Impactos Das Redes Sociais em Relação À Autoestima e Autoimagem
Impactos Das Redes Sociais em Relação À Autoestima e Autoimagem
Impactos Das Redes Sociais em Relação À Autoestima e Autoimagem
doi.org/10.51891/rease.v9i3.8724
1Acadêmica do curso de Psicologia da Faculdade Morgana Potrich (FAMP) Mineiros – GO, Brasil.
2Psicóloga,
Docente da FAMP — Faculdade Morgana Potrich, Mineiros — GO, Brasil. Especialista em Gestão
Organizacional, Desenvolvimento Humano e Coaching pela Faculdade Ávila, Goiânia — GO; Gestão de Sala de
Aula no Ensino Superior pelo Centro Universitário de Mineiros, Mineiros — GO; Psicologia do Esporte e Exercício
pelo CEPPE — SP.
Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v.9.n.03. mar. 2023.
ISSN - 2675 – 3375
Revista Ibero- Americana de Humanidades, Ciências e Educação- REASE
ABSTRACT: Social networks have become part of everyday life and have been expanding
recurrently, taking up more and more space in everyday life. As a result, it becomes worrying
when the frequency starts to exceed and take more than the recommended time. Imperceptibly,
the hours in front of digital devices are more recurrent, which causes a social life that is
increasingly distant from reality and such exposure can lead to damage, whether physical or
psychological. In addition to the above, there is a great influence on self-esteem and self-image,
which ends up creating space for triggers and questions about lifestyle and body image, imposed
by the media and reinforced daily in the social environment. Due to the exacerbated use of
technology, this issue is relevant and nowadays access has become even easier; all you need is
to be logged in to the internet and have a cell phone in hand, with just a few clicks we have
access to any and all information, from all over the world. Therefore, the concern with the
mental health of users arises when there is the indiscriminate use of such technology, in view
of the damage that disorderly exposure to the internet entails in their lives. Through a
bibliographical review of works from the last 10 years, the article was constructed with the
purpose of addressing the impacts of social networks on the self-esteem and self-image of users
and demonstrating the contributions of Cognitive-Behavioral Therapy (CBT), with tools and
techniques in coping with the excessive use and dependence on social networks, restoring
autonomy and self-esteem to these people.
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INTRODUÇÃO
As redes sociais vêm se tornando parte do cotidiano das pessoas com uma frequência
muito grande, é notável a sua evolução. Os sites de rede sociais foram interpretados por Boyd &
Ellison (2007) como sistemas que permitem a construção da imagem e exposição de um
indivíduo através de um perfil ou página pessoal, permitindo a interação dos usuários. Relacionar
redes sociais e autoestima atualmente torna-se muito fácil, tendo em vista que as pessoas avaliam
a si próprias e aos demais a partir de suas exposições na internet, que ao projetar o ideal de
felicidade em um corpo e uma vida que não são reais, cria-se a armadilha perfeita que pode
dificultar a relação com o próprio corpo e com a vida, trazendo prejuízos a saúde mental
(SANTOS, 2016).
A partir da preocupação exagerada com a autoimagem e consumo nas redes sociais, a vida
cotidiana das pessoas passou a ser um palco teatral, em que o sujeito chama atenção como uma
forma de suprir suas carências, e essa visibilidade contemporânea, deixa cada vez mais confusos
os limites entre o que público e privado (SANTOS, 2016).
A dependência da internet acaba gerando prejuízos a longo prazo. O comportamento de
usar de forma exagerada essa ferramenta acaba trazendo prejuízos negativos a outros
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comportamentos da nossa rotina como; má qualidade do sono, baixa dedicação a família e
alimentação demasiadamente ruim (ABREU, 2013 apud SILVA, 2020). A Terapia Cognitivo
Comportamental (TCC) vem apresentando ferramentas e técnicas importantes, de grande
eficácia no tratamento da dependência da internet, se tornando uma abordagem de extrema
importância e de resultados positivos na vida desses usuários como habilidades sociais,
autoconhecimento e também devolve aos mesmos qualidades de vida (RIBEIRO, 2020).
