Autismo e Espiritismo Acolhime Gustavo Henrique de
Autismo e Espiritismo Acolhime Gustavo Henrique de
Autismo e Espiritismo Acolhime Gustavo Henrique de
Autismo e Espiritismo
Matão, SP
1ª edição
2021
Copyright © 2021 by
CASA EDITORA O CLARIM
Propriedade do Centro Espírita O Clarim
1ª edição: junho/2021, 4 mil exemplares
Impresso no formato 14x21 cm
ISBN do livro impresso: 978-65-88278-05-5
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Capa e projeto gráfico: Equipe O Clarim
Revisão: Cássio Leonardo Carrara
Catalogação na Editora
L935a Lucena, Gustavo Henrique de
Autismo e Espiritismo: acolhimento e terapêutica mentomagnética / Gustavo Henrique de
Lucena. – 1.ed. – Matão: Casa Editora O Clarim, 2021.
96p.; 21 cm
ISBN 978-65-88278-05-5
1. Espiritismo. 2. Estudo doutrinário. 3. Autismo. I. Casa Editora O Clarim. II. Título.
CDD. 133.9
O autismo: uma sublimação
A recepção
O primeiro contato é muito importante, tanto para as crianças
que já participam da evangelização, como também para o autista
que chega à casa espírita. A direção administrativa do centro e o
coordenador da evangelização precisam ter um certo preparo de
altruísmo, de aceitação do diferente, para muitas vezes mudar
regras organizacionais da instituição para bem receber as pessoas
com distintas necessidades fraternais.
Estas observações iniciais valem também para os
evangelizadores que, diante de um quadro em que seu espaço de
trabalho se alterará, serão necessárias a paciência e a
compreensão. Os evangelizadores precisarão fazer com que as
outras crianças e jovens aceitem, se envolvam e até sejam
monitoras do aprendizado e tarefas dos evangelizandos com
necessidades. Aliás, a tônica central de nossa argumentação
pedagógica girará em torno dos evangelizandos serem os tutores
dos amigos com necessidades especiais. Esta é uma prática muito
utilizada por Pestalozzi, que está um pouco esquecida nos bancos
acadêmicos.
Atividades da recepção
Não é bom apresentar simplesmente o evangelizando com
necessidades especiais ao grupo. Faz-se necessário um
envolvimento da turma logo no primeiro dia.
Sugerimos brincadeiras de atividades cooperativas. Pode ser,
por exemplo, um desenho em que os evangelizados construam uma
arte juntos. A atividade desenvolvida deve primar para que haja uma
contribuição coletiva e trabalho em equipe.
É neste primeiro encontro que as crianças perceberão as
diferenças entre elas; o autista será percebido pelo grupo em suas
particularidades no modo de fazer. Dependendo de como se porta o
autista, o evangelizador pode designar troca de pares, para que ele
vivencie inter-relações com outros sujeitos. Mas se perceber uma
rejeição, um constrangimento por parte do autista, não continue.
Permita que ele faça a atividade como achar mais oportuno, ou até
que não faça.
Nos primeiros dias, dependendo da criança, é primordial o
acompanhamento de um parente ou alguém próximo, pois estes
dias são de observação para o evangelizador perceber como o
autista se envolve com os colegas. É importante traçar planos de
envolvimento da turma com o autista.
Talvez surjam perguntas na sala: por que ele(a) é diferente? O
evangelizador dirá que todos somos diferentes e algumas vezes
precisamos mais da colaboração dos amigos, que cada um entende
e aprende de formas diferentes, mas Deus é tão bom que coloca
todos juntos para uns ensinarem aos outros. Precisamos respeitar,
ter paciência porque também vamos precisar, em algum momento,
que os outros tenham paciência conosco. Na evangelização com
Jesus aprendemos a amar e compreender o próximo e que somos
todos irmãos.
Estas palavras são apenas um modelo de diálogo para se ter
com as crianças.
Destacamos como tarefa basilar para o evangelizador criar uma
rotina mais rígida nos horários, pois isto oferece mais segurança aos
autistas. A cada mudança de atividade, o evangelizador poderá dar
um título ou um nome e pronunciá-lo para a turma. Por exemplo:
“Momento de prece”; “Hora da leitura”; “Hora da alegria”. São
sugestões e cada evangelizador pode criar seus títulos. Esta prática
ajuda o autista a sentir-se mais seguro e confiante.
