Pós Graduação Mestrado Psicopedagogia Clinica
Pós Graduação Mestrado Psicopedagogia Clinica
Pós Graduação Mestrado Psicopedagogia Clinica
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
APOSTILA
INTRODUÇÃO À PSICOPEDAGOGIA
INSTITUCIONAL E CLÍNICA
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O QUE É PSICOPEDAGOGIA?
Todos nós aprendemos de forma diferente, uns aprendem mais rápido, outros mais
devagar, uns são mais visuais, outros auditivos, por exemplo. Há também diferentes formas
de ensinar. Os atos de aprender e ensinar estão tão interligados que não é possível mais
separá-los dentro do processo educacional. Como se aprende/ensina? Porque alguns
aprendem outros não? Qual a origem da dificuldade em aprender determinado
conteúdo/habilidade? São algumas das perguntas feitas pela Psicopedagogia.
Seu objeto de estudo são os atos de aprender e ensinar, levando em conta o ser que
aprende, ensina, modifica e é modificado, em sua singularidade. A Psicopedagogia
surge da necessidade de compreender o processo educacional de uma maneira
interdisciplinar, buscando para este desafio fundamentos na Pedagogia, na Psicologia e em
diferentes áreas de atuação. Podem ser muitas as razões que determinam o sucesso ou o
fracasso escolar de uma criança, como: fatores fisiológicos, psicológicos, sociais ou
pedagógicos.
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A Psicopedagogia Clínica busca investigar as possíveis dificuldades no processo
educacional - observando os aspectos físicos, sociais, emocionais e cognitivos - e intervir de
modo a remover ou minimizar as barreiras que impedem ou dificultam a aprendizagem. O
Psicopedagogo realiza entrevistas, avaliações, atividades lúdicas e diferentes instrumentos
para identificar estas barreiras. Ele intervém orientando os pais, os professores e ajuda o
próprio indivíduo (ou grupo) a conhecer seus mecanismos de aprendizagem, entendendo-o
como sujeito ativo e protagonista deste processo.
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processos inerentes ao aprender humano. Enquanto área de conhecimento multidisciplinar,
interessa a Psicopedagogia compreender como ocorre os processos de aprendizagem e
entender as possíveis dificuldades situadas neste movimento. Para tal, faz uso da integração e
síntese de vários campos do conhecimento, tais com a Psicologia, a Psicanálise, a Filosofia, a
Psicologia Transpessoal, a Pedagogia, a Neurologia, entre outros.
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trajetória enquanto aprendentes e ensinantes, enquanto seres viventes na complexa gama de
relações que estabelecemos com o nosso tempo e espaço humano. Todas as nossas ações e
produções, por serem humanas, estão sempre em processo de permanente abertura, colocadas
num prisma próprio para novas interpretações e busca de significados e sentidos, situadas
num movimento incessante de desconstrução e de reconstrução. Dizendo isso de uma outra
forma, posso afirmar que, no nosso tempo de reconfiguração de paradigmas, os conceitos
estão constantemente sendo revistos e ganhando novos significados; com a Psicopedagogia
não podia ser diferente, visto que o pensar reflexivo sobre esta área do conhecimento se
constitui uma das importantes tarefas a ser desempenhada por quem lhe tem como campo
de ação, profissionalidade, dedicação e estudo. Mas será que realmente a Psicopedagogia
não tem seu papel claro na formação do/a Psicopedagogo/a? Ou isto é um mito que precisa ser
reconsiderado?
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O modelo argentino da psicopedagogia no trabalho multidisciplinar em hospitais e
escolas é institucionalizado. No Brasil apesar de se falar muito no trabalho multidisciplinar,
pouco se vê desta atuação. Você acredita que somente com a regulamentação da profissão
isto se tornará uma realidade?
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Ao falarmos de transdisciplinaridade na Psicopedagogia, pressupomos que a prática e
o olhar psicopedagógico objetivem: aceitar um novo paradigma; ter preparação teórica
adequada; possuir conhecimento prático suficiente; estar capacitado pedagogicamente e
psicopedagogicamente; ser aberto e criativo; conhecer as novas tecnologias; atualizar-se
permanentemente; entender e aceitar a diversidade discente. Em sua experiência acadêmica,
isto é ensinado nos cursos de psicopedagogia?
