LD - PPGEA - M - CICILIATO, Rafael - 2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL


MESTRADO ACADÊMICO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

RAFAEL COELHO CICILIATO

AVALIAÇÃO DE PRIORIDADES RELATIVAS À NÃO


CONFORMIDADES AMBIENTAIS PARA EMPREENDIMENTOS
RODOVIÁRIOS EM FASE DE INSTALAÇÃO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

LONDRINA
2016
RAFAEL COELHO CICILIATO

AVALIAÇÃO DE PRIORIDADES RELATIVAS À NÃO


CONFORMIDADES AMBIENTAIS PARA EMPREENDIMENTOS
RODOVIÁRIOS EM FASE DE INSTALAÇÃO

Dissertação apresentada como requisito


parcial à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Ambiental, do Programa de
Pós-graduação em Engenharia Ambiental,
da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Nagamine


Costanzi

LONDRINA
2016
TERMO DE LICENCIAMENTO

Esta Dissertação está licenciada sob uma Licença Creative Commons atribuição uso não-
comercial/compartilhamento sob a mesma licença 4.0 Brasil. Para ver uma cópia desta licença,
visite o endereço http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/ ou envie uma carta para
Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco, Califórnia 94105, USA.
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Campus Apucarana/Londrina

TERMO DE APROVAÇÃO

AVALIAÇÃO DE PRIORIDADES RELATIVAS À NÃO CONFORMIDADES


AMBIENTAIS PARA EMPREENDIMENTOS RODOVIÁRIOS EM FASE DE
INSTALAÇÃO

por

RAFAEL COELHO CICILIATO

Dissertação de mestrado apresentada no dia 07 de outubro de 2016 como requisito


parcial para a obtenção do título de MESTRE EM ENGENHARIA AMBIENTAL pelo
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, Câmpus
Apucarana/Londrina, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O candidato foi
arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados.
Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

__________________________________
Dr. Ricardo Nagamine Costanzi - Orientador
(UTFPR)

___________________________________
Dra. Heliana Barbaosa Fontenele - Membro titular
(UEL)

___________________________________
Dr. Ajadir Fazolo - Membro titular
(UTFPR)

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso -


Dedico este Mestrado aos meus pais,
Roberto e Célia, pelo exemplo de vida
que me representam, pelo incentivo e
apoio em todas minhas escolhas e
decisões. Dedico também as minhas
irmãs, Bárbara e Débora, e sobrinha
Marina, por estarem sempre em minha
vida.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me fornecer muita serenidade,


coragem e sabedoria para lidar com todas as situações do dia-a-dia.
Agradeço aos professores Dr. Ajadir Fazolo, Dr. Alexei Lorenzetti Novaes
Pinheiro e Dr. Ricardo Nagamine Costanzi por me orientarem em iniciações
cientificas e TCC durante a graduação e me incentivarem para realização do
mestrado.
Agradeço o Dr. Ricardo Nagamine Costanzi por ter me orientado neste
trabalho de mestrado, e por toda confiança, dedicação e apoio prestado.
Agradeço o Dr. Reginaldo Fidelis por ter me apresentado o método AHP e
por despender seu tempo em ensinar essa ferramenta matemática.
Agradeço a Master Ambiental por meio de seu programa de incentivo a
educação, que me possibilitou a realização do mestrado e trabalho de forma
concomitante. Agradeço em especial o Sr. Fernando de Barros e sua esposa a Srta.
Inês Barros, meus coordenadores Carlos Levy e Mariana Nonino, e toda a equipe.
Agradeço Nilo Horn, Samuel Marcondes, Denis Meyer, Diego Caffarena,
Diego Carrilho, Sailon Noernberg, Elson Felice pela imensa contribuição dada a esta
pesquisa.
Agradeço meu pai Roberto, minha mãe Célia por toda a criação, carinho,
apoio, incentivo, paciência, confiança que tiveram comigo em todo esse tempo.
Agradeço as minhas irmãs Débora e Bárbara por toda a irmandade. Agradeço ao
meu cunhado Ricardo pelo companheirismo. Agradeço a minha sobrinha Marina por
me propiciar momentos felizes. Agradeço meu Tio Cícero e Tia Isidinha por sempre
terem apoiado meus estudos e pelo incentivo concedido em todos os momentos.
Agradeço a Maria por ser especial em minha vida.
Agradeço Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) pela
oportunidade de cursar este programa de mestrado. Agradeço todos os funcionários,
servidores, coordenadores do programa.
Agradeço a toda banca examinadora pela imensa contribuição dada a esta
dissertação.
.

A tarefa não é tanto ver aquilo que


ninguém viu, mas pensar o que ninguém
ainda pensou sobre aquilo que todo
mundo vê. (ARTHUR SCHOPENHAUER)
RESUMO

CICILIATO, Rafael Coelho. Avaliação de prioridades relativas à não


conformidades ambientais para empreendimentos rodoviários em fase de
instalação. 2016. 150 f. Dissertação de (Mestrado Acadêmico em Engenharia
Ambiental. Área de conhecimento: Saneamento Ambiental). Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Ambienta, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Londrina. 2016.

Empreendimentos rodoviários causam impactos significativos nos ecossistemas e no


meio físico adjacentes. Assim, a supervisão ambiental em empreendimentos
rodoviários tem for finalidade verificar o cumprimento de exigências legais e
operacionais, principalmente, durante a fase de instalação que corresponde ao
período de obras. A definição e a importância relativa das variáveis a serem
utilizadas no processo de conformidade ambiental é um processo imprescindível
para a tomada de decisões. O método de Análise Hierárquica de Processos (AHP) é
um instrumento de apoio à tomada de decisão, que tem o foco de fornecer ao
decisor informações relevantes com relação a um conjunto de escolhas, de modo a
auxiliar na definição da melhor ou mais relevante alternativa para o problema em
questão. Nesse sentido, a presente dissertação objetiva fornecer subsídios as
Concessionárias de Rodovias, Agências governamentais e Órgãos fiscalizadores
para supervisão ambiental de rodovias como forma de analisar e priorizar aspectos
ambientais e normativos, por meio da aplicação do método AHP a partir da expertise
de profissionais envolvidos na gestão ambiental de rodovias. Para este trabalho
foram definidas como critérios para supervisão ambiental as áreas relativas ao
licenciamento ambiental, produtos perigosos, efluentes líquidos, segurança do
trabalho, poluição atmosférica, resíduos sólidos, biótico e processo de dinâmica
superficial, com análise de importância por pesos de 22,27%, 15,56%, 11,92%,
11,92%, 9,76%, 9,54%, 9,48% e 9,46, respectivamente. Para todos os cálculos dos
vetores dos critérios e subcritérios o valor da razão de consistência foi menor que
0,1, o que indica que os resultados obtidos apresentam valores consistentes de
análise comparativa.

Palavras-chave: Não conformidades ambientais. Supervisão ambiental. Obras


rodoviárias. Análise hierárquica de processos (AHP).
ABSTRACT

CICILIATO, Rafael Coelho. Assessment of priorities related to environmental


nonconformities for road projects under construction. 2016. 150 f. Dissertação
de (Mestrado Acadêmico em Engenharia Ambiental. Área de conhecimento:
Saneamento Ambiental). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambienta,
Federal Technology University - Parana. Londrina. 2016.

Road projects have significant impacts on ecosystems and the surrounding physical
environment. Thus, environmental supervision in highway projects has for objective
to verify the compliance with legal and operational requirements, particularly during
the installation phase that corresponds to the period of works. The definition and
relative importance of the variables to be used in the environmental compliance
process is an essential process for decision making. The Hierarchical Analysis
Method Process (AHP) is a tool to support decision-making, which is the focus of
providing the decision-maker relevant information with respect to a set of choices, in
order to assist in defining the best or most relevant alternative to the problem in
question. In this sense, this dissertation aims to provide subsidies the Highway
Concessionaires, government agencies and oversight bodies for environmental
supervision of highways as a way to analyze and prioritize environmental and
regulatory aspects, by applying the AHP from the professional expertise involved in
environmental management of highways. For this study were defined as criteria for
environmental stewardship areas related to environmental licensing, dangerous
products, wastewater, safety, air pollution, solid waste, biotic and surface dynamic
process, with important analysis for 22.27 pesos %, 15.56%, 11.92%, 11.92%,
9.76%, 9.54%, 9.48% and 9.46, respectively. For all calculations of vectors of sub
criteria and the value of the consistency ratio was less than 0.1, indicating that the
results obtained are consistent values for comparative analysis.

Keywords: Environmental non-compliances. Environmental stewardship.


Roadworks. Analytic hierarchy process (AHP).
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Fluxograma de ocorrência ambiental. ...................................................... 36


Figura 2 – Fluxograma AHP. ..................................................................................... 44
Figura 3 – Estrutura Hieráquica do AHP ................................................................... 46
Figura 4 – Distribuição dos dados com relação aos critérios das não conformidades
ambientais. ................................................................................................................ 63
Figura 5 – Distribuição dos dados com relação ao subcritério licenciamento. .......... 66
Figura 6 – Distribuição dos dados com relação ao subcritério biótico. ...................... 68
Figura 7 - Distribuição dos dados com relação ao subcritério processo de dinâmica
superficial. ................................................................................................................. 71
Figura 8 - Distribuição dos dados com relação ao subcritério efluente líquido. ......... 73
Figura 9 - Distribuição dos dados com relação ao subcritério segurança do trabalho.
.................................................................................................................................. 75

Quadro 1 – Impactos ambientais potencialmente decorrentes do meio físico .......... 32


Quadro 2 - Impactos ambientais potencialmente decorrentes do meio biótico ......... 32
Quadro 3 - Impactos ambientais potencialmente decorrentes do meio
socioeconômico......................................................................................................... 33
Quadro 4 – Itens para desing de rodovias sustentaveis. ........................................... 42
Quadro 5 – Escala de intensidade de importância .................................................... 48
Quadro 6 – Escala de intensidade de importância .................................................... 58
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tabela de Índice Randômico. .................................................................. 50


Tabela 2 - Formação dos profissionais com experiência em gestão ambiental de
rodovias. .................................................................................................................... 59
Tabela 3 - Tempo de atuação na área ambiental de rodovias. ................................. 60
Tabela 4 – Prioridade média local para os critérios. .................................................. 61
Tabela 5 – Prioridade média local do critério licenciamento com relação aos
subcritérios. ............................................................................................................... 64
Tabela 6 - Prioridade média local do critério biótico com relação aos subcritérios. .. 66
Tabela 7 - Prioridade média local do critério processos de dinâmica superficial com
relação aos subcritérios. ........................................................................................... 69
Tabela 8 - Prioridade média local do critério efluente líquido com relação aos
subcritérios. ............................................................................................................... 72
Tabela 9 - Prioridade média local do critério segurança do trabalho com relação aos
subcritérios. ............................................................................................................... 74
Tabela 10 - Prioridade média local do subcritério licença ambiental com relação às
alternativas. ............................................................................................................... 76
Tabela 11 - Prioridade média local do subcritério autorização ambiental específica
com relação às alternativas. ...................................................................................... 77
Tabela 12 - Prioridade média local do subcritério cadastro ambiental específico com
relação às alternativas. ............................................................................................. 79
Tabela 13 - Prioridade média local do subcritério fauna com relação às alternativas.
.................................................................................................................................. 80
Tabela 14 - Prioridade média local do subcritério vegetação com relação às
alternativas. ............................................................................................................... 82
Tabela 15 - Prioridade média local do subcritério erosão com relação às alternativas.
.................................................................................................................................. 84
Tabela 16 - Prioridade média local do subcritério assoreamento com relação às
alternativas. ............................................................................................................... 85
Tabela 17 - Prioridade média local do critério resíduos sólidos com relação às
alternativas. ............................................................................................................... 87
Tabela 18 - Prioridade média local do subcritério esgoto doméstico/sanitário com
relação às alternativas. ............................................................................................. 89
Tabela 19 - Prioridade média local do subcritério efluente de lavagem de veículo ou
equipamento contendo resíduo de concreto com relação às alternativas. ................ 91
Tabela 20 - Prioridade média local do subcritério efluente oleoso com relação às
alternativas. ............................................................................................................... 92
Tabela 21 - Prioridade média local do critério poluição atmosférica com relação às
alternativas. ............................................................................................................... 93
Tabela 22 - Prioridade média local do critério produtos perigosos com relação às
alternativas. ............................................................................................................... 94
Tabela 23 - Prioridade média local do subcritério emissão de ruído com relação às
alternativas. ............................................................................................................... 96
Tabela 24 - Prioridade média local do subcritério saúde e higiene do trabalhador com
relação às alternativas. ............................................................................................. 97
Tabela 25 – Razão de consistência dos critérios. ..................................................... 99
Tabela 26 - Razão de consistência dos subcritérios. .............................................. 100
Tabela 27 - Prioridade global com relação às alternativas ...................................... 107
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................15
2 OBJETIVOS .........................................................................................................17
2.1 OBJETIVO GERAL ...........................................................................................17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................17
3 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................18
3.1 MEIO AMBIENTE DE RODOVIAS ....................................................................18
3.1.1 Ações que geram impactos ambientais de Obras Rodoviárias .......................19
3.1.2 Componentes Ambientais Passíves de Impactação .......................................24
3.1.2.1 Componentes do Meio Físico .....................................................................24
3.1.2.2 Componentes do Meio Biótico ....................................................................26
3.1.2.3 Componentes do Meio Socioeconômico .....................................................28
3.1.3 Impactos Ambientais Potencialmente Decorrentes.........................................31
3.1.4 Supervisão Ambiental .....................................................................................34
3.1.5 Indicadores de Desempenho Ambiental .........................................................37
4 METODOLOGIA ...................................................................................................43
4.1 MÉTODO AHP – ANALYTIC HIERARCHY PROCESS ....................................43
4.1.1 Definição do Problema e a Estrutura Hieráquica ............................................45
4.1.2 Comparação dos Pares e a Matriz de Escala .................................................46
4.1.3 Escala de Julgamentos ...................................................................................47
4.1.4 Normalização ..................................................................................................48
4.1.5 Consistência das Prioridades..........................................................................49
4.2 PROCEDIMENTOS DE PESQUISA .................................................................51
4.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP ......................................................................52
4.3.1 Definição da Estrutura Hieráquica ..................................................................52
4.3.2 Escala de Julgamento.....................................................................................58
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................59
5.1 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS ...................................................................59
5.1.1 Formação dos Profissionais ............................................................................59
5.1.2 Tempo de Atuação na Área Ambiental de Rodovias ......................................60
5.2 APLICAÇÃO DO AHP .......................................................................................61
5.2.1 Cálculo da Prioridade Média Local (PML) para os Critérios ...........................61
5.2.2 Cálculo da Prioridade Média Local (PML) para os Subcritérios ......................64
5.2.3 Cálculo da Prioridade Média Local (PML) para as Alternativas ......................75
5.2.4 Cálculo da Razão de Consistência (RC) para os Critérios .............................99
5.2.5 Cálculo da Razão de Consistência (RC) para os Subcritérios ........................99
5.2.6 Cálculo da Prioridade Global (PG) para as Alternativas .................................100
6 CONCLUSÃO .......................................................................................................110
7 RECOMENDAÇÃO ..............................................................................................111
REFERÊNCIAS .......................................................................................................112
APÊNDICE A - Protocolo do Questionário ..........................................................124
APÊNDICE B - Roteiro para Questionário com Profissionais ...........................128
APÊNDICE C - Termo de Consentimento e Esclarecimento .............................145
APÊNDICE D - Termo de Responsabilidade .......................................................147
APÊNDICE E - Considerações Gerais dos Profissionais sobre Não
Conformidades Ambientais (Ocorrências Ambientais) .....................................149
15
1 INTRODUÇÃO

