Ebook em PDF Principios Fundamentais Da Accao Declarativa e Da Accao Executiva
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Princípios
Fundamentais do
Processo Civil (Acção
Declarativa e Acção
Executiva)
YUMA M. PAULINO
YUMA PAULINO
YUMA PAULINO1
LUBANGO, 2017
1
Estudante de Direito, no Instituto Superior Politécnico Independente/Lubango,
matriculado actualmente no 5º ano.
2
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
GENERALIDADES
3
YUMA PAULINO
2
As Acções Declarativas, tem como ser de fundo, a declaração de existência ou
inexistência de um direito, com objetivo do simples reconhecimento do direito, da
prestação de um facto ou o reconhecimento para a autorização para criar uma mudança
na ordem jurídica existente.
As Acções Declarativas vêm reguladas, no artigo 4º, n. º 1 e 2 do Código de Processo Civil.
E elas podem ser:
a) De Simples Apreciação, que são as que visam obter unicamente a declaração de
existência ou inexistência de um direito ou de um facto.
b) As de Condenação, visam exigir a prestação de uma coisa ou de um facto,
pressupondo ou prevendo a violação de um direito.
c) As Constitutivas, visam autorizar uma mudança na ordem jurídica existente.
3
As Acções Executivas, são aquelas em que o autor requer as providencias adequadas à
reparação efectiva do direito violado. (Artigo 4.º n.º 3 do Código de Processo Civil).
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
GENERALIDADES
Os princípios que serão enunciados aqui, não vêm expressamente detalhados na lei
processual, constituem parte da interpretação que a doutrina tem retirado das leis
processuais. Em muitos casos poderemos encontrar princípios que não mereceram um
acolhimento legal em sede da ordem positiva.
Em bastantes casos, será licito ou legitimo recorrer aos princípios do Direito Processual
Civil, quando a interpretação da norma, não parecer ser certo para a resolução do
problema processual.
5
YUMA PAULINO
1. Princípio do Dispositivo
4
Artigo 267.º do Código de Processo Civil.
5
Artigo 3.º do Código de Processo Civil.
6
Artigo 264.º do Código de Processo Civil.
7
A Petição Inicial, é o primeiro articulado, é o articulado que marca o inicio do processo.
Neste articulado, o autor, terá de identificar as partes, e o tribunal onde a Acção é
proposta, detalhar a forma do processo, expor as razões de facto e de direito, que
motivaram o autor, formular o pedido e declarar o valor da causa. Artigo 467.º do Código
de Processo Civil.
6
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
8
A Contestação, é um articulado de irrefutável importância para o Processo, sendo que
através da devida peça, o réu pode contradizer os factos trazidos anteriormente na
petição pelo autor. Trata-se de um articulado, que marca o contraditório em processo
civil. Artigo 486.º do Código de Processo Civil.
7
YUMA PAULINO
Segundo, o Princípio do Inquisitório, é licito ao juiz, para além dos factos trazidos pelas
partes ao processo, fazer investigações autónomas e independentes de forma a melhor
apurar a verdade material dos factos em litigio, tudo isto para uma melhor resolução da
relação controvertida10.
Trata-se de um princípio, que reflete a justiça, não seria de tal forma, correcto que a
vontade das partes ultrapassasse, o princípio da justiça, que é um bem supremo no
9
Artigo 264.º, n. º 3 do Código de Processo Civil.
10
Artigo 266.º do Código de Processo Civil.
8
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
sistema jurídico de qualquer Estado (Democrático). Este princípio vem consagrar poderes
de investigação aos juízes, de irem ao fundo na descoberta da real veracidade dos factos
que as partes trazem para o tribunal. Fazendo com que os tribunais, não sejam órgãos de
analise, mais sim também de investigação.
11
Artigo 265.º do Código de Processo Civil.
