Resumo PSQ - 2021.1
Resumo PSQ - 2021.1
SAÚDE
MENTAL
2021.1
Sumário
1. PROPEDÊUTICA PSIQUIÁTICA: .............................................................................................................................4
2. NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA ...........................................................................................................8
HIPOCAMPO .......................................................................................................................................................................16
O SISTEMA LÍMBICO .......................................................................................................................................................18
3. NEUROTRANSMISSORES E VIAS ........................................................................................................................21
4. FARMACOLOGIA: .....................................................................................................................................................25
5. PSICODINÂMICA:......................................................................................................................................................35
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA ...........................................................................................................................................35
6. DOENÇAS/TRANSTORNOS MENTAIS: ...............................................................................................................39
TRANSTORNOS MENTAIS DEVIDO À CONDIÇÃO MÉDICA GERAL ..................................................................42
TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS (TMO)/ TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS .............................42
TRANSTORNOS DECORRENTES DO USO DE SUBSTÂNCIAS ...........................................................................49
DROGAS DEPRESSORAS ..............................................................................................................................................49
DROGAS ESTIMULADORAS ..........................................................................................................................................53
DROGAS PERTUBADORAS:..........................................................................................................................................56
TRANSTORNOS DECORRENTES DE ALTERAÇÕES DO CONTEÚDO DO PENSAMENTO ..........................57
ESQUIZOFRENIA ..............................................................................................................................................................57
DELÍRIOS: ...........................................................................................................................................................................58
ALUCINAÇÕES: .................................................................................................................................................................60
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS PRIMÁRIOS ............................................64
TRANSTORNO DO HUMOR ............................................................................................................................................69
TRANSTORNO DEPRESSIVO ........................................................................................................................................70
DISTIMIA (TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE): ....................................................................................75
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA ...................................................................................................77
ATAQUE DE PÂNICO .......................................................................................................................................................81
TRANSTORNO DE PÂNICO ............................................................................................................................................82
TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (FOBIA SOCIAL) ...................................................................................84
OBSESSÃO X COMPULSÃO ..........................................................................................................................................86
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) ................................................................................................................86
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEPT) ..................................................................................87
TRANSTORNO DE AJUSTAMENTO .............................................................................................................................92
ANOREXIA NERVOSA (AN) ............................................................................................................................................93
BULIMIA NERVOSA ..........................................................................................................................................................95
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE ......................................................................................................................97
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE ......................................................................................................................97
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE DO GRUPO A ...........................................................................................98
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE DO GRUPO B ...........................................................................................99
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE DO GRUPO C ........................................................................................ 101
TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DA INFÂNCIA ...................................................................................................... 103
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO EMOCIONAL DA CRIANÇA......................................................................... 105
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) ........................................................ 106
TRANSTORNO DE OPOSIÇÃO E DESAFIO (TOD) ................................................................................................ 108
TRANSTORNO DE CONDUTA (TC) ........................................................................................................................... 108
RETARDO MENTAL ....................................................................................................................................................... 109
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO ............................................................................................... 110
TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO .............................................................................................. 110
7. ORGANIZAÇÃO DA ASSITÊNCIA À SAÚDE MENTAL E PROCESSOS DE REABILITAÇÃO PSÍQUICA:
111
8. EMERGÊNCIA/URGÊNICA PSIQUIÁTRICA: .................................................................................................... 116
9. SUICIDIO................................................................................................................................................................... 126
1. PROPEDÊUTICA PSIQUIÁTICA:
Para o exame do estado mental – revisar os termos aprendidos no pré-internato quanto aos
itens específicos da disciplina. – Afeto, pensamento, sensopercepção, memória, orientação,
atenção, psicomotricidade, consciência, critica da realidade.
Atenção:situações especiais
Luto: Tristeza por uma perda importante. Tem curso previsível (cerca de um ano) no ser
humano saudável.
Transtornos de adaptação: angústia, desconforto emocional depressão e estresse reativos
à necessidade de adaptação por mudanças importantes e impactantes de vida (Ex.: divórcio,
separação dos filhos, mudança de casa, escola, país, etc.). São mais intensos nas crianças,
adolescentes e idosos, pessoas adultas intolerantes às frustrações e imaturas. Tem início em até 30
dias após o evento perturbador/modificador da vida da pessoa. Cursa com humor lábil, impaciência,
irritabilidade, desgaste emocional, sensação de desânimo. Pode causar alterações na atividade
laboral.
Alopsíquica:
a) a orientação no tempo, englobando saber informar o ano, o mês, o dia da
semana, o período do dia, ou ainda a estação do ano, ou marcos temporais como Natal/ Carnaval/
Páscoa;
b) a orientação no espaço envolve saber informar onde se encontra no
momento, nomeando o lugar, a cidade e o estado.
TRONCO CEREBRAL:
o BULBO OU MEDULA OBLONGA
o PONTE
o MESENCÉFALO
CEREBELO
CÉREBRO:
o DIENCÉFALO
o TELENCÉFALO
MEDULA ESPINHAL:
É A PARTE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL MENOS DESENVOLÍVDA, CONSERVA MESMA
DISPOSIÇÃO ESTRUTURAL DO TUBO NEURAL
ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
FORMAÇÃO RETICULAR
É UMA PARTE DO TRONCO CEREBRAL (OU TRONCO ENCEFÁLICO) QUE ESTÁ ENVOLVIDA EM AÇÕES
COMO OS CICLOS DE SONO, O DESPERTAR E A FILTRAGEM DE ESTÍMULOS SENSORIAIS, PARA
DISTINGUIR OS ESTÍMULOS RELEVANTES DOS ESTÍMULOS IRRELEVANTES. A SUA PRINCIPAL
FUNÇÃO É ATIVAR O CÓRTEX CEREBRAL
APRESENTA UMA ESTRUTURA INTERMÉDIA ENTRE A
SUBSTÂNCIA BRANCA E A SUBSTÂNCIA CINZENTA.
A FORMAÇÃO RETICULAR OCUPA A PARTE CENTRAL DO TRONCO
CEREBRAL, E PROJETA-SE CRANIALMENTE PARA DENTRO DO
DIENCÉFALO, E CAUDALMENTE PARA A PORÇÃO MAIS ALTA DA
MEDULA ESPINHAL. ASSIM, A FORMAÇÃO RETICULAR É
APARENTEMENTE UMA ÁREA DIFUSA COM CÉLULAS E FIBRAS
QUE AS CRUZAM EM DIFERENTES DIRECÇÕES E QUE FORMA A
PARTE CENTRAL DO TRONCO CEREBRAL.
É TODA A ZONA DO TRONCO CEREBRAL ONDE NÃO EXISTE
NENHUM NÚCLEO ESPECÍFICO E É POR ALGUNS AUTORES DESIGNADA DE PÂNTANO NEURONAL.
PRINCIPAIS NÚCLEOS:
ÁREA NUCLEAR
CONTRÔLE DO SISTEMA NERVOSO AUTONOMO
o HIPOTALAMO ANTERIOR (SIMPATICO)
o HIPOTALAMO POSTERIOR (PARASSIMPATICO)
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA:
o HIPOTALAMO ANTERIOR (CENTRO DE PERDA DE CALOR)
o HIPOTALAMO POSTERIOR (CONCENTRA CALOR)
SULCO HIPOTALÂMICO: SULCO QUE SEPARA O TÁLAMO E O HIPOTÁLAMO
QUIASMA OPTICO: CRUZAMENTO DE PARTE DAS FIBRA NERVOSAS DO NERVO OPTICO
CORPOS MAMILARES: INTEGRA O SISTEMA LIMBICO
TUBER CINÉREO
HASTE
HIPÓFISE
ADENO-HIPÓFISE (PORÇÃO GLÂNDULAR)
o STH – SOMATOTRÓPICO: ATUA NAS ZONAS METAFISÁRIAS DO OSSOS LONGOS ESTIMULANDO O
CRESCIMENTO
o LTH – PROLACTINA: ATUA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA GLÂNDULA MAMÁRIA E A SÍNTESE DO
LEITE
o TSH – TIREOTROFINA: ATUA SOBRE A GLÂNDULA TIERÓIDE REGULAANDO A PRODUÇÃO DOS SEU
HORMÔNIOS
o ACTH – ADRENOCORTICOTROFINA: ATUA ESTIMULANDO A SECREÇÃO DOS HORMÔNIOS CORTICAIS
ADRENAIS
o FSH – FOLICULO-ESTIMULANTE: ESTIMULA A GAMOTOGENESE NAS GÔNADAS MASCULINAS E
FEMININAS
o LH – LUTEINIZANTE: CONTROLA O AMADURECIMENTO FOLICULAR, REGULA A SECREÇÃO
PROGESTENÔNICA OVARIANA
NEURO-HIPÓFISE
o OCITOCINA: QUE VEM DO NÚCLEO SUPRA-ÓPTICO E, EM MAIOR EXTENSÃO, NO NÚCLEO
PARAVENTRICULAR DO HIPOTÁLAMO; HORMONA RESPONSÁVEL PELA CONTRAÇÃO DO ÚTERO NO
PERÍODO DE GRAVIDEZ; AUXILIA NA PRODUÇÃO DE LEITE MATERNO, NA MEDIDA EM QUE TEM UM
IMPORTANTE EFEITO GALACTOCINÉTICO, ACÇÃO ACOMPANHADA DE UM SIGNIFICATIVO AUMENTO
DE JUNÇÕES COMUNICANTES ENTRE AS CÉLULAS DO MÚSCULO LISO UTERINO E MAMÁRIO,
AUMENTANDO TAMBÉM A DENSIDADE DE RECEPTORES DE OXITOCINA
o VASOPRESSINA (ANTIDIURÉTICO): HORMONIO ANTIDIURÉTICO, TAMBÉM CONHECIDO COMO ADH
(VASOPRESSINA), QUE VEM DO NÚCLEO SUPRAÓPTICO DO HIPOTÁLAMO, PRINCIPALMENTE, MAS
TAMBÉM DO NÚCLEO PARAVENTRICULAR. JÁ ESSE TRABALHO JUNTO AOS NEFRONS
CONTRÔLE DAS EMOÇÕES (ESTRUTURAS LIMBICAS)
REGULAÇÃO DA FOME (NÚCLEO VENTRAL)
TELENCÉFALO:
FORMA A MAIOR PORÇÃO DO ENCÉFALO, COMPREENDE OS DOIS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS,
DIREITO E ESQUERDO, INCOMPLETAMENTE SEPARADOS PELA FISSURA LONGITUDINAL DO
CÉREBRO, OCUPANDO A MAIOR PARTE DA CAIXA CRANIANA. A SUPERFICIE DOS HEMISFÉRIOS
CEREBRAIS É CONSTITUÍDA POR CIRCUNVOLUÇÕES, SEPARADAS POR SULCOS, CUJA FUNÇÃO É
AUMENTAR AO MÁXIMO A ÁREA DE SUPERFÍCIE DO CÓRTEX CEREBRAL SEM EXIGIR UM AUMENTO
CORRESPONDENTE DO VOLUME CEREBRAL. ALÉM DAS FUNÇÕES PSÍQUICAS, COORDENA OS
ESTÍMULOS SENSORIAIS E A MOTRICIDADE. AGE DE MANEIRA INTEGRADA, SENDO QUE
ENCONTRAMOS ALGUMAS ÁREAS COM FUNÇÕES ESPECIALIZADAS
DIVISÃO EM LOBOS
ELEMENTOS DEMARCATÓRIOS:
SULCOS:
GIROS:
HIPOCAMPO
É UMA ESTRUTURA LOCALIZADA NOS LOBOS TEMPORAIS DO CÉREBRO HUMANO, CONSIDERADA A
PRINCIPAL SEDE DA MEMÓRIA E IMPORTANTE COMPONENTE DO SISTEMA LÍMBICO.
ESTA ESTRUTURA PARECE SER MUITO IMPORTANTE PARA CONVERTER A MEMÓRIA A CURTO
PRAZO EM MEMÓRIA A LONGO
PRAZO. O HIPOCAMPO ATUA EM
INTERAÇÃO COM AAMÍGDALA E
ESTÁ MAIS ENVOLVIDA NO
REGISTRO E DECIFRAÇÃO DOS
PADRÕES PERCEPTUAIS DO QUE
NAS REAÇÕES EMOCIONAIS.
CORPO CALOSO
É UMA ESTRUTURA DO CÉREBRO
DE MAMÍFEROS LOCALIZADA NO
ASSOALHO DA FISSURA
LONGITUDINAL, QUE CONECTA
OS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS
DIREITO E ESQUERDO.
É A MAIOR ESTRUTURA DE SUBSTÂNCIA BRANCA NO CÉREBRO, CONSISTINDO DE MILHÕES DE
PROJEÇÕES AXÔNICAS CONTRALATERAIS. O TRONCO DO CORPO CALOSO DILATA-SE
POSTERIORMENTE NO ESPLÊNIO DO CORPO CALOSO E SE FLETE, NA PORÇÃO ANTERIOR, EM
DIREÇÃO À BASE DO CÉREBRO, PARA CONSTITUIR O JOELHO DO CORPO CALOSO. O CORPO
CALOSO É FORMADO POR ROSTRO, JOELHO, CORPO E ESPLÊNIO
NÚCLEOS DA BASE
SÃO UM GRUPO DE NÚCLEOS NO CÉREBRO INTERCONECTADOS COM O CÓRTEX CEREBRAL,
TÁLAMO E TRONCO CEREBRAL. OS NÚCLEOS DA BASE DE MAMÍFEROS ESTÃO ASSOCIADOS A
DIVERSAS FUNÇÕES: CONTROLE MOTOR, COGNIÇÃO, EMOÇÕES E APRENDIZADO.
NÚCLEO CAUDADO
NÚCLEO LENTIFORME:
PUTAME
GLOBO PÁLIDO
CORPO AMIGDALÓIDE
(AMIGDALA CEREBRAL)
CORPO ESTRIADO: (NUCLEO
CAUDADO + NÚCLEO
LENTIFORME)
NÚCLEO BASAL DE MEYNERT:
(DOENÇA DE ALZEIMER)
CÓRTEX CEREBRAL
CORRESPONDE À CAMADA MAIS EXTERNA DO CÉREBRO DOS VERTEBRADOS, SENDO RICO EM
NEURÔNIOS E O LOCAL DO PROCESSAMENTO NEURONAL MAIS SOFISTICADO E DISTINTO.
DESEMPENHA UM PAPEL CENTRAL EM FUNÇÕES COMPLEXAS DO CÉREBRO COMO NA MEMÓRIA,
ATENÇÃO, PERCEPÇÃO E PENSAMENTO. EM ANIMAIS COM CAPACIDADE CEREBRAL MAIS
DESENVOLVIDA, O CÓRTEX FORMA SULCOS PARA AUMENTAR A ÁREA DE PROCESSAMENTO
NEURONAL, MINIMIZANDO A NECESSIDADE DE AUMENTO DE VOLUME.
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO BRODMANN: 52 ÁREAS
ÁREAS FUNCIONAIS DO
CÓRTEX CEREBRAL:
ÁREAS DE PROJEÇÃO
CORTICAL DE
SENSIBILIDADES (ANÁLISE)
ÁREA DAS SENSIBILIDADES GERAIS (GIRO PÓS-CENTRAL) DOR, TATO, PRESSÃO, TEMPERATURA E
PROPRIOCEPÇÃO)
ÁREA DA VISÃO (EM TORNO DO SULCO CALCARINO)
ÁREA DA AUDIÇÃO (GIRO TEMPORAL TRANSVERSO ANTERIOR)
ÁREA DA OLFAÇÃO (UNCUS)
ÁREA DA GUSTAÇÃO (GIRO PÓS-CENTRAL- PREGRA FRONTOPARIETAL INFERIOR)
BLOCO SENSITIVO:
ÁREAS
RELACIONADAS
COM A
LINGUAGEM:
ÁREA DE
PERCEPÇÃO
(ÁREA DE
WERNICK)
ÁREA DE
EXPRESSÃO
(ÁREA DE BROCÁ)
ESPCECIALIZAÇÕES DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS
COMPONENTES CORTICAIS
COMPONENTES
SUBCORTICAIS
ÀREAS RELACIONADAS
COM MEMÓRIA:
MEMÓRIAS DE CURTA
DURAÇÃO (HIPOCAMPO)
MEMÓRIAS DE MÉDIA DURAÇÃO
MEMÓRIAS DE LONGA DURAÇÃO (ÁREA SENSITIVAS SECUNÁRIA)
O SISTEMA LÍMBICO
ESTRUTURAS PRINCIPAIS:
GIROS CORTICAIS
NÚCLEOS DE SUBSTÂNCIA CINZENTA
TRATOS DE SUBSTÂNCIA BRANCA
DISPOSTOS NAS SUPERFÍCIES MEDIAIS DE
AMBOS OS HEMISFÉRIOS E EM TORNO DO
TERCEIRO VENTRÍCULO
ESTAS ESTRUTURAS, FUNCIONALMENTE, SE
RELACIONAM COM OS INSTINTOS, EMOÇÕES
E MEMÓRIA E, ATRAVÉS DO HIPOTÁLAMO,
COM A MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE.
SÉRIE DE CURVAS EM FORMA DE ”C” QUE TEM
COMO CENTRO O TÁLAMO E O HIPOTÁLAMO
EM CADA HEMISFÉRIO
AMÍGDALA:
SE LOCALIZA NO INTERIOR DA METADE ANTERIOR DO UNCO DO
GIRO PARAHIPOCAMPAL, IMEDIATAMENTE ANTERIOR À CABEÇA
DO HIPOCAMPO QUE OCUPA A SUA METADE POSTERIOR E,
PORTANTO, CONSTITUI A PAREDE ANTERIOR DO CORNO
TEMPORAL
É COMPOSTO PELAS SUAS DIFERENTES PARTES:
EMOÇÕES
PRAZER E RECOMPENSA
AS EMOÇÕES MAIS ”PRIMITIVAS” E BEM ESTUDADAS PELOS NEUROFISIOLOGISTAS, COM A
FINALIDADE DE ESTABELECER SUAS RELAÇÕES COM O FUNCIONAMENTO CEREBRAL, SÃO A
SENSAÇÃO DE RECOMPENSA (PRAZER, SATISFAÇÃO) E DE PUNIÇÃO (DESGOSTO, AVERSÃO),
TENDO SIDO CARACTERIZADO, PARA CADA UMA DELAS, UM CIRCUITO ENCEFÁLICO ESPECÍFICO.
O ”CENTRO DE RECOMPENSA” ESTÁ RELACIONADO, PRINCIPALMENTE, AO FEIXE PROSENCEFÁLICO
MEDIAL, NOS NÚCLEOS LATERAL E VENTROMEDIAL DO HIPOTÁLAMO, HAVENDO CONEXÕES COM O
SEPTO, A AMÍGDALA, ALGUMAS ÁREAS DO TÁLAMO E OS GÂNGLIOS DA BASE.