Teremos atividades em que a criança ou o jovem interage de
forma bem restrita. Observe, evangelizador. Sempre existe um
caminho para se alcançar o coração.
Se for uma criança ou jovem hiperativo, vá com calma, não
desanime, não desista. Mesmo que ele(a) não consiga acompanhar
a turma de forma perceptível, estará atento(a) ao ambiente. Seus
canais perceptivos, físicos e espirituais, estão a receber estímulos
de alto nível de afeto.
Monitores fraternos
Esta talvez seja a parte mais importante na integração sensorial
e afetiva de todos os evangelizandos. É a criação de laços de afeto,
é a vivência da caridade. As crianças e jovens se sentem irmãos, se
envolvem em laços profundos, pois a espiritualidade da casa
harmonizará diferenças e construirá amizades verdadeiras e
perenes. Do que o amor escolhe nada se perde. São momentos em
que as mentes vibrarão em altos tons de amor e a fraternidade
marca intimamente o espírito. Estas vivências tornam-se
verdadeiros antídotos contra a depressão, o suicídio, pois serão
passagens da vida que sempre vibrarão no interior da mente do
espírito.
Em teoria, a evangelização é uma porta de acolhimento do
espírito reencarnante para com seus deveres íntimos de renovação.
É um espaço em que as crianças conseguem olhar o ser humano
com o coração afetivo. Este tempo, para jovens e crianças, é de
elevadas trocas de aprendizado com a proposta cristã.
Quando um irmão autista adentra uma casa espírita, pode ter
certeza de que os espíritos comprometidos com a fraternidade
confiam no amor que pode ser vivenciado nesta casa de
acolhimento.
Um caminho que Pestalozzi nos oferece para termos um
aprendizado baseado na fraternidade é a monitoria. Assim, aquele
que já tem experiência em lidar com as rotinas de aprendizado e a
dinâmica das atividades de elevação do pensamento, dá a mão
amiga à criança ou ao jovem que começou o labor da educação do
espírito em ares mais profundos.
Não podemos perder este caminho dinâmico que Allan Kardec
experimentou, no aprendizado em sua infância e juventude, tanto
quanto como professor na maturidade do seu corpo na referida
encarnação.
Passos do abraçar
O autista chegará na sala da evangelização e encontrará um
ambiente estranho para ele. Talvez seja um desafio conhecer outro
espaço de convivência. Provavelmente se faça necessário um
trabalho de amortização deste estranhamento ambiental que a
criança ou o jovem pode apresentar.
O caminho a percorrer é da sutileza dos sentimentos, da
delicadeza de cada ação, da doçura do pensamento. Com isto as
portas da sala da evangelização se tornarão aos poucos o lar de
uma família espiritual.
Conseguir que a criança ou o jovem fique na sala da
evangelização é o primeiro e grande desafio. Talvez seja importante,
de início, alguém que esmere confiança, que fique alguns instantes
acompanhando, para que a criança ou o jovem adquira a confiança
do lugar em que ficará.
O estímulo-resposta neste momento mostra-se como a teoria
pedagógica apropriada para que o autista permaneça na sala. Será
preciso que o evangelizador descubra o que ele gosta de fazer,
quais brinquedos e atividades atraem a sua atenção. É uma estrada
a ser traçada. Evangelizadores, percebam que este início é
importante, pois, seja qual for a ação que entretenha o autista, é
preciso utilizá-la como meio de integrá-lo à turma de amigos. Pode
até ser um vídeo em um smartphone. Sabemos que distrair as
crianças que chegam à casa espírita não é o objetivo da
evangelização, apenas é uma estratégia de aproximação.
Ao saber como poderá desenvolver este estágio inicial, o
evangelizador escolhe, de início, a criança ou o jovem mais
sociável, com facilidade de interação, e desenvolve estratégias para
que este estágio se torne uma ponte para o acolhimento do autista
na sala.
