Revista Obreiro Aprovado Ano 38 n71pdf PDF Free

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Liderança • Teologia • Prática m im s n n

WBÊ ARTIGOS

Santificação, batismo no Espírito


Santo e Hermenêutica
Perci Fontoura, Antonio José Azevedo
Pereira e Temóteo Ramos

O obreiro como pescador


Pr. Maurício Brito

Os fariseus no Livro de Atos


Marc Turnage

Esquizofrênicos e bipolares
Pr. Israel Alves Ferreira

Lições da vida de Sansão


Pr. Francisco Gonçalves

Contexto histórico dos Credos José: a realidade de um sonho


Pr. Claudionor de Andrade
e das Confissões de Fé,e a Declaração
de Fé da Assem bleia de Deus R EP O R TA G EM

Esequias Soares Pastores refletem sobre as


próximas gerações de obreiros

EN TREVISTA Joh n Maxwell


Pr. Douglas Baptista fala sobre educação Grandes equipes têm
e ideologia secularista nas escolas grande profundidade

Gabinete Pastoral: “ Por que as igrejas precisam filiar-se a uma convenção?”


Os textos
mais
agora em m JP lk

tugues
As Obras de Armínio
Jacó Armínio

A igreja evangélica brasileira em


sua grande maioria, se identifica
com a visão arminiana, porém,
até a presente data, não havia
em português toda a extensão do
pensamento deste importante teólogo
reformado acerca da Predestinação,
Providência Divina, o livre-arbítrio, a
Graça de Deus, A divindade do filho
de Deus e a justificação do homem,
entre diversos outros assuntos.
Esta obra vem preencher esta
importante lacuna. Por tudo isso, a
CPAD tem a alegria de poder oferecer
'pEÉ(lt à igreja brasileira a oportunidade
de conhecer e se aprofundar no
pensamento contido nas obras de
Armínio.
VOLUME
VOIUM E
Visite o site do livro
E acesse artigos, videos
E muito mais.
\ ( rt»MT .
'.OLUMH

Digitalização: JumorEvoH ÂNOS


EM TODAS AS LIVRARIAS 0800 021 7373 Vem crescer
c p a d , com.br c o m d gente!
Carta da C P A D

Uma teologia
madura
A
Assembleia de Deus no Brasil se aproxima de seus 105 anos
de vida ainda pujante e também mais amadurecida teolo­
gicamente. Durante esse mais de um século de existência,
muitos foram os modismos e ventos de doutrina que se
levantaram, mas a AD permaneceu firmada na ortodoxia bíblica, de
maneira que hoje podemos dizer que tais movimentos só serviram para
amadurecê-la doutrinariamente.
Como reflexo desse amadurecimento, as lideranças da AD no Brasil
sentiram a necessidade de elaborar uma Declaração de Fé mais detalhada,
como forma de cristalizar essa consolidação. Em 2012, foi aprovada pela
Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) a criação
Ronaldo Rodrigues
de uma comissão especial para trabalhar o texto da Declaração de Fé das
Assembleias de Deus brasileiras, que não substitui o "Cremos", criado de Souza
em 1968 e que continuará existindo, mas detalha nossas crenças à luz da Diretor-executivo da C P A D
Bíblia, de maneira a, inclusive, não abrir brechas para quaisquer dúvidas
em relação ao posicionamento da denominação em várias questões.
Louvamos a Deus porque o principal canal para essa reflexão que re­
dundou no projeto de elaboração da Declaração de Fé das Assembleias de
Deus no Brasil foram os periódicos da CPAD, dentre eles, notadamente, Nossa missão é
a revista "Obreiro Aprovado", que tem, durante 38 anos, sido um espaço promover informação, edi­
para a reflexão bíblica, pastoral e teológica.
ficação e o fortalecimento
E com esse sentimento que apresentamos mais esta edição, crendo
que ela será bênção para a sua vida, assim como as demais, pois foi bíblico e teológico das
elaborada na perspectiva de sempre dos periódicos da CPAD: promover Assembleias de Deus
informação, edificação e o fortalecimento bíblico e teológico da deno­
minação por meio de um conteúdo de qualidade.

Gerente Financeiro TELEM ARKETING A a m s fx itt1 ê u d a }m i}n M ü tç ik u ie ix 'S íre n d e re g u ijíK


Josafâ Franklin Santos Bomfim Departamentodejornalismoeas remessasde vaíor(pa­
( 2 ‘: à 6 J das Sh às 1 8 h e aos sábados gamentodeasshiatura, publicidadeetc:) exdushmm ite
das 9 h às 1 5 h ) a CPAD. A direçãoé rèsponsàvdperantea Leipor toda
Gerente de Produção e Arte mtíériapublicada. Perantea Igivja, osartigosassimdas
Jarbas Ramires Silva Rio de janeiro: (2 1 ) 3 1 7 1 -2 7 2 3 sãodi^n^ta&úMidadeikseimulonv.Tmtvpivsmtathio
necessariamente a opinião da revista. Assegunhse a
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Alexandre Clauâino Coelho
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mento de assinaturas deve ser feito por meio de boletos
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Silas Daniel Banco de imagens Shutterstock OBREIRO - Revista evangélica trimestral, criada
em outubro de 1977, editada pela Casa Publicadora
Editor Fotografia das Assembléias de Deus. e destinada à liderança
penlecostal de modo geral. Registrada sob n."
Edilberto Silva Arquivo (CPAD) 007.022.328, conforme Lei de Imprensa.
7 - Carta à Liderança Pentecostal
Se você crê, o milagre virá sobre a sua vida
Pr. José Wellington Bezerra da Costa

Artigos

Capa
20 - Porque as ADs precisam de uma Declaração de Fé
Pastor Esecjuias Soares, líder da Assembleia de Deus em Jundiaí (SP) e da Comissão
de Apologética Cristã da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil
(CGADB), apresenta o contexto histórico dos Credos e das Confissões de Fé efala
da necessidade de a Assembleia de Deus brasileira ter sua Declaração de Fé.

2 6 - 0 obreiro como pescador


Pr. Maurício Brito

30 - Os fariseus no Livro de A t o s
Marc Turnage

38 - Obreiros esquizofrênicos e bipolares


Pr. Israel Alves Ferreira

44 - Lições da vida de Sansão


Pr. Francisco Gonçalves

78 - José: a realidade de um sonho


Pr. Claudionor de Andrade

Seções

9 - E N T R E V I S T A / Pastor Douglas Baptista


Pastor Douglas Baptista, presidente do Conselho de Educação da CGADB
(CEC-CGADB),fala sobre atividades e planos do CEC, o Plano Nacional de Educa­
ção, identidade de gênero, ensino religioso nas escolas e do encontro de professores,
diretores e alunos de seminários teológicos credenciados no Ministério da Educação.

1 4 -R EPO R TAG EM
O que esperar das próximas gerações de obreiros?
O olhar crítico de veteranos pastores sobre a atual conjuntura ministerial e suas
expectativas futuras.
52 - G A B I N E T E P A S T O R A L
Que pergunta você gostaria que fosse respondida nesta seção? Na edição deste trimes­
tre, o pastor Elienai Cabral responde perguntas sobre o batismo no Espírito Santo e a
evidência do falar em línguas estranhas; a inserção de casais vivendo em união estável
na igreja-, e a necessidade de uma igreja filiar-se a uma convenção de pastores.
Pr. Elienai Cabral

3 6 -JO H N M AXW ELL


Confira nesta seção um artigo sobre liderança cristã com o pastor John Maxwell e
tenha em mãos boa orientação baseada na Palavra de Deus.

Escola Bíblica

58 - A doutrina da santificação CB4D


Pr. Perci Fontoura www.cpad.com.br

62 - Batism o no E sp írito Santo: uma perspectiva


bíblica e histórica
Pr. Antonio José Azevedo Pereira

66 - P rin cípios da Herm enêutica


Pr. Temóteo Ramos

86 - S E R M O N Á R I O
Nesta seção, você encontra 12 esboços de sermões para serem desenvolvidos.

90 - C A R T A S
Aqui é um espaço para você sugerir e opinar a respeito de nossa revista, seus artigos
e seções. Envie-nos seu e-mail para [email protected].

7 6 - L A N Ç A M E N T O S / Resenha de livros Liderança/Teoiogia/Prática

AHora mas
| Importante

C h a rles R.
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Ano 3 6 - n° 71 / Outubro-Novembro-Dezembro / 2015

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Um dos maiores clássicos


da literatura evangélica.

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A cada capítulo uma história diferente, uma nova


biografia. Esta obra contém as biografias de grandes
servos de Jesus, como: Lutero, Finney, Wesley e
Moody, dentre outros que resolveram viver uma vida
de plenitude do evangelho. Conheça a vida de pessoas
verdadeiramente transformadas por Deus e que, por
isso, servem-nos como exemplos de vida.
Um estímulo para também buscarmos ser
reconhecidos como verdadeiros Heróis da Fé.

£ãÓJ j !
ANOS ' '
EM TODAS AS LIVRARIAS 0800 021 7373 Vem crescer,
c p a d .c o m .b r c o m a gente!
Carta à Liderança Pentecostal

Se você crê, o milagre


virá sobre a sua vida

A
Bíblia diz em Jó 37.5 que "com sua voz, Deus troveja maravi­
lhosamente; faz grandes coisas que nós não compreendemos".
A mente do homem natural é limitada para compreender as
grandes obras de Deus. Vários exemplos podem ser citados para
ilustrar essa questão. Em um deles, conta-se que, certa feita, uma profes­
sora criticava a Bíblia dizendo que quando o povo de Israel atravessou o
Mar Vermelho só havia 10 centímetros de água. O aluno crente começou
a glorificar a Deus, então a professora lhe perguntou: "Por que toda essa
alegria?". Disse o aluno: "O poder do meu Deus é tão grande! Ele matou
todo o exército de Faraó afogado em 10 centímetros de água!".
Vamos juntos fazer um teste da nossa fé diante dos grandes feitos de
Deus. Vejamos alguns deles:
1) Josué, no Vale de Ajalon, ordenou que o sol e a lua parassem. Eu
creio, e você?
2) Jonas foi salvo num mar tempestuoso no ventre de um grande peixe.
Como nós já nos acostumamos a passar em lugares apertados, cremos na Pastor José W ellington
versão da Bíblia. Além do que, se isso fosse impossível mesmo, Deus é um
Deus de milagres. Você pode crer?
B ezerra da Costa
3) Eliseu resolveu o problema de uma pobre viúva endividada multiplican­ Presidente da Convenção
do azeite em sua casa, até que não houvesse mais vasos vazios. Você pode crer? G eral das A ssem bleias de
4) Elias preparou o altar, colocou a sua oferta sobre ele, mandou jogar Deus no B rasil
12 cântaros de água sobre a lenha, e depois pediu a Deus que mandasse
fogo, e o Senhor mandou. O fogo queimou o sacrifício, a lenha e as pedras;
e lambeu a água até o pó. Eu creio! Você pode crer?
5) Jesus recebeu das mãos de um mocinho cinco pães e dois peixinhos,
deu graças ao Pai, logo depois mandou o povo se assentar na relva e todos
foram alimentados. Você pode crer? Eu creio no Deus que multiplica!
6) No Dia de Pentecostes, Jesus batizou no Espírito Santo cerca de 120 Deus faz grandes
crentes; todos falaram línguas estranhas, e viram como línguas de fogo coisas que nós não com­
repartidas sobre eles. Você crê? Sem dúvida alguma, eu creio!
7) Numa madrugada, oramos por uma jovem que ia amputar o seu preendemos. Creia nEle!
braço direito no dia seguinte, e Jesus a curou. Você pode crer? Eu vi e creio.
Mesmo que não tivesse visto, creria também.
Neste exato momento, Ele pode fazer grandes milagres! Você que está
necessitado pode crer? Nós falamos de milagres; Deus usando os homens,
usando um peixe, usando a natureza, vindo do céu e realizando grandes
feitos por meio de Jesus. Se você pode crer, o milagre vai acontecer na sua
vida. Não importa a gravidade do seu problema. Quanto mais difícil para
nós é mais fácil para Ele!

o b tm r
APLIQUE no seu cotidiano
os ensinamentos das
ESCRITURAS

PROPAGANDO A VERDADE
ATRAVÉS DO ENSINO
Clancy Hayes
Ti
Esta obra apresenta oito figuras bíblicas
com situações que podem ser aplicadas no
seu cotidiano, além de mostrar as verdades de
Deus e ensinar como continuar a anunciar os
ensinamentos encontrados nas Escrituras.

Em cada capítulo, você obterá informações


da vida de cada um dos personagens bíblicos
e colherá importantes princípios. Também
encontrará aplicações práticas e exemplos de
fé que podem ser aplicadas nos dias atuais.

.C&D/
ANOS
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EM TODAS AS LIVRARIAS
Vem crescer
cpad.com.br c o m d gente!
Entrevista
Pastor Douglas Baptista

//
Estamos
preocupados
com a
ideologia
secularista
que impera
em nossa
sociedade"

L
íder da Assembleia de
Deus de Missão do Distrito
Federal, doutor em Teolo­
gia Sistemática, mestre em
Teologia do Novo Testamento, pós-
-graduado em Docência do Ensino
Superior e Bibliologia, e licenciado
em Educação Religiosa e Filosofia;
também presidente do Conselho de
Educação e Cultura da Convenção
Geral das Assembleias de Deus no
Brasil (CGADB), da Ordem dos
Capelães Evangélicos do Brasil e
da Sociedade Brasileira de Teologia
Cristã Evangélica; bem como 2o Conselho da CGADB, que preside, Eu agradeço a Deus pela opor­
vice-presidente da Convenção dos e do ensino religioso em escolas pú­ tunidade de divulgar o trabalho do
Ministros das Assembleias de Deus blicas. Uma parte desta entrevista Conselho de Educação. Estamos
de Brasília e Goiás (COMADEBG), foi publicada na edição n° 1564 do com um projeto audacioso que é a
além de diretor geral do Instituto jornal Mensageiro da Paz. Aqui, celebração dos 500 anos da Refor­
Brasileiro de Teologia e Ciências porém, ela segue na íntegra. ma Protestante. Realizaremos uma
Humanas, pastor Douglas Roberto sequencia de seminários alusivos
de Almeida Baptista, entrevistado Quais têm sid o as m ais re­ à celebração. Nos dias 11 a 13 de
desta edição da revista Obreiro centes atividades desenvolvidas setembro, realizamos o primeiro
Aprovado fala, dentre outras coi­ pelo Conselho do qual o senhor é em Palmas, capital do Tocantins;
sas, sobre as atividades e planos do presidente? no mês de outubro, dias 23 a 25,

O b im N
Pastor Douglas Baptista, ao centro, reunido com pastores tratando de assuntos da pasta do Conselho de Educação e Cultura da CGADB

declaração de gradação de laicida­


Embora alguns de nossos teólogos não considerem de, por exemplo, foi reconhecida
que a Assembleia de Deus seja filha da Reforma, creio que pela França, que promulgou a
Declaração Universal de Laicidade
todos hão de convir que nós somos resultado dela do Século XXI, admitindo que a
laicidade depende de cada Estado,
o evento será em João Pessoa, na religioso nas escolas brasileiras. de acordo com a cultura e a reli­
Paraíba; e por último, nos dias 4 a 6 Qual a posição do CEC e da CGA­ giosidade de seu povo. O Brasil é
de dezembro, na cidade de Montes DB, tendo em vista que o senhor um Estado laico, mas não laicista.
Claros, em Minas Gerais. O projeto tem participado desse debate? O laicismo é fundamentalista, im­
visa, por meio de oito plenárias em Isso mesmo. O Conselho de põe ideologias secularistas e faz
cada um dos seminários, resgatar Educação da CGADB emitiu um oposição à religião. Isso precisa ser
a história da Reforma Protestante, parecer e nós participamos da au­ muito bem compreendido. Apre­
isto é, os precursores, as princi­ diência pública. O que vemos é o sentamos o argumento de que o
pais doutrinas, até chegarmos ao seguinte: existe uma preocupação pressuposto de laicidade não pode
movimento pentecostal hodierno. da Assembleia de Deus com a ide­ ser utilizado para retirar o ensino
Embora alguns de nossos teólogos ologia secularista que impera em religioso das escolas. Quanto à
não considerem que a Assembleia nossa sociedade. São dois os prin­ questão do proselitismo, nós de­
de Deus seja filha da Reforma, cípios que os contrários ao ensino fendemos um ensino religioso de
creio que todos hão de convir que religioso utilizam para que este cunho confessional. Pontuo aqui
nós somos resultado dela. seja retirado das escolas: a questão que há um entendimento equivo­
da laicidade e o proselitismo. O cado sobre ensino confessional.
Ocorreu recentemente, no Su­ argumento que nós apresentamos Ensino confessional não é o ensino
premo Tribunal Federal, uma audi­ é que a laicidade brasileira não é de uma religião somente, conforme
ência pública a respeito do ensino absoluta, mas tem gradações. Essa proclamado pela mídia, pois, ao se

O b tm
matricular, o aluno vai fazer a ma­ isso, pois são poucas as instituições os Seminários de Educação Teológi­
trícula na confissão de fé que ele já teológicas credenciadas no Minis­ ca. No total, foram 15 eventos, com
professa, que já leva de casa. Então, tério da Educação. A grande parte média de quatro por ano. Nessas
isso não é proselitismo. Proseli­ dos cursos de bacharel em Teologia ocasiões, levamos às instituições te­
tismo é o que eles querem fazer: é apenas livre. Outro detalhe, em ológicas, às igrejas e às convenções,
transformar em não confessio­ relação à licenciatura em Educação o trabalho e a necessidade de uma
nal. Ensinar Ciência da Religião, Religiosa, o Ministério da Educação educação teológica, levantando
História das Religiões, dentro de não autorizou nenhuma graduação temas como hermenêutica, exegese,
uma única sala de aula, e apresen­ até o presente momento. Ninguém homilética etc, tentando buscar um
tar todas as matizes religiosas, e está credenciado a ministrar Licen­ alinhamento doutrinário das nossas
ensinar ao mesmo tempo, e como ciatura de Ensino Religioso. Só por igrejas. Além do projeto de celebra­
que equivalentes, o candomblé, a meio de cursos livres, ou na área de ção dos 500 anos da Reforma, por
umbanda, o espiritismo, o judaís­ pós-graduação. meio do qual pretendemos atingir
mo, o islamismo e o cristianismo. todas as regiões, teremos uma
Isso é proselitismo. Como o senhor resum iria as atividade prevista para janeiro do
atividades do Conselho de Educa­ próximo ano, que é o Encontro de
E a questão confessional não ção da CGADB junto às ADs em Professores, Diretores e Alunos de
traria ônus para o governo, como todo Brasil? Seminários Teológicos credencia­
os opositores dessa ideia têm dito, Realizamos, em anos anteriores, dos no Ministério da Educação, que
considerando a possibilidade de será realizado na sede da Faculdade
existir uma diversidade de crenças das Assembleias de Deus (Faecad),
em um estabelecimento de ensino? 0 argumento que nós no Rio de Janeiro. Pretendemos en-
Por exemplo: pode ser que tenha v o lm Iodos osMessa
uma escola com dez ou mais pra­ apresentamos é que a laicidade na área Teológica e apresentar basi­
ticantes de religiões diferentes e a brasileira não é absoluta, mas camente três ternárias. A primeira é
demanda exigiria professores para sobre o ensino religioso nas escolas
tem gradações
cada fé religiosa. públicas. Falaremos sobre como
Certamente, essa questão do preparar e formar líderes para
ônus também foi levantada. A pro­ uma das duas possíveis situações
posta apresentada pela Assembleia que o STF decida: a ministração
de Deus é de que o professor do do ensino confessional ou História
ensino religioso confessional seja das Religiões e Ciência da Religião.
credenciado pela instituição reli­ Atualmente, o Conselho Nacional
giosa a que ele pertença, tenha uma de Educação prevê que o professor
formação adequada para o ma­ de ensino religioso não precisa ter
gistério, licenciatura em qualquer formação teológica, mas apenas
área e que seja credenciada por sua uma licenciatura em qualquer área.
instituição religiosa, fazendo esse Sendo assim, precisamos preparar
trabalho de modo vocacional, não nosso pessoal. O CNE prevê que os
remunerado. Estados possam fazer um cursinho
à parte de preparação especial. Aí
E como ficariam os form ados nós vamos depender da decisão do
em Teologia sem licenciatura? STF. Por isso, marcamos a reunião
No ensino confessional, a licen­ para janeiro do ano que vem por
ciatura, a educação religiosa e o acharmos que até lá o Supremo já
bacharelado em Teologia poderão tenha decidido. Segundo, veremos
ser utilizados. No entanto, nós também a questão do credencia­
temos uma problemática quanto a mento da Teologia no Ministério
A partir da direita, pastor Douglas Bap­
tista, presidente do CEC-CGADB, junto
com o pastor Orcival Xavier (DF), líder da
AD em Brasília (DF) e da COMADEBG;
e os pastores Elieser Moraes (PR) e Jesiel
Padilha (SP), relator e secretário-adjunto do
CEC-CGADB, respectivamente

da Educação, da integralização de
créditos que está para cair. Hoje
está em vigor, por meio do parecer
063, que prevê a integralização. O
aluno que tem dois anos de curso
livre pode fazer mais 10 a 12 me­
ses e integralizar para receber um
diploma de bacharel em Teologia
credenciado pelo MEC. O Conselho
Nacional de Educação já deu o pa­
recer para que seja derrubada essa
0 Brasil é um Estado laico, mas não laicista. 0 laicismo
possibilidade. Foi publicado apenas
o parecer, aguardando definição do é fundamentalista; impõe ideologias secuiaristas e faz
ministro da Educação. Estamos tra­ oposição à religião. Isso precisa ser muito bem compreendido
balhando com a Frente Parlamentar
Evangélica para que a publicação
têm formação acadêmica e intelectu­ dividir, não apenas em uma opera­
seja adiada o quanto mais possível.
al para fazer o ensino fundamental ção matemática; aprender a conviver
De qualquer modo, temos que pre­
no lar, nós não fazemos objeção. O com o desigual. Se a família tem essa
parar o pessoal para vermos novas
grande "porém" é a preocupação estrutura, não fazemos objeção; no
diretrizes, se esse parecer realmente
com a sociabilidade das crianças entanto, isso ainda é alvo de muito
for extinto. A terceira e última ple­
nesse modelo de ensino. A questão debate. No Brasil, está bem atrasado
nária dessa proposta é unificar os
de não se interagir com o diferente, esse sistema. Até o presente momen­
currículos acadêmicos que estão em
com quem pensa com conceitos to, os pais que conseguiram fazer
vigor na área teológica. A proposta
diferentes dos seus. Se os pais têm isso só puderam por meio judicial.
é que todas as instituições, semi­
nários e faculdades credenciadas maturidade de passar essa formação Não há ainda uma autorização geral
na CGADB usem a mesma matriz da interação social, sem problemas. e legal para isso.
currictilar, uma mesma ementa, Mas não é apenas a responsabili­
dade pelo ensino acadêmico, pela Como tem sido o trabalho dos
para que tenhamos uma unidade
doutrinária. capacitação intelectual do aluno; senhores a respeito do Plano Na­
é preciso trabalhar também essa cional de Educação (PNE) e o que
Há muito que se discute o en­ questão da sociabilidade, do aluno está na pauta deste plano que é
sino fundamental no lar. Qual o aprender a interagir, de aprender a preocupante para nós, evangélicos?
parecer do Conselho de Educação
quanto a esta questão?
Este é um modelo utilizado em Alunos da AD em Estância Velha (RS) posam para foto com certificados, juntamente com
muitos países. De certa forma, nós a liderança da igreja local e membros da diretoria do Conselho de Educação e Cultura da
somos de acordo. Se a família tem Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), no final do 12° Seminário de
estrutura, tem capacidade, os pais Educação Teológica realizado na cidade gaúcha em agosto de 2013

MObrgjca,
O Plano Nacional de Educa­ dessa forma já haviam Planos vadas, e as universidades devem
ção foi aprovado em junho de Estaduais e Municipais em que liberar a meninos o acesso aos ba­
2014, e a nossa preocupação era a identidade de gênero estava nheiros das meninas e vice-versa;
em torno da obrigatoriedade de presente. Em alguns lugares há a se esses meninos se acharem
inserir o ensino da identidade informação de que já foi votado meninas e vice-versa, para não
de gênero nos currículos, mas e as referências à identidade de serem mais "discriminados por
esse texto foi retirado do PNE. gênero não passaram. Isso ocorreu seu sexo". Inclusive, foi colocada
Entretanto, o projeto deixou os em vários Estados e municípios. essa Portaria 12, em que o aluno
estados e municípios livres para Há uma mobilização nacional de pode utilizar a identidade de gê­
fazer a aprovação, então o Plano todas as frentes para que não seja nero que quiser. Por exemplo: ele
Estadual de Educação e o Plano aprovada a identidade de gênero, se chama João, mas se identifica
Municipal de Educação podem cujo objetivo é retirar o reconheci­ como Maria, sem autorização dos
inserir. A nossa preocupação gira mento de sexo masculino e femini­ pais. Dessa forma, essas portarias
em torno dessa possibilidade. A no e pregar aos alunos que vale a são a maior preocupação do mo­
Frente Parlamentar Evangélica, inclinação sexual de cada um. Um mento, porque quanto ao Plano
a Frente Parlamentar Católica e reflexo disso foi a Portaria n° 12, Nacional de Educação temos tido
a Frente Parlamentar da Família publicada em janeiro pelo Conse­ vitória em seu conteúdo. Até en­
nos Estados e Municípios têm lho de Combate à Discriminação e tão temos vencido batalhas, mas a
trabalhado pela não aprovação. Direitos de Lésbicas e Transexuais, questão dos banheiros ainda está
O prazo máximo foi 24 de junho, em que as escolas públicas e pri­ em debate. Obrgj^

o b|m
0 que esperar das
próximas gerações
de obreiros?
Preocupações e expectativas dos líderes das Assem­
bleias de Deus quanto àsfuturas gerações de obreiros
Edilberto Silva As preocupações dos vetera­ Obreiros abriam mão dos altos sa­
[email protected] nos obreiros são desde com a falta lários que ganhavam como funcio­
Com a recém partida para a de cuidado que muitos têm tido nários públicos e se abstinham de
eternidade de muitos pastores com os marcos denominacionais seus empregos; outros se abstinham
pioneiros das Assembleias de ao zelo com a sã doutrina. Há de seus negócios particulares para
Deus comprometidos com a sã muitos novos obreiros que di­ cuidarem exclusivamente da obra
doutrina e com a história da deno­ zem ter aprendido tudo errado de Deus. Porém, hoje há os que têm
minação, como José Antonio dos com esses homens, que, segundo encarado a vida ministerial muito
Santos, Severino Pedro, Anselmo alguns, foram ultrapassados em mais como uma oportunidade de
Silvestre, Marcelino Margarida, seus argumentos e extremistas carreira profissional e como cabide
José Apolônio da Silva, Raimun­ em suas cobranças para a santida­ de emprego do que com um ato
do João de Santana, entre outros, de da igreja. Mas se aprendemos de entrega a Deus e serviço à Sua
surge o seguinte questionamento: tudo errado, como é que demos obra e às ovelhas do rebanho do
o que será feito do legado deixado certo? Como conseguimos, como Senhor. Os critérios para apresenta­
por esses tão abnegados homens denominação, chegar onde esta­ ção de obreiros ao santo ministério,
de Deus? Ainda há também aque­ mos? embora ainda sejam observados
les que por conta da saúde debili­ "Algo muito preocupante está hoje em escala diminuta, estavam
tada e a muita idade têm pedido acontecendo", comentam os vete­ muito mais ligados à conduta moral
jubilação e deixado de militar na ranos que hoje ainda militam na desses do que com o seu preparo
linha de frente na direção de igre­ obra do Mestre nas Assembleias intelectual. Ao ser feita uma lista
jas. Como esta questão tem sido de Deus, bem como os jubilados. O do perfil de um obreiro, de ime­
tratada e o que alguns líderes têm negar-se a si mesmo era bem viven- diato procurava-se saber se ele era
a dizer sobre o cenário ministerial ciado pela maioria dos obreiros que homem de bem, de família, de bom
da atualidade? se dedicavam à causa do Senhor. trato e trabalhador.