JÁ O ”CENTRO DE PUNIÇÃO” É DESCRITO COM LOCALIZAÇÃO NA ÁREA CINZENTA CENTRAL QUE
RODEIA O AQUEDUTO CEREBRAL DE SYLVIUS, NO MESENCÉFALO, ESTENDENDO-SE ÀS ZONAS
PERIVENTRICULARES DO HIPOTÁLAMO E TÁLAMO, ESTANDO RELACIONADO À AMÍGDALA E AO
HIPOCAMPO E, TAMBÉM, ÀS PORÇÕES MEDIAIS DO HIPOTÁLAMO E ÀS PORÇÕES LATERAIS DA ÁREA
TEGMENTAL DO MESENCÉFALO
ALEGRIA
A INDUÇÃO DE ALEGRIA, RESPOSTA À IDENTIFICAÇÃO DE EXPRESSÕES FACIAIS DE FELICIDADE, À
VISUALIZAÇÃO DE IMAGENS AGRADÁVEIS E/OU À INDUÇÃO DE RECORDAÇÕES DE FELICIDADE,
PRAZER SEXUAL E ESTIMULAÇÃO COMPETITIVA BEM-SUCEDIDA, PROVOCOU A ATIVAÇÃO DOS
GÂNGLIOS BASAIS, INCLUINDO O ESTRIADO VENTRAL E O PUTÂMEN. ALÉM DISSO, VALE
RELEMBRAR QUE OS GÂNGLIOS BASAIS RECEBEM UMA RICA INERVAÇÃO DE NEURÔNIOS
DOPAMINÉRGICOS DO SISTEMA MESOLÍMBICO, INTIMAMENTE RELACIONADOS À GERAÇÃO DO
PRAZER, E DO SISTEMA DOPAMINÉRGICO DO NÚCLEO ESTRIADO VENTRAL.
A DOPAMINA AGE DE MODO INDEPENDENTE, UTILIZANDO RECEPTORES OPIÓIDES E GABAÉRGICOS
NO ESTRIADO VENTRAL, NA AMÍGDALA E NO CÓRTEX ÓRBITO-FRONTAL, ALGO RELACIONADO A
ESTADOS AFETIVOS (COMO PRAZER SENSORIAL), ENQUANTO OUTROS NEUROPEPTÍDEOS ESTÃO
ENVOLVIDOS NA GERAÇÃO DA SENSAÇÃO DE SATISFAÇÃO POR MEIO DE MECANISMOS
HOMEOSTÁTICOS.
DESCRIÇÕES NEUROANATÔMICAS DE LESÕES DAS VIAS CÉREBRO-PONTOCEREBELARES EM
INDIVÍDUOS COM RISO E CHORO PATOLÓGICOS SUGEREM QUE O CEREBELO SEJA UMA
ESTRUTURA ENVOLVIDA NA ASSOCIAÇÃO ENTRE A EXECUÇÃO DO RISO E DO CHORO E O
CONTEXTO COGNITIVO E SITUACIONAL
MEDO
AS RELAÇÕES ENTRE A AMÍGDALA E O HIPOTÁLAMO ESTÃO INTIMAMENTE LIGADAS ÀS SENSAÇÕES
DE MEDO E RAIVA. A AMÍGDALA É RESPONSÁVEL PELA DETECÇÃO, GERAÇÃO E MANUTENÇÃO DAS
EMOÇÕES RELACIONADAS AO MEDO, BEM COMO PELO RECONHECIMENTO DE EXPRESSÕES
FACIAIS DE MEDO E COORDENAÇÃO DE RESPOSTAS APROPRIADAS À AMEAÇA E AO PERIGO.
A LESÃO DA AMÍGDALA EM HUMANOS PRODUZ REDUÇÃO DA EMOTIVIDADE E DA CAPACIDADE DE
RECONHECER O MEDO. POR OUTRO LADO, A ESTIMULAÇÃO DA AMÍGDALA PODE LEVAR A UM
ESTADO DE VIGILÂNCIA OU ATENÇÃO AUMENTADA, ANSIEDADE E MEDO.
ATUALMENTE, SE RECONHECE QUE PROJEÇÕES DA AMÍGDALA PARA O CÓRTEX CONTRIBUEM
PARA O RECONHECIMENTO DA VIVÊNCIA DO MEDO E OUTROS ASPECTOS COGNITIVOS DO
PROCESSO EMOCIONAL.
A AMÍGDALA É UMA ESTRUTURA QUE EXERCE LIGAÇÃO ESSENCIAL ENTRE AS ÁREAS DO CÓRTEX
CEREBRAL, RECEBENDO INFORMAÇÕES DE TODOS OS SISTEMAS SENSORIAIS. ESTAS, POR SUA
VEZ, PROJETAM-SE DE FORMA ESPECÍFICA AOS NÚCLEOS AMIGDALIANOS, PERMITINDO A
INTEGRAÇÃO DA INFORMAÇÃO PROVENIENTE DAS DIVERSAS ÁREAS CEREBRAIS, ATRAVÉS DE
CONEXÕES EXCITATÓRIAS E INIBITÓRIAS A PARTIR DE VIAS CORTICAIS E SUBCORTICAIS.
OS NÚCLEOS BASOLATERAIS SÃO AS PRINCIPAIS PORTAS DE ENTRADA DA AMÍGDALA, RECEBENDO
INFORMAÇÕES SENSORIAIS E AUDITIVAS; JÁ A VIA AMIGDALOFUGAL VENTRAL E A ESTRIA TERMINAL
ESTABELECEM CONEXÃO COM O HIPOTÁLAMO, PERMITINDO O DESENCADEAMENTO DO MEDO.
A ESTRIA TERMINAL ESTÁ RELACIONADA À LIBERAÇÃO DOS HORMÔNIOS DE ESTRESSE DAS
GLÂNDULAS HIPÓFISE E SUPRA-RENAL DURANTE O CONDICIONAMENTO. PARA O APRENDIZADO DO
CONDICIONAMENTO DO MEDO, AS VIAS QUE TRANSMITEM A INFORMAÇÃO DO ESTÍMULO
CONVERGEM NO NÚCLEO LATERAL DA AMÍGDALA, DE ONDE PARTE A INFORMAÇÃO PARA O NÚCLEO
CENTRAL. ESTE, POR SUA VEZ, ESTABELECE CONEXÃO COM O HIPOTÁLAMO E SUBSTÂNCIA
CINZENTA PERIAQUEDUTAL NO TRONCO CEFÁLICO, EVOCANDO, POR FIM, RESPOSTAS MOTORAS
SOMÁTICAS.
RAIVA
UMA DAS PRIMEIRAS ESTRUTURAS ASSOCIADAS À RAIVA FOI O HIPOTÁLAMO, EM DECORRÊNCIA
DE ESTUDOS REALIZADOS NA DÉCADA DE 1920, NOS QUAIS SE DESCREVERAM MANIFESTAÇÕES
DE RAIVA EM SITUAÇÕES NÃO CONDIZENTES, APÓS A REMOÇÃO TOTAL DO TELENCÉFALO.
ENTRETANTO, ESSE MESMO COMPORTAMENTO NÃO ERA OBSERVADO QUANDO A LESÃO SE
ESTENDIA ATÉ A METADE POSTERIOR DO HIPOTÁLAMO, LEVANDO À CONCLUSÃO DE QUE O
HIPOTÁLAMO POSTERIOR ESTARIA ENVOLVIDO COM A EXPRESSÃO DE RAIVA E AGRESSIVIDADE,
ENQUANTO O TELENCÉFALO MEDIARIA EFEITOS INIBITÓRIOS SOBRE ESSE COMPORTAMENTO.
A RAIVA, ASSIM COMO O MEDO, É UMA EMOÇÃO RELACIONADA ÀS FUNÇÕES DA AMÍGDALA, EM
DECORRÊNCIA DE CONEXÕES COM O HIPOTÁLAMO E OUTRAS ESTRUTURAS.
TRISTEZA
A TRISTEZA E A DEPRESSÃO PODEM SER VISTAS COMO “POLOS” DE UM MESMO PROCESSO. A
PRIMEIRA É CONSIDERADA “FISIOLÓGICA”, E A SEGUNDA, “PATOLÓGICA”, ESTANDO, POR CONTA
DISSO, RELACIONADAS EM TERMOS NEUROFISIOLÓGICOS. É CADA VEZ MAIS FREQUENTE A
DESCRIÇÃO DA CORRELAÇÃO ENTRE DISFUNÇÕES EMOCIONAIS E PREJUÍZOS DAS FUNÇÕES
NEUROCOGNITIVAS. DE FATO, A DEPRESSÃO ASSOCIA-SE A DÉFICITS EM ÁREAS ESTRATÉGICAS
DO CÉREBRO, INCLUINDO REGIÕES LÍMBICAS. NÃO OBSTANTE OS FATORES EMOCIONAIS
RELACIONADOS, HÁ VÁRIOS DETERMINANTES BIOLÓGICOS IMPLICADOS NO SEU
DESENVOLVIMENTO; OBSERVANDO-SE ALTERAÇÕES OCORRIDAS NO SISTEMA IMUNOLÓGICO ES
OCORRIDAS NO SISTEMA IMUNOLÓGICO.
ESTUDOS RECENTES DEMONSTRARAM QUE A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES QUE EVOCAM ESSE
SENTIMENTO RELACIONA-SE À ATIVAÇÃO DE ÁREAS CENTRAIS, COMO OS GIROS OCCIPITAIS
INFERIOR E MEDIAL, GIRO FUSIFORME, GIRO LINGUAL, GIROS TEMPORAIS PÓSTERO-MEDIAL E
SUPERIOR E AMÍGDALA DORSAL, RESSALTANDO-SE, TAMBÉM, A PARTICIPAÇÃO DO CÓRTEX PRÉ-
FRONTAL DORSOMEDIAL.
A INDUÇÃO DA TRISTEZA RELACIONA-SE:
1. ATIVAÇÃO DE REGIÕES LÍMBICAS, PORÇÃO SUBGENUAL DO GIRO DO CÍNGULO E ÍNSULA
ANTERIOR;
2. DESATIVAÇÃO CORTICAL, CÓRTEX PRÉ-FRONTAL DIREITO E PARIETAL INFERIOR;
3. DIMINUIÇÃO DO METABOLISMO DA GLICOSE NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL
Fonte: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2010/RN1803/426%20revisao.pdf
3. NEUROTRANSMISSORES E VIAS
SEROTONINA
A serotonina (5-HT) é produzida pelos núcleos da rafe e neurônios da linha mediana da ponte e da parte
superior do tronco encefálico. O triptofano é hidroxilado pelo triptofano hidroxilase em 5-hidroxitriptofano
e este, em seguida, é descarboxilado em serotonina.
Os níveis de serotonina são controlados pela captação de triptofano e pela MAO intraneuronal que
degrada a serotonina. Finalmente, a serotonina é excretada na urina como ácido 5-hidroxi-indoacético,
ou 5-HIAA.
Receptores serotoninérgicos (5-HT, com pelo menos 15 subtipos) são classificados como 5-HT1 (com
4 subtipos), 5-HT2 e 5-HT3. Os agonistas seletivos do receptor de serotonina (p. ex., sumatriptana)
podem cessar a migrânea.
ACETILCOLINA
A acetilcolina é o principal neurotransmissor dos neurônios motores bulboespinais, fibras pré-
ganglionares autônomas, fibras pós-ganglionares colinérgicas (parassimpáticas) e muitos outros
neurônios do sistema nervoso central (p. ex., nos gânglios basais e no córtex motor). É sintetizada a
partir da colina e da acetilcoenzima A pela colina acetiltransferase e sua ação encerra-se rapidamente
por hidrólise local em colina e acetato pela acetilcolinesterase. Os níveis de acetilcolina são regulados
pela colina acetiltransferase e pela captação de colina. Os níveis desse neurotransmissor são mais
baixos em pacientes com doença de Alzheimer.
Os receptores colinérgicos são classificados como nicotínicos N1 (na medula suprarrenal e nos gânglios
autônomos) ou N2 (nos músculos esqueléticos) e muscarínicos M1 a M5 (amplamente distribuídos pelo
sistema nervoso central).
O receptor M1 está presente no sistema nervoso autônomo, corpo estriado, córtex cerebral e
hipocampo; o receptor M2 no sistema nervoso autônomo, coração, musculatura lisa do intestino, ponte,
bulbo e cerebelo.
DOPAMINA
A dopamina interage com alguns receptores em algumas fibras nervosas periféricas e muitos neurônios
centrais (p. ex., na substância negra, mesencéfalo, área tegmentar ventral e hipotálamo). O aminoácido
tirosina é captado por neurônios dopaminérgicos e convertido pela tirosina hidroxilase em 3,4-di-
hidroxifenilalanina (dopa), que é descarboxilada por L-aminoácido aromático descarboxilase
em dopamina. Após a liberação e a interação com os receptores, a dopamina é bombeada ativamente
(recaptada) de volta à terminação nervosa. A tirosina hidroxilase e a MAO (que decompõem a dopamina)
regulam os níveis de dopamina nas terminações nervosas.
NORADRENALINA
A noradrenalina é o neurotransmissor presente na maioria das fibras simpáticas pós-ganglionares e
em muitos neurônios centrais (p. ex., no lócus cerúleo e no hipotálamo). O precursor tirosina é convertido
em dopamina, que é hidroxilada pela dopamina beta-hidroxilase em noradrenalina. Após liberação
e interação com receptores, uma parte da noradrenalina é degradada pela COMT e o restante é
recaptado pela terminação nervosa, onde é degradada pela MAO.
Os receptores adrenérgicos são classificados como alfa1 (pós-sinápticos no sistema simpático), alfa2
(pré-sinápticos no sistema simpático e pós-sinápticos no encéfalo), beta1 (no coração) e beta2 (em
outras estruturas inervadas pelo sistema simpático).
ENDORFINAS E ENCEFALINAS
Endorfinas e encefalinas são opioides.
As ENDORFINAS são polipeptídeos que ativam muitos neurônios centrais (p. ex., no hipotálamo, nas
tonsilas, no tálamo e no lócus cerúleo). O corpo celular contém um polipeptídeo extenso denominado
pró-opiomelanocortina, o precursor de alfa, beta e gamma-endorfinas. A pró-opiomelanocortina é
transportada distalmente pelo axônio e clivada em fragmentos; uma é a beta-endorfina, presente em
neurônios que se projetam para a substância cinzenta central (periaqueductal) do mesencéfalo,
estruturas límbicas e principais neurônios catecolaminérgicos do encéfalo. Após liberação e interação
com receptores, a beta-endorfina é hidrolisada por peptidases.
ENCEFALINAS incluem a met-encefalina e a leu-encefalina, que são pequenos peptídeos presentes
em muitos neurônios centrais (p. ex., no globo pálido, tálamo, núcleo caudado e na substância cinzenta
central). A proencefalina, seu precursor, é formada no corpo celular e, em seguida, é clivada por
peptidases específicas em peptídeos ativos. Essas substâncias também estão presentes na medula
espinal, onde atuam como neuromoduladores dos sinais de dor. Os neurotransmissores desses sinais,
no corno posterior da medula espinal, são o glutamato e a substância P. As encefalinas diminuem a
quantidade dos neurotransmissores liberados e hiperpolarizam (tornam mais negativa) a membrana
pós-sináptica, reduzindo a geração dos potenciais de ação e percepção de dor no giro pós-central. Após
liberação e interação com receptores peptidérgicos, as encefalinas são hidrolisadas em peptídeos
menores inativos e aminoácidos. A inativação rápida impede que essas substâncias sejam clinicamente
úteis. Por outro lado, moléculas mais estáveis (p. ex., morfina) são usadas como analgésicos.
Os receptores de endorfina-encefalina (opioides) são classificados como mu-1 e mu-2 (afetam a
integração sensorimotora e a analgesia), delta-1 e delta-2 (afetam a integração motora, a função
cognitiva e a analgesia) e kappa-1, kappa-2 e kappa-3 (afetam a regulação do balanço hídrico, a
analgesia e a ingestão de alimentos). Os receptores sigma são atualmente classificados como não
opioides e a maioria localiza-se no hipocampo, ligando-se à PCP. Novos dados sugerem a presença de
uma quantidade muito maior de subtipos de receptores, com implicações farmacológicas. Os
componentes do precursor molecular da proteína receptora podem ser rearranjados durante a síntese
do receptor para produzir diversas variantes do receptor (p. ex., 27 variantes de splicing do receptor
opioide mu). Além disso, 2 receptores podem combinar-se (dimerizar-se) para formar um novo receptor.
4. FARMACOLOGIA:
Revisar os conceitos básicos de farmacocinética e farmacodinâmica, vistos na farmacologia
e mais os temas específicos da área.
ANTIDEPRESSIVOS ATIPICOS
Bupropiona (Zyban)
Mecanismo de ação
– Inibidor da recaptura de noradrenalina e dopamina UNICICLICO
Características gerais
– Também utilizada para cessação do tabagismo e como tratamento de TDAH
– Potencial diminuição do limiar convulsivo
– Pode diminuir sonolência excessiva e fadiga
Efeitos colaterais: insônia, boca seca, tremores, baixa disfunção sexual.
Pode ser adicionado aos estabilizadores de humor. Não usar com IMAO, devido à crise
hipertensiva e também não utilizar com drogas ou algool devido ao risco de convulsão.
Mirtazapina
Mecanismo de ação
– Potente medicação antidepressiva com ação noradrenérgica,
serotoninérgica e anti-histamínica
Características gerais: Causa sedação, aumento do apetite e diminui náuseas;
possui poucas interações medicamentosas (idosos e associação com venlafaxina)
Trazodona
Mecanismo de ação
- Bloqueio de receptores 2A de serotonina
- Bloqueio menos potente de bomba de recaptura
Características gerais: Causa sedação e é primariamente utilizada em quadros de insônia.