9
YUMA PAULINO
Como foi possível perceber, através do Principio do Dispositivo, o processo não inicia de
forma oficiosa, é necessário a intervenção das partes para dar-se inicio ao processo. Desta
forma, segundo o princípio em analise, a responsabilidade dos factos relacionados com a
boa ou má condução do processo estão a cargo das partes, sendo que o processo só inicia
por iniciativa destas12.
A condução do processo esta a cargo das partes, e por este facto, a direção do processo
depende exclusivamente delas, salvo as situações em que a violação estiver a cargo do
juiz.
Por este facto as partes têm a livre faculdade de em qualquer momento da vida do
processo desistir, transacionar ou confessar do pedido.
12
Artigo 264.º, n. 2 do Código de Processo Civil.
10
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
Esta igualdade, resulta dos ditames constitucionais15. Evitando que em alguns casos se
fixe custas judiciais, excessivas, e que em alguns casos se dispense total ou parcialmente
o pagamento das taxas de justiça e o pagamento das custas, concedendo o patrocínio
judiciário aos necessitados, de forma a equalizar as partes no processo.
13
Artigo 3.º do Código de Processo Civil.
14
Artigo 29.º da Constituição da Republica de Angola., de 05 de fevereiro de 2010.
15
Artigo 23.º do Código de Processo Civil.
16 16
Artigo 29.º da Constituição da Republica de Angola., de 05 de fevereiro de 2010.
11
YUMA PAULINO
§ ‘‘A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais, para a defesa dos seus
direitos e interesses legítimos não podendo a justiça ser denegada por insuficiência de
meios económicos’’.
5. Principio do Contraditório17-18
Assim sendo, sendo o Processo Civil, um processo de partes, as mesmas gozam dos
semelhantes privilégios na relação jurídica controvertida. Portanto, se o autor, na petição
inicial19, narrar os factos (Causa de pedir), que sustentam o seu pedido, o réu, na
contestação20 terá o poder de contradizer os factos alegados pelo autor (A contestação
serve como um instrumento para contradizer a petição inicial), se o autor replicar21 a
contestação do réu, o réu poderá contradizer com a treplica22 (A treplica, serve de base
17
Artigo 3.º do Código de Processo Civil.
18
Artigo 174.º, n. º 1 da Constituição da República de Angola (vigente).
19
Artigo 467.º do Código de Processo Civil.
20
Artigo 486.º do Código de Processo Civil.
21
Artigo 502.º do Código de Processo Civil.
22
Artigo 502.º do código de Processo Civil.
12
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
A certeza e a segurança jurídica são ícones, fundamentais para o Direito, e devem na sua
integra ser respeitado. Por este facto, o principio do contraditório, para lá da existência
da justiça, deve-se ater aos princípios supremos da segurança e da certeza jurídica, a
convicção do juiz deve ser certa, e sem tremulas ou duvidas que possam comprometer a
existência deste principio.
23
Relação Jurídica Processual.
13
YUMA PAULINO
Suponhamos que Yolanda Cápui (parte activa), venha numa Acção Declarativa, pedir ao
tribunal que condene Yannick Paulino (parte passiva), no pagamento das devidas
prestações de alimento ao filho Arthur. Prestações estas pedidas, num momento, em cujo
a realização das prestações, se consubstancia indispensáveis para a sobrevivência do filho
(Arthur).
Numa acção desta natureza, é mais do que evidente que a realização da justiça, deve ser
um facto célere, contanto que a demora do processo pode causar prejuízos
irreparáveis24.
24
Existe casos em que a demora da resolução do processo, pode custar a vida do
necessitado. Casos por exemplo, em que o menor necessita urgentemente de bens
alimentares para a sua subsistência.
14
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
O Principio da Celeridade Processual, mais do um marco que vem consagrado pela norma
processual25, também é trazido pela Constituição Da Republica de Angola26-27 (05 de
fevereiro, 2010). Desta forma, sendo a constituição a norma máxima reguladora do
Direito, da existência dos Estados, afirmamos que a celeridade processual, trazida pela
norma processual (Código de Processo Civil), é um reflexo da celeridade trazida pela
Constituição.
