A Psicobiologia Dos Distúrbios Da Ansiedade
A Psicobiologia Dos Distúrbios Da Ansiedade
A Psicobiologia Dos Distúrbios Da Ansiedade
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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2
INTRODUÇÃO................................................................................................. 3
ANSIEDADE .................................................................................................... 5
Sistema Límbico......................................................................................... 21
Sistema de Inibição Comportamental ........................................................ 21
DISTÚRBIOS DE ANSIEDADE E O USO DE DROGAS ............................... 23
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 27
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NOSSA HISTÓRIA
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INTRODUÇÃO
Fatores filogenéticos
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filogenéticas foi uma ferramenta essencial para explicar a evolução. O
comportamento do ser humano é marcado pelas conquistas evolutivas dos seus
antepassados. Embora seja uma causa distante, o comportamento dos nossos
predecessores foi um fator que permitiu a sobrevivência da espécie. É a explicação
mais distante do nosso comportamento.
Fatores ontogênicos
Fatores epigenéticos
Embora esses fatores sejam muito importantes para entender como o ser
humano se comporta, há outros que também o influenciam diretamente. Um exemplo
é a percepção de estímulos, graças ao nosso sistema nervoso, que nos prepara para
dar uma resposta imediata.
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partir de muitas perspectivas diferentes, como a biologia molecular, endocrinologia,
farmacologia, embriologia ou psicologia comparada.
ANSIEDADE
A ansiedade pode ser vista como sintoma psiquiátrico e/ou como reação
emocional não patológica associada a diversos contextos de vida. Ela representa um
sinal de alarme a determinado estímulo percebido pelo indivíduo como perigoso. Em
geral, é composta por uma combinação variável de sintomas físicos, pensamentos
catastróficos e alterações de comportamento. A ansiedade pode ser compreendida
como mecanismo evolutivo, isto é, uma ferramenta que nos ajuda a detectar o perigo
e adotar as medidas necessárias para lidar com ele. No entanto, esse recurso
adaptativo muitas vezes encontra-se desregulado, causando sofrimento e prejuízo ao
desempenho social e/ou profissional.
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A ansiedade, conforme May (1980) conceitua, é um termo que se refere a uma
relação de impotência, conflito existente entre a pessoa e o ambiente ameaçador, e
os processos neurofisiológicos decorrentes dessa relação. O mesmo autor diz ainda
que a ansiedade constitui a experiência subjetiva do organismo numa condição
catastrófica, que surge na medida em que o indivíduo, frente a uma situação, não
pode fazer face às exigências de seu meio e, sente uma ameaça à sua existência ou
aos valores que considera essenciais.
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Rosamilha (1971), ao fazer um breve histórico sobre o tema, aborda outros
autores que também se ocupam do problema da ansiedade. Assim, Cannon (1932),
ao desenvolver o conceito de homeostase, forneceu um significado biológico para o
fenômeno. Psicanalistas como Horney (1961) desenvolveram suas teorias, colocando
a ansiedade como o centro das neuroses. Outros como Kelman (1959), de certa forma
admitiram que a ansiedade é um tipo de atributo normal do ser humano que pode ser
observado quando certo nível de tensão ultrapassa um ponto médio. Já numa
abordagem orgânica, como a de Goldstein citado por Portnoy (1959), reconhece-se
que ansiedade pode ser produzida por vários eventos, porém, apresenta uma
característica comum: há sempre uma discrepância entre as capacidades individuais
e as exigências que o organismo tem que enfrentar, tornando impossível a auto-
realização e levando à ansiedade. Esses nomes não esgotam a lista de estudiosos
que trataram dessa questão, mas servem para ilustrar a quantidade de posições,
idéias e ângulos sob os quais o problema vem sendo discutido.
Para Rosamilha (1971) foi Freud quem deu à ansiedade uma posição científica
de destaque. Até então, a ansiedade era discutida dentro do campo da Filosofia, não
sendo alvo de atenção científica. Freud é o explorador proeminente da Psicologia da
Ansiedade, e, por isso, sua obra é de importância clássica, mesmo que atualmente
se saiba que muitas de suas conclusões devam ser interpretadas (May, 1980).
