Decreto4 019
Decreto4 019
Decreto4 019
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições constitucionais, nos termos da Lei nº
11.904, de 9 de fevereiro de 1993, e tendo em vista o que consta do Processo nº 9568557,
DECRETA:
Art. 1º - Fica aprovado o anexo Regulamento da Inspeção Sanitária e Industrial dos Produtos de Origem
Animal do Estado de Goiás.
Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
TÍTULO I
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1º - O presente Regulamento, de acordo com a legislação federal pertinente (Lei n. 1.283, de 18 de
dezembro de 1.950, Decreto n. 30.691, de 29 de março de 1952, alterado pelo Decreto n. 1.255, de 25 de Maio de 1962, e Lei
n. 7.889), de 23 de novembro de 1989, estabelece as normas que regulam, em todo o Estado de Goiás, a Inspeção e
Reinspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal, na forma da Lei n. 11.904, de 9 de Fevereiro de 1993.
Art. 2º - Ficam sujeitos à inspeção e reinspeção previstas neste regulamento os animais de açougue, a caça,
o pescado, o leite, o ovo, o mel e a cera de abelhas e derivados.
§ 1º - A inspeção a que se refere o presente artigo abrange, sob o ponto de vista industrial e sanitário, a
inspeção “ante” e “post -mortem” dos animais, o recebimento, manipulação, transformação, elaboração, preparo,
conservação, acondicionamento, embalagem, depósito, rotulagem, trânsito e consumo de qualquer produtos e subprodutos,
adicionados o não de vegetais, destinados ou não à alimentação humana.
§ 2º - A inspeção abrange também os produtos afins, tais como: coagulantes, condimentos, corantes,
conservadores, antioxidantes, fermentos e outros usados na indústria de produtos de origem animal.
Art.3º - A inspeção a que se refere o artigo anterior é privativa da Superintendência de Produção Animal -
SPA, da Secretaria de Agricultura e Abastacimento - SAGRIA, sempre que se tratar de produtos destinados ao comércio
intermunicipal.
III - nos estabelecimentos que recebem o leite e seus derivados, para beneficiamento ou industrialização;
VI - nos estabelecimentos que produzem ou recebem mel e cera de abelha, para beneficiamento ou
distribuição;
VII - nos estabelecimentos que produzem e recebem ovos para distribuição, em natureza ou para
industrialização;
VIII - nos estabelecimentos localizados nos centros de consumo que recebem, beneficiam, industrializam e
distribuem, no todo ou em parte, matérias-primas e produtos de origem animal procedentes de estabelecimentos registrados
ou de propriedades rurais;
II - verificar se existem produtos de origem animal que não foram inspecionados nos postos de origem ou,
quando tenham sido, infrinjam dispositivos deste Regulamento;
Art. 8º - Entende-se por estabelecimento de produtos de origem animal, para efeito do presente
Regulamento, qualquer instalação ou local nos quais são abatidos ou industrializados animais produtores de carne, bem como
onde são recebidos, manipulados, elaborados, transformados, preparados, conservados, armazenados, depositados,
acondicionados, embalados e rotulados, com finalidade industrial ou comercial, a carne e seus derivados, a caça e seus
derivados, o ovo e seus derivados, o mel e a cera da abelha e seus derivados e produtos utilizados em sua industrialização.
Art. 9º - O presente Regulamento e atos complementares que venham a ser baixados serão executados em
todo território goiano, podendo os municípios expedir legislação própria, desde que não colida com esta regulamentação.
Art. 10 - A inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal a cargo da SPA abrange:
VII - a classificação de produtos e subprodutos de acordo com os tipos de padrões previstos neste
Regulamento ou fórmulas aprovadas;
VIII - os exames tecnológicos, microbiológicos, histológicos, físicos e químicos das matérias-primas, produtos
e subprodutos, quando for o caso;
IX - as matérias-primas nas fontes produtoras e intermediárias, bem como em trânsito, nos portos fluviais e
nos postos de fronteiras;
Art. 11 - Nos estabelecimentos de carnes e derivados sob inspeção da SPA a entrada de matérias-primas
procedentes de outros, sob fiscalização municipal somente será permitida a juízo da mesma Superintendência de Produção
Animal.
Art.12 - Os estabelecimentos registrados que preparam subprodutos não destinados à alimentação humana
só podem receber matérias-primas de locais não fiscalizados, quando acompanhados de certificados sanitários dos Serviços
de Defesa Sanitária Animal da região.
CAPÍTULO II
I - os de carnes e derivados;
II - os de leite e derivados;
IV - os de ovos e derivados;
VI - os de coalho e coagulantes;
TÍTULO II
Art. 15 - Nenhum estabelecimento pode realizar comércio intermunicipal com produtos de origem animal,
sem estar registrado na SPA.
I - matadouros de bovinos, suínos, aves, coelhos, caprinos, ovinos, e demais espécies devidamente
aprovadas para abate, fábrica de conservas, fábricas de produtos gordurosos, entrepostos de carnes e derivados e fábricas de
produtos de origem animal não comestíveis;
Art. 17 - O registro será requerido à Superintendência de Produção Animal da SAGRIA, instruindo-se processo
com os seguintes documentos:
III - memoriais descritivos, com informes de interesse econômico-sanitários de acordo com modelo fornecido
pela SPA;
a) planta baixa de cada pavimento, com descrição do fluxo de produção, e localização de equipamentos, na
escala de 1:100 (um por cem);
b) planta de situação, contendo descrição sobre a rede de esgoto, abastecimento de água, posição da
construção em relação às vias públicas e alinhamento do terreno, orientação, localização das partes dos prédios vizinhos
construídos sobre as divisas do terreno, em escala de 1:500 (um por quinhentos);
c) planta da fachada e cortes longitudinal e transversal na escala mínima de 1:50 (um por cinqüenta);
d) detalhes de aparelhagens e instalações quando exigidos, na escala de 1:10 (um por dez);
Art. 18 - Os projetos de que trata o artigo anterior devem ser apresentados em 2 (duas) vias, podendo ser
em cópia heliográfica, devidamente datadas e assinadas por profissional habilitado, com as indicações exigidas pela
legislação vigente.
Art. 19 - É aconselhável, para evitar despesas, que os interessados ao solicitarem registro, façam
apresentação dos documentos citados nos artigos anteriores, em apenas uma via, para estudo preliminar.
Parágrafo único - Em se tratando de estabelecimentos pequenos , para estudo preliminar, poderão ser
aceitos “croquis” ou desenhos em substituição as plantas citadas nos artigos anteriores.
I - o exame prévio do terreno, realizado de acordo com instruções baixadas pela SPA;
II - apresentação dos projetos das respectivas construções, nas escalas e cores previstas neste regulamento,
acompanhados dos memoriais descritivos das obras a realizar, material a empregar e equipamento a instalar.
§ 1º - O pedido de aprovação prévia do terreno deve ser instruído com laudo de inspeção fornecido por
servidor da SPA exigindo-se, conforme o caso, a planta detalhada de toda a área.
§ 2º - Tratando-se de registro de estabelecimento que se encontra sob inspeção federal ou municipal , será
realizada uma inspeção prévia de todas as dependências, situação em relação a terreno, instalações, equipamentos, natureza
e estado de conservação das paredes, piso, tetos, pé direito, bem como das redes de esgoto e de abastecimento de água,
descrevendo-se, detalhadamente, a procedência , captação, distribuição, canalização e escoadouro.
Art. 21 - Correm por conta dos interessados as despesas com o transporte do servidor que, a pedido, for
designado para proceder inspeção estadual, sem que os projetos tenham sido aprovados pela SPA.
Art. 22 - As firmas construtoras não darão início à construção de estabelecimentos, sujeitos à inspeção
estadual, sem que os projetos tenham sido aprovados pela SPA.
Art. 23 - Qualquer ampliação, remodelação ou construção nos estabelecimentos registrados, tanto de suas
dependências como instalações, só pode ser feita após aprovação prévia dos projetos pela SPA.
I - não demonstrar, na contagem padrão em placas, mais de 500 (quinhentas) Unidades Formadora de
Colônias (UFC);
II - não demonstrar, no teste de determinação do Número Mais Provável (NMP) de coliformes, maior número
de germes do que os fixados pelos padrões para 3 (três) tubos positivos na série de 10 ml (dez mililitros) e 3 (três) tubos
negativos nas séries de 1 ml ( um mililitro) da amostra;
III - a água deve ser límpida, incolor, sem cheiro e de sabor próprio, agradável;
IV - não conter mais de quinhentas (quinhentas) partes por milhão de sólidos totais;
XIII - cloro livre, máximo de 1 (uma) parte por milhão, quando se tratar de águas cloradas e cloro residual,
mínimo de 0,05 (cinco centésimas) partes por milhão;
XIX - componentes fenólicos, no máximo 0,001 (uma milionésima) parte por milhão.
§ 1º - Quando as águas revelarem mais de 500 (quinhentas) UFC por mililitros, impõe-se novo exame antes
de condená-la.
§ 2º - Mesmo que o resultado da análise seja favorável, a SPA pode exigir, de acordo com as circunstâncias
locais, tratamento da água.
Art. 26 - O estabelecimento que interromper seu funcionamento, por período superior a 12 (doze) meses,
terá o seu registro cancelado e só poderá reiniciar suas atividades mediante inspeção prévia de todas a suas dependências,
instalações e equipamentos.
Parágrafo único - Estando cancelado o registro, o material pertencente ao governo, inclusive de natureza
científica, os arquivos e carimbos oficiais de inspeção estadual, será recolhido à direção da SPA.
Art. 27 - Nenhum estabelecimento registrado pode ser vendido ou arrendado sem que, concomitantemente,
seja feita a competente transferência de responsabilidade do registro para a nova firma, junto à SPA.
§ 1º - No caso de o comprador ou arrendatário se negar a promover a transferência, deve ser feita pelo
vendedor ou locador, imediata comunicação escrita à SPA, esclarecendo os motivos da recusa.
§ 3º - Enquanto a transferência não se efetuar, continua responsável pelas irregularidades que se verifiquem
no estabelecimento, a firma em nome da qual esteja registrado.
§ 4º - No caso de o vendedor ou locador ter feito a comunicação a que se refere o parágrafo 1 e o comprador
ou locatário não apresentar, dentro do prazo de no máximo trinta dias os documentos necessários à transferência respectiva,
é cassado o registro do estabelecimento, que só será restabelecido depois de cumprida a exigência legal.
TÍTULO III
II - fornecer até o 10º (décimo) dia útil de cada mês, subsequente ao vencido, os dados estatísticos de
interesse na avaliação da produção, industrialização, transporte e comércio, de produtos de origem animal, bem como as
guias de recolhimento de taxas, quando for o caso, devidamente quitadas pelo órgão arrecadador indicado;
III - dar aviso antecipado de 12 (doze) horas, no mínimo, sobre a realização de quaisquer trabalhos nos
estabelecimentos sob inspeção permanente, mencionando sua natureza e hora de início e de provável conclusão;
IV - avisar, com antecedência, a chegada de animais a serem abatidos e fornecer todos os dados que sejam
solicitados pela inspeção;
VI - fornecedor material próprio e utensílios para guarda, conservação e transporte de matérias- primas e
produtos normais e peças patológicas, que devem ser remetidos ao laboratório;
VII - fornecer armários, mesas, arquivos, mapas, livros e outros materiais destinados à inspeção permanente,
para seu uso exclusivo;
VIII - fornecer substâncias apropriadas para desnaturação de produtos condenados, quando não houver
instalações para sua imediata transformação;
Art. 31 - Os estabelecimentos de leite e derivados deverão fornecer, a juízo da SPA, relação atualizada de
fornecedores, nome da propriedade rural e atestados sanitários dos rebanhos.
Art. 32 - Os estabelecimentos manterão um livro de “OCORRÊNCIAS”, onde o servidor da SPA registrará todos
os fatos relacionados com o presente Regulamento.
TÍTULO IV
Identificação de Produtos
Art. 33 - Todos os produtos de origem animal, entregues ao comércio, devem estar identificados por meio de
etiquetas ou rótulos registrados e/ou carimbos oficiais aplicados sobre as matérias-primas, produtos, vasilhames ou
continentes, quer quando diretamente destinados ao consumo público, quer quando se destinarem a outros estabelecimentos
que os vão beneficiar.
Parágrafo único - Os produtos de origem animal que devem ser fracionados, devem conservar a rotulagem
sempre que possível ou manter identificação do estabelecimento de origem.
Art. 34 - Os produtos de origem animal, destinados à alimentação humana, só podem ser acondicionados ou
embalados em recipientes ou continentes comprovadamente inócuos à saúde humana.
Art. 35 - Um mesmo rótulo pode ser usado para produtos idênticos, fabricados em vários estabelecimentos
da mesma firma, desde que sejam da mesma qualidade, denominação e marca.
Art. 36 - Os rótulos dos continentes de produtos não destinados à alimentação humana devem conter, além
do carimbo da inspeção competente, a declaração “IMPRÓPRIO PARA O CONSUMO HUMANO”, obrigatória também nos
continentes marcados a quente ou por gravação e, em quaisquer dos casos, em caracteres bem destacados.
Art. 37 - Os rótulos destinados a continentes de produtos próprios à alimentação dos animais conterão, além
do carimbo de inspeção próprio, a declaração “ALIMENTO PARA ANIMAIS”.
CAPÍTULO I
Rotulagem
Art. 38 - Além de outras exigências previstas neste Regulamento e em legislação ordinária, os rótulos devem,
obrigatoriamente, conter as seguintes indicações:
I - nome verdadeiro do produto em caracteres destacados, uniforme em corpo e cor, sem intercalação de
desenhos e outros dizeres, obedecendo às discriminações estabelecidas neste Regulamento, ou nome aceito por ocasião da
aprovação das fórmulas;
III - nome da firma que tenha completado operações de acondicionamento, quando for o caso;
IX - peso líquido;
Art. 39 - A data de fabricação, conforme a natureza do continente ou envoltório, será impressa, gravada,
declarada por meio de carimbo ou outro processo, a juízo da SPA, detalhando dia, mês e ano, podendo este ser representado
pelos dois últimos algarismos.
Art. 40 - Em caso da impossibilidade de indicar o peso líquido do produto, deverá ser utilizada a expressão
“deve ser pesado à vista do comprador”.
Art. 41 - É proibida qualquer denominação, declaração, palavra, desenho ou inscrição que transmita falsa
impressão, forneça indicação errônea de origem e de qualidade dos produtos, podendo essa proibição estender-se, a juízo da
SPA, às denominações impróprias.
CAPÍTULO II
Carimbos de Inspeção e seu Uso.
Art. 43 - Os carimbos da inspeção estadual devem obedecer exatamente à descrição e aos modelos
constantes do ANEXO I, deste Regulamento, respeitadas as dimensões, formas, dizeres, tipo e corpo de letra; devem ser
colocados em destaque nas testeiras das caixas e outros continentes, nos rótulos ou produtos, numa cor única,
preferencialmente preto, quando impressos, gravados ou litografados.