Por este facto, a justiça deve ser administrada em tempos razoáveis, de forma a não por
em causa a certeza e a segurança jurídica. A celeridade não deve ser bastante acentuada
ao ponto de por em causa os valores supremo, da certeza e da segurança jurídica28.
A situação estrutural do quadro actual, tem evitado que este princípio se concretize em
Angola. A insuficiência de tribunais, a inexistência dos tribunais de relação, e o fraco
orçamento para os tribunais, têm condicionado a real celeridade do processo civil.
Situação que aos poucos vai se estabelecendo com o melhoramento da situação
económica e estrutural do nosso país.
25
Artigo 2.º do Código de Processo Civil.
26
Artigo 29.º, n. º 4 ‘‘Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja
objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo’’.
27
Artigo 29º, nº 5 da Constituição da República de Angola
28
Artigo 153.º do Código de Processo Civil.
15
YUMA PAULINO
A verdade material (autentica), é a que deve ser a base para a decisão final do aplicador
do Direito. O juiz (regra), não deve procurar formas não autenticas como base da
sentença. Tem-se sempre procurar buscar a verdade material dos factos, de forma que a
justiça seja aplicada de forma certa e segura.
O tribunal deve considerar como provados (regra), os factos que na sua genuína
convicção se apresentam como puramente verdadeiros e certos, e não de acordo com
certas formalidades legalmente prescritas. Ressaltar que quando a lei, exige, para a
existência ou prova do facto jurídico qualquer formalidade especial, não pode esta ser
dispensada.
Para a busca da verdade dos factos probatórios, em variadíssimas situações a lei, exige
forma especial para que o aplicador do Direito se guie, outras vezes o legislador abre um
espaço (discricionário), para que o juiz use da sua consciência e do seu espirito de
sacerdote da justiça para buscar e descobrir a verdade.
8. Principio da Economia Processual
29
Artigo 655.º do Código de Processo Civil.
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
Segundo a razão de ser deste principio, procura-se uma maior extensão de actos
processais, com o mínimo de custos possíveis30. O processo é bastante extenso, desde o
inicio ao fim vários são os actos que se desenrolam no decurso do processo. Economizar
e sinonimo de (poupar)31, desta forma o que se quer com este principio é poupar o
máximo que se poder no processo. Isto é realizar muitos actos à menos custos. Daí, o
Princípio ser da Economia Processual.
30
Artigo 137.º do Código de Processo Civil.
31
Artigo 138, º do Código de Processo Civil.
32
Artigo 174.º, n. º 5 da Constituição da República de Angola.
33
Artigo 29.º, n. º 1 da Constituição da República de Angola.
34
Artigo 342.º do Código de Processo Civil.
35
Artigo 30.º do Código de Processo Civil.
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YUMA PAULINO
O processo, não deve seguir tão somente por assuntos de natureza processual ou
adjectivos. A condução do processo em nada pode violar a norma substantiva, sob pena
de nulidade de todo o processo, existe uma submissão do processo as normas impostas
pelo Direito Substantivo.
Os tramites processuais, não devem ser fixados de forma arbitraria, é necessário que os
mesmos seguem formalidades legais, a lei deve ser a base para a tramitação processual40.
Os tramites pelo qual o processo deve percorrer, são definidos por lei, e não de forma
discricionário pelo aplicador do direito. O Juiz diante do processo, se afirma como um
36
Artigo 299.º do Código de Processo Civil.
37
Artigo 485.º alínea C do Código de Processo Civil.
38
O processo que ocorre perante os tribunais arbitrais, constituem uma das excepções
deste princípio.
39
Artigo 1.º do Código de Processo Civil.
40
Artigo 174.º da Constituição da República de Angola.
18
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
arbitro, seguidor das normas pré-definidas pelo direito, facto pelo qual, associa o nosso
processo ao regime da legalidade.
