Analise Estatistica Do Ensaio Mecanico de Resisten
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Resumo
Este artigo mostra a importância do processo de reciclagem de pneus, registra os
principais meios utilizados para este fim e resalva o método utilizado por uma patente
junto ao Instituto de Propriedade Intelectual (INPI), ao mostrar os resultados do ensaio de
resistência mecânica a flexão com 20% e 60% de adição, e carga junto a matriz
polimérica de uma resina termofixa; a qual conforme literatura inclusive do Conselho
Regional de Química (CR), indica que esta matriz polimérica não aceita quantidade muito
superior a 30% de adição, portanto um método inovador. Os resultados dos ensaios de
resistência à flexão foram mensurados por métodos estatísticos para comprovar qual
quantidade de resíduos de pneus possuem os melhores resultados, e se está em
conformidade com a literatura e estudos até o momento desenvolvidos.
Palavras-chave: Reciclagem de pneus, Pearson, Spearman.
Abstract
This article shows the importance of the tire recycling process, records the main means
used for this purpose and highlights the method used by a patent with the Intellectual
Property Institute (INPI), when showing the results of the flexural strength test with 20%
and 60% addition, and charge together the polymer matrix of a thermoset resin; which
according to literature including the Regional Council of Chemistry, indicates that this
polymer matrix does not accept much more than 30% addition, therefore an innovative
method. The results of the flexural strength tests were measured by statistical methods to
prove the amount of waste tires have the best results, and is in accordance with the
literature and studies so far developed.
Keywords: Tire Recycling, Pearson, Spearman.
1. Introdução
Os pneus geram um problema ambiental quando chegam ao seu fim de vida, pois
não existe atualmente um processo adequado ambientalmente que resulte numa solução
para a reciclagem dos pneus (BERTOLLO; FERNANDES; SCHALCH, 2002). Já é
comprovado que os pneus abandonados em córregos, na beira de estradas ou
armazenados formando pilhas de pneus, além de gerarem risco a grandes incêndios,
liberam o dióxido de carbono que podem contaminar lençóis de água contaminado o
ambiente em torno (JON, 1994).
Os destinos mais comuns dos pneus usados e sem condições de uso no Brasil,
são a sua queima em fornos; o que geram gases com as substâncias compostas junto à
estrutura molecular que forma os pneus. Destaca-se que devem ser filtradas as partículas
na sua totalidade para evitar danos ambienta (LAGARINHOS; TENÓRIO, 2009).
Lagarinhos e Tenório (2009) já descrevem que os pneus inservíveis podem ser utilizados
para alimentar os fornos de clínquer, onde reduzem entre 10% e 30% o uso de outros
combustíveis nãorenováveis.
Na indústria de cimento, os pneus usados e sem uso, também podem alimentar os
fornos promovendo o co-processamento, onde a malha de aço se incorpora ao clínquer,
sendo um substituto da matéria prima, reduzindo os cstos operacionais (LAGARINHOS;
TENÓRIO, 2009). Conforme Largarinhos e Tenório (2013), pode-se ter a informação de
que em 2010 a indústria de pneumático fabricou aproximdamente 67,3 milhões de
uundades de pneus, deste tem-se 23,9 milhões são importados e 18,1 milhões são
exportados. O volume de pneus novos produzidos no Brasil, tem-se uma parcela que é
utilizada para reposição nacional, sendo aproximadamente 45% do total, deste cerca de
30% é usado em veiculos novos e 25% para exportação (LAGARINHOS; TENÓRIO,
2013, p. 2).
De Brito (2004), cita a importância da logistica reversa como um sistema favorável
de produção, que pode gerar aspectos tanto economicos como ambientais. Por sua vez,
Freire e Guedes (2006) comentam sobre a eficacia e o quanto é eficiente a logística
reversa, demonstrando a relevância deste processo para o meio ambiente ao auxiliar na
reciclagem dos produtos, bem como sobre a visão da malhoria do nivel da produção
industrial.
Existem leis que regulamentam o armazenamento e processo de fabricação de
pneus nos Estados Unidos da América (EUA), onde há impedimento de pneus em aterros
sanitários e por outro aspecto oferece incentivos para a utilização de novas tecnologias
para reciclar os pneus em fim de vida (FHWA, 1993; EPA, 1999).