Os modais existentes para o transporte de cargas e/ou pessoas são


influenciados pelas características físicas, geológicas e bióticas do meio; e
principalmente por interesses políticos e sociais (ROOSHDI et al., 2014). Em
escala global, os países desenvolvidos tendem a utilizar o transporte ferroviário
e aquaviário, já nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos
prevalece o modal rodoviário (DAMBROS et al., 2013).
De acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (2015), o
deslocamento de cargas e pessoas no Brasil tem sido realizado pelo modal
rodoviário, com participação de 61% na matriz de transportes de carga e 95 %
na matriz de passageiros. Os modais ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo
correspondem a 20,7%, 13,6%, 4,2% e 0,4%; respectivamente. Assim, o modal
rodoviário é o principal agente responsável pela integração de todo sistema de
transportes, tendo grande contribuição para o desenvolvimento
socioeconômico do país.
Ainda que as rodovias apresentem vantagens em relação aos outros
modais de transportes, como o atendimento porta a porta, a dependência
desse sistema atrelado ao uso de combustíveis fósseis em grande escala
contribui para a degradação do meio ambiente (SONG; ZHENG; WANG,
2015)). As rodovias atravessam grandes extensões territoriais, de norte a sul e
de leste a oeste, passando por diferentes ecossistemas, formações rochosas,
tipos de solos, coberturas vegetais, faunas, corpos hídricos e ocupações
sociais com aspectos econômicos distintos (LORO et al., 2014).
Assim, conforme exposto por Costa (2010), além de causar
modificações nas condições de origem do meio, induzem alterações no
contexto socioeconômico e cultural. Em muitos casos, causam impactos
significativos para o local. Alguns exemplos disso são as interferências na
dinâmica dos ecossistemas com danos a flora e a fauna e alterações nos
processos de dinâmica superficial com o aparecimento de carreamentos de
solo, erosões e assoreamentos.
Antes da década de 80 no Brasil, as questões relacionadas ao meio
ambiente não faziam parte do escopo de desenvolvimento e implantação dos
projetos de infraestrutura rodoviário. Em 1981 a Lei da Politica Nacional do
16
Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) estruturou o Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA) e seu respectivo conselho, o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA). Esta lei insere pela primeira vez, mesmo que de forma
genérica, os temas do licenciamento ambiental, avaliação de impacto ambiental
e estudo de impacto ambiental.
Posteriormente, a Resolução CONAMA 01:1986 determinou que as
atividades poluidoras fossem sujeitas ao licenciamento ambiental mediante
estudo de impacto ambiental (EIA/RIMA). Alguns empreendimentos rodoviários
foram enquadrados nessas diretrizes.
A implementação de Sistemas de Gestão Ambiental em sistemas
rodoviários se inicia com a sua aderência com a série ISO 14000 (International
Organization for Standardization) e a Resolução CONAMA 237:1997. Assim,
Segundo Costa (2010), as primeiras atividades de supervisão ambiental no
Brasil limitavam-se apenas ao cumprimento legal de condicionantes
estabelecidas nas licenças e autorizações. Mas sua função é abrangente,
incluindo também, o acompanhamento dos processos construtivos no sentido
de implantar medidas para evitar a degradação ambiental.
Entretanto, a supervisão ambiental por si só não consegue mensurar
os ganhos ambientais oriundos do acompanhamento periódico e sistemático de
todas as atividades envolvendo obras nos empreendimentos rodoviários.
Dessa forma, a avaliação de desempenho ambiental por meio de critérios
preestabelecidos mede a eficiência das medidas ambientais adotadas durante
as etapas construtivas.
No presente estudo serão ponderadas as principais não conformidades
ambientais encontradas em obras rodoviárias por meio de acompanhamento
associado à supervisão ambiental. Essa ponderação será empregada a partir
da experiência de profissionais que atuam na área de gestão ambiental de
rodovias.
17
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

A pesquisa tem como principal objetivo fornecer subsídios as


Concessionárias de Rodovias, Agências governamentais e Órgãos
fiscalizadores para supervisão ambiental de rodovias como forma de analisar e
priorizar aspectos ambientais e normativos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A partir do objetivo geral, podem ser discretizados os objetivos


específicos:

 Definir as principais não conformidades ambientais a partir de


revisão de literatura relacionadas com a supervisão ambiental de
obras rodoviária;
 Montar questionário de não conformidades para ser respondido
por profissionais com experiência prática e expertise na gestão
ambiental de obras rodoviárias;
 Por meio da aplicação do método de análise hierárquica de
processos (AHP), ponderar e priorizar as não conformidades
ambientais.
18
3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 MEIO AMBIENTE DE RODOVIAS

O Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR) vinculado ao Departamento


Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) possui uma vasta coletânea
técnica abrangendo todas as questões para existência de uma rodovia,
incluindo diretrizes de respeito ao meio ambiente.
Brasil (2005a), Brasil (2005b), Brasil (2005c), Brasil (2005d), Brasil
(2006a), Brasil (2006b), Brasil (2006c), Brasil (2006d) e Brasil (2009) são
respectivamente os seguintes manuais técnicos rodoviários:
 Instruções de proteção ambiental das faixas de domínio e
lindeiras das rodovias federais;
 Manual de conservação rodoviária;
 Manual para ordenamento do uso do solo nas faixas de domínio e
lindeiras das rodovias federais;
 Manual rodoviário de conservação, monitoramento e controle
ambientais;
 Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas
ambientais rodoviários: escopos básicos / instruções de
serviços;
 Diretrizes básicas para estudos e projetos rodoviários: escopos
básicos / instruções de serviços;
 Glossário de termos técnicos ambientais rodoviários;
 Manual para atividades ambientais rodoviárias;
 Manual de vegetação rodoviária

Nos tópicos seguintes, descrevem-se as principais ações impactantes


de obras rodoviárias, os componentes ambientais passiveis de impactação, e
os impactos ambientais potencialmente decorrentes das atividades, itens esses
do quais foram extraídos e sintetizados dos referidos manuais citados acima.
19
3.1.1 Ações que geram impactos ambientais de Obras Rodoviárias

As ações impactantes que ocorrem devido à etapa de obras rodoviárias


incluem todas as tarefas e serviços associados as obras de execução física,
tais como:

i. Implantação e Operação de Instalações Administrativas e/ou Industriais


Provisórias

Consiste na instalação de escritórios, canteiros de obra, pátios de


vigas, usinas industriais provisórias e outras instalações destinadas a servir de
apoio à execução das obras. Sua ação impactante refere-se às alterações no
relevo e interferências com cursos d’água e/ou cobertura vegetal nos locais de
implantação. Já as atividades de operação se dão pela geração de resíduos,
efluentes, ruídos e emissões atmosféricas.

ii. Remoção da Vegetação e Limpeza do Terreno

Dá-se pela raspagem e retirada da camada orgânica superficial ao


solo, abrangendo a supressão da vegetação bem como o corte e
destocamento, inclui-se aqui também, a demolição e remoção de benfeitorias e
qualquer elemento físico presente na área de intervenção. Engloba-se ainda as
seguintes ações, estocagem provisória do horizonte orgânico do solo para
posterior aproveitamento, transporte e disposição de resíduos florestais em
local específico e, transporte e disposição de resíduos oriundos da demolição
civil.

iii. Execução de Acessos de Apoio às Obras

Dá-se pela necessidade de implementação de acessos provisórios em


decorrência da demanda logística das obras, referindo-se a abertura de novos
acessos para as frentes de ataque às obras e/ou para conectá-la com áreas de
apoio não próximas à área de intervenção.
20

iv. Substituição e/ou Correção de Solos Moles ou Inservíveis

Dá-se em substituir solos moles e/ou inservíveis para aterramento na


pista de rolamento devido a sua inadequada característica físico-química.
Inclui-se também atividades de escavação do material em locais alagadiços,
para posterior destinação a áreas de bota-fora, poder haver se necessário, a
remoção de água por meio de moto bombas, e por fim, a importação de
material mineral de empréstimo para substituir o solo removido.

v. Execução da Terraplenagem

Os serviços de terraplanagem se dão pela realização de cortes e aterro


no terreno, de modo a atingir a cota do projeto topográfico. Engloba-se também
a formação de corpos de aterro pela sobreposição de camadas horizontais
consecutivas, incluindo à formação das saias de aterro e taludes de corte com
as respectivas bermas de alívio. Não contemplam nessa ação as operações de
transporte e disposição de materiais excedentes em área de bota-foras, ou
ainda a retirada e transporte de material mineral de empréstimo.

vi. Habilitação e Utilização de Áreas de Apoio Externas à Faixa de Domínio

Esta atividade engloba as ações necessárias para habilitar e utilizar as


áreas de apoio referente a jazidas de empréstimo, bota-foras, pátios de
armazenamento de material e similar, exceto canteiro de obras e instalações
industriais das quais já foram referidas anteriormente. Nos locais de
empréstimo a remoção do material geralmente é realizada com uso de tratores
esteiras, retroescavadeiras, pás carregadeiras e caminhões basculantes. O
material excedente depositado em áreas de bota-foras com o uso de
caminhões basculantes, para posteriormente ser espalhados em camadas
horizontais sob o uso de trator esteira e rolos compactadores.
21

vii. Transporte de Materiais entre as Frentes de Obra e as Áreas de Apoio

Esta ação envolve qualquer transporte na área de intervenção do


empreendimento e áreas de apoio, ocorrendo principalmente sob o uso de
caminhões basculantes.

viii. Aquisição e Transporte de Pedra Britada

A implementação de obra rodoviária pode gerar a abertura de novas


frentes de lavras para obtenção de rocha “pedras e britas”, ou também obtê-la
pela compra de jazidas existentes exploradas comercialmente que tenha
licença ambiental, nas proximidades do empreendimento. Nesta ação inclui
todas as atividades desde a extração do material até seu processamento
primando, bem com seu transporte até o local das obras.

ix. Execução do Sistema de Drenagem

As tubulações instaladas em talvegues, comumente conhecidas como


bueiros de talvegues, são as atividades com maior potencial de impactar o
meio ambiente na execução de sistema de drenagem. Essa estrutura é
implantada em todos os locais onde não se utiliza pontes para travessia de
rios.
Está ação pode envolver a execução de cota-rios, ensecadeiras, e
ainda a ampliação da capacidade hidráulica em bueiros existentes. Para isso,
inicia-se com retroescavadeira a escavação de modo linear até uma cota
inferior ao nível de apoio da tubulação, realiza-se o apiloamento do fundo da
vala por meio de soquete manual ou mecânico, seguido da execução de lastro
indicado pelo projeto, assentam-se as tubulações de modo alinhado, rejuntam-
se as emendas com cimento, seguido de teste de estanqueidade, reaterro do
solo bem como sua compactação, e quando for o caso remoção do corta-rios
para o reestabelecimento do curso natural do fluxo de água. Há também a
instalação de componentes complementares, incluindo uma diversidade de
22
serviços de revestimento, realização de concretagens e alvenaria, colocação
manual de dispositivos, entre outros
Em locais onde ocorre o afloramento do lençol freático, procede-se
com a instalação de drenos profundos, que exigem equipamentos especiais.

x. Execução de Obras de Arte Especiais

Esta ação se dá pela construção de elementos estruturais que utiliza


concreto de forma extensiva, tais como viadutos, pontes, passarelas, inclui-se
também construções com elementos pré-moldados como pátio de vigas,
barracões. As principais atividades envolvem:
 Estabelecimento de um método de fundação, podendo ser por
cravação de estacas metálicas ou pré-moldadas e/ou inserção
de tubulões podendo realizar escavação com ar comprimido;
 Realizar formas e desformas;
 Inserção de armaduras;
 Produção, adensamento e cura do concreto;
 Atividades de concretagem;
 Montagem das peças pré-moldadas.

xi. Pavimentação

A pavimentação é realizada a partir dos materiais minerais oriundo das


jazidas que compõe as camadas de reforço do subleito, sub-bases, bases e
revestimentos. Englobam-se aqui todas as atividades necessárias para
colocação desses materiais que forma o pavimento. Os principais maquinários
envolvidos rolos de diversas formas de compactação, motoniveladoras,
caminhões basculantes, caminhão pipa, caminhão aspargidor de asfalto.