Não será nada complicado. No início apenas deixe o monitor
afetivo tentar algumas interações com o objeto de interesse do
autista. Explicando melhor, permita que o monitor e a criança autista
brinquem com o objeto que é uma atividade de interesse do autista.
Esta será a estratégia de vínculo para a criança ou o jovem
autista adquirir a confiança de estar presente na evangelização e
que tem o aporte do afeto de um amigo. O monitor será outra
criança ou jovem, e o autista aos poucos desenvolverá uma
integração com os outros participantes.
Sei que pode ser um caminho que exija paciência do
evangelizador, do monitor fraterno, de toda a turma da
evangelização. Mas, se entrarmos de coração no trabalho com o
Cristo, estes serão aprendizados significativos para toda a turma.
Claro que são importantes os conteúdos vinculados à evangelização
espírita, entretanto, apenas pense que estão em uma aula prática
de fraternidade e do despertar das profundezas da mente espiritual,
com a proposta de viver o evangelho em ação de amor. É um
aprendizado inesquecível.
Não trazemos uma fórmula pronta, mas um caminho para se
refletir na ação.
Este é o primeiro passo: fazer o jovem e a criança autista
permanecer em sala e, de preferência, ao lado de outra criança ou
jovem da turma.
As estratégias para o conteúdo serão de acordo com o
planejamento dos conteúdos da turma, e imagino que a casa
espírita siga as novas orientações para o trabalho na evangelização,
pois nelas estão as dinâmicas pedagógicas interativas em que se
contempla a sabedoria espiritual de jovens e crianças.
Dito isso, iremos caminhar com as bases pedagógicas das
novas orientações da FEB (Federação Espírita Brasileira) para a
evangelização.
Os conteúdos ministrados na evangelização contemplam um
conjunto de forças do ser. Estas entram em consonância e
convergem para uma justaposição de energias mentais, que formam
uma corrente energética mental, ou seja, pensamentos que se
integram para compreender a vida em sua manifestação no caminho
do bem.
Com as unidades e conteúdos traçados para a turma, é preciso
um pensar especial para a criança ou o jovem em que o
aprendizado da turma ganhará uma nova dimensão. Uma criança
com deficiência em uma turma eleva o padrão de relacionamento
afetivo e o nível de aprendizado em termos de conteúdos para o
espírito. Isto é o que muitos ainda não conseguem enxergar. Ter um
autista na turma é um privilégio, uma oportunidade de aprendizado.
Não é preciso sentir pena, no sentido pejorativo da palavra. É
um irmão em outro nível de aprendizado e com necessidade de uma
maior abertura para os nobres sentimentos que envolvem o
próximo. Por isso é importante que o evangelizando partilhe
aprendizados e sentimentos, pois todos edificam saberes.
É significativo um monitoramento nestas assistências de
aprendizado. Mesmo que um adulto esteja em auxílio da criança
autista, é imprescindível que algum evangelizando se faça presente
ao lado do autista em um movimento de ponte afetiva.
A adaptação dos conteúdos
Seria até leviano montar uma cartilha com os passos
milimetrados de cada conteúdo, visto que nem a FEB contempla
esta abordagem abusiva em suas diretrizes para a evangelização. O
que contemplaremos são caminhos pedagógicos baseados
principalmente no afeto.
Os fundamentos doutrinários são essenciais, porque em geral o
ser já traz em sua própria consciência as matrizes dos caminhos
evolutivos. Portanto, todos os pontos em que se eleva o espírito, no
nível de compreensão da vida, são importantes.
Qual a relação dos conteúdos com as experiências de crianças
e jovens?
Como, de forma geral, não se pode aferir com base de certeza
em muitos casos que se apresentarão, o indicado é começar com os
níveis mais simples de interação de conteúdos.
