TJ-DF 07209479820198070001 81969

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Poder Judiciário da União

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS


TERRITÓRIOS

Órgão 2ª Turma Cível

Processo N. APELAÇÃO CÍVEL 0720947-98.2019.8.07.0001


APELANTE(S) ALEXANDRE LUCENA PONTES
APELADO(S) BANCO DO BRASIL SA
Relator Desembargador JOAO EGMONT

Acórdão Nº 1254556

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL.


PASEP. ADMINISTRAÇÃO DA CONTA. BANCO DO BRASIL. LEGITIMIDADE PASSIVA.
LC Nº 08/70. DECRETO Nº 4.751/03. SENTENÇA CASSADA. RECURSO PROVIDO.

1. Apelação interposta contra sentença, proferida nos autos da ação de indenização por dano material,
que reconheceu a ilegitimidade do Banco do Brasil S/A, para figurar no polo passivo da ação, e julgou
extinto o feito, sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, VI, do CPC. 1.1. Recurso aviado com
o fim de que a sentença seja cassada para que seja reconhecida a legitimidade passiva do réu, e, em
atenção à teoria da causa madura, seja julgado totalmente procedente o feito para condenar o apelado a
indenizar as diferenças de correção monetária, juros e outros encargos em razão da má gestão na
administração dos recursos advindos do PASEP, no importe de R$ 84.812,35.

2. A legitimidade ad causam decorre do atributo jurídico que alguém detém para discutir e atuar no
contraditório de determinada situação posta em juízo, de modo que, se não for estabelecida uma
relação entre a parte e o que será discutido, não haverá legitimidade para a causa. 2.1. No caso dos
autos, a pretensão do autor está direcionada aos atos praticados pela instituição financeira ré, a qual
teria deixado de realizar a atualização monetária e de aplicar juros devidos sobre os depósitos
creditados em sua conta PASEP, mantida pelo Banco do Brasil. 2.2. Muito embora a gestão do
PIS/PASEP esteja a cargo de seu Conselho Diretor, o qual será representado pelo Procurador da
Fazenda Nacional (art. 7º, §6º, do Decreto nº 4.751/03), certo é que a competência para executar e
aplicar as suas deliberações, fazendo cumprir as normas legais, será exercida pelo Banco do Brasil, o
qual deverá promover a administração dos recursos disponibilizados (art. 5º da Lei Complementar nº
08/70), fato que demonstra a legitimidade da instituição bancária para figurar no pólo passivo. 2.2.
Precedente da Turma: “O cerne dos autos reside na alegação de má gestão da entidade bancária na
administração dos recursos advindos do PASEP, bem assim, aplicação dos rendimentos devidos.
Logo, o Banco do Brasil S.A. é parte legítima no feito.” (07308993820188070001, Relator: Carmelita
Brasil 2ª Turma Cível, DJE: 15/04/2019.)

3. Apelação Provida.
ACÓRDÃO

Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito


Federal e dos Territórios, JOAO EGMONT - Relator, CESAR LOYOLA - 1º Vogal e SANDOVAL
OLIVEIRA - 2º Vogal, sob a Presidência do Senhor Desembargador JOAO EGMONT, em proferir a
seguinte decisão: CONHECIDO. PROVIDO. UNÂNIME., de acordo com a ata do julgamento e notas
taquigráficas.

Brasília (DF), 10 de Junho de 2020

Desembargador JOAO EGMONT


Presidente e Relator

RELATÓRIO

Trata-se de apelação interposta por ALEXANDRE LUCENA PONTES contra sentença proferida nos
autos da ação de indenização por dano material ajuizada em desfavor do BANCO DO BRASIL S/A.