xii. Sinalização Horizontal e Vertical

Esta ação corresponde a implantação de sinalização permanente no


empreendimento por meio de elementos físicos verticais sendo placas moveis
23
e fixas, dispositivos e iluminação continua ou intermitente, placas ou painéis
com mensagens fixas ou variáveis, e elementos horizontais a superfície da
pista de rolamento.

xiii. Estabilização e Tratamento Superficial de Taludes e Saias de Aterro

Todos os locais onde existir saias de aterro e taludes de cortes deve-se


estabilizar e proteger a superfície do solo. Essa atividade envolve a cobertura da
superfície por meio de placas de gramas ou hidrossemeadura, e nos casos onde
houver a instabilidade do solo, devem-se instalar elementos físicos de contenção
tais como gabiões, enrocamentos com britas, solo pregado, cortinas tirantadas,
dentre outros

xiv. Desativação das Obras e das Instalações Provisórias

Esta ação envolve a recomposições dos locais diretamente afetados


como a desativação e recuperação dos acessos de serviços, atividades
necessárias para remoção de canteiro de obras e demais instalações
provisórias, retirar desvios provisórios de modo à reestabelecer as condições
normais de tráfego. Ao final da obra a mão de obra deverá ser desmobilizada e
dispensada, restando apenas os funcionários para conduzir as operações da
rodovia.
24
3.1.2 Componentes Ambientais Passíves de Impactação

Os componentes ambientais passíveis de serem afetados pelas ações


descritas anteriormente são:

3.1.2.1Componentes do Meio Físico

i. Recursos Hídricos Superficiais

Durante as etapas de instalação do empreendimento, menciona-se o


aumento da turbidez e risco de assoreamento em detrimento do carreamento
do solo durante a fase de terraplanagem, como os principais impactos
potenciais de ocorrência, já durante a operação da rodovia, registram-se os
efeitos em decorrência da impermeabilização do solo. Inclui-se também, o risco
de contaminação das águas devido a possível acidente de carga com produtos
perigosos e tóxicos, bem como o manuseio desses produtos nas obras, com
agravação para mananciais de abastecimento público.

ii. Recursos Hídricos Subterrâneos

O rebaixamento do lençol freático é um dos impactos ambientais que


podem ocorrer durante as obras, em detrimento de escavações profundas,
geralmente acima de 7 metros, em local de lençol raso. A água subterrânea
pode ser contaminada pela disposição de esgotos domésticos oriundo dos
canteiros e áreas de vivencia sem tratamento, ou seja, instalação de fossas
sépticas de modo inadequado, comumente chamada de fossa negra. O
manuseio ou armazenamento inadequado de produtos químicos também pode
contraminar a água subterrânea

iii. Solos

O potencial do solo em sofrer processos erosivos e consequentemente


carreamento consiste como principal impacto ao meio ambiente, principalmente
25
nos locais onde há solo exposto aliado a considerável volume de precipitação.
Igualmente aos recursos hídricos, inclui-se aqui também, os efeitos da
contaminação por produtos perigosos.

iv. Ar

No período de instalação do empreendimento o impactos ambientais


relacionado à qualidade do ar restringir-se a locais de movimentação de terra e
circulação de veículos, que pode ocorrer a resuspensão de material, e em
alguns casos, se essa poeira chegar na rodovia atrapalha a visibilidade dos
usuários com risco de acidente. As áreas de instalações industriais provisórias
de apoio as obras, tanto próprias como de terceiros, consistem também em
locais potenciais, devendo as medidas de controle de poluição do ar serem
adotadas. Na fase de operação da rodovia, o aumento imediato das emissões
atmosféricas devido ao tráfego de veículos não será significativa, esse efeito
tem consequência com o passar dos anos e aumento da frota circulante,
induzida pelo desenvolvimento econômico.
De acordo com Torija e Ruiz (2016) os planejadores urbanos e
rodoviários deve tomar decisões corretas relacionadas com a gestão do tráfego
urbano e o controle da poluição sonora. Suas avaliações tem consequências
importantes sobre o incómodo de população exposta a ruídos e vibrações e ao
controlo de outros poluentes ambientais, como por exemplo, NOX ou partículas
ultrafinas emitidas pelos veículos pesados. Uma das decisões-chave é a
seleção de quais ações de controle de ruído deve ser tomado em áreas
sensíveis como áreas residenciais ou hospitalares, áreas escolares etc, que
podem incluir medidas dispendiosas como a redução do tráfego total, proibindo
ou reduzindo o tráfego de veículos pesados, inspeção de motos emissão
sonora, etc. para uma tomada de decisões eficiente nas ações de controle de
ruído, é fundamental para classificar um determinado local em uma área
sensível de acordo com as diferentes condições de tráfego existentes.
26

3.1.2.2 Componentes do Meio Biótico

i. Vegetação

A vegetação pré-existente em toda área de implantação da rodovia é


passível de ser impactada devido a sua retirada para limpeza do local. De
maneira similar, nas áreas de apoio fora da faixa de domínio a cobertura
vegetal deve ser suprimida para realização dos trabalhos.
De maneira indireta, a cobertura vegetal existente no entorno imediato
as obras podem sofrer com carreamento de solo, incêndios acidentais,
vazamento de líquidos perigosos, e até mesmo o trânsito de funcionários no
interior da mata ou fragmentos de mata. Ressalta-se que esta faixa é estreita é
próxima ao empreendimento.
Em locais onde a mata se encontra em estado mais preservado, o
efeito de borda pode ser significativo, entretanto, onde há presença de
pequenos fragmentos imersos a extensas áreas de cultivo e pastagem o efeito
pode ser considerado menor, devido ao acréscimo de borda ser pequeno em
relação a borda existente por um fator área do fragmento.
A construção de rodovias é geralmente considerado destrutivo para o
ambiente natural devido ao desmatamento necessária durante a construção,
bem como aumentos subsequentes de emissões de CO2, após a conclusão de
novas estradas, com o novo tráfego é trazido para a área. O estudo realizado
por Hiasa et al. (2016) analisa dois efeitos principais da nova construção de
rodovias, um sendo a absorção de CO2 e o outro as emissões de CO2, bem
como o potencial de influência do corte, replantio, e / ou manutenção da área
de floresta circundante na capacidade global de absorção de CO 2, as emissões
líquidas de CO2, e total de CO2 na área de construção analisados. Em relação
à absorção de CO2, verificou-se que, se a parte da floresta derrubada durante a
construção é muito antiga, a nova construção da estrada pode ajudar a
recuperar a capacidade de absorção de CO2 que perdeu, com o plantio de
novas árvores ao longo da rodovia, mesmo que a área de plantação for muito
menor do que a área de abate de árvores. Quanto às emissões de CO 2,
27
verificou-se que mitigar o congestionamento do tráfego e diminuindo a distância
necessária pode reduzir as emissões de CO2 a partir da rodovia. Portanto,
conclui-se que a construção nova estrada nem sempre prejudica o meio
ambiente relativo à poluição de CO2, como os impactos nocivos comumente
associados com a construção da estrada podem ser mitigados com outros
métodos de mitigação tecnoecológicos.

ii. Fauna

Devido à avifauna possuir maior mobilidade em relação à supressão de


seu habitat, ela pode ser menos impactada. Já para a fauna terrestre, o
impacto está relacionado com a supressão de vegetação e a corresponde
diminuição e/ou alteração de seu habitat, em especial, nos locais de mata
ciliares que constituem corredores para sua passagem. Com relação à
ictiofauna, os efeitos são aqueles decorrentes dos recursos hídricos superficiais
e solo conforme descrito anteriormente.
Em obras rodoviárias os impactos ambientais de origem ecológica são
muitas vezes negligenciados (DEKKER et al., 2012; MURPHY E POIST, 2000).
O impacto ecológico das estradas e do tráfego e as alternativas para evitar e
mitigar esses impactos são investigados no domínio da "ecologia das estradas
“. Até à data, os estudos de diferentes grupos de espécies como mamíferos,
aves, ou anfíbios, bem como estudos de diferentes tipos de rodovias, como
estradas rurais ou rodovias pavimentadas tem conformado impacto negativo
significativo global de estradas e do tráfego sobre a biodiversidade (BENÍTEZ-
LÓPEZ et al., 2010;. EIGENBROD et al., 2009;. CHARRY E JONES, 2009;
FAHRIG E RYTWINSKI, 2009).
28
3.1.2.3Componentes do Meio Socioeconômico

i. Infraestrutura Física e Social

Principalmente durante a fase de implantação das obras rodoviárias


ocorrem-se interferências nas redes públicas de infraestrutura como o sistema
de abastecimento de água e esgoto, transmissão de energia elétrica e
telefonia, mobiliário urbano, dentre outros. Tais relocações podem ocorrer em
virtude de desapropriação de áreas ou a relocação desses elementos. Na
etapa de operação das rodovias, os impactos apodem atingir o entorno próximo
de áreas urbanas, podendo interferir em planos de expansão urbana, redes de
utilidades públicas, por exemplo.

ii. Atividades Econômicas

Após a implantação de uma obra rodoviária, em nível de área de


influência indireta do empreendimento, as atividades econômicas sofrem
influência em decorrência da modificação do padrão viário, como a redução
nos tempos de transportes e custos operacionais, alterações de padrão de
acessibilidade, e também o aumento da atratividade para a instalação de
atividades econômicas. Além disso, as atividades agropecuárias serão
afetadas em decorrência da desapropriação de áreas para realização do
empreendimento, significando perda de áreas cultiváveis.

iii. Estrutura Urbana

Em nível de área de influência indireta do empreendimento, a estrutura


urbana pode ser impactada de modo local e regional. Para o contexto local,
como em obras de duplicação, por exemplo, citam-se a novas definições eixos
coletores do tráfego transversal, que estão em locais que sofrem processo de
urbanização ou já estão urbanizados. Incluem-se dois aspectos nessa
circunstância, sendo o primeiro em áreas de expansão pela fragmentação do
29
tecido urbano, e o segundo, o próprio eixo da rodovia como fator motivador a
expansão e futura funcionalidade das cidades circunvizinhas.
No nível regional, a influência da alteração nos padrões de uso e
ocupação solo, devido a processos de formação de manchas urbanas e
adensamento de áreas já ocupadas são os principais impactos da estrutura
urbana a médio e longo prazo.

iv. Qualidade de Vida

Sobre a qualidade de vida os impactos são difusos e diversos, na área


de intervenção do empreendimento pode-se mencionar o aumento de ruídos
temporário devido às atividades construtivas e as desapropriações, para está
última, sendo agravada quando há relocação de famílias que vivem lindeiras ou
próximas a rodovia. Para a área de influência indireta, destaca-se o ganho de
acessibilidade, aqueles relacionados à redução de acidentes e qualidade
vinculada ao bem-estar ao trafegar pela pista.

v. Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico

No local onde se ocorre as intervenções pode haver elementos


considerados de interesse para os órgãos relacionados ao patrimônio histórico
e cultural, consistindo em sítios arqueológicos provenientes de povoados que
habitavam o local, bem como cemitérios antigos. O grau de susceptibilidade de
ocorrência verificado por meio de prospecções arqueológicas, e também pela
verificação de registros bibliográficos.

vi. Finanças Públicas

Em decorrência da instalação do empreendimento as finanças publicas


pode ser afetadas em nível regional e estadual pela alteração da atratividade
econômica, aumentando a arrecadação. Em níveis locais e municipais ela pode
ser mais intensa, a médio e longo prazo, uma vez que a indução de
adensamento e ocupação pode atrair novas atividades econômicas, alterando
o processo de valoração imobiliária.
30
De acordo com Blanco e Flindell (2011) o aumento do ruído devido ao
tráfego de veículos sobre a rodovia influência o preço de terrenos em áreas
urbanas e rurais.
31
3.1.3 Impactos Ambientais Potencialmente Decorrentes

No setor de transportes, por exemplo, as estradas e outras obras de


infraestrutura de transportes têm sido conhecidas por afetar seriamente os
ecossistemas nas proximidades direta e indiretamente ao empreendimento, de
várias formas diferentes, incluindo a desmatamento e pequenas alterações no
regime hidrológico local resultante da construção de uma estrada em particular,
além do aumento dos níveis de ruído, poluição do ar e contaminação da água
resultante do uso da pista de rolamento (COFFIN, 2007).
As funções do solo e do habitat de área natural podem ser perderam
completamente onde as superfícies são seladas; ou ser perdida parcialmente
nas áreas de faixa de domínio da rodovia. Estas áreas são frequentemente
afetadas pelo adicional da construção e por efeitos de difusão, tais como o
ruído ou substância emitidas na atmosfera. Na literatura, a zona sobre a qual
há significativo efeito ecológico e que se estendem para margem próxima de
uma rodovia é chamada de "zona de efeito da estrada” (FORMAN E
DEBLINGER, 2000).
A Resolução CONAMA nº 01:1986 em seu Artigo 1º, defini impacto
ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma
de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta
ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da
população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos
ambientais”.

Sánchez (2003) apresenta nos Quadros 1, 2 e 3 uma lista de impactos


ambientais que podem ocorrer para os diversos ciclos de vida de um
empreendimento rodoviário.
32
Componentes Ambientais ou
Impactos Ambientais
Aspectos Ambientais
Aumento da Turbidez de Cursos d’água
Assoreamento de Cursos d’água
Recursos Hídricos Superficiais Alterações no Regime Fluviométrico de Cursos
d’água
Alteração do Risco de Contaminação
Recursos Hídricos Subterrâneos Rebaixamento Localizado do Lençol Freático
Alteração do Risco de Contaminação do Lençol
Freático
Impactos no Solo Alteração do Relevo, Instabilização de Encostas e
Aumento da Susceptibilidade à Erosão
Impermeabilização do Solo
Alteração do Risco de Contaminação do Solo
Impactos no Ar Impactos de Qualidade do Ar Durante a Construção
Alterações na Qualidade do Ar pela Variação no
Volume de Poluentes de Combustão de Fonte Móvel
Durante a Operação
Quadro 1 – Impactos ambientais potencialmente decorrentes do meio físico.
Fonte - Adaptado de Sánchez (2003).