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A ABPp esforça-se, de modo contundente, em mostrar o quanto é necessário ter
preparação teórica adequada e possuir conhecimento prático suficiente, além de sugerir
caminhos para a organização curricular de cursos de especialização em Psicopedagogia. Na
minha vivência, enquanto docente da área em diferentes cursos de formação em
Psicopedagogia no país, observo o esforço imenso em fazer o melhor, pois afinal estar
capacitado pedagogicamente e psicopedagogicamente, ser aberto e criativo, conhecer as novas
tecnologias, atualizar-se permanentemente; entender e aceitar a diversidade discente são
desafios imensos, para uma vida inteira. O essencial, acredito, é o desejar fazer o melhor
possível e neste desejar, realizar.
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O papel do psicopedagogo numa instituição consiste em diagnosticar através de um
processo investigativo, as causas que podem estar impedindo o curso regular da aprendizagem
institucional, a circulação do conhecimento, o papel das lideranças e dos liderados, bem como
os motivos que podem levar ao insucesso oganizacional.
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O trabalho do Psicopedagogo Institucional poderá ser dividido em 4 etapas:
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A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: A
BUSCA PELA SIGNIFICAÇÃO DO APRENDER
“Somos aqueles que podem ajudá-las a lidar melhor com suas vidas, a enfrentar as
frustrações e a compensar suas fraquezas. Também somos os que podem ajudá-las a
perceber seus dons e a valorizar seu jeito único de ser.” (Sandra Rief,1993)
Em uma época que muito se discute sobre dificuldades, inclusão e até mesmo o
conhecido fracasso escolar de crianças e jovens e ao mesmo tempo multiplicam- se diversas
descobertas da neurociência, não poderíamos deixar de ressaltar a importância da
intervenção psicopedagógica como forma de significação do aprender.
Este especialista está preparado para trabalhar com todo processo da aprendizagem
humana, ou seja, ensinar / aprender. Através de técnicas diferenciadas trabalha com os
padrões normais ou não do aprender considerando sempre a influência e participação do
meio (escola, família e sociedade) no seu desenvolvimento. Para Fabrício (2008), todo
trabalho psicopedagógico está
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centrado e focalizado no autoconhecimento e na autoria do pensamento, buscando sempre
estratégias de suporte com a finalidade que a criança aprenda.
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meios afetivos e de estimulação cognitiva de forma que estas intervenções tornem- se
eficazes e alcancem seus reais objetivos que é o resgate e o gosto por aprender.
O ERRO NA VISÃO
PSICOPEDAGÓGICA: UMA FONTE DE
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
O erro sempre foi considerado um dos principais mal estares presentes nas escolas
desde os primórdios da educação. Mesmo com o passar dos anos com avanços tecnológicos
e diversas mudanças, muitos educadores ainda o tratam da
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mesma forma as quais muitas vezes é o grande causador do fracasso escolar nas instituições.
Mas como mudarmos estas antigas concepções e incorporarmos uma nova visão a
partir dos erros dos alunos? Este é um fato que de certa forma não depende somente das
escolas, mas também dos educandos e da própria família. De acordo com Luckesi
(1998)1[6], existe um preconceito por parte do próprio aluno que de certa forma tem um
juízo culposo e punitivo de si mesmo quando não consegue acompanhar aos demais.
Cabe ressaltarmos que em muitos casos o erro também poderá ocorrer devida uma
distração ou até mesmo falta de atenção/concentração por parte do aluno não podendo
assim ser considerado como um não aprendizado efetivo do
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conteúdo. Sobre este prisma consideramos de suma importância o trabalho psicopedagógico
que através de técnicas diferenciadas este profissional estará apto a identificar os reais
motivos da não aprendizagem o que de certa forma evitará o fracasso e a evasão escolar que
pode originar-se por atos falhos ou avaliações não condizentes ao real problema.
Por fim deve ficar claro que o objeto de estudo do psicopedagogo é a aprendizagem
como um processo individual em que a trajetória da construção do conhecimento (aqui
incluímos os erros cometidos pelos alunos) deve ser valorizada e entendida como parte do
resultado final sempre visando desenvolver e trabalhar com este ser de forma a potencializá-
lo como uma pessoa autora e construtora da sua história.
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BIBLIOGRAFIA
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LUCKESI, Cipriano C. Pratica escolar: do erro como fonte de castigo ao erro
como fonte de virtude. São Paulo: FTD, 1998.
WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas
de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
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