Art. 44 - Os diferentes modelos de carimbos de inspeção estadual, a serem usados nos estabelecimentos
fiscalizados pela SPA, obedecerão as seguintes especificações:
I - modelo I:
a) dimensões: 0,01 m (centímetro) de raio para miúdo das diversas espécies , carcaças de aves ou impresso
em rótulos de embalagens de até 1 Kg (um quilograma); 0,03 m (três centímetros) de raio para carcaças de bovinos, suínos,
caprinos, ovinos ou impressos em rótulos de embalagens de mais de 1 kg (um quilograma) até 10 Kg (dez quilogramas) até
10 Kg (dez quilogramas) e 0,06 m (seis centímetros) de raio para rótulos de embalagens superiores a 10 Kg (dez
quilogramas);
d) uso: para carcaças de bovinos, suínos, caprinos, ovinos, miúdos das diversas espécies de açougue e
rótulos de produtos comestíveis ou não, acondicionados em embalagens metálicas, de madeira, de papel ou de material
plástico, podendo a sua reprodução ser feita através de alto relevo, a quente, impressão ou litografia;
Parágrafo único - Carcaças, partes de carcaças ou cortes, terão o carimbo aplicado diretamente na porção
muscular, utilizando tintas feitas com substâncias inócuas, com fórmulas aprovadas pela SPA;
II - Modelo 2 :
a) dimensões: 0,01 m (um centímetro) de raio para rótulos de embalagens de até 1 Kg (um quilograma); 0,03
m (três centímetros) de raio para rótulos de embalagens superior a 1 Kg (um quilograma) até 10 Kg (dez quilogramas) e 0,06
(seis centímetros) de raio para rótulo de embalagens superiores a 10 Kg (dez quilogramas);
d) uso: para ser utilizado em entrepostos que manipulem, fracionem, ou embalem produtos já inspecionados,
comestíveis ou não;
III - Modelo 3 -
b) forma: retangular;
c) dizeres: a palavra “Goiás”, na parte superior, a sigla “S.I.E.”, na parte inferior e o número de registro da
empresa na parte mediana, escrito de forma horizontal, logo abaixo da palavra “Condenado”, “salga”, “Conserva” ou
“Salsicharia”;
d) uso: para identificação de carcaça, partes de carcaças, cortes, aplicado diretamente sobre a superfície
muscular, conforme destino dado pela inspeção.
TÍTULO V
Art. 45 - Os produtos e matérias-primas de origem animal devem ser reinspecionadas tantas vezes quantas
necessárias, antes de serem expedidos para consumo.
§ 1º - Os produtos e matérias-primas que nessa reinspeção forem julgados impróprios para consumo devem
ser destinados ao aproveitamento, a juízo da SPA, como subprodutos industriais, derivados não comestíveis e alimentação
animal, depois de retiradas as marcas oficiais e submetidos à desnaturação, se for o caso de origem animal devem ser
reinspecionados tantas vezes quantas necessárias, antes de serem expedidos para o consumo.
§ 2º - Quando ainda permitam aproveitamento condicional ou rebeneficiamento, a inspeção estadual deve
autorizar, desde que sejam submetidos aos processos apropriados, a liberação dos produtos e/ou obras-primas.
Art. 46 - Nenhum produto de origem animal pode ter entrada em estabelecimento sob inspeção estadual,
sem que seja claramente identificado como oriundo de outro estabelecimento também registrado na SPA, ou no serviço de
Inspeção Federal.
Parágrafo único: É proibido o retorno ao estabelecimento de origem de produtos que, na reinspeção, sejam
considerados impróprios para o consumo humano, devendo-se promover sua transformação, aproveitamento condicional ou
inutilização.
Art. 47 - Na reinspeção de carne, em natureza ou conservada pelo frio, deve ser condenada a que apresente
qualquer alteração que faça suspeitar de processo de putrefação, contaminação biológica, química ou indícios de zoonoses.
Parágrafo único - Sempre que necessário, a inspeção verificará o ph sobre o extrato aquoso da carne.
Art. 48 - Nos entrepostos, onde se encontram depositados produtos de origem animal, procedentes de
estabelecimentos sob inspeção estadual ou federal, bem como nos demais locais, a reinspeção deve especialmente visar:
I - sempre, que possível, a conferência da origem de fabricação do produto, certificando-se de que foi
inspecionado pela SPA ou órgão federal competente;
II - a identificação dos rótulos com a composição e marcas oficiais do produto, bem como da data de
fabricação, prazo de validade, número de lote e informações sobre a conservação do produto;
III - a verificação das condições de integridade dos envoltórios, recipientes e sua padronização;
IV - a verificação dos caracteres organoléticos sobre uma ou mais amostras, conforme o caso;
§ 1º - A amostra deve receber uma fita envoltória aprovada pela SPA, claramente preenchida pelo
interessado ou pelo funcionário que colher a amostra para envio ao laboratório oficial;
§ 2º -Sempre que o interessado desejar, a amostra pode ser colhida em triplicata, com os mesmos cuidados
de identificação assinalados no parágrafo anterior, representando uma delas a contraprova que permanecerá em poder do
interessado, lavrando-se um termo de coleta, em duas vias, uma das quais será destinada ao interessado. Às amostras serão
colocadas em embalagens apropriadas, fechadas, lacradas e rubricadas pelo interessado e pelo funcionário da SPA.
§3o - Quando o interessado divergir do resultado do exame poderá requerer, dentro do prazo de 48 horas
(quarenta e oito horas), a análise da contraprova.
§ 5º - O exame da contraprova poderá ser realizado em outro laboratório oficial, com a presença de um
representante da SPA.
§ 6º - Além de escolher o laboratório oficial para o exame da contraprova, o interessado pode fazer-se
representar por um técnico da sua confiança;
§ 8º - As amostras para prova ou contraprova, coletadas pela SPA, para exames de rotina ou análises
periciais, serão cedidas gratuitamente pelos estabelecimentos.
Art. 50 - No caso de colheita de amostra para exame de produtos de origem animal, será lavrado o
competente auto de apreensão da mercadoria, ficando a mesma com o responsável pelo estabelecimento, que funcionará
como fiel depositário até o resultado dos exames.
Art. 51 - A mercadoria contaminada ou alterada, não passível de aproveitamento, como estabelece este
regulamento, será destruída pelo fogo ou outro agente físico ou químico.
Art. 52 - No caso de apreensão por falta de indicação no rótulo do registro na SPA ou órgão federal
competente, ou por falta de carimbo, o produto após o respectivo exame poderá ser destinado, se inócuo, a estabelecimento
de caridade, asilo e entidade beneficiente ou, se for o caso, o zoológico, ficando o respectivo donatário obrigado a fornecer o
recibo adequado.
TÍTULO VI
Trânsito de Produtos
Parágrafo único - O transporte de produtos de origem animal deve ser feito em equipamentos construídos
expressamente para esse fim.
Art. 54 - Qualquer produto de origem animal destinado à alimentação humana deverá, obrigatoriamente,
para transitar dentro do Estado de Goiás, estar perfeitamente identificado através de rótulos, etiquetas e/ou carimbos,
conforme a legislação, como oriundo de estabelecimento inspecionado pela SPA ou pelo órgão federal competente.
Parágrafo único - Não está sujeito a identificação o leite e o mel despachados como matérias-primas, desde
que destinados a estabelecimentos inspecionados, para beneficiamento ou industrialização.
Art. 55 - Verificado o descumprimento do art. 54 deste Regulamento, a mercadoria será apreendida pela SPA,
que lhe dará o destino conveniente, devendo ser lavrado o respectivo termo de apreensão e auto de infração.
Art. 56 - É proibida a importação de produtos de origem animal quando procedentes de Estados onde
gerassem doenças consideradas perigosas à segurança sanitária animal de Goiás, de acordo com o que determina a
legislação goiana específica.
Art. 57 - Os produtos não destinados à alimentação humana, como couros, lãs, chifres, subprodutos
industriais e outros, procedentes de estabelecimentos não inspecionados pela SPA, só podem ter livre trânsito se procedentes
de zonas onde não grassem doenças contagiosas, atendidas, também, outras medidas determinadas pelas autoridades
oficiais da Defesa Sanitária Animal.
TÍTULO VII
Exames de Laboratório
Art. 58 - Os produtos de ordem animal prontos para o consumo, bem como toda e qualquer substância que
entre em sua elaboração, estão sujeitos a exames tecnológicos, físicos, químicos e microbiológicos.
Parágrafo único - Na ausência dessa padronização, poderão ser seguidas as técnicas utilizadas pelo órgão
específico do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, Instituto Adolfo Lutz ou outro laboratório oficial, designado pelo
Superintendente da SPA.
Art. 60 - Os exames de caráter tecnológicos visarão a técnica de elaboração dos produtos de origem animal,
em qualquer de suas fases.
Parágrafo único - Sempre que houver necessidade, o laboratório pedirá informações à inspeção junto ao
estabelecimento produtor.
Art. 63 - Quando necessário, os laboratórios poderão recorrer a outras técnicas de exames, além das
adotadas oficialmente pela SPA, mencionando-as, obrigatoriamente, nos respectivos laudos.
Art. 64 - A SPA poderá, a seu critério, exigir exames laboratoriais periódicos, a serem realizados em
laboratórios particulares, cujo custo será de responsabilidade do estabelecimento que deu origem à amostra.
TÍTULO VIII
II - dispor de luz natural e artificial abundantes, bem como de ventilação suficiente em todas as
dependências, respeitadas as peculiaridades de ordem tecnológica cabíveis;
III - possuir piso de material impermeável, resistente à abrasão e à corrosão, ligeiramente inclinado,
construído de modo a facilitar a colheita e o escoamento das águas residuais, bem como permitir a sua limpeza e
higienização;
IV - ter paredes lisas, impermeabilizadas com material de cor clara, de fácil lavagem e higienização, numa
altura de pelo menos 2 m ( dois metros), com ângulos e cantos arredondados;
VII - dispor de mesas de material impermeável, para os trabalhos de manipulação e preparo de produtos
comestíveis, construídas de forma a permitir fácil e perfeita higienização antes e durante os trabalhos. Em caso especiais, a
juízo da inspeção, serão exigidas mesas com revestimentos inoxidáveis;
VIII - dispor de tanques, caixas, bandejas e quaisquer outros recipientes de material impermeável, de
superfície lisa, de fácil lavagem e higienização, sem angulosidades ou frestas, devidamente identificadas quanto ao destino,
utilizando-se as denominações “COMESTÍVEL” e “NÃO COMESTÍVEL” ou as cores: branca para produtos comestíveis e
vermelha para produtos não comestíveis;
X - dispor de abastecimento de água fria e, quando necessário, de instalações de água quente e vapor para
atender as necessidades de trabalho, em todas dependências de manipulação e preparo não só de produtos comestíveis,
como também de produtos não comestíveis;
XI - dispor de rede de esgoto em todas dependências, com dispositivo adequado, que evite refluxo de odores
e a entrada de roedores e outros animais, ligados a tubos coletores, e estes ao sistema geral de escoamento, dotado de
canalização e instalações para a retenção de gorduras, resíduos e corpos flutuantes, bem como de dispositivo para depuração
artificial e sistema adequado de tratamento de resíduos e efluentes, compatível com a solução escolhida para a destinação
final;
XII - dispor de rouparia, vestiário, banheiros, privadas, mictórios, refeitórios e demais dependências
necessárias, em número proporcional ao pessoal: privadas e chuveiros - 1 (um) para cada 20 (vinte) operários,
completamente isoladas das dependências onde são beneficiados produtos destinados à alimentação humana;
XIII - as áreas de circulação de veículos, pessoas e de secagem de produtos deverão ser livres de poeira,
lama ou qualquer outro poluente;
XIV - dispor de sede para a inspeção permanente que compreenderá: sala de trabalho, arquivos, vestiários,
banheiros e instalações sanitárias;
XV - possuir telas removíveis ou equipamentos que impeçam a entrada de insetos, em todas as aberturas de
comunicação com o exterior, nas salas onde se elaboram produtos comestíveis;
XVI - dispor, nos locais de acesso às dependências de manipulação de comestíveis, de lavatório para
higienização das mãos e das botas dos operários;
XVII - dispor de depósitos adequados para ingredientes, embalagens, continentes ou qualquer outro material
que tenha contato direto com produtos comestíveis, separados completamente dos depósitos de outros materiais;
XVIII - nenhuma dependência de manipulação de produtos deverá ter área inferior a 10 m2 (dez metros
quadrados) e devem ser mantidas em perfeitas condições de higiene, antes, durante e após os trabalhos industriais,
diariamente, usando apenas produto previamente aprovado pela inspeção estadual;
XIX - dispor de funcionários habilitados, em número suficiente à elaboração dos produtos, devidamente
uniformizados, conforme a necessidade do serviço. Os funcionários deverão portar carteira de saúde e manter hábitos
higiênicos durante os trabalhos.
Parágrafo único - É proibido cuspir, escarrar, fumar ou fazer refeições em qualquer dependência onde se
manipulam produtos, bem como depositar objetos estranhos ao serviço nessas dependências.
CAPÍTULO I
Carnes e derivados
SEÇÃO I
Classificação de Estabelecimentos
I - matadouro;
§ 2º - Entende-se por “fábrica de produtos cárneos” o estabelecimento que industrialize a carne de variadas
espécies de açougue, sem sala de matança anexa, dotado ou não de instalações de frio industrial e aparelhagem adequada
para o preparo de subprodutos não comestíveis.
§ 5º - Entende-se por “fábrica de produtos não comestíveis” o estabelecimento que manipula matérias-
primas e resíduos animais de várias procedências, depois de desnaturados ou esterilizados, para preparo exclusivo de
produtos não utilizados na alimentação humana.
Art. 68 - Entende-se por “animais de açougue” aqueles que se destinem, rotineiramente, ao abate em
matadouro, com a finalidade de obtenção de carnes e derivados, compreendendo os bovídeos, equídeos, suínos, caprinos,
coelhos. Inclui-se nesse conceito as aves e animais silvestres criados em cativeiro.
SEÇÃO II
Classificação de Produtos
Subseção I
Produtos comestíveis
Art. 69 - Entende-se por “carne de açougue” as massas musculares maturadas ou não e demais tecidos que
as acompanham, incluindo ou não a base óssea correspondente, procedente de animais abatidos sob inspeção veterinária.
§ 1º - Será considerada “fresca” a carne dos animais de açougue, obtida imediatamente após o abate, sem
sofrer nenhum tratamento.
§ 2º - Será considerada “resfriada” a carne dos animais de açougue submetida ao tratamento pelo frio
industrial e que esteja com temperatura entre 0º C (zero grau centígrado) e 10º C (dez graus centígrados).
§ 3º - Será considerada “congelada” a carne dos animais de açougue submetida ao tratamento pelo frio
industrial e que esteja com temperatura interna abaixo de - 5º C (menos de cinco graus centígrados).
Art. 70 - Entende-se por “miúdos” os órgãos e vísceras dos animais de açougue, usados na alimentação
humana, além dos pés, mãos e cauda.