Esse mesmo autor aponta como contribuição de Freud o fato de ter sido ele o
primeiro a chamar atenção para a importância da ansiedade na compreensão dos
distúrbios emocionais e psicológicos. O problema da ansiedade (vivência de
sofrimento psíquico determinado pela presença de um conflito interno), ocupou a
mente de Freud (1976) durante muito tempo e, para ele, todos nós, algumas vezes,
experimentamos esta sensação ou este estado afetivo no qual convergem
importantes questões.
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é a ansiedade por um perigo desconhecido, ainda a ser descoberto. Esclarece
também que em alguns casos as características da ansiedade realística e da
ansiedade neurótica se acham mescladas, pois o perigo pode ser conhecido, mas se
a ansiedade referente a ele for muito grande, maior do que parece apropriado, o
excedente caracterizaria a presença de um elemento neurótico.
Esclarecendo um pouco mais essa questão, Freud (1976) diz que a ansiedade
é o estado subjetivo de que somos tomados ao perceber o surgimento da ansiedade
e a isso se dá o nome de afeto. O afeto inclui, primeiramente, inervações ou
descargas motoras e, depois, certos sentimentos (o que seria a ansiedade realística,
considerada como a manifestação dos instintos de autopreservação do ego). As
pessoas com ansiedade neurótica exploram todas as incertezas num mal sentido,
prevendo as mais terríveis de todas as possibilidades. Diz que semelhante tendência
a uma expectativa do mal pode ser encontrada na forma de traço de caráter, o que
não quer dizer que são doentes, mas que é característica de pessoas superansiosas
ou pessimistas.
Golse (1998) explicita que qualquer que seja a sua origem e suas modalidades,
a ansiedade experimentada pelo Ego apresenta certas funções que englobam
consciência, conhecimento, memorização e autoconservação. E é contra a ansiedade
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que o Ego coloca em pauta toda uma série de mecanismos de defesa, os quais serão
eficazes se assegurarem um bom controle de ansiedade.
Para Skinner (1938) citado por Rosamilha (1971) não existe subjetivismo na
psicologia, concebendo a inexistência do comportamento voluntário, entendendo que
os conceitos são condicionados, as emoções são produto do controle externo e as
ideias são modeladas por controles exercidos pelo ambiente. Assim, a ansiedade é
definida a partir desses mesmos princípios, sendo, segundo o condicionamento
operante, uma correlação observada entre uma certa operação (experimental) e
determinados efeitos resultantes sobre alguma propriedade do comportamento.
Skinner também concebe como Freud, que o medo e a ansiedade constituem formas
de defesa do organismo contra a ameaça do perigo. Mas, a diferença é que o medo
se instala sempre que há uma ameaça concreta e a ansiedade é um estado emocional
motivado por um estímulo ameaçador que está antecipado no futuro (Rodrigues,
1976).
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tonturas; náuseas e diarreias; rubor ou calafrios; polaciúria (aumento do número de
urinadas); bolo na garganta; impaciência; resposta exagerada a surpresa; dificuldade
de concentração ou memória prejudicada; dificuldade de conciliar e manter o sono e
irritabilidade (Associação Psiquiátrica Americana 1995; Organização Mundial da
Saúde, 1993).
DISTÚRBIOS DA ANSIEDADE
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Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em
crianças quanto em adultos, com uma prevalência estimada durante o período de vida
de 9% e 15% respectivamente.
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Transtorno de Ansiedade Generalizada
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pacientes com TAG tendem a se preocuparem com eventos futuros. O TAG e em
particular a preocupação têm sido associadas à hipertensão arterial e a problemas
cardíacos.
Transtorno do Pânico
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Além do sofrimento psíquico e do prejuízo funcional vivenciados pelos
pacientes com TP, ele está associado a uma série de outros desfechos que,
empiricamente, justificam seu tratamento como um problema de saúde pública.
Pacientes com TP têm maiores taxas de absenteísmo e menor produtividade no
trabalho ; maiores taxas de utilização dos serviços de saúde, procedimentos e testes
laboratoriais ; um risco aumentado, independente das comorbidades, de ideação de
suicídio e de tentativas de suicídio; e, em mulheres pósmenopáusicas, parece estar
relacionado à morbidade e mortalidade cardiovasculares . No entanto, cabe ressaltar
que a associação com mortalidade cardiovascular ainda é controversa e pode se
restringir a uma população específica.