O presente estudo foi conduzido com a finalidade de discorrer sobre as consequências do
uso indiscriminado das redes sociais na autoimagem, autoestima e saúde mental dos usuários
delas. Buscou-se entender a influência que as redes sociais tem na construção e manutenção da
autoimagem e autoestima, apresentando os possíveis impactos dos modelos vendidos nas redes
socias, além de compreender as consequências do mau uso das redes socias, e a importância da
terapia cognitivo comportamental, no enfrentamento do uso desordenado da internet.
Após delimitarmos a problemática e os objetivos específicos esperados a atingir, durante
a revisão literária, a pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica, com análise
qualitativa, baseado em materiais digitais, livros e artigos científicos, tais referências publicadas
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nos últimos dez anos. Tais referências de mais de 10 anos foram mantidas por sua relevância e
pertinência no assunto e ao resultado final do trabalho.
REFERENCIAL TEÓRICO
A autoestima tem quatro pilares importantes segundo Riso (2012), que são constituídas
pelo autoconceito, autoimagem, auto reforço e autoeficácia. Se esses pilares se apresentam bem
sólidos, mantem-se a autoestima estável.
O autoconceito é a forma como se pensa a respeito de si mesmo, sendo assim você decide
a forma como quer ser tratado, compreende seus limites e suas exigências, tendo a consciência
pela escolha de se amar ou não. Procura-se também ser ao máximo flexível consigo mesmo,
aprendendo a se concentrar nas conquistas e não se limitando apenas aos erros. A autoimagem é
a avaliação que fazemos do nosso próprio corpo e assim se torna viável decidir o seu próprio
conceito de belo. Contudo, sabendo diferenciar o belo da estética, aprendendo a sempre gostar
de si mesmo, por mais difícil que esse desafio seja, construir essa conduta é de extrema
importância, pois a autoimagem vai além da sua aparência física (RISO, 2012).
O auto reforço é o ato de nos reforçarmos daquilo que somos capazes, ou seja, sermos
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mais justos consigo mesmo. A falta de se auto reforçar acaba gerando frustrações e deixa o
indivíduo propenso a ser infeliz ou incapaz de se recompensar e enxergar suas qualidades. A
autoeficiência, é a confiança e convicção que é possível atingir os resultados esperados.
Consequentemente surge a importância do reforço de uma alta autoeficiência, aliado a se sentir
mais seguro fazendo com que os objetivos sejam alcançados, ou que se lute para alça-los; nesse
sentido a autoeficiência é uma opinião positiva sobre si, a confiança que é necessária para atingir
os objetivos almejados (RISO, 2012).
A autoestima tem uma relação direta com o estado afetivo, social e psicológico de uma
pessoa, devido a esse motivo que é considerada um indicador de saúde mental, além disso, a
saúde mental de um indivíduo está interligada à sua autoimagem (BOYD & ELLISON, 2007).
No mundo midiático, as redes sociais mais famosas surgidas no século XXI como o
Facebook, Youtube, Twitter e Instagram, permitem a comunicação com indivíduos de todo o
mundo, mas existe também a ferramenta de publicações dos autorretratos, fotos, textos, contudo
este recurso e outras facilidades estão dividindo opiniões. No entanto, alguns conteúdos,
principalmente os voltados para o público feminino, estimulam a exploração excessiva da
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serem público que tem uma grande atuação em relação a este ambiente. Sabe-se que as pessoas
vivem em uma incessante busca pela felicidade (FERREIRA, 2019).
Entre os inúmeros caminhos que podem ser percorridos para alcançá-la, Silva (2019)
aponta a autoestima como sendo uma porta de entrada para que se tenha uma vida feliz. Então
ao seguir tal raciocínio, uma baixa autoestima pode interferir na qualidade de vida de maneira
negativa. As queixas, muitas vezes, estão relacionadas ao corpo e afetam, especialmente, as
mulheres e as adolescentes de uma forma ampla.