ESTABILIZADORES DE HUMOR
Conceitos fundamentais: Classe extremamente heterogênea de medicações,
composta pelo lítio e por alguns anticonvulsivantes. Utilizada como tratamento de primeira linha
para algumas patologias psiquiátricas e como adjuvante
Principais indicações: Transtorno Afetivo Bipolar e Transtorno Esquizoafetivo
Outras indicações: Potencialização no tratamento da depressão; Compulsão
alimentar; Adjuvante em outros quadros psiquiátricos (ansiedade; TP e T. uso S.P.A)
LÍTIO
Características Gerais: Mecanismo de ação desconhecido e complexo
Primeira linha no tratamento do Transtorno Afetivo Bipolar
- Eficaz em fases de mania assim como em fases depressivas
- A dosagem sérica desta medicação pode ser feita
- Importante monitorização pois a dose terapêutica é próxima da tóxica
- 0,6-1,2 no tratamento crônico
- 1,0-1,5 no tratamento da mania aguda
-Importante seguimento da função renal e tireoidiana ao longo do ano
Efeitos Colaterais
Cardiológicos - Arritmia
Dermatológicos - Acne, queda de cabelo e piora de psoríase
Gastrointestinais - Dispepsia, náusea (pensar em versão CR) e diarréia
Neurológicos - Ataxia e problemas de memória
Renal- Diabetes insipidus nefrogênico e toxicidade renal, Atenção a
medicações com efeito nefrotóxico ou que podem interferir com a excreção do lítio, AINE,
Hidroclorotiazida e iECAs
ANTICONVULSIVANTE
Indicações
– Transtorno Afetivo Bipolar
– Depressão unipolar
– Transtornos Ansiosos
– Impulsividade
– Compulsão alimentar
Efeitos Colaterais
– Comuns à maioria dos anticonvulsivantes
Dose dependente
– Discrasias sanguíneas
– Efeitos sobre o SNC (leves, transitórios) – Elevação de enzimas hepáticas
– Gastrointestinais
– Ganho de peso
– Hiponatremia
Idiossincráticos
– Hepatite fulminante
– Pancreatite fulminante
ÁCIDO VALPRÓICO
Características
Atua por um mecanismo desconhecido, bloqueando canais de sódio voltagem-
dependentes
Há uma equivalência de dose entre o ácido valpróico, divalproato e valproato de
sódio
Valproato é o único com uma apresentação líquida
Utilizada também como adjuvante em alguns quadros de esquizofrenia
(agressividade)
Pode causar malformações fetaisParticularmente malformação do tubo neural
Possível monitorar o nível sérico do acido valproico.
CARBAMAZEPINA
Características
– Bloqueia canais de sódio voltagem-dependentes
– Age como um potente indutor enzimático - Diminui o nível sérico de diversas
medicações (AD e A.C.O.)
– Indicado como segunda linha de tratamento na mania – Causa importante
sedação
– Possível monitor seu nível sérico
GABAPENTINA
Características
– Ação em canais de cálcio voltagem-dependentes
– Utilizada em: T.Ansiosos, dores crônicas e TAB (off-label)
– Geralmente requer 3 doses ao dia
LAMOTRIGINA
Características
– Bloqueia canais de sódio voltagem-dependentes
– Baixo potencial de efeitos colaterais
– Aproximadamente 10% dos pacientes apresentam um rash benigno
• Aumentos lentos de dose diminuem o risco
– Importante interação com valproato
– Usado: TAB; EDM e estabilização do humor (monoterapia)
OXCARBAZEPINA
Características
– Bloqueia canais de sódio voltagem-dependentes- Mesmo mecanismo de ação da
carbamazepina, porém com menos efeitos colaterais
– Indicado como terceira linha de tratamento na mania
– 2-3% dos pacientes podem evoluir com hiponatremia clinicamente
significativa (<125) nos três primeiros meses de tratamento
PREGABALINA
Características
– Ação em canais de cálcio voltagem-dependentes- Aparentemente melhor
tolerada do que a Gabapentina
– Baixo potencial de interações medicamentosas
– Utilizada em: Fibromialgia; Quadros de dor neuropática e Transtornos
ansiosos
TOPIRAMATO
Características
– Bloqueia canais de sódio voltagem-dependentes
– Baixo potencial de ganho de peso Habitualmente, há perda de peso com seu
uso.
– Pouca evidência no tratamento do TAB
– Pode ter impacto cognitivo significativo: Reversível com a suspensão da medicação
– Pode causar ureterolitíase
HIPNÓTICOS
Conceitos fundamentais
- Classe também conhecida como “ansiolíticos”
- Composta basicamente por benzodiazepínicos, zolpidem e similares
- Tem como alvo de ação receptores GABAérgicos no sistema nervoso central
Efeitos:Hipnótico-sedativo, Anticonvulsivante e Relaxante muscular.
Principais indicações dos Benzodiazepínicos: Abstinência alcóolica, Agitação
psicomotora (midazolam IM), Catatonia, Epilepsia, Insônia, Síndromes ansiosas (fase aguda).
Efeitos colaterais:
Neurológicos – Amnésia, Déficit de atenção,Descordenação motora, Lentificação
psicomotora, Quadros demências e Síndrome de dependência.
ANTICOLINESTERÁSICOS
Conceitos fundamentais
- Medicações utilizadas no tratamento do déficit cognitivo em demências do tipo
Alzheimer e em demências vasculares.
- Reduzem a inativação da acetilcolina, aumentando a neurotransmissão colinérgica
- Melhora comportamental e sintomatológica
- Por compensação parcial da degeneração de neurônios colinérgicos que regulam a
memória
- Diminuem a velocidade de progressão da doença
Efeitos colaterais
Cardiovascular - Arritmias ; Hipotensão
Gastrointestinal- Diarreia ; Inapetência ; Náuseas
Músculo-esquelético- Cãimbras ; Fraqueza muscular
Medicações: Donepezila (5-10mg), Galantamina (16-24mg) e Rivastigmina (6-12mg).
PSICOESTIMULANTES
Conceitos fundamentais: Medicações com efeito simpatomimético e há potencial de abuso
Principais indicações: Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, Narcolepsia e
Adjuvante em EDM refratário.
Efeitos colaterais:
Gastrointestinal - Anorexia; Náusea; Perda de peso.
Neurológico- Insônia; Pesadelos; Tontura.
Psiquiátrico- Ansiedade; Disforia; Irritabilidade.
METILFENIDATO
Características
– Ação noradrenérgica e proeminentemente dopaminérgica
– Utilizada no TDAH, narcolepsia e na depressão refratária
– Apresenta três formulações diferentes
• Liberação imediata (3-4 horas)
• Liberação sustentada (12horas)
• Liberação estendida (14-16horas)
LISDEXANFETAMINA
Características
– Ação noradrenérgica e proeminentemente dopaminérgica
– Utilizada no TDAH, narcolepsia e no tratamento da depressão refratária ao
tratamento - Único tratamento aprovado para T. Compulsão alimentar periódica
– Menor potencial de abuso em relação a outros estimulantes
ATIPSICÓTICOS
Conceitos fundamentais: Classe de medicação também conhecida como “neurolépticos” utilizados
para o tratamento de psicoses
História
o 1910 – 20: sem terapêutica para esquizofrenia
o 1930: primeiro tratamento para esquizofrenia
o 1950 – 60: surgem os primeiros antipsicóticos
1957: CLORPROMAZINA
1959: HALOPERIDOL
o 1990: surgem os antipsicóticos de 2ª geração
Classificação
1.Típicos ou Primeira geração: CLORPROMAZINA, HALOPERIDOL
2.Atípicos ou Segunda geração melhor, pois tem menos efeitos extrapiramidais:
CLOZAPINA, OLANZAPINA, QUETIAPINA, RISPERIDONA
Tempo de ação: + 12 semanas (a resposta é lenta e variavel)
Atuação:
Apresentação: Oral, Injetável e Depósito.
Principais indicações:
Quadros psicóticos: Esquizofrenia e transtorno Delirante Persistente
Transtorno Afetivo Bipolar Inclusive na estabilização de humor)
Depressão Psicótica
Outras indicações: Agitação psicomotor; Controle do impulso e Adjuvante em diversos quadros.
Efeitos Colaterais
Cardiovascular: Aumento do intervalo QT, Hipotensão postural, Síndrome metabólica
Gastrointestinal: Constipação e Disfagia
Endocrinológico: Galactorreia, Ginecomastia
Músculo-esquelético: Distúrbios do movimento
Neurológico: Diminuição do limiar convulsivo e Sedação
Urológico: Diminuição da libido e Retardo ejaculatório
- Trifluoperazina (2 a 20mg)
Sedativos BAIXA POTENCIA MAIS SELETIVO
- Clorpromazina (25-800mg) (Amplictil200-800mg/dia)
- Levomepromazina (25 a 300mg) (Neozine/Levozine200-800 mg/dia)
- Periciazina (5-30mg) (Neuleptil 15-30 mg/dia)
- Tioridazina (Melleril150 -600 mg/dia)
Ef. Anticolinérgicos e antiadrenérgicos mais comuns baixa potência: Boca seca, visão turva,
Constipação, taquicardia, e hipotensão arterial, Retenção urinária, delirium, sonolência.
Características gerais
Vantagens: Amplamente disponíveis e medicações muito estudadas com menor custo.
Desvantagens: Risco aumentado de distúrbios do movimento
- Síndrome extrapiramidal: Risco aumentado de distúrbios do movimento
Tríade: rigidez muscular, roda denteada e acinesia/bradicinesia
Causa: diminuição da atividade de dopamina em áreas nigroestriatal.
- Acatisia: Inquietude psicomotora com necessidade de ficar em movimento, incapacidade de
ficar sentado.
Causa: Uso de antipsicóticos e vários antidepressivos. A etiologia é pouco compreendida,
sugere-se que envolve diminuição do tônus dopaminérgico em algumas vias.
Fatores de Risco: Mulheres de meia-idade, rápidos aumentos de dose e utilização de
doses altas.
Tratamento: Tentar redução de dose ou trocar medicação
- 1a opção: Benzodiazepínicos
- 2a opção: Propranolol
- Discinesia tardia: Caracterizada por movimentos repetitivos e involuntários da
musculatura orofacial e de membros.
Causa: Afecção causada pelo uso crônico de antipsicóticos
Tratamento: Tentar redução de dose ou trocar medicação Clozapina
- Distonia aguda
Definição: Contração involuntária de grupo(s) muscular(es). Ex: torcicolo, trismo,
blefaroespasmo, crise oculógira e laringoespasmo
Causa: Uso de antipsicóticos e habitualmente dias após o início do uso
Fatores de Risco: Sexo masculino, jovens, história familiar positiva e uso de cocaína.
Tratamento: Biperideno IM e podemos considerar trocar ou redução do antipsicótico.
• DISTONIA AGUDA
• PARKINSONISMO
• SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA : H H ↓NC
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS
Mecanismo de ação
- Bloqueio de receptores de dopamina, além de
atuação em serotonina
Principais medicações disponíveis no SUS
• Clozapina: Leponex 200-500mg/dia
• Risperidona: Risperdal 2-6 mg/dia
• Paliperidona: Invega 3-12mg/dia
• Olanzapina: Zyprexa: 5-20 mg/dia
• Quetiapina: Seroquel: 600mg/dia
• Sulpirida: Equilid: 400-800mg/dia
• Amilsuprida: Socian: 300-800mg/dia
• Ziprasidona: Geodon 160 mg/dia
• Aripiprazol: Abilif 15-30 mg/dia
Características gerais
Vantagens
- Causam menos sintomas extrapiramidais
- Maior disponibilidade de medicações de depósito (não disponíveis no SUS)
Desvantagens
- Risco aumentado de síndrome metabólica
- Aumento de apetite
- Dislipidemia
- Intolerância à glicose
- Hipertensão
Indicações
o Pacientes com quadros psiquiátricos refratários
Na esquizofrenia uso de dois antipsicóticos por tempo e dose adequada,
sem resposta satisfatória
o Pacientes com discinesia tardia
o Eficaz nos sintomas negativos da esquizofrenia (anedonia, afeto apático, desinteresse)
o Medicação bastante sedativa e ocasiona importante ganho de peso
o Habitualmente utilizada em casos de psicose ou transtorno bipolar refratário ao tratamento
o Muito utilizada em depressão bipolares ou depressões unipolares resistentes ao tratamento
Características
o Medicação bastante sedativa e ocasiona importante ganho de peso
o Alto custo
o Possui uma meia-vida de eliminação de 10 a 17 horas, e sua absorção não é
afetada pela ingestão de alimentos. O pico plasmático é atingido em 1 a 3 horas, podendo
levar mais de 10 dias para atingir a estabilização de níveis séricos.
o É metabolizada no fígado, provavelmente pelo CYP1A2, e, em menor grau, pelo
2D6 e 3A4, em norclozapina, a qual possivelmente tem alguma afinidade com receptores 5HT1c,
5HT2 e D2.
o DOSE INICIAL: 25mg/d ate atingir dose 200 a 500 mg, em média 300 mg/dia, que
é a dose terapêutica. Dose máxima recomendada é de 900 mg/dia. Doses superiores a 450
mg/dia têm risco aumentado de reações adversas, particularmente de convulsões. Na
ocorrência de convulsões, considerar a hipótese da administração concomitante de um
anticonvulsivante (quando necessário, usar preferencialmente ácido valpróico).
FARMACODINÂMICA E MECANISMOS DE AÇÃO: Embora tenha atividade antipsicótica,
não produz catalepsia em animais nem sintomas extrapiramidais significativos nos humanos (o que
é um efeito direto do bloqueio D2 no sistema nigro-estriatal).
Tem atividade anticolinérgica e antiserotonérgica.
Efeitos ColateraisMais comuns: alteração da função hepática, ansiedade, aumento do
apetite, aumento da glicemia, aumento dos níveis de colesterol, boca seca, cefaléia,
constipação, convulsões (dose-dependentes), fadiga, ganho de peso, hipocinesia, hipotensão
postural, hipertensão arterial, hipertermia leve, leucopenia, náuseas, redução do limiar
convulsivante, salivação ou sialorréia (à noite), sedação, sonolência, taquicardia, tonturas,
vertigem, visão borrada.
o Agranulocitose
o Requer monitoração
o Diminuição do limiar convulsivo
o Miocardite
INTOXICAÇÃO O quadro clínico é de alteração da consciência, delirium, taquicardia,
hipotensão, depressão respiratória, hipersalivação e convulsões. As doses acima de 2.500 mg
são letais; porém, há casos de recuperação em pacientes que ingeriram mais de 4 g.
ManejoManter as vias aéreas permeáveis. Iniciar ventilação/oxigenação.
Preferir carvão ativado com sorbitol, que é melhor do que êmese ou lavagem gástrica. Fazer
monitorização cardíaca. Evitar epinefrina na hipotensão. Descartar o uso de outras drogas que
deprimam o SNC (p.ex., BZDs).
QUETIAPINA
Características
• 25-150mg: ação de um sedativo hipnótico
• 200-350mg: efeito noradrenérgico e serotoninérgico (tratamento de quadros depressivos)
• >350mg: efeito antipsicótico
RISPERIDONA
Características
• Sedativa
• Grande potencial de aumento de prolactina
• Mais “típico” dos “atípicos”
• Possui uma formulação de depósito
ZIPRAZIDONA
Características
• Pouco ganho de peso
• Baixo potencial de sedação
• Absorção depende da utilização em conjunto com alimentos
ARIPIPRAZOL
Características
• Não disponível no SUS
• Pouco ganho de peso
• Baixo potencial de sedação
• Adjuvante no tratamento da depressão (doses baixas)
5. PSICODINÂMICA:
A formação e estruturação da personalidade, assim como as teorias do
desenvolvimento psíquico constituem abordagem que são utilizadas nas diversas áreas
do conhecimento médico, não sendo e não devendo ser privativas da saúde mental.
Desta maneira, os conhecimentos das teorias e das características da personalidade
da pessoa que adoece ou requer assistência médica deve ser compreendida pelo
médico e utilizada como ferramenta tanto para o tratamento, quanto para relação
médico paciente.
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA
ANTIGUIDADE
- Assírios, babilônios, egípcios: visão mágica da doença mental
- Noção primitiva de punição por uma divindade
- Velho Testamento: possessões
GRÉCIA ANTIGA
- Busca pela base física da doença
- As crenças no sobrenatural passam a ser confrontadas com a medicina grega
- Hipócrates: “Sobre a doença sagrada” traz a epilepsia como doença do cérebro
- Escola hipocrática: cérebro é o centro das funções mentais e suas
alterações; teorias incorporavam aspectos anatômicos, fisiológicos e de
temperamento na gênese das doenças.
ESCOLA HIPOCRÁTICA
- Cérebro é o centro das funções mentais e suas alterações;
- Teorias incorporavam aspectos anatômicos, fisiológicos e de
temperamento na gênese das doenças.
- Descrição da epilepsia, histeria, delirium, psicoses puerperais, fobias,
frenites -> entidades clínicas da psiquiatria vão sendo descritas.
- Desenvolvimento de métodos psicoterápicos
IDADE MÉDIA
- Saúde e doença como resultado da batalha entre Deus e o diabo
- Rezas, rituais e trepanações para libertar os corpos dos demônios
- Malleus Maleficarum: manual com critérios diagnósticos para
reconhecimento e inquisição de bruxas
- Mulher: relação com o demônio; histeria e psicoses são compreendidas como bruxaria
RENASCIMENTO
- Humanismo: perspectiva filosófica daquele que sofre -> aquele que sofre é
compreendido de forma diferente, predomina-se o racionalismo.
- Racionalismo: base para a cisão entre sabedoria e loucura, que passa a
caracterizar não mais indivíduos desviantes, mas doentes a serem reconduzidos
ao equilíbrio
IDADE MODERNA E ILUMINISMO
- Retomada do empirismo e estudo da anatomia
- Thomas Willis: estudos anatomopatológicos permitem a distinção de doenças
com e sem base orgânica, descrição da paralisia geral (sífilis) e miastenia, idiotia
(esquizofrenia)
- Thomas Sydenham: tentativa de construção de classificação “ateórica” dos
quadros mentais, incorporação de conhecimentos psicológicos e fisiológicos em
visão mais sistemática da insanidade e suas causas (internas, externas e
antecedentes)
TEORIA DA DEGENERAÇÃO
- Inspiração darwinista: quadros psiquiátricos seriam hereditários ou
precocemente adquiridos e transmitidos por gerações
- Eclosão ativada por fatores externos, como doenças, traumatismos,
alcoolismo, conduta sexual exagerada, avareza, entre outros.
- Lombroso: “O homem delinquente” influencia a criminologia (estigmas
morfológicos do criminoso) -> através das características físicas, verifica-se se o
paciente tem doença mental.
Psicanálise
Segundo Sigmund Freud (1856- 1939), fundador da Psicanalise: Psicanalise é uma teoria, um
método de investigação e uma pratica profissional.
Atualmente Bion, Winnicott, Lacan, Melanie, Kliein e Jung (outra abordagem).
O INCONSCIENTE: guarda conteúdos que não estão na consciência. Por que as pessoas
esquecem tantos fatos traumáticos ou até vivências intensamente prazerosas? (Sonhos e atos falhos –
meios de acesso)
•Repressão –faz desaparecer da consciência.
•Resistência –força psíquica que não deixa vir a tona, que encobre.