Exemplo: Deus — um amplo conteúdo que se pode desenvolver
em vários níveis de profundidade. Com a criança ou o jovem autista
pode ser utilizado o caminho da arte. Apresentar plantas, animais,
rios, praias, lagos e fazer a ligação com Deus criador. Através de
pinturas e vídeos infantis ensinar que Deus criou a natureza. O nível
de conteúdo seria este: “Deus criou a natureza.” Nesta dinâmica, o
desenho expressivo é muito importante e o evangelizador não se
frustre caso a criança não dê o retorno verbal ou qualquer outro tipo
de retorno sobre o aprendizado. Isto muitas vezes não acontecerá,
mas só a palavra Deus já tem um reverberar energético em sua
emanação, que fará vibrar na mente do autista novos estados de
vibração, que poderão ser de um grande aprendizado interior e,
quem sabe, até uma forma de reorganizar as comunicações internas
da mente dele. Nesta simples aula em que ele interagir com outra
criança monitora fraterna e com a turma, constrói-se uma teia de
estado vibrátil superior. É como se a turma estivesse junta em
prece.
Evangelizador, não se incomode tanto com o aprendizado
concreto, objetivo da criança autista. Prime pela turma compreender
e entrar em conexão com o afeto. Isto sim é o verdadeiro
aprendizado para todos.
Sempre utilize estratégias que envolvam os conteúdos que
estão sendo desenvolvidos para a turma, porém o cuidado que se
deve ter é com o revezamento dos monitores e de apresentar o
trabalho desenvolvido pelo jovem autista para a turma contemplar e
entender o que o irmão já consegue desenvolver neste momento.
O que podemos passar de nossa experiência é que existe uma
elevação de nível afetivo nas turmas de evangelização e todos
passam a nutrir um amor de irmão por esta criança ou este jovem
autista.
Como enfatizamos no início, na fase de adaptação é importante
trazer algo de interesse imediato do autista, para ser a sua ponte de
adaptação à sala de evangelização. Até referimos a vídeos que ele
goste. A observação que fazemos agora é que os vídeos, que
podem também ter uma função educativa, não se tornem uma
muleta, uma escora para o autista que, por ficar quase hipnotizado
pelos vídeos, se tornem uma ferramenta de desagregação. O
remédio está na dosimetria da ferramenta.
Feita a ressalva, uma medida conjuntiva de esforços para a
criança ou o jovem estar mais presente em interação com os outros
irmãos na evangelização são as aulas que congregam as turmas.
Elas podem ser feitas em períodos sistematizados, em ambientes
que toda a evangelização faça alguma atividade em conjunto, e que
os jovens coordenem atividades com as turmas menores. Tudo
pode ser encaminhado ante um planejamento prévio, com todos os
evangelizadores participando, tanto no planejamento como no dia
da ação integrativa.
São ocasiões importantes para crianças e jovens com alguma
deficiência participarem. É relevante utilizar um ponto de
convergência onde eles sejam contemplados. Por exemplo: em uma
aula que tenha música, o evangelizador irá encontrar alguma
musicalidade neste jovem ou criança. Não é necessário ser músico
para esta tarefa, basta ter uma percepção afetiva. Assim, uma
criança pode gostar de bater em um tambor com um certo ritmo, ou
emitir um som vinculado ao canto de uma música, fazer um gesto,
dançar. O que ela fizer que demonstre ser sua integração com a
música deve ser trabalhado em grupo, seja neste momento da
evangelização ou no âmbito da turma.
Todos somos ainda cegos para ver a amplitude dos
relacionamentos e das trocas de informações mentais processadas
neste tempo em que o autista participa de atividades que elevam o
espírito. Passamos para ele uma corrente de amor, de
compreensão, possibilitando que ele se sinta energizado em uma
experiência que o faz conectar-se com o bem e o amor, nas ações
fraternas que ele construiu em sua trajetória de encarnações
múltiplas.
A reencarnação com os limites perceptivos se vincula ao amor
de Deus. O autista, em seu íntimo, se sente acolhido em um
ambiente com irmãos que ecoam a bondade como compromisso de
renovação, de reestruturação do ser.
Claro que estou verbalizando racionalmente o que se passa no
interior de uma criança ou de um jovem que está em um ambiente
de interação com elevados sentimentos, tendo por fito pensamentos
ligados às propostas do Cristo. Não acontece com esta objetividade
que descrevi. Na realidade é um relacionamento mais profundo
entre áreas mentais que se interligam com a vibração de harmonia,
surgindo um estado interior de bem-estar, de sentimentos nobres
voltados para o amor. Mas esta descrição em detalhes, é o que me
referi anteriormente: tudo pode eclodir a partir dessa teia íntima de
alto padrão vibrátil. São minutos que podem significar muito para
sua transformação e renovação de esperanças em sua atual
encarnação.