Art. 71 - Entende-se por “glândulas” as glândulas de secreção interna dos animais de açougue que poderão
ser destinadas para fins comestíveis e não comestíveis.
Art. 72 - Entende-se por “carcaça” o animal abatido, formado das massas musculares e ossos, desprovido da
cabeça, mãos e pés, cauda, pele, órgãos e vísceras torácica e abdominal, tecnicamente preparado.
§ 2º - A carcaça dividida ao longo da coluna vertebral dá as “meias carcaças” que, subdivididas por um corte
entre duas costelas, variável, segundo hábitos regionais, dão os quartos “anteriores” ou “dianteiros” e “posteriores” ou
“traseiros”.
Art. 73 - Entende-se por “frescal” os produtos cárneos colocados no comércio sem sofrer qualquer processo
de maturação. O período para comercialização será específico para cada produto, aprovado previamente pela inspeção.
Art. 74 - Entende-se por “curado” os produtos cárneos em cujo processo de fabricação tenham sido
empregados mais de cura, entendendo-se como tal o cloreto de sódio, os nitratos e os nitritos.
Parágrafo único - O teor de nitrito no produto final não poderá ultrapassar 200 ppm (duzentas partes por
milhão).
Art. 75 - Entende-se por “salgado” os produtos preparados com carnes ou órgãos comestíveis, tratados pelo
sal (cloreto de sódio) ou misturas de sal, açúcar, nitratos, nitritos e condimentos, com agentes de conservação e
caracterização organoléptica.
Art. 76 - Entende-se por “defumados” os produtos que, após o processo de cura, são submetidos à
defumação para lhes dar cheiro e sabor característicos, além de um maior prazo de vida comercial, por desidratação parcial.
§ 2º - A defumação deve ser feita em estufas construídas para essa finalidade e realizada com a queima de
madeiras não resinosas, secas e duras.
Art. 77 - Entende-se por “dessecados” os produtos preparados com carnes ou órgãos comestíveis, curados
ou não, e submetidos à desidratação mais ou menos profunda.
Art. 78 - Entende-se por “charque”, sem qualquer outra especificação, a carne bovina salgada e dessecada.
§ 1º - Quando a carne empregada não for de bovino, depois da designação “charque”, deve esclarecer a
espécie de procedência.
§ 3º - O charque não deve conter mais de 45% (quarenta e cinco por cento) de umidade na porção muscular,
nem mais de 15% (quinze por cento) de resíduo mineral fixo total, tolerando-se até 5% (cinco por cento) de variação.
Art. 79 - Entende-se por “embutido” todo produto elaborado com carne ou órgãos comestíveis, curado ou
não, condimentado, cozido ou não, defumado ou não, dessecado ou não, tendo como envoltório, tripa, bexiga ou outra
membrana animal, natural ou artificial, desde que aprovado pela inspeção.
§ 1º - Os embutidos não podem conter mais de 5% (cinco por cento) de amido ou fécula, adicionados para
dar melhor liga à massa. As salsichas só poderão conter no máximo 2% (dois por cento) dessas substâncias.
§ 4º - No caso de embutidos cozidos, a percentagem de água ou gelo não deve ultrapassar a 10% (dez por
cento) do total dos componentes.
§ 5º - No caso de embutidos cozidos e enlatados, não se levará em conta a percentagem de água ou gelo
adicionados, devendo, no entanto, o produto final, antes do enlatamento, se enquadrar na relação água/proteína prevista
neste artigo. O cálculo será feito sobre o produto pronto, pela relação 3,5 (três e meio) de água para 1 (um) de proteína (fator
6.25).
Art. 80 - Entende-se por “bacon” ou por “barriga defumada” o corte da parede torácico-abdominal do suíno,
que vai do esterno ao púbis, com ou sem costelas, com seus músculos, tecido adiposo e pele, convenientemente curado e
defumado.
Art. 81 - Entende-se por “conserva” todo produto elaborado com carne ou órgãos comestíveis de animais de
açougue, curados ou não, adicionados ou não de ingredientes, embalado hermeticamente, submetido a tratamento térmico
sob pressão.
Art. 82 - Entende-se por “presunto”, seguido das especificações que couberem, o produto obtido com pernil
de suínos.
Art. 83 - Entende-se por “paleta”, seguido das especificações que couberem, o produto obtido com o
membro dianteiro de suínos.
Art. 84 - Entende-se por “apresentado” o produto elaborado com o recorte de pernil ou paleta de suíno,
transformado em massa, condimentado, enlatado ou não, e submetido a tratamento térmico.
Art. 85 - Entende-se por “fiambre” o produto obtido de carnes bovinas ou suínas, de massa moída ou
cominutada, condimentada, curada e submetida a tratamento térmico.
Art. 86 - Entende-se por “pasta” o produto elaborado com carne ou órgão e vísceras de animais de açougue,
reduzidos a massa, condimentado, adicionado ou não de farináceo e gordura, e submetido a tratamento térmico sob pressão.
Art. 87 - Entende-se por “morcela” o embutido contendo principalmente sangue, adicionado de toucinho
moído ou não, condimentado e convenientemente cozido.
§ 1º - A inspeção só permitirá o preparo de embutidos de sangue, quando a matéria prima for colhida
isoladamente de cada animal e em recipiente separado, rejeitando o sangue procedente dos que venham a ser considerados
impróprios para o consumo.
Art. 88 -Entende-se por “gordura bovina” o produto obtido pela fusão de tecidos adiposos de bovino, tanto
cavitários (visceral, mesentérico, mediastinal, peri-renal e pélvico), como de cobertura (esternal, inguinal e subcutâneo)
previamente lavados e triturados.
§ 1º - Somente com a extração da estearina, o produto definido neste artigo pode ser destinado a fins
comestíveis (oleína).
Art. 89 - Entende-se por “banha” o produto obtido pela fusão exclusiva de tecidos adiposos frescos de
suínos, inclusive quando procedentes de animais destinados a aproveitamento condicional pela inspeção, em autoclaves sob
pressão, em tachos abertos de dupla parede, em digestores a seco, ou por outro processo aprovado pela inspeção estadual, e
submetido à sedimentação, filtração e eliminação de umidade.
§ 1º - Permite-se para o produto referido neste artigo a cristalização de gordura em batedores abertos de
dupla parede, com circulação de água fria ou de outro processo adequado.
§ 3º - Quando, além dos tecidos adiposos, forem a submetidos a fusão outros tecidos (ossos, pés, bochechas,
lábios, focinhos, rabos, traquéias, esôfagos, torresmos), será chamada “banha comum”.
Art. 90 - Entende-se por “unto fresco” ou “gordura de porco em rama” a gordura cavitária dos suínos, tais
como as porções adiposas do mesentério visceral, do envoltório dos rins e de outras vísceras, devidamente prensadas.
Art. 91 - Entende-se por “toucinho” o panículo adiposo dos suínos com a pele.
Art. 92 - Entende-se por “composto” o produto obtido pela mistura de gorduras e óleos comestíveis de
origem animal e vegetal.
§ 1º - Será chamada por “composto de gordura bovina”, quando óleos vegetais forem associados à oleína na
proporção mínima de 25% (vinte e cinco por cento).
§ 2º - Será chamado de “composto de gordura suína”, quando a banha entrar em quantidade não inferior a
30% (trinta por cento).
§ 3º - Será chamado “composto vegetal”, quando aos óleos vegetais se adicione oleína em proporção inferior
a 25% (vinte e cinco por cento).
§ 4º - Será chamado “composto para confeitaria”, quando se misturar gorduras e óleos comestíveis,
hidrogenados ou não, com ponto de fusão máximo de 47% (quarenta e sete por cento).
Art. 93 - Entende-se por “hamburguer”o produto elaborado com carne bovina e/ou ave, moída, adicionada de
agente de liga, condimentada, curada ou não.
Parágrafo único - Da embalagem deverá constar, obrigatoriamente, a espécie de que se originou a carne.
Art. 94 - Os ligamentos, tendões e vergas, tão prontamente quanto possível, devem ser submetidos a
congelamento, dessecados ou convenientemente tratados por água de cal ou ainda por processo aprovado pela inspeção
estadual.
Subseção II
Art. 95 - São classificados como produtos não comestíveis ou subprodutos aqueles obtidos de matérias-
primas impróprias para a alimentação humana, mas com características adequadas ao seu posterior aproveitamento na
alimentação de animais ou ainda em outros tipos de indústrias.
Art. 96 - Entende-se por “farinha de carne” o subproduto obtido pelo cozimento de restos de carnes, de
recortes e aparas diversas, bem como de carcaças, parte de carcaças e órgãos rejeitados pela inspeção, a seguir
desengordurados e triturados. Esse subproduto deverá Ter no mínimo 65% (sessenta e cinco por cento) de proteínas.
Art. 97 Entende-se por “farinha de sangue” o subproduto industrial obtido pelo cozimento a seco do sangue e
posteriormente triturado. Esse subproduto deverá Ter no mínimo 80%(oitenta por cento) de proteínas.
Art. 98 - Entende-se por “farinha de ossos crus” o subproduto seco e triturado, resultando do cozimento na
água, em tanques abertos, de ossos inteiros, após a remoção de gorduras e do excesso de outros tecidos. Esse subproduto
deverá Ter no mínimo 40% (quarenta por cento) de fosfato.
Art. 99 - Entende-se por “farinha de ossos autoclavados” o subproduto obtido pelo cozimento de ossos em
vapor sob pressão, secado e triturado. Esse subproduto deverá Ter no mínimo 55% (cinquenta e cinco por cento) de cinzas.
Art. 100 - Entende-se por “farinha de ossos degelatinizados” o subproduto seco e triturado, obtido pelo
cozimento de ossos, após a remoção de gordura e outros tecidos, em vapor sob pressão, resultante do processamento para
obtenção de cola e ou/gelatina. Esse subproduto deverá Ter no mínimo 65% (sessenta e cinco por cento) de fosfato de cálcio.
Art. 101 - Entende-se por “farinha de ossos calcinados” o subproduto resultante da queima de osso em
recipiente aberto ou fechado, devidamente triturado, devendo conter no mínimo 15% (quinze por cento) de fosfato.
Art. 102 - Entende-se por “farinha de carne e ossos” o subproduto seco e triturado, obtido pelo cozimento a
seco de recortes em geral, aparas, resíduos e limpeza decorrentes das operações nas diversas seções: ligamentos, mucosas,
fetos e placentas, orelhas e ponta de cauda; órgãos não comestíveis ou órgãos e carnes rejeitadas pela inspeção estadual,
além de ossos diversos. Esse subproduto deverá Ter no mínimo 40% (quarenta por cento) de proteínas.
Art. 103 - Entende-se por “adubo” todo e qualquer subproduto que se preste como fertilizante depois de
cozido, seco e triturado.
Parágrafo único - Estes subprodutos devem ser sempre submetidos a uma temperatura mínima de 115° C a
125° C (cento e quinze e cento e vinte e cinco graus centígrados), pelo menos por uma hora, quando elaborados por
aquecimento a vapor e a uma temperatura mínima de 105° C (cento e cinco graus centígrados), pelo menos por quatro horas,
quando pelo tratamento a seco.
Art. 104 - Entende-se por “ tancagem” o resíduo de cozimento de matérias-primas em autoclaves sob
pressão, seco e triturado.
Art. 105 - Entende-se por “ cracking” o resíduo das matérias-primas trabalhadas em digestores, a seco, antes
de sua passagem pelo moínho.
Art. 106 - Entende-se por “bili concentrada” o subproduto resultante de evaporação parcial da bile fresca.
Este subproduto deverá Ter no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) de umidade e no mínimo 40% (quarenta
por cento) de ácidos biliares totais.
Parágrafo único - Permite-se a adição de conservadores à bile, depois de filtrada, quando o estabelecimento
não tenha interesse em concentrá-la.
Art. 107 - Entende-se por “óleo de mocotó” o subproduto extraído das extremidades ósseas dos membros de
bovinos, depois de retirados os cascos, após o cozimento em tanques abertos ou em autoclaves sob pressão, separado por
decantação e posteriormente filtrado ou centrifugado em condições adequadas.
Art. 108 - Entende-se por “chifre” a camada córnea dos chifres dos bovinos.
Art. 109 - Entende-se por “sabugo do chifre” a base da inserção da camada córnea.
Art. 110 - Entende-se por “casco” a camada córnea que recobre a extremidade dos membros.
Art. 111 - Os chifres e cascos, depois de dessecado pelo calor e triturados, constituem a “farinha de chifres”
ou “farinha de cascos” ou ainda a “farinha de cascos e chifres”, quando misturados.
Art. 112 - As cerdas, crinas e pêlos serão lavados em água corrente, submetidos a tratamento em água
quente e a seguir devidamente secados.
Art. 113 - Entende-se por “sebo”, o subproduto gorduroso não comestível, obtido pela fusão de partes e
tecidos não empregados na alimentação humana, bem como de carcaças, órgãos e vísceras rejeitados pela inspeção.
Art. 114 - Os produtos gordurosos, não comestíveis, serão desnaturados pelo emprego de fluoresceína,
brucina e óleos minerais, de acordo com instruções da inspeção.
SEÇÃO III
Art. 115 - Os estabelecimentos de carnes e derivados, devem satisfazer mais as seguintes condições:
I - estar localizado em área suburbana ou rural, dispor de suficiente “pé direito” nas salas de matança, de
modo a permitir a instalação da trilhagem aérea com um mínimo de 4 m (quatro metros) de altura;
II - dispor de currais com área de 2,5 m² por cabeça bovina e pocilgas cobertas com área de 1,20 m² por
cabeça suína, convenientemente pavimentadas, providas de bebedouros e distantes no mínimo 20m (vinte metros) dos locais
onde serão recebidos, manipulados ou preparados produtos utilizados na alimentação humana;
III - dispor, no caso de estabelecimento de abate, de meios que possibilitem a lavagem e a desinfecção dos
veículos utilizados no transporte dos animais;
IV - dispor, de acordo com a classificação do estabelecimento, de dependência de matança suficientemente
ampla para permitir o normal desenvolvimento das respectivas operações, com dispositivos que evitem o contato das
carcaças com o piso ou entre si, bem como o contato manual direto dos operários durante a movimentação das mesmas;
VII - dispor de equipamento, completo e adequado, tais como plataformas, mesas, carros, caixas, estrados,
lavatórios para mãos e bota, esterelizadores de serras, facas, ganchos, com água a temperatura mínima de 82º C e outros,
utilizados em quaisquer das fases de recebimento e industrialização da matéria-prima e do preparo de produtos, em número
suficiente e construídos com material quem permita fácil e perfeita higienização;
VIII - possuir dependências ESPECÍFICAS para higienização de carretilhas e/ou balacins, carros, gaiolas,
bandejas e outros componentes de acordo com a finalidade do estabelecimento;
X - em caso de aves e coelhos a recepção deverá ser feita em plataformas cobertas, protegidas da incidência
direta de raios solares e as operações de sangria, esfola, evisceração e preparo de carcaça, com os animais suspensos pêlos
pés ou cabeças;
XI - as operações de sangria, depenagem e esfola no caso de aves e coelhos, devem ser feitas em
dependências separados e exclusivas;
XII - dispor de recipientes apropriados em cor vermelha que possam ser totalmente fechados, destinados
unicamente ao transporte de matérias-primas e produtos condenados, dos quais constem, em caracteres bem visíveis, a
palavra “C O N D E N A D O “;
XIII - quando necessário, deverá dispor de câmaras frigoríficas de refrigeração com temperatura máxima de
4º C (quatro graus centígrados) e de congelamento e estocagem com o mínimo de -17º (menos de dezessete graus
centígrados);
XIV - deverá dispor de local adequado, exclusivo, destinado à estocagem de material impróprio ao consumo
humano e condenado, desde que sejam recolhidos ao final dos trabalhos e transportados para uma graxaria. Os produtos
condenados deverão ser inutilizados e desnaturados pela inspeção estadual;
XV - deverá dispor de locais e equipamentos próprios para inspeção de cabeças, vísceras, carcaças e
inspeção final.