Vezes existe, que a lei, tendo em conta a natureza do processo, da ao juiz poderes largos
(extensos), para decidir, ou andar por caminhos diferentes dos descritos especificamente
na lei.
19
YUMA PAULINO
Muito dos princípios do Direito Civil (Acção Executiva), são semelhantes, aos
mencionados na Açção Declarativa. Quando narrarmos sobre os mesmos, procuraremos,
20
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
1. Princípio do Dispositivo
Assim também, o processo só inicia por iniciativa das partes, o julgador ou aplicador do
Direito, não tem iniciativa processual42, isto é iniciativa de dar inicio a uma acção judicial
(Civil)43. No Processo Civil, em homenagem ao principio da subordinação do processo aos
limites interposto pelo Direito Substantivo, devemos afirmar que, o recorrente não
dispõem de toda vida, para intentar a desejada acção que possivelmente levará a
ressarcibilidade do seu Direito. O credor esta sujeito a prazos, trazidos pelo Direito
41
Artigo 3.º do Código de Processo Civil.
42
Artigo 264.º do Código de Processo Civil
43
Artigo 267.º do Código de Processo Civil.
21
YUMA PAULINO
Substantivo, assim sendo, se depois de 20 anos (regra)44, o credor não intentar a devida
acção, terá o desgosto de ver a sua obrigação civil45, á passar para uma mera obrigação
natural46, que não é exigivel judicialmente, a sua realização fica dependente da vontade
do devedor, que pode não fazer se assim o convier.
2. Principio do Contraditório47
44
Artigo 309.º do Código de Processo Civil.
45
Artigo 817.º do Código de Processo Civil.
46
Artigo 402.º do Código Civil.
47
Artigo 812.º do Código de Processo Civil.
48
Artigos 813.º e 817.º do Código de Processo Civil.
49
Artigo 733.º do Código de Processo Civil.
22
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
ordena a citação, tudo isto para dar a outra parte, o direito de opor-se aos argumentos
trazidos pela outra parte.
O certo é que, na execução, por se tratar de um processo, onde o credor tem um titulo
executivo, que em (regra), é irrefutável, concede ao credor, direitos de causar mudanças
na ordem jurídica, por se tratar de um documento que em regra é verdadeiro. Por este
facto, o legislador, não abrangeu as liberdades do contraditório, encurtando as
modalidades que o devedor tem para contradizer os factos trazidos no requerimento
inicial (credor).
3. Principio do Inquisitório50-51
Na Execução, o juiz não esta unicamente vinculado aos factos trazidos pelas partes, pode
ir além dos factos trazidos pelas partes, inquerindo oficiosamente para apurar a verdade
material. Assim sendo, a regra é que o juiz deve estar vinculado aos factos trazidos pelas
partes. De forma excepcional, o juiz pode ex oficio investigar além, para o melhor
descobrimento da verdade. Desta forma, o juiz tem a prerrogativa de ordenar novas
diligencias de forma a um melhor apuramento da verdade.
50
Artigo 263.º, n. º 3 do Código de Processo Civil
51
Artigo 266.º do Código de Processo Civil.
23
YUMA PAULINO
5. Principio da Igualdade
52
Artigo 836.º do código de Processo Civil.
24
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
6. Principio da Judicialidade
A expressão já nos é tendencial, este principio, ganha esta nomenclatura, devido ao facto
de o Processo Executiva, ser levado acabo exclusivamente pelo poder judicial da
organização do Estado. Ou seja, na classificação dos Órgãos do Estado (legislativo,
executiva e judicial), o Processo Executivo é levado a acabo pelo tribunal, e tão só deve
ser resolvida questões de natureza jurídica processual executiva pelos tribunais. Sendo o
tribunal, um órgão inserido na estrutura judicial do poder do Estado.
Os tribunais arbitrais, não têm competência executiva, facto pelo qual, os problemas de
natureza jurídica processual executiva, só devem ser resolvidos pelos tribunais judiciais e
nenhum órgão mais fora desta categoria. Facto contrario, se revela no processo
declarativo, onde os tribunais arbitras também têm competências.