Todo o transcurso da criança ou do jovem autista na
evangelização será de uma eterna observação, com um olhar de
cuidado amoroso. Ressignificar caminhos será um grande avanço
para a criança. Sei que uns pensarão que a paz, a harmonia
chegaram ao fim. Porém, eu diria em contraponto que o
aprendizado prático da fraternidade chegou à sala de
evangelização. A luz do consolador está a aclarar os olhos para os
novos dias. Sejamos dignos da tarefa proposta por Jesus.
Tratamento de convulsões
Convém destacarmos um detalhe para que possamos
compreender um pouco mais alguns autistas.
Em determinadas especificações do transtorno que provoca o
autismo temos as convulsões. Elas causam profundas dores aos
familiares que acompanham o autista. Este transtorno elétrico-
vibrátil da relação mente e cérebro requer um delicado tratamento.
Além do procedimento proposto, será preciso um trabalho mais
específico que englobe as estruturações dos pulsos elétricos das
células nervosas, e ainda, que se possa interferir na organização
reprodutiva celular, que se encontra escrita11 no DNA. É um
tratamento bem inovador para as perspectivas e visões de quem
está no ambiente de conhecimento científico terreno.
É importante, contudo, esclarecer um pouco como ocorre o
processo de convulsão. De início, vamos demonstrar a estrita
relação vinculativa que existe entre a complexa organização
cerebral física e a mente. O cérebro funciona como um
departamento, reduzido, sintético, por onde o pensamento, como
um todo, originado na mente, chega ao corpo físico. É, grosso
modo, como um modulador de frequência de ondas, em que ele
organiza e distribui os pulsos de pensamentos com origem no
espírito. Por isso, será difícil encontrar a causa, em si, de problemas
estruturantes do espírito no cérebro.
Podem-se encontrar alterações no cérebro que modifiquem e
até deem outra dimensão às informações que provêm do espírito,
através dos departamentos da mente. Escrevemos departamentos
da mente, pois existe, sim, uma forma de organização da mente, em
que determinadas áreas são imbuídas de funções específicas
deliberativas para fazer o corpo físico, através do cérebro, exercer
sua função. E, claro, também funções cognitivas em outras áreas,
departamentos da mente. Os campos energéticos no interior da
mente ficam, em grande parte, localizados em áreas afins. Mesmo
os campos energéticos densificados, com origens em ações
deletérias feitas pelo ser humano, têm sua localização circunscrita
em departamentos específicos da mente.
Estes departamentos da mente ligam-se a determinadas áreas
do cérebro físico e, por conseguinte, o cérebro expressa o tônus
vibratório da mente. Contudo, tudo o que chega para a consciência
do encarnado passou por um filtro, na organização interior da
mente, para chegar ao cérebro. Como já foi dito, é justamente neste
filtro que o autista tem desestruturações que prejudicam a sua
organização do pensamento edificit.12
Acrescentamos a isto o que nos informou o irmão Carlos, que
traça a formação cerebral em uma encarnação, a complexidade
formativa do DNA, sofrendo várias influências. Porém, a unidade
central de sua estruturação está na mente do próprio ser humano
reencarnante. Com isso, o que vibra na organização mental do
futuro encarnado, em conexão com o DNA, terá mais influência na
formação do aparelho que exercerá a função de adequação
energética vibrátil da mente, que é o cérebro. Por conseguinte, na
presente encarnação, o cérebro pode estar em uma desorganização
funcional formativa, por desvios ocasionados pelo DNA, e este, por
último, terá a influência da mente. É por este motivo que o
tratamento que ora passamos está localizado na melhora da
comunicação mental, que exercerá influência na mudança cerebral
física, na funcionalidade em rede dos neurônios. Por isso, o
tratamento iniciado na infância tem um proveito melhor, pois o
crescimento orgânico da criança será mudado pela compleição
melhor da mente, que impulsionará novas organizações neuronais
no cérebro físico.
