Trabalho An2 - Escolas Da Psicologia

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ESCOLAS DA PSICOLOGIA

Introdução às Escolas de Pensamento em Psicologia


Durante o fim do século XX, quando a psicologia estava evoluindo como
uma disciplina científica distinta, o rumo da nova área foi influenciado por
Wilhelm Wundt. Ele estabeleceu metas, objetos de estudo, os métodos e os
tópicos para dar forma à nova ciência. Porém Wundt utilizava pensamentos
filosóficos e fisiológicos de sua época.

No decorrer do tempo foram surgindo novos pensamentos que eram


discordantes do modelo de Wundt. Novas idéias sociais e cientificas se
desenvolviam. Por volta de 1900 surgiram novas correntes de pensamento que
tinham algumas divergências entre si. À expressão ‘escola de pensamento’ em
psicologia refere-se a um grupo de psicólogos que se associam ideologicamente
e, algumas vezes, geograficamente com o líder de um movimento. Geralmente,
os membros de uma escola de pensamento compartilham da mesma orientação
sistemática e teórica e investigam problemas semelhantes.

O estágio do desenvolvimento da ciência, quando ainda se encontra


dividida em escolas de pensamento, foi denominado “pré-paradigmático”.
Quando a ciência não apresenta mais escolas de pensamento com idéias
discordantes, pode-se dizer que alcançou um estágio maduro e avançado que é
chamado de “paradigmático”. E a psicologia ainda não alcançou o estágio
paradigmático.

As primeiras escolas da psicologia surgiram advindas de protestos contra


a posição sistemática dominante. Elas mostravam os pontos fracos da anterior e
mostravam “novos conceitos” e estratégias para corrigir as falhas da anterior.
Mas nem sempre os lideres das escolas anteriores ficavam satisfeitos com as
idéias das novas escolas. O maior motivo para isso é que os psicólogos de
idade mais avançada eram apegados, tanto intelectualmente como
emocionalmente, as suas posições e dificilmente aceitavam as mudanças. Os
mais novos que não se viam comprometidos com as idéias anteriores partiam
para o novo sistema que surgia.

As diferentes escolas de pensamento da psicologia desenvolveram-se


durante o curso da história da psicologia, tendo sido cada uma um protesto
eficaz contra a anterior. Cada nova escola usava o seu antigo oponente como
alvo das investidas para ganhar destaque. Vale salientar que elas criavam
novos conceitos, mas também utilizava os conceitos da escola anterior com uma
“nova roupagem”.

Iremos aqui abordar as abordagens da psicologia ou ainda escolas do


pensamento da psicologia, ou simplesmente, escolas da psicologia.
Quando a psicologia surgiu pela primeira vez como uma ciência separada
da biologia e filosofia, o debate sobre a forma de descrever e explicar a mente
humana e comportamento começou.
A primeira escola de pensamento, o estruturalismo, foi defendida pelo
fundador do primeiro laboratório de psicologia, Wilhelm Wundt. Quase
imediatamente, outras teorias começaram a surgir e disputar o domínio na
psicologia.
No passado, os psicólogos muitas vezes identificaram-se exclusivamente
com uma única escola de pensamento. Hoje, os psicólogos têm uma visão mais
eclética sobre a psicologia. Eles muitas vezes recorrem a ideias e teorias de
diferentes escolas ao invés de manter uma perspectiva singular.
A seguir estão algumas das principais escolas de pensamento que
influenciaram o nosso conhecimento e compreensão da psicologia.
Estruturalismo e Funcionalismo
O estruturalismo é amplamente considerado como a primeira escola de
pensamento da psicologia. Esta perspectiva focava em quebrar processos
mentais em componentes mais básicos. Pensadores importantes associados
com o estruturalismo incluem Wilhelm Wundt e Edward Titchener. O foco do
estruturalismo era na redução de processos mentais em seus elementos mais
básicos. Os estruturalistas usavam técnicas como a introspecção para analisar
os processos internos da mente humana.

Funcionalismo foi formado como uma reação às teorias da escola


estruturalista de pensamento e foi fortemente influenciado pela obra de William
James. Ao contrário de algumas das outras escolas do pensamento bem
conhecidas na psicologia, o funcionalismo não está associado com um único
teórico dominante. Em vez disso, existem alguns pensadores funcionalistas
diferentes associados, incluindo John Dewey, James Rowland Angell, e Harvey
Carr.

Em vez de focar sobre os próprios processos mentais, pensadores


funcionalistas eram mais interessados no papel que estes processos faziam.
O projeto de Wundt
Wundt (1832-1920) foi pioneiro na formulação de psicologia como ciência
independente, na criação de uma instituição destinada à pesquisa e ao ensino
de psicologia e na formação de profissionais de psicologia (que vinham de
vários países para estudar com ele). Para wundt a psicologia era uma ciência
intermediaria entre as ciências da natureza e as ciências da cultura (sua
psicologia social). Ele não estava interessado pelas diferenças individuais entre
os sujeitos.