Componentes Ambientais ou
Impactos Ambientais
Aspectos Ambientais
Supressão de Vegetação na Faixa de Domínio e em
Áreas de Apoio
Supressão de Vegetação Ciliar e Aquática em
Impactos na Vegetação
Trechos de Jusante de Cursos d’água a serem
Transpostos
Aumento do Risco de Fogo
Afugentamento de Fauna e Aumento dos Riscos de
Impactos na Fauna Atropelamento
Impactos na Ictiofauna
Quadro 2 - Impactos ambientais potencialmente decorrentes do meio biótico.
Fonte – Adaptado de Sánchez (2003).
33
Componentes Ambientais ou Aspectos
Impactos Ambientais
Ambientais
Infraestrutura Física e Social Uso, Interrupção ou Remanejamento Temporário de Vias
Locais de Circulação
Melhorias da Pista Existente nos Trechos a Duplicar
Remoção ou Relocação de Redes de Utilidades Públicas
ou Interferências Similares
Interferência com Planos de Expansão de Utilidades
Públicas
Demandas Adicionais sobre a Infraestrutura Social Local
Durante a Construção
Impactos nas Atividades Econômicas Geração de Emprego Durante a Implantação do
Empreendimento
Geração de emprego durante a operação do
Empreendimento
Melhoria no padrão de acessibilidade de atividades
comerciais / industriais instaladas na AII
Aumento do grau de atratividade para a instalação de
atividades comerciais / industriais na AID
Impacto nos Níveis de Investimento Privado
Redução dos custos de transportes de carga
Perda de Áreas Cultiváveis
Impactos na Estrutura Urbana Aceleração do processo de adensamento em setores
urbanizados ou em vias de urbanização a serem
beneficiados com melhoria do padrão de acessibilidade
Valorização imobiliária em nível local
Indução do Desenvolvimento e Expansão Urbana dos
Municípios da AII
Ampliação da Barreira Física formada pela Rodovia
Modificação do Padrão de Uso do Solo nas Faixas
Lindeiras à Rodovia
Impactos na Qualidade de Vida da Aumento nos Níveis de Ruído Durante a Implantação do
População da AII Empreendimento
Aumento nos Níveis de Ruído Durante a Operação do
Empreendimento
Interrupções e/ou Interferências no Tráfego durante a
Implantação do Empreendimento
Alterações na paisagem
Diminuição dos tempos de viagem dos passageiros que
utilizarão o Empreendimento
Redução de acidentes
Ordenamento dos acessos à pista
Risco de Acidentes de Trabalho durante a Implantação e
Operação da Rodovia
Finanças Públicas Impactos nas receitas fiscais
Quadro 3 - Impactos ambientais potencialmente decorrentes do meio socioeconômico.
Fonte - Adaptado de Sánchez (2003).
34
3.1.4 Supervisão Ambiental

De acordo com Costa (2010) a supervisão consiste num arcabouço


métodos e procedimentos a respetivo de uma atividade ou serviço com a
função de otimizá-la em termos de redução de custos, aumento da qualidade e
respeito ao meio ambiente. Para rodovias, a supervisão acompanha e monitora
o período de obras com o objeto de identificar de forma antecipada potenciais
impactos decorrentes das atividades construtivas, visando sanar deficiências
por meio da prevenção e orientação quanto a implementação de ações,
programas e planos socioambientais.
Para Sánchez (2013) a supervisão ambiental tem por objetivo checar o
cumprimento de exigências legais e contratuais por parte de quaisquer
contratados para realizar a implantação, operação ou desativação de um
empreendimento, sendo que essa atividade deve se realizada de forma
continua e periódica.
Conforme o manual de especificação técnica rodoviária emitido pelo
Departamento de Estradas e Rodagem DER/SP é definida a supervisão
ambiental como serviço de acompanhamento da execução de obras voltados
para verificar o cumprimento dos requisitos ambientais definidos na legislação
ambiental, em especificações de serviços emitidas por órgãos, no estudo
ambiental associado a etapa de instalação sendo o Programa de Controle
Ambiental (PCA), e no próprio licenciamento ambiental e suas condicionantes
(SÃO PAULO, 2007).
O manual de supervisão ambiental de obras rodoviárias proposto por
São Paulo (2007) em autoria do Departamento de Estradas e Rodagens
DER/SP propõem diretrizes. As seguintes atividades são de abrangência dos
serviços de supervisão ambiental: 1- estabelecer a estratégia de supervisão
ambiental do empreendimento e detalhar o planejamento das atividades
considerando as peculiaridades das obras a serem executadas e as
características socioambientais da região afetada; 2 - acompanhar e orientar a
obtenção e atualização das licenças ambientais e autorizações específicas,
bem como o atendimento das exigências, das recomendações e dos
programas ambientais associados aos serviços de construção; 3 - realizar
vistorias técnicas para acompanhamento dos serviços de construção e registro
35
de ocorrências ambientais, assim como comunicar as ocorrências aos órgãos
ambientais responsáveis pela coordenação do sistema de gestão ambiental a
emissão de comunicação de não conformidades e notificações ambientais; 4 -
participar de reuniões técnicas com a fiscalização do órgão ambiental, a
supervisora de obras e a construtora para planejamento das atividades de obra
e apoio à solução de situações que envolvam impactos ambientais não
previstos e não conformidades ambientais; 5 - elaborar relatório mensal de
supervisão ambiental, relatório periódico de supervisão ambiental na
periodicidade definida pelos órgãos ambiental e do relatório ambiental de
conclusão de obra.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do processo de abertura até o
fechamento de uma não conformidade ambiental.
Componente do plano de gestão ambiental (PGA) rodoviário a
supervisão ambiental apresenta-se como instrumento de gestão responsável
pelo gerenciamento das obras. Durante todas as fases do empreendimento,
concepção, projeto, instalação e operação, o PGA tem por objetivo estabelecer
e implementar um conjunto de diretrizes, critérios e procedimentos com foco no
controle ambiental das atividades com potencial de causar degradação
ambiental (COSTA, 2010).
De acordo com Vicentini (1999), a supervisão ambiental tem como
fundamento checar a implementação de ações com relação a diretrizes e
procedimentos, por parte das construtoras, descritos nos estudos e projetos
ambientais que visam o controle ambiental principalmente durante a etapa de
obras, evitando passivos ambientais. Incluindo que, podem-se identificar
ocorrências ambientais das quais não podem ser previstas na fase de projeto,
devido ao seu local de ocorrência e magnitude.
36

Figura 1 – Fluxograma de ocorrência ambiental.


Fonte: São Paulo (2007).
37
3.1.5 Indicadores de Desempenho Ambiental

Nós últimos anos, a sustentabilidade ambiental tem sido analisada com


mais intensidade na indústria da construção civil. Ainda é difícil para os
arquitetos incorporar a sustentabilidade em seu trabalho, sem métodos
práticos. A fase de concepção de uma rodovia é fundamental no ciclo de vida
para integrar a sustentabilidade em projetos de construção. Avaliação do
desempenho sustentável de projetos pode ser uma iniciativa para alcançar o
desenvolvimento sustentável (CHANG; TSAI, 2015).
Indicadores de desempenho ambiental vão além dos conceitos
tradicionais de desenvolvimento tachado por muitas indústrias. Diferentes
setores da economia desenvolvem indicadores adicionais específicos que
refletem caraterísticas individuais de atividades da indústria (WELFORD et al.,
2007;. GALLEGO, 2006).
Welford et al. (2007), em seu estudo, definiu 15 indicadores em Hong
Kong relacionados com responsabilidade social corporativa, para que 491
stakeholders, divididos em 182 empresários, 34 investidores, 34 professores
universitários, 32 do setor de mídia, 56 de ONG’s ambientais, 93 de ONG’s
sociais e 24 classificados como outros, pudesse mensurar a importância das
variáveis, entre uma escala de 3 a -3, em que 3 indica vital e -3 totalmente
insignificante. As variáveis priorizadas foram meio ambiente com peso de 2,15,
seguido de saúde e segurança com 2,09, governança com 1,94, gestão de
recursos humanos com 1,84 e corrupção com 1,84.
Gallego (2006) avaliou 9 grandes empresas espanholas de diferentes
setores da economia com relação a responsabilidade social corporativa. Para
isso, verificou de forma empírica como estas organizações apresentam as suas
condições econômicas, sociais e ambientais, com a utilização dos indicadores
propostos pela Global Reporting Iniciative (GRI), que é uma organização
internacional independente que auxilia empresas em todo planeta. Para
verificar a utilização dos indicadores pelas incorporações, foram analisados
relatórios anuais e materiais disponíveis nos sites das empresas. Gallego
observou que as questões relacionadas com práticas de bom trabalho,
estratégia de gestão, a não discriminação, a liberdade, o trabalho infantil e
trabalho forçado, bem como indicadores relacionados com energia, água,
38
biodiversidade, emissões atmosféricas e resíduos sólidos foram assuntos mais
tratados em todas as organizações.
Azapagic (2004) propôs 129 indicadores, sendo 60 os ambientais,
24 econômicos, e 25 sociais para atividades de mineração de grande porte.
Os indicadores ambientais foram divididos em 16 categorias – materiais,
energia, água, biodiversidade, emissões, efluentes, resíduos, fornecedores,
produtos/serviços, conformidade, transporte, fontes minerais, uso do solo,
encerramento/reabilitação, incomodo e contratos. As 11 primeiras categorias
de indicadores ambientais coincidem com os propostos Global Reporting
Iniciative (GRI), e os 5 últimos são adicionais ao GRI. Essa organização
possibilita a comparação da metodologia proposta por Azapagic com a GRI.
Oswald e McNeil (2010) utilizou AHP para priorizar 37 indicadores
sustentáveis com relação a Sustainable Corridor Rating System (SCRS), que é
o Sistema de Classificação para Corredores Urbanos Sustentáveis. A
hierarquia foi dividida em três níveis, sendo o objetivo o SCRS, os critérios -
quatro créditos relacionados ao uso da terra, infraestrutura, construções e
inovações em design, e os subcritérios com relação aos subcréditos. Os
questionários foram aplicados a sete profissionais do transporte da
Metropolitan Planning Organizations (MPO) e Department of Transportation
(DOT) ambos dos Estados Unidos. Os maiores pesos globais foram 1,00 para
habitação e proximidade profissional, 0,85 para diversidades de uso e 0,75
para localização inteligente.
Yuan (2013) propôs 30 indicadores de desempenho com papel
fundamental sobre gerenciamento de resíduos de construção e demolição civil,
divididos em quatro categorias – geração de resíduos de construção e
demolição, desempenho econômica, desempenho ambiental e desempenho
social. Na primeira categoria listam-se indicadores com relação à mudança de
projeto, projeto considerando a redução de resíduos, investimento em gestão
de resíduos, espaço do local destinado a gestão de resíduos, entre outros. Na
segunda categoria, apresentam-se indicadores sobre o custo do reuso e
reciclagem de resíduos, custo da segregação e destinação dos resíduos,
arrecadação proveniente da venda de resíduos, entre outros. Na terceira
categoria, retrata-se indicadores sobre poluição das águas e ar, geração de
ruído, uso de área para aterro de resíduos, entre outros. Na quarta categoria,
39
apresentam-se indicadores sobre condições físicas do trabalho, saúde dos
operários que manuseiam os resíduos, entre outros.
É encontrado a partir de revisão da literatura um grande número de
artigos que fala sobre indicadores que são desenvolvidos para sustentabilidade
de setores individuais da economia. Mas a efetividade dos indicadores e seu
real impacto no meio ambiente são menos estudados, sendo esse
desempenho sustentável em muitas vezes não sendo fácil de mensurar
(CHANG; TSAI, 2015).
Indicadores de desempenho ambiental ajudam tomadores de decisão
avaliar o desempenho ambiental e reduz a vasta quantidade de dados
ambientais de uma organização, possibilitando entendimentos claros a respeito
do objetivo ambiental (HOURNEAUX et al. , 2014).
O desempenho ambiental de uma organização pode ser avaliados de
acordo com dois tipos de classificação de acordo com a NBR ISO 14031:2015
– Gestão ambiental – diretrizes de avaliação de desempenho ambiental. Os
indicadores de desempenho gerencial (IDG) podem fornecer informações sobre
como os esforções da gestão podem influenciar o desempenho ambiental da
organização, e o indicador de desempenho operacional (IDO) fornece
informações sobre o desempenho ambiental das operações práticas da
organização (TAM et al., 2006; ABNT, 2015).
Tam et al. (2006) realizou uma pesquisa em Hong Kong sobre
ponderação de 9 indicadores de desempenho ambiental, divididos em três
categorias – conformidade legal, auditoria e consumo de recursos naturais, por
meio da aplicação de questionário e algumas entrevistas, para profissionais
envolvidos no ramo da construção civil divididos em 5 categorias – órgãos
governamentais, consultores de construção, empreiteiras de grande porte,
empreiteiras de médio porte e subempreiteiras. A escala de ponderação foi de -
3 a 3, em que -3 significa menos importante e 3 extremamente importante.
Tornando a escala relativa os indicadores de maior importância foram multas e
penalidades com 0,736, notificação de órgãos com 0,73 e registro de não
conformidades com 0,708. Ressalta-se que esses três indicadores pertencem
ao grupo de conformidade legal.
A maioria dos estudos que abordam indicadores de desempenho
ambiental trabalha com a fase operacional para medir o desempenho
40
ambiental, tais como de materiais e consumo de energia (VELEVA E
ELLENBECKER, 2001; SINGH et al., 2007; LUNDBERG et al, 2009;.
MCBRIDE et al, 2011; SHEN et al, 2011). Os principais indicadores tais como
os de design sustentável podem ser utilizados na fase de concepção para
medir as considerações e incorporações sustentáveis do projeto. Durante a
fase de obras, esses indicadores podem ser substituídos por indicadores
operacionais e fornecer o desempenho ambiental dos materiais e energia
utilizada (URBONAS, 2000).
Veleva e Ellenbecker (2001) desenvolveu uma metodologia para
avaliar qualquer tipo de empresa, propondo 22 indicadores de produção
sustentável divididos em básicos e complementares, bem como um detalhado
roteiro, contendo 8 passos, para sua correta aplicação.
Singh et al. (2007) apresentou um método AHP para determinar os
componentes do índice de desenvolvimento sustentável (IDS) para industriais,
levando em consideração aspectos ambientais, sociais e econômicos. O
objetivo do AHP foi o IDS, os critérios foram os três aspectos mencionados
incluindo organização governamental e aspectos técnicos. Foi aplicado
questionário para 15 pessoas envolvidas com indústria do aço. Os aspectos
econômicos apresentou a maior ponderação com 7,6, seguido aspectos
ambientais com 2,9 e, e aspectos sociais com 2,8.
Lundberg et al. (2009) criou uma estrutura metodológica para avaliar o
desempenho ambiental em órgãos públicos, da qual foi aplicado no estudo de
caso na administração de trens na Suíça.
Mcbride et al. (2011) desenvolveu 19 indicadores para avaliar a
sustentabilidade ambiental em sistemas de bioenergia, divididos em 6 grupos –
qualidade do solo, qualidade e quantidade de água, gases de efeito estufa,
biodiversidade, qualidade do ar e produtividade. Teve-se como base o
conhecimento existente dos autores e em programas nacionais e internacionais
que procuram formas de avaliar a bioenergia sustentável. A importância de
cada indicador proposto é idêntica.
A partir de revisão da literatura a respeito de indicadores de
desempenho ambiental para projetos de infraestrutura, Shen et al. (2011)
listou-os e utilizou a logica Fuzzy para determinar os principais face aos
aspectos ambientais, sociais e econômicos. Apesar dos indicadores serem
41
utilizados para estudo de caso no contexto Chinês, eles podem ser utilizados
em outros pais para projetos de infraestrutura.
Para implantar diretrizes sustentáveis em projetos reais, necessita-se
pré-estabelecer variáveis a respeito de práticas ecológicas e determinar
parâmetros apropriados. para facilitar a mensuração do ganho ambiental
(HARTMUTH et al., 2008). Tsai and Chang (2012) estabeleceu uma lista de 60
itens de requisitos para estradas sustentáveis, conforme o Quadro 4 a seguir.
Há 45 itens sobre práticas operacionais e 15 a respeito da utilização de
materiais, classificados em 14 grupos tais como geometria e alinhamento,
terraplanagem, pavimentação, drenagem, energias renováveis, entre outros.
Esta tabela pode ser considerada como completa sobre sustentabilidade,
sendo os itens derivados de revisão da literatura, projetos de construção de
rodovias e entrevistas com profissionais da área, consistindo em práticas ou
medidas que podem ser adotadas para reduzir o impacto ambiental dos
projetos de construção sustentáveis (TRB, 2004; ANDERSON E MUENCH,
2013).
42