SEÇÃO IV
Critérios de julgamento
I - liberados - os que não apresentarem nenhuma nocividade ao consumo humano, característicos de fraude
ou alteração de composição;
III - condenados -os que não se prestarem, sob nenhuma forma, ao consumo humano.
I - tratamento pelo frio - submetido a temperatura e tempo adequados, conforme necessidade de cada caso;
II - salga - submetido a tratamento pelo sal ( cloreto de sódio), de forma seca ou úmida, por tempo e
temperatura adequados, conforme necessidade de cada caso;
III - salsicharia - serão destinados para esse fim, carcaças, meia carcaças, quartos, cortes e recortes
impróprios à comercialização pela sua aparência, porém, aptas ao consumo humano;
IV - esterilização - submetido a tempo e temperatura adequados a cada produto, de forma a eliminar todo e
qualquer microorganismo porventura existente.
Art. 118 - Os produtos ou matérias-primas condenados, poderão ser destinados a alimentação animal ou
elaboração de subprodutos não comestíveis, após desnaturação ou esterilização pelo calor.
SUBSEÇÃO I
INSPEÇÃO
Art. 119 - Todos os animais destinados ao abate deverão ser examinados quando da entrada no
estabelecimento , ocasião em que serão verificados os documentos de procedência e as condições de saúde do lote.
Art. 120 - Os animais a serem abatidos deverão sofrer um período de descanso, jejum e dieta hídrica, nos
currais do estabelecimento, por um período nunca inferior a 6 (seis) horas para bovinos, suínos e eqüinos e 2 (duas ) horas
para aves e pequenos animais.
Art. 121 - Durante todo o período que os animais permanecerem no estabelecimento, deverão ser tomadas
medidas adequadas que evitem maus tratos, desde o momento do desembarque, sendo proibida a utilização de instrumentos
pontiagudos ou quaisquer outros, capazes de causar danos.
Art. 122 - Deverão ser abatidos em separados ou animais que na inspeção “ante-mortem” demonstrarem:
I - Caquexia;
§ 2º - Após o abate dos animais previstos no inciso 3 (três) deste artigo, as instalações e equipamentos do
estabelecimento deverão ser convenientemente desinfectados, com métodos e substâncias apropriadas, conforme instruções
da inspeção.
Art. 123 - Todo estabelecimento de abate, deverá Ter instalações próprias para retenção de animais que
necessitem de tempo para comprovação de diagnóstico ou liberação para o abate.
Art. 124 - Os animais que chegarem mortos ou que forem encontrados mortos nos currais, serão
considerados impróprios para o consumo humano.
Parágrafo único - Estes animais, a juízo da inspeção estadual, poderão ser necropsiados em instalações
adequadas.
Art. 125 - Sempre que necessário será ordenado o abate imediato de animais agonizantes, com fraturas
confusão generalizada, hemorragia, decúbito forçado, sintomas nervoso e outros estados, a juízo da inspeção.
Parágrafo único - Este abate, deverá ser feito sempre na presença da inspeção que se baseará no exame
“ante” e “post-mortem” para destinação das carnes.
Art. 126 - Animais que tenham morte acidental, nas dependências do estabelecimento, desde que
imediatamente sangrados e eviscerados, poderão ser aproveitados, a juízo da inspeção.
Subseção II
Inspeção “Post-Mortem”
Art. 127 - O sacrifício de animal de açougue deverá ser feito por sangria, efetuada através de incisão dos
grandes vasos do pescoço, permitindo-se, nos casos dos suínos, a punção direta no coração, não sendo permitida a utilização
de processo que não provoque a efusão de sangue.
Parágrafo único - Antes da sangria deverá ser feita a insensibilização dos animais, através de métodos
mecânico (concussão cerebral), elétrico ou outros aprovados pela inspeção.
Art. 128 - A sangria deverá ser feita, sempre, com o animal pendurado pêlos membros traseiros.
Art. 129 - As eviscerações torácica e abdominal deverão ser feitas o mais rápido possível, na presença da
inspeção, mantendo perfeita identificação das vísceras com a carcaça, até a liberação de todas as peças.
§ 1º - Antes da evisceração deverão ser retirados: a pele, os pêlos ou as penas dos animais abatidos, através
de fluxos e métodos aprovados pela inspeção.
§ 2º - A cabeça, quando destacada do corpo, deve ser marcada para permitir fácil identificação, com as
respectivas carcaças e vísceras.
Art. 130 - Na inspeção “post-mortem” serão examinados e observados todos os órgãos e tecidos, com
palpação e apreciação de seus caracteres externos, incisão dos nodos linfáticos correspondentes e, sempre que necessário,
incisão dos parênquimas dos órgãos.
Art. 131 - Toda carcaça, partes de carcaça e órgãos com lesão ou anormalidade que possam torná-los
impróprios para o consumo, devem ser convenientemente assinalados pela inspeção estadual e diretamente conduzidos ao
“Departamento de Inspeção Final”, onde serão julgados, após exame completo.
Parágrafo único - Essas peças poderão ser recolhidas a um “ Departamento de Sequestro”, sob custódia da
inspeção, a fim de aguardar exame e destinação.
Art. 132 - Abcessos e lesões supuradas - Carcaças, partes de carcaça ou órgãos atingidos de abcesso ou
lesões supuradas, devem ser julgados pêlos seguintes critérios:
I - quando a lesão é externa, múltipla ou disseminada de modo a atingir grande parte da carcaça, esta deve
ser condenada;
II - carcaças ou partes de carcaça que se contaminarem acidentalmente com pus serão também
condenadas;
III - abcesso ou lesões supuradas localizadas podem ser removidos e condenados apenas os órgãos e partes
atingidas;
IV - serão ainda condenadas as carcaças com alterações gerais (emagrecimento, anemia e icterícia),
decorrentes de processo purulento.
Art. 133 - Actínomicose e actínobacilose - Devem ser condenadas as carcaças que apresentem lesões
generalizadas de actínomicos ou actínobacilose.
I - quando as lesões são localizadas, sem complicações secundárias e o animal se encontra em boas
condições de nutrição. Neste caso a carcaça deve ser aproveitada depois de removidas e condenadas as partes atingidas;
II - são condenadas as cabeças com lesões de actínomicose, exceto, quando a lesão maxilar é discreta,
estritamente localizada, sem supuração ou trajetos fistulosos;
III - quando a actínomicose é discreta ou limitada à língua, afetando ou não os nodos linfáticos
correspondentes, a cabeça pode ser aproveitada, depois da remoção e condenação a língua e seus nodos.
Art. 134 - Adenite - As adenites localizadas implicam em rejeição da região que drena a linfa para os nodos
atingidos.
Art. 135 - Animais novos - Serão condenadas as carcaças de animais novos, nos seguintes casos:
I - quando a carne tiver aparência aquosa, flácida, dilacerando-se com facilidade, podendo ser perfurada sem
dificuldade;
III - quando a gordura peri-renal estiver edematosa, de cor amarelo-sujo ou de um vermelho acizentado,
mostrando apenas algumas ilhotas de gorduras.
Art. 136 - Asfixia - Todos os suínos que morrerem asfixiados, seja qual for a causa, bem como os que caírem
vivos no tanque de escaldagem, serão condenados.
Art. 137 - Aspirações - Devem ser condenados os pulmões que apresentem aspirações de sangue ou
alimentos.
Art. 138 - Broncopneumonia verminótica - Devem ser condenados os pulmões que apresentem localizações
parasitárias, sem reflexo sobre a musculatura.
Art. 139 - Brucelose - Devem ser condenadas as carcaças com lesões extensas de brucelose.
Parágrafo único - Nos casos de lesões localizadas, encaminham-se as carcaças à esterilização pelo calor,
depois de removidas e condenadas as partes atingidas.
Art. 141 - Carbúnculo hemático - Animais que sejam diagnosticados como portadores de carbúnculo
hemático, deverão Ter condenação total, com destruição inclusive de pêlos, chifres, cascos, peles, vísceras, não podendo ser
sangrados ou eviscerados.
Parágrafo único - Quando o reconhecimento ocorrer depois da evisceração, a matanças deverá ser
interrompida imediatamente, promovendo-se a limpeza e a desinfecção de todos os locais e equipamentos que possam Ter
tido contato com resíduos dos animais. Após a aplicação dos desinfetantes deverá ser feita lavagem com água corrente e
emprego de vapor. O pessoal que manipulou o material infectado, também deverá lavar braços e mãos com uma solução
desinfetante e procurar o serviço médico imediatamente.
Art. 142 - Carnes fermentadas (carnes febris) - Devem ser condenadas as carcaças de animais que
apresentem alterações musculares acentuadas e difusa, bem como quando exista degenerescência do miocárdio, fígado, rins
ou reações do sistema linfático, acompanhada de alterações musculares.
§ 1º - Também são condenadas as carcaças em início de processo putrefativo, ainda que, em área muito
limitada.
§ 2º - A rejeição será também total, quando o processo coexistia com lesões inflamatórias de origem gástrica
ou intestinal e, principalmente, quando se tratar de vitelos, suínos e eqüinos.
Art. 143 - Carnes hidrêmicas - Serão condenadas as carcaças de animais que apresentem infiltrações
edematosas dos parênquimas ou do tecido conjuntivo.
Art. 144 - Carnes magras - Animais magros, livres de qualquer processo patológico, podem ser destinados ao
aproveitamento condicional (conserva ou salsicharia).
Art. 145 - Carnes repugnantes - São assim consideradas e condenadas as carcaças que apresentem mau
aspecto, coloração anormal ou que exalem odores medicamentosos, excrementiciais, sexuais e outros considerados
anormais.
Art. 146 - Carnes sanguinolentas - Serão condenadas as carcaças, desde que a alteração seja consequência
de doenças do aparelho digestivo.
Art. 147 - Cenuroses - São condenados unicamente os órgãos atingidos (cérebro ou medula espinhal).
Art. 148 - Cirrose hepática - Os fígados com cirrose atrófica ou hipertrófica devem ser condenados, exigindo-
se neste caso, rigoroso exame do animal, no intuito de se eliminar a hipótese de doenças infecto-contagiosas.
Parágrafo único - São também condenados os fígados com cirrose, decorrente de localização parasitária.
Art. 149 - Cisticercoses - Serão condenadas as carcaças com infestações intensas de “Cysticercus”,
(“cysticercus bovis”), “cysticercus cellulosae”, “cysticercus ovis”), ou quando a carne é aquosa ou descorada.
§ 2º - Sendo diagnosticada cisticercose nas linhas rotineiras de inspeção, deverão ser examinados, através
de incisões e palpações nas partes musculares, a cabeça, a língua, o coração, o diafragma e seus pilares, o esôfago, o
pescoço e a paleta. O achado de um ou mais cistos neste exame, ocasionará a condenação dos órgãos lesionados e a
destinação da carcaça a tratamento pelo frio artificial por 15 (quinze) dias à temperatura de - 10º C (menos dez graus
centígrados).
§ 3º - As carcaças e vísceras, citadas no parágrafo anterior, poderão também ser destinadas à salga seca ou
úmida, a qualquer momento, sua identificação e reconhecimento, ou destinadas à esterelização pelo calor.
Art. 150 - Coloração anormal - Serão condenadas as carcaças ou órgãos que apresentarem coloração
anormal.
Art. 151 - Congestão - Serão condenados os órgãos que se apresentarem congestos ou hemorrágicos.
Art. 152 - Contaminação - As carcaças, partes de carcaças e órgãos que se contaminarem durante a
evisceração ou em qualquer outra fase dos trabalhos, devem ser condenados.
§ 1º - Serão também condenadas as carcaças, partes de carcaças, órgãos ou qualquer outro produto
comestível que se contamine por contato com o piso ou de qualquer outra forma, desde que não seja possível uma limpeza
completa;
§ 2º - Nos casos do parágrafo anterior, o material contaminado pode ser destinado à esterilização pelo calor,
a juízo da inspeção, tendo-se em vista a limpeza praticada.
Art. 153 - Contusão - As carcaças de animais que apresentarem contusão generalizada devem ser
condenadas.
Parágrafo único - Nos casos de contusão localizada, o aproveitamento deve ser condicional (salga, salsicharia
ou conserva), a juízo da inspeção, depois de removidas e condenadas as partes atingidas.
Art. 154 - Degeneração gordurosa - Determina a rejeição do órgão, quando não possam ser retiradas as
partes lesadas, desde que não ligadas a processo patológico geral.
Art. 155 - Dermatoses - Desde que a musculatura se apresente normal, poderão ser aproveitadas, para o
consumo, as carcaças e órgãos, depois de removidas e condenadas as partes afetadas.
Art. 156 - Distomatose - As carcaças de animais portadores de distomatose hepática devem ser condenadas
quando houver caquexia.
Art. 157 - Edema - Devem ser condenadas as carcaças que , no exame “post-mortem”, demonstrem edema
generalizado.
Parágrafo único - Nos casos discretos e localizados, basta que se removam e se condenem as partes
atingidas.
Art. 158 - Enfisema cutâneo - Deve ser condenada a carcaça, sempre que o enfisema cutâneo resulte de
doenças orgânicas ou infecciosas.
Parágrafo único - Nos casos limitados, basta condenar as regiões atingidas, inclusive a musculatura
adjacente.
Art. 159 - Enfisema pulmonar - Devem ser condenados os pulmões que apresentem enfisemas, sem reflexo
sobre a musculatura.
Art. 160 - Equinococose - Podem ser liberadas as carcaças de animais portadores de equinococose, desde
que, concomitantemente, não haja caquexia.
§ 2º - Fígados portadores de uma ou outra lesão de equinococose periférica, calcificada e bem circunscrita,
podem Ter aproveitamento condicional, a juízo da inspeção, após remoção e condenação das partes atingidas.
Art. 161 - Esofagostomose - As carcaças de animais portadores de esofagostomose, sempre que haja
caquexia, devem ser condenadas.