Wundt acreditava que os processos superiores da vida mental (como o


pensamento, por exemplo) só poderiam ser entendidos por meio de uma
análise dos fenômenos culturais, por meio dos produtos sócio-culturais. Na
investigação da psicologia social não utilizava o método experimental, mas os
métodos comparativos da antropologia e da filosofia.
O projeto de Titchener (1867-1927)
Foi um dos mais famosos alunos de Wundt, principal divulgador de sua
obra nos Estado Unidos. Titchener redefine a psicologia, colocando-a apenas no
campo das ciências experimentais, e lança-se na busca de justificativas
fisiológicas para os fenômenos da vida mental. Ele não nega a existência da
mente, mas essa depende e se explica em termos do sistema nervoso.
Titchener defende o paralelismo psicofísico, em que atos mentais ocorrem lado
a lado a processo psicofisiológicos. Um processo não causa o outro, mas o
fisiológico explica o mental. “O psicólogo descreve a experiência em termos
psicológicos, mas a explica em termos emprestados de uma ciência natural.
Com isso, a psicologia deixa de ser tão independente como pretendia Wundt.”
(Figueiredo e Santi, 2004, pág. 62). Titchener deixa de lado toda a psicologia do
social de Wundt, pois essa não podia se enquadrar nos termos de uma ciência
positiva.
Psicologia da Gestalt
Surgiu no início do século XX, na Alemanha, tendo como principais
representantes Wetheimer (1880-1943), Koffka (1886-1941) e Kohler (1887-
1967). Partiam da experiência imediata e adotavam o método fenomenológico.
Partindo desse método descobriram que os fenômenos mentais eram vividos
pelo sujeito sob a forma de estruturas, isto é, sob a forma de relações entre
partes que faziam com que a forma resultante fosse mais do que a mera soma
das partes.
Figueiredo e santi (2004) dizem a psicologia científica dos gestaltistas
comporta dois aspectos essências: o reconhecimento da experiência imediata e a
preocupação de relacionar essa experiência com a natureza física e biológica e
com o mundo dos valores sócio-culturais.

Behaviorismo radical
Desenvolvido pelo psicólogo americano Skinner (1904-1990), tornou-se
uma escola de pensamento dominante durante os anos 1950. Para Skinner
as experiências subjetivas não têm nada de imediato, são sempre construídas
pela sociedade, o sujeito não é livre, nem mesmo em suas percepções mais
íntimas, o mundo privado é uma construção social. A forma de sentir, pensar,
desejar, etc. sempre depende de como isso pré ensinado socialmente.

Behaviorismo sugere que todo o comportamento pode ser explicado por


causas ambientais e não por forças internas, e é focado em comportamento
observável. Teorias da aprendizagem, incluindo o condicionamento clássico e
condicionamento operante foram o foco de um grande esforço de investigação.

Psicanálise
A psicanálise é uma escola de psicologia fundada por Sigmund Freud. Esta
escola de pensamento enfatizou a influência da mente inconsciente no
comportamento. Freud acreditava que a mente humana era composta por três
elementos: o id, ego e superego. O id consiste em instintos mais primitivos,
enquanto o ego é o componente da personalidade acusado de lidar com a
realidade. O superego é a parte da personalidade que mantém todos os ideais e
valores que internalizamos de nossos pais e cultura. Freud acreditava que a
interação desses três elementos foi o que levou a todos os comportamentos
humanos complexos.
A escola de pensamento de Freud foi enormemente influente, mas também
gerou um debate considerável. Esta controvérsia existia não só em seu tempo,
mas também nas discussões modernas das teorias de Freud. Outros grandes
pensadores psicanalíticos incluem: Anna Freud, Carl Jung e Erik Erikson.
Freud (1856-1939) tinha formação em neurologia, mas abandona o
laboratório de fisiologia e se dedica à clínica psicanalítica. Ao receber em sua
clínica certos pacientes, Freud se defrontou com a falta de instrumental
neurológico para responder ao sofrimento deles. Nesses pacientes, a medicina
tradicional não reconhecia a existência de uma doença, pois não podiam
identificar neles lesões orgânicas, considerando ilegítimo o sofrimento desses
sujeitos. Mas Freud lançou- se a ouvir o sofrimento desses pacientes e a tratar
seu sintomas como resultado de uma dinâmica psíquica.

Freud define como o objeto de estudo da psicanálise o inconsciente, cria


uma nova teoria psicológica e a transforma em um método de tratamento, que
entra em contato com as experiências subjetivas individualizadas dos sujeitos.
A vivência do sujeito é extremamente valorizada nessa teoria, sendo
compreendida e ultrapassada no seu sentido aparente, chega-se a uma
experiência mais profunda da experiência imediata.