Desde 1999 o Brasil legislou conforme Resolução do CONAMA no. 258/99, que
todo fabricante de pneus deveria dar destinação correta aos seus produtos, os quais são
os pneus inservíveis; seguindo metas conforme sua produção. Esta Resolução ressalta
que deve ser feita a coleta e dar destinação final, tendo abrangência aos produtores,
distribuidores, revendedores, reformadores e incluindo os consumidores (LAGARINHOS;
TENÓRIO, 2013).
Undri et al. (2013), mostra a dificuldade de se reciclar pneus devido as suas
ligações químicas fortes e a grande composição de elementos envolvidos na reação
química que possuem os pneus, sendo que esta composição é altamente tóxica e
prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente.
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Já há tempo se tenta dar um destino ambientalmente correto aos pneus inservíveis.
Rodrigues (2008), cita que consegue aplicar resina de óleo de mamona adicionado em
pedaços de borrachas de pneus inservíveis, sendo em seguido colocado sobre pressão
em forma, produzindo placas antiderrapantes. Com isto, se tem um produto caracterizado
por ser sustentável.
Dos diversos métodos utilizados para se reciclar borrachas de pneus inservíveis,
tem-se os métodos conhecido por meio da criogenia, onde se usa de resfriamento rápido
da borracha de pneus e seu trituramento logo em seguida. O método por micro-ondas
ocorre a quebra das cadeias químicas das borrachas de pneus, gerando pedaços
menores promovendo a reciclagem desta borracha. No método por pirolise tem-se a
evaporação dos pneus pela aplicação de pressão e vacuo em câmara especifica, onde se
tem gás, o qual é condensado, e se têm como produto final diferentes óleos destinados
para a indústria química. O processo microbiológico ocorre quando há a utilização de
microorganismos para decompor a borracha de pneus inservíveis.
O Conselho Regional de Química (CRQ, 2017), e o fabricante de resina termofixa
(RECHHOLD, 2018), tem em seu sitio a citação de que resinas termofixas tem entre as
principais características a resistência a radiação solar e aceitam carga na sua mistura em
torno de 30% total da mistura.
Nota-se que as patentes são registros de estudos e fonte de demonstração das inovações
tecnológicas, com isto é relevante se ter como referencia as patentes citadas como
reciclagem de pneus, para se ter uma noção dos estudos mais recentes nessa área do
conhecimento (INPI, 2017).
O principal objetivo deste estudo é revelar os resultados dos ensaios de flexão para
amostras de resina termofixa com adição de 20% e 60% de resíduo de pneus, sendo
estes analisados por métodos estatísticos para afirmar qual a melhor quantidade de
adição de carga é mais vantajosa, com isto validar os resultados.
Para se atingir o objetivo geral é necessário ter noção da relevância da estatística e dos
seus métodos, que são capazes de validar o processo em estudo (SARACEVIC, 2007).
Ramirez, Schau e Emmioğlu (2012), revelam a importância da estatística e o seu
poder em validar os resultados de toda pesquisa, já que segue uma padronização
equalizada para comparar os dados, originando em condições favoráveis e acertiva para
afirmar as condições de análise dos resultados coletados.
Um dos fatores limitadores deste estudo é a falta de informações seguras e
inovadoras, já que a área de pneus é muito competitiva e, portanto, há muito sigilo entre
as empresas do setor e de quem investe em pesquisa.
Este trabalho esta estruturado com a introdução, citação das patentes sobre
reciclagem de pneus, adição de carga de até 80% de concentração em resina termofixa,
explanação dos métodos utilizados, ensaios mecânicos do protocolo de patente N°. BR10
2016 005015-4, resultados e discussões, conclusões.
Existem diferentes meios para se reciclar pneus, entre eles pode-se citar a criogenia,
processo microbiológico, micro-onda ou eletromagnético e processo por pirolise (LENS,
2017; WIPO, 2017).
O processo de patente via criogenia, é um método que ocorre quando a borracha de
pneus é envolvida por baixa temperatura muito abaixo de zero grau, e provoca a quebra
da borracha de pneus ao sofrer impacto, por estarem duras devido ao resfriamento
abrupto da borracha do pneu, resultando na formação de partículas bem pequenas. Neste
processo, tem-se a patente US5634599, de 17 de fevereiro de 1994, intitulada Tire
recycling process (WIPO, 2017).