Silva (2019) salienta a busca de apresentar um corpo ideal pela mídia, especialmente
através das plataformas online, decorrente desta problemática fez com que eclodissem dietas,
rotinas de atividades em busca de mudar o físico, cosméticos, procedimentos estéticos, entre
tantos outros dispositivos para que fosse possível atingir o tão almejado e desejado padrão de
beleza corporal. Por outro lado, a busca constante por esse ideal de beleza cria uma aproximação
com as emoções ligadas a autoestima, bem como as atitudes que levam a essa busca desenfreada,
quase sempre sobrepostas à saúde, o que contribui de maneira importante para o aumento de
diversas doenças psicossomáticas.
É possível notar a baixa autoestima quando se toma consciência de que na maioria das
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vezes a realidade anda no sentido oposto ao ideal. A apresentação dos corpos magros e sarados
nas diferentes campanhas publicitárias afeta diretamente o gênero feminino, pois gera
comparação. Com isso a idealização daquilo que seria tido como perfeito não existe e a busca
inalcançável se torna frustrante (SILVA, 2019).
A autoimagem é muito confundida com autoestima, porém as duas possuem significados
diferentes. A autoimagem está ligada a forma como a pessoa se enxerga e como se percebe,
estando assim, ligada a um aspecto físico. Já a autoestima representa o que a pessoa sente em
relação à sua autoimagem. Dessa forma, a autoimagem gera autoestima, afetando a relação que
a própria pessoa constrói (JESUS; SANTOS; BRANDÃO, 2015).
Na contemporaneidade, a sociedade tem sido estruturada por uma cultura que busca o
estereótipo como uma forma de identidade. Por meio principalmente das mídias digitais, que
conduz propagandas com imagens de corpos irreais e destina sua atenção especialmente a
adolescentes que buscam por uma aparência perfeita, induz as pessoas a se distanciarem cada vez
mais da aceitação de seu corpo real (JUNIOR; SILVA, 2014).
A partir da preocupação exagerada com a autoimagem e consumo nas redes sociais, a vida
cotidiana das pessoas passou a ser um palco teatral, em que o sujeito chama atenção como uma
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forma de suprir suas carências, e essa visibilidade contemporânea, deixa cada vez mais confusos
os limites entre o público e o privado (SANTOS, 2016). Essa preocupação com a autoimagem
influenciada pelas mídias sociais traz como consequência problemas a saúde, pois provoca
sofrimento e discriminação naqueles que não se sentem atraentes, ou não se sentem parte de um
mundo feliz imposto por outras pessoas em suas redes sociais (SILVA; TAQUETTE;
COUTINHO, 2014).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021), a saúde mental é entendida
como “um estado de bem-estar no qual o indivíduo perceba as suas próprias capacidades, possa
lidar com as tensões normais da vida, possa trabalhar de forma produtiva e frutífera e possa
contribuir para a sua comunidade”.
A Internet tornou-se uma ferramenta extremamente necessária atualmente. Nos últimos
anos, a abundância de acesso à informação, comunicação instantânea e entretenimento levou a
um crescimento exponencial do número de usuários da Internet, atingindo 2,5 bilhões em todo o
mundo, com adolescentes e jovens adultos sendo a maioria. Junto com os benefícios, surgiram
também o uso desadaptativo e os efeitos prejudiciais da linguagem da Internet (IA), considerada
uma proliferação do século XXI e motivo de preocupação como um problema global de saúde
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mental (ACÁCIO, 2021). A IA (linguagem da internet) é caracterizada pelo uso mal adaptativo,
resultando em dano clinicamente significativo ou sofrimento emocional. Em muitos casos, as
pessoas simplesmente percebem o uso excessivo da Internet, incluindo o gasto exagerado de
tempo de forma descontrolada, bem como o tempo necessário para outras atividades pessoais
(ACÁCIO, 2021).
Ainda segundo Menezes (2012), os problemas com a saúde mental no uso extensivo de
redes sociais são descritos com mais detalhes, em termos de como essas alterações agem no
usuário e podem estar relacionadas a padrões patológicos de comportamento.