PULSÃO DE VIDA (Eros):Afeto, sexualidade, amor.
•PULSÃO DE MORTE (Thânatos): Agressividade, maldade etc.
•SEXUALIDADE –fonte de vida e formação de personalidade
•Libido –energia sexual.
APARELHO PSÍQUICO PARA FREUD:
•ID (instinto, desejo desejo de tomar cerveja, quero sair, quero transar)
•EGO (eu, corpo, consciência, fico sozinha em casa, mecanismos de defesa para não deixar eu
fazer de tudo, porem se não tiver equilíbrio o ego surta)
•SUPEREGO (cultura, valores, lei, repressão).
Fenomenologia Existencialista
•Husserl;
•Método Epoché -O primeiro passo consiste em abster-se da atitude natural, colocando o mundo
entre parênteses (epoqué). Isso não significa negar sua existência, mas metodicamente renunciar ao seu
uso.
•Ao analisar, após essa redução fenomenológica, a corrente de vivências puras que permanecem,
constata que a consciência é consciência de algo. Esse algo chamamos de fenômeno.
•Para que haja a redução fenomenológica é preciso excluir todos os julgamentos, as crenças, os
estereótipos e as impressões que temos do mundo.
•Devemos nos concentrar apenas na experiência e levar em consideração a sua pureza.
•Colocar a doença/transtorno entre parênteses –princípio da epoché –Franco Baságlia.
•Existencialismo –Heidegger e Sartre;
•Desein –Ser-aí-no-mundo. A existência precede à essência;
•Somos livres por nossas escolhas e responsáveis por estas.
PRINCIPIOS:
1) Está baseada em uma formulação em desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes
e em uma conceituação individual de cada paciente em termos cognitivos;
2) Requer uma aliança terapêutica sólida;
3) Enfatiza a colaboração e a participação ativa;
4) Orientada para os objetivos e focada nos problemas;
5) Enfatiza inicialmente o presente;
6) É educativa, tem como objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a
prevenção de recaída;
7) Visa ser limitada no tempo;
8) Sessões estruturadas;
9) Ensina-se a identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças disfuncionais;
10) Usa uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento.
6. DOENÇAS/TRANSTORNOS MENTAIS:
DIAGNÓSTICO EM PSIQUIATRIA
- Designação do transtorno mental para que um tratamento adequado seja instituído
- Raciocínio lógico: entender as causas da alteração patológica e assim a formulação
de modos eficazes para reduzir, controlar ou erradicar o problema.
- Outras implicações do diagnóstico: companhias de seguro determinam as
condições de tratamento, pagamentos e reembolso; investimentos em pesquisa; indústria
farmacêutica; orçamentos em saúde e políticas públicas.
-> são feitos os diagnósticos e a indústria farmacêutica faz remédios em cima disso
EVIDENCIAS DE ORGANICIDADE
- Organicidade se trata de uma lesão direta no SNC: AVC, tumor, infecção do SN
(encefalite), trauma, LES.
- Clínica
-Estrutura cerebral alterada (neuroimagem – ressonância, tomografia) - buscar evidencia
da organicidade através de uma neuroimagem
- Disfunção eletroencefalográfica: será que é uma forma de epilepsia?
- Prejuízo cognitivo: se há um declínio de memoria importante ou confusão mental,
desorientação em tempo e espaço, dificuldade de atenção (atenção no sentido de estado
de alerta, qualquer movimento tira a atenção). Essas condições podem sugerir
alterações orgânicas também.
Delirium sindrome caracterizada pela alteração global das funções psiquicas e manifesta-se
fundamentalmente atraves do comprometimento da consciencia, da atenção e das funcoes cognitivas,
podendo ou estar acompanhado de alterações do ciclo sono-vigilia e da psicomotricidade.
• Transtorno comum, de 10-15% dos pacientes de enfermaria cirúrgica, 15-25% de enfermarias
clínicas; 30 % das unidades cirúrgicas e cardíacas de tratamento intensivo.
• Delirium é um Sinal de mau prognóstico, taxa de mortalidade em um ano: 50%
• Doenças infecciosa: 67%// Doença terminal: 88%
• Fatores de risco: Idade avançada, lesão cerebral prévia e comprometimento cognitivo
• Delirium é conhecido tambem como Síndrome Confusional Agudo/confusao mental/
encefalopatia metabolica, caracterizada pela alteração global das funções psíquicas
• Manifesta-se através do comprometimento do nível de consciência, atenção e funções cognitivas.
• Alterações do ciclo sono vigília e psicomotricidade.
• Outros sintomas psiquiátricos: (alt. humor, comportamento e percepção); neurológicos (tremores,
incontinencia urinária)
• Início súbito, de horas a dias com um curso breve e flutuante e uma melhora rapida quando o fator
causal é identificado e eliminado.
• Causas diversas – maioria fora do SNC. Ex: Insuficiencia Renal e hepática
Delirium: Etiologia
As principais causas incluem doenças do sistema nervosa central (epilepsia), doenças sistemicas
(IC) e intoxicação ou abstinencia de agentes farmacologicos ou toxicos. O principal neurotransmissor é
acetilcolina e a area neuroanatomica é a formacao reticular.
Delirium: Fisiopatologia
• Alterações na homeostase corpórea podem cursar com delirium
• Associado a desequilíbrio as vias colinérgicas e dopaminérgicas, principalmente NT
envolvido acetilcolina (reduzido) (formação reticular)
• Ocorre lentificação difusa no EEG
Álcool e hipnóticos: ativação rápida de baixa voltagem.
Causas de Delirum:
Intracraniana epilepsia e estado pos-ictal. Atualme não faz o uso correto e atende a coordenação.
intracranianas
Delirium: Diagnóstico
• Perturbação da consciência, com diminuição do foco, da manutenção ou deslocamento da atenção.
• Prejuízo cognitivos (distúrbios da memória/orientação/ linguagem) – não atribuído a quadro de
demência instalada ou em desenvolvimento.
• Distúrbio da atenção: elemento central (seg DSM V)
• Comprometimento da cogniçãopensamento pode ser confuso, afrouxamento de idéias e
tangencial.
• Desorientação temporal é mais comum (especial geralmente casos mais graves)
• Alterações da sensopercepção podem ocorrer: Ilusões patológicas, alucinações (pcp visuais)
• Sintomas psicóticos/ alt. do comportamento: podem dificultar avaliação clínica aumento risco de
óbito (causas?)
• Instabilidade emocional, ansiedade, agitação, depressão/irritabilidade são comuns
• Memória recente prejudicada (remota geralmente preservada)
• Inquietação, agitação, letargia e apatia.
• Inversão ciclo sono vigília, insônia, sonolência diurnal, pesadelos vívidos, piora dos sintomas ao
anoitecer (sundowning)
• Valorizar relato enfermagem/ familiares (flutuação dos sintomas)
• Diagnóstico CLÍNICO!! Utilizar instrumentos que auxiliam diagnóstico MEEM.
Segundo o DSMV:
A. Disturbio da atenção (capacidade reduzida para diferenciar, focalizar, manter e mudar a atenção)
e da consciencia (menor orientação para o ambiente);
B. A perturbação se desenvolve em um periodo breve de tempo (geralmente horas ou dias),
representa uma mudança da atenção e da consciencia basais e tende a oscilar quando a gravidade ao
longo do dia.
C. Perturbação adicional na cognicao (deficit de memoria, desorientação, linguagem, capacidade
visuoespacial ou percepção);
D. As perturbações dos criterios A e C não são mais bem explicadas por outro transtorno
neurocognitivo preexistente, estabelecido ou em desenvolvimento e não ocorrem no context de um nivel
gravemente diminuido de estimulação, como no coma;
E. Ha evidencias a partir da historia, do exame fisico ou de achados laboratoriais de que a perturbação
é uma consequencia fisiologica direta de outra condição medica, intoxicação ou abstibencia de substancia
(devido a uma droga de abuso ou a um medicamento), de exposição a uma toxina ou de que ela se deva
a multiplas etiologias.
Tipos:
Hiperativo: caracterizado pela agitação, alucinação, tremor, instabilidade autonomic. Sao mais
faceis de serem diagnosticados.
Hipoativo: apatia, sonolencia e lentidao psicomotora.
Misto: mistura do hiperativo ecom hipoativo. Flutua com as manifestações ao longo do dia.
Delirium x Esquizofrenia
• Quadros psicóticos agudos: desorganização do comportamento (dd: delirium)
• Delirium: início: paciente idosos pcp/ esquizo: mais jovens (traços de personalidade pré-mórbida)
• Alucinações: visuais e táteis
• Esquizofrenia: desenvolvimento insidioso, sem flutuação da sintomatologia, sem alt. NC e da
orientação
• Alucinações predom. auditivas
Tratamento Delirium
• Devemos identidicar e tratar rapidamente as possíveis causas
• Medicamentoso (sedação se necessário) + não medicamentoso (manejo ambiental/ orientação de
equipe e familiares)
• Profilaxia é importante!
Profilaxia/ Prevenção
Intervenções profiláticas não medicamentosas: Atividades terapêuticas, Reorientação,
Otimização do sono, Exercícios e mobilização do paciente, HO, auxílio visual e auditivo, medidas gerais
incluem manter o paciente em ambiente tranquilos, moderadamente iluminados, evitando o isolamento
total.
Profilaxia medicamentosa: Não há comprovação do uso de medicamentos, antipsicóticos/
anticolinesterásicos para PREVENIR delirium!
Tratamento Farmacológico:
• Uso empírico: Antipsicotico: intervenção farmacológica de 1ª linha.
• BZD: SOMENTE casos específicos! EVITAR, devido a piora do deficit cognitivo
• Medicações sedativas podem ofuscar e comprometer a avaliação de mudanças na função cognitiva
• Antipsicotico: HALOPERIDOL: mais utilizado. (VO/IM)
VO: 1-2 mg/dia (início), pode se aumentar a dose progressivamente// dose noturna
Mais agitados: IM (5-20mg/dia)
• Antipsicoticos Atípicos: OLANZAPINA, RISPERIDONA, QUETIAPINA
• Benzodiazepínicos: CASOS ESPECÍFICOS:
• Delirium secundário a abstinência de álcool ou de sedativo/ hipnótico delirium tremens
• Evitar possível efeitos adversos dos Antipsicotico como a acatisia, SEP, desejo de maior
sedação (visando ao controle de sintomas psicomotores)
• Se usar, geralmente o uso de Antipsicotico é necessário em conjunto!
• Preferência meia vida curta e sem metabólitos ativos : LORAZEPAM
• Uso de BZD pode piorar confusão mental e até mesmo aumentar o risco de delirium!
Caso clinico 1:
Mulher, 86 anos, aposentada, é admitida no Pronto Socorro com quadro de alteração comportamental
aguda (início há uma semana), com agitação psicomotora, irritabilidade, heteroagressividade,
desorientação temporal, alteração do ciclo sono-vigília, e recusa de cuidados. Está acompanhada pelo
sobrinho, que relata a paciente vinha fazendo tratamento psiquiátrico há 6 anos, devido a um quadro de
desânimo, falta de iniciativa, insônia e interrupção de atividades diárias (por exemplo, parou de costurar e
de cozinhar, atividades que antes lhe agradavam). Obteve melhora com o tratamento e, até pouco tempo
atrás, encontrava-se recuperada e estável com uso das medicações (escitalopram 20mg/dia e trazodona
50mg ao deitar). É tabagista há mais de cinquenta anos (hoje fuma cinco cigarros por dia) e não faz uso
de álcool. Outros medicamentos em uso: esomeprazol 40mg, levotiroxina 75mcg, enalapril 10mg 12/12h
e sinvastatina 20mg à noite.
• Qual a sua hipótese-diagnóstica para o quadro atual?
• Qual é a conduta mais adequada para o manejo inicial deste caso no pronto-socorro?
• Uma vez resolvido o quadro emergencial, qual a investigação adicional necessária para este caso e por
quê?
Caso clinico 2:
Homem, 77 anos, trazido pelo filho com queixa de esquecimento progressivos nos últimos 03 anos, além
não saber se localizer no tempo (semana; dia ou mês). Há 03 dias, diminuiu a concentração, ficou mais
agressivo, pensamentos incoerentes com oscilação destes ao longo do dia. EF: AAA, corado, hidratado,
eupnéico, desorientado com agitação psicomotora. Sem outras alterações de exame.
• Qual o diagnóstico sindrômico?
• Realizado exames com alteração do PCR: 40 mg/dl; Hemograma: apresentava leucitose com bastões
aumentados de forma importante (> 10%); EAS com leucocitose, nitro +, bactérias presentes. Rx de tórax
sem alterações.
• Cite um possível diagnóstico etiológico do caso 2.
• Neste quadro agudo do paciente, qual a melhor opção terapêutica para tratar este paciente? E quais
medicação deveriam ser evitadas.
DROGAS:
DEPRESSORAS:
DEPRESSORAS ESTIMULADORAS
ESTIMULADO DEPRIMIDO
DROGAS DEPRESSORAS
Os BZDs podem ser divididos em BZDs de curta ação (<12h), de ação intermediária (12 a 24h)
e de longa ação (>24h). Eles apresentam uma alta lipossolubilidade, o que confere uma grande
capacidade de penetrar no SNC quando administrados por via oral. A IM é indicada para os
BZDs mais hidrossolúveis, como o lorazepam e o midazolam. A principal via de metabolização
dos BZDs é a hepática. Dessa maneira, deve -se ter bastante cuidado
O abuso de benzodiazepínicos pode ser dividido em dois tipos: abuso deliberado no qual
costuma iniciar com o uso recreacional da substância e sendo muitas vezes associados a outras
substâncias para aumentar o seu efeito. Temos também o abuso por pessoas que iniciam o
uso da medicação por uma indicação terapêutica e acabam tornando esse uso inapropriado.
Além disso, uma pessoa que abusa desse medicamento, independentemente da forma, corre o
risco de desenvolver dependência.
ÁLCOOL
INTOXICAÇÃO AGUDA:
euforia, perda da censura, alteração do raciocínio
tontura, incoordenação
comportamento emocional afetado
confusão mental, estupor, coma
Tratamento: A intoxicação aguda por álcool é autolimitada. muitas vezes, apenas assegurar
a interrupção da ingesta de álcool, posicionar o paciente em decúbito lateral, para evitar
broncoaspiração de vômitos, e proporcionar um ambiente seguro e livre de estímulos podem
ser medidas efetivas. Em outras ocasiões, o paciente pode apresentar agitação psicomotora
e heteroagressividade. Nesses casos, é importante mobilizar a equipe de contenção, que
deve ser previamente treinada para eventual imobilização do paciente.
Para todos os pacientes está indicado a aplicação de tiamina 300 mg IM como profilaxia da
SÍNDROMES DE ABSTINÊNCIA:
A Síndrome de Abstinência geralmente tem inicio já nas primeiras 6 horas após a diminuição
ou interrupção do uso do álcool. A SAA tem curso flutuante e autolimitado, com pico de
duração de 24 a 48 horas após o início dos sintomas, podendo durar de 5 a 7 dias.
LEVE A MODERADO:
a) leve agitação psicomotora, tremores finos de extremidades, sudorese discreta, cefaleia,
náuseas sem vômitos e sensopercepção inalterada;
b) orientação no tempo e no espaço; contato e juízo crítico da realidade preservados
ansiedade leve, sem episódios de auto ou heteroagressividade.
Nesses casos, o tratamento ambulatorial é recomendado, juntamente com a orientação para
a família e paciente sobre a natureza do problema. Além disso, é recomendado tiamina(1
amp. IM ao dia) nos primeiros 7 a 15 dias; após esse período, a administração passa a ser
via oral (VO), em dose de 300 mg/dia. Quanto aos benzodiazepínicos (BDZs), a prescrição
deve se basear nos sintomas. Caso o paciente não seja hepatopata podemos usar
Diazepam: 20 mg VO ao dia, com retirada gradual ao longo de uma semana; caso o
paciente apresente problemas hepáticos podemos usar Lorazepam , 4 mg VO ao dia, com
retirada gradual em uma semana. (OBS: Foi falado isso em aula, sobre qual medicamento
dar ao hepatopata e não hepatopata)
GRAVE:
Os sinais e sintomas e as características apresentadas pelo indivíduo com SAA grave são:
a) agitação psicomotora intensa, com tremores generalizados, sudorese profusa, cefaleia,
náuseas com vômitos, sensibilidade visual intensa e quadros similares a crises convulsivas
ou história de crises convulsivas pregressas;
b) desorientação no tempo e no espaço, contato e juízo crítico da realidade comprometidos,
ansiedade intensa; história de violência auto e heteroagressiva, com alteração do
pensamento, podendo apresentar conteúdo delirante e alucinações auditivas, táteis ou
visuais (microzoopsias);
c) rede social de apoio inexistente ou ambiente facilitador ao uso de bebidas alcoólicas;
d) complicações e/ou comorbidades clínicas e/ou psiquiátricas graves (p. ex., depressão
grave com risco de suicídio).
DROGAS ESTIMULADORAS
Aumento da dopamina, noradrenalina e serotonina
COCAÍNA / CRACK
Das drogas anfetamínicas, as metanfetaminas são as mais potentes, sendo desenvolvidas para
potencializar efeitos alucinógenos ou entactógenos para uso recreacional. Efeitos entactógenos
referem -se ao aumento da autoestima com desenvolvimento de maior empatia e sensação de
proximidade e intimidade com outros indivíduos. A meia vida da anfetamina é em torno de 8 a
18 horas, a qual possui excreção renal.
Os efeitos centrais mais frequentes após a administração aguda das metanfetaminas são
euforia, aumento da autoestima, sensação de bem -estar e felicidade, empatia, aumento de
energia, extroversão, aumento da sociabilidade, intensificação da percepção de cores
indivíduo entra na fase de crash, que é caracterizada por depressão inicial seguida de agitação,
ansiedade, persistência do desejo para continuar o consumo (craving),
que é vencido pela fadiga, depressão e finalmente perda do interesse pela droga e sonolência.
Após esse período, se não houver retomado o uso do estimulante, o usuário crônico começa a
apresentar os sinais e sintomas da síndrome de abstinência, que se caracteriza por fissura
NICOTINA
DROGAS PERTUBADORAS:
LSD, chá de cogumelo, cetamina e maconha
MACONHA
Uso agudo: O uso de maconha em situações sociais em geral produz efeitos subjetivos, tais
como: relaxamento, leve, euforia, intensificação de experiências sensoriais (ouvir
músicas ou ver imagens) e alterações na percepção, sobretudo na avaliação do tempo (julga
que o tempo passa de forma mais lenta). Essas alterações subjetivas podem
ser acompanhadas de alterações fisiológicas, como taquicardia, aumento na pressão arterial
quando sentado, seguido de queda quando levanta, e enrubescimento das conjuntivas.