Parágrafo único - Os intestinos ou partes de intestino podem ser aproveitados, desde que os nódulos sejam
em pequeno número e/ou possam ser extirpados.
Art. 162 - Estefanurose - As lesões de gordura peri-renal provocadas pelo “Stephanurus dentatus” implicam
na eliminação das partes alteradas, devendo-se entretanto, todas as vezes que for possível, conservar os rins aderentes à
carcaça.
Art. 163 - Euritrematose - São condenados os “pâncreas” infestados pelo “Euritrema coelomaticum”.
Art. 164 - Gestação- As carcaças de animais em gestação adiantada ou que apresentem sinais de parto
recente, devem ser destinadas à esterilização, desde que não haja evidências de infecção.
§ 2º - A fim de atender hábitos regionais, a inspeção pode autorizar a venda de fetos bovinos desde que
demonstrem desenvolvimento superior a 7 (sete) meses, procedam de vacas sãs e apresentem bom estado sanitário.
§ 3º - É proibida a estocagem de fetos, bem como o emprego de sua carne na elaboração de embutidos e
enlatados.
§ 4º - Quando houver aproveitamento de peles de fetos, sua retirada deve ser feita na graxaria.
§ 1º - Nos casos de lesões já completamente cicatrizadas, as línguas podem ser destinadas à salsicharia,
para aproveitamento, após cozimento e retirada do epitélio.
Parágrafo único - Em caso de a lesão coexistir com outras alterações, a carcaça também deve ser
condenada.
Art. 167 - Icterícia - Devem ser condenadas as carcaças que apresentem coloração característica de icterícia
(amarelo-intenso ou amarelo esverdeado na gordura, tecido conjuntivo, ossos e túnica interna dos vasos).
§ 1º - Quando tais carcaças não revelarem caracteres de infecção ou intoxicação e venham a perder a cor
anormal após a refrigeração, podem ser destinadas ao consumo.
§ 2º - Quando, no caso do parágrafo anterior, as carcaças conservarem a sua coloração depois de resfriadas,
podem ser destinadas ao aproveitamento condicional, a juízo da inspeção.
§ 3º - Nos casos de coloração amarela somente na gordura de cobertura, quando a musculatura e vísceras
são normais e o animal se encontra em bom estado de engorda, com gordura muscular brilhante, firme e de odor agradável,
a carcaça pode ser dada ao consumo.
§ 4º - O julgamento de carcaças com tonalidade amarela ou amarelo-esverdeado será sempre realizado com
luz natural.
§ 5º - Sempre que houver necessidade, a inspeção lançara mão de provas de laboratório, tais como a
“reação de Diazzo”, para a gordura e sangue, e a “reação de Grimbert”, para a urina.
Art. 168 - Infarto - A presença da lesão de infarto implica estabelecer se está ou não ligada a doenças infecto-
contagiosas.
Art. 169 - Ingestão de produtos tóxicos - As carcaças provenientes de animais sacrificados, após a ingestão
de produtos tóxicos, acidentalmente ou em virtude de tratamento terapêutico, incidem em rejeição total.
Art. 170 - Lesões cardíacas - Devem ser condenados os corações com lesões de miocardite e endocardite.
Parágrafo único - Os corações com linfangiectasia podem Ter aproveitamento condicional na salsicharia.
Art. 171 - Lesões renais - A presença de lesões renais implica em estabelecer se estão ou não ligadas a
doenças infecto-contagiosas.
Art. 172 - Linfadenite caseosa _ Nos casos de linfadenite caseosa serão obedecidos os seguintes critérios:
II - São condenadas também as carcaças de animais gordos, quando as lesões são numerosas e extensas;
III - podem ser aproveitadas, para o consumo, as carcaças de animais magros com lesões discretas das
glândulas e das vísceras, após remoção e condenação das partes atingidas;
IV - podem igualmente ser aproveitadas, para consumo, as carcaças de animais gordos, revelando lesões
pronunciada das vísceras, desde que só existam lesões discretas noutras partes, como também aquelas com lesões
pronunciadas confinadas aos nodos linfáticos, associadas a lesões discretas de outra localização;
V - carcaças de animais magras, mostrando lesões bem pronunciadas das vísceras, acompanhadas de lesões
discretas de outras partes, como também as que mostram lesões pronunciadas dos nodos linfáticos ao lado de outras lesões
discretas, podem ser esterilizadas pelo calor após remoção e condenação das partes atingidas;
VI - carcaças de animais gordos com lesões pronunciadas das vísceras e dos nodos linfáticos são também
esterilizadas pelo calor, após remoção e condenação das partes atingidas.
Art. 173 - Miiases - São condenadas as regiões ou órgãos invadidos por larvas.
Parágrafo único - Quando a infestação já determinou alterações musculares, com mau cheiro nas regiões
atingidas, a carcaça deve ser julgada de acordo com a extensão da alteração, removendo-se e condenando-se, em todos os
casos, as partes atingidas.
Art. 174 - Neoplasias - São condenadas as carcaças, partes de carcaças, ou órgãos que apresentem tumores
malignos, com ou sem metástase.
Parágrafo único - Quando o tumor de um órgão interno tenha repercussão, por qualquer modo, sobre o
estado geral do animal, a carcaça deve ser condenada, mesmo que não se tenha verificado metástase.
Art. 175 - Parasitas - Aspectose endoparasitoses, sem reflexos na musculatura, determinam condenação
apenas das partes ou órgãos atingidos, desde que seja possível retirá-los.
Art. 176 - Peste Suína - Serão condenadas as carcaças de suínos atingidos de peste suína.
§ 1º - Quando rins e nodos linfáticos revelem lesões duvidosas, mas se comprove lesão característica da
peste em qualquer outro órgão ou tecido, a condenação também é total.
§ 2º - Quando as lesões forem, de modo geral, discretas e circunscritas a um órgão ou tecido, inclusive aos
rins e nodos linfáticos, a carcaça será destinada à esterilização pelo calor, depois de removidas e condenadas as partes
atingidas. No estabelecimento onde não for possível esta providência, as carcaças devem ser condenadas.
Art. 177 - Putrefação - Na reinspeção de carne em natureza ou conservada pelo frio, deve ser condenada a
que apresentar qualquer alteração que faça suspeitar de processo de putrefação.
§ 2º - Sem prejuízo da apreciação dos caracteres organoléticos e de outras provas, a inspeção adotará o pH
6,0 e 6,4 (seis e seis e quatro décimos para considerar a carne ainda em condições de consumo.
Art. 178 - Sarcosporídiose -É condenada toda carcaça com infestação intensa de Sarcosporídius ou quando
existirem alterações aparentes da carne, em virtude de degenerescência cascosa ou calcária.
Art. 179 - Sarnas - As carcaças de animais portadores de sarnas em estado avançado, acompanhadas de
caquexia ou de reflexo sobre a musculatura, devem ser condenadas.
Parágrafo único - Quando a sarna é discreta e ainda limitada, a carcaça pode ser destinada ao consumo,
depois da remoção e condenação das partes afetadas.
Art. 180 - Teleangiectasia - maculosa do fígado ( angiomatose) - Nos casos desta afecção, obedecem-se às
seguintes normas:
II - liberação nos casos de lesões discretas, após remoção e condenação das partes atingidas.
Art. 181 -Toxinfecção alimentar - Todas as carcaças de animais doentes, cujo consumo possa causar
toxinfecção alimentar, devem ser condenadas, considerando-se como tais as que procedem de animais que apresentarem:
V - poliartrite;
VI - flebite umbilical;
VIII - qualquer inflamação aguda, abcesso ou lesão supurada associada a nefrite aguda, degenerescência
gordurosa do fígado, hipertrofia do baço, hiperemia pulmonar, hipertrofia generalizada dos nodos linfáticos e rubefação difusa
da pele.
Parágrafo único - Dependendo das características apresentadas, a carcaça poderá ser destinada à
esterilização pelo calor.
Art. 182 - Trinquinose - A inspeção fará retirar fragmentos dos seguintes músculos: pilar do diafragma, base
da língua e laringes, para pesquisa microscópica da “Trichinella spirallis”.
§ 1º - A inspeção pode também lançar mão de processo biológico para essa verificação.
§ 2º - Será condenada a carcaça que acuse presença de triquina, cabendo `a inspeção tomar as medidas
previstas no art. 117.
Art. 183 - Tuberculose - Deverão sofrer condenação total (carcaça e vísceras), os animais portadores de
tuberculose nos seguintes casos:
II - tuberculose miliar aguda caracterizada pela existência de múltiplas granulações cinzas ou diversas
tuberculoses miliares aproximadamente do mesmo desenvolvimento;
III - lesões tuberculosas, indicando colapso das defesas orgânicas, tais como: tuberculose generalizada nos
pulmões; tuberculose cascosa extensa em um órgão; tuberculose aguda exudativa da pleura, peritônio, pericárdio ou
meninges; tuberculose linfática hipertrofiante semi cascosa.
§ 1º - Serão liberadas as carcaças em qualquer outro caso de tuberculose, devendo ser retiradas e destruídas
as partes lesionadas. No caso de tuberculose óssea, exige-se a completa desossa e destruição do esqueleto, liberando-se
porém as porções musculares.
§ 2º - No caso de lesões discretas, a juízo da inspeção e após a retirada das partes lesionadas, a carcaça
pode ser destinada à esterilização pelo calor.
CAPÍTULO II
Leite e Derivados
SEÇÃO I
Classificação de Estabelecimentos
I - fazenda leiteira;
IV - usina de beneficiamento;
IV - entreposto de laticínios.
§ 1º Entende-se por “fazenda leiteira” o estabelecimento localizado na zona rural, destinado à produção ,
refrigeração, pasteurização e embalagem de leite para consumo.
§ 2º Entende-se por “posto de recebimento e refrigeração” o estabelecimento destinado ao recebimento de
creme ou de leite, onde podem ser realizadas operações de medição, pesagem, transvase, refrigeração, desnato e
estocagem.
§ 4º Entende-se por “usina de beneficiamento” o estabelecimento que tem por fim principal receber, filtrar,
refrigerar, pasteurizar, embalar e estocar higienicamente o leite destinado ao consumo humano, podendo também elaborar
produtos de laticínios.
SEÇÃO II
Classificação de Produtos
SUBSEÇÃO ÚNICA
Produtos Comestíveis
Art. 185 - Entende-se por “leite”, sem outra especificação, o produto normal, fresco, integral, oriundo de
ordenha completa e ininterrupta de fêmeas bovinas sadias.
Parágrafo único - Deverá constar a identificação da espécie, quando o leite não for de origem bovina.
Art. 186 - Denomina-se “gado leiteiro” todo rebanho explorado com a finalidade de produzir leite.
IV - densidade a 15º C (quinze graus centígrados), entre 1,028 (hum e vinte e oito milésimos) e 1,033 (hum e
trinta e três milésimos);
VI - extrato seco desengordurado - mínimo de 8,5% (oito e cinco décimos por cento);
VII - extrato seco total - mínimo de 11,5% (onze e cinco décimos por cento);
VIII - índice crioscópico - mínimo - 0,53º C (menos cinqüenta e três centésimos de graus centígrados);
IX - índice refratométrico no soro cúprico a 20º C (vinte graus centígrados) - não inferior a 37º ( trinta e sete
graus) Zeiis;
Parágrafo único - A composição média do leite das espécies caprinas, ovinas e outras, bem como as
condições de sua obtenção, serão determinadas quando houver produção intensiva desse produto, a nível estadual.
Art. 188 - Entende-se por “leite de retenção” o produto de ordenha, a partir do 30º ( trigésimo) dia antes da
parição.
Art. 189 - Entende-se por “colostro” o produto da ordenha obtido após o parto e enquanto estiverem
presentes os elementos que os caracterizem.
Art. 190 - Entende-se por “leite resfriado” aquele que foi submetido a frio industrial, tendo a sua temperatura
reduzida a 5º C (cinco graus centígrados), tolerando-se 10º C (dez graus centígrados) ao leite destinado às indústrias.
Art. 191 - Entende-se por “leite integral” aquele que não sofreu alteração no seu teor natural de gordura.
Parágrafo único - Quando for entregue ao consumo, deverá constar da rotulagem o teor mínimo de gordura.
Art. 192 - Entende-se por “leite padronizado” aquele que foi submetido a retirada parcial do seu teor natural
de gordura.
Parágrafo único - Deverá constar da rotulagem o teor mínimo de gordura a que o leite foi padronizado.
Art. 193 - Entende-se por “leite desnatado” aquele que foi submetido a retirada total do seu teor natural de
gordura.
Art. 194 - Entende-se por “leite pasteurizado” aquele submetido à ação do calor, com o fim de destruir
totalmente a flora bacteriana patogênica, sem alteração sensível da constituição física e do equilíbrio químico do leite, sem
prejuízo dos seus elementos bioquímicos, assim como de suas propriedades organoléticas normais.
§ 1º São permitidos os seguintes processos de pasteurização;
I - pasteurização lenta, que consiste no aquecimento do leite à temperatura entre 62º e 65º C ( sessenta e
dois e sessenta e cinco graus centígrados por 30 (trinta) minutos, em aparelhagem própria;
II - pasteurização rápida ou de curta duração, que consiste no aquecimento do leite em camada laminar à
temperatura entre 72 e 75º C (setenta e dois e setenta e cinco graus centígrados) por 15 a 20 (quinze a vinte) segundos, em
aparelhagem própria;
§ 2º Imediatamente após a pasteurização, o leite será refrigerado entre 2º C e 5º C (dois e cinco graus
centígrados).
§ 5º Será considerado pasteurizado o leite que em laboratório acusar a ausência da enzima fosfatasse e a
presença da enzima peroxidase.
I - densidade a 15º (quinze graus centígrados) entre 1,028 (um e vinte e oito milésimos) e 1,033 (um e trinta
e três milésimos) g/ml, podendo chegar a 1,035 (um e trinta e cinco milésimos) g/ml nos leites padronizados;
II - extrato seco desengordurado com um mínimo de 8,5% (oito e cinco décimos por cento) para o leite
integral e 8,7 (oito e sete décimos por cento) para o padronizado;
IV -índice crisocópico mínimo de - 0,54º C (menos cinqüenta e quatro centésimos de graus centígrados);
Art. 195 - Entende-se por “leite esterilizado” aquele submetido a tratamento térmico para eliminação total de
sua flora microbiana, em equipamento hermético, sob pressão.
Art. 196 - Entende-se por “leite reconstituído” o produto resultante da dissolução em água, do leite em pó,
adicionado ou não de gordura láctea, seguido de homogeneização e pasteurização.
Art. 197 - Entende-se por “leite concentrado” o produto resultante da desidratação parcial, em vácuo, do leite
fluído, seguido de refrigeração.
Parágrafo único - É permitida a adição de estabilizador de caseína, no máximo 0,1 g% (um décimo de grama
por cento).
Art. 198 - Entende-se por “leite evaporado” ou “leite condensado sem açúcar” o produto resultante da
desidratação parcial, em vácuo, de leite próprio para consumo, seguido de homogeneização e embalagem.