6 ! 0 b im
Sem perder o foco dos princípios bíblicos, ministros buscam alinhar o conservadorismo dos veteranos à modernidade dos novos pastores

Quanto à questão da diferença Aos 88 anos de idade, pastor versículo 7: 'Porque convém que
existente entre as gerações mais Daniel Caciano é um dos muitos o bispo seja irrepreensível, como
antigas de pastores e a nova gera­ pastores jubilados da Assembleia despenseiro da casa de Deus,
ção, comenta pastor José Welling- de Deus no Brasil. Convertido no não soberbo, nem iracundo, nem
ton Bezerra da Costa, presidente ano de 1954, o veterano pastor dado ao vinho, nem espancador,
da CGADB: "Há uma relativa foi batizado no Espírito Santo nem cobiçoso de torpe ganância';
diferença. Porque temos que en­ em 1958, e em 1964 passou a e sempre olhávamos para o seu
tender que a sociedade é muito liderar igrejas em várias cidades chamado e sua vocação". Quan­
mutável. Muita coisa mudou na do Estado do Paraná, inclusive to ao que se vê hoje, diz pastor
sociedade. Nós somos fruto da na capital Curitiba, dentre elas Daniel Caciano: "Hoje não se
sociedade em que vivemos. Por Morretes, seu último campo pas­ valoriza mais princípios bíblicos
conta disso, a igreja sofre também toral antes da jubilação em julho e esquecemos o que devemos
com determinadas influências deste ano. Para ele, os critérios olhar; não se leva em conta mais
de fora no seu seio. Porém, essas utilizados para a consagração as qualidades indispensáveis de
mudanças não podem interferir de um obreiro antigamente eram um obreiro, mas olha-se para o
na Doutrina. Porque Doutrina é bem diferentes do que se vê hoje, seu perfil humano, igual Samuel
lei, e lei não se discute, se cumpre. embora se tenha muitas boas fez ao chegar à casa de Jessé para
Daí nós procurarmos com muito exceções. "A ntigam ente nós ungir Davi rei. Graças a Deus que
cuidado ajudar esses novos obrei­ enfatizávamos alguns critérios Samuel estava com os ouvidos
ros na preparação, não apenas quando era escolhido um can­ afinados para ouvir Deus falar".
espiritual, mas ministerial, para didato ao ministério; usávamos Para o pastor Raul Cavalcan­
que possam estar nos ajudando as recomendações bíblicas, lem­ te, líder da AD em Imperatriz
nos segmentos da igreja do Se­ brando das palavras de Paulo na (MA) e da Comissão de Planos
nhor Jesus". Carta escrita a Tito, capítulo 1, e Estratégias de Evangelismo e

o b im f «
Discipulado da CGADB, antiga­
mente "os candidatos deveriam
ter uma chamada de Deus e o seu
pastor teria que comprovar isso
pelas suas atitudes e trabalho". •
Hoje, segundo ele, "ainda há
muitas igrejas que se mantêm no
mesmo padrão, embora, às vezes,
há situações em que o pastor
apresenta alguém para o santo
ministério apenas para honrá-lo".
Na visão do pastor Wagner
Tadeu dos Santos Gaby, líder da
AD em Curitiba, o que precisa
ser observado para a apresen­
tação de um obreiro ao serviço
do Mestre sàõ os pré-requisitos
bíblicos. "No Antigo Testamen­
to, nós temos, entre outros, os Pastor José Wellington, presidente da CGADB, diz que assim como os pioneiros apostaram nos pas
textos de Êxodo 18.21 e Levítico no Brasil inteiro; pastor Raul Cavalcante, líder da AD em Imperatriz (MA), combate a busca de int
21.16.24; no Novo Testamento,
os textos de Atos 6.1-3 e 1 Timó­ os apóstolos originais como os e que aceita oferta de carteirinha
teo 3.1-12 são de grande valia outros obreiros que posterior­ de pastor para ter o título de
quanto a essa questão. Esse era mente se tornaram seus suces­ 'pastor', não se pode confiar no
o padrão dos que m ilitavam sores recebiam e consideravam o seu caráter". Em seu comentário,
na obra do Senhor e, portanto, ministério como um dom divino pastor Elienai destaca que para
deve continuar sendo". Em se e especial vindo diretamente de se alcançar a graça do ministério
tratando de Assembleia de Deus, Deus. Do ponto de vista divino pastoral existe um processo na­
pastor Wagner Gaby diz que a de observação, Deus não muda tural, que envolve o chamamento
maioria na igreja "ainda se man­ e, se Ele não muda, Sua maneira do Senhor e os princípios bíblicos
tém fiel aos princípios ensinados de aceitação e aprovação minis­ do episcopado. Enfatiza ele que
pelos nossos pais ministeriais". terial não deve também ter sido para que o processo de ordenação
Entretanto, "infelizm ente há mudada". aconteça, o candidato tem que,
alguns pastores que perderam a Ainda há outro grande agra­ antes de tudo, ser convertido
visão e o temor do Senhor quanto vante quanto ao ingresso de genuinamente e ter recebido uma
às suas responsabilidades minis­ pastores nas fileiras ministeriais. convocação especial do Espírito
teriais nessa área tão sensível na A cada dia surgem novas oportu­ Santo para se dedicar ao exercício
Igreja do Senhor". nidades de filiação pastoral pelas pastoral.
Recolhido à Eternidade em mais diversas portas. Uma delas Ao ser eleito e empossado
julho de 2013, pastor Severino é a compra de credencial de mi­ líder da Convenção dos Minis­
Pedro da Silva, da AD Ministé­ nistro; algumas até, segundo seus tros das Assembleias de Deus no
rio do Belém em São Paulo (SP), vendedores, com validade inter­ Estado de São Paulo (Comades-
escritor e membro da Casa de nacional. Para o pastor Elienai pe) em julho deste ano, pastor
Letras Emílio Conde, escreveu Cabral, em resposta dada na se­ Carlos Roberto Silva comentou
certa feita: "Na esfera ministe­ ção Gabinete Pastoral, da edição n° a este respeito: "Em dias que
rial, podemos observar que no 70, "um homem que ambiciona a consagração de obreiros está
início da Igreja Primitiva, tanto ser pastor de qualquer maneira, banalizada, pretendemos pro-

o b im
R e d e B r a s il de C o m u n ic a ç ã o

sua geração, é preciso apostar nos da geração atual; pastor José Antônio dos Santos (in memorian),foi referencial de liderança das ADs no Nordeste e
pessoais no ministério; e pastor Wagner Gaby, líder da AD em Curitiba (PR),fala da responsabilidade dos pastores veteranos na formação dos novos

mover discussão sobre este tema b) por usurpação do direito que de Pedro foi categórica: 'O teu
e defender que consagração não pertencia a outrem e não a ele; dinheiro seja contigo para per­
é uma honraria, nem um título, c) por manobras jurídicas ou dição, pois cuidaste que o dom
mas um chamado divino". habilidades fortuitas - quando de Deus se alcança por dinheiro'.
A banalização e a vulgariza­ o vício triunfa e a caridade fica Na Carta aos Hebreus 5.4, o autor
ção do ministério, segundo o fa­ humilhada; d) por gradação - diz: 'E ninguém toma para si esta
lecido pastor Severino Pedro, se quando o mais forte vence o mais honra, senão o que é chamado
dão, entre outros motivos, pelos fraco ignorando os princípios da por Deus, como Arão'. Digo que
fatos de que: "1) alguns não têm moral e da ética ministerial (lRs é lamentável que alguém se inti­
chamada e vocação, mas criam 16.22); e) erro na escolha (ISm tule pastor com uma compra de
por conta própria uma espécie 16.10-13). credencial", destaca. Em igual
de vocação"; "2) outros, forçados Ao observar a questão da sentido se posicionam os pas­
pelo interesse pessoal, entram compra de credencias por parte tores Raul Cavalcante e Wagner
por outra parte e passam a par­ de alguns aspirantes ao ministé­ Gaby, citando os mesmos textos
ticiparem do grande banquete rio, pastor Daniel Caciano cita bíblicos do pastor Caciano.
ministerial sem terem recebido o texto de Atos dos Apóstolos O pastor José W ellington
o convite especial da parte do 8, quando Simão, o mágico, se Bezerra da Costa, presidente da
Rei"; "3) outros são 'introduzi­ propôs comprar a unção que CGADB, reforça o que disseram
dos' no ministério"; "4) e há os estava sobre Pedro e João, que seus colegas de ministério. Diz
mercenários - os que não eram e impunham as mãos sobre as o líder: "Uma consagração com­
não são pastores". Neste último pessoas e essas recebiam o batis­ prada não tem futuro. Nenhum
caso, diz pastor Severino Pedro mo no Espírito Santo. "Quando de nós tem ministério para dar a
que alguns motivos levam a essa Simão disse: 'Dai-me também a ninguém. Ministério é dado por
posição. Os tais chegam ou che­ mim esse poder, para que aquele Deus. Essa gente que segue nesse
garam aos cargos, entre outras sobre quem eu puser as mãos re­ diapasão não tem um ministério
coisas: a) por direito de sucessão; ceba o Espírito Santo', a resposta fecundo. Os tais podem até fazer

O b * I M
A D/M o rretes T ia g o B e r t u l in o

muito barulho, mas é muito tro­


vão sem nenhuma chuva. De ma­
neira que nós temos visto muitas
coisas acontecerem, porém nós
estamos no que disse Lucas no
Livro de Atos dos Apóstolos
2.42. Estamos procurando seguir
a nossa forma de viver, sendo
firmes e constantes na doutrina
do Senhor e procurando guar­
dar a doutrina, guardar o nosso
tempo de oração ao Senhor, o
estudo da Palavra de Deus. Uma
dedicação de coração ao rebanho
do Senhor. Fazendo dEle o nosso
viver; porque a igreja, os cren­
tes, fazem parte da nossa vida
espiritual. Eu comparo o pastor
e a Igreja como um verdadeiro Pastor Daniel Caáano, presidente de honra da AD em Morretes (PR), jubilado em julho deste ano, c
casamento. Se não houver um tros; pastor Carlos Roberto, assume liderança da Comadespe com o propósito de promover discussão
verdadeiro amor, uma verda­
deira amizade e sinceridade, as comuns no meio evangélico; a aplicação dos bons costumes e
coisas se desfazem". mas tem até surgido apóstolas, e da doutrina bíblica", comenta o
A questão levantada não é até mesmo "matriarca do ventre veterano pastor.
apenas a dos que compram , ungido". Para que tal problema seja re­
mas a daqueles que vendem tais O preparo de obreiros para solvido, pastor Wagner Gaby, que
credencias, pois a maioria se sucessão m inisterial também não enxerga apenas esse como o
identifica como evangélica. "Os é pauta de discussão entre os principal motivador do não pedi­
que oferecem 'carteira de pastor' ministros do Evangelho. Mesmo do de jubilação, já que, segundo
criam organizações mercantilis- cansados e com idade avançada, ele, "a maioria dos obreiros au­
tas e desprovidas de credibili­ alguns pastores continuam na xiliares recebe formação junto
dade. O sentimento profissional ativa como líderes de igrejas e a seus pastores", sugere que,
na busca de alguma fonte de convenções, devido ao receio que "além da questão espiritual,
sustento pessoal por pessoas têm de entregar a igreja a alguém cada igreja deve estabelecer os
sem vocação e sem qualquer ex­ que poderá dispersá-la. Este foi critérios sobre a sucessão de
periência com Deus tem estado um dos fatores que pesaram seus líderes, através de seus es­
presente nas lides evangélicas", bastante para o pastor Daniel tatutos, devidamente aprovados
comenta pastor Elienai Cabral. Caciano, antes de decidir pela pelo ministério, ratificada pela
Pelo que parece, a banalização jubilação. "Creio que exista, sim, Assembleia Geral das mesmas,
do título de pastor tem desenca­ uma preocupação no coração lembrando sempre que cada caso
deado uma busca crescente por dos pastores de idade avançada é um caso". O líder paranaense
novas titulações. O modismo do quanto à sua jubilação. Isso se diz que "o bom senso e a sensibi­
momento é a ascensão de "líde­ dá devido ao zelo por aquilo que lidade espiritual devem sempre
res evangélicos" aos postos mais durante anos foi conquistado, prevalecer".
altos possíveis, e até impossíveis, não apenas na questão quantita­ Pastor Raul Cavalcante enten­
da ordenação ministerial. Títu­ tiva e estrutural, mas também, e de que, em alguns casos, a jubi­
los como apóstolo já são muito principalmente, no cuidado com lação não é pedida por pastores,

m O b rg tt,
C l a u d im ir S a n t o s D iv u l g a ç ã o in t e r n e t

'eceios de pastores antes dajubilação; o conferecista e escritor, pastor Elienai Cabralfaz duras críticas aos que compram e vendem credenciais de minis-
mgração como chamado divino e não como honraria; e pastor Seveiino Pedro (in memorian), em um de seus escritos,fala sobre bamlização ministerial

devido ao medo que eles têm de de um quadro tão crítico, Deus Raul Cavalcante: "Se você tem
serem desprezados. O líder da está levantando jovens pastores, um chamado de Deus, sinta-se
Assembleia de Deus imperatri- diligentes, de boa formação cul­ privilegiado, pois 'quem deseja
zense cita que "outros não pedem tural, homens crentes, que estão o episcopado excelente obra
jubilação por falta de condições se dedicando também à Igreja do deseja'. Não se deixe levar por
de viver dignamente, por não ter Senhor. Assim como nossos pais interesses pessoais, mas fixe seu
feito um planejamento financeiro confiaram em nós, depositaremos olhar em Jesus para cumprir uni­
para depois que deixar o cargo". um voto de confiança nesta nova camente Sua vontade. Para vossa
Para ele, essa questão deveria geração", finaliza pastor José meditação, deixo as passagens
ser tratada da seguinte maneira: Wellington Bezerra da Costa, pre­ bíblicas do Evangelho de João
"Por meio da convenção, através sidente da Convenção Geral das 4.34 e da Carta aos Hebreus 12.2".
de um planejamento, preparando Assembleias de Deus. O texto de 1 Timóteo 1.12
uma previdência privada e orien­ Pastor Daniel Caciano acon­ ("E dou graças ao que me tem
tando o pastor a ter sua casa pró­ selha os novos obreiros chaman­ confortado, a Cristo Jesus, Se­
pria e também conscientizando-o do-os à responsabilidade: "Meu nhor nosso, porque me teve por
da necessidade das mudanças em conselho aos obreiros novos é fiel, pondo-me no ministério")
benefício da obra de Deus e que que estes observem com muita é evocado pelo pastor Wagner
o tal pastor pode ser útil à obra atenção as palavras que o após­ Gaby quando ele orienta tanto a
de Deus sem estar na presidência tolo Paulo deixou ao seu filho na novos como veteranos obreiros.
da igreja". fé, Timóteo, na primeira carta, "Que cada um valorize essa pre­
Diante do amontoado de mu­ capítulo 4, versículo 16: 'Tem cui­ ciosa bênção com a qual foram
danças no cenário eclesiástico dado de ti mesmo e da doutrina: agraciados pelo Sumo Pastor em
evangélico, os líderes acreditam persevera nestas coisas; porque, serem escolhidos por Ele para
na existência de um bom número fazendo isto, te salvarás, tanto fazer parte do Seu ministério",
de remanescentes. "O que alegra o a ti mesmo como aos que te ou­ aconselha o líder da Assembleia
meu coração é que, mesmo diante vem'". Assim aconselha o pastor de Deus curitibana. ObrgjfJ^

O b im
A Declaração
Igreja Luterana, até a Confissão ta do homem a Deus. A Bíblia revela
Contexto histó­ de Westminster, 1647, das igrejas
reformadas entre outras.
a verdade em forma popular de vida
e fato; o Credo declara a verdade em
rico dos Credos CREDOS E
forma lógica de doutrina. A Bíblia é
para ser crida e obedecida; o Credo
e das Confissões CONFISSÕES DE FÉ
As Escrituras Sagradas precisam
é para ser professado e ensinado".
O termo "credo" vem do latim,
de Fé, e a neces­ ser interpretadas e compreendidas.
Desde muito cedo na história do
credo, que significa "creio, depo­
sito confiança". É uma confissão
sidade de a AD cristianismo houve controvérsias
internas e externas sobre a dou­
de gratidão à glória de Deus. São
documentos que têm por objetivo
ter sua Declara­ trina cristã defendida pelas igre­
jas dos primeiros séculos. Alguns
sintetizar as doutrinas essenciais do
cristianismo para facilitar as confis­
ção de Fé documentos foram produzidos ao
lo n g o d o s s é c u lo s com o propósito
sões públicas e conservar o pensa­
mento cristão contra as heresias. Os
de simplificar e facilitar a compre­ pais antenicenos chamavam esses

A
Assembleia de Deus é a ensão do pensamento cristão para documentos de regulafidei ou regula
maior igreja pentecostal
o crescimento espiritual da Igreja, ueritatis,“regra de fé" ou "regra da
do Brasil, com mais de
para protegê-la das heresias e para verdade. O termo refere-se mais aos
cem anos de história. Há
atender a necessidade regional de chamados "credos ecumênicos", os
no seu pentecostalismo uma carac­
uma denominação. principais são o Credo dos Apósto­
terística peculiar que é a dedicação
Alister McGrath, pensador cris­ los, século 2; o Credo Niceno, 325; o
ao estudo da Palavra. Seu corpo
tão irlandês da nossa geração, define Credo Niceno-Constantinopolitano,
doutrinário apresenta fundamenta­
os credos como "interpretações pre­ 381; o Credo da Calcedônia, 451; e
ção bíblica e sistemática da teologia
pentecostal. Precisamos de uma cisas e autorizadas das Escrituras". o Credo de Atanásio, (500). Esses
declaração de fé depois de mais O termo "autorizadas" não significa são geralmente aceitos pelos cató­
de cem anos de história? Pode com infalíveis e nem inerrantes. Somente licos romanos, ortodoxos gregos e
razão alguém perguntar. O contexto as Escrituras Sagradas possuem protestantes. As seitas ou grupos
social e político por si só exige uma essas características, visto que elas religiosos heterodoxos rejeitam
definição daquilo em que a Igreja foram inspiradas por Deus (2Tm esses credos.
crê e professa desde as suas origens. 3.16; 2Pe 1.21). No contexto em tela, McGrathvê os primeiros indícios
As controvérsias teológicas da his­ são intepretações da Bíblia aceitas de credo no Novo Testamento "Jesus
tória da Igreja obrigaram os líderes pela denominação. Há grande dife­ é o Senhor" (ICo 12.3); "Jesus Cris­
cristãos a produzirem os credos, rença entre credos ou confissões de to é o Senhor" (Fp 2.11). Segundo
nos séculos 4 e 5, e as confissões de fé e a Bíblia, como bem salientou o Philip Schaff, a origem dos credos
fé, no século 16, durante o período historiador da Igreja Philip Schaff no é o próprio testemunho do cristão
da Reforma Protestante, desde a século 19: "A Bíblia é a Palavra de Credo, ergo confiteor, "creio, portan­
Confissão de Augsburgo, 1530, da Deus ao homem; o Credo é a respos­ to confesso". Jesus disse: "Pois do

m O b r g ja
de Fé das ADs
que há em abundância no coração,
disso fala a boca" (Mt 12.34). Quem
confessa o nome de Jesus e crê no
seu coração que Deus o ressuscitou
dos mortos será salvo (Rm 10.9,10)
e quem confessa o nome de Jesus
diante dos homens ele também o
confessará diante de Deus (Mt 10.32,
33). Dessa forma, Schaff considera
a declaração de Pedro: "Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt
16.16), como a primeira declaração
de fé do cristianismo. Essa confissão
deu consistência à fórmula batismal,
visto ser Jesus Cristo o centro da
fé cristã. A confissão do eunuco a
Filipe: "Creio que Jesus Cristo é o
Filho de Deus" (At 8.37), veio a ser
a fórmula trinitariana: "Eu creio em
Deus, Pai, Filho e Espírito Santo".
A confissão de fé é mais elabo­
rada do que os credos ecumênicos,
que são uma fórmula de fé pessoal e
começa com "creio" ou "cremos". O
termo "confissão" era usado no prin­
cípio para descrever o testemunho
dos mártires, a começar pelo próprio
Senhor Jesus Cristo: "... e de Cristo
Jesus, que diante de Pôncio Pilatos
deu o testemunho de boa confissão"
(ITm 6.13). Porém, é comumente
usado para as declarações formais
da fé cristã pelos reformadores.
As confissões de fé são marcas
do período da Reforma e as princi­
pais são as seguintes: Confissão de
Augsburgo, de Lutero, elaborada
por Filipe Melanchton em 1530. As

o k > m
confissões Helvéticas, a
em 1534 e segunda em 1566, esta
última foi preparada por Henry
Bullinger, sucessor de Zuínglio.
Confissão Gaulesa, preparada
em 1559 por Calvino. Confissão
Escocesa, produzida a pedido do
parlamento em menos tempo entre

todas as demais, quatro dias, em


agosto de 1560, por uma comissão
formada por seis membros lidera­ Há ainda um temo comum
dos por João Knox. Catecismo de aplicado tanto aos credos como
Heidelberg escrito por Zacarias às confissões de fé, "sím bolo".
Ursino e Gaspar Oleviano em 1567. Termo grego, symbolon, "sinal, Igreja. Aceitação de um
Em 1552 Thomas Cranmer escreveu reconhecimento", derivado do credo ou símbolo era exigida dos
os Quarenta e Dois Artigos de Re­ verbo symboleuo,"arremessar junto, que estavam sendo batizados".
ligião, que após minuciosa revisão comparar", foi usado pela primeira O outro tipo de documento que
em 1563, por Matthew Parker, ar­ vez com o sentido de credo no se aproxima dos credos e confis­
cebispo da Cantuária, que cortou Sínodo de Milão, 390. O bispo sões de fé é o catecismo. Trata-se
três artigos. E a confissão de fé da dessa cidade, Ambrósio de Milão, de um manual de instrução, é o
Igreja Anglicana. A Confissão de chama o Credo dos Apóstolos de resumo estruturado dos principais
Westminster foi produzida na Aba­ Symbolum Apostolorum, "Símbolo pontos da fé cristã em forma de
dia de Westminster em Londres, a dos A póstolos" (Explicação do perguntas e respostas. Documento
pedido do Parlamento Britânico, Símbolo 1-9). Lutero e Melanchton dessa natureza já existia no período
por um grupo de 121 teólogos e foram os primeiros a empregar medieval, mas, segundo McGrath,
trinta leigos nomeados pelo Par­ o referido termo aos credos pro­ há um consenso geral sobre o uso
lamento e oito representantes es­ testantes. Essa palavra refere-se a extenso dos catecismos estar asso­
coceses. O trabalho foi realizado qualquer declaração formal, seja ciado especialmente à Reforma. O
em 1163 sessões regulares entre ela credo, confissão de fé ou cate­ catecismo alemão, elaborado por
1643 a 1647, ou 1649, se incluídos cismo. Kenneth Scott Latourette, Lutero em 1529, é conhecido como
os Catecismos Maior e Menor. É a historiador americano de missões, "Catecismo Maior", que consiste
última confissão de fé da Reforma falecido em 1968, afirma que "um numa análise detalhada sobre os
e a mais importante, adotada por de seus usos, significava ordem ou Dez Mandamentos, o Credo dos
diversas igrejas reformadas no uma senha em um acampamento Apóstolos e o Pai Nosso. Nesse
mundo, principalmente pelas igre­ militar. Aplicada a um credo, era mesmo ano Lutero elaborou o Ca­
jas presbiterianas de fala inglesa. um sinal ou teste de filiação na tecismo Menor, numa linguagem

O b im
das confissões de fé é
terciária. Porém, os ca­
mais fácil e que acabou superando o
tólicos romanos
anterior. A Igreja Católica instituiu
e ortodoxos
o catecismo posteriormente, em
O credo ou a confissão de fé consideram
1563, no Concílio de Trento.
não deve ser de autoria particular, essas antigas declarações de fé com
NATUREZA DOS CREDOS E pois expressa o pensamento e a a mesma autoridade das Escrituras.
DAS CONFISSÕES DE FÉ vida da Igreja ou denominação de Os evangélicos devem reconhecer
determinada época, mas precisa, o valor dos símbolos ou confissões de
O credo pode abranger todos sim, ser revisto e atualizado com fé desde que os referidos documen­
os níveis das doutrinas e práticas o passar do tempo. As declarações tos sejam submetidos às Escrituras
cristãs ou considerar os pontos de fé nas denominações evangélicas Sagradas e estejam em conformi­
mais importantes para a época geralmente derivam da Confissão de dade com elas. Nessas condições,
ou o lugar. Sua forma pode ser Westminster. Para os protestantes, os símbolos ocupam extraordinária
declarativa ou interrogativa, po­ desde sua origem, a autoridade do importância na vida da Igreja como
pular para uso geral (como no símbolo é relativa e limitada por se sumário doutrinário da Bíblia e
discipulado e preparação para tratar de uma composição humana ajuda para sua compreensão, além
o batismo do novo convertido), e, por isso, deve ser submetida à de servir como proteção contra as
ou elaborada e teológica para o Bíblia, a única infalível regra de fé e falsas doutrinas. Segundo Schaff, um
público voltado aos estudos mais prática. A autoridade dos credos ecu­ dos objetivos do credo é distinguir
aprofundados. mênicos é secundária, e a autoridade Igreja e mundo, judeus e pagãos,

0b< m m
ortodoxia e heresia e; fi­ doxos, todos os demais
nalmente, denominação se harmonizam com a
e denominação. Confissão Romana.
Os credos podem ser As confissões de fé
organizados em qua­ evangélicas são mais
tro classes: ecumênico, recentes como os sím­
romano, ortodoxo e bolos congregacionais,
protestante. Os credos batistas, quakers, me­
ecumênicos de Niceia e todistas, moravianos
de Atanásio são desen­ e assembleianos, que
volvimentos mais com­ seguem o pensamento
pletos e interpretações teológico dos reforma­
do Credo dos Apóstolos. dores com divergências
O Credo dos Apósto­ em alguns pontos como
los é mais popular no Ocidente, Os símbolos ou credos romanos predestinação e batismo, entre ou­
da mesma maneira que o Credo foram formulados desde o Concílio tros. São, na verdade, modificações
Niceno o é nas igrejas do Oriente. de Trento até o do Vaticano (1563- ou alongamento das confissões pro­
Segundo Schaff, os quatro credos 1870). Trata-se de uma oposição à testantes. A Enciclopédia Histórico-
juntos - de Niceia, de Anastásio, Reforma Protestante, com críticas à -Teológica da Igreja Cristã considera
d o s Apóstolos e N ic e n o - s ã o u m a s u p r e m a autoridade das Escrituras credo apenas os credos ecumênicos
profissão de fé "no único verdadei­ e à justificação pela fé, os quatro e considera como confissão de fé os
ro Deus vivo, Pai, Filho e Espírito pilares da fé reformada: sola Scrip- símbolos denominacionais, como
Santo, que nos fez, nos redimiu e tura, solafide, sola gratia, solo Christo, as Confissões de Augsburgo, Hel­
nos santifica. Eles seguem a ordem além do soli Deo gloria. A Confissão vética, Westminster, entre outras.
da própria revelação de Deus, Grega ou Oriental diverge das Considerando essa definição, o
começando com Deus e a criação, formulações romana e protestante. Cremos das Assembleias de Deus
terminando com a ressurreição do No que diz respeito aos católicos precisaria ser mais encorpado para
corpo e a vida eterna" (The Creeds romanos, opõe-se ao papado e às tornar-se uma confissão de fé; da
ofthe Christendom, vol. 1,1993, p. procissões e diverge sobre a pro­ maneira como se encontra não seria
14). As igrejas luteranas e anglica­ cedência do Espírito Santo. Em tecnicamente uma confissão, mas
nas reorganizaram e incorporaram relação aos credos protestantes, as uma sucinta declaração de fé.
formalmente esses credos em seu controvérsias incluem a justificação
padrão doutrinário e litúrgico e pela fé, os sacramentos, o culto dos O NOSSO CREMOS
as igrejas reformadas adotaram as santos, as relíquias, a hierarquia A falta de uma confissão de fé é
doutrinas cristológica e trinitária e o sistema monástico. À parte o ressentida hoje por muitos líderes
em suas confissões. primeiro ponto dos credos orto­ da Assembleia de Deus. Muitos
de nossos pais na fé se para a vida do cristão.
preocupavam com esse O objetivo da nossa de­
tipo de documento, pois claração de fé é colocar
identificavam aí um ris­ à disposição das igrejas
co de sua substituição um documento conten­
pela Palavra de Deus. do as nossas crenças
Já está esclarecido que e práticas de maneira
uma confissão de fé simples e sistemática
deve ser submetida à para ajudar na padroni­
Palavra de Deus, que zação doutrinária;/flri-
sua autoridade é terci­ litar o ensino e a com­
ária; após as Escrituras, preensão da Palavra de
segue a autoridade dos Deus; proteger o rebanho
credos ecumênicos e, de lobos vorazes, das
finalmente, das confissões. Foi da Palavra, reconhecidos por seu seitas e heresias, das aberrações
em 1967 que o pastor Alcibíades notável saber bíblico e piedade. doutrinárias e inovações nocivas
Pereira Vasconcelos escreveu os E hora de revermos essa situação à fé cristã; mostrar a identidade da
nossos 14 pontos doutrinários do e dar continuidade à obra que o nossa denominação. É uma fórmula
Cremos publicados em cada edição pastor Alcebíades Pereira Vascon­ de fé simplificada e organizada
do jornal Mensageiro da Paz. Isso celos começou. O Cremos deve ser contendo tudo aquilo que nossos
é tudo que temos no momento. mantido como verdades centrais pais nos ensinaram desde o prin­
O Cremos é um texto sucinto, das Assembleias de Deus ao lado cípio para "que digais todos uma
de linguagem simples e de fácil da nossa declaração de fé. Este mesma coisa" (ICo 1.10). Obrgjf£o
compreensão, mas está incomple­ deve ser um documento mais
Esequias Soares é pastor,
to. Faltam pontos doutrinários e elaborado e amplo, que explicaria
líder da Assembleia de
práticos que são parte da vida da de forma sistemática os pontos Deus em Jundiaí (SP),
igreja; no momento, não temos já conhecidos do Cremos, além graduado em Letras Ori­
limites teológicos estabelecidos. daqueles que estão ausentes nele. entais - Hebraico; mestre
em Ciências da Religião;
Mesmo assim, é uma conquista, O novo documento [comentado
professor de Hebraico,
considerando o contexto em. que em ertoevista T\a edição 70 - 3o Grego e Apologia Cristã;
esta declaração foi produzida. Pelo trimestre de 2015 - desta revista] comentarista de Lições Bíblicas da Escola
menos essas 14 declarações permi­ não pretende ser a base para a Dominical (CPAD); autor de diversos
tem saber no que os assembleianos comunhão dos crentes e nem de livros; presidente da Comissão de Apolo­
gética Cristã da Convenção Geral das
acreditam. No entanto, a Assembleia longe autoridade infalível ou de Assembleias de Deus no Brasil (CGADB);
de Deus é uma instituição histórica, inspiração divina. A Bíblia é a e membro do Conselho Consultivo da
com muitos teólogos e estudiosos nossa única regra de fé e prática Sociedade Bíblica do Brasil.
wLiderança
àiM aim sM Pr. Maurício Brito

0 obreiro co
Mas para que a pescaria tenha Tendo visão evangelística
O chamado de resultado e seja, de fato, rentável, Em Mateus 4.18 está escrito
é necessário que o pescador te­ que Jesus viu dois pescadores que
Jesus e orien­ nha equipamentos adequados e
habilidades.
estavam trabalhando, ou seja, lan­
çando as suas redes ao mar. Em
tações para que Entendendo o que é o mar
outra passagem bíblica Jesus diz:
"levantai os vossos olhos e vedes"
nos tornemos O texto bíblico de Mateus 4.18,
que mostra Jesus andando junto ao
(Jo 4.35). O Senhor viu que aqueles
simples pescadores tinham potencial
habilidosos mar da Galileia está em linguagem
literal. O Mar da Galileia é o local
para serem grandes evangelistas
e pescadores de homens, por isso

pescadores de onde os quatro primeiros evange­


listas estavam exercendo as suas
investiu neles chamando-os para
a obra evangelizadora. A miopia
profissões de pescadores; mas se espiritual, a inveja, o ciúme por
homens aplicarmos ao texto a hermenêutica parte de muitos obreiros tem sido a
simbólica (simbologia bíblica), causa de muitos problemas na vida
nós interpretaremos "mar" como da igreja local. Principalmente na
humanidade sem Deus, porque vida daqueles que não enxergam

N
os textos bíblicos de
mar na simbologia bíblica significa potencial na vida de seus auxilia­
Mateus 4.17-23 e Lucas
pessoas, povos, nações, tribos (cf. res e membros da igreja. Jesus viu
5.1-11, Jesus disse que
os obreiros devem ser Ap 13.1; 17.15). Portanto, neste aqueles simples homens cheios de
pescadores de homens. Em partes sentido Jesus andava junto ao defeitos, mas resolveu investir neles
dos textos acima se percebe uma povo. Ele não ficava enclausurado porque viu a possibilidades de se­
linguagem "metafórica", ou seja, em gabinete e escritório. A prova rem grandes e fervorosos obreiros
Jesus compara a vida do obreiro disso é que "percorria Jesus toda na causa da evangelização.
à simples vida de um pescador. Galileia" ensinando, pregando e
O Mestre iniciou Seu ministério curando (Mt 4.23). O grande de­ Chamando trabalhadores
terreno formando a Sua equipe de safio da Igreja dos tempos atuais é Em Mateus 4.18 diz que os pes­
evangelização. Seus quatro pri­ evangelizar os mares deste mundo cadores "lançavam as redes ao
meiros evangelistas foram: João, tenebroso e ganhar as almas para mar", ou seja, estavam trabalhando
Tiago, Pedro e André. Estes eram Cristo. Mas para que isso aconteça arduamente. O chamado ao santo
profissionais da pescaria, ou seja, o obreiro precisa estar junto ao ministério eclesiástico é vinculado
pescadores de peixe, literalmente, povo; e andar junto significa ir ao trabalho. André e Simão e todos
e foram transformados em "pesca­ aos lugares onde as pessoas estão; os demais estavam trabalhando
dores de homens". sobretudo as mais necessitadas (Lc quando foram chamados para o san­
A profissão de pescador é uma 4.18). É inegável que Jesus tinha to ministério. O ministério cristão
das mais antigas do Oriente e era um carinho especial pelos pobres, não é lugar para pessoas preguiço­
muito rentável nos dias de Jesus. por isso estava sempre junto deles. sas. A Bíblia registra historicamente