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Já o processo que faz reciclagem de pneus por processo microbiológico citado na
numeração US6. 479.558B1, de 2012, cujo nome oficial é Microbial processing of used
rubber. Este processo descreve a utilização de micro-organismos chamados termófilos,
que quebram as cadeias químicas e ramificadas das borrachas de pneus (LENS, 2017).
O processo via micro-ondas ou processo eletromagnético, é citado como exemplo a
patente EP2993217 que gera desvulcanização, ou seja, a quebra das cadeias químicas
da borracha, processo que tem o nome Devulcanization Of Rubber And Other Elastomers.
Neste processo relata-se que os estudos foram concluídos em 12 de abril de 2017, e que
trabalha com o processo de quebra de partículas de elastômero reticulado, que é a
quebra da cadeia carbônica, pela utilização de um campo dielétrico de radio frequência
usado com carga eletromagnética entre 1 e 100 MHz, e tensão entre 1000 e 10.000 V,
sendo direcionado diretamente nas borrachas de pneus (LENS, 2017).
O processo via pirolise ocorre quando se coloca pneus dentro de uma autoclave, e a
máquina gera através de pressão e controle da temperatura a decomposição da borracha
dos pneus, promovendo a sua decomposição. A patente americana US4.983.278,
Pyrolysis methods with product oil recycling, de 1999. Esta patente separa as partes da
borracha e gera como resultado o xisto betuminoso, a areia de alcatrão, o óleo de motor e
entre outros produtos (WIPO, 2017).
4. Método utilizado
Para o ensaio mecânico de resistência a flexão foi utilizada a norma ASTM (2010),
“Standard Test Methods for Flexural Properties of Unreinforced and Reinforced Plastics
and Electrical Insulating Materials”. O estudo também exigiu a utilização de um software, o
qual foi utilizado o IBM SPSS STATISTICS, com a função de realizar os principais
cálculos estatísticos. Estes cálculos foram efetuados pelo software se aplicando os
métodos estatísticos do levantamento da normalidade, sendo estes aplicados conforme a
normalidade ou a não normalidade indicado pelo estudo, e em seguida aplicou-se os
métodos Sperman e Person, conforme o fato de ser ou não paramétricos e a verificação
da normalidade da curva.
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5. Ensaios mecânicos do protocolo de patente N°. BR10 2016 005015-4
Sobre o protocolo da patente n°. BR10 2016 005015-4, tem-se os seus ensaios
mecânicos que foram feitos em laboratório independente, sendo os ensaios de resistência
à flexão realizado em amostras que tinham 20% e 60% de carga de pneus em resina
termofixa como matriz polimérica.
Abaixo segue descritivo do ensaio mecânico realizado, quanto à resistência do
material a sua deformação ao ser submetido a esforço mecânico de flexão.
Figura 1: Conjunto de amostras com 20% de resíduo de borracha de pneus na matriz polimérica.
Figura 2: Conjunto de amostra com 60% de resíduo de borrachas de pneus na matriz polimérica.
Este ensaio é usado para aquisição de dados de propriedades sob flexão para
controle e especificação de materiais plásticos, assim como para caracterização
qualitativa e para pesquisa e desenvolvimento. Uma das principais vantagens dos
resultados deste ensaio é poder afirmar se as peças ou produtos gerados podem sofrer
esforços de flexão e quanto pode ser esse esforço que os produtos vão suportar.
As propriedades sobr flexão são bastante suceptíveis à preparação da amostra e
condições de ensaio, como a influência da velocidade, temperatura e umidade. O ensaio
seguiu a norma Standard Test Methods for Flexural Properties of Unreinforced and
Reinforced Plastics and Electrical Insulating Materials (ASTM, 2010) de código
D790:2010.
A temperatura usada na sala foi de 23°C a qual estava climatizada. A umidade
estava indicando 50%, e aplicação de carga de 5 KN, e se usou a velocidade do ensaio
em 2 mm/min. O spam é calculado em função da espessura do corpo de prova através da
seguinte equação: L = (16 ± 1).h; onde, L é a distância entre dois apoios fixos (em mm), e
h é a espessura média dos corpos de prova utilizados (mm).