Art. 199 - Entende-se por “leite condensado” o produto resultante da desidratação parcial de leite próprio
para consumo, adicionado de açúcar.
Parágrafo único - O teor de açúcar não deve ultrapassar 45% (quarenta e cinco por cento) no produto,
excluída a lactose.
Art. 200 - Entende-se por “doce de leite” o produto resultante do cozimento da mistura de leite e açúcar
(sacarose ou glicose), adicionado ou não de aromatizantes, ate concentração conveniente e caramelização parcial.
§ 3º - São permitidas a adição de estabilizador de caseína de, no máximo, 0,05 % (cinco centésimos por
cento) sobre o volume de leite e a redução de acidez com bicarbonato de sódio.
Art. 201 - Entende-se por “leite em pó” o produto resultante da retirada, em condições apropriadas, da quase
totalidade da água de constituição do leite em natureza, com teor de gordura ajustado para o respectivo tipo.
Parágrafo único - o leite em pó para o consumo direto, deve atender às seguintes especificações:
I - solubilidade mínima de 98% (noventa e oito por cento);
Art. 202 - Entende-se por “creme de leite” o produto rico em gordura, resultante da desnatação do leite.
Parágrafo único - O creme de leite, para o consumo humano, deve atender às seguintes especificações:
III - não pode ter a sua acidez reduzida por produtos químicos;
Art. 203 - Entende-se por “manteiga” o produto resultante da batedura do creme do leite fresco ou
fermentado pela adição de fermento láctico selecionado, ao qual se incorpore ou não sal (cloreto de sódio).
III - não contiver mais de 1% (um por cento) de insolúveis, excluído o cloreto de sódio.
III - não contiver mais de 1,5 % (um e cinco décimos por cento) de insolúveis, excluído o cloreto de sódio.
III - não contiver mais de 2 % (dois por cento) de insolúveis, excluído o cloreto de sódio;
§ 4 - Independente da classificação, a manteiga deverá ter no mínimo 80 % (oitenta por cento) de gordura;
Art. 204 - entende-se por “queijo” o produto obtido do leite integral padronizado ou desnatado, pasteurizado
ou não, coagulado natural ou artificialmente, adicionado ou não de substancias aprovadas pela inspeção e submetido às
manipulações necessárias para a formação das características próprias.
§ 1º - serão considerados “frescais” os queijos colocados no comercio até 5 (cinco) dias após a fabricação;
§ 2º - Serão considerados de “curta maturação” os queijos que forem colocados no comércio entre 5 (cinco)
e 60 (sessenta) dias após a fabricação.
§ 3º - Serão considerados de “longa maturação” os queijos que forem colocados no comércio após 60
(sessenta) dias de fabricação.
§ 4º - Na rotulagem deverá constar o teor de gordura e o tratamento térmico do leite usado na fabrico do
queijo.
Art. 205 - Entende-se por “requeijão” o produto obtido pela fusão de misturas de creme com massa de
coalhada, dessorada e lavada.
Art. 206 - Entende-se por “queijo fundido” o produto obtido da fusão, em condições apropriadas, da massa
de queijos maturados, adicionados ou não de condimentos.
Art. 207 - Entende-se por “leite fermentado” o produto resultante da fermentação do leite pasteurizado ou
esterilizado, por fermentos láticos próprios.
§ 1º - Denomina-se “quefir” o produto resultante da fermentação do leite pelos fermentos contidos nos grãos
de quefir ou por adição de levedura de cerveja ou fermentos láticos. Seu teor em ácido lático deverá ficar entre 0,5 e 1,5 %
(meio a um e meio por cento) e deverá ter o seu teor de gordura especificado em rotulagem.
§ 3º - Denomina-se “leite acidófilo” o produto resultante da ação do “lactobacilos acidophillus” sobre o leite.
O seu teor em ácido lático deverá ficar entre 0,5 e 1,5 % (meio a um e meio por cento) e seu teor de gordura deverá ser
especificado em rotulagem.
Art. 208 - Entende-se por “leite aromatizado” a mistura preparada com leite, açúcar, aromatizantes (cacau,
sucos ou essências de frutas) ou outras substancias, a juízo da inspeção, submetido à pasteurização ou à esterilização.
Art. 209 - Entende-se por “leite gelificado” o produto resultante da formação de gel estável, elaborado a
partir de leite pasteurizado ou esterilizado, na proporção mínima de 40 % (quarenta por cento) com adição de ingredientes e
aditivos apropriados. O teor de extrato seco lácteo total deverá ser de 6,3 % (seis e três décimos por cento), no mínimo.
Art. 210 - Entende-se por “soro do leite” o produto resultante da coagulação do leite empregado na
fabricação de queijos ou caseína.
Parágrafo único - Entende-se por “soro de leite em pó” o produto obtido com a retirada parcial da água, do
soro de leite, em condições apropriadas, devendo o produto final não conter mais do que 8 % (oito por cento de unidade).
Art. 211 - Entende-se por “ricota” o produto resultante da precipitação da albumina do soro de leite com
adição de leite em até 20 % (vinte por cento).
SEÇÃO III
Art. 212 - Tratando-se de estabelecimentos de leite e derivados, devem estes ainda satisfazer as seguintes
condições:
IV - ser construído em centro de terreno, afastado do limite das vias públicas, preferentemente 5 m (cinco
metros) na frente e dispondo de entradas laterais que permitam a movimentação dos veículos de transporte. Quando existir
local de ordenha, este deverá ser afastado de no mínimo 30m (trinta metros) com exceção daqueles que se utilizarem de
circuito fechado desde a ordenha até o envase.
V - Ter pé-direito mínimo de 3,5 m (três metros e cinqüenta centímetros) nas dependências de elaboração de
produtos; 3 m (trens metros) nas plataformas, laboratórios e lavagem de vasilhame; 2,8 m (dois metros e oitenta
centímetros) nos vestiários e instalações sanitárias e 2,5 m (dois metros e cinqüenta centímetros) nas câmaras frigorificas;
VI - Ter as dependências orientadas de tal modo que os raios solares não prejudiquem os trabalhos de
fabricação ou maturação dos produtos;
VII - dispor de aparelhagem industrial completa e adequada para a realização de trabalhos de beneficiamento
e industrialização;
VIII - dispor de dependência ou de local apropriado e convenientemente aparelhado, a juízo da inspeção, para
a lavagem e sinalização de vasilhames e carros tanques;
XI - dispor de local de ordenha devidamente coberto, com piso impermeabilizado, de cimento ou outro
material aprovado, com declive não inferior a 2 % (dois por cento), provido de sistema de escoamento, com cercas caiadas ou
paredes impermeabilizadas até a altura de 2 m (dois metros), com facilidades de higienização;
XIII - todo o equipamento por onde circula o leite deverá ser de aço inoxidável, permitindo-se, na elaboração
de derivados, outros equipamentos de material impermeável, a juízo de inspeção.
SEÇÃO IV
Critérios de Julgamento
Art. 213 - Efetuados os trabalhos de inspeção e reinspeção, o leite e seus derivados, segundo critérios de
julgamento, poderão ter os seguintes destinos:
I - liberados - os que não apresentarem nenhuma nocividade ao consumo humano, características de fraude
ou alteração de composição;
Art. 214 - Os produtos ou matérias-primas destinados a aproveitamento condicional poderão ser submetidos
aos seguintes tipos de beneficiamentos;
I - desnate - através de centrifugação, separando a matéria gorda para fabricação de manteiga. A pare
liquida obtida através do desnate, não poderá ser destinada ao consumo humano direto;
II - fabricação de queijos;
III - Cocção ou cozimento - submetido ao calor por tempo e temperatura característicos se cada produto;
IV - secagem - submetido ao calor em condições específicas por tempo e temperaturas adequados , com a
retirada quase total de sua umidade;
V - fusão - utilização do calor em produtos lácteos, sólidos ou pastosos, por tempo e temperatura adequados
a cada produto, de forma a eliminar sua nocividade ao consumo humano.
Art. 215 - Os produtos ou matérias-primas condenados poderão ser destinados à alimentação animal ou à
elaboração de subprodutos não comestíveis, após desnaturação ou esterilização pelo calor.
Parágrafo único - Os estabelecimentos são obrigados a controlar as condições do leite mediante instruções
fornecidas pela inspeção.
Art. 217 - À analise do leite, seja qual for o fim a que se destina, abrangerá os caracteres organoléticos e as
provas de rotina, assim consideradas:
II - temperatura e lacto-filtração;
Parágrafo único - Será permitido, para a seleção do leite em latões na recepção, o emprego da prova de
densidade e o uso da prova de álcool ou alizarol, em substituição ao método Dornic, retirando-se amostras de cada latão para
posterior complementação das análises.
Art. 218 - sempre que necessário, a inspeção realizará as provas de determinação de:
I - conservadores e inibidores;
II - neutralizantes;
Art. 219 - Acidez - O leite pasteurizado que apresentar acidez acima de 18º Do (dezoito graus Dornic) será
destinado para aproveitamento condicional. Só poderão ser destinados para a fabricação de queijos os leites até 20º Do
(vinte graus Dornic). Todo o leite acima de 20º Do (vinte graus Dornic) será destinado ao desnate ou cocção. Todo o creme de
leite que apresentar mais de 18º Do (dezoito graus Dornic) será destinado para a fabricação de manteiga. As manteigas terão
como limite máximo de acidez em soluto alcalino normal, em 100 g (cem gramas) de matéria gorda: 2 ml (dois mililitros) para
a extra; 3 ml (três mililitros) para a de primeira qualidade e 5 ml (cinco mililitros) para a comum ou de segunda qualidade. As
que tiverem acidez maior, deverão ser desclassificadas para o tipo inferior ou destinadas para fusão.
Art. 220 - Aguagem - O leite considerado aguado será destinado ao desnate. A manteiga com excesso de
umidade que não puder ser reduzida será destinada à fusão. O leite em pó com excesso de umidade, não poderá ser
destinado ao consumo humano direto.
Art. 221 - Características organoléticas - O leite que apresentar caracteres organoléticos anormais (cor,
cheiro, sabor, aspecto), sem prejuízo ao consumo humano, será destinado ao desnate, caso contrário, será condenado. Os
laticínios serão destinados à fusão ou condenados.
Art. 222 - Colostro - O leite em que for confirmada a presença de colostro será condenado.
Art. 223 - Conservadores - O leite e laticínios que apresentarem conservadores serão condenados, à exceção
daqueles aprovados pela inspeção devido à tecnologia de fabricação já consagrada e deverão constar da rotulagem.
Art. 224 - Contaminação - O leite e laticínios contaminados serão condenados. Serão considerados
contaminados todos os produtos de laticínios que apresentarem flora microbiana fora dos padrões ou germes patogênicos ao
homem, tem como contaminantes químicos (agrotóxicos, metais pesados e outros).
Art. 225 - Estufamento - Os queijos e produtos lácteos que se apresentarem estufados serão condenados.
Art. 226 - Impurezas - O leite e laticínios com impurezas, que possam ser beneficiados tecnologicamente,
deverão sofrer aproveitamento condicional. Serão condenados os produtos que tiverem impurezas nocivas à saúde humana.
Art. 227 - Inibidores - O leite “in natura”, resfriado, pasteurizado ou esterilizado que apresentar inibidores
será condenado. Produtos lácteos que necessitem tecnologicamente da presença de inibidores deverão ter prévia inspeção e
constar da rotulagem.
Art. 228 - Leite coagulado - O leite que se apresentar coagulado deverá ser condenado.
Art. 229 - Leite fervido - O leite que for considerado fervido ou cozido será destinado ao aproveitamento
condicional.
Art. 230 - Leite fisiologicamente anormal - O leite que for considerado fisiologicamente anormal (na ordenha)
será destinado ao aproveitamento condicional.
Art. 231 - Leite viscoso - O leite que se apresentar viscoso (presença de sangue ou pus) será condenado.
Art. 232 - Neutralizante - O leite resfriado, pasteurizado, esterilizado e o creme de leite que apresentarem
neutralizantes serão condenados. Será permitido o uso de neutralizantes naqueles produtos lácteos que a técnica industrial o
exigir, mediante aprovação prévia da inspeção e desde que conste da rotulagem.
Art. 233 - Padrões alterados - O leite e produtos lácteos que se apresentarem com padrões alterados, sem
prejuízo da saúde humana, poderão ser desclassificados para um tipo inferior ou destinados ao aproveitamento condicional.
Art. 234 - Putrefação - O leite e produtos láteos que se apresentarem em estado de putrefação serão
condenados.
Art. 235 - Ranço - Os produtos lácteos que se apresentarem com ranço serão condenados.
Art. 236 - Reconstituinte de densidade - O leite que se apresentar com sua densidade reconstituída será
condenado.
Art. 237 - Substancias estranhas - O leite e produtos lácteos com substancias estranhas à sua composição
original serão condenados.
CAPÍTULO III
Pescado e Derivados
SEÇÃO I
Classificação de Estabelecimentos
Art. 238 - Os estabelecimentos destinados ao pescado e seus derivados são classificados em:
I - entreposto de pescados;
SEÇÃO II
Classificação de Produtos
SUBSEÇÃO I
Produtos Comestíveis
Art. 239 - A denominação genérica “PESCADO” compreende os peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios,
quelônios e mamíferos, de água doce ou salgada, usados na alimentação humana.
Art. 240 - Entende-se por “fresco” o pescado dado ao consumo sem ter sofrido qualquer processo de
conservação, a não ser a ação do gelo.
Art. 241 - Entende-se por “resfriado” o pescado devidamente acondicionado em gelo e mantido em
temperatura entre - 0,5 º a -2º C (menos meio a menos dois graus centígrados).
Art. 242 - Entende-se por “congelado” o pescado tratado por processos adequados de congelação, em
temperatura não superior a -10 º C (menos dez graus centígrados).
§ 1º - Depois de submetido à congelação o pescado deve ser mantido em câmara frigorífica a -10º C (menos
dez graus centígrados).
I - ao natural;
III - em escabeche;
IV - em vinho branco;
V - em molho;
§ 1º - Entende-se por “pescado ao natural” o produto que tenha por líquido de cobertura uma salmoura
fraca, adicionada ou não de substâncias aromáticas comestíveis.
§ 2º - Entende-se por “pescado em azeite ou em óleos comestíveis” o produto que tenha por líquido de
cobertura azeite de oliva ou óleo comestível, adicionado ou não de substâncias aromáticas, observadas as seguintes
condições:
I - o azeite ou óleo comestível, utilizado isoladamente ou em mistura com outros ingredientes, deve ser puro
e apresentar no máximo 2 % (dois por cento) de acidez em ácido oléico;
III - a designação “em azeite” fica reservada para as conservas que tenham como líquido de cobertura azeite
de oliva.
§ 3º - Entende-se por “pescado em escabeche” o produto que tenha por líquido de cobertura principal o
vinagre, adicionado ou não de substâncias aromáticas.
§ 4º - Entende-se por “pescado em vinho branco” o produto que tenha por líquido de cobertura principal o
vinho branco, adicionado ou não de substâncias aromáticas.
