Código de Ética Da Polícia Federal
Código de Ética Da Polícia Federal
Código de Ética Da Polícia Federal
RESOLUÇÃO Nº 001/DPF,
DE 08 DE NOVEMBRO DE 2022
Resolve:
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação em Boletim de Serviço.
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 1º A conduta ética dos agentes públicos do Departamento de Polícia Federal reger-se-á
pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, pelo
Código de Conduta da Alta Administração Federal e por este código, sem prejuízo das
normas disciplinares aplicáveis.
Parágrafo único. Para os fins deste código, denominam-se agentes públicos os servidores
efetivos, os ocupantes de cargos em comissão, os funcionários ou empregados cedidos ao
Departamento de Polícia Federal por outros órgãos públicos, além daqueles que, por força de
lei, contrato ou qualquer outro ato jurídico, prestem serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, a este órgão.
Art. 2º A posse dos servidores do Departamento de Polícia Federal deverá ser acompanhada
de compromisso formal de obediência a este código, bem como ao Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, ao Código de Conduta da
Alta Administração Federal, quando cabível, e a outras normas de conduta ética aplicáveis.
Parágrafo único. O descumprimento deste código por parte de empregados referidos no caput
deste artigo, acarretará a apresentação do infrator à empresa prestadora de serviços.
I - conflito de interesses: situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e privados,
que possa comprometer o interesse público ou influenciar o desempenho imparcial da função
pública;
Seção II
Das Normas de Conduta
Subseção I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 5º São princípios e valores éticos que devem nortear a conduta profissional do agente
público do Departamento de Polícia Federal:
III - ter conduta equilibrada e isenta, não participando de transações e atividades que possam
comprometer a sua dignidade profissional ou desabonar a sua imagem pública, bem como a
da instituição;
V - ser honesto, reto, leal e justo, decidindo sempre pela opção mais vantajosa ao interesse
público;
VI - zelar pela utilização adequada dos recursos de tecnologia da informação, nos termos da
Política de Segurança da Informação e demais normas aplicáveis;
VII - manter sigilo quanto às informações sobre ato, fato ou decisão não divulgáveis ao
público, ressalvados os casos cuja divulgação seja exigida em norma;
XIII - obter autorização prévia e expressa do titular da unidade administrativa ao qual esteja
subordinado, para veicular estudos, pareceres, pesquisas e demais trabalhos de sua autoria,
desenvolvidos no âmbito de suas atribuições, assegurando-se de que sua divulgação não
envolverá conteúdo sigiloso, tampouco poderá comprometer a imagem do Departamento de
Polícia Federal;
XIV - quando no exercício de cargo de chefia, reconhecer o mérito de cada agente público e
propiciar igualdade de oportunidades para o desenvolvimento profissional, observadas as
atribuições do cargo e a hierarquia institucional;
XVI - fazer uso adequado das algemas para preservar a integridade física e a segurança dos
policiais, do público e do próprio conduzido, evitando causar danos à pessoa e a exposição
indevida de sua imagem;
XVII - atuar e encorajar outros agentes públicos a atuar de forma ética e de modo a assegurar
a credibilidade do Departamento de Polícia Federal;
XVIII - sempre que possível, fazer-se acompanhar de outro agente público do órgão, ao
participar de encontros profissionais com pessoas ou instituições públicas ou privadas que
tenham algum interesse junto ao Departamento de Polícia Federal, devendo registrar os
assuntos tratados em ata ou em outro documento equivalente;
XIX - consultar a Comissão de Ética sempre que se deparar com situação prevista, ou não,
neste código, que possa ensejar dúvidas quanto ao correto procedimento ou em situação que
possa suscitar conflito de interesses; e
Subseção III
Das Vedações
III - usar artifícios para prolongar a resolução de uma demanda ou dificultar o exercício
regular de direito por qualquer pessoa;
IV - permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos ou interesses de ordem
pessoal interfiram no trato com os administrados ou com colegas de qualquer hierarquia;
VI - apresentar-se em seu local de trabalho trajando item de vestuário ou adereço que afronte
a moralidade ou conflite com sua condição de agente da Administração;
VII - solicitar, sugerir, insinuar, intermediar, oferecer ou aceitar, em razão do cargo, função ou