As redes sociais tem o poder de passar a visão de que a vida de todos é ótima, menos a
sua, causando ansiedade no usuário, e confrontar o que os outros chamam de realização pode
desencadeá-la. O indivíduo pode pensar que está parado, ou que seus esforços não foram
suficientes para conquistar a vida dos seus sonhos. Notícias negativas constantes e comentários
desagradáveis também podem criar tensão, pois o cérebro não consegue digerir todas as
informações que recebe durante o dia. Desta forma, a má estimulação se tornará um fardo para
a mente. Pode-se, então, começar a questionar o estado do mundo e da sociedade que gera
ansiedade sobre o futuro (ACÁCIO, 2021).
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dos alimentos. Para evitar prejuízos, especialistas da área da saúde devem ser consultados
(COSTA, JUNIOR, 2018).
Outra emoção que aparece com frequência nas redes sociais é a raiva, visto que as pessoas
tendem a ser ousadas em ambientes virtuais. As conversas e debates amigáveis à primeira vista
podem, ao longo do tempo, podem se inverterem. O anonimato e a distância encorajam muitos
a dizer coisas que não compartilhariam pessoalmente e é onde precisa-se ter cautela na hora de
fazer o uso das redes sociais. (COSTA RICA, JÚNIOR, 2018).
Além disso, na web, é possível encontrar uma grande variedade de opiniões, nem todas
agradáveis. As pessoas podem ficar bravas com a forma como os outros se expressam ou com
palavras ofensivas. No entanto, enfrentá-los só cria estresse. Poucas pessoas acessam a internet
para falarem o que querem e não se importam com as pessoas que podem se ofender (MENEZES,
2012).
De forma geral, emoções como raiva, inadequação, tristeza e humor depressivo (ou até
mesmo a depressão) podem se tornar mais frequentes à medida que as mídias sociais são
priorizadas. Na vida diária, pode-se encontrar essas emoções ao interagir com colegas, amigos
ou parentes. Logo, a mente não consegue descansar e se desligar da negatividade. O uso abusivo
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das redes pode amplificar as emoções de uma forma negativa, as quais podem afetar o bem-estar
emocional e assim agravar sintomas, como a depressão, estresse e ansiedade (JUNIOR et al,
2014).
Relacionar redes sociais e autoestima atualmente torna-se muito fácil, tendo em vista que
as pessoas avaliam a si próprias e aos demais a partir de suas exposições na internet. Ao projetar
o ideal de felicidade em um corpo e uma vida que não condiz com a realidade, cria-se a armadilha
perfeita podendo posteriormente piorar a relação com o próprio corpo e com a vida (SANTOS,
2016).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os resultados encontrados, é possível afirmar que as redes socias acarretam
diversos prejuízos na vida dos usuários que a utilizam de forma abusiva, podendo desencadear
diversas consequências negativas, devido à quantidade de horas que passam conectados, podendo
afetar a saúde mental, autoestima e autoimagem dos mesmos.
Com a leitura e levantamento realizados, denota-se a importância do autoconhecimento,
da reflexão e conhecimento das consequências do uso das redes sociais, além do quanto é
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necessário mediar o uso das mesmas, tendo em vista a importância do cuidado com a saúde
emocional indica, assim, a necessidade de estabelecer limites e desenvolver autocontrole no uso
do mundo virtual, trazendo assim melhores condições de bem-estar para o usuário.
Enquanto contribuições da psicologia, em especial da Terapia Cognitivo
Comportamental (TCC), que vem mostrando eficácia no tratamento de usuários dependentes
na atuação com suas técnicas, evidenciou que os efeitos causados pela dependência ou quadros
patológicos, em que já não é mais possível se desconectar devido a dependência causada pela
internet, podem apresentar uma melhora significativa, além de ser possível também trabalhar
com prevenção aos possíveis adoecimentos mentais causado pelo uso exacerbado das redes
sociais. A TCC busca desenvolver junto a seus pacientes, possibilidades de compreensão,
amadurecimento e qualidade de vida, que visam devolver aos poucos a autoestima e autonomia,
trabalhando desde técnicas como a psicoeducação, habilidades sociais, cartões de enfrentamento,
metas bem claras do período de uso das mídias digitais, listas de tarefas alternativas a serem
utilizadas como passatempo, dentre outras a serem utilizadas para recuperação e melhora
significativa dos usuários.
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