Uso crônico: Foram detectados prejuízos cognitivos em usuários crônicos de maconha, em
especial com relação a memória, atenção, funções executivas e controle inibitório de
respostas. Essas alterações estão associadas a maior frequência, duração, dose e
precocidade no início do uso.
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: A maior parte dos estudos com resultados
promissores usou as técnicas de entrevista motivacional (EM), terapia cognitivo -
comportamental (TCC) e manejo de contingências (MC), que também foram consideradas
eficazes para outros transtornos por uso de substâncias.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: Em estudos laboratoriais com usuários diários de
Cannabis, diversas medicações foram testadas no tratamento da abstinência dessa droga,
porém sem resultados promissores.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
A. Durações de pelo menos seis meses, e no mínimo dois dos seguintes sintomas de
psicose devem estar presentes durante um mês:
- Delírios: crença irrefutável, não compartilhada pelo restante das pessoas na realidade
- Alucinações: pode ser visuais, mas geralmente são auditivas, visuais. Se for táteis,
olfativas estão mais associadas a um transtorno mental orgânico, secundários a uma
condição médica geral.
- Discurso desorganizado: difícil de entender, a estrutura da frase e conexão das ideias estão
desorganizadas (sem nexo entre elas). No seu extremo, pode evoluir para incoerência –
não entende nada do que esta falando, uma “salada de palavras”.
- Comportamento desorganizado ou catatônico:
chão, subir no telhado, se vestir como roupa muito inadequada, sair na rua enrolado em
uma bandeira, rasgar dinheiro;
Catatônico paralisia, ausência de movimento, paciente em mutismo, não reage, não
conversa, não se movimenta, não aceita alimentação.
- Sintomas negativos: sintomas que representam uma perda de alguma habilidade/função
psíquica. Ex: embotamento afetivo, pois a pessoa deixa de expressar afeto, não tendo uma
resposta emocional adequada, não modula o afeto em sua fala, expressão, mímica. A falta
de iniciativa, de vontade (avolia), de interesse em geral pelas coisas, porém não é de
episódio depressivo, é uma “demência precoce”, evidenciando um declínio cognitivo nos
pacientes, com verbalização e interação social dificultadas. Esses sintomas negativos
são a marca da
esquizofrenia cronicamente, no qual o paciente fica sem perspectiva, dorme o dia todo,
ficam olhando para o nada.
Obs: Delírios, alucinações, discurso e comportamento desorganizados são sintomas
positivos e geralmente melhoram com uso de antipsicóticos, enquanto que os sintomas
negativos não melhoraram tanto.
Obs1: Somente um dos sintomas acima é necessário quando os delírios são bizarros, as
alucinações auditivas envolvem comentários sobre o paciente ou existem duas ou mais
vozes conversando entre si.
Obs2: a esquizofrenia é uma doença que tem um prognóstico um pouco pior, pois na
depressão, no TAB, ao tratar o paciente ele retorna a um padrão de bom funcionamento,
enquanto que nessa patologia, grande parcela dos pacientes retorna com funcionamento
inferior (é variável, algumas voltam com funcionamento melhor).
DELÍRIOS:
- De perseguição: Mais comum. Para identificar pergunta se tem alguém te
perseguindo, ou querendo te prejudicar? Eu tenho certeza que pessoas do meu trabalho
estão me perseguindo e que tem câmeras, escuta no telefone.
- De referência: A pessoa acha que tem alguma coisa do meio externo que diz algo
direto para ela. Por exemplo: frases de outdoor, placas, estampas de camisetas, músicas,
notícias, comentários está sendo diretamente para ela. Ou a pessoa acha que algum
acontecimento tem significado especial. Ex: alguém diz algo, e a pessoa interpreta que algo ruim
vai acontecer com ela mesmo. Isso é diferente do normal, pois se identificar com alguma música é
normal, mas achar que a música é algo diretamente para ela não é normal.
Os delírios de perseguição e de referência costumam estar associados – a paciente acha
que uma pessoa esta falando mal dela (sentindo que estão contra ela – perseguição e os
comentários são sobre ela – referência).
- De relação: a pessoa faz uma interpretação que alguma coisa significa outra, porém
não tem nada a ver. O indivíduo acha que as coisas que acontecem são coincidências,
sinais. Ex: caneta cai no chão e interpreta que aquilo é um sinal, que aconteceu devido
alguma coisa.
- De influência: a pessoa sente que seu comportamento está sendo regido por uma
máquina, ou satellite. Geralmente associados a casos de esquizofrenia mais graves, não
estão tão presentes em outros tipos de transtornos – característico de esquizofrenia.
- De grandeza: a pessoa acha que tem um poder especial, de cura, ou acha que tem
contato com Deus/diabos/entidades espirituais. Porém, ao perguntar se a pessoa tem
contato com Deus ou diabo, deve separar a fé/crença de delírio, por exemplo, “Deus me
disse que sou o enviado dele na terra, e eu saio curando as pessoas na rua de uma maneira
bizarra”. Mais comum no episódio maníaco, menos comum na esquizofrenia.
- Erótico: o paciente tem a interpretação de que as pessoas têm um interesse afetivo
sexual amoroso por ele – geralmente ocorre com pessoas famosas.
- De ciúmes: difícil de avaliar. Paciente relata ter certeza de que está sendo traído,
que tem algo acontecendo e tem evidências.
- Místico-religioso: é comum na mania, associado ao delírio de grandeza.
- De ruína: comum na depressão. O paciente acredita que já morreu, que já está
enterrada e que não tem mais nada na vida. É o extremo da menos valia.
- Hipocondríaco: A pessoa tem certeza que possui uma doença grave e nada vai
convencê-la do contrário, nem mesmo exames.
- Cenestopático: a pessoa acredita que tem animais dentro do seu corpo, como uma
serpente caminhando dentro do seu abdômen - presente na Esquizofrenia.
- Outros delírios frequentes na Esquizofrenia: de irradiação ou inserção de
pensamentos - a pessoa sente que seus pensamentos estão sendo transmitidos ou
inseridos por outras forças, não reconhece o pensamento como sendo dela.
ALUCINAÇÕES:
- Nos quadros psiquiátricos primários: alucinações auditivas são mais comuns; as
formas visuais, olfativas e táteis requerem uma especial atenção para investigação de
condições clínico- neurológicas ou efeito de substâncias.
É mais comum na esquizofrenia vozes de comando ou vozes que comentam entre si, ou
alucinações visuais de vultos mal definidos, difíceis de descrever, que dão medo e não há
diálogo com esse vulto.
Se tiver uma alucinação muito colorida, como de filmes, por exemplo, a pessoa contar que
viu um vulto de uma criança, de vestido rosa, laço na cabeça e que parece com ela mesma
na infância, é difícil que seja de esquizofrenia, estando mais relacionado ao quadro de
personalidade, perfil mais dramático.
- Se os sintomas psicóticos (delírios, alucinações) aparecerem em idade tardia, é
necessário avaliar, buscar por condição clínica associada.
- No início ou fim de sono (hipnagógicos ou hipnopômpicos): não devem ser
consideradas legítimas alucinações de distúrbios psicóticos. Quando está quase dormindo
ou quando acabou de acordar vê uma imagem - fenômeno comum relacionado à transição
das fases entre o sono com a vigília. Mais comum em crianças e adolescentes, tem a ver
com o desenvolvimento do SNC, mas também podem acontecer com adultos e não tem
nenhum significado.
- Alucinações histéricas ou pseudoalucinações: presentes em quadros de conversão
ou somatizações, ocorrem de forma frouxa, associadas à situação de medo ou estresse, e
não promovem alteração significativa no comportamento. Ex: quadros floridos, está vendo
um vulto de uma menina e não tem medo disso – paciente esquizofrênico geralmente sente
muito medo da alucinação.
- Vivências “perceptivas” fortemente emocionais e compartilhadas pela cultura do
indivíduo (vivências breves) que não apresentem outros elementos para um diagnóstico de
psicose - sem relevância clínica. Ex: Comum após uma forte experiência emocional como
morte de um ente querido, alguém da família vê a pessoa (“sua avó apareceu para mim e
falou que está tudo bem, ou vê a pessoa andando pela casa”).
IMPORTANTE
- Os pacientes frequentemente relatam mal sua história devido aos seus sintomas
psicóticos, principalmente após o surto.
- Colher informações de outras fontes - registros anteriores, membros da família ou
companheiros.
- Uma história completa pode ajudar a esclarecer a questão.
Obs: muitas vezes o paciente esquizofrênico usa outra terminologia falando que tem
depressão. Então é essencial pesquisar se é mesmo essa doença com os familiares, pedir
aonde é feito o acompanhamento, checar medicamentos em uso. Muitas vezes confunde
os sintomas negativos com a depressão
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
3) O paciente apresenta uma condição neurológica que pode estar associada à alucinação ou ao
delírio-? - Esclerose múltipla
Doença de
Alzheimer*
Obs: Varia de acordo com a clínica do paciente, como sintoma focal, paresia (AVC).
4) O paciente apresente alguma condição clínica que pode estar associada à
alucinação ou ao delírio?
EXAMES COMPLEMENTARES
BIOQUIMICOS:
Pedir se:
- Prevalência: 1% da população
- Apenas metade recebe tratamento
- Idade média de início: 18 a 25 anos (homens), 25 a 35 anos (mulheres)
SUBTIPOS
CURSO
É variável:
- Pode ter exacerbações e remissões
- Crônicos (geralmente) – acompanha por toda vida
- A remissão total é pouco provável: entre 40 e 60% dos pacientes tem prejuízos
significativos durante a vida.
- Entre 20 a 40% dos pacientes tentam suicídio - 10% conseguem suicídio.
ETIOLOGIA
Modelo neurobioquímico:
- Manifestações psicóticas podem ser grosseiramente explicadas por meio do que
se chama hipótese dopaminérgica da esquizofrenia:
- Os sintomas psicóticos estão associados a um excesso de ação em parte do
sistema neurotransmissor dopaminérgico
- A melhora dos sintomas psicóticos é devida a um bloqueio parcial desse sistema
- A síndrome extrapiramidal (SEP) traduz no sistema motor o bloqueio dopaminérgico
A hipótese é que existe um funcionamento excessivo do sistema dopaminérgico, e
com isso um bloqueio desse sistema seria o objetivo do tratamento (medicamentos que
antagonizam os receptores D2 de dopamina).
Efeitos adversos: O bloqueio de dopamina na via nigroestriatal dará o Parkinsonismo
(dificuldade de marcha, tremor, rigidez – sintomas extrapiramidais); o bloqueio de
dopamina na via tuberoinfundibular promoverá secreção de prolactina-
hiperprolactinemia (inibe quem inibe a secreção, então libera).
- Histórico familiar
- Complicações obstétricas
- Infância: alterações motoras, do funcionamento cognitivo e de comportamento
- Adolescência: uso de canabis, evento traumático…
- Alterações neurodegenerativas (é uma doença de
neurodesenvolvimento e neurodegenerativa)
TRATAMENTO
CUIDADO!
Antipsicótico Clozapina
somente por psiquiatras. Essa medicação pode causar discrasia sanguínea, podendo
levar a anemia aplástica, e, por esta razão, deve ser acompanhada de perto, realizar
hemograma mensalmente. Além disso, também pode estar associada ao aumento do risco
de convulsões e não pode ser usado concomitantemente com benzodiazepínicos.
Essa medicação está indicada para esquizofrenia refratária, ou seja, quando já foram
utilizados pelo menos dois antipsicóticos de primeira ou segunda geração e não obteve
resultado – na prática tenta mais de duas opções.
É importante diferenciar refratariedade de má adesão ao tratamento - paciente em
tratamento de Esquizofrenia, se tiver recaída, a primeira coisa a se pensar é se o paciente
está tomando a medicação (má adesão ao tratamento). Muitos reduzem a medicação ou
deixam de tomá-la devido aos efeitos adversos.
EFEITOS ADVERSOS
*Acatisia: paciente anda com as “pernas amassando o barro”, fica inquieto mesmo parado.
*Sindrome neuroléptica maligna: alterações autonômicas (variações da PA, FC);
alterações do nível de consciência (confusão, desorientação, torpor). É uma das
complicações mais graves associadas ao uso de antipsicóticos, geralmente em doses
altas.
- Orientação e suporte da família – orientar sobre a doença para que o familiar participe
do tratamento.
- Psicoterapia e terapia ocupacional (depende do paciente - pacientes com verbalização e
compreensão razoáveis podem fazer psicoterapia, já pacientes com pensamentos mais
concretos, com dificuldade de abstração e de fala, a terapia ocupacional que trabalha com
atividades lúdicas e produção artística pode ser mais interessante).
- Estratégias de socialização, grupos (compartilhar experiências).
- Atividades físicas (para amenizar os efeitos adversos como síndrome metabólica).
DESAFIOS
TRANSTORNO DO HUMOR
Classificação
Transtorno Depressivo Recorrente
- Transtorno Depressivo Maior
- Distimia
Transtorno Afetivo Bipolar (TAB)
- TAB Tipo I e TAB Tipo II
- Mania
Outros Transtornos do Humor
-Devido à condição médica geral
- Induzido por substância
Humor tônus afetivo de individuo, o estado emocional basal que colore a percepção que a pessoa
tem do mundo. Esta ligada ao afeto e pode ser descrito como ansioso, deprimido, eufórico.
Afeto qualidade emocional que acompanha uma ideia, expressão externa e pode ser ou congruente
com o humor.
Transtornos do humor (antes denominado de psicoses maníaco-depressivas) grupo de
condições clinicas caracterizado pela perda do senso de controle das expressões afetivas e pela
experiência subjetiva de grande sofrimento. A perturbação fundamental é uma alteração do humor, no
sentido de uma depressão (com ou sem ansiedade associada) ou de uma exaltação.
DEPRESSÃO
Primária Episódio depressivo do Transtorno Depressivo Recorrente
Episódio depressivo de Transtorno Bipolar
Distimia
Secundária “devido a” SUBSTÂNCIAS e/ ou “devido a” Condições médicas
TRANSTORNO DEPRESSIVO
Introdução:
- É uma doença comum, incapacitante, custosa e frequentemente mortal.
- Estima-se prevalência em torno de 15% ao longo da vida.
- É a maior causa de piora da saúde e incapacitação do mundo (DEPRESSAO > ALCOOLISMO
> ESQUIZOFRENIA > TRANSTORNO BIPOLAR > TOC).
- Principal causa de suicídio
- Altamente tratável e demanda tratamento precoce.
- Depressão como um sintoma social.
- Cultura baseada em critérios de desempenho (Ex: nos na faculdade que temos media para ser
aprovado de semestre).
- Liquidez das relações.
Obs: devemos tomar cuidado com a vulgarização e simplificação dos diagnósticos, portanto
devemos avaliar os sintomas assim como os sintomas ligados a acontecimentos da vida cotidiana.
- É o mal do século.
Causas:
Fatores biológicos: Aminas biogênicas= noradrenalina e serotonina, é a causa mais frequente
associada a fisiopatologia da depressão e também a dopamina, sistema GABA e peptídeos neuroativos;
serotonina; regulação hormonal; atividade do eixo tireoidiano; estudos de neuroimagem.
Fatores genéticos: Herdabilidade de 40% em famílias de primeiro grau de indivíduos com TD
tem risco de 2 a 4 vezes maior em desenvolver a doença do que a população em geral.
Estudos de famílias: 01 genitor risco 10-25%; 02 genitores risco 20-50%.
Estudos de gêmeos: 50 a 70% concordância.
Filhos adotivos permanecem com risco aumentado de desenvolver transtorno de humor,
mesmo que afastados dos pais biológicos acometidos por este tipo de transtorno.
Fatores psicossociais: Acontecimentos na vida e estresse ambiental, como experiências
adversas na infância e fatores estressores.
Fatores de personalidade e psicodinâmicos
Os acontecimentos vitais estressantes precedem mais frequentemente os primeiros
episódios de humor, tanto depressivos quanto maníacos, do que subsequentes. A presença de agentes
estressores permanentes precipita e influencia o curso dos transtornos de humor, interfere na
sintomatologia e na recuperação, independente das estratégias terapêuticas adotadas.
O acontecimento mais vital associado ao desenvolvimento da depressão é a perda de um
dos pais antes dos onze anos de idade. As síndromes e reações depressivas surgem com muita
frequência após perdas significativas: de uma pessoa querida, de um emprego, de um local de moradia,
de uma situação socioeconômica ou de algo puramente simbólico.
CID 10: Apresenta diferenças no diagnostico, pois ela diferencia os episódios depressivos em leve,
moderado e grave, podendo ser este com ou sem sintomas psicóticos.
Portanto o diagnostico é feito com base no humor deprimido, perda de interesse e prazer e
energia reduzida, levando em conta a fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Outros sintomas:
concentração e atenção reduzida, autoestima reduzida, ideia de culpa e inutilidade, visões pessimistas
do futuro, ideias ou atos autolesivos ou suicídio, sono perturbado e apetite diminuído.
Episodio Depressivo Leve: > 2 sintomas a seguir: humor deprimido, perda de interesse e
prazer, fatigabilidade aumentada + 2 destes sintomas: concentração e atenção reduzida,
autoestima reduzida, ideia de culpa e inutilidade, visões pessimistas do futuro, ideias ou atos
autolesivos ou suicídio, sono perturbado e apetite diminuído.
Os sintomas não prejudica o funcionamento ocupacional ou social, pois apresenta poucos
sintomas ou baixa intensidade.
Episodio Depressivo Moderado: > 2 sintomas a seguir: humor deprimido, perda de
interesse e prazer, fatigabilidade aumentada + >3 destes sintomas: concentração e atenção
reduzida, autoestima reduzida, ideia de culpa e inutilidade, visões pessimistas do futuro, ideias
ou atos autolesivos ou suicídio, sono perturbado e apetite diminuído.
Episodio Depressivo Grave: o paciente apresenta angustia ou agitações consideráveis, a
menos que retardo seja de aspecto importante. O suicídio é um perigo marcante nestes casos.
Muitos sintomas ou em grande intensidade, marcada interferência nas esferas social e ocupacional.
Presença de sintomas psicóticos como delírios (ideias de pecado, pobreza ou desastre iminentes. Ex:
Síndrome de COTARD paciente acredita estar morto ou que seus órgãos não funcionam mais),
alucinações (vozes depreciativas)ou estupor; ou ideação suicida/homicida.
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR: Tem que apresentar aqueles sintomas citados pelo DSMV.
Pergunta de investigação: VOCE FICA TAO DEPRIMIDO A PONTO DE NÃO FAZER SUAS
COISAS?