Na inicial o autor pediu a condenação do réu a indenizar as diferenças de correção monetária, juros e
outros encargos, em razão de má gestão na administração de recursos advindos do PASEP, no valor de
R$ 84.812,35. Narrou que é servidor público e teve conta vinculada ao PASEP cadastrada em
01/01/78, ou seja, data anterior à promulgação da Constituição Federal de 1988 que alterou a finalidade
dos depósitos do PASEP e retirou dos servidores públicos o direito a novos depósitos a esse título.
Disse que em 08/08/18 solicitou o resgate total do seu saldo do PASEP. Alegou que o valor levantado
de R$ 1.026,85 era muito inferior ao realmente devido, após mais de 30 anos de rendimentos. Afirmou
a existência de uma diferença a ser recebida no valor de R$ 84.812,35, já descontado o valor levantado.
Aduziu que o banco é o responsável pelo desfalque nos rendimentos em sua conta, pois este não fez
nada para que os valores depositados tivessem seu poder de compra preservado.

O réu contestou a ação impugnando o pedido de justiça gratuita, arguindo falta de interesse de agir,
ilegitimidade passiva, denunciação da lide, prescrição e, no mérito, a improcedência da ação (fls.
84/123 – ID 13222933).

A sentença reconheceu a ilegitimidade do Banco do Brasil S/A, para figurar no polo passivo da ação, e
julgou extinto o feito, sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, VI, do CPC. Em relação à
sucumbência, o autor foi condenado ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios, estes
fixados em 10% do valor atribuído a causa, cuja exigibilidade restou suspensa tendo em vista que o
autor é beneficiário da justiça gratuita (art. 98, §3º, do CPC) (fls. 245/250 – ID 13222950).

Foram opostos embargos de declaração pelo autor (fls. 258/259 – ID 13222953), os quais foram
rejeitados às fls. 262 (ID 13222957).
Em sua apelação, o autor requer a cassação da sentença para que seja reconhecida a legitimidade
passiva do réu, e, em atenção à teoria da causa madura, seja julgado totalmente procedente o feito para
condenar o apelado a indenizar as diferenças de correção monetária, juros e outros encargos em razão
da má gestão na administração dos recursos advindos do PASEP, no importe de R$ 84.812,35. Afirma
que o que se pretende não é indenização pelos desfalques causados por parâmetros definidos pelo
Conselho Diretor do PIS-PASEP. O que se almeja é a cobrança dos créditos definidos pelo Conselho
Diretor nos termos da legislação, não depositados pelo Banco do Brasil. Destaca ser inquestionável que
a União Federal, por meio do Conselho Diretor, estabelece os índices de correção monetária, juros e
outros proveitos relacionados ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PASEP,
e que o Banco do Brasil deverá creditar e repassar a cada beneficiário. Frisa que é aplicável ao Banco
do Brasil a responsabilidade objetiva pelo desfalque das cotas depositadas em favor do beneficiário do
programa (fls. 264/268 – ID 13222959).

Sem contrarrazões do réu (fl. 270 – ID 13222963).

É o relatório.

Peço dia.

VOTOS

O Senhor Desembargador JOAO EGMONT - Relator

Conheço do recurso, porquanto presentes os pressupostos de admissibilidade.

Cuida-se de apelação interposta por ALEXANDRE LUCENA PONTES contra sentença, proferida
nos autos da ação de indenização por dano material, que reconheceu a ilegitimidade do Banco do
Brasil S/A, para figurar no polo passivo da ação, e julgou extinto o feito, sem resolução do mérito, nos
termos do art. 485, VI, do CPC. Em relação à sucumbência, o autor foi condenado ao pagamento das
custas e dos honorários advocatícios, estes fixados em 10% do valor atribuído a causa, cuja
exigibilidade restou suspensa tendo em vista que o autor é beneficiário da justiça gratuita (art. 98, §3º,
do CPC) (fls. 245/250 – ID 13222950).

