balões
coloridos quantos litros de água são desperdiçados com torneiras pigando. Seguido é indicada formas correta e
sustentável a verificação de vazamentos e outras melhorias sanitárias, apresentadas também em oficinas com a
equipe Saneamento Sustentável.
Medicamentos líquidos e sólidos vencidos e suas embalagens devem ser mantidos em recipiente seco (sacolas,
caixas de papelão). Esses não devem ser descartados em locais inadequados como vasos sanitários, ralos de esgotos
e nas coletas seletiva e dos rejeitos, estes resíduos em locais aptos a recebê-los como, drogarias e unidades de saúde.
Medicamentos vencidos descartados em locais inadequados podem contaminar o solo, as águas e os organismos
presentes, os sistemas convencionais de tratamento de água potável e tratamento de esgotos não removem as
substâncias químicas presentes nos medicamentos. Levando assim um grande risco a saúde das pessoas.
Outra classe de resíduos tratado na cartilha são as pilhas, baterias, lâmpadas, eletroeletrônicos e pneus devem ser
entregues nos Ecopontos Municipais, e antes acondicionados temporariamente em recipientes próprios, secos e
seguros, afastados dos demais resíduos. Estes resíduos podem contaminar os recursos naturais pois eles possuem
substâncias perigosas como metais pesados.
Resíduos volumosos, restos de podas também devem ser destinados de forma específica, e não abandonados em
terrenos baldios ou outros locais inadequados, pois o descarte irregular acaba nas redes de drenagem pluvial e indo
para rios e córregos. Entulhos de obra, construção e demolição são constituídos por recicláveis ou reutilizáveis como
agregados na obra (ex. tijolos, telhas e revestimentos cerâmicos; blocos e tubos de concreto e argamassa), recicláveis
em geral (ex. vidro, gesso, madeira, plástico e papelão), rejeitos (ex. estopas, lixas, panos e pincéis) e os nocivos à
saúde (ex. latas de solventes e tintas). Estes resíduos devem ser separados no local da geração e reaproveitados
sempre que possível na própria obra. E encaminhados para locais de reaproveitamento ou destinação final corretos
indicados pela prefeitura municipal utilizando serviços transportadores licenciados.
É necessário o manejo adequado dos resíduos que geralmente mais geramos em casa e em outros ambientes como
escritórios e repartições públicas, resíduos recicláveis, resíduos orgânicos e rejeitos. Os outros resíduos são gerados
com menos frequência e necessitam de cuidados especiais como: medicamentos vencidos, resíduos
eletroeletrônicos, pilhas e outros, resíduos volumosos e restos de podas, resíduos e entulhos de obras de construção
ou demolição.
Especificamente em período pandêmico e com famílias contaminadas pela Covid-19, não devem ser encaminhados
resíduo reciclável aos catadores. O material de ser identificado caso possa estar com a presença do vírus e deixe em
um local separado e armazenado em quarentena ou encaminhe para coleta e disposição final adequada. Para
manipulação de matérias contaminados deve-se sempre utilizar EPIs (luvas, máscaras e outros).
Aplicação do material
Na sequência o material foi divulgado nas mídias de comunicação da UFOP e demais parceiros, assim como
promovido em lives ao vivo no Youtube, com a realização de palestras e oficinas remotas pela internet com a
população local e pelo comitê sanitário da UFOP.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a Pró-reitoria de Extensão, a Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da
Universidade Federal de Ouro Preto pelas bolsas e auxílios concedidos. Agradecemos Cátedra UNESCO
Água, Mulheres e Desenvolvimento, ao Comité de Enfrentamento ao Coronavírus da Universidade Federal de
Ouro Preto, a toda a comunidade que participou das atividades de divulgação das cartilhas, que inclui a
Associação Comunitária de Moradores do Bairro São Cristóvão e o Coletivo Chico Rei.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ANA. Pela primeira vez pesquisa detecta coronavirus em 100%. Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico. Brasília. 2020.
2. ANTONIAZZI, Guilherme D. A.; ANSELMO, José R. Reflexões do direito a um saneamento básico
adequado e sua relação no combate ao Covid-19. Revista da Faculdade de Direito da Fundação Escola
Superior do Ministério Público, Porto Alegre, 16, n. 1, 2021. 135-152. Disponível em:
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_p
rodutos/bibli_informativo/2022_Periodicos/Rev-FD-FMP_n.16_n.1.pdf#page=136>. Acesso em: 8 abril
2023.
3. BRASIL. Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. Ministério da Saúde.
Brasília, p. 213. 2006. (ISBN 85-334-1240-1).