H O h m
mo pescador
que muitos dos chamados por Deus
estavam exercendo naturalmente
as suas devidas funções no labor
de suas atividades seculares. São
muitos os exemplos: Moisés estava
apascentando as ovelhas de seu
sogro; Elizeu trabalhava com as
juntas de bois; Gideão malhava
trigo; Mateus estava trabalhando
na alfândega, etc. Segundo os ana­
listas do comportamento humano,
homens que são zelosos em seus
trabalhos seculares serão também
na vida ministerial.
O cerne da chamada está nesta
frase de Cristo: "vinde após mim".
"Vinde” - O chamamento de Ma­
teus 4.19 é específico, diferente do de
Mateus 11.28, que é uma chamada
aberta a todos. O primeiro "vinde"
envolve convicção por parte de
quem esta sendo chamado ao aceitá-
-lo. O texto bíblico diz que "eles,
deixando as redes, seguiram-no (Mt
4.20). Isso é convicção da chamada!
Deixaram os afazeres seculares e
as suas profissões e passaram a
seguir o Mestre independente de
qualquer coisa.
“Após mim" - Literalmente, Jesus
estava dizendo: "vinde depois de
mim". Jesus é a primícia ministerial
e os outros são após Ele, isto é, Jesus
na frente como o grande general e os
obreiros manchando atrás. É após,
e não à frente de Jesus. O obreiro
precisa entender a sua posição
correta em relação a Cristo. Não
estamos acima dEle! Quem tem O Senhor capacita os pescadores de "Pescadores de Homens " - Esta é,
que aparecer é Cristo (Jo 3.30). Ele homens dia após dia, até que estes sem dúvida, a nossa maior missão
na frente como escudo e protetor. se tornem habilidosos pescadores. aqui na terra. É a principal tarefa
Jesus, com essa frase "após mim", "Tenho por certo isso mesmo: de todos os seguidores de Cristo,
estava dizendo que Ele é o Mestre, o que aquele que em vós começou mas principalmente dos obreiros
Líder, o Senhor, o Guia. "Aprendei a boa obra a aperfeiçoará até o do Senhor: "pescar homens para o
de mim", diz Ele (Mt 11.29). O cha­ dia de Cristo" (F11.6). Ninguém reino de Deus". A palavra "homem"
mado "após mim" exige renúncia nasce pregador, precisa ser feito! nesta passagem é genérica, não está
e aprendizagem (Mt 16.24). Ninguém nasce obreiro, precisa se referindo ao gênero (masculino
ser feito. Isso demanda tempo, ou feminino), mas significa pessoas,
O aperfeiçoamento paciência e perseverança. A palavra vidas, o mundo perdido sem Deus
para a pescaria "farei" quer dizer: desenvolver a e sem esperança (lTm 2.3-4).
Na sequência do versículo 19, de partir de uma certa ação, ou seja, O pescador que pesca com anzol
Mateus 4, Jesus disse: "Eu vos farei Jesus agindo em favor da pessoa precisa de isca e pesca os peixes
pesadores de homens". Percebe-se que foi chamada. E o Senhor Jesus de um a um. Se a pescaria é feita
que o Mestre usa as habilidades quem faz dos obreiros habilidosos com rede ele pesca todo tipo de
naturais de cada um e vai aper­ pescadores de alma para o Reino peixe, grandes e pequenos. Os
feiçoando paulatinamente. Outro de Deus. Ao mesmo tempo em pescadores habilidosos sabem o
detalhe é a linguagem usada por que Ele chama, também capacita, local onde estão os cardumes para
Jesus: "pescadores de homens". mas usando sempre as habilidades lançar a rede, porque dominam
"Eu vos farei" - Jesus está di­ naturais de cada um. Jesus usou a arte da pesca. Outro detalhe é
zendo: "Eu vos capacitarei para a o verbo no futuro do presente do que o pescador deve conhecer a
obra". Quem faz obreiro é Jesus. indicativo para falar da ação ou isca que os peixes mais gostam (Ef
Antes da pescaria é preciso o ades­ acontecimento que ocorrerá no 6.19). Qual a isca que o salmão, o
tramento. O treinamento é o tempo futuro na vida daqueles servos tambaqui, o dourado, o pacu e o
de preparação e de aprendizagem. de Deus. pintado gostam? Com certeza a
mesma isca não serve para todos. área da evangelização encontramos toda e não pesca nada (Lc 5.5),
Da mesma forma são os homens. também pessoas de condições so­ mesmo assim ele não desiste de
Na evangelização encontramos ciais, culturais, hábitos e costumes continuar pescando. Pode até parar
pessoas desconfiadas, fechadas, diferentes. Para cada pessoa têm que naquele dia, mas voltará depois e
abertas, incrédulas; outras decep­ ter uma isca especifica. O pescador continuará a pescaria.
cionadas, amargas, ressentidas, deve ir onde estão os peixes! Jesus Método - Os métodos usados
odiosas, ignorantes, sábias, instru­ foi onde eles estavam. "Ele andava pelo pescador devem ser variados,
ídas em dogmas, preconceituosas, junto ao mar da Galileia". adaptados (Lc 5.4). A improvisação
e assim por diante. Há pelo menos quatro caracterís­ e o imediatismo atrapalham, preju­
Neste sentido o pescador precisa ticas do pescador de peixes que os dicam e atrasam alcançar as almas
saber dar a isca certa e no momento pescadores de homens devem ter, a para o Reino de Deus (Jo 3.4-5).
certo. Por exemplo: Jesus quando saber: paciência, visão, entusiasmo Busquemos a devida orientação
encontrou a mulher samaritana que e método. de Jesus e ao comando da Sua voz
estava junto à fonte de água que se Paciência - Uma das principais lancemos as redes do lado que Ele
encontrava em Sicar (Jo 4.1-7). Ele características do pescador. Nem mandar (Lc 5.1-11). Boa pescaria
inicia o processo de evangelização sempre o peixe chega rapidamente a todos! O b rg a
pedindo água para beber e no final (Lc 21.19; Ec 7.8; SI 40.1).
se apresenta como a Fonte da Agua Visão - O bom pescador tem a
Maurício Brito é pastor,
da Viva. O detalhe para esta pas­ visão certa de onde estão os peixes membro da Assembleia
sagem é o pedido de água: "dá-me (Os 12.10). de Deus em Jaru (RO),
de beber". Essa foi a isca que Jesus Entusiasmo - Pescador entu­ secretario do Conselho
de Educação e Cultura da
usou para começar a pescaria. siasmado não desiste da pesaria.
CEMADERON; graduado
Existem peixes com escamas e Mesmo que aquele dia não tenha em Pedagogia, Filosofia e
sem escamas; grandes e pequenos; sido favorável à pescada. Muitas Teologia; graduando em Psicologia; profes­
de água doce e de água salgada. Na vezes o pescador trabalha a noite sor universitário e escritor.

o b » m hM Ê
mLiderança
sM aLuàSM MarcTurnage

Os fariseus no
Uma visão mais gou Jesus a Pilatos (Lucas 19.47,48;
23.1,10; Marcos 11.18; 15. 1; Ma­
(Atos 5.17). Os guardas do Templo
trouxeram os apóstolos perante do
teus 27.1,2; João 18.28; 19.6). Em Sinédrio sem usar a força, porque
coerente ã luz mais de uma ocasião, os fariseus eles temiam que, se assim o fizes­
defenderam os apóstolos contra sem, poderiam "ser apedrejados
da Bíblia e dos os saduceus (Atos 5.34; 23.9). O pelo povo" (Atos 5.26).
historiador judeu Flávio Josefo Os habitantes de Jerusalém sim­
também descreveu a defesa dos patizavam com os apóstolos assim
seguidores de Jesus pelos fariseus como eles simpatizaram com Jesus
cos sobre a rela­ perante o governador romano da
Síria contra os ataques dos sadu­
(Lucas 19.48; 20.19; 22.2,53). Apre-
gação do Evangelho em Jerusalém

ção dos fariseus ceus que mataram Tiago, irmão


de Jesus (Antiguidades judaicas, XX,
não poderia evitar a identificação
do papel ativo dos altos sacerdotes

com os primei­ 200-203).


O livro de Atos menciona fari­
saduceus em entregar Jesus ao
governador romano Pilatos. Estes
altos sacerdotes saduceus sabiam
ros cristãos seus em quatro ocasiões (Atos 5.34;
15.5; 23.6-9; 26.5). Em dois casos, os que as multidões de Jerusalém
fariseus agiram como defensores simpatizavam com os seguidores
de seguidores de Jesus contra os de Jesus, razão pela qual eles te­
livro de Atos oferece líderes saduceus. Em outro, alguns miam a identificação de sua cul­

O uma visão importante fariseus compuseram parte do


dos fariseus e sua relação movimento de Jesus. Finalmente,
com o movimento de Paulo, perto do fim de sua vida,
Jesus em seu início. O testemunho
identificou-se como um fariseu.
de Lucas em Atos dos Apóstolos re­ Quando comparado com o que sa­
lativo aos fariseus desafia qualquer bemos sobre os fariseus de outras
pabilidade e tentaram silenciar os
discípulos de Jesus, ameaçando-os
e prendendo-os (Atos 5.27,28).
Contra o sumo sacerdote sadu-
ceu, que ficou furioso com os após­
tolos e queria matá-los, estava o
um que identifica os fariseus, como fontes antigas, como Josefo, Lucas fariseu Gamaliel, que era "honrado
um todo, como os adversários de apresenta um retrato fiel desse por todo o povo" (Atos 5.33,34). O
Jesus e Seu movimento. Lucas movimento e da sua relação com Livro de Atos menciona Gamaliel
apresenta muitos deles de forma o movimento de Jesus. duas vezes (5.34; 22.3), mas ele
simpática, como defensores do é conhecido em todas as fontes
movimento cristão nascente. Um fariseu chamado Gamaliel rabínicas. No primeiro século, os
Em Jerusalém, a oposição aos Em Atos 5, o "sumo sacerdote fariseus eram divididos em duas
seguidores de Jesus veio da parte e todos os seus associados, que escolas ou casas: a escola de Sham-
dos principais sacerdotes, dos eram membros do partido dos mai, que era conservadora e rígida
escribas e das autoridades dos sa- saduceus" prenderam os apóstolos e via Deus, e não o homem, como
duceus (Atos 4.1,5-7; 5.17,18,27,28). porque eles encheram toda Jeru­ o objetivo de sua vida religiosa; e
Este foi o mesmo grupo que, de salém com o seu ensinamento de a escola de Hillel, que acreditava
acordo com os Evangelhos, entre­ que Jesus de Nazaré era o Messias que, porque a humanidade tinha

ii obm
Livro de Atos
a imagem de Deus, o amor ao
próximo (cf. Levítico 19.18) era
a essência da fé e da maneira de
Deus (cf. Mateus 5.43-48)1.
Gamaliel era neto de Hillel.
Sua defesa dos apóstolos em Atos
mostra o espírito humano da casa
de Hillel, que se pusera contra a
crueldade dos saduceus2. Ele ad­
vertiu os do Sinédrio que as suas
ações para com os seguidores de
Jesus pode ser contra Deus (Atos
5.39). Sua abordagem passiva, de
"esperar-para-ver", representa
uma resposta judaica comum a
movimentos messiânicos: "E agora
digo-vos: Daí de mão a estes ho­
mens, e deixai-os, porque, se este
conselho ou esta obra é de homens,
se desfará, mas, se é de Deus, não
podereis desfazê-la, para que não
aconteça serdes também achados
combatendo contra Deus" (Atos
5.38.39). O conselho viu a sabedo­
ria do conselho de Gamaliel e dei­
xou os apóstolos ir (Atos 5.40-42).
Crentes dentro do partido
dos fariseus
Os primeiros seguidores de
Jesus dividiram-se sobre a "ques­
tão dos gentios", sobre se os gen­
tios deveriam ou não primeiro
converter-se ao judaísmo para se
juntar ao movimento de Jesus. Essa
questão marcou os seguidores de
Jesus no início porque o judaísmo
do primeiro século se opunha a dar
algum status aos gentios.

O b tm
dos seguidores de Jesus. Eles apa­ mas se encaixa dentro do que nós
rentemente continuavam a parti­ podemos saber sobre os fariseus a
cipar social e teologicamente den­ partir de Atos dos Apóstolos e dos
tro do partido dos fariseus, sem escritos de Flávio Josefo.
qualquer problema para os segui­ Paulo, o fariseu e sua
dores de Jesus. Os apóstolos não
defesa deles
exigiam que deixassem seu título
de fariseus ou abandonassem Quando Paulo chegou a Jerusa­
a sua afiliação com esse lém (Atos 21.17-23.22), sua presen­
partido. E em se- ça no templo levou à sua prisão e
ao julgamento perante o Sinédrio.
Paulo, depois de três de suas via­
gens missionárias, ficou em frente
ao conselho e proclamou: "Eu
sou fariseu, descendente de
fariseus" (Atos 23.6).
O uso de Paulo do
verbo no presente
("sou") indica que,
mesmo depois de sua
experiência na estrada
de Damasco, depois de
escrever muitas cartas
como o "apóstolo dos
gentios", e depois
de viajar milhares
de milhas procla­
mando Jesus como o
Messias, ele ainda iden­
tifica-se como um fariseu.
Mais tarde, no Livro de Atos,
Em Atos 15, as tensões sociais quando ele se apresenta diante
em torno da questão dos gentios le­ de Agripa II, o vemos novamente
varam à realização de um Concílio enfatizando sua identificação com
em Jerusalém. Em parte, isso surgiu 'Z f / ' gun- os fariseus: "Sabendo de mim,
por causa de "alguns dos crentes i 'í' y do lu- desde o princípio (se o quiserem
que pertenciam ao partido dos fa­ 1 - • gar, e talvez testificar), que, conforme a mais
riseus" (Atos 15.5), que ensinavam o mais chocante, severa seita da nossa religião, vivi
que os gentios deveriam observar a é que o seu estatuto de fariseu" (Atos 26.5).
Lei de Moisés, incluindo a circun­ crentes dentro do movimento Até o final de sua vida, Paulo
cisão. Em outras palavras, esses de Jesus não os expulsava do identificou-se como um fariseu e
fariseus queriam que os gentios se partido dos fariseus. Os fariseus não via isso como incompatível
tornassem antes prosélitos judeus. aceitavam que alguns deles tives­ com sua fé em Jesus como o Mes­
Duas coisas se destacam sobre sem sua crença em Jesus como o sias. Ele, assim como os crentes
a descrição de Lucas sobre esses Messias. Isso certamente parece que eram do partido dos fariseus
crentes. Em primeiro lugar, o seu estranho para nós, se acreditamos em Atos 15, não encontrara nenhu­
estatuto de fariseus não os impe­ que os fariseus de forma geral ma incongruência entre a sua fé
dia de ser parte da comunidade eram inimigos mortais de Jesus, em Jesus e o ainda ser um fariseu.

# i 0b | m
Quando Paulo estava perante o da seguinte forma: "Quanto a apresentação que Lucas faz dos
Sinédrio, os fariseus foram em sua mim, sou varão judeu, nascido fariseus em Atos dos Apóstolos.
defesa contra os saduceus (Atos em Tarso da Cilicia, mas criado Esse quadro, no entanto,
23.7-9), assim como Gamaliel fez nesta cidade aos pés de Gamaliel, não está de acordo com a inter­
para com os apóstolos. Os fari­ instruído conforme a verdade da pretação cristã tradicional dos
seus proclamaram: "Nenhum mal lei de nossos pais, zeloso para fariseus e da sua relação com
achamos neste homem, e se algum com Deus, como todos vós hoje Jesus e Seu movimento. Além
espírito ou anjo lhe falou, não re­ sois" (Atos 22.3). disso, não faz sentido que os
sistamos a Deus" (Atos 23.9). Em outras palavras, Paulo re­ fariseus tenham tentado matar
Os fariseus defenderam Paulo, cebeu uma educação farisaica do Jesus e, em seguida, defenderam
o seu colega fariseu. fariseu Gamaliel. Quando Paulo Seus seguidores, mesmo permi­
estava diante de Agripa II, ele ex­ tindo que seguidores de Jesus
Os fariseus e a morte
plicou que ele tinha vivido como permanecessem filiados ao seu
de Tiago, o irmão de Jesus
fariseu de acordo com "a mais se­ partido. Talvez Atos dos Após­
Flávio Josefo transmitiu a his­ vera seita de nossa religião" (Atos tolos nos forneça a janela para
tória da morte de Tiago, irmão de 26.5), usando o mesmo vocábulo lermos as interações entre Jesus
Jesus (Antiguidades Judaicas, XX, em grego usado por Josefo para se e os fariseus nos Evangelhos.
200-203). O sumo sacerdote da referir aos fariseus. Em vez de culpar os fariseus e
época, Ananus, um membro dos Josefo, então, como Lucas, re­ usarmos o seu nome como um
saduceus, aproveitou-se de uma latou como os fariseus defendiam rótulo necessariamente negativo
transição entre os governadores os seguidores de Jesus contra os dentro das polêmicas internas
romanos na região para acusar ataques cruéis dos saduceus lide­ dos primeiros cristãs, vendo-os
Tiago e outros seguidores de Jesus rados pelo sumo sacerdote. Seu como algo a erradicar e remover
e apedrejá-los. De acordo com testemunho externo corrobora a dentro do cristianismo nascente,
Flavio Josefo, "aqueles em Jeru­
salém que eram considerados os
mais justos e os mais rigorosos em
observância da lei desafiaram esta
ação do sumo sacerdote saduceu
perante o governador romano,
e Agripa II removeu Ananus do
sumo sacerdócio".
A descrição de Josefo daqueles
que se opunham a Ananus como
"os mais justos e mais rigorosos
na observância da lei" identifica
este grupo como sendo os fariseus.
Nos escritos judaicos em grego, a
palavra grega usada para se referir
a esses homens no texto de Josefo
era um termo técnico comum para
descrever a piedade farisaica. Josefo
afirma que os fariseus "interpreta­
vam as leis com rigor", "precisão"
(Guerras Judaicas, 1.162; cf. Antigui­
dades Judaicas, XX,17-43).
Paulo descreveu sua educação
diante da multidão de Jerusalém
wWm

talvez devêssemos reconhecer a fariseus abraçavam a esperança da to só nesta vida, somos os mais
influência positiva que os fari­ ressurreição (Atos 23.6-9) e, sem miseráveis de todos os homens"
seus tinham sobre o movimento essa esperança, toda a nossa a opi­ (1 Coríntios 15.16-19). Obrgij^
de Jesus e a teologia cristã. nião e esperança são em vão, como
Humanamente, Jesus cresceu enfatizaria o próprio Paulo: "Por­ Marc Turnage é diretor
a partir do solo da escola de Hil­ que, se os mortos não ressuscitam, do Centro de Estudos
da Terra Santa para o
lel3, que era o avô de Gamaliel. também Cristo não ressuscitou. Concílio Geral das As­
Através de Paulo, um aluno de E, se Cristo não ressuscitou, é vã sembleias de Deus dos
Gamaliel, a escola de Hillel in­ a vossa fé, e ainda permaneceis Estados Unidos. Artigo
publicado na edição de
fluenciou o crescente movimento nos vossos pecados. E também
primavera de 2015 da revista Enrichment
de Jesus, incluindo os gentios4. os que dormiram em Cristo estão Journal, publicação oficial das Assembleias
E não nos esqueçamos de que os perdidos. Se esperamos em Cris­ de Deus dos Estados Unidos.

N otas

: FLUSSER, David, "Gamaliel and fariseus - incluindo a sua defesa da Igre­ and Jesus: Two Ways of Self-Awareness",
Xicodem us", in "Jerusalem Perspec­ ja Primitiva contra os saduceus - parece in "Hillel and Jesus: Comparative Stu­
tive" , publicado em 13 de dezembro indicar que as ações de Saulo eram pouco dies o f Two Major Religious Leaders",
de 2013 (http:/ /www.jerusalempers- características de todo o movimento. J. H. Charlesworth e L. L. Johns,
pective.com/11476/). 3 FLUSSER, David, "A New Sensi­ editores, Minneapolis: Fortress Press,
: É verdade que Saulo, o fariseu, partici­ tivity in Judaism and the Christian 1997, pp. 71-107.
pou do apedrejamento de Estêvão e da Message", in "Judaism and the Origins 4 TOMSON, Peter J., "Paid and the
perseguição à Igreja Primitiva, mas o o f Christianity" (Jerusalem: Magnes Jewish Law" (Minneapolis: Fortress
retrato geral positivo que Lucas faz dos Press, 1988), pp. 469-489; idem, "Hillel Press, 1990).
Verdade Incontestável
Josh McDowell / Sean McDowell

Tenha em seu coração as 12 verdades


incontestáveis da Palavra de Deus, uma
12 P O N T O S E S S E N C I A I S
oportuna ajuda para enfrentar os ataque a fé
D E I M A FF R E L E V A N T E
pela cultura pós-moderna de hoje.
Entenda aquilo que devemos crer, os motivos
p iil pelo qual devemos crer e esteja preparado
para transmitir a verdade bíblica, de
maneira fácil e convincente, conquis­
tando a todos com a maior apologética
1 Tosh McDowell de todas: amar uns aos outros,

I Sean McDowell como Cristo nos amou. J

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A profundidade c
Há dimensões de profundidade que cadt

V
bcê já assistiu a uma conexão em que as pessoas podem
grande equipe em ação? conhecer e apreciar uns aos outros,
Especialmente no final é importantíssimo. E, claro, apro­
do jogo? O que eu acho veitar os membros da equipe que
interessante é que, no decorrer valorizam e buscam conexão.
do jogo, a "segunda equipe" ou 2) Profundidade de diversidade
"banco" torna-se cada vez mais - Toda equipe precisa de uma va­
importante. Na reta final, é provável riedade de jogadores. Uma equipe
que você veja muitos novos joga­ de basquete cheia de armadores
dores entrando vindos do banco, não ganha campeonatos. Para or­
enquanto os anteriores se sentam ganizar uma equipe, você precisa
nele. Só com um forte grupo de de diversidade em habilidades,
jogadores no banco uma equipe experiência, formação e educação.
p o d e ganhar consistentemente. É preciso procurar a unidade de
Isso é chamado de profundidade. valores e visão, mas desenvolven­
E toda grande equipe tem uma do profundidade na diversidade,
grande profundidade. trazendo os membros da equipe
Isso se aplica a todas as equi­ que podem e estão dispostos a
pas, dos esportes aos negócios. Há completar um ao outro, em vez de
muito ensino sobre como desenvol­ simplesmente competirem.
ver profundidade em um time de 3) Profundidade no serviço - Isso
basquete, por exemplo. Mas, como é mais do que apenas ficar junto.
você desenvolver a profundidade Servir é desenvolvido e modelado
em sua equipe de trabalho? pelo líder. É uma atitude humilde
Aqui estão as dimensões de pro­ que não é egoísta. E um compro­
fundidade que cada líder de equipe misso de servir aos outros em pri­
precisa se concentrar em ter para meiro lugar. Para desenvolver a
obter uma temporada vitoriosa: profundidade nesta área, é preciso
1) Profundidade na relação (Co­treinar os membros da equipe que
nexão) - A primeira pergunta a fazer estão focados em uma vitória para o seu trabalho com excelência? Será
é: vocês todos gostam um do outro? trabalharem por toda a equipe, e que eles têm a habilidade conjunta
Os membros da equipe que gostam não apenas por si mesmos ou a sua necessária para produzir uma vi­
uns dos outros são mais propensos área. Essas pessoas estão dispostas a tória? Essas são as perguntas que
a trabalhar juntos e a ajudar uns aos colocar os outros em primeiro lugar um líder faz ao tentar desenvolver
outros quando estão jogando na e ajudar uns aos outros à vitória? a profundidade de habilidade ou
linha. Desenvolver profundidade 4) Profundidade de competência competência. Todo mundo na equipe
nessa área, criando momentos de - Os membros de sua equipe fazem tem de produzir em um elevado nível

<01 O b r ç t o ,
ïs grandes equipes
der de equipe precisa obter dela
6) Profundidade de crescimento
(capacidade) - Tenho certeza que você
já ouviu a frase: "As pessoas são nos­
so ativo mais sensível", geralmente
de CEOs de grandes organizações.
Mas, eu gostaria de acrescentar uma
ressalva: "...apenas se os líderes estão
desenvolvendo-os". Para criar pro­
fundidade nessa área, você precisa
treinar pessoas com capacidade para
o crescimento. Mas, os membros
da equipe não melhoram a menos
que os líderes estejam investindo
neles. Portanto, verifique se você
está treinando seus funcionários e
mcentivando-os a crescer. UDrgjl^

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pany. Artigos acessados via www.johnmaxwell.
com. Não podem ser reimpressos ou reprodu­
zidos sem a permissão por escrito da The John
Maxwell Company, exceto por breves citações
em resenhas criticas ou artigos.

The
JOHN MAXWELL

0
John Maxwell é pastor nos Estados Unidos
e conferencista internacional. Ele é con­
siderado um dos maiores especialistas em
de qualidade; caso contrário, o elo em posições de liderança aqui. O liderança no mundo. Autor de mais de 60
mais fraco vai puxar todos para baixo. desenvolvimento de profundidade livros, a maioria esmagadora sobre lider­
Então, é preciso treinar a excelência de liderança significa incentivar ança, suas obras já venderam mais de 20
milhões de exemplares em todo o mundo,
dos membros da sua equipe para e permitir que os líderes emirjam e já foram traduzidas para mais de 50
criarem profundidade nessa área. e contribuam em todos os níveis. idiomas. Dentre suas obras publicadas no
5) Profundidade de liderançaNesta área, a liderança significa Brasil estão Os 5 Níveis de Liderança, Como
tomar-se uma pessoa de influência, O coração e
(continuidade e clareza) - Eu não reforçar a influência dos outros a mente do líder e ]omada de Sucesso,
estou falando apenas de pessoas em direção à vitória. todos títulos da CPAD.

O b im H
Teologia
Pr. Israel Alves Ferreira

Esquizofrênk
enfrentam na pratica do minis­ intensidade, frequência e grau de
Entenda como tério. O pastor e psicanalista Joel prejuízo que causa para a própria
Pedro da Silva Júnior explica que pessoa e os outros. Por exemplo,
distúrbios psi­ líderes que têm distúrbios mentais líderes obstinados por seus obje­
apresentam comportamentos pare­ tivos, quando atropelam e esma­
cológicos podem cidos. "Normalmente, são pessoas gam os outros por causa dos seus
sonhos, podem ser pessoas com
solitárias, sem conselheiros espiri­
afetar a vida mi­ tuais. Tomam-se profissionais da
fé - querem conquistar resultados
personalidade obsessiva, que é
um transtorno de personalidade.
nisterial de um e serem eficientes do ponto de vista
institucional", enumera. Além dis­
É lindo ver uma pessoa bem or­
ganizada que faz tudo com uma
obreiro e saiba so, não aceitam opinião de outras
p esso a s, são im p acien tes e ego­
aparente perfeição. O problema é
quando a pessoa é obcecada por
cêntricos, mas convivem com uma deixar tudo limpo e não consegue
como tratá-los grande frustração. A consequência sentar quieta e relaxar se algo
dessa vida solitária é o apareci­ estiver fora do lugar. Ser limpo e

T
alvez o querido compa­ mento, cada vez mais frequente, organizado é sinal de saúde, mas
nheiro ache estranho este de doenças emocionais e psico­ ser obcecado por isso pode ser
tema. Mas somos gente e lógicas que, muitas vezes, afetam doença como Transtorno Obsessivo
estamos sujeitos às limi­ diretamente a vida e a saúde dos Compulsivo.
tações próprias do ser humano. É ministérios onde atuam. Atese Psi­ E muito comum, grandes che-
maravilhoso pensar que o Senhor quiatria e religião: a prevalência de fões de empresas ou lideres cris­
nos usa como somos e com as vul- transtornos mentais entre ministros tãos terem comportamento impie­
nerabilidades que temos. Na ver­ religiosos, elaborada pelo psiquiatra doso, frio, preciso e até cruel. Há
dade, pesquisas indicam que lide­ cristão Francisco Lotufo Neto, há quem admire a filosofia pitbull,
res cristãos são vítimas de transtor­ cerca de dez anos, revelou que a que esmaga quem se oponha ao
nos mentais, mais do que a gente média de transtornos mentais entre seu interesse, mas a realidade é
imagina. Isso por questões comuns líderes cristãos é enorme. E, de lá que isso pode ser sinal de Trans­
a todas as pessoas, como a heredi­ para cá, a coisa só pode ter piorado. torno de Personalidade Antissocial, a
tariedade, os traumas da infância, O estudo mostrou que 47% dos antiga psicopatia.
o estresse pós-traumático e muitas pesquisados, todos evangélicos, Dentre os diversos transtornos
outras causas, mas principalmente apresentavam distúrbios mentais que um líder pode ser vítima, vou
por causas próprias do ministério, e transtornos de comportamento. falar um pouco sobre esquizofrenia
como solidão, frustração, batalhas Por outro lado, existem muitos e transtorno bipolar.
espirituais, calunias, divisões do comportamentos que parecem Esquizofrenia é um sério trans­
rebanho, falta de perdão, into­ virtudes que podem ter um fundo torno mental que afeta o comporta­
lerância ao estresse próprio do patológico, considerando que o mento, o pensamento, a percepção
ministério, as pressões, cobranças que diferencia um comportamen­ o afeto e o humor. Vem de duas
e perseguições que os ministros to razoável de outro patológico é a palavras gregas (schizo = divisão,
ds e bipolares
cisão; e phrenos = mente) ou uma
mente dividida. E um conflito da
pessoa consigo mesma e com o
mundo exterior. Quando mais
grave, há uma despersonalização.
Os delírios e alucinações são parte
do desequilíbrio do pensamento
esquizofrênico.
Veja os conceitos citados pelo
pastor Altair Germano: "Delírios
são crenças não verdadeiras, base­
adas em um julgamento incorreto
sobre a realidade exterior, apesar
de provas e evidências contrárias.
A pessoa pode sentir que seus
pensamentos são influenciados,
controlados, inseridos ou transmi­
tidos por algo exterior fora de seu
controle. Os eventos normais do
dia a dia passam a ter significado
diferente. O delírio pode levar a
pessoa a acreditar que está sendo
perseguida, que têm dotes ou
poderes especiais, como controlar
o tempo ou se comunicar com
extraterrestres. Alucinações são
falsas percepções na ausência de
um estímulo externo, mas com
as qualidades de uma verdadeira
percepção, isto é, a pessoa pode
ver, ouvir e sentir coisas que não
estão realmente ali. As alucinações
podem ser auditivas, visuais, táteís,
olfativas, gustativas ou uma com­
binação de todas. As auditivas são
as mais comuns e podem ocorrer
na forma de barulhos, músicas ou
mais frequentemente como vozes.
Estas vozes podem ser sussurra-