Nesta sede recursal, o autor pede a cassação da sentença para que seja reconhecida a legitimidade
passiva do réu, e, em atenção à teoria da causa madura, seja julgado totalmente procedente o feito para
condenar o apelado a indenizar as diferenças de correção monetária, juros e outros encargos em razão
da má gestão na administração dos recursos advindos do PASEP, no importe de R$ 84.812,35. Afirma
que o que se pretende não é indenização pelos desfalques causados por parâmetros definidos pelo
Conselho Diretor do PIS-PASEP. O que se almeja é a cobrança dos créditos definidos pelo Conselho
Diretor nos termos da legislação, não depositados pelo Banco do Brasil. Destaca ser inquestionável
que a União Federal, por meio do Conselho Diretor, estabelece os índices de correção monetária, juros
e outros proveitos relacionados ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público –
PASEP, e que o Banco do Brasil deverá creditar e repassar a cada beneficiário. Frisa que é aplicável
ao Banco do Brasil a responsabilidade objetiva pelo desfalque das cotas depositadas em favor do
beneficiário do programa (fls. 264/268 – ID 13222959).

Consoante relatado, insurge-se o autor contra o decisum que reconheceu a ilegitimidade passiva do
Banco do Brasil SA, extinguindo o feito, sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, VI, do
Código de Processo Civil.

A legitimidade ad causam decorre do atributo jurídico que alguém detém para discutir e atuar no
contraditório de determinada situação posta em juízo. Dessa forma, se não for estabelecida uma
relação entre a parte e o que será discutido, não haverá legitimidade para a discussão na causa.

Conforme leciona Fredie Didier, a legitimidade reclama a "existência de um vínculo entre os sujeitos
da demanda e a situação jurídica afirmada, que lhes autorize a gerir o processo em que esta será
discutida" (DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil - Teoria geral do processo e
processo de conhecimento. Volume 1. 6ª ed. Salvador: Editora JusPODIVM, 2006, p. 179).

De acordo com os autos, o apelante ajuizou ação de conhecimento em face do Banco do Brasil S/A
visando à indenização referente a diferenças de correção monetária, juros e outros encargos incidentes
sobre o PASEP, no montante de R$ 84.812,35.

Todavia, o Juízo sentenciante extinguiu o feito, diante da ilegitimidade do réu para figurar no pólo
passivo da demanda, sob o fundamento de que cumpre ao Banco do Brasil a mera administração do
programa, nos termos do artigo 5º da Lei Complementar n.º 08/70, cabendo ao Conselho Diretor a
representação ativa e passiva do PIS-PASEP, sendo defendido em juízo por Procurador da Fazenda
Nacional.

Desta feita, forçoso reconhecer que a pretensão formulada pelo autor na inicial está direcionada aos
atos praticados pela instituição financeira ré, notadamente em apontar “má gestão administrativa” e
“subtração de valores” ocorridos na sua conta PASEP mantida pelo Banco requerido.

Sobre o tema, a fim de identificar a pertinência do pólo passivo da demanda, convém analisar o
Decreto nº 4.751/03, vigente à época dos fatos, o qual dispõe sobre o Fundo PIS-PASEP e dá outras
providências. Vejamos:

“Art. 4º No final de cada exercício financeiro, as contas individuais dos participantes do


PIS-PASEP serão creditadas das quantias correspondentes:

I - à aplicação da atualização monetária sobre os respectivos saldos credores verificados ao término


do exercício financeiro anterior;

II - à incidência de juros sobre os respectivos saldos credores atualizados, verificados ao término do


exercício financeiro anterior; e

III - ao resultado líquido adicional das operações financeiras realizadas, verificado ao término do
exercício financeiro anterior.

Art. 7º O PIS-PASEP será gerido por um Conselho Diretor, órgão colegiado constituído de sete
membros efetivos e suplentes em igual número, com mandatos de dois anos, designados pelo Ministro
de Estado da Fazenda, e terá a seguinte composição: (...)

§ 6o O Conselho Diretor fica investido da representação ativa e passiva do PIS-PASEP, que será
representado e defendido em juízo por Procurador da Fazenda Nacional.