Protótipo diagnóstico: apatia, tristeza, sem energia e determinação, agitação, irritabilidade,
dificuldades cognitivas, baixa autoestima, desesperança, alterações do sono e alimentação.
Exame do estado mental: características coerentes com o HUMOR (NÃO É O AFETO): Quando as
preocupações depressivas viram convicções ilusórias e ligadas a sentimentos de culpa ou
supervalorização da realidade negativa.
Características psicóticas coerentes com o humor: Quando preocupações depressivas viram
convicções ilusórias, Ligadas a sentimentos de culpa ou a supervalorização da realidade negativa
Diagnostico Diferencial:
Transtorno Bipolares 30 a 40% dos pacientes foram diagnosticados inicialmente com
deprimidos são na verdade bipolares.
Transtorno Depressivo devido a outra condição médica, principalmente em pacientes mais
velhos.
Transtorno Depressivo induzido por substancias.
Distimia mais leve e persistente ao longo dos anos (2anos).
Esquizofrenia, esquizoafetivo e Transtorno Delirante: ilusões ou alucinações em periodos sem
sintomas de humor.
Transtorno Psicótico Breve: sintomas sem episodio de depressão podem surgir em reação a um
estresse e se resolvem rapidamente.
Transtorno disfórico Pré – Menstrual “Você tem muitos sintomas físicos e psicológicos que
ocorrem por volta da menstruação? Depressão, Irritabilidade, Mudança repentina ou reativa de humor,
Ansiedade, Redução de interesse e energia, Alteração de sono e de apetite, Outros sintomas físicos.
Casos para encaminhamento para psiquiatria:
Depressão moderada e grave com comprometimento significativo
Risco de suicídio: presença de plano, tentativas previas, meios para tal.
Psicose: delírios, alucinações, comportamento bizarro.
Bipolaridade: ser de lua, gastos inapropriados, espectro bipolar.
Dicas diagnósticas:
Relação com os estressores: diferenciar de uma reação temporária, mais tempo para fechar
(ou não) o diagnostico.
Diagnostico nos jovens: cuidado com crianças e adolescentes, considerar outros fatores
(devemos considerar a dinâmica familiar, o uso de substancias). Fobia escolar e apego excessivo aos
pais; mau desempenho escolar, abuso de drogas, comportamento antissocial; promiscuidade sexual,
ociosidade e fuga de casa.
Diagnostico nos idosos: inicio tardio pode indicar sintomas secundários a condições clinicas ou
efeito colateral de medicamentos. Lentificação psicomotora, sensação de corpo pesado e de diminuição
de energia. Prejuízo funcional: Isolamento social e diminuição do rendimento em atividades sobrepõe-
se sobre a percepção de humor deprimido e Pseudodemência depressiva são queixas de memória
secundárias ao quadro depressivo.
Curso da depressão: varia muito 6 a 13 meses sem tratamento e 3 meses com tratamento.
Após o primeiro episodio chance de 50% de ter outro e o segundo episodio aumenta em
70% e a chance de ter o terceiro é de 90%, se não tratado adequadamente.
Devemos avaliar:
História psiquiátrica: presença de história prévia de mania/hipomania e risco de suicídio.
História clínica: Comorbidades clínicas e medicações em uso.
História familiar:Comorbidades clínicas
Investigação laboratorial: Primeiro episódio, suspeita de doenças clínicas e depressão grave
com sintomas de melancólia ou psicóse e sintomas catatônicos e também a refratariedade ao
tratamento.
Neuroimagem=Sinais neurológicos focais, catatonia, idosos em primeiro episódio depressivo
Investigação laboratorial: hemograma completo, eletrólitos e função renal, TGO/TGP, TSH e
T4 livre, Á́cido fólico, vitamina D e B12, Sorologias, Toxicológico, Beta-hcg, Glicemia,colesterol
total e frações.
DE MODO GERAL: Fase “aguda”: Iniciar com inibidor seletivo de recaptura de serotonina E Reavaliar
a cada 4 semanas: se sem resposta: aumentar dose; se resposta parcial: esperar mais 4 semanas e
repetir passo 2 até remissão completa ou dose máxima tolerada.
Se dose máxima tolerada sem remissão completa: com melhora parcial: associar outra
medicação de classe diferente, se sem resposta: trocar por outro ISRS ou se já utilizou dois ISRS,
iniciar dual.
Fase de continuação: após remissão completa: manter medicação por 12 meses
Fase de manutenção
• 1 episódio: 1 ano após remissão
• 2 episódios: 2 anos após remissão
• 3 ou mais episódios: uso por toda a vida.
Opções de Associação:Lítio; Antidepressivos não-ISRS (Tricíclicos/ Mirtazapina/ Bupropiona/
Trazodona); Antipsicóticos de segunda geração (Quetiapina, Olanzapina e Aripiprazol); Levotiroxina
ou
Psicoestimulantes.
Tratamento não-farmacológico Eletroconvulsoterapia (ECT): alta eficácia; Estimulação magnética
transcraniana (EMT); Estimulação do nervo vago; Fototerapia (bright light therapy); Psicoterapia, Pode
ser feita isoladamente em quadros depressivos leves. Mudanças comportamentais Controle do álcool,
Exercícios físicos, Administrar o estresse, Convívio social.
Hospitalização: Risco de suicídio e homicídio; Depressão com sintomas psicóticos; Baixo suporte
social ou econômico; Necessidade de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos.
Curso
– Início do quadro:
• Sintomas insidiosos antes dos 25 anos
– Início precoce é fator de risco para TAB e T. Depressivo Maior
• Habitualmente há um intervalo de 10 anos antes da procura de tratamento
– Prognóstico
• 10-15% dos pacientes apresentam remissão um ano após início do tratamento
• 25% dos pacientes não apresentam remissão completa.
Tratamento Farmacológico
– Antidepressivos , porem em doses maiores que pata TDM
Por tempo indeterminado – ISRS
Duais
Bupropiona
+ Psicoterapia
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
IMPORTANTE!
Ansiedade: são manifestações psíquicas
(medo/preocupações) e somáticas (físicas como
dores, tensão, agitação) que pode estar presente
em indivíduos saudáveis (resposta) ou serem
patológicas.
Adaptação
Com o aumento de estresse, até um certo ponto a ansiedade
é normal até a performance máxima. A partir disso, o estresse
passa a ser prejudicial tendo ponto de desintegração, sendo
então patológica com perda de desempenho importante.
CURSO
- É crônico; início precoce (começo da vida)
- A ansiedade piora em situações estressantes e eventos negativos (Ex:
nascimento de um filho, puerpério – risco aumentado)
- Sintomas somáticos comumente associados, mas que não são critérios para
classificação: sudorese, náusea, diarreia (Síndrome do Intestino Irritável), cefaleia
tensional, taquicardia, ejaculação precoce (tratamento com ISRS – ansiedade de
desempenho na ejaculação).
- Apenas 1/3 dos pacientes procura tratamento para a condição; os outros
procuram médicos pelos sintomas somáticos (náusea, dor de cabeça, sintomas
sexuais).
- Comorbidade: 50 a 90 % apresentam outro diagnóstico comórbido
ASSOCIAÇÕES DA TAG
TRATAMENTO
- Antidepressivos (ISRS, IRSN, tricíclicos)
ISRS: sertralina, fluoxetina, citalopram, escitalopram, paroxetina, fluvoxamina.
IRSN (mecanismo dual de ação – serotonina e noradrenalina): Venlafaxina,
Desvenlafaxina e Duloxetina.
- Benzodiazepínicos: (risco de dependência!)
Diazepam, Clonazepam (Rivotril), Alprazolan, Lorazepam (lorax), Bromazepam (Lexotan).
Melhor escolha: Clonazepam. Pois tem tempo de meia vida maior, cobrindo o
paciente por um período maior e assim é necessário tomar menos vezes ao dia e
tem menos sintomas nas variações plasmáticas das substâncias.
O Alprazonal (frontal) tem uma meia vida mais curta tendo que tomar 3x ao dia,
então cada vez que tem uma queda do nível do medicamento entre as tomadas, o
paciente sente os sintomas e tem que tomar novamente o medicamento,
favorecendo assim a dependência. Isso não acontece como o Clonazepam por ter
uma meia vida maior tendo menos variações de sintomas e não sendo necessário
recorrer à medicação antes do tempo
- PSICOTERAPIA
ATAQUE DE PÂNICO
DEFINIÇÃO:
-São Ataques de pânico recorrentes, inesperados. Devem ser inesperados, ao
acaso – não está fazendo nada específico que cause medo e de repente tem o
ataque
-Esses Ataques são seguidos por um mês de um dos seguintes sintomas:
preocupação acerca de ter ataques adicionais, das consequências dos ataques
ou mudança de comportamento como resultado dos ataques. Ex: mudança de
comportamento: paciente deixa de sair de casa por medo de ter um novo ataque,
ou não fica mais sozinha por medo de passar mal MEDO DO MEDO.
-Os ataques não se devem a abuso de substâncias, a medicamento ou a uma
condição médica geral.
-Os ataques não são mais bem explicados por outro transtorno mental.
PREVALÊNCIA
-Na população em geral: 1,5 a 5%.
- Aumento na adolescência até idade adulta; média de idade: ~ 25 anos
- Mulheres têm propensão 2 vezes maior que os homens.
- Cerca de um terço dos pacientes com transtorno de pânico também tem agorafobia*
AGORAFOBIA
-Ansiedade acerca de estar em locais ou situações de onde possa ser difícil (ou
constrangedor) escapar ou onde o auxílio possa não estar disponível na
eventualidade de ocorrer um ataque de pânico.
Ex: estar fora de casa desacompanhado, estar em meio a uma multidão, estar em
uma ponte ou viajando de ônibus, trem ou automóvel, avião. Medo de estar dentro
de um avião e passar mal e não ter janelas para abrir e não ter como pousar de
repente e sair para ter socorro rápido, passando vergonha por isso.
Obs: Pacientes com transtorno do pânico tem muito medo de perder o controle e
não estar bem fisicamente, como no caso 2 no qual o paciente reduziu o consumo
de álcool desde que os episódios começaram.
Uma situação comum é quando o paciente promove uma hipervigilância em
relação ao próprio funcionamento do corpo, e às vezes isso se torna exagerado.
Ex ao fazer um atividade física é fisiológico tem-se um aumento da FC e a pessoa
com transtorno do pânico interpreta isso como sendo um ataque, patológico.
CONDUTA
-História física completa (lembrar sempre de uso de SPA - substâncias psicoativas)
-Exames laboratoriais
-Exame físico: PA e pulso
-ECG
TRATAMENTO
-Antidepressivos:
ISRS – paroxetina
(FDA) Tricíclicos –
clomipramina ISRSN –
Venlafaxina
-Benzodiazepínicos: bom ter esse medicamento na hora do ataque de pânico,
corta/abrevia o ataque, começa a desaprender o medo
Alprazolam (ação mais
rápida) Clonazepam-
PSICOTERAPIA:
Terapia Cognitivo-Comportamental (mais evidenciada): cognitivo analisa as
crenças dos indivíduos que não são baseadas na realidade e tenta corrigi-las,
comportamental são mudanças de comportamento que vão favorecer o paciente.
Essa terapia vai descondicionar o paciente das respostas de medo exagerado.
Técnicas de respiração e mindfulness - meditação
Pode ter o TAG ou ataque de pânico ou ambos. TAG é uma ansiedade continua,
o tempo todo. Já o transtorno do pânico é uma ansiedade paroxística, tem picos
de ansiedade.
ETIOLOGIA
-Tônus simpático aumentado.
Sistemas neurotransmissores implicados: noradrenalina,
serotonina e GABA. Há um desbalanço entre esses
neurotransmissores
Serotonina – Hipersensibilidade pós-sináptica?
GABA – Atenuação da transmissão
Noradrenalina - Atividade alterada
DEFINIÇÃO DE FOBIA:
- É o medo persistente, irracional, exagerado e patológico de
uma situação ou um estímulo específico, que resulta em evitar de
forma consciente a circunstância temida.
DEFINIÇÃO
-Presença de obsessões ou compulsões.
Ex: de ordem, de limpeza, de contagem (pensa que
algo ruim vai acontecer com a família e a compulsão
é contar ate determinado número para proteger) –
sintomas variáveis.
-A pessoa reconhece que as obsessões ou
compulsões são excessivas e irracionais (essa
exigência não se aplica a crianças), mas não
consegue deixar de praticá-las. Diferente de
Delirium, no qual a pessoa tem uma crença inabalável,
irrefutável, acreditando que é racional.
-As obsessões ou compulsões causam sofrimento acentuado,
consomem tempo ou interferem de modo significativo na rotina normal da pessoa.
-Se outra doença mental estiver presente, o conteúdo das obsessões ou
compulsões não está restrito a ela.
Obs: Paciente que tinha obsessões de conteúdo sexual e achava que as pessoas
olhavam para ela e pensavam que ela era lésbica, tinha que fazer algum ritual para
neutralizar esse pensamento. As vezes a pessoa vê imagens de santo mas com
algum conteúdo sexual (vê imagem do santo nu) e isso gera extremo desconforto,
tendo que fazer algum ritual para neutralizar esse pensamento (rezar mais vezes).
TRATAMENTO
Antidepressivo associado à psicoterapia:
-ISRS ou Clomipramina (clomipramina é um tricíclico que tem evidencias de
ser superior em relação aos outros para tratamento do TOC)
-Psicoterapia
- Atenção com comorbidades relacionadas como depressão e ansiedade.
No DSM-5 o TOC está na família dos transtornos compulsivos. Junto a ele têm os
transtornos de escoriação (arranhar ou tirar pequenos pedaços de pele), de
acumulação, de cotilomania (arrancar os cabelos) e o dismórfico corporal
(pensamento obsessivo de que tem algum defeito físico e ela busca o tempo todo
correções cirurgias/abordagens para eliminar o mal estar associado a essa
percepção. Se não diagnosticado pode ser devastador, Michael Jackson).
Transtorno que vem muitas vezes associado ao TOC são os TIQUES - são
comportamentos focais ou motores involuntários que a pessoa tem, e há piora
quando está ansiosa, assim como TOC.
Ex de TOC: enfermeira que acaba o atendimento do paciente e fica voltando no
atendimento para conferir, checar se faltou algo, perguntando novamente ao
paciente. Relaciona isso com erros cometidos durante a graduação. “Efeito do
urso branco”: não pense no urso branco e a primeira coisa que vem na mente é o
urso branco. Ela tenta não pensar nos erros cometidos, mas é aí que ela pensa e
se concentra demais nesse pensamento, tendo dificuldade de trabalhar.
Ex: A pessoa tem pensamento que vai agredir os familiares, e assim tem que fazer
um ato para evitar esse impulso de agressão.
DEFINIÇÃO
O diagnostico do TEPT reflete a presença de um sofrimento psicológico após
evento traumático ou estressante, sendo variável de pessoa a pessoa, de
situação para situação. A maneira como expressamos o sofrimento pode ser
reações de:
Ansiedade/medo
Anedonia/disforia (mal
humor/irratabilidade)
Raiva/agressividade (sintomas
externalizantes)
Sintomas dissociativos
(despersonalização/desrealização – sintomas nos
quais há distanciamento da realidade, podendo ser breve
em curtos períodos)
Combinação de sintomas (com ou sem ansiedade)
Obs: Na classificação do DSM (5), o TEPT saiu da família dos transtornos de
ansiedade, fazendo parte dos transtornos relacionados a trauma e estressores.
Por isso é necessário identificar nos casos de TEPT que houve uma reação
psicológica a um evento estressante.
Obs: Nem todo acidente, por exemplo, como acidente de carro, será um TEPT.
Devem-se analisar os sintomas presentes de acordo com cada caso (ver se tem
evidencia, evitação, hiperestimulação, sintomas de humor). Pode ser algo do SNC,
como Transtorno psicótico secundário a uma condição médica geral- biológica
(tinha TCE e epilepsia).
Obs: Nem todo trauma vai desencadear um TEPT. Não é regra. A reação mais
comum após um trauma é a depressão, mais comum do que o TEPT.
FATOR DESENCADEANTE E SITUAÇÕES
O evento estressante do TEPT é gerado por fator desencadeante como a
exposição a evento traumático, (concreto ou ameaça), que envolva uma das 3
situações:
-Morte (acidental ou violenta, mortes esperadas como em idoso em ITU não entra nesse caso)
-Lesão grave
-Violência sexual
Lembrar que essas situações podem ter: “acontecido comigo ou eu testemunhei
ou familiar próximo passou por isso”. Quando é o familiar próximo que passou por
isso, é a situação de morte acidental ou violência. (dúvida)
SINTOMAS DO TEPT
São sintomas de 4 categorias.
REVIVÊNCIA: a pessoa revive o trauma,
como se estivesse novamente na mesma
situação. Pode ser na forma de pesadelos
traumáticos ou flash back lembrando
vividamente como se estivesse de novo na
cena do trauma, com muito sofrimento
associado a essa lembrança.
Os: lembrar dos veteranos de guerra de filmes, que voltam da guerra tendo
flashback, se fecham, não falam do assunto, e ficam emocionalmente distantes,
sem ter emoções positivas.
CRITÉRIO B:
-Revivência (1/5)
Lembranças intrusivas (que ficam voltando
na mente) Pesadelos truamáticos
Flashbacks
dissociativos
Sofrimento psíquico
Reações fisiológicas (sintomas físicos de ansiedade)
CRITÉRIO C:
-Evitação (1/2)
Evita Pensamentos e sentimentos associados
ao trauma Evita Atividades, locais ou pessoas
associados ao trauma
CRITÉRIO D:
-Cognição e humor (2/7)
Incapacidade de recordar aspectos do trauma (‘brancos” não lembrando
de tudo sobre o trauma, causa incômodo)
Crenças negativas distorcidas sobre si ou sobre o mundo ( a pessoa é
culpada, ou o mundo não é lugar para ela ou ninguém é confiável)
Culpar a si mesmo ou aos outros pelo
ocorrido Emoções negativas
persistentes
Interesse diminuído em atividades signifivativas (parece
com anedonia) Sentimento de alienação (distanciamento
emocional)
Afeto restrito – incapacidade de sentir emoções positivas (anestesiada,
distante da própria vida).
CRITÉRIO E:
-Hiperestimulação
(2/6) Insônia
Irritabilidade ou
agressividade* Dificuldade
em se concentrar
Hipervigilância
Sobressalto exagerado
Comportamento autodestrutivo (mutilação ou suicídio)
CRITÉRIO F:
-A perturbação dura mais de um mês.