1. Geometria e Alinhamento 4.4. Trincheiras de infiltração ou bacias 7.8. Lagoa ecológica 10.9. Concreto leve
de captura
1.1. Redução do volume ou peso 4.5. Retenção de sedimentos 7.9. Conectividade de Habitat 10.10. Aço
1.2. Curvas suaves 4.6. Materiais regionais 7.10. Ambiente poroso biológico 11. Isolamento Acústico
1.3. Encostas suaves 5. Estruturas de Contenção 7.11. Redução em instalações de 11.1. Redução do volume e peso
paisagismo
2. Terraplanagem 5.1. Redução do volume e peso 7.12. Pontes altas 11.2. Barreira viva
2.1. Balanço de terraplanagem 5.2. Vegetação 8. Meios de Transporte 12. Túneis
2.2. Escavação mínima e preenchimento 5.3. Estruturas com britas e pequenas 8.1. Redução do volume e peso 12.1. Redução do volume e peso
contenções
2.3. Reciclagem do solo superficial 6. Proteção de Encostas 8.2. Polos multifuncionais 12.2. Vegetação
2.4. Reutilização de resíduos 6.1. Vegetação 9. Manutenção de transporte 12.3.Redução de instalações de
ventilação
3. Pavimentação 6.2. Reforço de encostas 9.1. Redução de alteração de caminhos 12.4. Reuso de resíduos
3.1. Redução do volume e peso 6.3. Reutilização de resíduos 10. Pontes 12.5. Materiais de fibra
3.2. Materiais permeáveis 7. Paisagem e Ecologia 10.1. Redução do volume e peso 13. Instalações elétricas e mecânicas
3.3 Materiais reciclados 7.1. Evitar uso de áreas de preservação 10.2. Pontes de longo alcance 13.1. Redução de instalações de controle
de transportes
3.4. Materiais que reduzem ruído 7.2. Substituir cortes e aterros por pontes 10.3. Tecnologias na pré-fabricação 14. Iluminação
ou tuneis
3.5. Materiais de fibra 7.3. Árvores nativas 10.4. Pontes provisórias para construção 14.1. Redução de equipamentos de
iluminação
4. Drenagem 7.4. Transplante de árvores ameaçadas 10.5. Estruturas ocas 14.2. Energias renováveis
4.1. Redução do escoamento 7.5. Vegetação 10.6. Resistência dos materiais 14.3. Iluminação refletiva
4.2. Vegetação ou valas de cascalho 7.6. Reciclagem do solo superficial 10.7. Concreto de alta resistência
4.3. Captação de água da chuva 7.7. Passagens de fauna 10.8. Concreto armado
Quadro 4 – Itens para projeto de rodovias sustentáveis.
Fonte: Tsai and Chang (2012).
43

4 METODOLOGIA

4.1 MÉTODO AHP – ANALYTIC HIERARCHY PROCESS

O método AHP é um instrumento de apoio à tomada de decisão, que visa


fornecer ao decisor, informações relevantes para auxiliá-lo na escola da melhor
alternativa, ou para classificar um conjunto de alternativas. Soluciona situações de
tomadas de decisão que apresentam dois ou mais critérios a serem considerados
(VEISI; LIAGHATI; ALIPOUR, 2016).
Foi na década de 1970 que Thomas Saaty desenvolveu o método AHP.
Neste mesmo período, a intensificação dos de seus estudos e conclusões,
possibilitou a medição de variáveis tanto qualitativas quanto quantitativas, seja
tangíveis ou intangíveis (SAATY, 1977, 1980, 1986, 1991). A partir disso, houve a
possibilidade de trabalhar com rede e hierarquias, escalas de proporção para
julgamento, comparações equivalentes de critérios e alternativas de decisão,
consistência e homogeneidade nos julgamentos, prioridades e ordenamento de
alternativas (SAATY, 1994)
Russo e Camanho (2015) definiram AHP como sendo uma rede de critérios
que se relacionam entre si, em que estão vinculadas as opções para um
determinado objetivo. Os avaliadores, que são denominados decisor, avaliam os
critérios a fim de estabelecer pesos globais e locais. Os pesos são dados a todas as
opções dos critérios e subcritérios, o que possibilita obter pontuações parciais e
finais, e em decorrência disto, a priorização entre elas.
Segundo Kulakowski (2015) é possível agrupar os métodos para obtenção
de pesos em quatro categorias: 1 – Método baseado em ordenação de critérios; 2 –
Método em escala de pontos; 3 – Método em distribuição de pontos e; 4 – Método
de comparação de critérios par a par.
Dalal, Mohapatra e Mitra (2010) apresenta o seguinte fluxograma na Figura
2 para o método processo de hierarquia analítica.
44

Figura 2 – Fluxograma AHP.


Fonte: Adaptado Dalal, Moohapatra e Mitra (2010).

O fluxograma apresenta a contextualização geral do método de processo


hierárquico analítico, iniciando pela representação do problema, seguido da
construção da matriz e análise de consistência, até a classificação geral das
prioridades. Ressalta-se que se durante o julgamento não houver consistência, as
matrizes devem ser revistas.
Segundo Singh e Nachtnebel (2016) o processo genérico de utilização do
AHP é formando por cinco etapas:
a) Definir o problema e a estrutura hierárquica.
b) Construir matrizes de prioridade.
c) Obter as matrizes de prioridades relativas.
d) Checar as consistências das matrizes.
e) Decidir as prioridades.
45

4.1.1 Definição do Problema e a Estrutura Hieráquica

A estruturação hierárquica de uma problema relativo à tomada de decisão, é


uma maneira inteligente de identificar os seus principais componentes, sendo que
não há apenas uma forma de construção hierárquica para cada problema. Quando
hierarquias são projetadas para refletir prováveis cenários ambientais, objetivos
corporativos, alternativas atuais e propostas de produtos/serviços/mercados, o AHP
pode fornecer uma estrutura e metodologia para a determinação de uma série de
decisões-chave (SAATY, 2005).
Saaty (1991) apresentou em seu estudo quatro vantagens de se trabalhar
com representação hierárquica:
(1) pode ser usada para apontar como as modificações em prioridades em
níveis mais altos afetam as prioridades nos níveis mais baixos;
(2) o grande detalhe de informações sobre estrutura e funções nos níveis
mais baixos, permite uma visão geral de atores e de seus propósitos em níveis mais
altos;
(3) sistemas naturais elaborados por meio de construção modular e
montagem final de módulos são melhores desenvolvidos do que aqueles elaborados
de forma geral; e
(4) sistemas hierarquizados são estáveis – porque pequenas modificações
têm efeitos pequenos, e flexíveis – porque adições a boas estruturas hierárquicas
não perturbam o desempenho como um todo.
Deve-se ter o máximo de cuidado no processo de construção das estruturas
hierárquicas, pois estruturas diferentes da realidade pode levar a uma classificação
final diferente. Ressaltam-se ainda estruturas com critérios com grande número de
subcritérios tendem a receber mais peso do que quando eles são menos detalhadas
(ISHIZAKA; LABID, 2011).
A Figura 3 apresenta um modelo de estrutura hierárquica do método AHP.
46

Figura 3 – Estrutura Hieráquica do AHP


Fonte: Dalal, Moohapatra e Mitra (2010).

. De acordo com Dalal, Mohapatra e Mitra (2010), as alternativas ficam


alocadas na base da estrutura hierárquica, e os critérios e subcritérios ficam acima
das alternativas. Dessa forma, os critérios direcionam o julgamento das alternativas
disponíveis que têm por objetivo atingir a meta proposta.

4.1.2 Comparação dos Pares e a Matriz de Escala

Conforme Saaty (1987) as comparações paritárias são de fundamental


importância para o processo de tomada de decisão por meio da ferramenta AHP,
devendo ser estabelecidos os principais critérios de julgamento destes pares e qual
a sua importância nessas comparações, em que a representação do julgamento
serão dadas em uma escala fundamental e organizada por uma matriz de ordem n.
O método AHP de tomada de decisão multicritério é baseado em
comparações paritárias para os elementos de uma mesma hierarquia. O problema é
decomposto em uma estrutura de mesma hierarquia, possibilitando o tomador de
decisão dar a sua contribuição devido ao seu conhecimento e experiências em
avaliações (SUEYOSHI; SHANG; CHIANG, 2009).
Embora que o método AHP preze pela menor inconsistência oriunda da
tomada de decisão par a par, esta não precisa ser perfeitamente consistente. Sendo
que, em comparações paritárias é natural o processo de incorporação de
inconsistências no processo de tomada de decisão. De outra maneira, nestas
47

comparações entre pares é empregado um processo natural de julgamento entre as


características de cada elemento (BERNASCONI; CHOIRAT; SERI, 2014).
Conforme Saaty, a formação da matriz de comparação é dada por:

Os elementos acima da diagonal principal, representados por a ij, são


formados pelos julgamentos paritários com a escala de 1 a 9 e os elementos abaixo
da diagonal principal são representados por aji apurado por 1/aij.

4.1.3 Escala de Julgamentos

Conforme apresentado no estudo de Ishizaka e Labib (2011), o método AHP


tem como ponto forte a avaliação de julgamento por meio de escala de preferência,
seja para utilização de critérios qualitativos como quantitativos. Esta escala pode ser
representada numericamente, verbalmente ou graficamente.
Para Bernasconi, Choirat e Seri (2014) tais julgamentos devem ser
quantificados por pares de critérios, Ii e Ij, com representação de uma matriz n x n,
sendo está quadrática com comparações paritária um a um. As matrizes são
positivas e recíprocas, os elementos abaixo da diagonal principal são função
recíproca dos elementos acima desta diagonal Dessa forma, sendo aij> 0, aji será =
1/aij.

Segundo Bernasconi, Choirat e Seri (2014), as matrizes de julgamento que


os elementos aij representam um número que indica a importância de I i quando
48

comparado com Ij, tais condições devem ser satisfeitas: Regra 01 – Se aij = α, então
aij = 1/α, α ≠ 0; Regra 02 – Se Ii é julgado como de igual importância a I então a ij =
1. E, em particular, aij = 1 para todo i.
De acordo com Saaty (1987) a comparação par a par é realizada conforme
os pesos da escala de julgamento determinadas a cada critério ou subcritério,
conforme o Quadro 5.

Intensidade de Definição Explanação


Importância
1 Mesma importância As duas atividades contribuem igualmente para o
objetivo
3 Importância moderada de um A experiência e o julgamento favorecem
sobre o outro levemente uma atividade em relação à outra
5 Importância forte ou A experiência e o julgamento favorecem
essencial fortemente uma atividade em relação à outra
7 Importância muito forte Uma atividade é muito fortemente favorecida e
seu domínio é demostrado na prática
9 Extrema importância A evidência favorece uma atividade sobre a outra,
sendo da mais alta ordem de afirmação
2, 4, 6, 8 Valores intermediários entre Quando se procura uma condição entre duas
dois julgamentos adjacentes definições
Quadro 5 – Escala de intensidade de importância.
Fonte: Adaptado de Saaty (1987, 1991).