Art. 8º No exercício da gestão do PIS-PASEP, compete ao Conselho Diretor: (...)

I - ao término de cada exercício financeiro:

a) calcular a atualização monetária do saldo credor das contas individuais dos participantes;

b) calcular a incidência de juros sobre o saldo credor atualizado das mesmas contas individuais;
c) constituir as provisões e reservas indispensáveis; e

d) levantar o montante das despesas de administração, apurar e atribuir aos participantes o resultado
líquido adicional das operações realizadas;

III - autorizar, nas épocas próprias, que sejam feitos nas contas individuais dos participantes os
créditos de que trata o art. 4o deste Decreto;

Art. 10. Cabem ao Banco do Brasil S.A., em relação ao PASEP, as seguintes atribuições:

I - manter, em nome dos servidores e empregados, as contas individuais a que se refere o art. 5o da
Lei Complementar no 8, de 3 de dezembro de 1970;

II - creditar nas contas individuais, quando autorizado pelo Conselho Diretor, as parcelas e
benefícios de que trata o art. 4o deste Decreto;” g.n.

Já a Lei Complementar nº 08/70, que instituiu o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor


Público, esclarece que:

“Art. 5º - O Banco do Brasil S.A., ao qual competirá a administração do Programa, manterá contas
individualizadas para cada servidor e cobrará uma comissão de serviço, tudo na forma que for
estipulada pelo Conselho Monetário Nacional.

§ 1º - Os depósitos a que se refere este artigo não estão sujeitos a imposto de renda ou contribuição
previdenciária, nem se incorporam, para qualquer fim, à remuneração do cargo, função ou
emprego.” g.n.

Nota-se, portanto, que ao lado das atribuições do Conselho Diretor de gerir o Fundo PIS-PASEP,
sobressai o exercício das atribuições do Banco do Brasil de administrar o PASEP de acordo as
normas, diretrizes e critérios estabelecidos pelo Conselho Diretor do Fundo PIS-PASEP, nos termos
do disposto na Lei Complementar nº 26, de 1975, a qual estabelece que:

“Art. 1º - A partir do exercício financeiro a iniciar-se em 1º de julho de 1976, serão unificados, sob a
denominação de PIS-PASEP, os fundos constituídos com os recursos do Programa de Integração
Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), instituídos
pelas Leis Complementares nºs 7 e 8, de 7 de setembro e de 3 de dezembro de 1970, respectivamente.
(...)

Art. 3º - Após a unificação determinada no art. 1º, as contas individuais dos participantes passarão a
ser creditadas:

a) pela correção monetária anual do saldo credor, obedecidos os índices aplicáveis às Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN);

b) pelos juros mínimos de 3% (três por cento) calculados anualmente sobre o saldo credor corrigido;

c) pelo resultado líquido adicional das operações realizadas com recursos do PIS-PASEP, deduzidas
as despesas administrativas e as provisões de reserva cuja constituição seja indispensável.”

Assim, muito embora a gestão do PIS/PASEP esteja a cargo de seu Conselho Diretor, o qual será
representado judicialmente pelo Procurador da Fazenda Nacional (Art. 7º, §6º, do Decreto nº
4.751/03), certo é que a competência para executar e aplicar as suas deliberações, fazendo cumprir as
normas legais, será exercida pelo Banco do Brasil o qual deverá promover a administração dos
recursos disponibilizados e manter, em nome dos servidores e empregados, as contas individuais, o
que demonstra a sua legitimidade passiva para figurar no feito.