emprego que exerça, qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação indevida, prêmio,
comissão, doação, vantagem, viagem ou hospedagem, que implique conflito de interesses,
para si ou para terceiros;
VIII - propor ou obter troca de favores que originem compromisso pessoal ou funcional,
potencialmente conflitante com o interesse público;
IX - receber brinde de interessado em processo sob análise do órgão em que esteja lotado,
ainda que de valor inferior ao estabelecido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da
República;
XI - contratar cônjuge, parente ou amigo ou, ainda, utilizar-se de influência para sugerir ou
para indicá-los à contratação ou à prestação de serviços ao Departamento de Polícia Federal;
XV - alienar, comprar, alugar, investir ou praticar outros atos de gestão de bens próprios, ou
de terceiros, com base em informação governamental da qual tenha conhecimento
privilegiado;
XVI - utilizar-se de informações privilegiadas, de que tenha conhecimento em decorrência do
cargo, função ou emprego que exerça, para influenciar decisões que possam vir a favorecer
interesses próprios ou de terceiros;
XVII - comentar com terceiros assuntos internos que envolvam informações sigilosas ou que
possam vir a antecipar decisão ou ação do Departamento de Polícia Federal ou, ainda,
comportamento do mercado;
XXI - utilizar-se da hierarquia para constranger agente público a praticar ato irregular ou
distinto de suas atribuições legais ou regulamentares;
XXII - utilizar-se da hierarquia para praticar assédio moral ou outro ato que exceda a
exigência ou a supervisão do cumprimento dos deveres legais e regulamentares;
XXIII - utilizar-se de sua função, poder, autoridade ou prerrogativa com finalidade estranha
ao interesse público;
XXVII - divulgar manifestação política ou ideológica conflitante com o exercício das suas
funções, expondo sua condição de agente público da Polícia Federal; e
XXVIII - ser conivente, ainda que por solidariedade, com infração a este código.
Seção III
Composição e Funcionamento da Comissão de Ética
Art. 8º A Comissão de Ética e Disciplina destina-se a apreciar e opinar nos assuntos de ética e
disciplina de relevância e repercussão, envolvendo agentes públicos da Polícia Federal, tendo
como membros titulares o Diretor-Geral da Polícia Federal, o Corregedor-Geral, o Diretor
Assistente Executivo, Diretor de Investigações e Combate ao Crime Organizado e à
Corrupção e o Diretor de Inteligência Policial, presidida pelo primeiro.
VII - estabelecer medidas de difusão interna das normas éticas de conduta funcional; e
Art. 10. A Comissão reunir-se-á, a qualquer tempo, por convocação do seu presidente.
Parágrafo único. De cada reunião lavrar-se-á ata, que conterá as manifestações dos membros
e o resumo das decisões e demais deliberações da comissão.
Art. 11. Havendo justa causa, a comissão determinará a instauração, de ofício ou mediante
denúncia, de procedimento apuratório de infração a princípio ou a regra ético-profissional.
Art. 13. Após a manifestação referida no art. 12, o presidente da apuração procederá à oitiva
do agente público e das testemunhas, bem como a outras eventuais diligências.
Art. 14. Após encerrada a instrução, o agente público será intimado para apresentar defesa
escrita no prazo de dez dias, sendo-lhe assegurada vista dos autos.
Art. 16. A decisão final será publicada no Boletim de Serviço, com a omissão dos nomes dos
envolvidos.
Art. 17. Da decisão da comissão caberá recurso ao Diretor-Geral, no prazo de dez dias a
contar da ciência do agente público.
Art. 18. Em caso de aplicação de censura ética, deverá ser juntada cópia do expediente aos
assentamentos funcionais do servidor, bem como comunicado o chefe imediato ou fiscal do
contrato do agente público censurado.
Art. 19. Caso a conduta constitua infração disciplinar, a comissão encaminhará o expediente à
Corregedoria-Geral - COGER/DPF para a adoção das providências disciplinares pertinentes.
Seção IV
Das Disposições Finais
Art. 20. As atividades de apoio serão exercidas pela Diretoria de Gestão de Pessoal, com
observância ao sigilo das informações.
Art. 21. O sigilo das informações, bem como o direito à honra e à imagem, serão assegurados
em todas as fases do procedimento.
Art. 22. Os procedimentos de apuração das infrações às normas éticas serão classificados
como reservados.
Art. 23. A Corregedoria-Geral manterá banco de dados das censuras éticas aplicadas pela
Comissão de Ética e Disciplina.
M. C. Oliveira
Superintendente Regional da Polícia Federal