Fobias
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O sujeito fóbico tem um pensar distorcido ao considerar algumas situações
mais ameaçadoras do que realmente são. Essa forma de pensar leva o fóbico a
frequentemente adotar os mecanismos de evitação e esquiva por acreditar ser
incapaz de enfrentar e superar a situação (Piccoloto et al., 2004). A constante
evitação impossibilita que ele cheque a validade de suas crenças e essas são cada
vez mais reforçadas. Além disso, por ter consciência de que seu medo é irreal, o
portador desse transtorno passa a escondê-lo, por vergonha e por temer a exposição
pública (Roso, 1998).
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Distúrbio de Estresse Pós-Traumático
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traumático e, em consequência, a um aumento na prevalência estimada do TEPT. A
seguir, descreveremos as etapas mais importantes da evolução do conceito de
"evento traumático".
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podem se sentir muito mal apenas com a ideia de se submeterem a um exame
ginecológico.
Distúrbio Obsessivo-Compulsivo
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O primeiro refere-se à heterogeneidade do quadro. O segundo refere-se à concepção
de que o TOC poderia ser estudado a partir de uma visão dimensional e contínua, ou
seja, dentro de um espectro obsessivo-compulsivo.
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SISTEMAS E ASPECTOS NEUROATÔMICOS
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Sistema Límbico
Giro do Cíngulo
Giro para-hipocampal
Hipocampo
Amígdala
Área septal
Hipotálamo
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BIS está relacionado à sensibilidade à punição e à motivação para evitar. O
BAS está associado à sensibilidade para recompensar e abordar a motivação.
Escalas psicológicas foram projetadas para medir esses sistemas hipotéticos e
estudar diferenças individuais na personalidade. neuroticismo, uma dimensão de
personalidade amplamente estudada relacionada ao funcionamento emocional, está
positivamente correlacionada com as escalas do BIS e negativamente com as escalas
do BAS.
Acredita-se que o mecanismo fisiológico por trás do BIS seja o sistema septo-
hipocampal e seus aferentes monoaminérgicos do tronco cerebral. Usando uma
análise morfométrica baseada em voxel, o volume das regiões mencionadas foi
avaliado para visualizar diferenças individuais. Os resultados podem sugerir uma
correlação entre o volume e os traços de personalidade relacionados à ansiedade.
Os resultados foram encontrados no córtex orbitofrontal, no precuneus, na amígdala
e no córtex pré-frontal.
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DISTÚRBIOS DE ANSIEDADE E O USO DE DROGAS
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Estes tipos de substâncias se dividem em três grupos; formados por drogas
depressoras do Sistema Nervoso Central, ou seja, agem na lentificação ou diminuem
as funções cerebrais, bem como acentuam o quadro de sonolência, desatenção e
desconcentração por parte dos indivíduos que estiverem sob os efeitos de
substâncias como o álcool, barbitúrico (soníferos), benzodiazepínico (tranquilizantes),
inalante e opiáceos (Costa & Valério, 2008). O segundo grupo é constituído por
drogas Estimulantes do SNC, descrito por Carlini-Cotrim e outros (2000) como
substâncias capazes de acelerar as atividades cerebrais em algumas áreas neurais;
cita-se o estado vigília em alerta; agitações motoras por parte do usuário e
nervosismo; nos casos de consumo exagerado é comum o surgimento de delírios e
alucinações como estado alterado da consciência.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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ajudam a proporcionar um melhor conhecimento da doença, a desenvolver
estratégias para lidar com ela, além de estimularem a troca de experiências e
melhorarem as chances de controlar esses transtornos e incrementar a qualidade de
vida de seus portadores.
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REFERÊNCIAS
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Roso, M. C. (1998). Fobias específicas. In L. M. Ito (Org.), Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiátricos (pp. 55-65). Porto Alegre: Artmed.
Spielberger, C. D. (1981). Tensão e ansiedade. São Paulo: Hasper & Row do Brasil.
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