-TEA x TEPT: um dos fatores de risco para o TEPT é a pessoa ter desenvolvido
o transtorno de estresse agudo (sintomas <30 dias)
Obs: vitimas de estupros após 15 dias do evento, se a situação for muito grave,
sendo visível que a pessoa não iria melhorar rápido, então já inicia a medicação
antecipadamente por notar difícil recuperação do TEA, podendo evoluir para
TEPT.
Obs: Fatores de risco para iniciar medicação no TEA devido a grande chance de
evoluir para TEPT: presença de comorbidades psiquiátricas prévias como
ansiedade, depressão, ou se já teve tratamento, ou se teve experiências de
violência na infância. Esses fatores já sensibilizaram o eixo hipotálamo-
hipofisário-adrenal.
COMORBIDADES
-Indivíduos com TEPT são 80% mais propensos a terem outro transtorno
mental (transtornos do humor, ansiedade ou por uso de substâncias, Transtorno
de Personalidade Borderline)
-Suicídio: risco 6x maior
TRATAMENTO
-Psicoterápico
-Terapia Cognitiva Comportamental focada no trauma (maior evidência na literatura)
-Terapia de exposição (gradualmente se expõe a situação relacionada ao trauma)
-Medicamentoso
-Antidepressivos: importante por tratar já as comorbidades como transtornos
depressivos e ansiosos:
ISRS Sertralina e
Paroxetina IRSN
(alternativa) Venlafaxina
-Duração do tratamento: 6 a 12m vs 12 a 24m, depende da gravidade e do
impacto na vida da pessoa
Obs: pesadelo não significa TEPT. Nesse caso o pai viajou para o Afeganistão, mas não
teve morte acidental ou violenta, ou lesão grave.
- Não fecha diagnóstico para depressão (não apresenta humor deprimido na maior
parte do tempo, anedonia -só chora com frequência mas ao conversar com os amigos
se sente melhor)
- Não fecha diagnóstico para TAG (está com esses sintomas há 4 semanas e a TAG
é de pelo menos 6 meses e também apresenta cefaleia, dor de estomago – sintomas
somáticos que acompanham a ansiedade mas não são critérios, insônia e pesadelos)
- Não é TEPT, pois não houve um trauma, uma exposição a um evento traumático,
concreto ou ameaça.
TRANSTORNO DE AJUSTAMENTO
DEFINIÇÃO
-Presença de um estressor e uma resposta emocional a esse estressor que causa
sofrimento e prejuízo.
-Envolve sintomas que causam prejuízos, mas que são suficientes para o diagnostico
de um transtorno psiquiátrico primário.
- A ansiedade pode estar circunscrita cronologicamente com o estressor, sem
ser um transtorno de ansiedade, ou de humor.
-É um diagnóstico de exclusão.
Vídeo: Paciente ansiosa, com falta de ar, acontece ao acaso, há 6 meses. Teve 5 crises
que duravam 10 minutos. As crises atrapalham a vida, tendo medo de sair, se relacionar,
prejuízo no trabalho, deixou de fazer um concurso. Cobra-se demais, e se não acontece
oque planeja, se decepciona. Crença familiar de que ter sucesso profissional não é mais
do que a obrigação (“é o meu lema”). Procurou ajuda, mas não realizou o tratamento.
Não tem histórico familiar de transtornos. Agora tem vontade de realizar tratamento
(ideal é a psicoterapia). Não tem transtorno de personalidade, pessoa bem adaptada,
que tem relações e amigos. Esta com esse prejuízo agora relacionada com os sintomas
de medo de ter novas crises, novos ataques.
TRANSTORNOS ALIMENTARES
CARACTERÍSTICAS E EPIDEMIOLOGIA:
- Os transtornos alimentares, como a anorexia nervosa (AN) e a bulimia nervosa (BN),
assumiram grande importância nas últimas décadas, com melhor reconhecimento de sua
prevalência e de suas consequências.
- Os transtornos alimentares afetam principalmente mulheres jovens, com prevalência
média da relação homem/mulher de 1:10, chegando até a 1:20. Provavelmente há
subdiagnósticos dos homens, por vergonha de levar suas queixas ao médico.
- A diferença entre os sexos vem diminuindo entre os indivíduos mais novos, com
adolescentes homens correspondendo a 19 a 30% dos casos de anorexia.
- Observa-se diminuição na idade de manifestação do quadro, com um aumento da
prevalência em crianças, relacionado atualmente com as dietas impostas, comportamento
alimentar e preocupação excessiva com o que se come, além da preocupação com a imagem
corporal.
- Casos resistentes ao tratamento são frequentes, cerca de 25% dos pacientes
desenvolvem quadros crônicos com consequências orgânicas importantes; as taxas de
mortalidade são altas e variam de 5 a 20%.
- Alguns subgrupos são mais vulneráveis, como mulheres que trabalham como
bailarinas, atletas e modelos, apresentando risco maior de desenvolver quadros alimentares.
Porém, todos os jovens estão sujeitos a esses transtornos pela influência da mídia social e
julgamentos externos.
- São quadros que resultam em grande prejuízo social e emocional e acometem
indivíduos jovens, gerando um impacto muito importante.
- Frequentemente, são pessoas isoladas, com sequelas sociais e afetivas, que
apresentam maior incidência de transtornos de humor e ansiedade em paralelo ao quadro
nutricional e a uma variedade de complicações metabólicas.
- A ocorrência de depressão maior e distimia são frequentes, com prevalência de 50 a
75%. Os quadros ansiosos são igualmente prevalentes na população com transtornos
alimentares (65% nas anoréxicas e de 36 a 58% nas bulímicas), com predomínio dos quadros
de TAS e TOC.
- Abuso de substâncias (anfetaminas, medicamento para emagrecer, por exemplo)
ocorre entre 30 e 37% na bulimia e em 12 a 18% na anorexia.
EPIDEMIOLOGIA:
- A prevalência varia entre 0,5 e 3,7% (90 a 95% do sexo feminino).
- A taxa de cronicidade está em torno de 20%. As taxas de mortalidade variam de 5
a 20%. Entre os transtornos psiquiátricos, é um dos maiores índices de mortalidade.
- As principais causas de mortalidade são de 50 a 54% complicações da própria
anorexia nervosa - de 24 a 27% suicídio, e de 15 a 19% desconhecidas.
- Na realimentação pode ter ICC porque há retenção muito grande de volume para o qual o
organismo não está preparado
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS:
Recusa em manter o peso corporal em um nível igual ou acima do peso normal adequado
à idade e à altura (85% do peso esperado, provocado por perda de peso ou pela ausência
do ganho de peso esperado).
Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, mesmo estando com peso abaixo do
COMPLICAÇÕES:
AVALIAÇÃO:
- Devem‑se afastar condições médicas gerais, assim como outras doenças psiquiátricas
que levam à perda de peso. Nesses casos, apesar de haver perda de peso, os indivíduos não
têm distorção da imagem corporal e a magreza não é desejada.
- A decisão de hospitalização é geralmente indicada para pacientes com declínio rápido
ou persistente da ingestão alimentar, nos pacientes não aderentes ou refratários ao
tratamento, ou quando houver alterações clínicas importantes levando ao risco de morte.
- A realimentação em pacientes com desnutrição severa deve ser realizada com cuidado
(de forma gradual) e com monitoração clínica e laboratorial, pois pode ser associada a graves
complicações se realizada de forma intempestiva, como por exemplo, a insuficiência cardíaca
(devido ao rápido aumento do metabolismo por conta da ingesta).
TRATAMENTO :
- Inicial: internação e recuperação do estado nutricional.
- Desidratação, inanição e desequilíbrios eletrolíticos precisam ser corrigidos antes de
fazer terapia. A paciente deve ser pesada todos os dias, e a ingestão e a excreção diárias de
líquidos devem ser monitoradas.
- Deve-se, também, iniciar terapia (psicoterapia individual, educação familiar e terapia em
grupo), mas primeiro seu estado nutricional instável deve ser tratado - a terapia em grupo é
uma boa opção, uma vez que, através dela, a paciente consegue perceber as distorções
corporais em outras pacientes.
BULIMIA NERVOSA
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS:
TRATAMENTO:
- A associação de psicoterapia com tratamento medicamentoso geralmente é indicada
em pacientes com BN.
- Os antidepressivos são importantes no tratamento, com redução da frequência de
episódios bulímicos e vômitos, além de atuar em sintomas depressivos e ansiosos, que são
comorbidades muito comuns nesses pacientes. Os ISRS (principalmente a fluoxetina, pode ser
também a sertralina) são as medicações com maior evidência de eficácia e com o melhor perfil
de efeitos colaterais. Mesmo paciente que não tem transtorno depressivo se beneficia do ISRS.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
Critérios Diagnósticos
A. Um padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, de modo que suas
motivações são interpretadas como malévolas, que surge no início da vida adulta e está presente
em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:
1. Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo explorado,
maltratado ou enganado por outros.
2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da
confiabilidade de amigos e sócios.
3. Reluta em confiar nos outros devido a medo infundado de que as
informações serão usadas maldosamente contra si.
4. Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em
comentários ou eventos benignos.
5. Guarda rancores de forma persistente não perdoa insultos, injúrias ou
desprezo.
6. Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são percebidos pelos
outros e reage com raiva ou contra-ataca rapidamente.
7. Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do
cônjuge ou parceiro sexual.
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou
depressivo com sintomas psicóticos ou outro transtorno psicótico e não é atribuível aos efeitos
fisiológicos de outra condição médica. Nota: Se os critérios são atendidos antes do surgimento de
esquizofrenia, acrescentar “pré-mórbido”, isto é, “transtorno da personalidade paranoide (pré-
mórbido)”.
TRATAMENTO:
Psicoterapia é a escolha mais adequada.
Terapia farmacológica é usada em casos de agitação e ansiedade, podendo-se usar
antipsicóticos em doses baixas e benzodiazepínicos, respectivamente.
OBS.: Deve-se ter cuidado para diferenciá-lo dos transtornos delirantes persistentes. É uma condição
que perdura por toda a vida, mantendo o paciente com constantes problemas no meio em que vive.
TRATAMENTO:
Psicoterapia: grande importância.
Farmacoterapia tem sua eficácia questionada, mas utilizamos antidepressivos e
antipsicóticos conforme a intensidade ou predominância dos sintomas.
TRATAMENTO
Psicoterapia
Antipsicóticos
OBS.: Deve-se ter cuidado para não confundir com esquizofrenia, outros transtornos delirantes ou
mesmo com o transtorno de personalidade paranoide. Tendem a perdurar por toda a vida e uma
parcela pode evoluir para esquizofrenia.
TRATAMENTO
São muito comuns as associações com abuso de álcool e substâncias psicoativas. Também
possuem um curso crônico, e o tratamento mais eficaz é a psicoterapia.
TRATAMENTO
Psicoterapia
Farmacoterapia antidepressivos, antipsicóticos para controlar a raiva, e
anticonvulsivantes para a instabilidade emocional e impulsividade.
TRATAMENTO:
TRATAMENTO:
Psicoterapia
Estabilizador de Humor (Lítio)
OBS.: Estes indivíduos são capazes de funcionar, desde que estejam em ambientes protegidos. Alguns
casam e têm filhos, mas vivem suas vidas cercados somente pela família. São sujeitos muito
vulneráveis à depressão e à ansiedade.
TRATAMENTO:
Psicoterápia.
Antidepressivos e Ansiolíticos
TRATAMENTO:
Benzodiazepínicos
Antidepressivos
TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DA INFÂNCIA
EPIDEMIOLOGIA
-Prevalência de TM em crianças e adolescentes no Brasil entre 7,0 e 12,7%.
-Ansiedade e medo são situações muito frequentes na infância, principalmente
frente ao novo, pois tudo é novo na vida das crianças como ir à escola, aprender
esporte, sair de perto dos pais pela primeira vez, dormir sozinha na cama e não no
berço. Isso tem uma graduação normal, porém algumas crianças tem dificuldade
em passar por essas situações, sofrendo muito, dificultando seu desenvolvimento
e assim tem necessidade de tratamento.
Mais prevalente
PARTICULARIDADES DO ATENDIMENTO
-Apresentações atípicas dos principais transtornos mentais. Ex: Nas
crianças é mais comum ter irritabilidade do que humor deprimido ou tristeza
no quadro depressivo.
-Quadros clínicos polimórficos: há sintomas de vários grupos que mimetizam
várias doenças dificultando localizar de que transtorno se trata. Ex: criança
irritada, agitada, com dificuldade de aprendizado na escola pode resultar de
quadros depressivos ou déficit de atenção.
-Os diagnósticos são geralmente provisórios, pois as crianças estão em
constante desenvolvimento. Pode trazer estigma também. Cuidado com
diagnósticos permanentes.
-Alta prevalência de comorbidades: Transtornos ansiosos, alimentar,
depressivos, do sono, do aprendizado podem aparecer.
-Forma de reconhecimento dos sentimentos e emoções difere da
apresentação dos adultos. As crianças passam por estagio de
desenvolvimento psicológico e em alguns desses estágio elas não sabem
nomear, simbolizar seus sentimentos, tornando mais difícil a avaliação do
médico. Em outros casos também, não formam raciocínio lógico de relações
de causa e efeito tornando a história mais difícil de entender (não sabe contar
o que aconteceu).
-Necessidade de múltiplos informantes, como pais, avós, tios. É importante
também saber como é o comportamento da criança no ambiente fora desse
sistema, como escolar pelo professor.
-Considerar o desenvolvimento neuropsicomotor na avaliação dos sintomas.
AVALIAÇÃO
- Buscar início dos sintomas
-Possíveis fatores desencadeantes ou precipitantes (p. ex., crise conjugal,
morte ou separação, doença na família e nascimento de irmãos - quando
nasce um irmão às vezes a criança regride para obter atenção).
-Nível atual de desenvolvimento da criança ou adolescente (p. ex., nível
intelectual e caracteres sexuais secundários).
-Temperamento (p. ex., presença de comportamento inibido ou timidez), o tipo
de apego que ela tem com seus pais (p. ex., seguro ou inseguro, se for
inseguro normalmente a criança tem sempre a sensação de falta dos pais,
ficam buscando eles a todo momento) e o estilo de cuidados paternos (p. ex.,
a superproteção ou situações de negligência- ambas podem ter impacto no
desenvolvimento, se os pais fazem tudo, não deixando a criança passar pelo
aprendizado, posteriormente ela não conseguirá desenvolver sua identidade
em relação a determinados assuntos).
-Comorbidades clínicas: analisar se a criança tem alguma comorbidade e ver
se tem relação com a psicopatologia.
-Métodos para a entrevista: desenhos, brinquedos e atividades lúdicas com
crianças mais novas; no caso de crianças maiores e adolescentes, é possível
conversar diretamente com elas sobre os sintomas e problemas enfrentados.
São instrumentos nos quais representam o que a criança está sentindo
(podem desenhar a família “separada”, monstrinhos)
-Observar o comportamento do paciente (nível de atividade e de atenção,
qualidade do contato social- tem empatia? Reage em contato com o
examinador ou é indiferente? Sorri quando é engraçado?-, reação ao
observador, compartilhamento de interesses comuns compatíveis com a
idade e analisar o nível de desenvolvimento), parte física (estatura, peso,
tônus muscular e coordenação motora) e investigar sintomas emocionais,
história de abusos e traumas, vida social e percepção sobre a própria vida
(como conta da rotina, grau de autonomia e responsabilidades dentro da
dinâmica familiar).
-Nas entrevistas com os familiares, devem ser avaliadas as interações entre
os membros da família (como o adulto interage com a criança, analisando se
existe medo, ou apego acessivo, ou rebeldia) e devem ser obtidos dados
sobre o ambiente e o contexto cultural em que vivem. As vezes a criança vem
de um meio mais carente e testemunha situações de violência, é importante
saber isso também.
-Além disso, é importante investigar o entendimento dos pais acerca dos
problemas do paciente, suas expectativas em relação ao tratamento e a
motivação para se envolverem com o tratamento. Às vezes os
cuidadores/pais que levam a criança para a consulta acreditam que é algo,
mas não é. É importante saber quais são as expectativas dos cuidadores em
relação ao tratamento, além das expectativas do paciente.
IMPORTANTE!
- Avaliar as dificuldades apresentadas pelos pais, a dinâmica e o sistema
familiar, em vez de focar exclusivamente nos problemas apresentados pela
criança.
-Frequentemente o sintoma da criança é apenas o reflexo de um ajuste
inadequado entre os pais e a criança ou entre a escola e a criança, ou a
reação da criança a um estressor ambiental. A criança responde muito frente
ao que esta acontecendo no ambiente dela.
- Ficar atento em como os pais lidam com a verdade durante uma consulta, se
negam, tentam disfarçar ou minimizam a situação, ou tem olhar rígido.
107
-O diagnóstico é feito principalmente abaixo dos 7 anos, mas a partir de
2013, expandiu para abaixo dos 12 anos. Se surgiu depois dos 12 anos,
descartar esse transtorno, e pensar em outras causas como uso de
substancias.
-Transtorno disruptivo definido por mentiras patológicas, violações mais graves até
legais e comportamentos mais explosivos, como roubo, agressão e crueldade com
animais e pessoas.
-É parecido com o TOD, porém é mais grave.
-Problemas legais por conta de atos ilícitos
-Falta de suporte social adequado; Geralmente, famílias já desestruturadas.
TRATAMENTO: Além da terapia familiar, o uso de antipsicóticos de 2ª
geração também é indicado nesses casos, porém a TCC costuma
apresentar melhores resultados, especialmente quando a família participa
ativamente do tratamento.
Obs: O TDAH, TOD E TC são muitas vezes comórbidos:
108
TDAH: déficit de atenção, hiperatividade, impulsividade
TOD: desobediência e comportamento hostil, enfrentamento diante as
autoridades, dificuldades de seguir regras.
TC: mais grave, comportamentos de delinquências, crueldade, falta de empatia.
RETARDO MENTAL
-A maioria dos retardos mentais são leves (criança ou adolescente que não
consegiu passar de ano, mas consegue se vestir e alimentar sozinha,
precisa de algum suporte porém em situações mais complexas não
consegue agir) e a causa é idiopática. À medida que se torna mais grave
(situações nos quais as crianças não conseguem compreender, verbalizar é
dependente para realizar atividades básicas), é mais frequente ter uma
etiologia conhecida como síndromes genéticas (síndrome de Down), anóxia
cerebral, infecções intrauterinas, exposição a substancias (síndrome fetal do
álcool).
109
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
-Muitas vezes vem associado ao retardo mental e pelo menos 50% dos
pacientes apresentam déficits cognitivos. Alguns casos, não há deficiência
intelectual, ou seja, o QI é normal, entretanto tem déficits na socialização e
na linguagem que acabam por prejudicar a escolarização. As dificuldades
escolares, quando em presença de inteligência normal, são mais
frequentemente decorrentes dos déficits de socialização e de linguagem. Tem
grande impacto para a criança, pois a criança fica isolada, não interage, nada
desperta a atenção dela dificultando seu desenvolvimento. Geralmente inicia-
se por volta dos 2 anos, quando a linguagem começa a se desenvolver.