4.1.4 Normalização

Conforme descrito por Saaty (1991) o próximo passo da método AHP


consiste na normalização da matriz prioridades, a partir do cálculo relativo dos pesos
de cada elemento da matriz em função ao somatório da coluna a qual pertence.
Segundo Bernasconi, Choirat e Seri (2014) é neste processo que calcula-se o
autovetor, que após a normalização se torna o vetor prioridades
A matriz resultante do processo de normalização será assim definida
(BERNASCONI; CHOIRAT; SERI, 2014):

Bernasconi, Choirat e Seri (2014) define o próximo passo em obter as


Prioridades Médias Locais (PML) ou cálculo do peso relativo de cada alternativa,
49

definindo a relevância de cada alternativa. Este peso relativo será calculado pela
média aritmética de cada linha, conforme a seguir:

Posteriormente ao cálculo do PML calcula-se a apuração da Prioridade


Global (PG), pois o objetivo é identificar um vetor associado a prioridade de cada
alternativa com o objetivo global em questão. Esse cálculo combina as PML’s no
vetor de prioridades global (PG), conforme a seguir (BERNASCONI; CHOIRAT;
SERI, 2014):

4.1.5 Consistência das Prioridades

Segundo as considerações de Saaty (1991), em que A = (aij) uma matri n x n


de elementos positivos, aij = 1/ aji, será consistente somente se, λmáx = ≥ n. Ou seja,
os valores de aij, em razão de terem sido obtidos por meio de julgamentos
subjetivos, podem não estar embasados em medidas exatas.
Forman (2001) diz que a consistência de uma matriz de comparação par a
par é influenciada pelos seguintes aspectos: 1 - Homogeneidade dos elementos de
um grupo; 2 - Número de elementos do grupo. Através de resultados de
experimentos psicológicos,um indivíduo não pode comparar simultaneamente mais
de sete objetos (mais oumenos dois) sem se tornar cada vez mais inconsistente; 3 -
Conhecimento do especialista a respeito do problema em estudo; e 4 - Ambiente da
situação de decisão.
A consistência no julgamentos é calculada por Saaty (1987), conforme a
expressão a seguir:
50

Em que,
IC = índice de consistência,
N = dimensão da matriz,
λmax = autovalor máximo.

Calcula-se a razão de consistência (RC) para validar os valores ou escalas


de prioridades, conforme a razão a seguir (SAATY, 1987):

Em que,
IC = índice de consistência,
IR = índice Randômico.

A razão de consistência é aceitável quando, RC ≤ 0,10, esse valor é obtido


da escala de ordem da matriz (n) confeccionada por Saaty, e por meio de
simulações ele obteve os seguintes valores (SAATY, 1991):

Tabela 1 – Tabela de Índice Randômico.


Ordem da
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
matriz (n)
Índice
Randômico 0,00 0,00 0,58 0,90 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49 1,51 1,48 1,56 1,57 1,59
(IR)
Fonte: Adaptado de Saaty (1991).
51

4.2 PROCEDIMENTOS DE PESQUISA

Para esta dissertação foi escolhida a técnica do questionário como coleta de


dados, em razão dos profissionais serem de diferentes Estados, São Paulo, Paraná
e Santa Catarina.
O questionário aplicado foi semiestruturado, pois segundo Martins e
Theóphilo (2009) apesar de apresentar uma preparação prévia, o respondente tem a
autonomia de incluir novas considerações durante o processo de preenchimento.
Foi realizado um protocolo para o questionário, conforme as orientações de
Rosa e Arnoldi (2008), com o objetivo de confeccionar um roteiro e estruturar este
tipo de coleta de dados. Desta forma, estruturou-se o trabalho em:
 Objetivos e justificativas;
 Elaboração do roteiro;
 Critérios para seleção dos profissionais;
 Modelo de formulário de consentimento;
 Previsão de formas de acompanhamento do questionário;
 Análise e avaliação dos dados coletados.

No Apêndice A encontra-se a estrutura do protocolo do questionário e no


Apêndice B o roteiro para realiza-lo. Segundo o protocolo, os questionários foram
enviados via correio eletrônico. Realizou-se também, o Termo de Consentimento e
Esclarecimento (Apêndice C) e o Termo de Responsabilidade (Apêndice D).
Os questionários foram submetidos via e-mail aos profissionais. No primeiro
contato foi elucidado que o intuito da pesquisa não é analisar se as respostas
fornecidas estavam certas ou erradas, mas sim observar as percepções quanto aos
critérios estabelecidos para realização do trabalho ambiental em rodovias pela
ponderação das não conformidades ambientais por meio da supervisão ambiental.
As questões abertas referiram-se sobre a formação acadêmica e
complementar, experiência na área ambiental de rodovias, e considerações gerais a
respeito do arcabouço de não conformidades ambientais. Já as questões fechadas
versaram sobre a ponderação por escala de julgamento de cada hierarquia
estabelecida, sendo os critérios, subcritérios e alternativas ponderados a partir da
experiência profissional de cada técnico.
52

4.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP

4.3.1 Definição da Estrutura Hieráquica

Para construção da estrutura hierárquica baseou-se na proposta de Ishizaka


e Labib (2011), esta fase da pesquisa foi realizado como descrito a seguir. A
proposta de estrutura hierárquica bem como dos parâmetros de comparação foram
dirigidos conforme a representação estrutural do Quadro 06.
53

Natureza da Ocorrência Grupo da Ocorrência Descrição da Ocorrência


1. Vencimento de licença ambiental para realização das obras;
81. Licença Ambiental
2. Descumprimento de condicionante da licença ambiental para realização das obras;
3. Vencimento de autorização para supressão de vegetação (ASV), para intervenção em
82. Autorização Ambiental recursos hídricos (Outorga) e outras;
Específica 4. Descumprimento de condicionante da autorização para supressão de vegetação (ASV),
para intervenção em recursos hídricos (Outorga) e outras;
5. Ausência de cadastro para instalação e utilização de áreas de empréstimo (jazidas);

93. LICENCIAMENTO 6. Ausência de cadastro para instalação e utilização de bota-fora solo excedente;
7. Ausência de cadastro para instalação e utilização de bota-espera de frezado;
8. Ausência de cadastro para instalação e utilização de bota-espera de resíduos classe A
83. Cadastro Ambiental perante o CONAMA 307:2002 e CONAMA 448:2012;
Específico
9. Ausência de cadastro para instalação e utilização de bota-espera de matéria-prima;
10. Ausência de cadastro para instalação e utilização de canteiro de obras;
11. Ausência de cadastro para instalação e utilização de caminhos de serviço;
12. Ausência do termo de encerramento/recuperação de área de apoio;
13. Não realização do manejo, afugentamento ou resgate da fauna na etapa de
supressão de vegetação;
84. Fauna
14. Atropelamento de fauna por veículos de obras ou veículos de terceiros;
94. BIÓTICO 15. Caça de fauna;
16. Não utilização da prática de raspagem e armazenamento adequado da camada
85. Vegetação vegetal e solo superficial;
17. Armazenamento inadequado de material vegetal;
Quadro 6 - Estrutura hierárquica da meta/objetivos, critérios, subcritérios e alternativas.
Fonte: Elaborado pelo autor.
54

Natureza da Ocorrência Grupo da Ocorrência Descrição da Ocorrência


18. Presença de restos de material vegetal em obras ou área de apoio;
19. Queima de material vegetal;
20. Serviços indevidos em área de preservação permanente (APP);
21. Soterramento de material vegetal;
94. BIÓTICO 85. Vegetação
22. Danos físicos ou mecânicos a vegetação;
23. Ausência de delimitação da área vegetada ou área de preservação permanente (APP)
a ser suprimida;
24. Cobertura vegetal deficitária para proteção superficial após conclusão da obra;
25. Solo superficial desprotegido em locais com risco de processos erosivos;
26. Processo erosivo inicial (laminar);
27. Sulcos erosivos em taludes de corte ou aterro;
86. Erosão 28. Processo erosivo em fase de ravina;
29. Processo erosivo em fase de voçoroca;
30. Escorregamentos;
95. PROCESSO DE DINÂMICA 31. Recalque em aterro;
SUPERFICIAL
32. Assoreamento de sistema de drenagem pluvial (canelas, tubulações, caixa de
passagem/inspeção, bueiros) com solo de obras ou propriedade lindeira;
33. Assoreamento de curso d’água com solo de obras ou propriedade lindeira;

87. Assoreamento 34. Carreamento de solo para propriedade lindeira ou áreas protegidas;
34. Carreamento de solo para propriedade lindeira ou áreas protegidas;
35. Carreamento de solo para obras ou áreas de apoio;
36. Carreamento de solo para corpo estradal;
Quadro 6 - Estrutura hierárquica da meta/objetivos, critérios, subcritérios e alternativas.
Fonte: Elaborado pelo autor.
(Continua)
55

Natureza da Ocorrência Grupo da Ocorrência Descrição da Ocorrência


37. Ausência de envio de comprovantes de correta destinação dos resíduos para Concessionária
por parte de Empreiteiras ou de Terceiros;
38. Ausência de área/local adequado e identificado nas obras para armazenamento temporário de
resíduo de concreto, pavimentação, tubulação de concreto danificada, tijolos, classificados como A
perante o CONAMA 307:2002 e CONAMA 448:2012;
39. Ausência de baias e/ou local adequado e identificado nas obras para armazenamento
temporário de resíduo reciclável (classe B) e/ou perigoso (classe D) perante o CONAMA 307:2002
e CONAMA 448:2012;
40. Ausência de coletores (lixeiras) para resíduos domésticos gerados nas áreas de vivência ou
outras (coletores reciclável, orgânico e rejeito) conforme a norma ABNT NBR 10.004:2004;
96. RESÍDUOS SÓLIDOS 41. Transbordamento de resíduos armazenados em recipientes, baias e locais;
42. Deposição ou armazenamento de resíduos de classes diferentes misturados;
43. Deposição ou armazenamento de resíduos em local inadequado;
44. Disposição (destinação final) de resíduos em local inadequado;
45. Contaminação do solo por resíduos ou restos de concreto;
46. Contaminação do recurso hídrico por resíduos ou restos de concreto;
47. Ausência de proteção para transporte de resíduos ou matéria-prima (sem lona ou cobertura
deficitária);
48. Queima de resíduos;
49. Ausência de envio de comprovantes de correta destinação do esgoto de banheiro químico para
Concessionária por parte de Empreiteiras ou Terceiros;
50. Ausência de sistema de tratamento (tanque séptico + filtro anaeróbio + sumidouro) de esgoto
doméstico para banheiros;
88. Esgoto
97. EFLUENTE LÍQUIDO 51. Ausência de manutenção para sistema de tratamento de esgoto doméstico;
Doméstico/Sanitário
52. Banheiros em locais indevidos;
53. Lançamento de esgoto doméstico no solo sem tratamento;
54. Lançamento de esgoto doméstico em recurso hídrico sem tratamento;
Quadro 6 - Estrutura hierárquica da meta/objetivos, critérios, subcritérios e alternativas.
Fonte: Elaborado pelo autor.
(Continua)
56

Natureza da Ocorrência Grupo da Ocorrência Descrição da Ocorrência


55. Ausência de sistema de tratamento para efluente com resíduos de concreto;
56. Ausência de manutenção para sistema de tratamento para efluente com resíduos de
concreto;
89. Efluente de Fabricação
de Concreto 57. Sistema de tratamento de efluente de concreto em local indevido;
58. Contaminação do solo por efluente com resíduos de concreto;
59. Contaminação de recurso hídrico por efluente com resíduos de concreto;
60. Ausência de sistema de tratamento para efluente oleoso (caixas separadoras de água
97. EFLUENTE LÍQUIDO
e óleo SAO);
61. Ausência de manutenção para sistema de tratamento de efluente oleoso;
62. Ausência de envio de comprovantes de correta destinação da borra de óleo da caixa
90. Efluente Oleoso SAO para Concessionária por parte de Empreiteiras/Terceiros;
63. Sistema de tratamento de efluente oleoso em local indevido;
64. Contaminação do solo por efluente oleoso;
65. Contaminação de recurso hídrico por efluente oleoso;
66. Emissão de fumaça preta acima dos padrões da Escala Ringelmann por veículo ou
equipamento;
98. POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
67. Ausência de sistema de controle de poluição em chaminés de unidades industriais;
68. Formação de poeira em suspensão;
69. Contaminação do solo devido ao vazamento de equipamentos ou veículos;
70. Contaminação dos recursos hídricos solo devido ao vazamento de equipamentos ou
veículos;
99. PRODUTOS PERIGOSOS
71. Local e/ou recipiente inadequado para armazenamento de produto perigoso;
72. Ausência de dispositivo de contenção para vazamento de produtos perigosos de
equipamentos/veículos;
Quadro 6 - Estrutura hierárquica da meta/objetivos, critérios, subcritérios e alternativas.
Fonte: Elaborado pelo autor.
(Continua)
57

Natureza da Ocorrência Grupo da Ocorrência Descrição da Ocorrência


73. Veículo, equipamento ou unidade industrial emitindo ruído excessivo por motivos
diversos;
91. Emissão de Ruído
74. Veículo, equipamento ou unidade industrial emitindo ruído fora do horário de trabalho
em local que apresenta receptores sensíveis.
75. Colaborador(es) sem EPI’s;
100. SEGURANÇA DO
TRABALHO 76. Colaborador(es) com EPI’s inadequado;

92. Saúde e Higiene do 77. Ausência de sanitários nas obras;


Trabalhador 78. Instalações sanitárias inadequadas;
79. Canteiro de obras desorganizado;
80. Ausência de sinalização indicativa de obras;
Quadro 6 - Estrutura hierárquica da meta/objetivos, critérios, subcritérios e alternativas.
Fonte: Elaborado pelo autor.
(Conclusão)
58

4.3.2 Escala de Julgamento

De acordo com Saaty (1987) a comparação par a par é realizada conforme


os pesos da escala de julgamento determinadas a cada critério ou subcritério,
conforme o Quadro 7.