Obim H
das, ou claras e distintas, podem te perde o contato com a realidade, e têm visões que não são do céu, têm
falar entre si ou ser uma única voz. vive num mundo imaginário que para revelação que não são do Espírito
Podem comentar o comportamento si próprio criou, podemos afirmar Santo, dão testemunhos de coisas
da pessoa e às vezes podem dar que muitos líderes vivem fora da que nunca aconteceram, falam
ordens. As alucinações visuais realidade. Muitos acham que são de si mesmos como se fossem do
levam a ver distorções de imagens muito mais do que realmente são. tamanho que nunca foram; falam
ou aparecimento de pessoas e coisas É a síndrome de Messias, da qual de uma realidade distorcida. En­
que só ela vê, podendo estabelecer muitos padecem. Pensam que são ganam e são enganados. E o pior
contato e diálogo com essas pessoas maiores e melhores que outros. é que muitos desses líderes acham
e coisas inexistentes. Além disso, Outros falam de visões fantasiosas, que estão certos e que são bem-
uma pessoa com esquizofrenia que nada mais são que verdadeiros -sucedidos, porque esses compor­
pode sentir cheiros ou gostos ruins delírios. É a esquizofrenia espiri­ tamentos falsos e mentirosos lhes
ou ter a sensação de ser tocado ou tual. São os gurus espirituais que renderam algum tipo de bônus.
picado, como se insetos estivessem profetizam mentiras e tem visões Quando ele acredita que isso é su­
rastejando sobre a pele." extraordinárias e extra bíblicas. cesso, com certeza ele é um doente
As causas são diversas para a Crentes que buscam coisas fanta­ espiritual e até físico. Ele tem sin­
esquizofrenia, mas podemos citar siosas encontram pregadores total­ tomas perigosos, tanto espirituais
um fundo hereditário e genético, mente esquizofrênicos espirituais como psicológicos.
histórico de distúrbio mental na que acabam prejudicando sensivel­ Existe também no meio cristão
família mas também os traumas mente suas vidas. São pessoas que uma verdadeira paranóia gospel.
da vida, do ambiente familiar ouvem vozes que Ou seja, nos nossos púlpitos fa­
disfuncional de algum acidente, não são do lamos demais em perseguição.
de uma pressão insuportável, de Senhor, Hinos são cantados falando que o
um ambiente sob tensão e muitos e destruindo
outros fatores. Acontece geralmente tudo. Pregadores
a partir do fim da adolescência em falam de perse­
tomo dos 20 anos de idade.
O esquizofrênico se desperso­
naliza quando se imagina sendo
outra pessoa, às vezes se torna
violento por falta de noção de
perigo e se isola das pessoas que
o amam. Ele retorna a fases ante­
riores da vida, se comportando às
vezes como uma criança, correndo
riscos por não ter noção de perigo.
Por exemplo, pode se achar um
super-homem e pular de um lugar
alto para voar. Temos muitos lí­
deres empresariais, políticos e até
pastores com esquizofrenia. Mas
é muito mais comum a existência
de líderes que na verdade não são
diagnosticados com esta pato­
logia, mas têm comportamentos
delirantes ou alucinatórios.
Partindo do conceito que es­
quizofrenia é psicose em que o doen-
guição, mas do que deveriam. Os tado com o poder do diabo? Por­ curam as pessoas, pelo contrário,
servos de Deus que poderiam des­ que insistimos nessa paranóia as adoecem. Vamos sair do mundo
frutar mais as bênçãos do Senhor esquizofrênica espiritual, fazendo da fantasia e cultuar ao Senhor com
vivenciam muito mais as setas, os com que as pessoas vivam sem­ louvor, oração, adoração e ensino
laços, a ação do diabo. São men­ pre oprimidas? Muitos líderes da Sagrada Escritura. Não dispo-
sagens sobre inimigos dentro da assustam as pessoas para que se nibilizemos o púlpito da igreja a
igreja e fora dela. Porque não en­ tornem mais dependentes deles, esses pregadores esquizofrênicos
sinamos mais a vida cristã, a san­ o que, sem dúvida, é patológico e cheios de delírios espirituais de
tidade, a esperança cris­ anticristão. As pessoas se sentem alucinações e fora da realidade.
tã e temas assim? mais perseguidas e odiadas do que Precisamos de cultos racionais.
Porque nutrimos realmente são quando em todos Fé não é ilusão ou delírio, mas,
tanto o medo os cultos estes são os temas que segundo Hebreus 11.1, "é o firme
no povo? Por­ permeiam as mensagens. fundamento das coisas que se es­
que deixamos Paulo nos fala em Romanos peram e a prova das coisas que se
nosso povo se 12.1 sobre o culto racional. Existem não vêem".
sentir tão as- igrejas que fazem cultos esqui­ Vejamos também alguma coisa
sus­ zofrênicos, nos quais as pessoas sobre transtorno bipolar. Segundo
voltam para suas casas mais do­ o site Wikipédia, "o transtorno
entes do que vieram, quando bipolar do humor, também conhecido
pregadores provocam o como distúrbio bipolar, é uma doença
medo, o ódio nas pes­ caracterizada por episódios repetidos,
soas ou mesmo ou alternados, de mania e depressão.
quando trazem Uma pessoa com transtorno bipolar
falsas visões está sujeita a episódios de extrema ale­
e falsas pro­ gria, euforia e humor excessivamente
fecias. São elevado (mania), e também a episódios
cultos sob de humor muito baixo e desespero
tensão (depressão). Entre os episódios, é
que não comum que passe por períodos de nor­
salvam malidade. Deve-se ter em conta que
e não este distúrbio não consiste apenas de
meros 'altos e baixos'. Altos e baixos
são experimentados por praticamente
qualquer pessoa, e não constituem um
distúrbio. As mudanças de humor do
distúrbio bipolar são mais extremas e
mais duradouras que aquelas experi­
mentadas pelas demais pessoas”.
Esta patologia começa em mé­
dia dos 20 aos 30 anos de idade,
mas pode chegar em qualquer
idade. Também a alternância de
sintomas pode acontecer num só
dia como pode cada fase demorar
até meses para haver a mudança.
Vale salientar que lideres cris­
tãos também podem ser vítimas
desse transtorno, mas mesmo

O b im Lí
sem ser diagnosticado, porque sofrer retaliação. Quantas vezes o olhar do outro. Muito mais quando
pastores, via de regra, não vão microfone da igreja é usado para somos líderes do povo de Deus.
a um psiquiatra, porque acham oprimir e entristecer o povo. Em Podemos estar fazendo muito mal
que fica mal para um líder cristão. outro dia, para aquele pastor tudo aos outros sem, contudo, perceber­
Mas é bom lembrar que depressão, é festa. Isso, de alguma forma, é mos nada. Para isso precisamos de
transtorno bipolar, esquizofrenia bipolaridade. pé no chão e equilíbrio para nos
e outras patologias precisam de Como lidar com estas patolo­ conhecermos melhor, tendo sensi­
médicos e de premência psiquiatra. gias, com estes sintomas ou com bilidade para percebermos nossos
Claro, que também muitos li­ estes comportamentos? Entendo pontos vulneráveis.
deres, apesar de não portarem de que tudo começa com uma auto- Em segundo lugar, precisamos
forma definitiva esta patologia, se -avaliação. Cada um de nós precisa melhorar nosso relacionamento
comportam muitas vezes como se se olhar por dentro, se comparar com Deus. Cada dia que passa,
portassem. Basta perceber quantas com o que se chama de normalida­ pastores estão orando menos e me­
igrejas sofrem com um pastor com de. Muitas vezes somos totalmente ditando menos na Palavra. Nosso
um comportamento bipolar. Pas­ desligados da realidade. Não tempo devocional está diminuindo.
tores que tem dia que prega, ama, imaginamos o que os outros estão Precisamos voltar imediatamente
perdoa, trata bem todo mundo. pensando de nós. Parece que está para o joelho e comunhão com o
Já em outro dia ataca seu público tudo bem e que sempre agimos e Senhor. Nossa relação com o Senhor
com palavras ofensivas, espanca nos comportamos corretamente. nos ajuda a melhorar nossa visão
o rebanho com uma mensagem Isso é pior do que nosso compor­ sobre nós mesmos, sobre os outros
opressora, trata mal as pessoas, se tamento equivocado. Precisamos e sobre Ele mesmo. A comunhão
faz de vítima, ou se isola e não fala entender que não trabalhamos só cura as nossas dores e nos liberta
com as pessoas. Vive cheio de altos para nós. Temos uma multidão das patologias mentais e espirituais.
e baixos. Dias de alegria outros de de testemunhas, uma multidão Em terceiro lugar, precisamos
angustia. A igreja já sabe quando precisando de nós e uma multidão melhorar nossos relacionamentos
o pastor está bem ou quando está de observadores. Vamos exercitar a com as pessoas. Com nossa família,
em crise. E até comentam que o auto-avaliação. Vamos olhar no es­ com nossos amigos e com aque­
pastor naquele dia está bravo. pelho da coerência; no espelho da les que nos odeiam. Precisamos
O povo fica longe dele para não Palavra de Deus; e no espelho do ter momentos juntos com quem
amamos. Conversar, comparti­
lhar, sorrir e brincar. Precisamos
aprender enfrentar com sabedoria
os perseguidores, os opositores,
os caluniadores, os inimigos de
plantão. Se nos deixarmos levar
pelos desejos e reações provoca­
dos por esses atos cruéis contra
nós, certamente ficaremos doen­
tes, teremos desejos de vingança,
ódio e ressentimentos. Jesus nos
ensina em Mateus 5.44 "... amai a
vossos inimigos, bendizei os que
vos maldizem, fazei bem aos que
vos odeiam e orai pelos que vos
maltratam e vos perseguem, para
que sejais filhos do Pai que está
nos céus".
Em quarto lugar, quem está
passando por isso precisa de
ajuda. Nossa ajuda vem de Deus
em oração, de um amigo que nos
compreenda, de um líder espiri­
tual de nossa confiança ou, se for
muito necessário, de profissionais
como psicólogos, psicanalistas ou
psiquiatras. Não se engane, se pre­
cisar de uma ajuda técnica, procu­
re. O que não se pode é continuar
doente e adoecendo aos outros.
Precisamos mudar nossos com-
portamentos, melhorar nossos
relacionamentos, cuidar de nossa
vida espiritual e nos esforçar mui­
to para estarmos bem com Deus, trabalho como ensinadores e conse­ mais. Que Deus nos ajude a estar­
conosco mesmo e com os outros. lheiros pode salvar vidas. Podemos mos bem espiritual e mentalmente,
Concluindo este texto, quero ajudar pessoas a se libertarem dos bem como prontos e preparados
falar para meus companheiros de seus traumas e de suas patologias, para salvar vidas e curar pessoas
ministério, que igreja deve ser lugar como estas que exemplificamos em nome de Jesus. Obrgj^
de cura e não de adoecimento, não neste texto. Um aconselhamento
um ambiente de crise, de conflito, com oração, conhecimento bíblico e Israel Alves Ferreira
de comentários desagradáveis ou de discernimento espiritual vai ajudar é pastor, líder da As­
sembleia de Deus em
incitar o ódio contra as pessoas, in­ a curar as pessoas, bem como salvar Salvador (Adesal) e da
centivando sentimentos como ódio, casamentos e famílias inteiras. Pre­ Conframaded, relator
preconceito e coisas do tipo, mas cisamos nos preparar e nos habilitar do Conselho Fiscal da
CGADB, economista,
lugar de amor de paz e de reconci­ para este tão importante ministério
mestre em Teologia e
liação. Por outro lado, precisamos em um tempo que os transtornos Estudo da Bíblia, psicanalista, e especial­
ser instrumento de cura. O nosso mentais estão aumentando cada vez ista em Neuropiscologia.

o b im
Liderança
Pr. Francisco Gonçalves

Lições da vida
i.e., não pretende objetivar a visão uma sociologia que transcende o
A sociologia do de um cientista em particular, mas meramente físico, a que chamo de
expor um estudo que contenha metasociologia, que é a sociologia
ministério do universalidade da realidade social.
Mas esta pretensão de neutralida­
do Espírito Santo. Isso porque
o homem natural está privado
juiz de Israel de na sociologia é mitológica, isso
por razões bem simples, vejamos
compreender as coisas do Espírito
(ICo 2.14). Estudemos, pois, a so­
aplicada à vida duas, para exemplo: 1) a visão de
sociologia da religião de um autor
ciologia do ministério de Sansão.
Vejamos algumas lições extraídas
ministerial ateu é bem diferente da visão de
sociologia da religião de um autor
da chamada e do ministério desse
juiz de Israel:
teísta; 2) a visão de economia de O Senhor chama com um
dos obreiros um autor marxista é bem diferente propósito específico - "[...] e ele
da visão de economia de um autor começará a livrar a Israel da mão
hodiernos dito capitalista. Mas, procurar dos Filisteus" (Jz 13.5). Eis, pois,
compreender as causas que deter­ o objetivo específico do ministério
minaram ou determinam o sucesso de Sansão: libertar Israel da opres­
ou o fracasso de um determinado são filisteia. Todos os feitos do
odos os modos de ser do

T
grupo social, constitui-se em essên­ Senhor têm em vista um fim. Ao
social são passiveis de cia um dos objetivos da sociologia. criar o homem, Deus tinha como
uma avaliação sociológi­ Procurar as razões que determi­ objetivo viver presencialmente
ca, portanto, a sociologia naram a alavancada ou derrocada com aquele (Rm 5.14; Ap 21-22).
"é o estudo, que pretende ser cien­ de um ministério, também, é uma A criação do homem, pois, não
tifico, do social como social, seja proposta sociológica. Eis, pois, um foi algo acidental, mas foi pré-
no nível elementar das relações dos ideais da sociologia: procurar -ordenado pelo Senhor na eterni­
interpessoais, seja no nível macros­ compreender a essência do devir dade. De igual modo a chamada
cópico, como as classes, as nações, [=processo] social em todos os de Sansão, foi uma chamada para
as civilizações ou, para empregar seus modos de ser. Mas, mesmo cumprir o propósito divino de
a expressão corrente as sociedades sendo a história da revelação um livrar Israel da mão dos Filisteus.
globais" (RAYMOND, 2011)1. Ora, dado observável, constituindo-se, Na chamada de Sansão fica, pois
a sociologia é uma das ciências pois, em objeto de pesquisa socio­ notificado, que todos os que estão
ditas humanas, estas por sua vez lógica, é necessário submetermos inseridos no ministério tem como
se subdividem em várias áreas, tal sociologia aos instrumentos objetivo cumprir o propósito divi­
exigíveis pelas suas especificações reguladores da revelação, pois os no. Ter a consciência que a vonta­
crescentes. Daí haver: a sociologia expedientes meramente humanos de do Senhor precede a qualquer
política, econômica, do trabalho, são incapazes de captar a essência um dos nossos objetivos; e possuir
da religião, etc. A sociologia por dos ensinamentos do Espírito um pré-conhecimento da área que
reivindicar o status de cientifica, Santo. Daí termos que adotar nos identifica na seara do Senhor,
em tese seu estudo é dito neutro, como instrumento de pesquisa é comecar bem no ministério.

íèi 0 b im
de Sansão
Sansão padeceu desse processo
de conscientização, pelo menos do
primeiro. Portanto, começou mal.
Sua chamada foi inequívoca -
"E o Anjo do SENHOR apareceu
a esta mulher e disse-lhe: Eis que,
agora, és estéril e nunca tens con­
cebido; porém conceberás e terás
um filho" (Jz 13.3). A inequívoca
chamada de Sansão decorre da
auto-manifestação do Anjo do
Senhor. As chamadas para oficiar
perante Deus podem ser diretas
(Êx 3; Mt 3.18-20) e indiretas (Êx
28.1; lRs 19.16). O chamado de
Sansão foi um chamado especial,
pois Sansão já veio à existência
com um propósito específico: ser
consagrado a Deus, desde o ventre
materno. Portanto, a chamada de
Sansão não comportava dúvida.
Em nosso contexto, a chamada
de alguém ao ministério principia
com um desejo: "Fiel é a palavra:
se alguém aspira ao episcopado,
excelente obra almeja" (lTm 3.1).
"Aspira... almeja. No original
grego, são usadas duas palavras
diferentes. A primeira significa
'esforçar-se para alcançar'. Des­
creve uma ação exterior, e não
um motivo interior. A segunda
significa 'uma forte paixão' e
refere-se a um desejo interior"2.
De nada adiante uma forte paixão
para o ministério sem o esforço
exigível que daí decorre. Dizendo
o mesmo com palavras diferentes:
as qualificações do ministro na es-

o b tm
iw.fl

fera pública nada mais é que uma to" (Nm 6.3-6). Na essência destas Sansão foi ungido com uma unção
representação da natureza interna restrições há um principio moral especial, uma unção incomum. Do
do ministério. imprescindível aos representantes texto antecedente de Juizes 13.25,
Uma autêntica chamada deman­ de Deus, diante do seu povo. Há há os textos consequentes como
da austeridade - "[...] e terás um certos expedientes, que se praticados em Juizes 14.6 que diz: "Então, o
filho sobre cuja cabeça não passará por algum ministro, faz com que sua Espírito do Senhor se apossou dele
navalha [...]" (Jz 13.5). A lei sobre o reputação desmorone. Usando a lin­ tão possantemente, que o fendeu
nazireado prescrevia:"[...] de vinho guagem aristotélica, podemos dizer: de alto a baixo, como se fende um
e de bebida forte se apartará; vinagre o ministério é formal, clarificando: o cabrito, sem ter nada na sua mão
de vinho ou vinagre de bebida forte ministério é como que uma lei que, [...]"; (Jz 14.19): "Então, o Espírito
não beberá; nem beberás alguma be- a ela temos que nos conformar, isto do Senhor tão possantemente se
beragem de uvas; nem uvas frescas é, agir na forma da lei. apossou dele [...]"; (Jz 15.14): "[...];
nem seca comerás. Todos os dias do Todo aquele que o Senhor cha­ porém o Espírito do Senhor pos­
seu nazireado, não comerás de coisa ma, Ele capacita - "E o Espírito do santemente se apossou dele [...]"; e
alguma que se faz da vinha, desde SENHOR o começou a impelir de (Jz 16.9): "[...] Então, ela lhe disse:
os caroços até as cascas. Todos os quando em quando para o campo Os filisteus vêm sobre ti, Sansão.
dias do voto do seu nazireado sobre de Dã, entre Zorá e Estaol" (Jz Então, quebrou as vergas de vimes,
a sua cabeça não passará navalha; 13.25). O texto nos faz ver varias como se quebra o fio da estopa ao
até que se cumpram os dias, que coisas significativas: 1) A necessi­ cheiro do fogo; [...]". Notemos que
se separou para o SENHOR, santo dade da presença do Espírito do deste versículo em diante não há
será, deixando crescer as guedelhas Senhor no meio do Seu povo; 2) A mais menção ao Espírito Santo, de
do cabelo da sua cabeça. Todos os necessidade de direção [entre Zorá forma explicita. O Espírito Santo
dias que se separar para o SENHOR, e Estaol]; 3) A necessidade de pro­ fora entristecido, e finalmente ex­
não se chegará a corpo de um mor­ pulsão [o Espírito passou a impelir]. tinto (Jz 16.20). Se Deus o chamou
ao ministério, tenha certeza: você i.e., pelo pós-modernismo, não Implica, pois dizer que a apro­
será capacitado por Ele. passa de prepotência por parte do vação ou reprovação do homem
Quem é chamado por Deus não homem caído. por Deus, é reprovação do homem
deve transcender o perímetro do A porta para a derrota, em ressuscitado, i.e., o homem em
Espírito - "E o Espírito do SENHOR muitos, casos começa com um seu corpo espiritual, glorioso ou
o começou a impelir de quando em simples olhar - "[...] vendo em inglorioso. Observamos também
quando para o campo de Dã, entre Timna uma das filhas dos filis­ que a formação psico-espiritual
Zorá e Estaol" (Jz 13.25). O campo teus, [...]" (Jz 14.1). O conceito de do homem em quanto tal homem,
de Dã, entre Zorá e Estaol, significa homem como um "ser espiritual" processa-se aqui mesmo em sua
o perímetro do Espírito. O teólogo deve sobressair-se ao conceito existência. Daí que a necessidade
Claudionor de Andrade escreveu de homem como trinômio, i.e., de vigilância proposta por nosso
um artigo intitulado Declaração "Espírito-alma-corpo". Pois os atos Senhor (Mt 26.41) ser de funda­
de Modesto3, no qual comenta um do homem em quanto tal homem, mental importância na vida do
protocolo do mesmo nome, pro­ i.e., do homem em sua concretude povo de Deus. De Eva é dito:
tocolo esse que tem norteado os terrena é que vão determinar o "Vendo a mulher que a arvore era
membros da equipe do evangelista seu estado de bem-aventurança boa para se comer, agradável aos
americano Billy Graham, em quase ou maldição póstumo. Eis o que olhos e árvore desejável para dar
sete décadas. Nesse documento diz o texto sagrado em 2 Coríntios entendimento, tomou-lhe do fruto
está traçada a topografia perimetral 5.10: "Porque importa que todos e comeu e deu também ao marido
que compete a todos os ministros nós comparecemos perante o tri­ e ele comeu" (Gn 3.6); de Davi está
cristãos. Além do limite perimetral bunal de Cristo, para que cada um registrado: "Uma tarde, levantou-
moral encontrado no artigo supra, receba segundo o bem ou mal que -se Davi do seu leito e andava
acrescentem-se também os limites tiver feito por meio do corpo"; e passeando no terraço da casa real;
do anuncio da Palavra de Deus: em Apocalipse 20.12b: "[...] E os dai viu uma mulher que estava
falada ou escrita, a Palavra de Deus mortos foram julgados, segundo tomando banho; era ela muito
não precisa de amputação e nem de as suas obras, conforme o que se formosa" (2Sm 11.2); de Acã é dito:
acréscimo (Ap 22.18-9). A tragédia achava escrito nos livros". Vê-se, "Quando vi entre os despojos uma
do ministério de Sansão deu-se pois, que tanto o tribunal de Cristo, boa capa babilónica, e duzentos
em razão da violação do terceiro como o julgamento final só ocor­ siclos de prata, e um barra de
artigo da Declaração de Modesto, rerá após a primeira e a segunda ouro do peso de cinquenta siclos,
i.e., a falta de ética na área sexual. ressurreição, respectivamente. cobicei-os e tomei"[...]; de Sansão
Comentando Gálatas 5.16, que trata
do perímetro do Espírito Santo, es­
creveu o erudito em grego, Kenneth
S. Wuest: "Mas, quanto ao nosso
texto, a forma do grego mostra que
se trata de um mandamento que
deve ser constantemente obedeci­
do: 'conduzi-vos constantemente
no Espírito'. O vocábulo 'Espírito',
que aqui se refere ao Espírito Santo,
está no locativo de esfera, e poderia
ser graficamente representado por
um ponto dentro de um círculo. O
ponto está na esfera do círculo"4.
Portanto, a proposta de liberdade
absoluta apregoada pelo humanis­
mo ateológico, teológico e filosófico,
descida sem volta, uma descida na
ordem do Espírito.
Na parábola do samaritano há
um ensinamento importante que
deve ser observado: "Jesus prosse­
guiu, dizendo: Certo homem descia
de Jerusalém para Jericó e veio a
cair nas mãos dos salteadores [...]"
(Lc 10.30-32). Jerusalém representa
a cidade do grande Rei (Mt 5.35), e
Jericó representa o mundo que será
destruído (Ap 20.7-15). Por conse­
guinte, quem sai de Jerusalém sai da
presença de Deus, e quem entra em
Jericó entra no mundo. O sacerdote
e o levita que desciam de Jerusalém,
espiritualmente significa que se afas­
tavam de Deus, portanto, passaram
ao largo do homem que descia de
Jerusalém, este também caído.
Espiritualmente falando, San­
são, ao descer a Timna, saiu do
perímetro da área do Tabernáculo
[= domínio de IAHWEH] e entrou
no perímetro do deus Dagom, di­
vindade dos filisteus (Jz 16.23), e de
lá só saiu morto. Há, pois descida
na esfera do Espírito que é fatal. O
obreiro da igreja de Efeso (Ap 2.4-5)
tinha bons predicados, mas ao des­
cer de nível espiritual, foi advertido
está registrado: "Desceu Sansão mas o corpo é o instrumento pelo que estava correndo um enorme
a Timna; vendo em Timna uma qual a personalidade humana, risco, um risco que se consumado,
das filhas dos füisteus"[...]. Todas i.e., o espírito-alma se auto-realiza era fatal. Portanto, a descida do
as quatro ocorrências registradas em sua existência terrena. Daí as homem Zorá foi uma tragédia.
acima terminaram em tragédias. Escrituras impugnar qualquer Quando um líder cai, geral­
Daí que a porta para derrota pode plano de salvaçãopóstumo. Após mente ele não cai só - "[...] subiu,
começar com um simples olhar a morte segue-se o juízo (Hb 9.27). e declarou-o a seu pai e a sua mãe,
mal direcionado. A doutrina, pois, Na dimensão espiritual há e disse: Vi uma mulher em Timna,
que ver o homem como um ser di­ formas de descidas que são fatais das filhas dos filisteus; tomai-ma,
vido, afirmando que com o corpo - "Desceu Sansão a Timna; [...]" pois, por esposa" (Jz 14.2). Os pais
podemos dar vazões a todos os (Jz 14.1). O coordenador geral da de Sansão eram bons interpretes da
impulsos carnais, porque diz tal revelação [=Bíblia] é o Deus-Trino, Lei. A Lei proibia qualquer Israelita
doutrina: "só com o espírito pode­ portanto, eu estou plenamente contrair matrimônio com filhos
mos alcançar e agradar Deus". Tal convencido que até ordens das [as] de outras nações (Dt 7.1-4). As
doutrina é absolutamente herética palavras bíblicas estão sob a su­ sete nações especificadas aqui re­
e demoníaca. A constituição do pervisão divina. Esse desceu aqui presentam a totalidade das nações
ser humano é espiritual e física, é significativo, pois se trata de uma pagãs. Podemos verificar que essa

o b t m
era a convicção dos judeus: "Porém mas ele cometeu erros fatais que o pai e sua mãe não sabiam que isto
seu pai e sua mãe lhe disseram: levaram ao fracasso espiritual e à vinha do Senhor, pois este procura­
Não há, porventura, mulher entre morte física. Entre esses erros estão va ocasião contra os filisteus; por­
as filhas de teu povo, para que os seguintes: (1) Não se firmou na quanto, naquele tempo, os filisteus
vás tomar esposa dos filisteus, palavra de Deus. Demonstrou falta dominavam sobre Israel" (Jz 14.4).
daqueles incircuncisos?" (Jz 14.3). de interesse e de respeito para com O Deus cristão é o Espírito Trino
Em Deuteronômio 7.1-4, as nações os mandamentos de Deus, e despre­ Infinito: Pai-Filho-Espírito Santo.
eram = heteus, girgaseus, amor- zou totalmente a lei de Deus quanto Este nunca erra, nunca comete
reus, cananeus, ferezeus, heveus ao casamento misto (Êx 34.16; Dt erros. Portanto, o Senhor jamais
e jebuseus. Em 1 Reis 11.1-2: "Ora, 7.3; Gn 24.3,4; 26.34,35) Mas, iria conduzir Sansão através de um
além da filha de Faraó, amou Salo­ por extensão, essa desobediência princípio errado, contradizendo
mão muitas mulheres estrangeiras: cometida por Sansão na esfera uma prescrição Sua (Dt 7.3). San­
moabitas, amonitas, edomitas, domestica, pode ser aplicada aos são era um líder espiritual, pois a
sidônias e hetéias" [...]. Entretanto, pais ditos ministeriais. Dizendo de forma de governo no seu tempo era
eis o que diz o hagiógrafo: "mu­ outro modo: há casos em que "fi­ a teocracia. Um líder espiritual é
lheres das nações de que havia o lhos ministeriais" não acataram os um representante de Deus perante
SENHOR dito os filhos de Israel: conselhos de seus "pais" [=pastores o povo (Êx 4.15,16). Sansão como
Não caseis com elas, nem casem que os apresentaram ao ministé­ líder espiritual e político de Israel,
elas convosco, pois vos perverteria rio] e se deram mal, perderam até casando com uma estrangeira, es­
o coração, para seguirdes os seus mesmo o ministério. Concluir um tava servindo como modelo para
deuses. A estas se apegou Salomão seminário teológico ou participar o povo que presidia. Portanto,
pelo amor" (lRs 11.2). Portanto, de seminários para formação de Sansão estava agindo na vontade
segundo o Novo Testamento, regra pastores não significa habilidade permissiva de Deus, não na direti­
pela qual o Antigo é interpretado ministerial, nem tão pouco uma va, i.e., não na perfeita vontade de
(ICo 7.39): ["somente no Senhor"], chamada ao ministério. O minis­ Deus. No ministério é muito fácil
Sansão levou seus genitores violar tério é algo progressivo, i.e., que agirmos na vontade permissiva
a Palavra de Deus. Assim geral­ se realiza gradualmente. Conheço de Deus, pois a vontade diretiva
mente acontece quando cai um ministros "indoutos" bem sucedi­ divina tem preço. Um ministério
líder espiritual, não cai só. dos no ministério. No ministério, que segue seu curso na vontade
Quem geralmente rejeita os o segredo primordial é seguir as permissiva de Deus [= na vontade
conselhos de pais piedosos não orientações divinas. da carne], cedo ou tarde fracassará,
termina bem - "Porém seu pai e sua Um ministério pode seguir embora possa não desaparecer.
mãe lhe disseram: Não há, porven­ seu curso na vontade diretiva ou Quando alguém entra na área
tura, mulher entre as filhas de teus permissiva de Deus - "Mas seu da tentação, sem demora o inimigo
irmãos ou entre todo o meu povo,
para que vás tomar esposa dos
filisteus, daqueles incircuncisos?
Disse Sansão a seu pai: Toma-me
está, porque só desta me agrado"
(Jz 14.3). Os genitores de Sansão
estavam conscientes da decisão
errada que o filho estava tomando,
portanto quiseram persuadi-lo a
mudar a decisão. A Bíblia de Estu­
do Pentecostal, a respeito de Juizes
14.3 diz: "O Senhor abençoou a
Sansão e o revestiu do poder do
Espírito (13.24,25; 14.6,19; 15.14),
vem ao seu encontro - "Desceu, mel. Tomou o favo nas mãos e se Não há pecado oculto que
pois, com seu pai e sua mãe a Tim- foi andando e comendo dele [...]" (Jz não venha a torna-se público -
na; e, chegando às vinhas de Timna, 14.8-9). Ora, em Números 6.1-5, no "Sansão foi a Gaza, e viu ali uma
eis que um leão novo, bramando, regulamento do nazireado, era proi­ prostituta, e coabitou com ela. Foi
lhe saiu ao encontro" (Jz 14.5). As bido o nazireu aproximar-se de um dito aos gazitas: Sansão chegou
palavras relevantes são: desceu, às cadáver. Pois o contato com cadáver aqui. [...]" (Jz 16.1-2). É provável
vinhas e um leão novo [=forte], lhe anulava o nazireado (Nm 6.12). Há que Sansão tenha chegado a Gaza à
saiu ao encontro [=para os tragá-los quem objete que em Números 6.6, noite, pois o texto diz: "Cercaram-
- IPe 5.8]. Uma leitura espiritual, a se trate de corpo humano, mas isso -no, pois, e toda a noite o espe­
leitura do Espírito Santo, pode ser não invalida a profanação cometida raram". Em Números 32.23 está
posta assim: Desceu = andando fora por Sanção, pois em Levítico 11.2-3 o registrado: "[...], eis que pecaste
da vontade de Deus; as vinhas era leão é excluído da lista dos animais contra o Senhor, e sabei que o vosso
o lugar de tentação, pois o nazireu limpos e ao comer o corpo do leão pecado vos há de achar". Há um
era impedido de comer do fruto da convertido em mel, contaminou-se princípio espiritual aqui, portanto,
videira (Jz 13.14); o leão novo aqui e perdeu seu nazireado. Pois neste princípio universal, pois está rela­
simboliza o diabo, pois ele veio caso comeu do mel do corpo de cionado com a natureza moral do
para os matá-los (Jo 10.10; IPe 5.8). animal imundo. Aobjeção acima não Senhor. Universalidade significa
Os princípios da Palavra de Deus se sustenta no contexto bíblico, mas sua validade em todas as eras. O
são universais, portanto eternos, mesmo admitindo-a, Sansão, mes­ pecado do homem de Zorá tinha
ignorá-los é incorrer em risco de mo assim profanou seu nazireado. sido descoberto a todos.
perdição. O mundo hoje está cheio O pecado, pois nos toma insensíveis Há aqueles que tentam justifi­
de vinhas de "Timna". O que dizer para com os preceitos divinos. Um car ou encobrir seus pecados atrás
das vinhas da internet? abismo chama outro abismo. das manifestações do Espírito
Quando alguém viola algum Sansão foi um utopista, i.e., Santo - "Porém Sansão esteve dei­
princípio da Palavra de Deus, tor- pretender ser um líder sem lide­ tado até à meia noite; então, se le­
na-se insensível para com suas res­ rados - "Então, três mil homens vantou, e pegou ambas as folhas da
ponsabilidades perante Deus - "[...] de Judá desceram a Sansão até a porta da cidade com suas ombrei­
apartando-se do caminho para ver o fenda da rocha de Etã e disseram ras, e, juntamente com a tranca, as
corpo do leão morto, eis que, neste, a Sansão: Não sabias tu que os tomou, pondo-as sobre os ombros;
havia um enxame de abelhas com filisteus dominam sobre nós? Por e levou-as para cima, até ao cimo
que, pois, nos fizeste isto? Ele do monte que olha para Hebrom"
lhes respondeu: Assim como me (Jz 16.3). Há evidencias bíblicas
fizeram a mim, eu lhes fiz a eles. sobre homens que foram tementes
Descemos, replicaram eles, para te a Deus, que mesmo estando caídos
amarrar, para te entregar nas mãos perante Deus, por um pouco de
dos filisteus" (Jz 15.9-15). Usando tempo ainda houve algum evento
a máxima de Montesquieu, que sobrenatural em seus ministérios.
diz que "a lei é uma relação ne­ Sansão se enquadra nessa cate­
cessária que decorre da natureza goria de casos. Os outros casos
das coisas", poderíamos formular são listados no Novo Testamento:
a seguinte máxima: o líder é uma "Nem todo o que me diz: Senhor,
relação necessária que decorre Senhor! Entrará no reino dos céus,
da natureza de qualquer grupo mas aquele que faz a vontade de
social. Aqueles que em tese seriam meu Pai, que está nos céus. Mui­
os liderados de Sansão vieram tos naquele dia hão de dizer-me:
para amarrar seu líder e entregar Senhor, Senhor! Porventura, não
nas mãos dos seus inimigos. O juiz temos nós profetizado em teu
de Zorá começou só e terminou só. nome, e em teu nome não expeli-
mos demônios, e em teu nome não
fizemos muitos milagres? Então,
lhes direi explicitamente: nunca
vos conheci. Apartai-vos de mim,
os que praticais a iniquidade" (Mt
7.21-23). Em ambas as ocorrências
listadas acima, i.e., no caso de
Sansão e as do Novo Testamento,
podemos constatar que: aqueles
pelos quais os milagres ocorreram
não tinham consciência da sua real
condição perante o Senhor. Pois
de Sansão lemos: "E disse ela: os
filisteus vêm sobe ti, Sansão! Tendo - "Descemos, replicaram eles, para sem a direção do Espírito Santo
ele despertado do seu sono, disse te amarar, para te entregar nas mãos estaremos perdidos.
consigo mesmo: Sairei ainda esta dos filisteus. [...] E amarram-no com Sociologicamente a respeito
vez como dantes e me livrarei; duas cordas novas e fizeram-no do ministério de Sansão podemos
porque ele não sabia inda que já o subir da rocha" (Jz 15.12,13). No dizer: os erros cometidos aciden­
SENHOR se tinha retirado dele" meio do povo Judeu ainda havia as talmente por um ministro que
(Jz 16.20). Portando, podemos reminiscências dos feitos de Deus. anda na presença de Deus podem
dizer que Sansão vivia um estado Portanto, era patente a contradição ser reparados, mas os contínuos
de alienação, i.e., não reconhecia a entre o modus vivendi do homem de erros que emanam da conduta
real condição do seu estado espi­ Zorá com o ideal de líder projetado de um ministro que se afastou da
ritual, daí que tentou exercer a fé, no inconsciente coletivo dos judeus. vontade de Deus, não há como
pois a expressão: "sairei ainda esta Daí decorre a falta de respeito para repará-los. Que Deus tenha mise­
vez como dantes", sugere fé. Do com aquele que foi chamado para ricórdia de nós. Amém.
mesmo modo podemos dizer que uma obra especifica, i.e., "livrar Israel
os obreiros dos quais o SENHOR Francisco Gonçalves da
do jugo dos filisteus", anunciada pelo
Costa Gomes é pastor da
relatou em Mateus 7.21-23, todos próprio Anjo de Iahweh. Houve uma Assembleia de Deus em
viviam em estado de alienação, i.e., verdadeira antítese, em vez de San­ Campo Grande (MA),
estavam caídos e não se reconhe­ são livrar Israel do jugo dos filisteus, articulista e graduado
ciam como caídos diante de Deus. eram seus compatriotas que estavam em Teologia.
Em Apocalipse 3.1 diz: "[...] que entregando-o nas mãos dos filisteus.
tens o nome e vives e está morto". No juizado de Sansão, obser­ B ib l io g r a f ia
Tem havido no meio do povo de vamos que o Espírito Santo não ’RAYM OND, Aron. As Etapas do
Deus aqueles ícones espirituais teve oportunidade de guiá-lo na Pensamento Sociológico. Martins Fon­
que ministravam perante nós, mas condução de um ministério bem tes. São Paulo: 2011. p. XIX introdução.
2B ÍB L IA . P o rtu g u ê s. Bíblia de
depois a bomba estourou: estavam sucedido. Apesar de Sansão ter
Estudo Macarthur. N ota em lT m 3.1.
caídos há muito tempo. Há outros sido um homem ungido por Deus, SBB. Barueri - São Paulo: 2010.
casos que só a eternidade revela­ nenhuma vez a Escritura registra o 3ANDRADE, Claudionor. Declara­
rá. Diante do exposto fica, pois, Espírito Santo lhe dirigindo uma ção de Modesto. In:. Revista Obreiro
proibido avaliar a conduta de um única palavra, o que é típico no Aprovado. Ano 35, Nr. 60,2013. CPAD:
Rio Janeiro, págs. 40-44.
homem de Deus pelas realizações Antigo Testamento, por quê? Por­
4WUEST, Kenneth. S. Joias do Novo
de milagres. Viver em estado de que não teve oportunidade. Apren­ Testamento Grego. Im prensa Batista
alienação é perigosíssimo, pois demos também que o Espírito de Regular. São Paulo. 1986. p .14.
pode levar ao dano eterno. Deus não viola nossa liberdade e 5B ÍB L IA . P o r tu g u ê s . Bíblia de
Um líder amoral não consegue nem assume a nossa cognição, e Estudo Pentecostal. N ota em Jz 14.3.
CPAD. Rio de Janeiro: 1995.
conquistar a confiança do seu povo por fim aprendemos também que