110
específicos, como ansiedade ou o emprego de antipsicóticos (p. ex.,
risperidona) em casos de auto ou heteroagressividades ou quadros de
agitação psicomotora.
Psiquiatria democrática
A) País de destaque: Itália.
B) Principal nome e período: Franco Baságlia (início dos anos 1960).
C) Principais avanços:
Em 1961, quando Baságlia assumiu a direção do Hospital Provincial
Psiquiátrico de Gorizia, viu os internos todos nas celas de isolamento e trancados nos pavilhões,
recordando-se de quando estava preso. Pensou em usar o seu poder para melhorar a vida destas
pessoas.
A INSTITUIÇÃO NEGADA
- Psiquiatria era considerada por Baságlia, um instrumento de saber e poder, de
controle e segregação;
- Baságlia dizia que a Psiquiatria tinha o dever de devolver a liberdade a quem
outrora havia tirado (o louco);
-Crítica teórica ao modelo de “doença” adotada pela Psiquiatria. A Fenomenologia
Existencial, abordagem de Baságlia, evidenciava a questão do sofrimento e da experiência do
louco;
- Assim como Foucault e Goffman, Baságlia compreende a instituição psiquiátrica
como produtora de sofrimento e que contribui para a piora.
- “A instituição psiquiátrica deveria ser, então, negada enquanto saber e poder.”
(AMARANTE, 2015, p. 44).
111
A DOENÇA ENTRE PARÊNTESES “Numa atitude autenticamente husserliana,
Baságlia propõe inverter esta estratégia, isto é, colocar a doença mental entre parênteses para
poder lidar e perceber o sujeito em sua experiência sofrimento”. (AMARANTE, 2015, p. 44)
A individuação da pessoa, não ocupando-se apenas da doença mental, mas tudo
aquilo que se constituiu em torno da doença.
A NOÇÃO DE “DUPLO” “...por duplo da doença mental é entendido tudo aquilo que
se constrói em termos institucionais em torno do internado: é a face institucional da doença
mental, construída tomando-se por base a negação da subjetividade do louco, da negação das
identidades, a partir da objetivação extrema da pessoa como objeto do saber.” (AMARANTE,
1996, p.81).
“Preconceitos científico” periculosidade, irrecuperabilidade e
incompreensibilidade da doença mental.
112
RJ); Loucos por Você (Ipatinga, MG); Loucos por Cidadania (Olinda,PE); Lokomotiva
(Natal, RN); Qorpo Santo (Alegrete, RS); Praia Vermelha (RJ).
• 1988 – Constituição Federal – participação social, direito à saúde, liberdade;
• 1989: Projeto de Lei Paulo Delgado - regulamentação dos direitos da pessoa com
transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios. Ficou 12 anos tramitando no
Congresso;
• 1990 – SUS – Lei 8.080;
• 1990 – Lei 8.142 – Lei do “controle social” – Próximas Conferências Nacionais
ganharam muito com isto. Participação de usuários, familiares e profissionais.
4. LEI 10.216 DE 2001 Ficou conhecida como a Lei da Reforma Psiquiátrica brasileira ou
Lei Paulo Delgado PROVA
✓Redireciona a assistência em saúde mental;
✓ Privilegia tratamento em serviços de base comunitária;
✓Protege direitos das pessoas com transtornos mentais;
✓Não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios.
Definições
• Rede de saúde mental integrada, articulada e efetiva nos diferentes pontos de
atenção para atender as pessoas em sofrimento e/ou com demandas decorrentes dos
transtornos mentais e/ou do consumo de álcool, crack e outras drogas;
• Deve-se considerar as especificidades loco-regionais;
• Ênfase nos serviços com base comunitária, caracterizados por plasticidade de
se adequar às necessidades dos usuários e familiares e não os mesmos se adequarem aos
serviços;
• Atua na perspectiva territorial, conhecendo suas dimensões, gerando e
transformando lugares e relações.
• Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e o exercício
da cidadania;
• Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde;
• Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e
assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;
• Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as estratégias
de cuidado com participação e controle social dos usuários e de seus familiares;
• Organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com
estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado;
• Desenvolvimento da lógica do cuidado centrado nas necessidades das pessoas
com transtornos mentais, incluídos os decorrentes do uso de substâncias psicoativas.
114
OBJETIVOS
• Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral;
• Promover a vinculação das pessoas em sofrimento/transtornos mentais e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de
atenção;
• Garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde
no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e
da atenção às urgências.
Componentes da RAPS:
- ATENÇÃO BASICA EM SAUDE (CAPS)
• Unidade Básica de Saúde;
• Núcleo de Apoio a Saúde da Família;
• Consultório de Rua;
• Apoio aos Serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório;
• Centros de Convivência e Cultura.
- ATENÇAO PSICOSSOCIAL ESTRATEGICA
• Centros de Atenção Psicossocial nas suas diferentes modalidades.
- ATENÇÃO DE URGENCIA E EMERGENCIA
• SAMU 192;
• Sala de Estabilização;
• UPA 24 horas e portas hospitalares de atenção à urgência /pronto socorro, Unidades Básicas de
Saúde.
- ATENÇÃO RESIDENCIAL DE CARATERTRANSITORIO
• Unidade de Acolhimento;
• Serviço de Atenção em Regime Residencial.
- ATENÇÃO HOSPITALAR
• Enfermaria especializada em hospital geral;
• Serviço Hospitalar de Referência (SHR) para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno
mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
- ESTRATEGIA DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO
• Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT);
• Programa de Volta para Casa (PVC).
- ESTRATEGIAS DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL.
• Iniciativas de Geração de Trabalho e Renda;
• Empreendimentos Solidários e Cooperativas Socias.
115
8. EMERGÊNCIA/URGÊNICA PSIQUIÁTRICA:
116
16. Registrar no prontuário médico/protocolo clínico de avaliação de primeiro
episódio psicótico as informações relativas ao momento de alta (diagnóstico definitivo, conduta
terapêutica, encaminhamento e gravidade de sintomas).
117
• Tem tentativas anteriores? Se sim, número. Data da tentativa anterior, método
utilizado.
4. Tratamento psiquiátrico atual
• Se sim, serviço e tempo de seguimento, Tipo de tratamento/medicações em uso,
diagnóstico referido.
5. Presença de condição de saúde dolorosa ou incapacitante
• Se sim, descrever.
6. Uso atual de substâncias psicoativas
• Se sim, descrever.
7. Estressores psicossociais atuais (problemas de vida)
• Se sim, descrever.
8. História de suicídio na família?
• Se sim, descrever.
9. Avaliação do quadro psiquiátrico atual
• Diagnóstico psiquiátrico inicial e conduta inicial.
10. Risco suicida atual
• Se sim, discriminar se ideias recorrentes de morte, ideação suicida e
planejamento suicida. Descrever.
• Tem suporte social? Descrever.
• Tem acesso a meios letais? (Medicações, venenos, arma de fogo, mora em local
elevado, mora em local isolado, etc). Se sim, descrever.
• Tem risco profissional (profissionais de saúde, policiais, outros). Se sim,
descrever.
• É receptivo a tratamento em Saúde mental? Descrever.
• Há disponibilidade do tratamento indicado? Descrever.
118
procurar atendimento de emergência ou ajuda caso perceba agravamento da ideação
suicida.
Situações de alta gravidade e devem ser encaminhadas para acompanhamento em
ambiente protegido (internação hospitalar).
119
FATORES DE RISCO
Técnicas de atenuação:
Nível 1 (ocorre alguma mudança ou intensificação dos comportamentos: choro,
andar de um lado para o outro, inquietação, elevação do tom de voz) é utilizado neste nível a
técnica em dar apoio e escutar ativamente o paciente; realizar perguntas abertas, ajudar o
paciente a expressar seus pensamentos e sentimentos; reduzir estímulos; reavaliar as
abordagens; oferecer medicação.
Nível 2 (ocorre um comprometimento da racionalização, assim o paciente grita,
tem comportamento beligerante, sarcástico. Podem ocorrer intimidações com ameaças verbais,
alem de movimentos desproporcionais) neste nível, delimitamos o ambiente de atendimento,
120
isola a situação, permite que o paciente expresse suas emoções; perguntamos sobre seu
problema e estimulamos a racionalização; ofereceremos e negociamos opções realistas;
fazemos perguntas abertas sobre os motivos de irritação do paciente; demonstramos
preocupação e atenção e mobilizamos a equipe, planejamos técnicas de atenuação e se
necessário o controle físico.
Nível 3 (ocorreu perda de controle por parte do paciente e houve necessidade de
ação física) imobilizamos fisicamente o paciente e realizamos a contenção mecânica e uso de
medicações.
Nível 4 (requisitação de controle) restabelecemos o vinculo terapêutico.
121
combinação haloperidol + prometazina apresentou maior risco de sintomas extrapiramidais nas
24 horas subsequentes.
• Gestantes: Haloperidol (2,5 a 5 mg)
8. Se necessário, realizar contenção física, a ser prescrita pelo médico responsável
pelo atendimento, que deverá estar presente durante todo o procedimento. Ao prescrever a
contenção física, o médico deverá também prescrever a verificação imediata de sinais
vitais (pressão arterial, pulso, temperatura), e registrar os dados obtidos pela enfermagem no
prontuário do paciente.
9. O paciente deve ser reavaliado após 30 minutos da abordagem inicial. Novamente,
a quantificação das condições de agitação/tranquilização deverá ser feito por meio da pontuação
da escala ACES. Em caso de necessidade de medicação adicional para manejo da agitação
psicomotora, a droga (ou combinação de drogas) usada inicialmente e a sua posologia devem
ser repetidas.
10. Os procedimentos de reavaliação da agitação psicomotora descritos no item
anterior devem ser repetidos 60 e 90 minutos após a medicação inicial. Havendo
necessidade de medicação adicional, deve ser mantida a mesma droga (ou combinação de
drogas), na mesma dose usada inicialmente.
11. Em todas as reavaliações, devem ser avaliados e registrados em prontuário os sinais
vitais e as condições e/ou necessidade de manutenção da contenção física.
12. Nas 24 horas subsequentes ao uso de medicação injetável para o manejo de agitação
psicomotora deve ser observada e registrada em prontuário a ocorrência de efeitos colaterais e
medidas terapêuticas adotadas no manejo destes.
13. As informações relativas à avaliação e condutas tomadas durante o manejo de
agitação psicomotora devem ser registradas no prontuário médico/protocolo de manejo de
agitação psicomotora.
Contenção mecânica: Seu uso restringe-se às situações onde os demais recursos falharam e
há risco iminente de auto e heteroagressividade.
Sequencia de ações durante a contenção mecânica:
Comunicar ao paciente o que se passa e manter as tecnicas de atenuação
garantir a não obstrução das vias respiratorias do paciente monitorizar os sinais vitais e o
comportamento do paciente considerear o uso de medicações a fim de evitar as contenções
prolongadas.
Obs: A contenção física adequada necessita de cinco pessoas treinadas, uma para cada
membro e uma protegendo a cabeça. A contenção deve ser realizada com faixas específicas
que não comprimam os vasos sanguíneos e plexos nervosos e em camas e leitos adequados
para tal finalidade.
Manejo farmacológico
O objetivo do uso de medicações é tranquilizar o paciente o mais rapidamente possível,
reduzindo o risco de auto e heteroagressividade e a ocorrência de efeitos colaterais, mas de
maneira a permitir a continuidade da investigação diagnóstica e da abordagem terapêutica.
As medicações disponíveis para o uso em casos de agitação psicomotora são os
antipsicóticos, os benzodiazepínicos e as associações dessas medicações.
RISCOS sedação excessiva, interação medicamentosa com substancias ilícita,
interação dos psicofarmacos com os quadros clínicos e/ou psíquicos, efeitos colaterais
específicos das diferentes medicações.
CUIDADOS manter comunicação com o paciente e seus familiares, manter o uso das
técnicas verbais de atenuação, monitorizar os sinais vitais e o comportamento do paciente,
registrar em prontuário as medicações e as doses administradas, verificar a dose total diária
administrada.
122
medicação via intramuscular (IM) deve ser considerado. A troca da administração IM para VO
deve ocorrer assim que for possível.
123
Meia vida de eliminação: 6hrs.
124
Medicações NÃO RECOMENDADAS no controle de agitação psicomotora
- CLORPROMAZINA associa-se a risco cardiotóxico. A apresentação injetável
apresenta distribuição errática, além de poder causar irritação no local de aplicação.
- DIAZEPAM IM e de ANTIPSICÓTICOS DE DEPÓSITO não é recomendado em
situações de urgência em razão do risco de absorção errática e de pouca previsibilidade em
relação à eficácia aguda.
- BENZODIAZEPÍNICOS e ANTIPSICÓTICOS por via endovenosa (EV) não deve ser
indicado, exceto em circunstâncias excepcionais, em virtude do risco de depressão
respiratória e do sistema nervoso central.
- Benzodiazepínicos
Vantagem variedade de substâncias com diferentes características
farmacocinéticas.
Desvantagens sedação excessiva, prejuízo de memória e depressão
respiratória. No Brasil, estão disponíveis dois BZD com apresentação IM: o diazepam e o
midazolam.
125
9. SUICIDIO
126
Populações em Risco de Suicídio
Crianças e Adolescentes Os fatores de risco para o suicídio de adolescentes incluem
tentativas anteriores, transtorno do humor, abuso de substâncias, morar sozinho, sexo
masculino, idade igual ou superior a 16 anos e história de abuso físico ou sexual. Experiências
adversas na infância, como abuso físico, emocional e sexual, estão associadas a maior risco de
tentativa de suicídio durante a vida.
Idosos acima dos 65 anos, os fatores de risco para suicídio no fim da vida incluem depressão,
doenças físicas, incapacidade funcional, traços de personalidade neurótica, isolamento social e
perda de relacionamentos significativos.
Minorias Sexuais O risco de suicídio pode ser maior em indivíduos que vivenciam altos
índices de estresse resultantes de experiências de homofobia, assédio e revelação da orientação
sexual para familiares e amigos, bem como outras dificuldades associadas à não conformidade
com o gênero.
População Carcerária A taxa de suicídio em prisões (prisões rurais e urbanas e cadeias na
delegacia de polícia) é alta em comparação àquele entre prisioneiros do sistema penitenciário.
O perfil da vítima de suicídio é jovem, branco, solteiro, sem história carcerária, cometimento do
primeiro crime (não violento) sob intoxicação, história de abuso de substâncias, em isolamento,
método de enforcamento com os lençóis e morte em 24 horas após a prisão.
Religião as taxas de suicídio entre populações católicas têm sido mais baixas do que as taxas
entre protestantes e judeus.
Estado civil taxa de suicídio 11 por 100.000 para pessoas casadas; as solteiras, que nunca
se casaram, registram uma taxa global quase 2x maior.
Ocupação quanto mais alta a condição social de uma pessoa, maior o risco de suicídio, mas
uma queda na condição social, também aumenta o risco. O trabalho, em geral, protege contra o
suicídio.
Suicídio de médicos tanto médicos, quanto médicas cometem suicídio quase sempre por
meio de superdosagem de substâncias. Médicas têm um risco na vida para transtornos de humor
bastante alto, que pode ser o principal determinante do elevado risco de suicídio. Entre médicos
considera-se que os psiquiatras tenham o maior risco.
Saúde física fatores associados a doença e que contribuem para tentativas de suicídio
consumado são perda de mobilidade; desfiguração, particularmente entre as mulheres e dor
crônica, intratável.
Saúde mental abuso de substâncias, transtornos depressivos, esquizofrenia e outros
transtornos mentais. Quase 95% de todas as pessoas que cometem ou tentam suicídio têm um
transtorno mental diagnosticado. Os transtornos depressivos respondem por 80% desse número,
esquizofrenia por 10% e demência ou delirium por 5%.
O risco para suicídio de pacientes psiquiátricos é de 3 a 12x o de indivíduos saudáveis.
Dependência de álcool até 15% de todas as pessoas dependentes de álcool tiram a própria
vida.
Tratamento
- Psicoterapias reduzem os riscos de tentativas de suicídio ou de suicídios completos
em pacientes psiquiátricos.
- Intervenções Somáticas O lítio diminui significativamente o risco de suicídio em
pacientes com transtorno bipolar.
A clozapina reduz o índice de tentativa e completação de suicídio em indivíduos
com esquizofrenia e transtorno esquizoafetivo.
A ideação, a intenção e o planejamento do suicídio em determinados indivíduos
com transtornos do humor são indicações para eletroconvulsoterapia (ECT), especialmente
quando os tratamentos alternativos não são adequados ou não apresentaram benefícios. A ECT
deve ser o tratamento de escolha quando são necessários resultados rápidos para o paciente
sob alto risco de suicídio e cuja vida está em perigo na demora da intervenção. Em um estudo
prospectivo de 22 anos com indivíduos com transtornos do humor internados, a farmacoterapia
de longo prazo (antidepressivos, lítio e neurolépticos, isolados ou combinados) reduziu
127
significativamente os índices de suicídio, apesar de terem sido tratados os pacientes mais
graves. O risco de suicídio nos pacientes foi mais alto antes do início da farmacoterapia,
diminuindo paulatinamente após o início do tratamento com antidepressivos. O tratamento com
antidepressivos dos pacientes sob risco de suicídio frequentemente é inadequado.
Os ISRSs ainda são considerados o tratamento de primeira linha para a depressão
com comportamento suicida.
- Tratamento Colaborativo ou Compartilhado A duração da internação é breve para a
maioria dos pacientes psiquiátricos. Os indivíduos encaminhados para hospitalização parcial
recebem alta rapidamente, sendo enviados para tratamento compartilhado em contexto
ambulatorial. O manejo medicamentoso de pacientes sob risco de suicídio em tratamento
compartilhado exige monitoramento cuidadoso. Os psiquiatras têm o dever de cuidar de seus
pacientes enquanto durar a prescrição do medicamento. O paciente pode receber uma
prescrição para 90 dias, que pode ser enviada pelo correio para uma farmácia. Contudo, a
prescrição de grandes quantidades de medicamentos para indivíduos em risco de suicídio pode
ser fatal. O psiquiatra deve contar com a avaliação e o manejo do risco de suicídio pelo
psicoterapeuta durante o período de 90 dias.
Manejo de segurança
É necessário manejo de segurança em relação a armas. O psiquiatra normalmente
solicita que um responsável da família remova as armas e munições da casa; contudo, o paciente
suicida também pode ter armas no carro, no escritório ou em outros locais.
128