Intensidade de Definição Explanação


Importância
1 Mesma importância As duas atividades contribuem igualmente para o
objetivo
3 Importância moderada de um A experiência e o julgamento favorecem
sobre o outro levemente uma atividade em relação à outra
5 Importância forte ou A experiência e o julgamento favorecem
essencial fortemente uma atividade em relação à outra
7 Importância muito forte Uma atividade é muito fortemente favorecida e
seu domínio é demostrado na prática
9 Extrema importância A evidência favorece uma atividade sobre a outra,
sendo da mais alta ordem de afirmação
2, 4, 6, 8 Valores intermediários entre Quando se procura uma condição entre duas
dois julgamentos adjacentes definições
Quadro 7 – Escala de intensidade de importância.
Fonte: Adaptado de Saaty (1987, 1991).
59

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta pesquisa está relacionada com a identificação e ponderação das


principais não conformidades relacionadas com obras rodoviárias de adequação de
capacidade e melhoramentos, por meio da aplicação do método AHP a partir da
expertise de profissionais envolvidos na gestão ambiental de rodovias. Neste
capítulo são apresentados os resultados do questionário, bem como os resultados
obtidos pelo método AHP.

5.1 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS

5.1.1 Formação dos Profissionais

As questões do questionário referente à formação acadêmica e a educação


continuada dos profissionais é apresentada na Tabela 2.

Tabela 2 - Formação dos profissionais com experiência em gestão ambiental de rodovias.


Profissional Formação Acadêmica Especialização e/ou Pós-Graduação Stricto Sensu
1 Engenharia Civil Especialização em Gestão de Projetos
Especialização em Licenciamento Ambiental de Obras
2 Engenharia Ambiental de Infraestrutura, Implementação e Acompanhamento
de Programas Ambientais
3 Engenharia Florestal Especialização em Gerenciamento de Projetos e
Especialização em Gestão Ambiental no Setor de
Transportes
4 Geografia Especialização em Gestão Ambiental
5 Biologia Não
Fonte: Elaborado pelo autor.

Cada profissional possui formação diferenciada em relação ao curso de


formação: engenharia civil, engenharia florestal, engenharia ambiental, geografia e
biologia. Quatro profissionais possuem pelo menos uma pós-graduação lato senso
realizada. Observa-se a preocupação dos profissionais pela educação continuada
como forma de aprimorar os conhecimentos em área específica aderente a atividade
realizada.
60

5.1.2 Tempo de Atuação na Área Ambiental de Rodovias

O tempo de atuação de cada profissional na área ambiental de rodovias é


apresentado na Tabela 3. Constata-se que três profissionais têm mais de dez anos
de experiência na área desta pesquisa. Este fato possibilita uma avaliação de
atuação, trazendo assim, ricos dados para esta pesquisa.

Tabela 3 - Tempo de atuação na área ambiental de rodovias.


Profissional Tempo
1 18 anos
2 12 anos
3 11 anos
4 2 anos
5 3 anos
Fonte: Elaborado pelo autor.

Os profissionais que apresentaram menos tempo de experiência foram o


geógrafo com dois anos e o biólogo com 3 anos de atuação profissional.
61

5.2 APLICAÇÃO DO AHP

5.2.1 Cálculo da Prioridade Média Local (PML) para os Critérios

A Tabela 4 apresenta os valores de prioridade média local, referente aos


questionários respondidos pelos cinco profissionais, com relação aos critérios LIC –
licenciamento ambiental, BIO – biótico, PDS – processo de dinâmica superficial,
RES – resíduos sólidos, EFL – efluente líquido, ATM – poluição atmosférica, PER –
produtos perigosos e SET – segurança do trabalho, que foram previamente
estabelecidos. As ponderações dos critérios das não conformidades ambientais
foram calculadas por meio da aplicação do método de análise hierárquica de
processos (AHP).

Tabela 4 – Prioridade média local para os critérios.


LIC BIO PDS RES EFL ATM PER SET
P1 23,4% 6,1% 6,1% 11,2% 11,2% 11,2% 19,5% 11,2%
P2 30,2% 9,5% 11,7% 7,0% 11,7% 6,5% 11,7% 11,7%
P3 22,9% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8% 6,2% 11,8% 11,8%
P4 20,5% 5,7% 10,6% 10,6% 10,6% 10,6% 20,5% 10,6%
P5 14,3% 14,3% 7,1% 7,1% 14,3% 14,3% 14,3% 14,3%
MÉDIA 22,26% 9,48% 9,46% 9,54% 11,92% 9,76% 15,56% 11,92%
VARIÂNCIA 32,83% 13,62% 7,18% 5,33% 1,99% 11,70% 17,64% 1,99%
DES.PAD. ± 5,73% ± 3,69% ± 2,68% ± 2,31% ± 1,41% ± 3,42% ± 4,20% ± 1,41%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Todos os cinco profissionais julgaram o critério LIC como sendo de maior


impacto na atividade de supervisão ambiental em obras de empreendimentos
rodoviários, com peso médio de 22,26%. Isso porque a ausência de licenças e
autorizações ambientais causa o embargo da obra, impedindo a atividade de ser
realizada e muitas vezes acompanhada de infrações. O critério PER vem em
seguida, com peso médio de 15,56%, sendo que os produtos químicos tem alto
potencial poluidor, seja quando dispersos no solo ou em recursos hídricos. Na
terceira ordem de preferência o critério EFL e SET apresentam peso médio de
11,92%. Os critérios BIO, PDS, RES e ATM estão tecnicamente com o mesmo peso
médio na quinta ordem de preferencia com 9,5%.
62

A variância com valor de 1,99% para os critérios EFL e SET indicou menor
diferença entre as respostas de todos profissionais, apresentando consenso na
ponderação. Os demais critérios apresentaram variância alta com relação à média,
no critério LIC por exemplo, a menor ponderação foi de 14,3% (P5) e a maior 30,2%
(P2), resultando numa variância de 32,83%.
Os profissionais P1, P3 e P4 apresentaram as respostas mais compatíveis
com relação aos pesos médios, sendo seis respostas dentre oito possíveis. Já o
profissional 2 manifestou metade de suas respostas similar a média. E o P5 não
apresentou nenhuma similaridade com a média, suas ponderações foram apenas
dois pesos, 14,3% para LIC, BIO, EFL, ATM, PER e SET e, 7,1% para PDS e RES.
O profissional 01 apresentou diferença entre o critério de maior peso (LIC) e
de menor peso (PDS e BIO) é de 17,3%. O profissional 02, diferença entre o
primeiro e último (LIC e ATM), critério de preferencia foi de 23,7%. O profissional 03,
intervalo entre a primeira e ultima ponderação de critérios (LIC e ATM) foi de 16,7 %.
O profissional 04, diferença entre o critério julgado com maior impacto e o de menor
impacto foi de 14,8%. O profissional 05 a diferença entre o primeiro é ultimo impacto
julgado foi de 7,2%.
A Figura 4 mostra a distribuição dos dados dos cinco profissionais que
responderam os questionários com relação aos critérios das não conformidades
ambientais, LIC, BIO, PDS, RES, EFL, ATM, PER e SET, por meio do diagrama de
blocos conhecido como boxplot. A maioria dos conjuntos de dados de cada critério
apresentaram dispersão dos dados significativa, entretanto, observa-se que para os
critérios EFL e SET houve dispersão relativa pequena, apesar de em ambos
ocorrerem valores superiores maior que o quartil superior.
63

Figura 4 – Distribuição dos dados com relação aos critérios das não conformidades
ambientais.
Fonte: Elaborado pelo autor.

O conjunto de dados do critério LIC apresentou diferença entre o intervalo do


primeiro e terceiro quartis de 2,9%, o que pode ser considerada como baixa
dispersão, porém, dois valores foram da curva (outliers), um superior 30,2% e outro
inferior 14,3%, valores estes que se diferenciam da tendência da maioria dos dados.
Os dados do critério BIO não apresentaram valores fora da curva (outliers),
indicando que todos os dados tiveram uma tendência comum entre as respostas dos
profissionais. A diferença entre o primeiro e terceiro quartis foi de 5,7%, também
pode-se afirmar que 50% dos dados estão entre esse intervalo. Os conjuntos de
dados dos critérios PDS, RES e ATM apresentaram distribuições muito similares ao
critério BIO, todos também não apresentaram valores extremos (outliers), o que
pode indicar um consenso entre as respostas de todos os profissionais. As
diferenças entre os valores dos primeiros e terceiros quartis foram próximas, sendo
4,6%, 4,1% e 4,7%, respectivamente.
O conjunto de dados do critério PER foi o que apresentou maior dispersão
de dados, levando em consideração a diferença entre o primeiro e terceiro quartis,
que foi de 7,7%. Entretanto, não houve nenhum valor extremo.
64

E os conjuntos de dados dos critérios EFL e SET foram os que


apresentaram menores dispersão entre os dados com relação as diferenças entre os
primeiros e terceiros quartis que foram ambas de 0,6%, entretanto, isto pode ter
provocado o aparecimento de valor fora da curva.
A dispersão dos dados com relação a todos os critérios pode ser explicada
devido a fatores pessoais de cada respondente, como a formação acadêmica e
tempo de experiência na área. Dos quatro valores fora da curva existentes três
foram de origem das respostas do profissional 05 com formação em biologia.

5.2.2 Cálculo da Prioridade Média Local (PML) para os Subcritérios

Podem ser notados na Tabela 5 os valores de prioridade média local, com


relação aos subcritérios do critério licenciamento ambiental (LIC), sendo licença
ambiental (LA), autorização ambiental específica (AAE) e cadastro ambiental
especifico (CAE).

Tabela 5 – Prioridade média local do critério licenciamento com relação aos subcritérios.
LIC
LA AAE CAE
P1 42,9% 42,9% 14,3%
P2 40,0% 40,0% 20,0%
P3 42,9% 42,9% 14,3%
P4 42,9% 42,9% 14,3%
P5 40,0% 40,0% 20,0%
MÉDIA 41,74% 41,74% 16,58%
VARIÂNCIA 2,53% 2,53% 9,73%
DES.PAD. ± 1,59% ± 1,59% ± 3,12%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Os critérios LA e AAE apresentaram o mesmo peso médio no valor de


41,74% e baixa variância sendo 2,53%, indicando consenso na ponderação dos
profissionais, em seguida, o critério CAE teve peso médio de 16,58% e variância de
9,73%, mostrando uma média dispersão das respostas. De modo geral todos os
profissionais tiveram concordância entre suas respostas, sendo suas respostas
próximas do valor médio.
65

Os profissionais 01, 03 e 04 ponderaram com 42,9% os subcritérios LA e


AAE com relação ao total de subcritérios, seguido do subcritério CAE com peso de
14,3%. Essa ponderação refere-se ao potencial de causar impacto ambiental de
cada conjunto de não conformidade ambiental sob a ótica dos profissionais
envolvidos com a gestão ambiental de rodovias. A diferença entre o subcritério mais
(LA e AAE) e menos (CAE) impactante foi de 28,6%.
Com a mesma tendência dos dados acima, os profissionais 02 e 05
avaliaram os subcritérios LA e AAE com ambos os pesos de 40,0% com relação ao
total de subcritérios, na sequencia, com 20,0% de peso para o subcritério CAE. Foi
de 20,0% a diferença entre as ponderações extremas dos subcritérios.
Expõem-se na Figura 5 a distribuição dos dados dos cinco profissionais que
responderam os questionários com relação aos subcritérios das não conformidades
do critério LIC, sendo LA, AAE e CAE, por meio do diagrama de blocos (boxplot).
Nota-se que houve uma forte tendência de similaridade das respostas de
todos os profissionais do questionário, pelo motivo dos dados apresentarem baixa
dispersão, fato este, sendo comprovado pela ausência de valores extremos em
todos os subcritérios do LIC.
66

Figura 5 – Distribuição dos dados com relação ao subcritério licenciamento.


Fonte: Elaborado pelo autor.

O valor da mediana dos subcritérios LA, AAE e CAE foram 42,9%, 42,9% e
14,3%, respectivamente. O intervalo entre o primeiro e terceiro quartis foram 2,9%,
2,9% e 5,7%, respectivamente.
Observa-se a seguir na Tabela 6 os valores de prioridade média local,
referentes aos subcritérios do critério biótico (BIO), sendo fauna (FAU) e vegetação
(VEG).
Tabela 6 - Prioridade média local do critério biótico com relação aos subcritérios.
BIO
FAU VEG
P1 50,0% 50,0%
P2 66,7% 33,3%
P3 75,0% 25,0%
P4 25,0% 75,0%
P5 50,0% 50,0%
MÉDIA 53,34% 46,66%
VARIÂNCIA 368,26% 368,26%
DES.PAD. ± 19,19% ± 19,19%
Fonte: Elaborado pelo autor.
67

O peso médio dos critérios FAU e VEG foram respectivamente, 53,34% e


46,66%, porém a variância se apresentou alta, sendo em que ambos foram de
368,26%, indicando uma baixa concordância entre as respostas dos profissionais. O
profissional 01 formado em engenharia civil e o profissional 05 formado em biologia
entraram em consonância com suas respostas em relação a media geral, ambos
ponderando os critérios em 50%.
Em contrapartida, o subcritério fauna teve a maior ponderação dada pelo
profissional 03 formado em engenharia florestal, com peso de 75% com relação ao
total de critérios, e a menor ponderação com 25% empregada pelo profissional 04
formado em geografia. As menores e maiores ponderações para o subcritério
vegetação, também foram colocadas pelos profissionais 03 e 04, sendo 25% e 75%
respectivamente.
Conforme apresentado no estudo de Friedrich (2015), o impacto da
mortalidade em estrada é conhecido porque muitas vezes o problema é perceptível
para o ser humano como no caso dos atropelamentos, sendo que pode elevar-se em
razão de fragmentação.
Sendo assim, de acordo com EEA (2011) a fragmentação da paisagem é o
resultado da transformação de grandes compartimentos florestais em pequenos
fragmentos de forma isolada uns aos outros. Este fenômeno consiste em dois
diferentes efeitos: a subdivisão das populações, e o efeito de barreira, ou seja, que
os animais e as plantas são incapazes de se mover livremente dentro de uma
paisagem.
Indica-se na Figura 6 a distribuição dos dados dos cinco com relação aos
subcritérios das não conformidades FAU e VEG, por meio do diagrama de blocos.
68

Figura 6 – Distribuição dos dados com relação ao subcritério biótico.