Figura 3: Equipamento que mostra o processo de ensaio de resistência à flexão em material polimérico.
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Fonte: Autoria própria (2017).
Neste ensaio de resistência a flexão, conforme a figura 3, nota-se que existe uma
amostra com formato determinado, sendo um retângulo com espessura especificada
conforme norma ASTM (2010). Esta amostra é colocada entre dois pontos de apoio com
afastamento controlado entre eles, e localizadas mais nas proximidades da amostra. Uma
punção com velocidade determinada vem sendo aplicado na região central da amostra,
forçando a amostra a fazer uma flexão na sua região central, sendo a resistência do
material medido a cada instante pelo equipamento. Destaca-se que são usadas 10
amostras para fazer os ensaios, e assim ter um parâmetro consistente de resultados.
6. Resultados e discussões
Os resultados dos ensaios de resistência à flexão estão descritos abaixo, com a aplicação
dos métodos estatísticos necessários para demonstrar o objetivo já descrito
anteriormente.
A primeira observação que deve ser levantada é se os dados coletados junto ao
ensaio mecânico de resistência a flexão é ou não normal, e qual é a sua estatística
descritiva. Observa-se os dados destacados logo abaixo conforme as tabelas 1 e 2.
Sendo que a tabela 1 registra as informações dos dados de leituras do ensaio, e a tabela
2, mostra a estatística descritiva, sua média, mediana e moda.
Tabela 1: leituras do ensaio de resistência à flexão (MPa)
Nos dados da tabela 1, pode-se notar que a média quando a quantidade de carga
de pneus na amostra é de 20%, fica em 15,50 MPa, sendo a mediana de 15,45 MPa, e a
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moda é 15,45 MPa. Analisando a concentração e 60% de carga de pneus usados, tem-se
que a média é de 15,61 MPa, e a mediana tem seu valor de 15,63 MPa, enquanto a moda
é de 15,63 MPa. Na tabela 2, exemplifica os dados para melhor compreensão e
avaliação.
Tabela 2: Estatística descritiva referente aos dados do ensaio de resistência a flexão (MPa)
O sumário dos dados obtidos pelo ensaio de resistência a flexão se faz necessário
para validação dos dados e posicionamento do estudo. Na tabela 3, há o descritivo dos
casos validos, do percentual analisado pelo programa IBM SPSS STATISTICS 23.
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Tabela 4: Medidas de tendência central do ensaio de resistência à flexão
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Ao se observar os dados quando posicionados na forma do histograma, há
percepção dos resultados das leituras dos ensaios realizados e suas distorções, bem
como similaridade.
Figura 4: Frequência dos resultados sendo: a) 20% e b) 60% de carga de pneus na matriz polimérica.
a) b)
Figura 5: Resultado do ensaio de resistência à flexão com a) 20% e b) 60% de carga de pneu
respectivamente
a) b)
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Figura 6: Gráfico para correlação dos dados
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Há conforme o método de Spearman um coeficiente de correlação entre ResFlex20
e ResFlex60, de -0,198 com significância de 0,584.
7. Conclusões
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adição de carga. Esta conclusão favorece a determinação de que placas confeccionadas
com carga de 60% de resíduos de pneus podem ser utilizadas para fabricar produtos que
suportem bem a resistência à compressão conforme ensaio indicado. Com isto o objetivo
geral foi respondido ao se obter tais conclusões citadas e aqui destacadas.
Referências
ASTM – American Society for testing and materials. Standard Test Methods for
Flexural Properties of Unreinforced and Reinforced Plastics and Electrical
Insulating Materials. Norma D790, 2010. Disponível em:
<https://www.astm.org/DATABASE.CART/HISTORICAL/D790-10.htm>. Acesso em: 15
dez. 2017.
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LAGARINHOS, C. A. F.; TENÓRIO, J. A. S. Logística reversa dos pneus usados no
Brasil. Polímeros, São Carlos, v. 23, n. 1, p. 49-58, oct. 2013.
UNDRI, A. et al. Microwave pyrolysis of polymeric materials: waste tires treatment and
characterization of the value-added products. Journal of Analytical and Applied
Purolysis, v. 103, n. 1, p. 149-158, sep. 2013.
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