Obim M
Pr. Elienai Cabral

Nesta seção, intitulada "Gabinete Pastoral", os pastores e obreiros em geral


recebem aconselhamento de um pastor. Esta seção é assinada pelo pastor Elienai
Cabral, conhecido em todo o país como líder, conferencista, teólogo, escritor
e comentarista de Lições Bíblicas da CPAD. Para garantir a liberdade nas perguntas, o
anonimato dos que nos enviam as questões é assegurado. As perguntas podem ser envia­
das para o e-mail [email protected].

O batismo no Espírito e a evidência das línguas estranhas


Certo pregador assembleiano falou que todo crente é batizado com o Espírito Santo
quando se converte, independente da necessidade das línguas, e que tal evidência é
dispensável. Qual a diferença entre ser batizado com, no ou pelo Espírito Santo?

m pregador assem ­

U bleiano que relega a


experiência das línguas
como sinal do batismo
com o Espírito Santo está traindo
a fé pentecostal. Uma coisa é o ba­
tismo no corpo de Cristo realizado
pelo Espírito Santo, quando todo
convertido a Cristo é incorporado
à vida da Igreja. Outra coisa é a
experiência do batismo com o Es­
pírito Santo, que é obra de Cristo
na vida do crente.
A doutrina do batismo com o
Espírito Santo é uma doutrina tão
atual quanto são as demais doutri­
nas cardeais da Bíblia. Porém, essa
experiência, mais que uma teoria
doutrinária ou uma doutrina retida
no tempo, tem sido alvo de desco­
nexas e insustentáveis polêmicas. evidência atual. Há os que até assunto é que o batismo com o
Não só da parte dos evangélicos ensinam a necessidade do batismo Espírito Santo é uma experiência
tradicionais, mas até mesmo entre com o Espírito Santo sem precisar para os que já foram regenerados
os pentecostais, que questionam, a experiência glossolálica. Outros, pelo Espírito Santo. Por isso, no
acima de tudo, a glossolalia, que mais radicais, entendem que a ato da conversão, o Espírito Santo
é a evidencia primária e física do experiência das línguas foi onto­ conduz o pecador arrependido à
batismo com o Espírito Santo. lógica, isto é, aconteceu apenas submissão ao senhorio de Jesus
Naturalmente, os que negam nos primórdios da Igreja depois Cristo e entra na sua vida.
a atualidade da experiência do do Pentecostes. Há uma relação vital da atuação
Pentecostes com a evidência do A rela çã o do E sp írito Santo do Espírito Santo na vida do peca­
"falar em línguas", não negam com a obra redentora - A primeira dor arrependido. São três esferas
o fato bíblico, mas negam a sua lição que aprendemos acerca desse de atuação no campo da convic­

m 0 b tm
ção: na esfera da mente (Ne 9.20; clusivamente ao batismo em águas. 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33; At
Rm 8.27; ICo 2.10,11). O Espírito Porém, não há contradição quando 1.5;11.16, usam a preposição gre­
Santo convence intelectualmente mais a frente, o autor da Carta aos ga en que pode ser entendida em
o pecador pela Palavra de Deus. Hebreus fala da "doutrina dos nossa língua como "no" ou "com"
Em segundo lugar, Ele opera na batismos" (Hb 6.2). Entretanto, o e indicam como sendo "batizado
esfera do sentimento, com o objetivo autor de Hebreus, ao usar o plural em (do grego en) o Espírito Santo".
de despertar o interesse, o desejo "batismos", referia-se a distinção Reúne en+o e, interpreta-se "no
pela salvação (Ef 4.30; Rm 15.30; Ap entre "o batismo de João", o ba­ Espírito Santo". A palavra batismo
22.17). Em terceiro lugar, o Espírito tismo de prosélitos do judaísmo e aparece na forma verbal baptizõ que
opera na esfera da vontade com o o batismo cristão. Ora, o batismo significa imergir. A preposição no
objetivo de promover uma decisão cristão não é o mesmo do batismo concorda melhor com o original
pela salvação (ICo 12.3,11). Jesus com o Espírito, mas refere-se ao porque indica uma experiência em
ensinou sobre o papel do Espírito batismo físico por imersão, que que o crente é imerso no Espírito. O
na área da convicção, conforme dá entrada ao corpo de Cristo, a batismo de João era administrado
está no texto de João 16.8-10. Neste Igreja (G13.27). Não há nenhuma na água e tinha um sentido espe­
texto, o Espírito Santo tem ação incoerência falar da doutrina do cial de mudança de vida, porque
tríplice, porque Ele convence do batismo com o Espírito Santo, cuja era o batismo de arrependimento.
pecado, em relação ao passado. Ele evidencia começa em Atos 2.1-4. Porém, o batismo no Espírito Santo
convence da justiça, em relação ao Objeções à interpretação pen- é um batismo efetuado por Cristo.
presente, mostrando que Cristo tecostal - Alguns grupos cristãos Ele é o batizador com o Espírito
cumpriu a justiça da lei na sua rejeitam a interpretação pentecostal Santo. Esta é uma experiência que
morte no calvário. Ele convence do do batismo com o Espírito Santo. acontece na vida do pecador após
juízo, mostrando o juízo efetuado Afirmam que os pentecostais que a conversão e regeneração.
no calvário e apontando para o crêem na evidência física do falar B atizado pelo Espírito Santo
futuro, a absolvição no Juízo Final. em línguas insistem em "preceden­ (ICo 12.13) - Sem dúvida, há uma
A doutrina dos batism os - O tes históricos" como uma experiên­ distinção entre os textos de Atos
autor da Carta aos Hebreus, no cia pós-conversão. Entendem que 1.5 e 1 Coríntios 12.13. No primeiro
capítulo 6, versículo 2, cita a "dou­ o batismo com o Espírito é uma texto o batizador é Cristo e no se­
trina dos batismos", indicando, sem incorporação do crente em Cristo gundo texto o batizador é o próprio
dúvida, que há mais de um batismo Jesus. Declaram ainda que não seria Espírito Santo. No primeiro texto,
como doutrina cristã. Entretanto, a adequado formular uma doutrina o crente experimenta o poder do
despeito da linguagem metafórica a partir de uma experiência que Espírito para testemunhar com a
acerca dos batismos, dois deles são ficou restrita aos primeiros dias da evidência física da glossolalia. No
evidentes na experiência cristã: o Igreja após o Pentecostes. segundo texto, o Espírito incor­
batismo em águas, como sinal de As m anifestações distintas do pora o crente no corpo de Cristo.
conversão e arrependimento, e o Espírito Santo - Para entender­ Nos dois textos encontramos a
batismo com o Espírito Santo. Por­ mos o sentido das preposições preposição "en" (gr), designan­
tanto, a citação de dois batismos é gramaticais "com", "pelo" e "no", do o Espírito Santo como o meio
inegável e cada qual tem o seu valor no contexto da experiência do pelo qual o crente é batizado. Ser
espiritual e são indispensáveis na batismo com o Espírito Santo, batizado pelo Espírito (ICo 12.13)
vida do cristão. Quando Paulo de­ precisamos distinguir cada prepo­ é uma operação do Espírito que
clara que " há um só batismo" (Ef sição no seu contexto doutrinário. toma lugar no novo nascimento.
4.5), está se referindo ao batismo Expressões como ser batizado no, É nesta operação espiritual que o
de arrependimento, que é físico e ou ser batizado com, ou, ser batizado pecador tem um tipo de batismo do
realizado por imersão em águas. pelo Espírito, são conhecidas nas Espírito, quando é conduzido pelo
E um batismo literal. A expressão Escrituras. Espírito a se submeter ao senhorio
"há um só batismo" tem um caráter B atizado com (ou, no) Espíri­ de Cristo. O Espírito entra na vida
particular referindo-se única e ex­ to - Todos os textos a seguir, Mt da nova criatura (2Co 5.17).
Ser cheio do Espírito (Ef 5.18) derramamento interior, ou algo discípulos de Cristo no dia de
- Alguns teólogos entendem que derramado por cima e dentro. Toda Pentecostes foi uma efusão, um
há um batismo com o Espírito e nova criatura poder ser cheia do derramamento do Espírito sobre
muitos enchimentos. Essas ideias Espírito para manifestar o fruto suas vidas. O texto diz claramente:
não desfazem a operação do Espí­ do Espírito. É como tomar uma "E todos foram cheios do Espírito
rito Santo. Há uma diferença entre vasilha e derramar água da fonte Santo" (At 2.4). A segunda expe­
"ser cheio do Espírito" e "ser bati­ dentro dela. Isto significa encher riência daquele dia, após a efusão
zado com o Espírito". Um crente do Espírito. Porém, se tomar a (derramamento) foi a imersão no
pode ser cheio do Espírito sem ser vasilha e mergulhá-la na fonte, Espírito Santo (isto é, o batismo
batizado com o Espírito. Ser cheio ela ficará molhada por dentro e com o Espírito Santo), como diz
do Espírito implica em uma efusão por fora. A primeira experiência o texto a seguir: "E começaram
espiritual (Ef 5.18), que significa um normativa do Espírito com os a falar noutras línguas" (At 2.4).

Pessoas que vivem em união estável podem comungar?


,
Um casal, vivendo em união estável me procurou para saber se poderia
congregar na igreja que lidero. O que devo fazer? Recebo-os em comunhão ou
tem alguma restrição bíblica quanto a isso?

A
inda que o Congresso
Nacional tenha votado a
favor da "união estável"
o padrão doutrinário
da igreja não pode mudar o seu
principio doutrinário. A igreja
evangélica prima pela legalidade
do casamento entre um homem e
uma mulher, mas não abre espaço
para a "união estável "na vida con­
jugal, porque é um estado conjugal
que admite a união de homens ou
a união de mulheres apoiada pela
Constituição Brasileira. Respeita­
mos as leis do país, mas também
somos protegidos pela liberdade de
pensamento e religião nos limites Porém, uma vez que a situação isso é um processo de discriminação
da doutrina interna das igrejas ou dessas pessoas confronta com as social, mas igreja não discrimina
religiões. Portanto, a "união está­ doutrinas da igreja, elas não devem ninguém. A igreja, de fato, entende
vel" de homem e mulher, ou de participar de atividades oficiais da que o direito individual à escolha
homossexuais ou de lésbicas, não igreja, nem mesmo, da comunhão do estilo de vida, ou de "orientação
tem apoio bíblico. A Bíblia admite, da igreja. A ideia parece dura, mas sexual" que a pessoa queira seguir
pela fraqueza humana, o divórcio, se a igreja fizer esse tipo de con­ é livre numa sociedade democrá­
mas não estimula nem prega a fa­ cessão estará banalizando os seus tica. Mas ninguém pode obrigar
vor do divorcio. Nenhum pastor princípios éticos. Devemos amar a uma igreja a ter de aceitar algo
pode impedir que um casal sob o essas pessoas e orientá-las a se ca­ que comprometa a sua fé, uma vez
vínculo da "união estável" participe sarem legalmente se forem homem que a igreja não interfere no direito
dos cultos ou congregue na igreja. e mulher. O mundo entende que individual de cada pessoa.
Qual a necessidade de a igreja que lidero estar filiada
a uma convenção de igrejas e pastores?
Estou decepcionado com convenções de pastores e gostaria de saber se encontro
respaldo bíblico para a existência dessas convenções. Será necessária a partici­
pação da minha igreja numa convenção de igrejas e pastores?

A
o longo da história da
Igreja, sempre houve co­
munhão entre as igrejas
para garantir a unidade
doutrinária e para promover a co­
munhão cristã entre os cristãos. A
partir dessa premissa foram criados
os concílios, sínodos, assembleias
e convenções de lideranças das
igrejas. A decepção com algumas
nuanças provocadas por conflitos
políticos no seio dessas convenções
não deve ser generalizada, porque
a importância de uma convenção
de pastores está no cuidado com
os valores que a igreja sustenta e
que devem ser conservados. Os
problemas se resumem a pessoas
que permitem em seus corações
sentimentos egoístas com atitudes
que ferem o princípio da unidade
e da comunhão que deve nortear a
liderança da Igreja de Cristo. Não
parece fácil abordar ou responder
a essa questão, mas não podemos igrejas locais. Essa relação precisa de Cristo, a igreja. Na doutrina
fugir ao fato de que a experiência ser avaliada, corrigida e aperfeiço­ dos dons espirituais (ICo 12), o
nesse campo tem provocado al­ ada para que ambas, a igreja e as apóstolo Paulo usa a metáfora do
gumas preocupações. Entretanto, convenção fortaleçam seus papéis. corpo de Cristo para ensinar a
quando se trata de um assunto que Para entender essa questão, relação em unidade entre os seus
envolve a igreja local e a sua relação precisamos nos voltar a eclesiologia membros. Nos versículos 14 a 26,
com as convenções eclesiásticas, para tratarmos a igreja sob duas ele destaca o fato de que, o corpo
deve merecer um atenção cuidadosa perspectivas: a local e a geral. tem muitos membros e todos são
da parte dos obreiros locais, a fim Existe uma diversidade minis­ indispensáveis e diversos para o
de evitar os equívocos que, às vezes, terial dentro da igreja local - Uma perfeito movimento do corpo. Cada
roubam o papel de cada parte, seja das qualidades vitais da vida de membro do corpo tem a sua função
a igreja local ou uma convenção. uma igreja local é a sua diversida­ e necessariedade. Há diversidade
Há uma tendência muito forte de de em unidade. A diversidade existe de dons e isto significa que esses
se colocar as convenções acima das em função da unidade do corpo dons podem ser exercidos por

O b t m Hf
todos os membros na igreja local. dos nas cinco listas, fortalecendo cos (Jo 4.10; ICo 12.6; Rm 5.15,16;
Tal como somos diferentes, assim o o fato de que esses dons são uma 6.23); 2) o dom do Espírito Santo
Espírito Santo dá dos Seus dons a realidade e necessidade à vida da (At 2.38,39); 3) os dons do Espí­
quem quer e como quer para que os igreja de Cristo e os escritores não rito (ICo 12.6-10); e 4) os dons
mesmos sejam úteis a todo o corpo. se preocuparam em estabelecer uma de Cristo (Ef 4.11-13; Rm 12.6-8;
Os ministérios podem representar ordem cronológica a essas listas. As ICo 12.5). Devemos entender a
as muitas atividades dispostas em cartas foram endereçadas a igrejas importância dos ministérios na
serviços distintos em favor do corpo locais com um sentido universal, vida da igreja para entendermos
(da igreja). Na verdade, nenhuma por isso, os dons espirituais podem a importância das convenções dos
atividade de qualquer membro do ser distinguidos em categorias seus ministros.
corpo é feita isoladamente. Todo diferentes e, Paulo escreveu que A igreja local e seu ministério -
e qualquer ministério pessoal no esses dons, ministérios e operações O sentido da palavra "ministério"
seio da igreja obedecerá sempre o são manifestos e dados a cada um em relação à igreja local passa a ter
comando da cabeça. para o que for útil (ICo 12.7). As um significado organizacional. É
Existe, também, uma diversi­ muitas atividades ministeriais des­ formado de pessoas que dirigem,
dade de serviços no seio da igreja tacadas nas cinco listas designam lideram, ordenam e fazem funcionar
local - Encontramos na Bíblia vá­ e visam todos os membros de uma toda a igreja. Os sistemas de governo
rias listas de dons e ministérios as igreja local e não se restringem aos eclesiástico diferem quanto aos títu­
quais indicam as muitas atividades ministros que ministram a Palavra. los dados ao corpo de obreiros que
e serviços sacros que podem ser Cada atividade ou ministério tem governa. Em relação às Assembleias
desenvolvidos e praticados pelos um sentido qualitativo e descreve de Deus, a palavra ministério pode
membros de uma igreja local. Duas o trabalho que cada membro do ter dois sentidos: em relação ao tipo
listas tradicionais se encontram corpo de Cristo pode realizar. de trabalho que um obreiro faz e em
destacadas em 1 Coríntios 12.6-10, A Bíblia faz uma distinção es­ relação ao corpo de obreiros que lide­
28. Uma terceira lista apresenta pecial entre dons e ministérios no ra a igreja local. Normalmente, esse
novos dons e repete alguns dons seio da igreja local. O texto de 1 ministério é constituído de pastores,
das duas primeiras listas. Essa lista Coríntios 12.4 a 6 distingue dons, evangelistas, presbíteros e diáconos.
se encontra na Carta aos Romanos ministérios e operações atribuídos Porém, precisamos essa relação entre
12.6-8. Temos ainda uma quarta às três pessoas da Trindade: o Pai, a igreja local e o seu ministério.
lista de dons e serviços apresenta­ o Filho e o Espírito Santo. A igreja local é física e visível -
da pelo mesmo apóstolo na Carta O apostolo Paulo classifica os É aquela que está diante de nossos
aos Efésios 4.11 e, finalmente, uma dons e ministérios. Os teólogos olhos e da qual fazemos parte. É
quinta lista é apresentada por Pe­ procuram dar certa ordem aos aquela que envolve gente, pessoas
dro em sua primeira epístola (IPe dons dividindo-os em quatro de todas as idades, sem diferença
4.9,10,11). Alguns dons são repeti­ classes, tais como: 1) dons salvífi- de cor, raça ou nível social. É aquele
corpo presente disposto e repre­
sentado por muitos membros e se
move dentro de uma comunidade
de pessoas. Os ministérios dizem
respeito às funções distintas de
cada membro do corpo de Cristo.
Essas funções são os serviços dis­
tribuídos pelo Espírito Santo aos
membros desse corpo espiritual.
Alguns teólogos classificam os
dons como "dons falados, dons
de serviço e dons sobrenaturais".
Outros teólogos, como Kenneth
Kinghorn, classificam os dons
como "dons capacitadores, dons
de prestação de serviços e dons de
comunicação especial".
A igreja local é adm inistrada
através dos dons ministeriais - Na
verdade, percebemos as igrejas
locais são administradas através
de dons eclesiásticos, isto é, dons
administrativos, tais como os dons
que estão indicados por Paulo aos
Efésios 4.11: "E ele mesmo deu uns
para apóstolos, e outros para pro­
fetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores". A
despeito dos equívocos existentes
acerca das funções desses ministé­ o apoio das Escrituras, porque a fato é indiscutível, pois qualquer
rios, entendemos que a igreja local autoridade espiritual da igreja está tipo de organização para-eclesiástica
só funciona perfeitamente com a no seu pastor. A igreja não é uma pode existir para manter a unidade
atividade desses ministérios. democracia. Ela não pode imitar o das igrejas em termos de doutrina,
Aigreja local é dinamizada pela sistema mundano das organizações fé e prática. Entendemos que ne­
diversidade de ministérios espiritu­ humanas. A igreja é um organismo nhuma igreja local pode subsistir
ais - Utilizando a classificação dos vivo e espiritual que baseia a sua isoladamente. Ela precisa buscar a
"dons de serviços", entendemos que autoridade na autoridade pastoral. comunhão com as demais igrejas,
existem várias atividades na igreja e nada melhor que a reunião em
A relação entre a igreja local convenção com as igrejas da mesma
local as quais se identificam com
esses dons distribuídos aos crentes e as Convenções eclesiásticas ordem e fé. O lamentável testemunho
conforme a medida de fé de cada Naturalmente, não encontra­ da história da igreja em relação ao
um. Essa diversidade de "serviços" remos no Novo Testamento a ins­ poder eclesiástico concentrado tem
dinamiza o corpo de Cristo, pois tituição de qualquer convenção alimentado a vaidade e a presunção
todos precisam uns dos outros. Po­ nos moldes dos tempos atuais. de muitos. O Espírito Santo tem sido
demos destacar alguns desses dons, Entretanto, Lucas registrou, de certo relegado em termos de orientação e
tais como exortação, contribuição, modo, uma convenção em Atos 15, direção e a força negativa dos poderes
liderança, misericórdia, socorros, quando os apóstolos se reuniram concentrados, especialmente, em con­
hospitalidade e outros. Esses dons para determinar acerca de alguns venções, tem produzido uma igreja
são ministérios especiais que con­ pontos divergentes relacionados destituída da autoridade do Espírito
tribuem para o desenvolvimento e com a prática de ritos mosaicos. Nos Santo. Sou favorável à existência das
crescimento da igreja. tempos atuais, com o crescimento convenções regionais, estaduais e
A igreja local é liderada por um numérico das igrejas foram criadas nacionais, desde que elas existam
ministério hierárquico - O que se organizações eclesiásticas com a para unir o povo de Deus e não
entende por ministério hierárquico? finalidade de orientar as suas ações interfiram na ação das igrejas locais.
Diz respeito aos ofícios, serviços e manter certo padrão doutrinário. Naturalmente, os abusos éticos de
especiais identificados por pastores, Ao longo da historia da igreja, os certas lideranças podem ser corrigi­
evangelistas, presbíteros e diáconos. concílios estabeleceram doutrinas e dos nas convenções. Padrões éticos
Essa hierarquia existe para fazer corrigiram outras, mas trouxeram, eclesiásticos e pastorais deveriam
funcionar a igreja sem prejuízos também, prejuízos. nortear melhor nossos pastores. Aí,
e sem competições internas. Na­ A igreja local é sempre superior então, vejo a importância e a neces­
turalmente, essa hierarquia tem às convenções eclesiásticas - Esse sidade das convenções.

O b r ® DO M
Esc
- ola Bíblica p r percj Fontoura

A doutrina da
Quanto mais o homem se apro­ As principais ideias relaciona­
Reflexões sobre xima do pecado, tanto mais se das à santificação são a "separação
distancia de Deus, pois a santida­ daquilo que é pecaminoso". Adão,
a santidade de de significa a luz dentro da qual por exemplo, foi criado em estado
Deus habita. (lTm 6.16; ljo 1.5). A de perfeição. Ele podia falar com
Deus e o Seu santidade de Deus implica na san­
tidade do céu. Nem ao menos um
Deus, podia contemplar Sua glória
e era dotado de grande sabedoria
chamado para único pecador poderá entrar no
céu, a não ser que seja totalmente
vinda da parte de Deus. Havia
uma imagem moral e espiritual
santificado. em Adão que refletia a santidade
que sejamos san­ "Ora, o Deus de paz, que pelo do Criador. Adão e Eva jamais per­
sangue da aliança eterna tornou a ceberam que estavam fisicamente
tos como Ele é trazer dos mortos a nosso Senhor despidos, antes do pecado, porque
Jesus Cristo, grande pastor das ove­ a santidade os envolvia. Isso revela
m dos principais atri­ lhas, vos aperfeiçoe em toda a boa que o pecado exclui a santidade,

U butos de Deus é a san­ obra, para fazerdes a sua vontade,


tidade. Ela, a santidade, operando em vós o que perante
é um atributo moral de ele é agradável por Cristo Jesus, ao
Deus, uma característica de Sua qual seja glória para todo o sempre.
própria natureza (Êx 15.11; ISm Amém" (Hebreus 13.20,21).
como também a santidade exclui
o pecado.
A doutrina da santificação pode
ser fundamentada no próprio Se­
nhor Jesus ao ensinar os Seus dis­
2.2; Is 6.3). Deus não pode deixar "E a cidade não necessita de sol cípulos, conforme Mateus 5.17-48,
de ser santo da mesma forma que nem de lua, para que nela resplan­ e outros textos bíblicos, e Paulo, o
não pode deixar de ser Deus. deçam, porque a glória de Deus faz em Romanos 6-8.
Santidade é separação de tudo a tem iluminado, e o Cordeiro é Os filhos de Deus devem ser
que é pecado. Deus é essencial­ a sua lâmpada [...] E não entrará santos como Ele é Santo. (Êx 19.6;
mente diferente de nós, porquanto nela coisa alguma que contamine, e Lv 11.44; IPe 1.15), mas seu cresci­
Ele é absolutamente puro em Seu cometa abominação e mentira; mas mento na santificação repousa na
caráter, e essencialmente santo (SI só os que estão inscritos no livro dependência de sua posição, e em
99.5). A santidade de Deus é a mes­ da vida do Cordeiro" (Apocalipse sua entrega à vontade de Deus e à
ma santidade de Jesus Cristo (IPe 21.23-27). disposição de andar no caminho
2.24) e a mesma santidade do Espí­ A palavra santificação é derivada do Senhor.
rito Santo (Rm 1.4). E a Palavra de do latim sanctus; do verbo qadash, A santidade é um atributo mo­
Deus ao homem é esta: "Mas, como e quer dizer: "ser separado, con­ ral de Deus. Quando este atributo
é santo aquele que vos chamou, sagrado"; do substantivo grego é repartido com os homens a quem
sede vós também santos em toda a hagiasmos, significa: "consagração, Jesus Cristo salvou, então chama-
vossa maneira de viver; Porquanto purificação, santificação"; do verbo -se santificação. Santificação é,
está escrito: Sede santos, porque eu hagiazo, significa "santificar, sepa­ portanto, a participação da santa
sou santo" (1 Pedro 1.15,16). rar das coisas profanas, purificar". natureza de Deus (2Pe 1.4).

