Instrumentação Laboratorial: Laura Silveira Ayres
Instrumentação Laboratorial: Laura Silveira Ayres
Instrumentação Laboratorial: Laura Silveira Ayres
LABORATORIAL
Introdução
Entre os agentes biológicos estão os microrganismos de modo geral, as
culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons que têm potencial
de causar danos à saúde humana e animal, como infecções, intoxicações,
alergias, doenças autoimunes, neoplasias e malformações (XAVIER; DORA;
BARROS, 2011). Por meio do conhecimento e do gerenciamento dos
riscos biológicos existentes em ambientes laboratoriais, é possível tomar
medidas para reduzir os riscos de acidentes e aumentar a segurança
ambiental e individual durante o exercício das atividades profissionais.
Neste capítulo, você vai estudar as normas vigentes no Brasil referentes
ao transporte e ao descarte dos materiais biológicos. Também vai ver
quais são os riscos associados à sua manipulação, os cuidados necessários
para o seu transporte e como deve ser feito o descarte apropriado do
material biológico.
2 Transporte e descarte de materiais biológicos
Vias de contágio
As vias de contágio associadas à transmissibilidade dos agentes são as seguintes
(TEIXEIRA; VALLE, 2010):
Luvas × × × ×
Calçados fechados × × × ×
Autoclave × × ×
Transporte nacional
Se quiser saber mais sobre o transporte nacional de materiais perigosos, leia a Resolução
nº 5.848, de 25 de junho de 2019, que atualiza o Regulamento para o Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/7QeWY
Transporte internacional
substâncias tóxicas;
substâncias infecciosas:
■■ Categoria A — substâncias infecciosas que podem causar incapaci-
dade permanente, doença fatal ou risco de morte a humanos e animais;
■■ Categoria B — todas as demais substâncias infecciosas.
Tampa
Embalagem primária
(tubo de ensaio) Material absorvente
Etiqueta de orientação
da embalagem (não obrigatória
quando a embalagem primária
não exceder 50ml)
Marcação da especificação
das Nações Unidas (UN)
SUBSTÂNCIA INFECCIOSA
Em caso de dano ou vazamento,
notifique imediatamente a
autoridade de saúde pública
Embalagem primária
(à prova de vazamentos
Tampa à prova d’água ou impermeável)
Identificação da embalagem
Etiquetas de/para
Segregação
A primeira etapa do gerenciamento dos resíduos é a segregação, ou seja,
a separação dos materiais de acordo com suas características. Para a segre-
gação, a RDC 222 estipula uma classificação em grupos, de acordo com o
risco dos resíduos. O Grupo A é o correspondente aos resíduos biológicos e
é subdividido em 5 subgrupos, listados a seguir (BRASIL, 2018a):
Transporte e descarte de materiais biológicos 15
Subgrupo A1
■■ Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de
produtos biológicos; descarte de vacinas de microrganismos vivos,
atenuados ou inativados.
■■ Resíduos da atividade de ensino e pesquisa ou atenção à saúde de
indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação
biológica por agentes classe de risco 4.
■■ Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejei-
tadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de
validade vencido, e as resultantes de coleta incompleta.
■■ Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpó-
reos, recipientes e materiais contendo sangue ou líquidos corpóreos.
Subgrupo A2
■■ Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos de animais de
experimentação com inoculação de microrganismos, suas forrações
e cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrga-
nismos de relevância epidemiológica.
Subgrupo A3
■■ Peças anatômicas (membros) do ser humano; produtos de fecundação
sem sinais vitais, com peso menor do que 500 gramas ou estatura
menor do que 25 centímetros ou idade gestacional menor do que
20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e caso não
tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares.
Subgrupo A4
■■ Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores.
■■ Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana
filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa.
■■ Sobras de amostras de laboratório e recipientes contendo fezes, urina
e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem
sejam suspeitos de conter agentes Classe de risco 4, e nem apresentem
relevância epidemiológica e risco de disseminação.
■■ Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescul-
tura ou outro procedimento de cirurgia plástica.
■■ Recipientes e materiais do processo de assistência à saúde, que não
contenham sangue ou líquidos corpóreos.
■■ Peças anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, e outros
resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos
anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica.
16 Transporte e descarte de materiais biológicos
Os resíduos devem ser segregados de acordo com o seu grupo específico no momento
da sua geração. Para o Grupo A, os resíduos em estado sólido devem ser acondicionados
em sacos resistentes à ruptura e a vazamentos e impermeáveis. Deve ser respeitado o
limite de peso do saco e o limite de 2/3 da sua capacidade para permitir o fechamento
e evitar rupturas (BRASIL, 2018a).
Destinação
Os RSS que não apresentarem risco biológico, químico ou radiológico podem
ser destinados à reciclagem ou encaminhados para disposição final apropriada
e respeitando o meio ambiente. Para os demais rejeitos, existem orientações
específicas para cada grupo e subgrupo. Para o Grupo A, dos resíduos bioló-
gicos, a destinação é a seguinte:
18 Transporte e descarte de materiais biológicos
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