§ 5º - Entende-se por “pescado ao molho” o produto que tenha por líquido de cobertura molho com base em
meio aquoso ou gorduroso.
Art. 244 - Entende-se por “pasta de pescado” o produto elaborado com pescado íntegro que depois de
cozido, sem ossos ou espinhas, é reduzido a massa, condimentado e adicionado ou não de farináceos.
§ 1º - Permite-se adicionar farináceos a essas conservas até 10 % (dez por cento) e cloreto de sódio até 18 %
(dezoito por cento).
§ 2º - Permitem-se quantidades maiores que as fixadas no parágrafo anterior, mediante autorização prévia
da inspeção e expressa declaração no rótulo.
Art. 245 - É permitido o preparo de outros tipos de conservas de pescados, desde que aprovadas pela
inspeção.
Art. 246 - As conservas de pescado, submetidas à esterilização só serão liberadas para o consumo, depois de
observação de no mínimo 10 (dez dias) em estufa a 37º C (trinta e sete graus centígrados), em condições que venham a ser
determinadas em instruções especiais de inspeção.
Art. 247 - Entende-se por “pescado curado” o produto elaborado com pescado íntegro, tratado por processos
especiais, compreendendo, além de outros, os seguintes tipos principais:
I - pescado salgado;
II - pescado prensado;
IV - pescado dessecado;
Art. 248 - Entende-se por “pescado salgado” o produto obtido pelo tratamento do pescado íntegro, pela salga
a seco ou por salmoura.
§ 1º - A juízo da inspeção poderá ser permitido no preparo de pescado salgado o tratamento por mistura de
sal (cloreto de sódio) ou salmoura, contendo açúcar, nitrito e nitrato de sódio e condimentos.
Art. 249 - Entende-se por “pescado prensado” o produto obtido pela prensagem do pescado íntegro,
convenientemente curado pelo sal (cloreto de sódio).
§ 2º - Além das propriedades organoléticas próprias, o pescado prensado não deve conter mais de 45 %
(quarenta e cinco por cento) de umidade e 8 % (oito por cento) de gordura.
§ 3 º - Caso ultrapasse os limites fixados no parágrafo anterior, o produto será defumado ou dessecado.
Art. 250 - Entende-se por “pescado defumado” o produto obtido pela defumação do pescado íntegro,
submetido previamente à cura pelo sal (cloreto de sódio).
§ 2º - A defumação deve ser feita em estufas apropriadas à finalidade e realizada pela queima de madeiras
não resinosas, secas e duras.
Art. 251 - Entende-se por “pescado dessecado” o produto obtido pela dessecação natural ou artificial do
pescado íntegro.
§ 1º - Entende-se por “pescado salgado seco” o produto obtido pela dessecação do pescado íntegro, tratado
previamente pelo sal (cloreto de sódio), com o máximo de 35 % (trinta e cinco por cento) de umidade e 25 % (vinte e cinco
por cento) de resíduo mineral fixo.
§ 2º - Entende-se por “pescado seco” o produto obtido pela dessecação apropriada do pescado íntegro,
tendo no máximo 12 % (doze por cento) de umidade e 5,5 % (cinco e meio por cento) de resíduo mineral.
§ 3º - Entende-se por “pescado desidratado” o produto obtido pela dessecação profunda em aparelhagem
adequada do pescado íntegro, tendo no máximo 5 % (cinco por cento) de umidade e 3 % (três por cento) de resíduo mineral
fixo.
Art. 252 - Entende-se por “embutido de pescado” todo o produto elaborado com pescado íntegro, curado ou
não, cozido ou não, defumado e dessecado ou não, tendo como envoltório tripa, bexiga ou envoltório artificial aprovado pela
inspeção.
Parágrafo único - No preparo de embutidos de pescado serão seguidas, naquilo que lhes for aplicável, as
exigências previstas neste Regulamento para os demais embutidos cárneos.
Art. 253 - É obrigatório a limpeza e evisceração do pescado utilizado na elaboração de produtos em conserva
ou curados, destinados à alimentação humana, qualquer que seja a forma de seu processamento.
SUBSEÇÃO II
Art. 254 - Entende-se por “farinha de pescado” o sub-produto obtido pela cocção do pescado ou de seus
resíduos mediante o emprego de vapor, convenientemente prensado, dessecado o triturado.
Parágrafo único - Para efeito de classificação consideram-se dois tipos de farinha de pescado: de 1ª
qualidade ou tipo comum e de 2ª qualidade:
I - a farinha de pescado de 1ª qualidade (tipo comum) deve conter no mínimo 60 % (sessenta por cento) de
proteínas;
II - a farinha de pescado de 2ª qualidade deve conter no mínimo 40 % (quarenta por cento) de proteína;
Art. 255 - Entende-se por “óleo de pescado” o sub-produto líquido obtido pelo tratamento de matérias-primas
pela cocção a vapor, separado por decantação ou centrifugação ou prensagem e filtração ou por qualquer outro processo
adequado e que apresente no máximo 3 % (três por cento) de acidez em ácido oléico.
Art. 256 - Entende-se por “adubo de pescado” o subproduto que não atenda às especificações fixadas para a
farinha de pescado.
Art. 257 - Entende-se por “solúvel concentrado de pescado” o subproduto obtido pela evaporação e
concentração, em aparelhagem adequada, da parte líquida resultante, após separação do óleo.
§ 1º - Permite-se seu aproveitamento como matéria-prima a ser incorporada à farinha de pescado ou para
fins industriais.
SEÇÃO III
Art. 258 - Tratando-se de estabelecimentos de pescados e derivados, além das condições básicas já
previstas, devem dispor de dependências para inspeção sanitária, recebimento, manipulação, cura, processamento,
estocagem e expedição, conforme a necessidade.
SEÇÃO IV
Critérios de Julgamento
Art. 259 - Efetuados os trabalhos de inspeção ou reinspeção, o pescado e seus derivados, segundo os
critérios de julgamento, poderão ter os seguintes destinos:
I - liberados - os que não apresentarem nenhuma nocividade ao consumo humano, características de fraudes
ou alteração de composição;
II - aproveitamento condicional - os que necessitarem de alguma forma de beneficiamento para serem
destinados ao consumo humano;
III - condenados - os que não se prestarem, sob nenhuma forma, ao consumo humano;
Art. 260 - Os produtos ou matérias-primas destinados a aproveitamento condicional poderão ser submetidos
aos seguintes tipos de beneficiamento:
I - salga - submetido a tratamento pelo sal (cloreto de sódio), de forma seca ou úmida, por tempo e
temperatura adequados, conforme a necessidade de cada caso;
II - esterilização - submetido a tempo e temperatura adequados a cada produto, de forma a eliminar todo e
qualquer microorganismo porventura existente.
Art. 261 - Os produtos ou matérias-primas condenados poderão ser destinados à alimentação animal ou
elaboração de subprodutos não comestíveis, após desnaturação ou esterilização pelo calor.
I - Peixes:
c) guelras rosas ou vermelhas, úmidas e brilhantes, com odor natural, próprio e suave;
d) ventre roliço, firme, não deixando impressão duradoura à pressão dos dedos;
e) escamas brilhantes, bem aderentes à pele e nadadeiras apresentando certa resistência aos movimentos
provocados;
h) ânus fechado;
II - Crustáceos:
III - Moluscos:
a) Bivalvos (Mariscos)
1. devem ser expostos à venda vivos, com valvas fechadas e com retenção de água incolor e límpida nas
conchas;
3. carne úmida, bem aderente à concha, de aspecto esponjoso, de cor cinzento-clara nas ostras e amarelada
nos mexilhões;
5. cheiro próprio.
Parágrafo único - As determinações físicas e químicas para caracterização do pescado seco são:
I - reação negativa de gás sulfídrico e de indol, com exceção dos crustáceos nos quais os limites máximos de
indol será de 4 (quatro) por cem gramas;
II - ph da carne externa inferior a 6,8 (seis e oito décimos) e da interna inferior a 6,5 (seis e cinco décimos)
nos peixes;
III - bases voláteis totais inferiores a 0,03 g (três centigramas) de nitrogênio (processo de difusão) por 100 g (
cem gramas) de carne;
IV - bases voláteis terciárias inferiores a 0,004 g (quatro miligramas) de nitrogênio em 100 g (cem gramas)
de carne.
III - portador de lesões ou doenças microbianas que possam prejudicar a saúde do consumidor;
IV - que apresente infestação muscular maciça por parasitas que possam prejudicar ou não a saúde do
consumidor;
VII - procedente de pesca realizada em desacordo com a legislação vigente ou recolhido já morto, salvo
quando capturados em operações de pesca;
IX - quando não se enquadrar nos limites físicos e químicos fixados para pescado fresco.
Parágrafo único - O pescado nas condições deste artigo deve ser condenado e transformado em produtos não
comestíveis.
CAPÍTULO IV
Ovos e Derivados
Classificação de Estabelecimentos
I - entreposto de ovos;
SEÇÃO II
Classificação de Produtos
Art. 266 - Entende-se por “ovo branco” o ovo que apresenta casca de coloração branca ou esbranquiçada.
Art. 267 - Entende-se por “ovo de cor” o ovo que apresenta casca de coloração avermelhada.
Art. 268 - O ovo será classificado, segundo seu peso, em 4 (quatro) tipos:
I - “Tipo 1 (um) ou extra” - com peso mínimo de 60 g (sessenta gramas) por unidade ou 720 g (setecentos e
vinte gramas) por dúzia;
II - “Tipo 2 (dois) ou grande” - com peso mínimo de 55 g (cinqüenta e cinco gramas) por unidade ou 660 g
(seiscentos e sessenta gramas) por dúzia;
III - “Tipo 3 (três) ou médio” - com peso mínimo de 50 g (cinqüenta gramas) ou por unidade ou 600 g
(seiscentos gramas) por dúzia;
IV - “Tipo 4 (quatro) ou pequeno” - com peso mínimo de 45 g (quarenta e cinco gramas) por unidade ou 540
g (quinhentos e quarenta gramas) por dúzia;
Parágrafo único - Para os tipos 1 (um), 2 (dois) e 3 (três) será tolerado, no ato da amostragem, a
percentagem de até 10 % (dez por cento) de ovos do tipo imediatamente inferior.
Art. 269 - O ovo será considerado frigorificado quando for conservado pelo frio, em temperatura não inferior
a menos de 1º C (um grau centígrado).
SEÇÃO III
Art. 270 - Tratando-se de estabelecimento de ovos e derivados devem estes ainda satisfazer o seguinte:
Art. 271 - As fábricas de conservas de ovos terão dependências apropriadas para recebimento, manipulação,
elaboração, preparo e embalagem.
Art. 272 - Tratando-se de granjas produtoras será permitida a classificação de ovos, desde que existam locais
apropriados.
Art. 273 - Os aviários, granjas e outras propriedades onde se faça avicultura e nos quais estejam grassando
zoonoses que possam ser veiculadas pelos ovos e sejam prejudiciais à saúde humana, não podem destinar ao consumo a sua
produção. Ficarão interditados até que provem com documentação fornecida por autoridades de defesa sanitária animal de
que estão livres de zoonoses.
Comestíveis
SEÇÃO IV
Critérios de Julgamento
I - verificação das condições de embalagem, tendo em vista sua limpeza, contaminação por ovos quebrados
ou por qualquer outra causa;
Art. 275 - A ovoscopia deve ser realizada em câmara destinada exclusivamente a essa finalidade.
Art. 276 - Todos os recipientes destinados à embalagem de ovos, julgados em mau estado ou impróprios,
devem ser apreendidos e inutilizados.
Art. 277 - São considerados “fabrico” os ovos que não se enquadrem nas características fixadas nos artigos
anteriores, mas forem considerados em boas condições, podendo ser destinados ao emprego em confeitarias, padarias e
similares ou à industrialização.
Parágrafo único - Os ovos que apresentem manchas sangüíneas pequenas e pouco numerosas na clara e na
gema deverão ser também classificados “fabrico”.
Art. 278 - Os ovos partidos ou trincados, quando considerados em boas condições, poderão também ser
destinados a confeitarias, padarias e estabelecimentos similares, ou transformados em conserva, desde que o
estabelecimento disponha de instalações e equipamentos adequados para tanto.
Parágrafo único - Quando o estabelecimento não se dedicar ao preparo dessas conservas, os ovos partidos
ou trincados podem ser encaminhados a outros, satisfeitas as exigências previstas para os classificados “fabrico”.
Art. 279 - São considerados impróprios para o consumo os ovos que apresentem:
I - alterações da gema e da clara (gema aderente à casca, gema arrebentada com manchas escuras,
presença de sangue alcançando também a clara, presença também de embrião com mancha orbitária ou em adiantado
estado de desenvolvimento);
VII - rompimento de casca e da membrana testácea, desde que seu conteúdo tenha entrado em contato com
material de embalagem;
Art. 280 - Os ovos considerados impróprios para o consumo serão condenados, podendo ser aproveitados
para o uso não comestível, desde que a industrialização seja realizada em instalações adequadas, a juízo da inspeção.
Art. 281 - É proibido corar ovos mediante injeção de soluções corantes na gema.
CAPÍTULO V
Mel e Derivados
SEÇÃO I
Classificação de Estabelecimentos
Art. 282 - Os estabelecimentos destinados ao mel e cera de abelha serão classificados como “entreposto de
mel e cera de abelha”.
Parágrafo único - Entende-se por “entreposto de mel e cera de abelhas” o estabelecimento destinado ao
recebimento, classificação e industrialização do mel e da cera de abelhas.
SEÇÃO II
Classificação de Produtos
SUBSEÇÃO I
Art. 283 - Entende-se por “mel” o produto açucarado naturalmente, elaborado pelas abelhas com néctar das
flores e por elas acumulado, em favos, extraído por um dos processos constantes desse Regulamento.
I - branco dӇgua;
II - âmbar claro;
Parágrafo único - Em qualquer caso deverá resultar um produto perfeitamente translúcido, cristalizando ou
não com o tempo.
Art. 286 - De acordo com sua qualidade, o mel pode ser classificado em:
I - mel de mesa, quando extraído por um dos processos indicados, trabalhado em condições de perfeita
higiene, sem pólen e apresentando as seguintes características:
f) resíduo mineral fixo (cinzas) - no máximo 0,6 % (seis décimos por cento);
i) índice de formol - valor médio 4,5 a 15 ml (quatro e meio a quinze mililitros) por quilograma;
II - mel de cozinha, quando extraído por qualquer dos processos indicados, mas de menor valor nutritivo,
com falhas na sua obtenção, resultando num produto de composição diferente do mel de mesa.
Art. 287 - Nos estabelecimentos apropriados à finalidade e sob inspeção, é permitida a elaboração de
produtos contendo mel de abelhas, desde que conste do rótulo a percentagem de mel adicionado.
Parágrafo único - Em tais produtos não se permitirá a denominação de “mel”, admitindo-se, no entanto,
nomes de fantasia.