Psicologia humanista
Psicologia humanista foi desenvolvida como uma resposta à psicanálise e
behaviorismo. Por sua vez, foca na livre vontade individual, crescimento pessoal
e o conceito de auto-realização. Enquanto as escolas iniciais de pensamento
foram centradas principalmente sobre o comportamento humano anormal, a
psicologia humanista diferia consideravelmente em sua ênfase em ajudar as
pessoas a alcançar e realizar o seu potencial. Grandes pensadores humanistas
incluem: Abraham Maslow Carl Rogers.

Psicologia humanista, continua ser bastante popular hoje em dia e tem tido
uma influência significativa sobre outras áreas da psicologia, incluindo a
psicologia positiva. Este ramo particular da psicologia é centrado em ajudar as
pessoas a viverem uma vida mais feliz, mais gratificante.
Psicologia cognitiva
A psicologia cognitiva é a escola de psicologia que estuda os processos
mentais, incluindo como as pessoas pensam, percebem, lembram e aprendem.
Como parte do maior campo da ciência cognitiva, este ramo da psicologia está
relacionada a outras disciplinas, incluindo neurociência, filosofia e linguística.

Psicologia cognitiva começou a surgir na década de 1950, em parte como


resposta ao behaviorismo. Os críticos do behaviorismo observaram que ele não
conseguiu explicar o comportamento como os processos internos afetados. Este
período é muitas vezes referido como a “revolução cognitiva”, com uma riqueza
de pesquisa sobre temas como processamento de informação, língua, memória
e percepção começando a surgir.

Uma das teorias mais influentes desta escola de pensamento foram os


estágios de desenvolvimento cognitivo da teoria proposta por Jean Piaget.
Psicologia funcional
Representada por autores como Dewey (1859-1952), Angel (1869-1949) e
Carr (1873-1954), a psicologia funcionalista surge nos Estados Unidos em
oposição à psicologia titcheneriana, e redefine da psicologia como sendo uma
ciência biológica interessada em estudar os processos, operações e atos
psíquicos como formas de interação adaptativa. Para os funcionalistas as
operações e processo mentais seriam instrumentos da adaptação e se
expressariam claramente nos comportamentos adaptados, e era através da
observação desses comportamentos que a mente poderia ser estudada.
O comportamentalismo
Surgiu no início do século XX nos Estados Unidos, elaborado pelo
psicólogo Watson (1878-1952). Ele identifica o objeto da psicologia como sendo
o comportamento observável e suas interações com o ambiente, e seu método
é a observação e a experimentação. A psicologia passa a ser a “ciência do
comportamento observável”, abandonando o interesse na experiência subjetiva
individualizada, pois essa não seria acessível aos métodos objetivos da ciência.
“O comportamentalismo watsoniano interessa-se exclusivamente pelo
comportamento observável, com o objetivo muito prático de prevê-lo e controlá-
lo de forma mais eficaz.” (Figueiredo e Santi, 2004, pág. 67).
A psicologia cognitivista de Jean Piaget
O psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), ex-biólogo se propôs a
estudar a gênese do sujeito levando em conta sua experiência imediata sem
reduzi-la a seus condicionantes naturais. Investigava, pelo método clínico, o
desenvolvimento das funções cognitivas (da inteligência) e da moralidade (da
capacidade de julgar e comportar-se moralmente) nas crianças. Segundo
Figueiredo e Santi (2004) o objetivo de Piaget é, antes de tudo, tentar entender
a experiência imediata das crianças, como elas “vivem”, percebem e pensam
sobre o mundo. Com base nisto, ele procura construir uma teoria que explique
essas experiências e porque, ao longo do crescimento, as experiências da
criança vão mudando e ela vai “vivendo” o mundo de forma cada vez mais
complexa e adaptativa.

Jean Piaget ficou conhecido pelo seu trabalho sobre o desenvolvimento


mental na infância. Este psicólogo é apontado ao lado de Freud como
responsável pela alteração na concepção de homem. Piaget também realizou
investigações na Biologia, na Lógica e na Epistemologia. A sua teoria do
Construtivismo foi fundamental para a condição dos jovens, incluindo estudantes.
Se Piaget não tivesse formulado esse modelo explicativo do conhecimento ainda
se tratavam as crianças como “adultos em miniatura”.
Piaget estudou crianças desde que nascem até atingiram a maturidade.
Estes níveis de maturação do sujeito enquanto criança foram divididos por
Piaget, em quatro estádios de desenvolvimento cognitivo – sensório-motor, pré-
operatório, operações concretas e operações formais.

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