Resposta Da Nota de Acusação - Filipe Rodrigues

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RESPOSTA DA NOTA DE ACUSAÇÃO

Filipe Rodrigues Maguvaunge, Subinspector da Policia, efectivo do Comando


Provincial da PRM de Sofala, afecto a Direcção da Ordem e Segurança, em serviço
na 5ª Esquadra da PRM-Maquinino, vem nos termos do artigo 118 Do EGFAE deduzir:

Contestação

POR IMPUGNAÇÃO:

1.°

A Arguido é efectivo do Comando da PRM de Sofala há … anos, como subinspetor da


Policia.

2.°

Pesa sobre arguido o facto de ter sumido uma viatura que era usada como meio de
transporte no cometimento de crimes por 02 detentos.

3.°

O arguido é acusado de ter falsificado a assinatura do queixoso no auto lavrado


pela 5ª esquadra.

4.°

Não constitui verdade os factos elencados nos artigos 1° a 4° da nota de acusação.

5.°

No dia em que os dois indivíduos foram detidos pelos seus colegas, este não teria
visto nenhuma viatura.

6.°
A chegada dos seus colegas a esquadra estes não se faziam transportar no interior
de nenhuma viatura com os detentos.

7.°

Chegada a esquadra no âmbito da revista somente foi por visualizado 26 cartões


bancários encontrados na posse dos mesmos.

8.°

E nada mais foi apreendido pois, nem no próprio recinto se encontrava viatura
alguma.

9.°

Também não constitui veracidade alguma a informação que a assinatura do


queixoso se teria falsificado no auto lavrado pela 5ª esquadra.

10.°

É estranho quando o queixoso diz ter havido falsificação da sua assinatura sendo
que o mesmo, se fez presente a esquadra na mesma manhã para lavrar o auto.

11.°
Ou o queixoso esteve na esquadra ou então o auto foi lavrado em sua ausência pois
ambas as coisas não é possível de virem a suceder-se.

12.°
Ora o Código Civil nos termos do art. 341°/1 é claro que quem invocar um direito
cabe fazer a prova dos factos constitutivos do direito alegado.

13.°
Assim sendo o arguido somente esta sendo acusado com base em simples
declarações vagas em que destas não podem ser complementadas com o objecto
de prova.

POR EXCEPÇÃO DA ILIGITIMIDADE:


14.°
DA ILEGITIMIDADE DO ARGUIDO PARA SER DEMANDADO – arts. 26º, 493º nº 2 e
494º nº 1 al. b) CPC

15.°
De acordo com o estipulado no art. 26º CPC, com as alterações introduzidas pelo
Decreto-lei nº 1/2005 de 27 de Dezembro, é parte legitima quem tiver interesse em
demandar do lado activo.
16.°

Aferindo-se pela utilidade que a respectiva nota acusatória possa produzir, em


função dos factos carreados para os autos pelas partes, independentemente do
enquadramento jurídico gizado nos respectivos articulados com vista à procedência
do pedido.
17.°
Assim, a parte é legítima quando, admitindo-se que existe a relação material
controvertida, ela for efectivamente o seu titular.

18.°
Vejamos se assim acontece?

19.°
Na presente nota de acusação, o arguido era o oficial responsável, mas sucede que
quem realizou as detenções foram os seus colegas tal como consta da nota de
acusação nos artigos 1° e 2°.
20.°
Sendo as possíveis pessoas que possam clarificar se realmente existia ou não uma
viatura na posse dos detentos, como também sobre a presença na esquadra do
queixoso na manhã do dia 13 de Agosto de 2022.
21.°
Deste modo, o arguido é parte ilegítima para ser demandado nos termos dos arts.
26º n.º 1 e 494º n.º 1 al. b) CPC.
22.°
Excepção dilatória que expressamente se invoca, devendo em conformidade o
arguido ser absolvido da instância (art. 493º n.º 2 CPC).
23.°

Outra excepção prende-se com a qualidade do instrutor do processo.

Pois devia na presente nota acusatória ser precedida de um despacho que designa
do órgão que tenha nomeado o instrutor do processo. O que se pode subsumir que
o processo ora instruído seja enfermada de vícios, questiona-se a idoneidade do
processo nos termos do art. 132°/1 da Lei n.º 4/2022 de 11 de Fevereiro (EGFAE).

24.°

Quanto ao pedido de aplicação da sanca disciplinar de multa contra o arguido não


pode seguir pelo facto do não ter parte nas acusações constantes da nota de
acusação. No entanto importa ressalvar que trata-se de um funcionário exemplar,
comprometido com o seu trabalho, que este é funcionário do aparelho do Estado,
concretamente na mesma Instituição e sempre pautou pela boa conduta como
verdadeiro bonne patre de familia, sendo que é uma pessoa sagaz e de normal
diligência.

Nestes termos em que, face ao exposto e nos mais fundamentos de Direito


aplicáveis ao caso subjudice deverá o presente processo disciplinar ser arquivado
sem aplicação de qualquer sanção o ora arguido, que seja arguido absolvida das
acusações.

O Arguido

Filipe Rodrigues Maguvainge ____________________________

(Subinspector da Policia)

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