SUBSEÇÃO II
Não comestível
Art. 288 - Entende-se por “cera de abelha” o produto de consistência plástica, de cor amarelada, muito
fusível, segregado pelas abelhas para a formação dos favos nas colmeias.
I - cera bruta, quando não tiver sofrido qualquer processo de purificação, apresentar cor desde o amarelo até
o pardo, untuosa ao tato, mole e plástica ao calor da mão, fratura granulosa, cheiro especial lembrando o mel, sabor
levemente balsâmico e ainda com traços de mel;
II - cera branca, quando tiver sido descolorida pela ação da luz, do ar ou por processos químicos, isenta de
restos de mel, apresentando-se de cor branca ou creme, frágil, pouco untuosa e de odor acentuado.
Art. 290 - A cera de abelha, seja qual for a sua qualidade, deve ser quase insolúvel no álcool frio,
parcialmente solúvel no éter frio, solúvel no clorofórmio e no benzol, apresentando os seguintes caracteres físico-químicos.
I - ponto de fusão - 62º C a 65º C (sessenta e dois a sessenta e cinco graus centígrados);
IV - índice de relação ésteres e acidez - 3,3 a 4,2 (três e três décimos a quatro e dois décimos);
SEÇÃO III
Art. 291 - O estabelecimento de mel e derivados deve satisfazer, além de outras já previstas, as seguintes
condições:
Art. 292 - O acondicionamento do mel deve ser feito em vasilhame apropriado e aprovado pela inspeção,
rigorosamente higienizado e seco.
Art. 293 - É permitido o comércio do mel em favos apresentados em invólucros de embalagens plásticas e
devidamente rotulados, sendo o produto denominado “mel de abelha em favos”.
SEÇÃO VI
Critérios de Julgamento
Art. 294 - Efetuados os trabalhos de inspeção e reinspeção os produtos, segundo os critérios de julgamento,
poderão ter os seguintes destinos:
III - condenados - os que não se prestarem sob nenhuma forma ao consumo humano.
Art. 297 - São considerados defeitos para classificação do produto como “mel de mesa”:
I - apresentar um ou mais dos seus componentes fora dos limites previstos neste Regulamento;
IV - conter resíduos de insetos, ovos e outras impurezas estranhas à sua composição normal;
V - ter sido submetido a aquecimento em temperatura superior a 60º C (sessenta graus centígrados),
perdendo total ou parcialmente seu valor diastásico, com alteração do gosto e sabor.
Parágrafo único - O produto que apresentar tais falhas, dentro de limites que apenas traduzem falta de
técnica em sua elaboração ou extração, deve ser classificado como “mel de cozinha”.
Art. 298 - O mel é considerado impróprio para o consumo humano quando apresentar:
III - presença de germes patogênicos ou flora microbiana capaz de altera-lo com o tempo;
Art. 299 - Será considerado fraudado o mel que revelar presença de:
II - substâncias aromatizantes;
Título IX
Art. 300 - Entende-se por “coalho” o extrato aquoso, concentrado a baixa temperatura, dessecado ou não,
preparado com o estômago de bezerros. Distingue-se os coalhos: líquidos, em pó, em pastilhas e natural seco.
§ 1º - O poder coagulante mínimo dos coalhos deverá ser sempre especificado na rotulagem .
§ 2º - É permitido adicionar aos coalhos líquidos, sal (cloreto de sódio), álcool etílico e glicerina e aos coalhos
em pó ou em pastilhas, sal (cloreto de sódio) e lactose.
Capítulo II
Condimentos
Art. 301 - Entende-se por “condimento” o produto contendo substâncias aromáticas, sápidas, com ou sem
valor alimentício, empregado com fim de temperar alimentos, dando-lhes melhor aroma e sabor.
IX - mostarda:
XXI - pimenta:
Parágrafo único - Além desses condimentos pode ser permitido o emprego de outros, desde que aprovados
pela inspeção.
CAPÍTULO III
Aditivos
Art. 303 - Considera-se “aditivo para alimento” a substância intencionalmente adicionada ao mesmo, com a
finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique seu valor nutritivo.
Parágrafo único - Excluem-se, neste caso, os ingredientes normalmente exigidos para o preparo de alimento.
Art. 304 - Considera-se “aditivo incidental” a substância residual ou migrada que se apresente no alimento,
como decorrência das fases de produção, beneficiamento, acondicionamento, estocagem e transporte do próprio alimento ou
das matérias-primas nele empregadas.
Parágrafo único - Os aditivos a que se refere este artigo não deve exercer efeito sobre as propriedades do
alimento;
IV - conservador - substância que impede ou retarda a alteração dos alimentos provocada por
microorganismos ou enzimas;
VI - estabilizante - substância que favorece e mantém as características físicas das emulsões e suspensões;
VII - espumífero e antiespumífero - substância que modifica a tensão superficial dos alimentos líquidos;
VIII - espessante - substância capaz de aumentar nos alimentos a viscosidade de soluções, emulsões e
suspensões;
IX - edulcorante - substância orgânica artificial, não glicídia, capaz de conferir sabor doce aos alimentos;
XII - acidulante - substância capaz de comunicar ou intensificar o gosto ácido dos alimentos;
Art. 306 - Entende-se por “sal”, para uso na indústria animal, o cloreto de sódio obtido de jazidas, fontes
naturais ou de água do mar.
Art. 307 - A inspeção estadual deve verificar, a espaços regulares, o qualidade do sal (cloreto de sódio),
empregado na fabricação dos produtos.
Art. 308 - Os nitratos e nitritos, de sódio e de potássio, usados na elaboração dos produtos de origem animal
não devem conter metais pesados nem substâncias tóxicas ou não permitidas neste Regulamento.
Art. 309 - Toda e qualquer substância utilizada na produção de alimentos deverá ser previamente aprovada
para consumo humano, pelo órgão competente.
TÍTULO X
Padrões Bacteriológicos
Art. 310 - Na elaboração de produtos de origem animal deverão ser atendidos, nas fábricas, os padrões
bacteriológicos de que trata o ANEXO II deste Regulamento.
TÍTULO XI
Infrações e Penalidades
Art. 311 - Respeitado o disposto nos artigos 13 e 14 da Lei nº 11.904, de 9 de fevereiro de 1993, as infrações
ao presente Regulamento serão punidas administrativamente e, quando for o caso, mediante responsabilidade criminal.
Parágrafo único - incluem-se entre as infrações previstas neste Regulamento os atos que procurem
embaraçar a ação dos servidores da Superintendência de Produção Animal ou de outros órgãos no exercício de suas funções,
visando impedir, dificultar ou burlar os trabalhos de fiscalização; desacato, suborno ou simples tentativa, informações
inexatas sobre dados estatísticos referentes à quantidade, qualidade e procedência dos produtos e, de modo geral, qualquer
sonegação sobre o assunto que, direta ou indiretamente, seja de interesse da inspeção industrial e sanitária de produtos de
origem animal.
Art. 312 - Além dos casos especificados neste Regulamento, são consideradas como adulterações, fraudes ou
falsificações:
I - adulterações:
b) quando no preparo dos produtos haja sido empregada matéria-prima alterada ou impura;
c) quando tenham sido empregadas substâncias de qualquer qualidade, tipo e espécie diferentes da
composição normal do produto, sem prévia autorização da inspeção;
d) quando os produtos tenham sido coloridos ou aromatizados sem prévia autorização e não conste
declaração nos rótulos;
II - fraudes:
a) alteração ou modificação total ou parcial de um ou mais elementos normais do produto, de acordo com os
padrões estabelecidos ou fórmulas aprovadas pela inspeção.
c) supressão de um ou mais elementos e substituição por outros, visando aumento de volume ou de peso,
em detrimento da sua composição normal ou do valor nutritivo intrínseco;
e) especificação total ou parcial na rotulagem de um determinado produto que não seja o contido na
embalagem ou recipiente.
III - falsificações:
a) quando os produtos forem elaborados, preparados e expostos ao consumo com forma, caracteres e
rotulagem que constituem processos especiais de privilégio ou exclusividade de outrem, sem que seus legítimos proprietários
tenham dado autorização;
b) quando forem usadas denominações diferentes das previstas neste Regulamento ou em fórmulas
aprovadas.
Art. 313 - Quando as infrações forem constatadas nos mercados consumidores em produtos procedentes de
estabelecimentos que devem estar sujeitos à inspeção, nos termos do presente Regulamento, o auto de infração poderá ser
lavrado por servidores da Superintendência de Produção Animal contra os proprietários e responsáveis por casas atacadistas
ou comerciais que os tiverem adquirido, armazenado ou expostos à venda, tanto no atacado como no varejo.
Parágrafo único - Serão aplicadas ainda em quaisquer firmas proprietárias ou responsáveis por casas
comerciais que receberem, armazenarem ou expuserem à venda produtos oriundos de outros municípios que não procedam
de estabelecimentos sujeitos à inspeção, cabendo aos servidores da Superintendência de Produção Animal, que constatarem
as infrações, lavrar os competentes autos.
Art. 314 - Todo o produto de origem animal exposto à venda em determinado município, sem qualquer
identificação que permita verificar sua verdadeira procedência, quanto ao estabelecimento de origem, localização e firma
responsável, será considerado procedente de outro município e, como tal, sujeito às penalidades previstas neste
Regulamento.
Art. 315 - As penalidades a que se refere o presente Regulamento serão aplicadas sem prejuízos de outras
que, por lei, possam ser impostas por autoridades de saúde pública ou policiais.
Art. 316 - As multas a que se refere o presente Regulamento serão majoradas em 100 % (cem por cento) na
reincidência e, em caso algum, isentam o infrator de inutilização do produto, quando essa medida couber, nem tampouco da
ação criminal.
§ 1º - A ação criminal cabe, não só pela natureza da infração, mas em todos os casos que se seguirem à
reincidência.
§ 2º - A ação criminal não exime o infrator de outras penalidades a serem aplicadas, a juízo da
Superintendência de Produção Animal, que poderá determinar a suspensão da inspeção ou a cassação do registro, ficando o
estabelecimento impedido de realizar comércio intermunicipal.
§ 3º - A suspensão da inspeção será aplicada pelo Chefe de Departamento ao qual está subordinado o
estabelecimento. A cassação do registro é de alçada do Superintendente de Produção Animal.
Art. . 317 - Não pode ser aplicada multa, sem que previamente seja lavrado o auto de infração detalhando a
falta cometida, o artigo infringido, a natureza do estabelecimento com a respectiva localização e a firma responsável.
Art. 318 - O auto de infração, será assinado pelo servidor que constatar a infração, pelo proprietário do
estabelecimento ou representante da firma e por duas testemunhas.
Parágrafo único - Sempre que o infrator ou as testemunhas se negarem a assinar o auto, será feita
declaração a respeito no próprio documento, remetendo-se uma das vias do auto de infração ao proprietário da firma
responsável pelo estabelecimento, por correspondência registrada.
Art. 319 - A autoridade que lavrar o auto de infração deve extraí-lo em 3 (três) vias: a primeira será entregue
ao infrator, a segunda remetida ao Chefe da Divisão e a terceira constituirá o próprio talão de infrações.
Art. 320 - O auto de multa será lavrado no Departamento correspondente, assinado pelo Chefe e conterá os
elementos que deram lugar à infração.
Art. 321 - Nos casos em que fique evidenciado não ter havido dolo ou má-fé e, tratando-se de primeira
infração, o Chefe de Departamento deixará de aplicar a multa, cabendo ao servidor que lavrou o auto de infração advertir o
infrator e orienta-lo convenientemente.
Art. 322 - O infrator uma vez multado terá 72 (setenta e duas) horas para efetuar o pagamento da multa e
exibir ao servidor de Superintendência de Produção Animal o competente comprovante de recolhimento à repartição
arrecadadora estadual.
§ 1º - Quando a repartição estadual arrecadadora estiver afastada da localidade onde se verificou a infração,
de maneira a não ser possível o recolhimento da multa dentro do prazo previsto neste artigo, deverá ser concedido novo
prazo, a juízo do servidor que lavrou o auto de infração.
§ 2º - O prazo de 72 (setenta e duas) horas a que se refere o presente artigo é contado a partir do dia e hora
em que o infrator tenha sido notificado da lavratura do auto de multa.
Art. 323 - O não recolhimento da multa, no prazo legal, implica na cobrança executiva, promovida pela
Superintendência de Produção Animal, mediante a documentação existente.
Parágrafo único - Neste caso, pode ser suspensa a inspeção junto ao estabelecimento.
Art. 324 - Depois de aplicada a multa, somente o Superintendente de Produção Animal pode relevá-la,
mediante pedido fundamentado da firma responsável.
Art. 325 - A responsabilidade dos servidores da Superintendência de Produção Animal, no que diz respeito à
falta de punição das infrações do presente Regulamento, será apurada pelos Chefes de Divisões respectivos.
Art. 328 - A aplicação da multa não isenta o infrator do cumprimento das exigências que a tenham motivado,
marcando-se-lhe, quando for o caso, novo prazo para o cumprimento, findo o qual poderá, de acordo com a
gravidade da falta e a juízo da inspeção, ser novamente multado no dobro da multa anterior, suspensa a inspeção ou cassado
o registro do estabelecimento.
Art. 329 - Os servidores da Superintendência de Produção Animal ou de outros órgãos com delegação de
competência, quando em serviço de fiscalização ou de inspeção industrial e sanitária, têm livre entrada, em qualquer dia ou
hora, em qualquer estabelecimento que manipule, armazene ou transacione, por qualquer forma, com produtos de origem
animal.
TÍTULO XII
Art. 330 - Estabelecimentos que estejam com obras concluídas ou funcionando sob inspeção sanitária de
outro órgão estadual e municipal e que, em virtude deste Regulamento, tenham de passar à jurisdição da Secretaria da
Agricultura e Abastecimento podem funcionar enquanto se processe o registro. Em tais casos caberá à Superintendência de
Produção Animal fixar o prazo adaptação.
§ 1º - Fixado o prazo a que se refere este artigo, os estabelecimentos que não tiverem sido registrados terão
seu funcionamento interditado e só poderão retomá-lo depois de legalizada a situação.
§ 3º - Durante o prazo estabelecido para legalização dos estabelecimentos, os mesmos ficam sujeitos às
disposições do presente Regulamento.
Art. 331 - Ficam revogados todos os atos oficiais sobre inspeção industrial e sanitária estadual de quaisquer
produtos de origem animal, a qual passará a reger-se pelo presente Regulamento em todo o território estadual.
Art. 332 - Os casos omissos ou de duvidas que se suscitarem na execução do presente Regulamento serão
resolvidos por decisão do Superintendente de Produção Animal.
ANEXO I
MODELOS DE CARIMBOS
MODELO 1
ANEXO II
PADRÕES BACTERILÓGICOS
AS CTM CFM CFN SACM BR CEM BM
EI R R DE L:E SX EC S
A EM EM OU CM LM P E
SE SP SP ST C I EO A R
M O CER V D E
SR UME E R U
EU S T D A S
L-S A U- O
a 46ºC
A l i m e n t o s apertizados ou
pasteurizados.
(D.O. de 15-07-1993)