-ta 0b,m
m i wêm ^I^^^SBSÊKÊÊÊBBÊÊÊÊBSSKSKÊsÊÊÊKm

A santificação é um requisito
para que vejamos a Deus. O escri­
tor aos Hebreus disse: "Portanto,
tomai a levantar as mãos cansa­
das, e os joelhos desconjuntados,
e fazei veredas direitas para os
vossos pés, para que o que man­
queja não se desvie inteiramente,
antes seja sarado. Segui a paz com
todos, e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor; Tendo
cuidado de que ninguém se prive
da graça de Deus, e de que nenhu­
ma raiz de amargura, brotando,
vos perturbe, e por ela muitos se
contaminem" (Hebreus 12.12-15
- grifo nosso). Assim, quem não
se separar do pecado e, assim, ini­
ciar sua aproximação incessante a
Deus, não terá como desfrutar da
comunhão eterna com o Senhor
na Jerusalém celestial.
Portanto, a santificação é um
dever para o crente (Ef 4.22a). Um
dever que precisa ser levado em
consideração individualmente, dia
após dia. Um contraste com a for­
ma de viver do mundo corrompido
(Ef 4.17,18) e deve atingir todas
as áreas do nosso corpo, da nossa
alma e do nosso espírito, a fim de
que sejamos arrebatados no dia da
vinda de Jesus (lTs 5.23).
Como devemos ser santos?
Santos na maneira de fa la r -
"Não saia da vossa boca nenhuma
palavra torpe, mas só a que for boa
para promover a edificação, para

O b rg jra . \ m
que dê graça aos que a ouvem. E Tenha consciência da presença e
não entristeçais o Espírito Santo dos cuidados de Deus - "Por isso vos
de Deus, no qual estais selados digo: Não andeis cuidadosos quan­
para o dia da redenção" (Efésios to à vossa vida, pelo que haveis
4.29,30). Ver também IPe 1.15; 2Pe de comer ou pelo que haveis de
3.11; Ef 4.25; Cl 3.8,9. beber; nem quanto ao vosso corpo,
Santos na maneira de pensar - pelo que haveis de vestir [...] Mas,
"E disse-lhes: Vós sois os que vos buscai primeiro o reino de Deus,
justificais a vós mesmos diante dos e a sua justiça, e todas estas coi­
homens, mas Deus conhece os vos­ sas vos serão acrescentadas. Não
sos corações, porque o que entre os vos inquieteis, pois, pelo dia de
homens é elevado, perante Deus amanhã, porque o dia de amanhã
é abominação" (Lucas 16.15). Ver cuidará de si mesmo. Basta a cada
também Fp 4.8; Cl 3.1,2; Mt 15.19; dia o seu mal" (Mateus 6.25-34).
lCr 28,9; SI 94.11; SI 146.4; Is 59.7; Ame a justiça e odeie a iniquida­
Is 55.7; Lc 6.8; ICo 3.20. de - "Amaste a justiça e odiaste a
Santos na maneira de usar o iniqüidade; por isso Deus, o teu
A verdadeira santificação re­
corpo - "De sorte que, se alguém Deus, te ungiu com óleo de alegria
quer que o crente, entre outras
se purificar destas coisas, será vaso mais do que a teus companheiros"
coisas:
para honra, santificado e idôneo (Hebreus 1.9).
Mantenha profunda comunhão
para uso do Senhor, e preparado Mortifique o pecado - Todo o
com Cristo e mantenha comunhão com
para toda a boa obra" (2 Timóteo capítulo 6 da Carta de Paulo aos
os crentes - "Antes, seguindo a ver­
2.21). Ver também lTs 4.3; Cl 3.8; Romanos.
dade em amor, cresçamos em tudo
Rm 12.1; Rm 6.13,19. Submeta-se à disciplina de Deus -
naquele que é a cabeça, Cristo, o
Santos na maneira de vestir - "E já vos esquecestes da exortação
qual todo o corpo, bem ajustado,
"Que do mesmo modo as mulhe­ que argumenta convosco como
e ligado pelo auxílio de todas as
res se ataviem em traje honesto, filhos: Filho meu, não desprezes
juntas, segundo a justa operação de
com pudor e modéstia, não com a correção do Senhor, E não des­
cada parte, faz o aumento do cor­
tranças, ou com ouro, ou pérolas, maies quando por ele fores repre­
po, para sua edificação em amor"
ou vestidos preciosos" (1 Timó­ endido; Porque o Senhor corrige
(Efésios 4.15,16).
teo 2.9). Ver também IPe 3.2-4; o que ama, e açoita a qualquer
Dedique-se à oração - "Perseverai
Tt 2.3; Dt 22.5.
em oração, velando nela com ação
Santos na m aneira de viver
de graças" (Colossenses 4.2). Ler
- "Ora, amados, pois que temos
também Mateus 6.5-13.
tais promessas, purifiquemo-nos
Obedeça à Palavra de Deus -
de toda a imundícia da carne e do
"Santifica-os na tua verdade; a tua
espírito, aperfeiçoando a santifica­
palavra é a verdade" (João 17.17).
ção no temor de Deus" (2 Coríntios
7.1). Ver também IPe 1.15; Ef 5.3,26;
Jo 17.17; 2Ts 2.13; IPe 1.2.

mi
que recebe por filho. Se suportais dica Sua natureza: Espírito Santo.
a correção, Deus vos trata como Paulo o chamou de "Espírito de
filhos; porque, que filho há a quem Santificação" (Rm 1.4).
o pai não corrija? Mas, se estais Quando o Espírito e a Palavra
sem disciplina, da qual todos são operam, melhoramos nossas rela­
feitos participantes, sois então ções com Deus (Rm 12.1-2), expe­
bastardos, e não filhos. Além do rimentamos a santidade de vida
que, tivemos nossos pais segundo (Lv 20.7) e descobrimos a maneira
a carne, para nos corrigirem, e nós ideal de servir a Deus em perfeita
os reverenciamos; não nos sujei­ justiça (Rm 6.19).
taremos muito mais ao Pai dos A suprema obra de Deus pelo
espíritos, para vivermos? Porque seu Espírito e pela ação responsiva
aqueles, na verdade, por um do homem deve ser combinada em
pouco de tempo, nos corrigiam uma visão adequada da santifica­
como bem lhes parecia; mas este, ção (Fp 2.12,13).
para nosso proveito, para sermos Ser santificado é o segredo de
participantes da sua santidade. estar permanentemente unido
de vida em Cristo (Rm 6.4-10).
E, na verdade, toda a correção, a Jesus Cristo (Hb 2.11), pois a
Já a santificação é um processo
ao presente, não parece ser de santificação nos afasta da conta­
progressivo que ocorre na vida
gozo, senão de tristeza, mas de­ minação do mundo (ICo 5.11),
do pecador regenerado, momento
pois produz um fruto pacífico de nos permite crescer no Senhor
a momento.
justiça nos exercitados por ela" (IPe 2.2,3), nos torna aceitáveis
Que caminhos percorrer para
(Hebreus 12.5-11). diante do Altíssimo (lTs 4.1; Lv
alcançar a santificação?
Continue em obediência e seja 11.44) e nos possibilita o testemu­
O meio externo é pela leitura
cheio do Espírito Santo - "Porque nho eterno do Espírito de que es­
da Palavra de Deus. O Senhor
todos os que são guiados pelo tamos sendo "aperfeiçoados para
Jesus Cristo orou: "Santifica-os
Espírito de Deus esses são filhos sempre" e nossos pecados jamais
na verdade; a tua palavra é a
de Deus" (Romanos 8.14). Ver serão lembrados (Hb 10.14-18).
verdade" (Jo 17.17). Uma vez que
também Efésios 5.18. Santifiquemo-nos, pois, e vive­
Ele concedeu as Escrituras atra­
A santificação precisa ser dis­ remos a vida crista ideal. ObKgjij^
vés de Sua inspiração, Ele nunca
tinguida da justificação. Na justi­
trabalha contra, mas sim através Perci Fontoura é pastor,
ficação, Deus atribui ao crente, no
delas. O meio interno é a presença líder da Assembleia de
momento em que recebe a Cristo, Deus em Umuarama
e a direção do Espírito Santo em
a própria justiça de Cristo, e a par­ (PR) e I o secretário da
nossos corações. Convenção Geral das
tir de então vê esta pessoa como
É Ele quem mantém a lei de Assembleias de Deus no
se ele tivesse morrido, sido sepul­ Brasil (CGADB). (Mensa­
Deus, assim como foi revelada por gem ministrada na 6“ Escola
tada e ressuscitada em novidade
Ele mesmo em nós e através de nós. Bíblica Nacional de Obreiros da CGADB em
(Rm 8.3,4), afinal o Seu nome já in­ Abreu e Lima-PE).
E sc o la Bíblica
Pr. Antonio José Azevedo

0 batismo no
existe uma história de restauração "EIS aqui o meu servo, a quem
Uma perspec­ sem Pentecostes (2Co 3.17,18). O sustenho, o meu eleito, em quem
Pentecostes aponta para uma nova se apraz a minha alma; pus o meu
tiva bíblica e colheita de bênçãos. Espírito sobre ele; ele trará justiça
aos gentios" (Is 42.1).
histórica da pro­ PERSPECTIVA BÍBLICA
A plenitude do Espírito pro­
"O ESPÍRITO do Senhor DEUS
está sobre mim; porque o SENHOR
messa de Deus fetizada
No Antigo Testamento encontra­
me ungiu, para pregar boas novas
aos mansos; enviou-me a restaurar
aos Seus servos mos o Espírito Santo sobre e dentro
de certas pessoas importantes. Pa­
os contritos de coração, a proclamar
liberdade aos cativos, e a abertura de
rece que essas pessoas são exceções prisão aos presos (Is 61.1). O registro
ao invés de regra. No entanto, Deus do cumprimento está em Lucas 4.18.
sta é a Era do Espírito Santo. predisse, através de seus profetas,

E Ele é o outro Consolador,


que foi anunciado por Jesus
(Jo 14.16). O atual período
da história é o "Tempo da Chuva
Serôdia" (Zc 10.1) ou a era de maior
que um novo dia viria.

O Seu Espírito estaria dentro e


sobre todo o Seu povo
Vejamos alguns textos bíblicos:
Vários nomes para a plenitude
do Espírito
A experiência da plenitude do
Espírito Santo é descrita de várias
maneiras nas Escrituras.
atividade do Espírito que a Igreja já "E há de ser que, depois derra­ a) Receber o Dom do Espírito Santo.
conheceu. A atualidade do Pentecos­ marei o meu Espírito sobre toda O dom é definido como "um ofe­
tes, portanto, tem que expressar a re­ a carne, e vossos filhos e vossas recimento e uma aceitação (ato de
alidade histórica, a essência e o fervor filhas profetizarão, os vossos velhos receber) sem indagações". O dom
do Pentecostes da Igreja Primitiva. terão sonhos, os vossos jovens terão não é completo, até que alguém
visões. E também sobre os servos e receba aquilo que lhe é oferecido
PERSPECTIVA HISTÓRICA sobre as servas naqueles dias der­ espontaneamente. O verbo receber
O batismo no Espírito Santo é ramarei o meu Espírito" (J12.28,29). é o mais comumente usado no
descrito como o dom prometido "E porei dentro de vós o meu Novo Testamento para descrever a
pelo Pai (At 1.4). Em Deuteronômio Espírito, e farei que andeis nos experiência da qual estou falando.
16.9-16, nós vemos a descrição da meus estatutos, e guardeis os meus "... o Espírito que haviam de re­
festa do Pentecostes. O registro bí­ juízos, e os observeis" (Ez 36.27). ceber os que Nele cressem" 0o 7.39).
blico de Atos 2, foi o cumprimento "Porque derramarei água sobre "Recebei o Espírito Santo" (Jo
dos símbolos proféticos da festa de o sedento, e rios sobre a terra seca; 2 0 .22 ).
Pentecoste. A oferta dos primeiros derramarei o meu Espírito sobre a "Mas recebereis a virtude do
frutos (Dt 16.9-16; At 1.4,5,14; J1 tua posteridade, e a minha bênção Espírito Santo que há de v ir sobre
13.28,29); os pães da festa do Pente­ sobre os teus descendentes" (Is 44.3). vós" (At 1.8).
costes eram feitos com fermento (Lv O Messias prometido de Deus "Os quais tendo descido, ora­
23.15-17; Êx 23.17; Mq 2.7); a oferta seria cheio com o Espírito e reves­ ram por eles para que recebesse o
voluntária de nós mesmos. Não tido de poder Espírito Santo" (At 8.15).

if l 0btm
Espírito Santo
"Pode alguém porventura re­
cusar a água para que não sejam
batizados estes cue :err.:eir_ rece­
beram como nós o Espírito Santo"
(At 10.47).
"Disse-lhes: Recebestes vós já
o Espírito Santo quando crestes?"
(At 19.2).
b) Ser ungido com o Espírito. A
"unção" é um termo com o qual
estamos familiarizados devido ao
seu emprego no Antigo Testamen­
to. O significado é o de "se derra­
mar sobre alguém", assim como
era o óleo de unção. Assim sendo,
o poder do Espírito é "derramado
sobre" o crente. Esta frase em par­
ticular é usada para descrever o
Espírito sobre Jesus.
"Como Deus ungiu a Jesus de
Nazaré com o Espírito Santo e com
virtude; a qual andou fazendo
bem, e curando a todos os oprimi­
dos do diabo, porque Deus era com
Ele" (At 10.38).
c) Ser cheio do Espírito. Esta frase
descreve o efeito que o Espírito tem
dentro dos crentes. Eles são "cheios
d o E s p ír it o " . E la é e m p r e g a d a n o
dia de Pentecostes. "E todos foram
cheios do Espírito Santo, e começa­
ram a falar noutras línguas, confor­
me o Espírito Santo lhes concedia
que falassem" (At 2.4). Em Efésios
5.18, o apóstolo Paulo diz: "E não
vos embriagueis com vinho, em
que há contenda, mas enchei-vos
do Espírito". Para mantermos a
plenitude do Espírito, temos que

Obrgirçoú [;
beber diariamente da fonte de O BATISMO grego, a palavra traduzida por
suprimento. NO ESPÍRITO SANTO "espírito" também significa "ven­
d) Ser batizado no Espírito. Esta é to". Portanto, foi significativo que
uma frase um tanto quanto contro­ Narrações bíblicas do batismo houvesse o som como de um vento
versa, a qual, contudo, tem um fir­ no Espírito veemente e impetuoso como arau­
me apoio bíblico. Ela ocorre quatro A principal fonte de evidências to da chegada do Espírito. O vento
vezes nos Evangelhos e duas vezes é o livro de Atos dos Apóstolos, retrata a força, a vida o poder, o
no livro de Atos (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc no qual cito três exemplos regis­ movimento - todos típicos do Es­
3.16; Jo 1.33; At 1.5; 11.16). trados de pessoas recebendo a pírito Santo. O fogo simbólico foi
A palavra batizar significa plenitude do Espírito. também muito significativo. João
"imergir completamente" ou sub­ a) O Dia de Pentecostes (At 2.1-Batista havia predito que Jesus
mergir. Ela tem um significado 4). Esta é a narrativa mais com­ batizaria com o "Espírito Santo e
ainda mais profundo que é o de pleta que temos nas Escrituras. fogo". O fogo simboliza a depu­
"submergir em um elemento que Exatamente cinquenta dias após a ração, a purificação, a limpeza, a
tenha o poder de transformar aqui­ ressurreição de Cristo, as promes­ queima da palha e da escória.
lo que ele envolve". Ser batizado sas feitas com relação ao Espírito Estes dois fatores aconteceram
no Espírito, portanto, é ser imerso, foram cumpridas na companhia de antes que se dissesse que os dis­
submerso, enterrado, completa­ discípulos que aguardavam em Je­ cípulos haviam sido "cheios com
mente cercado, totalmente envolto rusalém. Este foi o começo de uma o Espírito". Portanto, na verdade,
pelo Espírito Santo. obra do Espírito totalmente nova, não podemos dizer que eles sejam
e) A liberação do Espírito. Esta é assim como foi predito pelos pro­ evidências do batismo no Espírito.
uma expressão que não está em­ fetas. Houve várias evidências de A evidência que veio imediatamen­
pregada no Novo Testamento, mas que o Espírito havia vindo a eles: te após os discípulos terem sido
está definitivamente implícita nele. Primeiramente, ouviu-se o som cheios com o Espírito, foi: Eles "...
Ela descreve a liberação do espírito como de um vento do céu. Um começaram a falar noutras línguas,
humano que acontece quando ele vento veemente e impetuoso. Em conforme o Espírito Santo lhes con­
é vivificado pelo Espírito Santo. segundo lugar, foram vistas línguas cedia que falassem" (At 2.4).
E a liberação de nossa personali­ repartidas como de fogo. Em terceiro Havia cerca de 120 discípulos
dade da servidão à liberdade, da lugar, os presentes àquela reunião ali reunidos na ocasião. É relatado,
sequidão aos rios de água viva, começaram a falar em outras lín­ claramente, que TODOS eles foram
da infecundidade à frutificação guas, à medida que o Espírito lhes cheios com o Espírito Santo e TO­
(Jo 7.38). Ver também: Rm 7.22; Ef dava as palavras para que falassem. DOS começaram a falar em línguas.
3.16; 2C 4.16. Tanto no hebraico como no A evidência clara na vida de todos
os discípulos naquela ocasião foi
a habilidade sobrenaturalmente
concedida de falarem em línguas
que eles nunca haviam aprendido.
Das três manifestações que
aconteceram naquele dia, verificou-
-se mais tarde que apenas uma
delas era um fator que acontecia
consistentemente como um acom­
panhamento do batismo no Espíri­
to, ou seja, o falar em outras línguas.
b) Na casa de Cornélio (At 10.44-
48). O argumento que Pedro usou Vimos, nestes três exemplos: ência; no versículo 8, o registro de
para dar uma explicação por que no dia de Pentecostes, na Casa de uma experiência de restauração e
fora instruído por Deus para visitar Cornélio e na viagem missionária restituição; o entendimento de que
a família de Cornélio, um centurião de Paulo em Éfeso, dentre outros o fluir do Espírito nos purifica das
romano, foi o seguinte: "Quando exemplos (ver mais dois exemplos obras mortas está no versículo 9.
comecei a falar, caiu sobre eles em Atos 8; 9), que o Batismo no O versículo 11 fala dos charcos e
o Espírito santo, como também Espírito Santo é um acontecimento dos pântanos da vida, e o 12 das
sobre nós no princípio" (At 11.15). conciso, definido e instantâneo. Em bênçãos que fluem da experiência
O seu argumento era que Deus cada uma dessas ocasiões, o único com o Espírito Santo.
havia abençoado aos gentios com fator que é consistente é que todos Brian J. Dodd, em seu livro Li­
o dom do Espírito, exatamente da os discípulos, em todas as ocasiões, derança de Poder na Igreja (DODD,
mesma maneira com que ele havia falaram em línguas como resultado 2005, p. 24), falando da contempo-
abençoado aos crentes judeus no direto de haverem sido cheios com raneidade da ação do Espírito Santo
Dia de Pentecostes, tendo como o Espírito. Portanto, sugerimos que na liderança evangélica, afirma o
razão de sua segurança o fato de o falar em línguas é a primeira evi­ seguinte: "A única ajuda real que
que eles também haviam falado dência bíblica, genuína e confiável temos vem do alto. Só estamos ver­
em línguas. Vejam como terminou de que alguém recebeu o batismo dadeiramente servindo a Deus e a
aquela reunião: "E, ouvindo estas no Espírito Santo. Seus propósitos quando nos unimos
coisas, apaziguaram-se, e glorifica­ ao que Deus está fazendo por meio
vam a Deus" (At 11.18). UMA VISÃO PROFÉTICA do Seu Espírito. O ministério e o
c) Paulo em Éfeso (At 19.1-7). DA PLENITUDE DO ESPÍRITO trabalho eficiente para Deus não se
Paulo encontra em Éfeso, alguns SANTO originam em nós, mas é o Espírito
discípulos de João Batista e em Em Ezequiel 47.1-12 vemos o re­ quem opera todas essas coisas,
uma reunião lhes pergunta: "re­ gistro de uma poderosa experiência pois são manifestações 'do Espíri­
cebestes o Espírito Santo quando espiritual testemunhada em uma to', pelo 'Espírito' e 'no Espírito',
crestes?" A resposta deles foi: visão pelo profeta do Senhor. A graças ao Espírito de Deus". Uma
"Nós nem ainda ouvimos que haja partir do versículo 4, vemos alguns nova geração de líderes cheia do
Espírito Santo." Paulo, portanto, estágios dessa experiência como o Espírito Santo é necessária - agora,
explicou a eles o Evangelho com Espírito Santo. Os versículos 4 e 5 imediatamente. ObTOo
relação a Cristo mais claramente e falam da necessidade de aprofun­
após isto eles foram batizados na darmos a nossa experiência com o Antonio José Azevedo
Espírito Santo; o versículo 6 fala Pereira é pastor, líder da
água. Paulo então impôs as mãos
AD Ministério Templo-
sobre eles, o que fez com que "o da necessidade de sondarmos a Central em Fortaleza (CE)
Espírito Santo viesse sobre eles e nossa profundidade espiritual; já (Mensagem ministrada na
6“ Escola Bíblica Nacional
falassem em línguas e profetizas­ no versículo 7, vemos que quanto de Obreiros da CGADB em
sem" (At 19.6). mais avançamos, maior a experi­ Abreu e Lima-PE).

O b r g ia \ m
mESisc o la MBíblica
SLL^ JLiààSM Pr.Temóteo Ramos

Princípios da
pios seguros e imutáveis, e é arte chegar-se a um entendimento cor­
A importância porque estabelece regras práticas. reto do texto.
Teologia Bíblica - E o estudo
É da hermenêutica vista como
do estudo da ciência e como arte de interpretar
textos, que procuraremos adquirir
da revelação divina no Antigo
e no Novo Testamento, visando

arte e da ciência melhor conhecimento com estudo


que hora fazemos.
mostrar o desenvolvimento do co­
nhecimento teológico através dos
A Hermenêutica Bíblica faz par­ tempos daqueles períodos.
da interpretação te da Teologia Exegética e é definida Teologia Sistem ática - A Te­
como o estudo metódico dos princípios ologia Sistemática, em contraste
de textos aplica­ e regras de interpretação das Sagradas com a Teologia Bíblica, organiza
Escrituras, e está relacionada com os dados bíblicos de uma maneira
das às Escritu­ outros campos de estudos bíblicos,
a saber:
lógica antes que histórica. Visa
reunir toda a informação sobre um
ras Sagradas Canoniciãaãe - E a diferencia­
ção entre os livros que trazem o
determinado tópico, de sorte que
possamos entender a totalidade
selo da inspiração divina e os que da revelação de Deus a nós sobre
não trazem. esse tópico.
iz-se que a palavra

D
C rítica T extual (ou b a ix a - A Hermenêutica Bíblica pode
hermenêutica deve sua
-crítica) - É a averiguação do ser vista sob o aspecto geral e o
origem ao nome de Her­
fraseado primitivo de um texto. aspecto especial. Vejamos:
mes, deus da mitologia
Tal crítica é necessária pelo fato
grega, que servia de mensageiro Hermenêutica Geral
da não existência dos manuscritos
dos deuses, transmitindo e inter­
pretando suas comunicações aos originais dos livros da Bíblia, e É o estudo das regras que regem
seus destinatários. Os dicionários sim de cópias desses originais que a interpretação do texto bíblico
definem hermenêutica como "a arte variam entre si; sendo necessária inteiro. Incluindo os tópicos das
de interpretar textos", entretanto, assim uma averiguação detalha­ análises histórico-cultural, léxico-
existem alguns conceitos emitidos da, a fim de proporcionar um texto -sintática, contextuai e teológica,
em relação à hermenêutica que bíblico intimamente aproximado que nos auxilia da seguinte forma:
ampliam esta definição, vejamos: do original. Histórico-cultural - Considera
a) Hermenêutica é a ciência da Crítica História (ou alta-crítica) o ambiente histórico-cultural do
interpretação. - É o estudo detalhado da autoria de autor, a fim de entender suas alu­
b) Hermenêutica é a interpre­ um livro, investigando a data de sua sões, referências e propósito.
tação do sentido das palavras ou composição, as circunstâncias históri­ L éx ico -sin tá tica - Revela a
dos textos. cas que a cercam, a autenticidade do compreensão das definições de
c) Hermenêutica é a ciência seu conteúdo e sua unidade literária. palavras (lexicologia) e sua relação
e a arte de interpretar. É ciência Exegese - É a aplicação dos umas com as outras (sintaxe) a
porque determina regras e princí­ princípios da hermenêutica para fim de se compreender com maior

Ui Obrçjffi,
m trikân 2 ! exatidão o significado que o autor
□2D í u Ij s u p e r flu
tencionava transmitir.
Contextuai - Considera a rela­
ção de uma passagem com o corpo
todo do escrito de um autor para
melhores resultados de compreen­
são, provenientes de um conheci­
mento do pensamento geral.
Teológica - Estuda o nível de
compreensão teológica na época da
revelação a fim de averiguar o signi­
ficado do texto para seus primitivos
destinatários. Assim sendo, ela leva
em conta textos bíblicos relaciona­
dos, quer dados antes, quer depois
da passagem em estudo.

Hermenêutica Especial
É o estudo das regras que se
aplicam a gêneros específicos,
como parábolas, alegorias, tipos e
profecias, cujas definições veremos
agora e, seus estudos detalhados
veremos posteriormente.
P arábola - E uma narrativa de
acontecimento real ou imaginário
em que tanto as pessoas como as
coisas e ações correspondem a ver­
dades de ordem espiritual e moral.
..........
Alegoria - É uma exposição de
um pensamento sob forma figura­
AOl°“d'íi
da; ficção que apresenta um objeto
para dar ideia de outro.
aajyàgceat
i'j/’piSpp Tipo - E uma relação repre­
children«
ded up tl sentativa preordenada que certas
W È pessoas, eventos e instituições têm
com pessoas, eventos e instituições
correspondentes, que ocorrem

O bTO o rs
O Seu viver foi o mais belo que já
existiu na terra. A Sua morte é a
prova de ser Ele o Redentor e Sal­
vador do homem. Sua ressurreição
é a garantia de vida eterna a todos
os que O aceitam, O amam, O se­
guem, e O conhecem pela preciosa
Palavra de Deus. Sua ascensão é a
garantia do exercício de Seu mi­
nistério sacerdotal junto do Pai, a
garantia de Sua volta para buscar
o Seu povo (Jo 14.1 e 2)
Conhecer o inspirador e real
Intérprete da Bíblia - O ESPÍRI­
TO SANTO - e submeter a Ele - O
Espírito Santo é a Terceira Pessoa
da Trindade. E o Espírito de Deus
numa época posterior na história os homens invocam e adoram. A (Gn 1.3; 41.28; Êx 31.3; Is 63.11). É
da salvação. palavra hebraica do Antigo Testa­ onipotente (Lc 1.35), onipresente (SI
Profecia - É uma preleção refe­ mento, que por sua vez representa 139.7.10) e onisciente (ICo 2.10,11;
rente a uma das três coisas: I a. Pre­ esta ideia, leva-nos a pensar na 3.10). É Autor da vida (Jo 3.5,6; Rm
dizer eventos futuros (Jo 11.51; Ap Força Geradora de todas as coisas. 8.11). O Espírito Santo fala e ensina
1.3; 22.7); 2a. Revelar fatos ocultos A palavra grega, que, no Novo 0o 14.26; At 28.25; Hb 3.7). O Espí­
quanto ao presente (Lc 1.67-79; At Testamento, traduz o objeto de rito Santo é o Parácleto e o Consola­
13.6-12); e 3a. Ministrar instrução, adoração é Espírito. Para nós, dor (Jo 14.16; 16.7). O Espírito Santo
consolo e exortação em linguagem os cristãos, portanto, a palavra é o Espírito bom e de adoração (Ne
poderosamente arrebatada (Livro Deus designa o Espírito poderoso 9.20; SI 143.10; Rm 8.15.38).
de Amós; At 15.32; ICo 14.3,4,31). que é adorado e cujo auxílio nós
invocamos. Deus - ente Tríplice A aplicação da
ESTUDOS PRELIMINARES e Uno, existente por si mesmo, mensagem da Bíblia
Antes de entrarmos propria­ infinitamente perfeito, livre, Cria­ A aplicação do texto bíblico
mente no estudo da Hermenêutica dor e Regulador do Universo. pode ser quanto a povo, tempo,
Bíblica, vamos avaliar as qualida­ Apresentam-nos os conhecedores lugar, sentido, mensagem, e pro­
des indispensáveis ao estudante da Bíblia, 3.800 vezes a expressão: cedência da mensagem. Vejamos:
da Bíblia, seus conhecimentos "Assim diz o Senhor". Não há con­ Quanto ao Povo - Diante de
básicos das Sagradas Escrituras, testação, Deus é o Autor da Bíblia. Deus só há três classes de povos
as maneiras corretas de aplicação Conhecer o tem a cen tral da (ICo 10.32):
da mensagem da Bíblia e as regras B íblia - JESUS CRISTO - A Bíblia Os judeus - São os descenden­
fundamentais para a interpretação é um livro cristocêntrico - A Bíblia tes de Jacó (Israel).
do texto bíblico. Vejamos: nos fala que Deus estabeleceu uma Os gentios - São todas as de­
nação e dela cuidou para dar um mais nações do mundo.
Conhecimentos necessários
homem ao mundo - Jesus, o Seu A Igreja - São todos os judeus
das Sagradas Escrituras para
Filho encarnado em forma humana e gentios que creram e aceitaram a
o estudo de hermenêutica
(SI 2.7; Hb 1.5; 5.5). O seu apareci­ Jesus Cristo como Salvador.
Conhecer o A utor da B íblia mento na terra é a história central Quanto ao Tempo - O tempo
- DEUS - e crer nEle - Deus é o predita no Antigo Testamento e na história humana pode ser: Pas­
nome da suprema Divindade que cumprida no Novo Testamento. sado, presente e futuro.

o btm
Quanto a Lugar - Céu, Terra e exceção a estas regras diz respeito à A NECESSIDADE DO ES­
espaço. interpretação dos provérbios. Para TUDO DA HERMENÊUTICA
Quanto ao sentido: Literal - É o melhor aplicarmos as regras acima, A necessidade do estudo da
sentido natural das palavras, como na interpretação do texto bíblico, hermenêutica surge de várias con­
em Atos 27 e 28. A acidentada via­ são necessários auxílios que po­ siderações:
gem de Paulo a Roma; e Figurado demos extrair dos seguintes itens: a) O pecado obscureceu o en­
- A Bíblia é rica em linguagem O contexto - É tudo o que está tendimento do homem e ainda
figurada. O sentido figurado é ex­ relacionado com o texto e pode es­ exerce influência perniciosa so­
presso através de várias categorias tar escrito antes e depois do mesmo bre sua vida mental consciente.
de figuras de linguagem. (remoto). Portanto, é necessário que se faça
Quanto à Mensagem - A men­ O paralelism o - São textos que esforço especial para evitar o erro.
sagem da passagem que se está contam a mesma história, ou são b) De muitas maneiras os ho­
estudando pode ser: Histórica - É palavras idênticas empregadas mens diferem entre si. Esse fato
rico esse campo na Bíblia; Proféti­ em diferentes textos. Podem ser: naturalmente faz com que eles se
ca - Há inúmeras profecias para verbais - passagens em que ocorre distanciem mentalmente uns dos
estudos na Bíblia; e Doutrinária a mesma palavra embora tratem de outros. Essas diferenças são nota­
- Há na Bíblia doutrina o sufi­ assuntos diferentes; reais - passa­ das, por exemplo: na capacidade
ciente para todas as necessidades gens em que apareça ou não uma intelectual, no gosto estilístico, nas
da alma humana (At 2.42). Os ou mais palavras em comum, se qualidades morais, e disso resulta
ensinos Paulinos, Petrinos e dos trata do mesmo assunto ou expõe a a falta de afinidade espiritual; nos
outros doutrinadores do Novo mesma doutrina (Exemplo: SI 119). conhecimentos intelectuais, pois
Testamento que nos legaram O propósito do escritor -Saber alguns foram instruídos e outros
substancial acervo doutrinário a que propósito tinha o escritor ao não tiveram a mesma oportuni­
partir dos ensinos do Mestre e de escrever o livro, muito nos auxilia, dade. Diferem também quanto à
outros homens de Deus de todos pois assim podemos nos colocar nacionalidade, com a correspon­
os tempos bíblicos. em seu ponto de vista e segui-lo dente diferença de língua, formas
Quanto a Procedência da Men­ nos seus processos mentais. As ve­ de pensamento, costumes e moral.
sagem - No estudo da Bíblia é pre­ zes é fácil conhecer o propósito do Considerando tudo isso, en­
ciso observar quem está falando escritor como no caso de Lucas (Lc fatizamos: é uma necessidade
através do registro sagrado. Deus 1.1-4; At 1.1) e João (Jo 20.30,31). aprendermos a interpretar a Bí­
fala continuamente em Sua Pala­
vra, ora diretamente, ora por meio
de Seus servos.
Regras fundamentais para a
interpretação do texto bíblico
A Bíblia se interpreta a si mes­
ma (At 8.26-35; Is 53), mediante a
lei do contexto, os textos paralelos,
o ensino geral do livro e seu autor
e o ensino geral da própria Bíblia.
Não interprete textos isolada­
mente. Interprete escritura com
escritura. Toda a dúvida ou incerte­
za sobre o sentido de uma palavra
ou texto deve ser submetida ao
concurso geral da Bíblia. A única
disse o seguinte a respeito desse
fato: "A Bíblia é a Palavra de Deus
dada nas palavras de pessoas na
história." É esta natureza dupla
da Bíblia que exige da nossa parte
a tarefa de interpretação.
A B íblia é a P alavra de Deus
- Sendo assim, tem relevância
eterna, fala para toda a humani­
dade em todas as eras e em todas
as culturas. Porque é a Palavra
de Deus, devemos escutá-la e
obedecê-la. Mas porque Deus es­
colheu falar Sua Palavra através
das palavras humanas na histó­
ria, todo livro na Bíblia também
tem particularidade histórica;
cada documento é condicionado
pela linguagem, pela sua época,
e pela cultura em que original­
mente foi escrito (e em alguns
casos também pela história oral
que teve antes de ser escrito). A
interpretação da Bíblia é exigida
pela diferença que existe entre
sua relevância eterna e sua par­
ticularidade histórica.
O fato de que a Bíblia tem um
lado humano é nosso encoraja­
mento; também é nosso desafio,
e é a razão porque precisamos
interpretá-la. Duas coisas precisam
ser notadas quanto a isto:
blia; mesmo porque a maioria de "carne" em Romanos 13.14; e a 1 - A época em que a Palavra de
nós tem por certo que, enquanto Igreja em adoração. Deus fora dada a humanidade - Ao
lemos, também entendemos o que falar através de pessoas reais, numa
lemos. Tendemos, também, a pen­ A razão da necessidade variedade de circunstâncias, por
sar que o nosso entendimento das do estudo da Hermenêutica um período de 1500 anos, a Palavra
palavras e ideias são infalíveis. As ANatureza ãa Escritura - Essa de Deus foi expressa no vocabulá­
vezes, aquilo que levamos para o é a razão mais significante para rio e nos padrões de pensamento
texto, sem o fazer deliberadamen­ a necessidade da interpretação. daquelas pessoas, e condicionada
te, nos desencaminha ou nos leva Historicamente a igreja tem com­ pela cultura daqueles tempos e
a atribuir ao texto ideias que lhe preendido a natureza da Escritura circunstâncias. Ou seja, a Palavra
são estranhas. de maneira muito semelhante à de Deus para nós foi primeira­
Vejamos alguns exemplos a compreensão da Pessoa de Cris­ mente a Sua Palavra a elas. Se elas
seguir, quando oportuno: a palavra to - a Bíblia é, ao mesmo tempo, iriam ouvi-la, somente poderia ser Vj
"cruz" nos Evangelhos; a expressão humana e divina. Certo professor através de eventos e linguagem que