Nesse sentido, colaciono os seguintes julgados deste Tribunal de Justiça:


“(...) O cerne dos autos reside na alegação de má gestão da entidade bancária na administração dos
recursos advindos do PASEP, bem assim, aplicação dos rendimentos devidos. Logo, o Banco do
Brasil S.A. é parte legítima no feito. Depreende-se da legislação de regência sobre o tema (LC nº
08/1970; Decreto nº 4.751/2003; Lei nº 9.365/1996), que as atualizações monetárias são realizadas a
cada ano mediante as diretrizes estabelecidas pelo Conselho do Fundo PIS-PASEP, sendo de
responsabilidade do Banco do Brasil S.A. creditar nas contas individuais dos beneficiários do
PASEP, as parcelas e benefícios decorrentes de correção monetária, juros e resultado líquido
adicional. Com efeito, in casu, estando clarificada a inaplicabilidade da correção monetária, sem que
a instituição financeira tenha se desincumbido do ônus de comprovar fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor, a restituição dos valores devidos é medida que se impõe.”
(07308993820188070001, Relatora: Carmelita Brasil, 2ª Turma Cível, DJE: 15/04/2019) – g.n.

“(...) O Banco do Brasil é parte legítima para figurar no polo passivo de ação em que discute sobre
eventual falha na prestação do serviço na administração do PASEP. Precedentes.”
(07118473220188070009, Relator: Esdras Neves, 6ª Turma Cível, DJE: 26/06/2019) – g.n.

“(...) Não são objeto de questionamento, por parte do autor, circunstâncias relacionadas a índices de
cálculo ou ajustes contábeis ou financeiros, elementos estes cuja fixação compete ao Conselho
Diretor do programa, e, caso tivessem sido deduzidos como causa de pedir, poderiam, em tese,
legitimar a União a integrar o polo passivo da lide. Os limites objetivos da presente demanda
compreendem, apenas e tão somente, a alegada má-administração pelo Banco do Brasil S/A do
saldo havido na conta vinculada à parte autora, o que o torna parte legítima para compor o feito.
(...)” (07298237620188070001, Relatora: Gislene Pinheiro, 7ª Turma Cível, DJE: 13/08/2019) – g.n.

“(...) Nos termos do art. 5º da Lei Complementar n. 08/1970, que instituiu o Programa de Formação
do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), "O Banco do Brasil S.A., ao qual competirá a
administração do Programa, manterá contas individualizadas para cada servidor e cobrará uma
comissão de serviço, tudo na forma que for estipulada pelo Conselho Monetário Nacional". 2. Logo,
se o autor, ora apelado, questiona nos autos a gestão realizada pelo Banco do Brasil S.A., ora
apelante, no que diz respeito à administração dos recursos referentes ao PASEP, não há falar em
ausência de interesse de agir, tampouco em ilegitimidade passiva ad causam daquela instituição
financeira. Preliminares suscitadas no recurso rejeitadas. (...) Malgrado seja de atribuição do
Conselho Diretor do Fundo PIS/PASEP fixar os índices de atualização monetária incidentes sobre os
depósitos vertidos pela União, a operação bancária de efetivo crédito da correção monetária cabe à
instituição financeira responsável pelo Programa, qual seja, na espécie, o Banco do Brasil S.A., ora
apelante. (...)” (07372026820188070001, Relatora: Sandra Reves, 2ª Turma Cível, DJE: 20/08/2019.)
– g.n.

Deste modo, forçoso reconhecer a pertinência subjetiva da pretensão formulada pelo autor na inicial,
restituição de valores decorrente da incorreta aplicação de índices remuneratórios sobre o saldo da
conta do PASEP, com a atribuição legal do Banco do Brasil na qualidade de administrador daquele
fundo, razão pela qual o recorrido é parte legítima para figurar no pólo passivo da lide.

Portanto, a anulação da sentença, que extinguiu o feito em face da ilegitimidade passiva, é medida que
se impõe, sendo necessário o retorno dos autos à origem para regular processamento.

Ante o exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso para cassar a sentença e determinar o retorno dos
autos ao Juízo de origem para regular processamento.

É como voto.

O Senhor Desembargador CESAR LOYOLA - 1º Vogal


Com o relator
O Senhor Desembargador SANDOVAL OLIVEIRA - 2º Vogal
Com o relator

DECISÃO

CONHECIDO. PROVIDO. UNÂNIME.

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