Resumos PT 4ºteste
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Os historiadores lançam um desafio a Gil Vicente, pois dizia-se que Gil Vicente
plagiou obras de outros dramaturgos, estes historiadores dão-lhe um mote ou
um provérbio e o objetivo é que Gil Vicente escreva uma obra através do
mesmo.
“Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube”.
“Sem casamento, que enfadamento…”
Possui 3 cenas.
Inês pereira demonstra-se revoltada e ansiosa por casar, para ter liberdade e
não ter mais tarefas domésticas (monólogo).
Compara-se com uma panela sem asa porque considera que é inútil.
Compara-se com outras raparigas porque elas podem sair e ela não.
Inês não faz a tarefa que a mãe lhe pediu (esta já esperava por isso).
Inês considera que vive em cativeiro. A mãe considera que a filha está a ser
dramática e pede-lhe para ter calma porque em breve vários maridos e filhos
apareceriam.
Mais tarde chega Lianor Vaz, bastante agitada, dizendo à mãe de Inês e a Inês
que foi assediada por um membro do clero.
Naquela época, quando uma mulher era abusada sexuadamente,
deveria puxar os cabelos a ela própria e arranhar-se para mostrar
repúdio e tornar-se mais feia para o agressor a deixar em paz.
A mãe de Inês começa a desconfiar do seu discurso pois Lianor não apresenta
marcas de o ter feito.
Lianor contra argumenta dizendo que tinha cortado as unhas e o cabelo
recentemente, estava rouca e com tosse e por isso não conseguia gritar e
estava coxa, logo não conseguia correr.
Lianor afirma que um almocreve ao passar a salvou.
Isto leva-nos a acreditar que terá resistido com pouca convicção, poderá ter-se
deixado seduzir.
O objetivo de Gil Vicente com este episódio é criticar o voto de castidade
dos membros do Clero. O seu objetivo era levar os membros desse
grupo social a modificarem os seus comportamentos, mas sempre de
forma lúdica, pois Gil Vicente acreditava que de forma lúdica, a
mensagem passaria mais facilmente.
Lianor Vaz- é uma casamenteira contratada pela mãe e por Inês. É amiga da
mãe, é honesta e desinteressada pelo dinheiro, conselheira e persistente e um
pouco fingida.
Brás da Mata – Possui um pajem a quem não paga, que se queixa ao longo
da peça. Braz da Mata tem interesse no casamento com Inês por questões
financeiras. É trocista e preconceituoso, fidalgo pelintra, calculista e
dissimulado (cria um plano para conseguir convencer Inês a casar com ele),
bem-falante, galanteador, autoritário, agressivo, egoísta (deixa Inês e o Moço
falidos), cobarde e elegante.
Brás da Mata é uma personagem-tipo, é um nobre falido, representando
a nobreza em decadência e representa também todos os homens que
cometem violência doméstica.
Em termos de violência doméstica esta farsa é intemporal.
Objetivos da sátira:
• A farsa analisa criticamente as instituições e os grupos socais da
sociedade portuguesa da época ade Gil Vicente.
• Refletir sobre a realidade social portuguesa na época de Gil Vicente;
• Analisar criticamente os grupos e as instituições de uma sociedade;
• Denunciar os vícios e os erros em tom humorístico;
• Corrigir os comportamentos condenáveis.
Tema da Farsa de Inês Pereira:
• A decadência de costumes;
• A duplicidade e a falsidade;
• O casamento;
• A condição da mulher
Alvos de crítica:
• As jovens casadoiras;
• Os alcoviteiros;
• Os religiosos;
• Os rústicos;
• Os escudeiros.
Estratégias da sátira:
• Personagens-tipo;
• Caricatura;
• Comicidade;
• Ironia e sarcasmo;
• Diálogo.
O cómico nesta Farsa tem dois objetivos essenciais:
Causar o riso, através do qual se “castigam” os costumes da sociedade
e os vícios das personagens, de acordo com o cunho jovial da farsa.
Acentuar o nítido contraste entre as personagens e as situações por elas
vividas (Pero Marques/Escudeiro; Lianor Vaz/Judeus; Mãe/Inês).
Tipos de cómico:
Cómico de situação:
Resulta das circunstâncias da atuação da personagem que provocam o
riso, existindo uma inadequação entre a ação da personagem e a
realidade em que se encontra (situações de mal-entendidos, ignorância
sobre certos preceitos socais e regras de convivência).
Cómico de carácter:
Resulta da inadequação da personagem ao contexto em que se
encontra que decorre da sua personalidade e que provoca o riso.
Cómico de linguagem:
Corresponde ao vocabulário usado e ao próprio discurso da personagem
que provocam o riso, existindo uma inadequação entre o código
linguístico e o contexto em que este se realiza (uso de registos de língua
desajustados, ironia, trocadilhos, calão…)
Nota: muitas vezes os tipos de cómico ocorrem em simultâneo.
Exemplos:
Cómico de carácter e cómico de situação:
Quando a Mãe sugere a Pero Marques que se sente numa cadeira;
Quando Pero Marques procura as peras que tinha levado para Inês;
Quando Pero Marques se encontra a sós com Inês e não a seduz, mas
se preocupa;
Quando Pero Marques leva Inês às costas para ser traído.
Cómico de carácter:
A figura ingénua, ignorante e grosseira de Pero Marques;
A personagem do Escudeiro, fanfarrão e galanteador, mas hipócrita,
pelintra, cobarde (era suposto ele estar a lutar, mas esconde-se e foge
da guerra cobardemente), tirano e violento.
Cómico de linguagem:
A linguagem do rústico Pero Marques: vocabulário e maneira de falar;
O discurso galante do Escudeiro: linguagem metafórica e rebuscada;
As fórmulas da liturgia hebraica utilizadas por Vidal e Latão;
Os seus termos grosseiros e trocadilhos;
Ironia e jogos de palavras do Moço quando entrega a viola ao Escudeiro:
“Ei-la aqui bem temperada/ nam tendes que temperar”.
Valor Modal:
Valor de certeza: Gil Vicente é considerado o pai do teatro português/ Estou
certo de que as suas obras nos obrigam a refletir sobre a vida/ Os alunos não
leram a obra.
Valor de probabilidade: Talvez esta matéria seja interessante./ É provável que
os alunos gostem da obra./ O teu livro deve estar na sala.
Modalidade:
Deôntica: exprime imposições (obrigações/proibições) ou autorizações.
Valor Modal:
Valor de obrigação: É obrigatória a leitura da obra./ Temos de entregar o
trabalho./ Não escreves no livro!
Modalidade:
Apreciativa: Exprime uma opinião, positiva ou negativa, sobre uma situação.
Infelizmente, perdi o meu livro favorito./ Seria bom que dramatizássemos a
Farsa de Inês Pereira./ Enfrentar o público será um pesadelo.