Chegamos ao ponto em que queremos abordar mais
especificamente o que é a convulsão. Em determinadas áreas
cerebrais, os neurônios entram em uma espécie de colapso
funcional e não transmitem a informação energética que deveriam;
aquela rede localizada de informações entra numa espécie de
“curto-circuito”, se assim podemos expressar, mas é a metáfora
mais próxima para explicar a realidade. Esta rede localizada
desestabilizada pode exercer profundos desequilíbrios na rede
neuronal do cérebro. Logo, o cérebro entra em modo de proteção, o
que ocasiona uma perda de sua funcionalidade momentânea.
Porém, o sistema límbico neuronal funciona em baixa frequência
junto do sistema endócrino. Os pulsos que organizam as funções
vitais permanecem ativos, porém de forma limitada, e o simpático e
neurossimpático sofrem mais com a convulsão cerebral. Quando a
área volta à funcionalidade normal, o sistema cerebral identifica e
sai do modo de proteção, voltando à funcionalidade. Sem o
processo da convulsão poderia haver um problema em toda a rede
neuronal do cérebro, provocando desde a morte de neurônios,
impulsos informativos de alta mudança de frequência, até ataques
cardíacos, parada das funções dos rins, entre outras
consequências. A convulsão, embora aparente um grande
sofrimento, é uma forma de proteção da vida.
Esta é a explicação geral sobre a convulsão, mas em termos
específicos ela tem variações, de simples paralisias por
microssegundos de membros, músculos, até uma convulsão
sistêmica que, muitas vezes, dependendo da frequência e da
intensidade, pode realmente ocasionar disfunção cerebral e o
desencarne.
Iremos agora traçar alguns caminhos para o tratamento das
convulsões. Para tanto, o grupo mediúnico precisa estar em sintonia
vibrátil de alto padrão. Este padrão se faz necessário para que os
mentores espirituais de cada componente facilitem a unificação de
condutas, ou seja, que todos vertam a sua real atenção para com os
caminhos que o procedimento se dará.
Assim, deixamos bem claro que este procedimento precisa de
unidade de vontades e prece proferida com esta intenção, que deve
ser feita pelo dirigente da reunião.
Com uma maior concentração, o dirigente permitirá que os
membros da equipe entrem, cada um, individualmente em prece.
Pede que façam uma prece através do pensamento, sem proferir
palavras verbalmente. Isto possibilitará uma maior concentração
individual. Antes o grupo faz uma prece para uma melhor harmonia
grupal e, logo após, cada um entra em prece para aprofundar a
ligação com energias sutis. Vejam que aparentemente é simples,
contudo é preciso colocar a fé como propulsora da prece e de todos
os passos do procedimento. Não pode ser um trabalho mecânico; é
preciso força individual, em harmonia com Deus. Para tanto, é
necessário que a vibração da mente de cada um esteja em um
estado de prece, com elevado padrão vibrátil.
Quando o grupo estiver pronto, iremos para o passo seguinte.
Agora o dirigente irá conectar, não só o indivíduo, mas o grupo
como um todo. Mesmo que sejam poucos componentes é preciso
que no mínimo duas pessoas participem desta ligação vibrátil.
Observem que, diferentemente do outro procedimento, em que um
médium era conectado, em vibração mental, com o paciente, agora
neste procedimento, cujo objetivo é tratar a convulsão, a conexão se
dá em outro patamar vibrátil, com outras características, não
havendo uma moldagem específica para áreas mentais, mas sim
um fluxo de energia que irá percorrer a mente do paciente e
repercutir no cérebro físico.
Dada esta explicação, vamos às etapas mais específicas do
tratamento. Com o grupo harmonizado e em concentração para o
trabalho fraternal, o dirigente irá proferir uma prece em que
direciona o fluxo de energia para a área mental do campo
consciência alerta e, prontamente, como a ligar caminhos para a
energia percorrer, dirige o pensamento para a glândula pineal do
cérebro físico, a epífise do nosso irmão André Luiz. Observem o
caminho do fluxo de energia: 1. Campo consciência alerta; 2.
Glândula pineal do cérebro.