7. Principio da Coisificação53
53
Consultar, do Artigo 202.º à 211.º do Código Civil.
25
YUMA PAULINO
Muitas respostas, surgem em torno desta pergunta. No nosso entender, concluímos que
a penhora incide sobre coisas em sentido jurídico. Assim sendo o entendimento que
devemos ter de coisas, quando se estiver a falar de princípios de Direito Processual, é o
mesmo que o código civil, traz, no seu artigo 202º. Sendo coisas, tudo que pode ser
objecto de relações jurídicas. Trata-se de coisas, susceptiveis de apropriação individual
ou colectiva.
As coisas podem ser - físicas ou corpóreas e coisas incorpóreas. Desta forma, podemos
ressaltar que para além da penhora de coisas, a penhora, também pode incidir sobre
direitos.
8. Principio do seguimento55
Trata-se de um principio extensivo dos Direitos Reais, que o Direito Processual Civil
(Acção Executiva), herdou. Segundo este principio, o credor que goza de uma garantia
real sobre um determinado bem (coisa), tem o direito de seguimento (seguir), a coisa
54
Artigos 838.º, 848.º e 856.º do Código de processo Civil.
55
Artigo 864.º do Código de Processo Civil.
26
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
onde quer que ela vá e ser pagas após a venda (característica da sequela). O aplicador do
direito, tem a obrigação de dar a conhecer ao credor que goza de garantia real, sobre a
apreensão do bem e convocar o mesmo para que possa confirmar ou negar o credito.
56
Artigo 733.º do Código Civil
57
Artigo 754.º do Código Civil.
58
Artigo 833.º do Código de Processo Civil.
59
Artigo 835.º do Código de Processo Civil.
27
YUMA PAULINO
Constitui um importante principio da execução, por ser exclusivo desta área do processo
civil. Segundo este principio deve existir uma proporcionalidade entre os bens
penhorados e o valor das custas e da divida. A certeza e a segurança jurídica, constituem
marcos importantíssimos na vida do Direito, por este facto, é, mas do que necessário que
o tribunal ao aplicar o direito, o faça com respeito as estruturas do Estado. O Processo
Executivo deve respeitar os limites da divida.
O valor dos bens penhorados em via de regra, nunca devem ser superiores ao valor das
custas e das dividas. Deve existir uma real proporção entre os bens, de forma a não
prejudicar o executado, o executado, não pode pagar mais do que deve. Trata-se do valor
dos bens, que em regra não deve estar além, nem aquém das custas e da divida.
Nem sempre este principio permanece com a sua ideologia natural, algumas vezes o
mesmo irá sofrer desvios ou excepções.
28
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
Este principio ganha relevância no Processo Civil Executivo, porque a penhora deve incidir
sobre um bem e logo a execução deve incidir sobre o património do devedor e não sobre
a pessoa do devedor. Em sede de uma relação obrigacional, quem deve responder pelas
obrigações anteriores contraídas é o património do devedor e não a pessoa do próprio
devedor. Anteriormente no império romano, em sede do não cumprimento voluntario
do vinculo obrigacional, respondia o corpo do devedor, na qual poderia ser morto,
vendido e muitas das vezes reduzido a escravo. Situação completamente diferente, se
mostra nas scociedades actuais, que em se do não cumprimento voluntario da obrigação
responde o património do devedor.
Este principio, irá incidir sobre situações jurídicas passiveis de avaliação pecuniária. Muita
das vezes, o mesmo poderá recair sobre bens não passiveis de avaliação pecuniária, isto
29
YUMA PAULINO
quando se estiver diante das acções executivas para entrega de coisa certa60, nestes
casos, a execução poderá incidir sobre bens ou coisas não coisificáveis.
60
Do artigo 928.º à 932.º Do Código de Processo Civil.
30
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL (ACÇÃO DECLARATIVA E ACÇÃO
EXECUTIVA)
Sumário
32