B i l l O b r g ja
elas poderiam ter entendido. Nos­ a) Somente o estudo inteligente A INSPIRAÇÃO DAS
so problema é que estamos muito da Bíblia lhes fornecerá material de ESCRITURAS
longe delas no tempo, e às vezes no que necessitam para a construção Teoria correta quanto à inspi­
pensamento. Este é o motivo prin­ de sua teologia. ração das Escrituras
cipal porque precisamos aprender b) Cada pregação ou preleção A teoria correta da inspiração
interpretar a Bíblia. bíblica deve repousar numa sólida da Bíblia é chamada "teoria da
2 - A época Atual - Deus, para fundamentação exegética. Essa é inspiração plenária" ou "verbal".
comunicar Sua Palavra para todas uma das maiores aspirações dos Ela ensina que todas as partes da
as condições humanas, escolheu nossos dias. Bíblia são igualmente inspiradas;
fazer uso de quase todo o tipo de c) Instruindo os jovens da igre­ que os escritores não funcionaram
comunicação disponível, a história ja, e na visitação dos lares, os como máquinas inconscientes,
em narrativa, as genealogias, as ministros são frequentemente mas que houve cooperação vital
crônicas, leis de todos os tipos, po­ solicitados a interpretar passagens e contínua entre eles e o Espírito
esia de todos os tipos, provérbios, da Escritura. Em tais situações, de Deus que os capacitava. Afirma
oráculos proféticos, enigmas, dra­ um conhecimento razoável das que os homens santos de Deus es­
ma, esboços biográficos, parábolas, leis de interpretação será de valor creveram a Bíblia com palavras de
cartas, sermões e apocalipses. inestimável. seu próprio vocabulário, porém,
Vejamos porque o estudo da Her­ sob a influência podero­
menêutica Sagrada é de fundamen­ sa do Espírito Santo,
tal importância, principalmente, de sorte que o que
para os futuros obreiros eles escreveram é a
evangélicos: infalível Palavra de
Deus. Ensina que a ins­
piração plenária cessou
ao ser escrito o úl­
timo livro do
nela 66 livros, escritos por cerca composição dos livros da Bíblia.
de 40 escritores, cobrindo um Moisés escreveu o Pentateuco nas
período de 16 séculos. Como se solitárias paragens do deserto;
sabe, na maioria dos casos, esses Jeremias, nas trevas e sujidade de
homens eram desconhecidos uns uma masmorra; Davi, nas verdes
dos outros, vivendo em lugares colinas do campo; Paulo escre­
distantes, em três continentes, veu muitas de suas epístolas nas
e escrevendo em duas línguas prisões; João, no exílio, na ilha de
principais. Devido à distância que Patmos. Apesar de tantas e dife­
os separava, em muitos casos, os rentes condições, a mensagem da
autores nada sabiam sobre o que Bíblia é sempre uniforme. O pen­
na havia sido escrito. Muitas vezes samento de Deus corre uniforme
um escritor iniciava um assunto e, e progressivamente através dela,
séculos depois outro o completava como um rio que brota de sua
com tanta riqueza de detalhes que nascente, vai avolumando suas
somente um livro vindo de Deus águas até tornar-se caudaloso.
podia ser assim. Uma obra huma­ A mensagem da Bíblia tem essa
na escrita em tais circunstâncias continuidade maravilhosa!
seria uma babel indecifrável. As circu n stân cias - As cir­
Vejamos alguns pormenores cunstâncias em que os 66 livros
dessa harmonia: da Bíblia foram escritos também
Os escritores - Foram homens foram as mais diversas. Davi, por
de todas as atividades da vida hu­ exemplo, escreveu partes de seus
mana, daí a diversidade de estilos trabalhos no calor das batalhas;
encontrados na Bíblia. Por exemplo: Salomão na quietude dum palá­
Moisés foi príncipe e legislador; cio. Há profetas que escreveram
Josué foi um grande comandante seus livros em profunda tristeza,
de exército; Davi e Salomão, reis e ao passo que Josué escreveu o seu
poetas; Isaías, estadista e profeta; durante a alegria da vitória. Apesar
Daniel, ministro de Estado; Pedro, dessa pluralidade de condições, a
Tiago e João, pescadores; Zacarias Bíblia apresenta um só sistema de
e Jeremias, sacerdotes e profetas; doutrinas, uma só mensagem de
Amós era homem do campo e amor, um só meio de salvação. De
vaqueiro; Mateus, funcionário pú­ Gênesis a Apocalipse há uma só
blico; Lucas, médico e pesquisador revelação, um só propósito.
viajado; Paulo, teólogo e erudito; e
Novo Testamento, e que, depois assim por diante. Apesar de toda PARTICULARIDADES DO
disso, nem os mesmos escritores, essa diversidade, quando exami­ TEXTO BÍBLICO
nem qualquer outro servo de Deus namos os escritos desses homens, Antes de alguém conhecer a
pode ser chamado inspirado no sob tantos estilos diferentes, verifi­ Bíblia teologicamente, deverá co­
mesmo sentido. camos que eles complementam-se, nhecê-la gramaticalmente. Deverá
tratando de um só assunto! Eles conhecer o que é o quê, no texto
Harmonia e unidade não produziram muitos livros, mas sagrado. Esta necessidade é acentu­
das Escrituras um só livro, poderoso e coerente: a ada e enfatizada ao longo da vida de
A existência da Bíblia até os Bíblia Sagrada. todo dedicado estudioso da Bíblia.
nossos dias só pode ser explicada As c o n d içõ es - Não houve Como livro, a Bíblia contém
como um milagre singular. Há uniformidade de condições na princípios de composição comuns

o f c im
a outro livro qualquer. Esses prin­ estabelece regras práticas. Her­ Outras verdades por indução
cípios, por sua vez, baseiam-se menêutica bíblica ou sagrada é o 1. O alicerce de toda a Herme­
em recursos literários, tais como: estudo metódico dos princípios e nêutica bíblica é a própria Bíblia.
comparação, contraste, repetição, regras da interpretação das Sagra­ Que determina-se o sentido de
intercâmbio, gradação, conti­ das Escrituras. A Hermenêutica um texto comparando-se escritu­
nuação, clímax, ponto decisivo, distingue-se da Crítica Textual ra com escritura;
particularização, generalização, em que esta procura determinar 2. O Objeto central de toda a
causa, substância, instrumen­ quais as palavras exatas do tex­ revelação divina é Jesus Cristo,
tação, explanação, preparação, to original, ao passo que aquela Deus manifestado na carne para
sumarização, interrogação, har­ procura descobrir que o sentido salvar os homens;
monia, principalidade e radiação. dessas palavras no citado texto. 3. O intérprete por excelência
Estes e outros termos poderão ser Em outros termos, a Crítica tem é o Espírito Santo, que inspirou
estudados separadamente e de em vista a pergunta: Que é o que os escritores da Bíblia e pode ilu­
forma específica. está escrito? Enquanto que a Her­ minar os seus leitores (Jo 14. 26;
A erudição e beleza do texto sa­ menêutica ocupa-se desta outra: Ct 2.10-13);
grado são evidenciadas através de Que queria dizer o autor? 4. Para falar aos homens, o
figuras como: metáfora, metonímia, Ainda, a Herm enêutica se Espírito Santo ordinariamente se
sinédoque, hipérbole, ironia, proso- distingue da Exegese em que esta serve de outros homens por Ele
popeia, antropomorfismo, enigma, é a aplicação dos princípios e re­ instruídos nas Escrituras; e
alegoria, símbolo, tipos e parábolas. gras estabelecidos por aquela. O 5. Para compreender a Bíblia,
exegeta ou intérprete serve-se dos precisa o homem, ainda que talen­
RECAPITULANDO conhecimentos que lhe fornecem a toso e culto, de preencher certas
Hermenêutica é, pois a ciência Crítica e a Hermenêutica, como o condições. Eis as mais essenciais:
e a arte de interpretar. É ciência orador e o escritor se servem dos Espiritualidade - (Leia-se ICo
porque postula princípios segu­ fatos da linguagem codificados no 2.14 a 3.2). Esta espiritualidade
ros e imutáveis; é arte porque dicionário e na gramática. inclui: a conversão da alma ao
Senhor, o que dá início à nova CONCLUSÃO Temóteo Ramos de
Oliveira é pastor, líder
vida; o viver em harmonia com o Recomendações, observações da Assembleia de Deus
Espírito Santo, para que Ele possa e reiterações importantes. Inter­ em Petrópolis (RJ) e da
agir livremente como Instruidor. prete a experiência pessoal à luz Convenção Fraternal das
Assembleias de Deus do
Estudo - Diligencia no estudo da Escrituras e não as Escrituras Estado do Rio de Janeiro
da Bíblia com o propósito de co­ à luz da experiência pessoal. O (Confraderj); e 5° vice-pre­
nhecer a verdade e com a vontade homem, de si mesmo, também sidente da Convenção Geral das Assembleias
de Deus no Brasil (CGADB) (Mensagem minis­
decidida a aceitá-la (Leia-se Jo fala vez por outra na Bíblia. Há trada na 6° Escola Bíblica Nacional de Obreiros
5.39; At 17.11-12). um capítulo inteiro escrito por da CGADB em Abreu e Lima-PE).
Humildade e ausência de pre­ um ímpio (Dn 4). O livro de Ecle-
conceitos - (At 8.31; 10.33). siastes é o registro do raciocínio B ib l io g r a f ia
O ração - Buscando as luzes do homem natural, insatisfeito ALMEIDA, Antonio. Manual de Her­
daquele que nos deu a revelação como sempre. menêutica Sagrada. São Paulo: Casa
escrita (Leia Tg 1.5; SI 119.18-19). A Bíblia também registra pa­ Editora Presbiteriana, 1979.
Bom senso e discernimento - lavras e mensagens de Satanás. LUND, E. NELSON, P. C. Herme­
(Leia Mt 16.3; Lc 12.56; ljo 5.20). nêutica: Regras de Interpretação das
Nos casos do homem e de Sa­
Sagradas Escrituras. São Paulo: Editora
Alguns autores partem da Me­ tanás falando na Bíblia, a ins­ Vida, 1968.
todologia para a Bíblia, o que ense­ piração consiste no registro da OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de.
ja o surgimento de muitas heresias. mensagem. Durante o estudo da Como Estudar e interpretar a Bíblia.
Aqui nós partimos da Bíblia para Bíblia, devemos, pois, procurar Rio de Janeiro: CPAD, 1986.
a Metodologia, a fim de que seja determinar quem está falando, SOBRINHO, Antonio Grangeiro.
Hermenêutica Bíblica. Rio de Janeiro:
quem formule as regras para suas para evitarmos aplicação errônea
CPAD, 2006.
próprias interpretações, sendo as (Veja-se o livro de Jó). Portanto é VIRKLER, Henry. Hermenêutica
conclusões obtidas pelo processo preciso sabedoria e prudência na Avançada: Princípios e processos
indutivo, ou seja: o raciocínio que aplicação da mensagem da Bíblia de Interpretação Bíblica. São Paulo:
vai do particular ao geral. (Pv 25.11). ObiTâB, Editora Vida, 1998.
Referências
Essenciais
para seu

kEstudo
íblico

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Bíblico Wycliffe
termos bíblicos de
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comentários,
DO A n t i c o í d o Novo eferências cruzadas,
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v iv er acim a das tend ências e dos tem pos. M in utos de M otivação m as com um ensin o tão eficaz que pode
para H om ens é um a cartilh a. P arágrafo p o r p arág rafo , frase tam bém ser ad aptado facilm en te p ara a realid ad e do B rasil e
p or frase, este livro v ai lhe dar os "in sig h ts" (percepções) que p ara crian ças que v iv em em áreas de con flito/ risco. C om um a
colocarão você n a p osição venced ora. Em seu con teú d o, você abord agem bem fu n d am entad a e acessível, esta obra aju dará
encontrará textos curtos, objetivos e p ráticos, bu scam estim ular n osso s m estres a lid ar tam bém com v id a social e em ocion al do
a con fian ça atrav és de um a abord agem o tim ista p ara o dia a aluno, contem plando m eninos e m eninas com faixa etária entre
dia dos hom ens. 8 a 14 anos. Q ue m issão in crív el você tem , um m in istério que
p od e m u d ar vid as para sem pre!

M in u to s de M o tiv a ç ã o
P re g o s bem Fixa d os
Minutos
de Motivação *
Para M u lh e re s Byron Yawn
Stan Toler e Linda Toler
Byron Yaw n teve o privilégio de sentar-
Se fo r verd ad e que atrás de um grand e -se com alguns dos m ais n otáv eis p regad o­
h o m em e stá u m a g ran d e m u lh er, en tão res de nossos dias e servir-se da sabedoria e
você tem um trabalho im portante! Vocês in­ ideias que ganharam com extrem o esforço.
fluenciam os m aridos, filhos, a com unidade E sta obra é um a narrativ a do que o autor
da igreja, seus colaborad ores, seus v izinh os. Isso sig n ifica que aprendeu com os verdadeiros "m e stre s" da
v ocês têm um a grande resp on sabilid ad e, e entend er o quanto p reg ação com o Jo h n F. M acA rthur, R.C. Sp ro u l e Jo h n Piper.
v ocê é im p o rtan te v ai aju d á-la a m elh o rar con stan tem en te. M as tam bém é m ais que um livro sobre pregação. É um a chance
M inutos de M otivação para M u lheres é um m inu to de insp iração de auxiliar o p reg ad or a encontrar o seu estilo e ser destem ido
e e n co rajam en to p ara você! O s au tores d esta o b ra b u scam na h o ra de se d ep arar com olhares críticos. Em seu cerne, este
in sp irar e estim u lar o dia a d ia fem in in o através de citações liv ro trata de tud o o que o sem in ário e o m u nd o acadêm ico
de perso n alid ad es secu lares e m en ções b íb licas, n a fo rm a de nu n ca n os ensin aram sobre p regação. A P alav ra de D eus ainda
p equ en os textos m otivacionais. p recisa ser pregada!

M in u tos de M o tiv a ç ã o P e rfe ita m e n te Im p e rfe ito


D avid A. Busic
P a ra P rofesso res
O ser h u m an o , p o r n atu reza, tem m u i­
Stan Toler
tas falh as e d efeito s. A trav és dos exem plos
Professores não precisam m ais de m açãs, b íb lic o s do A n tig o T estam en to p o d em o s
eles precisam de um am igo e de alguns con­ p erceb er que A braão , M oisés, E lias e tantos
selhos am istosos, conselhos de alguém que o u tros p assaram p o r m o m en to s de d eses­
aprecia quem eles são e não apenas o que p ero e aflição , m as foram u sad os por D eus,
fazem . Este obra, de autoria do pastor Stan Toler, não é acerca a p e sar de suas im p erfeiçõ es. D eu s cap acita os in cap acitad o s,
de respostas finais, e sim sobre bu scar a excelência, um a b usca fo rta le ce os fraco s, con so la os o p rim id o s e refrig era os afli­
que acaba m elhorando o próprio professor e tam bém o aluno. tos. N e sta obra, Dr. D av id A. B u sic ilu stra o m elh o r e o pior
Escrito na "sala de au la" do m eu coração, M inutos de M otivação da h u m an id ad e de u m a fo rm a clara. O au to r faz m en ção de
para Professores é oferecido para partilhar verdades dinâm icas alg u n s p erso n ag en s con h ecid o s e outros n ão tão co n h ecid o s,
com profissionais que ilum inam o m undo com ferram entas com o m o stran d o com o D eu s in terag e com essas p e sso as que têm
projetores, quadros de avisos e palavras encorajadoras. as m esm as fraq u ezas que n ó s, são p e rfe ita m e n te im p erfeito .

«a 0 b ir n
jecer sua vida ministerial
V ic to rin o S ilv a - B io g ra fia V iv e n d o P ro v é rb io s
Elvis Tavares Charles Swindoll
^7ioK
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>£ioi
WVN
akrxba a puraos

Q u al se ria o fu tu ro de u m a c ria n ça Quanto m ais m editarm os nas Escrituras,


p ob re, órfã de m ãe, com um d efeito físico mais óleo aplicarem os à nossa engrenagem
con gênito no b raço d ireito? Q uem p o d e­ diária. Os trinta e um capítulos do livro de
C h a r l e s R.
ria algu m d ia im aginar n aqu ela época, a Provérbios estão cheios de cápsulas de verda­
S w in d o ll
d istante d écad a de 40, que aquela crian ça, de, m uitas na form a de um a breve m áxim a,
con tra todas as p rob abilid ad es, se to m aria que nos ajudam a encarar e até superar as
um dos m aiores cantores da m ú sica ev an gélica b rasile ira em dificuldades da vida. Por m eio de um program a de 26 sem anas
todos os tem pos? C om um a histó ria de lu tas, su p eração, gra­ de leitu ra, C harles Sw indoll m ostra o quanto a sabedoria de
tidão e m u ito louvor, a v id a de V ictorino Silva irá em ocion ar Provérbios, a m ais prática e realista instrução da Bíblia, é um a
você. C on heça a carreira de um dos m aiores ícones da m ú sica Inspiração para enfrentarm os os conflitos diários.
ev angélica b rasileira, con hecid o e festejad o com o um a v erd a­
d eira len d a do lo u v or cristão.
V iv e n d o S a lm o s
U m a esposa para Isaque Charles Swindoll

Belmira Batista dos Santos N ó s to d o s te m o s um d ia d a q u e le s :


quando pequ en os problem as se tran sfo r­
U m livro escrito p ara esposas de obrei­
m em em crises, quando a d úvid a com eça
ros, pastores, presbíteros e evangelistas, mas
a sobrecarreg ar crença, quando a exaustão
que deve ser lido por todos, irm ãos e irm ãs.
bate e felicidade escapa. E o livro de Salm os
A autora abre o véu da intim idade da vida
oferece p alav ras de força e con forto para aqueles m om entos
pastoral e de com o a esposa contribui para
incôm odos. N este estudo dos Salm os, um dos pastores e auto­
o sucesso ou d errota do esposo n o exercício
res m ais im p o rtan tes do cristianism o atual explora tem as tão
do m inistério. A obra expõe situações reais sobre problem as vi-
prem entes com o o m edo do d esconhecid o, o desânim o e p reo­
venciados p ela autora, que é esposa de pastor, com a finalidade
cupação, com o lid ar com p essoas d ifíceis e o que fazer quando
de auxiliar outras m ulheres a enfrentarem com sabed oria os
D eus está em silêncio. C om bin and o suas típ icas ilu straçõ es e
m ais variados problem as da vida m inisterial de seus m aridos.
id éias com passag en s fav o ritas deste am ado livro da B íblia,
Escrito nu m a lin guagem sim ples e intim ista, o livro aponta os
C h arles Sw in d oll oferece um a obra que v ai aju d ar os leitores
problem as e as saídas para cada situação pastoral.
a v iv erem os Salm os com o n u n ca antes.

M a n u a l da B íb lia A H o ra M a is Im p o rta n te
A p lic a ç ã o Pessoal Les & Leslie Parrot com Stephanie _ a H o ra mais
Diversos Allen e Tina Kuna I Importante

Com o fu n cio n a a oração? O que a B íblia Pesquisadores estão descobrindo que uma
realm en te d iz sobre o d in h eiro ? A B íb lia hora à volta da m esa de jantar pode realm en­
tem algo a d izer sobre am izad e? Você e n ­ te unir a família e ajudar a criar filhos mais
con trará resp o stas p ara essas p erg u n tas, e saudáveis e felizes. A Hora M ais Importante
m u ito m ais, de m an eira fá c il e ráp id a no m ostra com o alim entar e nutrir a família através do mom ento da
M an u al da B íb lia de A p licação P essoal. A B íb lia está rep leta refeição. U m livro inspirador e prático, repleto das coisas que você
de sab ed o ria sobre a v id a. E n tre ta n to , n em sem p re é fácil necessita para tirar o m áxim o proveito da hora da refeição, A Hora
lig a r os p o n to s entre as d iv ersas p assag e n s b íb lica s sobre um M ais Im portante inclui:
assu nto em p articu lar, p elo qu al v o cê p o ssa estar in teressad o,
• Receitas inéditas;
in d ep en d en tem en te do assu n to - d in h eiro , su cesso ou com o
v en cer a d ep ressão . O M an u al da B íb lia de A p licação P esso al • Dicas e idéias de especialistas da cozinha;
é o seu gu ia b íb lico , o rg an izad o em 645 tó p icos que o rien tam • Fotos das refeições favoritas da família;
a m an eira com o você v iv e cada dia. U m recu rso in d isp en sável • D úzias de gatilhos de conversa para m anter seus filhos
p ara sua v id a. conversando à mesa.

o b> m n
Liderança
Pr. C la u d io n o r de A n d r a d e

José: a realid c
é a história de Jacó. Tendo José seu velho pai. Em sua delação, não
Lições da traje­ dezessete anos, apascentava os havia prêmio algum; apenas dissa­
rebanhos com seus irmãos; sendo bores havia. Entretanto, agindo de
tória do jovem ainda jovem, acompanhava os forma tão íntegra, adestrava-se a
filhos de Bila e os filhos de Zilpa, viver no palácio do Faraó, onde a
sonhador e as mulheres de seu pai; e trazia más corrupção fazia parte dos protoco­
notícias deles a seu pai" (Gn 37.2). los, ritos e liturgias oficiais.
conquistas de sua Logo de início, o autor de Gê­ A Bíblia não detalha os malfei­
vida como referên­ nesis faz questão de ressaltar a
espiritualidade e a ética do futuro
tos dos irmãos de José. Mas dá a
entender que eram atos condená­
cia para obreiros governador do Egito. Qualidades
estas, aliás, que lhe seriam impres­
veis e repugnantes aos olhos de
Jacó. Se o justo Deus os separara
cindíveis no futuro. para ser a comunidade ética por ex­
Um patriarca sacerdotal e profé­ celência, por que não andavam eles

V
im a concluir, ainda ado­
lescente, que romance tico. Dos patriarcas que deram ori­ de acordo com a justiça divina?
algum é comparável à gem às doze tribos, José foi o único A integridade deve ser cultivada
história de José. O autor a ser agraciado com o dom profético na infância, para que floresça na
sagrado não precisou sequer de 13 que tão bem distinguira Abraão, adolescência e frutifique na velhice.
capítulos para compendiar a epopeia Isaque e Jacó, seu pai. José, porém, Que os nossos políticos aprendam
do jovem hebreu que, vendido como estava para receber, do Senhor, uma essa lição com o jovem hebreu.
escravo pelos irmãos, veio a ocupar revelação mais refinada e teológica.
a governança do Egito. Todas as Ele não apenas sonharia profetica­ A FORMAÇÃO DE JOSÉ
vezes que a leio, chego às lágrimas. mente, como profeticamente inter­ NA CASA PATERNA
Choro e louvo a Deus, porque pretaria os sonhos do rei do Egito. Dos 17 aos 30 anos, José teria um
Ele continua a intervir na biografia No epílogo de sua vida, revela­ longo aprendizado. Sua formação
de cada um de seus filhos. ria aos irmãos que os hebreus não dá-se de forma gradual, lenta e,
Acompanhemos, pois, a traje­ haveriam de permanecer em solo muitas vezes, dolorosa. Na casa
tória de José. Em sua carreira, não egípcio. Mas que, visitados pelo paterna, aprenderá, além da teologia
vemos apenas o sucesso tão comum Senhor, subiriam à Terra Prometida. de Abraão, valiosos princípios de
aos grandes homens. Mas, observa­ José exerceu um ofício similar ao administração e economia com o
mos, acima de tudo, a excelência de Daniel. Sábios e entendidos em seu velho pai, Jacó. Em todas as ma­
que leva os heróis da fé a mudar a sonhos, foram ambos santificados térias, mostra-se excelente aprendiz.
história de seus povos e do mundo. a estar junto aos poderosos, a fim Formação teológica. A for­
de testemunhar do Todo-Poderoso. mação teológica de José dá-se
A HISTÓRIA DE JOSÉ Um adolescente de elevada éti­ no cotidiano da casa paterna, no
A história de José mescla-se ca. José nunca comungou com os pastoreio do gado e no amanho
à de Jacó. Numa transição bela e desvios morais dos irmãos. Mesmo do solo. Afeito às narrativas e
sutil, Moisés introduz o jovenzinho arriscando-se às mais duras e ines­ proposições de Jacó, sabia muito
hebreu, no cenário sagrado: "Esta peradas represálias, delatava-os ao bem por que Deus chamara Abraão
M i 1 1 1 ui i m in r

ie de um sonho
àquelas terras. Portanto, havia um
propósito supremo à sua família: a
constituição de um povo profético,
sacerdotal e real. Um povo, aliás,
que mudaria a História Universal
através do Messias.
Ele conhecia as peregrinações
do avô. E, dos lábios do pai, ouvira
como Deus comunga com os seus
servos. Logo, ele não teria de subir
ao Céu para conhecer o Eterno,
pois o Eterno já havia descido à
Terra, para fazer-se conhecido
pelos que o amam. Experimental­
mente, pois, vai o Senhor inserindo
o jovenzinho na comunidade pro­
fética do primitivo Israel.
José é paciente e reflexivo. Não
leva em conta as maldades dos ir­
mãos. Ele sabe que, num futuro não
muito distante, darão eles origem
a um poderoso reino de profetas,
sacerdotes e reis. Além do mais,
Deus está no controle de suas agru­
ras, tribulações e provas. Por esse
motivo, tudo crê e tudo suporta;
em seu coração, o amor é perfeito.
Formação administrativa. Jacó
não ignorava a complexa economia
de Canaã e do Egito. Havendo-se
com eficácia na administração do
patrimônio familiar, multiplicara-o
sobremaneira, escapando diversas
vezes às garras de Labão. Tais
lições, fez questão de repassar a
José. E, pelo contexto da História
Sagrada, o filho fez-se tão excelente
quanto o pai. Deus o preparava, as­
sim, a administrar a casa de Potifar,