Com este caminho traçado pela prece, o dirigente encaminhará
para a etapa seguinte. Com uma prece rogatória, pedirá que o grupo
encaminhe seus pensamentos mais elevados de harmonia. É neste
momento que a etapa inicial do procedimento se faz presente em
ação no tratamento. Com a intenção de harmonia de cada indivíduo
sendo conduzida pela prece rogatória, o dirigente encaminha o
pensamento para que o fluxo de energia, a partir da glândula pineal,
percorra todo o cérebro, envolvendo cada célula, cada corpúsculo
intracelular. Depois desta condução pelo pensamento, faz uma
prece direcionada a Deus e pede que seu amor envolva a mente e o
cérebro do paciente. Pode ser feito o pedido e posteriormente
proferir a oração do Pai Nosso, pois esta oração tem um poder
significativo de ligação mental com o bem em cada palavra.
Terminada a prece, o dirigente agradece a todos os participantes
do tratamento, entre médiuns e espíritos benfeitores, e profere outra
prece em que conduz o aplanar das energias em fluxo e as
dispersa, desfazendo assim as pontes e caminhos com o campo
consciência alerta e a pineal.
Irei explicar agora as razões deste procedimento ter estas
etapas intersectadas. No campo consciência alerta está o plugue, o
espaço mental onde o indivíduo muda seu padrão para uma
frequência que o aproxima de Deus. Nele estão todas as
experiências transatas do indivíduo em harmonia com o bem.
Quando o ativamos pela prece, em estado vibratório de alto padrão,
ele se expande em ondas comunicativas por toda a mente e
também pelo cérebro físico. No entanto, o cérebro do encarnado
está em outro patamar de organização da matéria, em um nível
mais concêntrico e, por conseguinte, grande parte desta vibração de
alta frequência do campo consciência alerta fica amortecida pela
barreira vibrátil do cérebro.
Porém, quando acionamos o campo consciência alerta e
direcionamos o fluxo de energia, em alto padrão, para a pineal,
ocorre uma modulação energética feita pelo complexo pineal, que
possibilita que esta energia alcance todas as células do cérebro.
Com isto, os organizadores13, que são espíritos especializados no
cérebro, também atuam e dirigem esta energia para que cada célula
receba o impulso de renovação e reestruture seus pulsos de
condução informativa, seja que tipo de célula for. Ocorre, portanto,
uma renovação de atitudes a nível intracelular, no organismo vibrátil
que compõe a rede neuronal do cérebro e outras células, que estão
de alguma forma ligadas à rede neuronal do indivíduo. O DNA, que
pode ser moldável, recebe um forte impulso para organizar-se com
mais harmonia. Cada célula tem um molde primário, que é dado
pela evolução da espécie humana. Portanto, com base nesta
estrutura primária, a célula pode reorganizar-se e mudar, caso ela
esteja ligada a pulsos disformes que acarretam a convulsão.
Todo o tratamento é uma rogativa a Deus para uma melhora na
saúde, sendo o ponto de convergência o campo consciência alerta,
onde residem as experiências harmônicas da criatura para com o
criador. O tratamento é uma verdadeira prece em ação. São
energias que vibram em alto padrão pela força do pensamento em
estado de prece. Caso haja uma cura, é uma verdadeira autocura,
pois há uma mudança profunda no padrão mental ou cerebral,
desperto pelo amor que a criatura tem pelo criador. É o amor
individual a elevar-se em padrão divino.
Resumiremos agora, as etapas do procedimento.
1. Prece para o grupo unificar-se em pensamento no bem e
conectar-se com o paciente.
2. Uma rogativa para que cada componente profira uma
prece com o fim de elevar o padrão mental de energia.
3. O dirigente remete, em condução volitiva, o fluxo de
energia para o campo consciência alerta do paciente e o faz
vibrar.
4. Dirige, em ação volitiva, fluxo de energia para a pineal.
5. Fazer o fluxo de energia vibrar por todo o cérebro e todas
as suas células, com a energia do campo consciência alerta.
Lembro que todas as ações são feitas através de preces.
Assim, não colocamos especificamente a prece no resumo das
ações do procedimento, visto que o objetivo deste resumo é
meramente lembrar ao dirigente as etapas do procedimento, pois
ele já deve ter em mente os detalhes.
Que Deus nos envolva em paz pelo trabalho no bem
Lancelin