O b r g ff i, n
como um todo? Quanto
aos irmãos, passaram a
o presídio de Faraó e, finalmente, amarrando-o em feixes. Então, por devotar-lhe um ódio ainda mais
o império todo do Egito. que só o molho de José pôs em pé? nocivo e mortal. Por que o caçula
Conhecendo o Deus dos antigos A resposta só pode ser uma: o de e não o primogênito? Deixemos
e já dominando os fundamentos José era recolhido com excelência e isso por conta da soberania divina.
da economia e da administração, com excelência, amarrado. Quan­ Se a inveja não os tivesse cega­
o que mais falta a José? Agora, to aos outros, eram colhidos por do, haveriam de concluir que Deus
ele já pode sonhar. Sim, ele já está obrigação e por mera obrigação, não favorecia apenas José. No pri­
preparado a receber os sonhos que, enfeixados. Portanto, o que busca a meiro sonho, ninguém ficava sem
em breve, lhe dará o Senhor. excelência em seu trabalho, jamais o seu feixe; todos eram abençoados
O primeiro sonho. Certa vez, ficará prostrado. igualmente com o seu molho.
José teve um sonho. E, logo ao ama­ Ante o sonho de José, a her­ Quanto ao segundo sonho, a
nhecer, relatou-o aos irmãos: "Atá­ menêutica de seus irmãos logo bênção coletiva era ainda maior.
vamos feixes no campo, e eis que se aguçou. Já tomados de inveja, Ninguém perdia o seu brilho. O sol
o meu feixe se levantou e ficou em perguntaram-lhe: "Reinarás, com resplandecia com a força de um rei.
pé; e os vossos feixes o rodeavam efeito, sobre nós? E sobre nós do­ Alua com a grinalda duma rainha.
e se inclinavam perante o meu" minarás realmente?" (Gn 37.8). E, As doze estrelas? Cada uma delas
(Gn 37.7). Tratava-se de um sonho com isso, o ódio pelo caçula fazia- distinguia-se com uma glória par­
campesino e rural. Refletindo o dia -se incontrolável. ticular. Judá resplendia com o Cris­
a dia do sonhador e dos sonhados, O segundo sonho. Quem amar­ to. Rubem, com a primogenitura.
aparentemente não tinha nada de ra bem os seus feixes, sempre Levi, com o sacerdócio. Enfim,
especial. De certa forma, até refle­ acaba por sonhar com algo mais ninguém deixava de brilhar. Então,
tia a faina daquela gente obreira e elevado. Foi o que aconteceu a José. por que tanto ódio contra José?
madrugadora. Todos foram cientifi­ Ouçamos-lhe o relato do segundo Eles souberam avaliar o ado­
cados, porém, que se tratava de um sonho: "Sonhei também que o sol, lescente que Deus santificara para
aviso divino. a lua e onze estrelas se inclinavam governar o mais poderoso império
Por ocasião da ceifa, tanto José perante mim" (Gn 37.9). Interes­ daquele tempo. Através de José,
quanto seus irmãos colhiam o trigo, sante, o primeiro sonho era rural; todo o Israel seria salvo.
O PREÇO DE UM JOVEM Jornada longa e árdua. O Sinai não de José foi nada módico. Levemos
Como destruir um sonho? Para tem fim. São quase 300 quilômetros em conta, ainda, as despesas que
os irmãos de José, só havia uma de andanças, canseiras, incertezas e os mercadores tiveram com o
resposta plausível: destruindo o receios. O que o espera na terra do escravo na viagem entre Canaã e
sonhador. Foi o que intentaram ao Faraó? Os mercadores tratam-no o Egito. Sabemos por quanto ele
jogá-lo num poço na erma e aban­ com rispidez e truculência. Para eles, fora vendido, mas ignoramos por
donada Dotã. o hebreu não passa de mero artigo. quanto foi comprado. Nem sempre
A conspiração contra José. A Desalmados caixeiros-viajantes. o preço de um homem é revelado.
conspiração para matar José foi No Egito, os ismaelitas expõem
muito bem amarrada. Eles só não o caçula de Jacó num amplo e con­ A FORMAÇÃO DE JOSÉ
levaram o intento adiante, por­ corrido mercado. Ei-lo ali em meio NA CASA DE POTIFAR
que Judá, o mais ajuizado deles, a outros cativos, animais e merca­ Na casa paterna, José aprendera
propôs-lhes: "De que nos aproveita dorias. Os interessados passam, teologia, administração e econo­
matar o nosso irmão e esconder-lhe examinam-nos e veem-lhe os den­ mia. Agora, na casa de Potifar,
o sangue? Vinde, vendamo-lo aos tes. Sim, na compra de um escravo, dará continuidade à sua forma­
ismaelitas; não ponhamos sobre ele a arcada dentária é reveladora. Se ção espiritual, moral e cultural.
a mão, pois é nosso irmão e nossa por um lado, denota saúde, por ou­ Informalmente, estudará a língua
carne" (Gn 37.26,27). Então, que o tro, conota enfermidade. Por isso, demótica, finanças egípcias e ética.
tal sonhoso seja vendido. cada escravo tem de ser examinado O curso não é à distância, mas do­
Todavia, quanto vale José? Aos com rigoroso cuidado. loroso e presencial.
olhos de seus irmãos, meros 20 Ao ver o hebreu, Potifar agrada- A língua demótica. Para um
siclos de prata; menos de um mês -se dele. Ali estava um jovem forte, falante do hebraico, era nada fácil
de trabalho. Foi o valor que recebe­ saudável e que soubera como resis­ compreender a estrutura gramatical,
ram daqueles mercadores que, de tir à travessia do Sinai. Enfim, um morfológica e fonética da antiga
quando em quando, atravessavam servo perfeito às tarefas de casa e língua egípcia. Oriunda do ramo
a região. O negócio pareceu-lhes às lides do campo. Não bastasse, afro-asiático, possuía idiotismos e lo­
ótimo. Além de se livrarem dos so- bonito e de bela aparência. Acer­ cuções que nenhum sentido faziam
nhamentos e sonhanças do irmão, tado o valor, o oficial do Faraó aos semitas e indo-europeus. Era
obteriam um lucro amaciado e fácil. conclui logo o negócio. O preço como aprender o basco ou o chinês.
A fim de explicar o
desaparecimento do ir­
mão ao pai, mostraram-
-lhe a túnica de José
manchada com o sangue
de um bode. Hipócritas
e corruptos. Além de
mentir, desfalcaram o re­
banho de Jacó. Bem diria
o Salmista que um abis­
mo sempre acaba por
chamar outro abismo.
Não bastasse tamanha
presepada, enlutam-se
e põem-se a consolar o
inconsolável patriarca.
Potifar compra José.
Já cativo dos ismaelitas,
José é levado ao Egito.
O egípcio falado na casa de Seu aprendizado surpreende de maldade e pecaria contra Deus?"
Potifar era o demótico: a língua do tal forma o seu senhor, que o coloca (Gn 39.9).
povo. Sua escrita, contudo, estava à testa de todos os seus negócios. José era orientado por uma ética
longe de ser popular. Formada Eis o testemunho que lhe dá o autor superior. Conquanto não houves­
por ideogramas complexamente sagrado: "Potifar tudo o que tinha se mandamento algum escrito, o
arranjados, era difícil até aos fa­ confiou às mãos de José, de manei­ piedoso hebreu já se resguardava
lantes naturais. José, porém, não ra que, tendo-o por mordomo, de ao Senhor. Ele sabia que, sem inte­
se agasta com o novo idioma. Em nada sabia, além do pão com que gridade, jamais poderia cumprir a
pouco tempo, estava ele comuni- se alimentava. José era formoso de missão que lhe confiara o Deus de
cando-se perfeitamente com seus porte e de aparência" (Gn 39.6). Jacó e o Temor de Isaque.
amos e conservos. Sua disciplina Ética, a dolorosa lição. José era O final dessa história não pode­
era louvável. um homem bonito; seu porte, belo ria ser diferente. Caluniado por sua
Finanças. José, agora, terá de e imperial. Em Canaã, perseguia-o a ama, é lançado numa prisão, onde
por em prática os princípios de inveja. No Egito, assedia-o a cobiça. novos aprendizados o aguardam.
economia que lhe ensinara o pai Desta vez, terá de enfrentar as in­ Ele só não foi condenado à morte,
tanto na administração da casa vestidas da mulher de Potifar. Mas, porque Potifar conhecia muito bem
quanto na da fazenda de Potifar. provado moralmente, eticamente a índole e os caprichos da esposa.
O desafio é grande; espera-o uma censura o comportamento da patroa:
nova realidade financeira e fiscal. "Como, pois, cometeria eu tamanha A FORMAÇÃO DE
JOSÉ NA PRISÃO
E na prisão que José cursará a
universidade, que o capacitará à
governança do Egito. Ali, aprende­
rá a língua hierática, as liturgias e
maneiras da corte. Conviverá com
prisioneiros cultos e letrados, que
sabiam como estar na presença
do rei. Na prática, inteirar-se-á do
funcionamento do Estado egípcio.
A língua da corte. Na casa de
Potifar, aprendera o demótico:
a língua popular do Egito. Já na
prisão, um novo desafio linguís­
tico o aguarda: o hierático. Agora,
terá de adaptar-se ao idioma dos
sacerdotes e nobres; restrito e sa­
grado. Pelo contexto da história,
concluímos que o seu aprendizado
foi novamente coroado de êxitos.
A formação de José lembra a
de Daniel e seus companheiros
(Dn 1.4,21).
O funcionamento da corte. Na
prisão, conhece os presos políticos
de Faraó, entre os quais o copeiro e
o padeiro-mores. Eles lhe ensinarão
como funciona a corte faraônica.
Ali, informalmente, recebe preciosas
aulas sobre a teoria geral do Estado. , ^ ...................

Na prisão, José é igualmente


bem-sucedido. Levado como pri­
sioneiro, faz-se carcereiro, mestre
e psicólogo.
O sonhador interpreta sonhos.
Certa manhã, José encontrou o co­
peiro e o padeiro-mores turbados e
confusos. Sempre gentil e solícito,
buscou saber-lhes o motivo de
tamanha prostração de espírito.
Eles relataram-lhe, prontamente,
que assim estavam por causa dos
sonhos que haviam tido na noite
anterior. O hebreu, então, ilumi­
nado pelo Senhor, ouviu-os com
paciência, dando, a cada um, a
interpretação de seu sonho.
No terceiro dia, em pleno ani­
versário do Faraó, cumprem-se as
palavras de José. Eis o que o rei
"ao copeiro-chefe reintegrou no
seu cargo, no qual dava o copo
na mão de Faraó; mas ao padeiro-
-chefe enforcou, como José havia
interpretado" (Gn 40,21,22).
Mesmo antes de o sonho cum­
prir-se, rogara José um copeiro-
-mor: "Porém lembra-te de mim,
quando tudo te correr bem; e rogo-
-te que sejas bondoso para comigo, Entretanto, ele sabia que, para cada e cheias. Em seguida, apareciam
e faças menção de mim a Faraó, e coisa, há um tempo determinado. outras sete: amiudadas e crestadas
me faças sair desta casa; porque, Enquanto ele cumpria suas tarefas pelo vento oriental. Insurgindo-se
de fato, fui roubado da terra dos na prisão, o rei do Egito é turbado estas, devoraram aquelas. E, nem
hebreus; e, aqui, nada fiz, para que por dois sonhos que, em essência, por isso, fizeram-se melhores.
me pusessem nesta masmorra" constituíam um aviso único e ur­ José é lembrado. Na manhã se­
(Gn 40.14,15). O oficial de Faraó, gente do Senhor (Gn 41.1-7). guinte, Faraó convoca seus magos
porém, não se lembrou de José; O sonho de Faraó. No primeiro e sábios, mas nenhum deles soube
deste esqueceu-se, não porque o sonho, vira o rei sete vacas gordas como interpretar-lhe os sonhos. Foi
quisesse, mas porque o tempo do e nédias que, emergindo do Nilo, justamente aí que o copeiro-mor
hebreu ainda não havia chegado. pasciam às suas margens. Mas lembrou-se de José. E, falando do
eis que outras sete, magérrimas hebreu ao rei, este o mandou cha­
JOSÉ, PRIMEIRO-MINISTRO e feias, começaram a devorar as mar de imediato.
DO EGITO primeiras. E, mesmo assim, conti­ Sendo convocado pelo monarca,
Desde os sonhos dos oficiais nuavam esqueléticas. José barbeou-se e mudou de roupas.
mores de Faraó, dois anos comple­ Tornando a dormir, viu o sobe­ Afinal, estaria ele diante do rei.
tos se haviam passado. José parecia rano que, de uma única haste, bro­ A hermenêutica dos sonhos.
esquecido até mesmo por Deus. tavam sete espigas bem granuladas Ao ouvir os sonhos do Faraó,

obim mm
logo entendeu que uma grande 41.8). Volvendo-se ao hebreu, or­ dá-lhes uma palavra de doce con­
fome estava por vitimar o Egito e dena: "Visto que Deus te fez saber solo: "Deus me enviou adiante de
o mundo. Nem o Nilo com todas tudo isto, ninguém há tão ajuizado vós, para conservar vossa sucessão
as suas benesses e mitologias po­ e sábio como tu; administrarás a na terra e para vos preservar a vida
deria salvar o país. Então o que minha casa, e à tua palavra obe­ por um grande livramento. Assim,
haver? Como as sete vacas e espi­ decerá todo o meu povo; somente não fostes vós que me enviastes para
gas, tanto as boas quanto as ruins, no trono eu serei maior do que tu" cá, e sim Deus, que me pôs por pai
representavam sete anos bons e (Gn 41.39,40). Em seguida, decreta: de Faraó, e senhor de toda a sua casa,
sete anos ruins, respectivamente, "Vês que te faço autoridade sobre e como governador em toda a terra
deveria o rei armazenar a fartura toda a terra do Egito" (Gn 41.41). do Egito" (Gn 45.7,8).
dos primeiros para minorar a pe­ Já investido de singular auto­ Os sonhos que nos dá o Senhor
núria dos segundos. E, para tanto, ridade, José aplacou não somente cumprem-se no tempo oportuno,
deveria o rei prover-se um homem a fome dos súditos de Faraó, mas para que todas as coisas contribu­
ajuizado e sábio para administrar também a de seu velho pai e a am para o bem dos que, sincera­
a crise por vir. dos irmãos que o haviam vendi­ mente, o amam. ObrgjJ^
Um hebreu como governador do como escravo. Recebe-os com
do Egito. O parecer de José agra­ amor. E, amorosamente, dá-lhes o Claudionor de Andrade é
dou a Faraó e aos seus ministros. sustento necessário. pastor, consultor Teo­
lógico da CPAD, escritor e
Diante da emergência anunciada, o Em seu coração, nenhuma vin­
membro da Casa de Letras
rei dirige-se à corte: "Acharíamos, gança. Como bom teólogo, compre­ Emílio Conde e da Assem­
porventura, homem como este, em ende a razão de suas agruras e pro­ bleia de Deus no Recreio,
quem há o Espírito de Deus?" (Gn vações. Aos irmãos amedrontados, Rio de Janeiro (RJ).

i i i 0 b im
Boas Ideias Para Professores
de Educação Cristã
Telm a B u e n o
Suas aulas a partir de agora p o d e m ser dinâm icas, criativas,
divertid as e espirituais. N esta o bra v o cê encontrará oitenta
a tiv id a d e s q u e p o d e m ser u tilizad as na Esco la D o m in ica l,
retiros, acam pam entos e p e q ueno s grupos de estudo bíblico.
Elas e stã o d iv id id a s p o r fa ixa s etárias, m as v o c ê p o d e rá
a d a p ta r ca d a um a d e la s d e a c o rd o co m as suas n e c e s s i­
d a d e s e a faixa etária na qu al tra ba lh a .
A fin a lid a d e é auxiliar v o cê e m ostrar q u e p o d e m o s ensinar
JeítetwnalaMrtes a Palavra de Deus utilizando atividades alegres e inovadoras.

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Ensinando a Fé Cristã às Crianças

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Lembre-se: O objetivo desta seção não é fornecer o sermão complt

1 - Damos mais valor para a vida em Cristo do que


SERMÃO 1
para as coisas deste mundo - Não foi assim que aconte­
Jesus acalma a tempestade ceu com o jovem rico, na história registrada em Lucas 18.
Texto bíblico: Marcos 4.35-41
2 - Não somos derrotados pelas dificuldades da vida
- Em Mateus 14, temos o registro de Pedro afundando
após perder o foco em Jesus.
Introdução: Pelo que se percebe na passagem bíblica 3 - Ele permanece como centro de nosso culto -
em apreço, Jesus viu ser aquele um bom momento para Quando temos nossos olhos em Cristo, não ficamos
ensinar uma lição prática aos discípulos. Eles ainda ti­ olhando tudo que é defeito na igreja. Nossas motivações
nham dúvidas sobre a divindade do Mestre, apesar do Seu para ir a um culto são não outras, se não de adorá-10 e
ensino e das evidências até aqui vividas. Neste episódio, bendizê-lO na beleza de Sua santidade.
podemos aprender três lições preciosas: Conclusão: E maravilhoso quando temos nossos olhos
1 - 0 Senhor está conosco - Temos como exemplo apenas em Jesus. Muitas são as atrações de mundo para
alguns personagens bíblicos: Daniel foi jogado numa cova tirar nossa atenção daquilo que realmente importa. Que
de leões; Elias foi perseguido por Jesabel e o profetas de seus olhos sejam sempre atraídos por Cristo que certa­
Baal; Paulo que sofreu várias vezes (2Co 11.23-27). mente será bênção para sua vida.
2 - É necessário ter fé - Jesus deixou claro que havia Pb. Henrique Pesch
necessidade de acordá-10, tanto é, que Ele diz: "Onde está
a vossa fé?". Veja Mateus 17.17. SERMÃO 3
3 - A tempestade se transforma em bonança - Sob
a ordem de Jesus, nada que nos inquieta se manterá em 0 triunfo do amor de Deus
turbulência (Mc 4.39). Texto bíblico: Oséias 11.1-12
Conclusão: Certamente, mesmo com Jesus em nosso
barco, passaremos por tempestades. No entanto, Ele mos­ Introdução: A partir do texto em apreço, vejamos como
trará sempre o Seu poder para conosco acalmando-as e e por quais razões o amor triunfa e tem a palavra final na
nos fazendo chegar a um porto seguro. vida do povo de Deus.
1 - A ira de Deus e suas razões - a) Adoração a Baal (Êx
Pb. Henrique Pesch 20.1-6; Dt 4.15-31); b) Ritualismo vazio (Os 2.11,13; 5.6; 6.6); c)
Sacerdotes corruptos e desviados (Os 4.4-10); d) Arrependimento
SERMÃO 2 fingido do povo (Os 6.1-4).
2 - 0 amor triunfa - As razões para isso são: a) Ele é pai
Olhando para Jesus
(Os 11.1); b) Deus não pode abandoná-los/desampará-los (Os
Texto bíblico: Hebreus 12.1-3 11.8); c) Seu amor triunfa sobre a ira (Os 11.8-9); d) Deus não
é como o homem (Os 11.9).
Introdução: O autor da Carta aos Hebreus, depois do Conclusão: Deus permanece fiel à aliança feita com
relato sobre os heróis da fé (Hb 11 e 12), fala que como eles Seu povo. Que nós possamos permitir que o amor de
que são testemunhas, nós devemos correr com perseve­ Deus prevaleça em nossa vida, de tal modo que o mesmo
rança a carreira que nos está proposta, olhando sempre supere a ira. E, que aja arrependimento em nós para que
para Jesus. Pelo menos três coisas acontecem quando possamos responder ao amor persistente de Deus.
estamos verdadeiramente olhando para Jesus: Pb. Fernando Albano

■ B ill O b r g ja
oode desenvolver
mas apenas sugerir temas, para que você mesmo possa desenvolvê-los.

42.1,2); b) Ama a Falavra ãe Deus (SI 119.97). O amor à Palavra


gera uma crescente intimidade com Deus (Jo 14.21,23); c)
Como receber a sabedoria de Deus Ama ao seu irmão (ljo 4.20,21); d) Louva a Deus mesmo nas
Texto bíblico: 2 Crônicas 1.1-12
circunstâncias adversas (Hc 3.17,18).
Conclusão: Devido às preocupações do dia a dia e as
aflições da vida, temos a tendência de deixar o primeiro
Introdução: A vida humana é complexa e apresenta
amor esfriar. A pergunta feita a Pedro: "Tu me amas?", nos
muitos perigos em seu curso. Diante disso, precisamos
é feita constantemente. Que possamos como o apóstolo
da sabedoria que provém de Deus. A partir do exemplo
também responder: "Senhor, Tu sabes que te amo."
da vida do rei Salomão, vejamos a quem o Senhor dá
sabedoria divina. Pb. Sérgio Sodré
1 - Para quem o adora (w. 2-7).
SERMÃO 6
2 - Para quem reconhece sua soberania (v. 8-9).
3 - Para quem pede (v. 10; Tg 1.5). Três Passos para Vencer os Desafios
4 - Para quem reconhece sua incapacidade (v. 10). Texto bíblico: Josué 1.1-9
5 - Para quem a prioriza em sua vida (v. 11).
Conclusão: A sabedoria passa necessariamente pelo
Introdução: Este texto nos fala do momento da tran­
respeito profundo para com Deus, pelo reconhecimento
sição na liderança do povo judeu de Moisés para Josué.
de Sua soberania. Não esqueçamos que "o temor do Se­
Enormes desafios o novo líder tinha pela frente, mas Deus
nhor é o princípio da sabedoria" (Pv 1.7).
o instrui em três aspectos para ser vitorioso.
Pb. Fernando Albano 1 - Ação - Deus fala para Josué: "...dispõe-te", "...
levanta-te". Ele queria que ele não ficasse apenas
olhando para o passado, mas que fosse em frente. Tiago
“Tu me amas?” destaca, em o Novo Testamento, que a fé sem obras é
Texto bíblico: João 21.15-17 morta (Tg 2.26).
2 - Saber que Deus está conosco - "... não te deixarei,
nem te desampararei..." Josué precisava ter a convicção de
Introdução: Mesmo tendo negado ao Senhor, vemos
que o Senhor seria com ele, assim como foi com Moisés.
Jesus reafirmando o chamado de Pedro e ao mesmo
Ele também é conosco! Veja Mateus 28.20 e Romanos 8.31.
tempo exigindo dele um compromisso integral. Este
3 - Obedecer a Palavra de Deus - "... fazer tudo quan­
compromisso tem como base o amor do discípulo por seu
to nele está escrito, farás prosperar teu caminho e serás
Mestre, pois é este amor que faz com que passemos por
bem-sucedido." Esse é o segredo de prosperar, obedecer a
lutas e aflições e mesmo assim continuemos O servindo.
Sua Palavra em tudo. Guardemos a Sua Palavra em nosso
1 - 0 significado e a importância de se possuir o
coração (SI 119.11).
primeiro amor - a) Seu significado - Deus deve estar em
Conclusão: Quais desafios você tem pela frente? Sai­
primeiro lugar em nossas vidas (Mt 10.37); b) Sm importân­ ba que, da mesma forma que Josué venceu seguindo as
cia - O primeiro amor é fundamental para a vida cristã,
orientações do Senhor, você poderá vencê-los também
pois para Deus, quem o perdeu está caído na fé (Ap 2.1-4). para a glória de Deus!
2 - Algumas características de quem possui o pri­
meiro amor - a) Busca constante por intimidade com Deus (SI Pb. Henrique Pesch
crédito a seus subordinados - "...falou (...) aos capitães dos
milhares e das centenas, e aos juizes, e a todos os príncipes
Q uatro perguntas intrigantes? em todo o Israel, chefes dos pais" (1.2b)
Texto bíblico: Jonas 1.8 4 - Um líder que conduzia o povo à adoração. Era
exemplo - "E foram Salomão e toda a congregação com
Introdução: Na história do profeta Jonas, encontramos ele ao alto que estava em Gibeão; porque ali estava a tenda
quatro perguntas intrigantes, que demandam respostas da congregação de Deus" (1.3)
que são essenciais para a vida de cada um de nós. 5 - Um líder dedicado aos sacrifícios ao Deus dos
1 - "Que ocupação é a tua?" - Em que estamos nos céus - "E Salomão ofereceu ali sacrifícios perante o Se­
ocupando? Qual a nossa missão nesta terra? O que temos nhor..." (1.6)
feito de nossa vida, de nosso tempo? Veja o exemplo de 6 - Tinha um coração agradecido - "E Salomão disse
Maria e Maria em Lucas 10.38-42. a Deus: Tu usaste de grande beneficência com Davi, meu
2 - "Donde vens?" - Que rota é a nossa? Nosso ponto pai, e a mim me fizeste rei em seu lugar." (1.8).
de partida está intimamente ligado a onde queremos Conclusão: Vemos que Deus apareceu a Salomão e
chegar. O lugar onde estamos é uma consequência de um lhe deu a grande oportunidade de fazer o pedido que
caminho que escolhemos para percorrer. Refletir sobre iria tornar-lhe o rei mais sábio de toda a história. Mas
nossa trajetória toma-se essencial para corrigir rumos. antes disso encontramos o filho de Davi numa atitude de
3 - "Qual é a tua terra?" - Embora tenhamos um lu­ esforço e adoração. Dedicar-nos ao serviço do Mestre com
gar de habitação aqui na Terra, nosso lugar de habitação um coração inteiro é essencial para que Ele nos abençoe
definitiva é o céu (Hb 13.14). nos faça prosperar.
4 - "De que povo és tu?" - Qual a nossa identidade? Pr. Silas Queiroz
Fomos chamados para compor um povo distinto do
mundo: "especial, zeloso de boas obras" ]Tt2.14). SERMÃO 9
Conclusão: Em um mundo de tantas dúvidas, pre­ “ Queres ficar são?”
cisamos buscar em Deus uma convicção cada vez mais
Texto bíblico: João 5.1-9
profunda acerca do propósito de nossas vidas, tendo sem­
pre em nossos corações respostas para estas perguntas tão
essenciais acerca de nossa existência. Somente o Espírito Introdução: Conhecendo as necessidades dos que
de Deus pode nos fazer cônscios destas verdades eternas. estavam no tanque de Betesda, Jesus resolve passar pelo
local e dirigir-se a um paralítico com a seguinte pergunta:
Pr. Silas Queiroz "Queres ficar são?". Lições importantes são extraídas do
diálogo iniciado com esta interrogação. Vejamos:
SERMÃO 8
1 - 0 motivo da pergunta - Jesus já sabia da resposta,
Características da liderança que poderia ter sido um simples "sim" (SI 139.4). O Senhor
de Salomão mostra que se importa conosco e, mesmo sabendo o que
queremos, Ele quer nos ouvir.
Texto bíblico: 2 Crônicas 1.1-12
2 - 0 motivo da espera - A resposta do paralítico re­
velou o motivo de sua espera (Jo 5.7). Jesus trouxe solução
Introdução: Um dos maiores líderes de toda a história para seu problema, sendo além da ajuda que ele precisava.
de Israel, cuja vida serve de inspiração até mesmo para a 3 - A frustração e a expectativa do milagre - Aquele
literatura secular, Salomão nos deixa preciosos exemplos homem não conseguia enxergar que diante de seus olhos
de sua frutífera liderança. Antes de ouvir de Deus "pede o estava o Autor da Vida, capaz de curá-lo sem intervenção
que quiseres que eu te dê", Salomão apresentou algumas de nenhum outro ser.
características dignas de serem seguidas. Conclusão: Devemos rejeitar todos os modismos que
1 - Um líder esforçado - "E Salomão, filho de Davi, e tentam substituir a fé em Cristo por tanques, que são agi­
esforçou no seu reino." (1.1) tados por movimentos duvidosos e cujas águas não são
2 - Um líder comunicativo - "E falou Salomão a todo suficientes para deixar o convite de cura aberto a todos
o Israel..." (1.2a) os sedentos (Mt 11.28).
3 - Um líder que reconhecia as hierarquias e dava Pr. Rodrigo de Faria

■Til
- Mesmo rodeado pelo glamour de um rei, Davi nunca
SERMÃO 10
deixou de ter o coração de um servo. Não aceitava o fato
Palavras de paz em meio ao de ver sua casa em melhores condições que o lugar onde
barulho de guerras a arca de Deus repousava.
Conclusão: Quem vive para Deus nunca descansará
Texto bíblico: 2 Crônicas 32.1-8
sem estar com Deus. Mesmo em períodos de perfeita paz
e abundância, colocará os propósitos de Deus em primeiro
Introdução: O que comumente acontece quando em lugar. Devemos pensar nas coisas que são de cima (Cl 3.2),
nossa trajetória surgem lutas, ameaças, rumores de guer­ para não embaraçarmos com as que são da terra.
ra e o exercito inimigo tenta tomar aquilo que é nosso?
Aprendamos com a experiência vivida pelo rei Ezequias. Pr. Rodrigo de Faria
1 - Em busca da solução - Devemos informar a nossa SERMÃO 12
equipe de confiança sobre os problemas existentes para
juntos buscar uma solução (v. 3). Veja Provérbios 24.6. Os benefícios da justificação
2 - Reforço da defesa espiritual - Diante do problema, Texto bíblico: Romanos 5 . 1-5
Ezequias não deixou que a opulência do seu poder bélico
fosse maior que a sua confiança em Deus (2Cr 32.7). Introdução: Paulo, o apóstolo, apresenta uma série de
3 - Confiança transmitida - O rei falou aos seus benefícios para a vida do cristão, decorrentes da justifica­
oficiais que o segredo para vencer o rei da Assíria era ção pela graça mediante a fé. Os benefícios são:
combatendo com esforço e bom ânimo, dois ingredientes 1 - Paz com Deus (Rm 5.1- 5) - Paz, no sentido bíbli­
importantes para a vitória no Senhor (Pv 24.10). co, vai além de ausência de guerra ou inimizade, mas
Conclusão: Antes de guerrear, o rei de Judá ensinou
também significa plenitude, inteireza ou algo completo.
o povo a descansar no Senhor (2Cr 32.8). Ele fez questão
2 - Acesso a Deus (Rm 5.2) - Se outrora, por causa do
de preparar tudo o que estava ao seu alcance, e deixou o
pecado, o ser humano teve seu acesso à vida negado, agora
impossível para Deus.
pode relacionar-se diretamente com Deus e, assim, parti­
Pr. Rodrigo de Faria cipar da glória que fora perdida (cf. Gn 3.22-24; Rm 3.23).
3 - Alegria (Rm 5.3) - Em meio aos sofrimentos da
SERMÃO 11
vida, o justificado é capaz de experimentar alegria, pois
Olhos nos cedros e o coração em Deus sabe que os males da vida produzem a paciência.
Texto bíblico: 2 Samuel 7.1-13 4 - Salvação da ira divina (Rm 5.9) - Deus não tolera
o pecado e o mal, de modo que sua ira é a expressão de
sua santidade. Sua ira contra o pecado é mencionada
Introdução: Saber aproveitar os períodos de descanso
amplamente na Bíblia (cf. Nm 25.4; SI 69.24; Rm 2.5).
proporcionados por Deus é tão importante como saber se
5 - Reconciliação (Rm 5.10-11) - Deus não precisa se
preparar para os dias de guerra. Apesar de ter cometido
reconciliar conosco, vima vez que sempre nos ama, mas
um grave erro desfrutando de um momento de folga
(2Sm 11), Davi conhecia uma melhor forma de aproveitar somos nós, pecadores, que precisamos deixar a inimizade
tempos de paz. Podemos destacar que na primeira ocasião de lado e sermos seus amigos.
(antes do pecado de adultério) Davi estava: 6 - Certeza da glorificação (Rm 8.1) - A salvação
1 - Pensando em como agradar a Deus (2 Sm 7.2) - futura é chamada de glorificação por Paulo, enquanto
O fato de olhar para os cedros que adornavam sua casa, que a presença da salvação no presente é chamada de
trazia ao coração de Davi a lembrança de que Deus era justificação.
o responsável por tamanha paz e prosperidade em seus Conclusão: A justificação, segundo o apóstolo Paulo,
dias, e isso gerou o desejo de ele agradar ao Senhor. possui um aspecto objetivo, a saber: a culpa não é mais
2 - Rodeado de pessoas que serviam a Deus (2Sm atribuída ao pecador, pois este recebeu a imputação da
7.2) - É sempre bom ter alguém por perto, alguém que justiça de Cristo, logo, não é considerado culpado diante
seja capaz de ouvir os nossos sonhos, mas, que também de Deus. Também, há o lado subjetivo, ou seja, cabe ao ser
saiba ouvir os segredos de Deus (2Sm 74-5). humano aceitar a aceitação de Deus.
3 - Davi vivia entre cedros, mas não para os cedros Pb. Fernando Albano

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Cartas

Instrução e informação "Belíssimo trabalho"


A revista Obreiro Aprovado é excelente! Digo A revista Obreiro Aprovado está ótima! Eu a leio
isso pelo fato de o conteúdo do periódico, além sempre. São muitos os artigos interessantes publi­
de instruir seus leitores, nos informar. cados nela. Aprecio todos. Este periódico
Avalio como leitor que sou. é um belíssimo trabalho da CPAD!

Pr. Aldo Soares, Rio Verde (GO) Pr. Walcir José de Almeida, Linhares (ES)

"Revista completa" Preservação da doutrina


A revista Obreiro Aprovado é completa, tanto A revista Obreiro Aprovado é muito importante por
pela qualidade dos artigos nela publicados como causa de seus artigos, de modo que nossos pastores
pelos autores muito bem selecionados. Destaque fiquem bem informados. Hoje, convivemos com
para a sua qualidade jornalística, sem falar na determinadas tendências, por isso é fundamental
diagramação do periódico. que os articulistas estejam antenados para escrever
textos que preservem a doutrina de Deus.
Samuel Pereira, Fortaleza (CE)
Pr. Francisco Paixão Bezerra Cordeiro, Fortaleza (CE)

Necessidades teológicas
A revista Obreiro Aprovado é interessante por
Suporte aos leitores
causa de seus artigos e, dessa forma, corresponde A publicação da revista Obreiro Aprovado pela
com as nossas necessidades de cunho teológico. Casa Publicadora das Assembleias de Deus du­
rante todos esses anos é muito importante, porque
Pr. Arquimedes Gomes, Mamanguape (PB) seus textos oferecem um grande suporte aos
seus leitores, sejam eles obreiros ou não.

De grande valia Pr. Paulo Souza, Ananindeua (PA)

Os assuntos tratados a cada edição da revista Ob­


reiro Aprovado são muito interessantes para todos
aqueles que militam na causa do Mestre. Como eu
também milito em muitas atividades na igreja, os
ensinamentos contidos neste periódico têm
me sido de grande valia.

Patrocínia Márcia dias Sanches,


Campo Grande (MS)

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Ciro Sanches Zibordi PREGADORES COMO
CIRO SANCHES ZIBORDI
O autor, dentro de seu estilo leve e
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de Paulo desde o seu nascimento até a sua
morte, bem como de sua pregação, para
traçar um paralelo com as distorções que
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D o m e sm o a u to r de:
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e prosperar. Porém, mais do que apenas crescer,
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crescer na graça e no conhecim ento de nosso
Senhor Jesus Cristo, e que você participe deste
crescimento, nas m esm as proporções.

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Po r isso, te m o s um d e s a fio p a ra você:


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