Fonte: Elaborado pelo autor.

Apesar de não termos valores extremos, pode-se considerar que houve alta
dispersão entre os dados, pois em ambos critérios o menor e maior valor de
ponderação empregado foram 25% e 75%.
Tanto a mediada do subcritério fauna como a do critério vegetação tiveram
valor de 50%, entretanto, para fauna a tendência dos valores estão deslocados para
cima desse valor, já para vegetação, abaixo desse valor.
Apresenta-se na Tabela 7 os valores de prioridade média local, referente a
opinião dos profissionais envolvidos na gestão ambiental de rodovias, com relação
aos subcritérios do critério processo de dinâmica superficial (PDS), sendo erosão
(ERS) e assoreamento (ASS).
69

Tabela 7 - Prioridade média local do critério processos de dinâmica superficial com relação
aos subcritérios.
PDS
ERS ASS
P1 50,0% 50,0%
P2 50,0% 50,0%
P3 66,7% 33,3%
P4 50,0% 50,0%
P5 33,3% 66,7%
MÉDIA 50,00% 50,00%
VARIÂNCIA 139,47% 139,47%
DES.PAD. ± 11,81% ± 11,81%
Fonte: Elaborado pelo autor.

O peso médio dos subcritérios ERS e ASS foram respectivamente, 50% e


50%. Três profissionais (P1, P2 e P4) ponderaram o critério erosão e assoreamento
igualmente com peso de 50%, ou seja, ambos os critérios com mesmo potencial de
causar impacto ambiental, indicando concordância em suas respostas e também
com relação à média.
Mesmo assim, a variância se mostrou alta com valor de 139,47%, isso
porque, com a mesma escala de proporção, mas com ordem de prioridade inversa,
os profissionais 03 formado em engenharia florestal e 05 formado em biologia
ponderaram os critérios ERS e ASS, com pesos de 66,7% e 33,3%, sendo estas
ponderações divergentes da maioria e média.
Geralmente o processo erosivo e o assoreamento estão intimamente
ligados, sendo a erosão a causa e o assoreamento o efeito. Na ocorrência de
precipitação aliado em algumas vezes ao solo exposto, inicia-se o processo de
desprendimento solo (erosão), que é carreado até um curso d’água (assoreamento).
Nesse sentido, a diferença apresentada entre as respostas do profissional 03 e 05
na mesma proporção, pode ser explicada pelo fato de que, para P3 a erosão é mais
importante, pois ela é o início do problema e cuidando dela não haverá
assoreamento, já para P5 o assoreamento é mais impactante em termos ambientais,
pois para sua ocorrência já houve também uma erosão, resultando em dois
impactos.
70

Vale expor também, que a situação retratada acima não é via de regra, e
que também a ordem cronológica dos eventos não é estritamente determinante no
grau do impacto ambiental.
Por exemplo, pode ocorrer uma erosão em fase de voçoroca em que o solo
desprendido está sendo acumulado em uma área de pastagem ou agrícola. Se a
erosão ocorrer num divisor de águas, a probabilidade da massa de solo chegar ao
curso d’água é menor que se ela ocorresse próxima ao rio. Outro exemplo é uma
mesma massa de solo atingindo cursos de água de vazão diferente, no de menor
tamanho os efeitos do assoreamento serão maiores, além de que, considera-se
assoreamento o acúmulo ou deposição de solo em qualquer local. Nesse contexto, a
erosão e o assoreamento podem apresentar o mesmo impacto, ou um maior e o
outro menor, dependendo do cenário dos eventos.
Retrata-se na Figura 7 a distribuição dos dados dos cinco profissionais que
responderam os questionários com relação aos subcritérios das não conformidades
do critério PDS, sendo ERS e ASS, por meio do diagrama de blocos.
71

Figura 7 - Distribuição dos dados com relação ao subcritério processo de dinâmica superficial.
Fonte: Elaborado pelo autor.

Os subcritérios erosão e assoreamento também apresentaram alta


dispersão entre os dados, da mesma forma que os subcritérios do BIO. Os valores
fora da curva para ambos os critérios foram 66,7% (superior) e 33,3% (inferior).
Apresentam-se na Tabela 8 os valores de prioridade média local, referente
aos questionários respondidos pelos cinco profissionais, com relação aos
subcritérios do critério efluente líquido (EFL): esgoto sanitário/doméstico (ESG),
efluente de fabricação de concreto (EFC) e efluente oleoso (EFO).
Os hidrocarbonetos utilizados em obra da construção civil tem alto potencial
de contaminar o solo e recursos hídricos devido a sua lenta degradação, aliada ao
motivo de prejudicar a sadia vida nesses locais (MARIANO, 2006). Nos locais onde
se gera efluente oleoso deve instalar sistema de tratamento denominado caixa
separadora de água e óleo (Caixa SAO). Esse pode ser o motivo para o critério EFO
apresentar o maior peso médio de 39,26%.
72

Tabela 8 - Prioridade média local do critério efluente líquido com relação aos subcritérios.
EFL
ESG EFC EFO
P1 20,0% 20,0% 60,0%
P2 40,0% 20,0% 40,0%
P3 33,3% 33,3% 33,3%
P4 16,3% 54,0% 29,7%
P5 33,3% 33,3% 33,3%
MÉDIA 28,58% 32,12% 39,26%
VARIÂNCIA 99,80% 193,76% 148,35%
DES.PAD. ± 9,99% ± 13,92% ± 12,18%
Fonte: Elaborado pelo autor.

O concreto é muito utilizado para realização de obras de arte-especiais


(pontes e viadutos), construção de drenagem de águas pluviais, barreira new-jersey,
entre outras estruturas. Geralmente esse concreto chega até as obras por meio de
caminhões betoneiras, que após a descarregar o concreto faz a lavagem da bica,
gerando efluente com resíduos de concreto. Esse efluente apresenta significativo
grau de contaminação pelo fato do concreto possuir diversos produtos químicos em
sua composição. O sistema de tratamento adequado consiste na combinação de
métodos físicos e químicos. O EFC apresentou a segunda maior média entre os
profissionais, com valor de 32,12%.
Na terceira ordem de preferência vem o critério ESG com peso de 28,58%.
O efluente sanitário é gerado em detrimento da presença de trabalhadores nas
obras, as construtoras geralmente adotam duas soluções para essa água residuária,
uma sendo a adoção de banheiros químicos com correta destinação do esgoto, e a
outra a adoção de banheiros convencionais providos de tratamento por meio de
tanques sépticos.
A variância se apresentou alta para os três subcritérios com valores de
99,70%, 193,76% e 148,35% para ESG, EFC e EFO respectivamente, isso
representa alta divergência das respostas com relação à média. Os profissionais 03
e 05 foram os que apresentaram ponderações mais próximas à média geral,
entretanto, suas respostas não representam a média geral, pois ponderaram
igualmente os três critérios com 33,33%.
73

A maioria dos profissionais julgaram o efluente oleoso como sendo de maior


gravidade, em que os maiores valores foram 60% e 40% (P1 e P2). Analisando o
conjunto de dados, o maior valor de ponderação dado entre os profissionais foi 60%
para EFO com a resposta de P1, já foi empregado pelo P4, sendo 16,3% para o
subcritério ESG.
Essa grande variação nas respostas poder ser explicada pelo fato de que,
apenas o profissional 01 graduado em engenharia civil e o profissional 02 graduado
em engenharia ambiental tiveram em suas grades curriculares disciplinas
abrangendo a questão de efluentes. Mas em contrapartida, ambos os profissionais
não tiveram concordância em suas respostas.
Apresenta-se na Figura 8 a distribuição dos dados dos cinco profissionais
que responderam os questionários com relação aos subcritérios das não
conformidades do critério EFL, sendo ESG, EFC e EFO, por meio do diagrama de
blocos.

Figura 8 - Distribuição dos dados com relação ao subcritério efluente líquido.


Fonte: Elaborado pelo autor.
74

Verificam-se na Figura 8 que os valores de 54% e 60% são valores extremos


para o critério efluente de fabricação de concreto e efluente oleoso,
respectivamente. O critério efluente doméstico/sanitário não teve outliers.
Todas as medianas apresentaram o valor de 33,3%, o que indica uma
variação em torno deste valor para subcritérios analisados.
A Tabela 9 expressam os valores de prioridade média local com relação aos
subcritérios da segurança do trabalho (SET): emissão de ruído (RUI) e saúde e
higiene do trabalhador (SAH).

Tabela 9 - Prioridade média local do critério segurança do trabalho com relação aos
subcritérios.
SET
RUI SAH
P1 50,0% 50,0%
P2 50,0% 50,0%
P3 33,3% 66,7%
P4 33,3% 66,7%
P5 50,0% 50,0%
MÉDIA 43,32% 56,68%
VARIÂNCIA 83,72% 83,72%
DES.PAD. ± 9,15% ± 9,15%
Fonte: Elaborado pelo autor.

A preferência das respostas foi de SAH sobre RUI, com valores médios de
56,68% e 43,32%, respectivamente, E ambas as dispersões com relação à média
foram de mais ou menos 9,15%.
Avaliando os dados, três profissionais (P1, P2 e P5) ponderaram o
subcritério emissão de ruído com peso de 50% e dois (P3 e P4) com 33,3%. E para
SAH, os profissionais 03 e 04 apresentaram o valor de 66,7%, e P1, P2 e P5 o valor
de 50,0%. Isso indicou um grande consenso entre as respostas dos profissionais.
Mostra-se na Figura 9 a distribuição dos dados com relação aos subcritérios
das não conformidades do SET, sendo RUI e SAH, por meio do diagrama de blocos.
75

Figura 9 - Distribuição dos dados com relação ao subcritério segurança do trabalho.


Fonte: Elaborado pelo autor.

Apesar das medianas serem iguais, ocorre uma inversão da distribuição dos
valores para os subcritérios emissão de ruídos e saúde e higiene do trabalhador.
Pode-se notar uma maior importância do SAH em relação ao RUI. A preferência de
SAH dos profissionais P3 e P4 sobre RUI pode ser explicada pelo motivo de que
uma não conformidade de ausência de uso de EPI’s pode levar a morte do
funcionário.

5.2.3 Cálculo da Prioridade Média Local (PML) para as Alternativas

Os valores de prioridade média local com relação às alternativas do


subcritério licença ambiental (LA) são apresentados na Tabela 10. Estes valores
referem-se ao vencimento de licença ambiental para realização das obras (ALT.01)
e descumprimento de condicionante da licença ambiental para realização das obras
(ALT.02).
76

Tabela 10 - Prioridade média local do subcritério licença ambiental com relação às alternativas.
LICENÇA AMBIENTAL
ALT. 01 ALT. 02
P1 50,0% 50,0%
P2 80,0% 20,0%
P3 50,0% 50,0%
P4 50,0% 50,0%
P5 50,0% 50,0%
MÉDIA 56,00% 44,00%
VARIÂNCIA 180,10% 180,10%
DES.PAD. ± 13,42% ± 13,42%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Os pesos médios das ALT. 01 e ALT. 02 foram respectivamente, 56,00% e


44,00%. Apesar de praticamente todos os profissionais (P1, P3, P4 e P5)
apresentarem consenso nas duas alternativas como sendo de igual ponderação,
com valor de 50,0%, a variância foi alta, isso pelo motivo de que o P2 considerou a
primeira como mais agravante ao meio ambiente com relação à segunda, com
valores respectivos de 80% e 20,0%. O profissional 02 graduado em engenharia
ambiental justifica sua resposta pelo fato de que o vencimento da licença ambiental
leva ao embargo da obra, já o descumprimento de condicionantes pode ser
negociada, em termos de prazo de cumprimento, com o órgão ambiental.
Toda obra de infraestrutura de transportes com potencial de impactar o meio
ambiente deve ter como item obrigatório a licença ambiental ou documento
equivalente para sua realização, e na ausência deste, o órgão ambiental pode
embargar a obra.
A licença correspondente à etapa de obras é a licença ambiental de
instalação (LI), que geralmente varia de uma a três laudas, possuindo dados legais
do empreendimento e condicionantes ambientais estabelecidas pelo órgão, como
forma de garantir a qualidade ambiental local e de evitar possíveis impactos que
podem ser gerados em outras áreas, como por exemplo, aquisição e estocagem de
matérias-primas ou destinação de resíduos.
O vencimento de uma licença ambiental por si só não causa impacto ao
ambiente, entretanto, a garantia de sua existência bem como o cumprimento de
77

prazos vigentes, assegura indiretamente o cumprimento das condicionantes deste


documento.
Mas apenas a existência da licença ambiental não atesta que as condições
ambientais estão sendo respeitadas, e dependendo da gravidade e/ou importância
de uma condicionante não cumprida, a obra também pode vir a ser interditada com
acompanhamento de multa. Em outros casos podem ser solucionadas mediante a
termo de ajuste de conduta (TAC) a ser acordado e expedido pelo órgão ambiental
competente.
A Tabela 11 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
variáveis do subcritério autorização ambiental específica (AAE): vencimento de
autorização para supressão de vegetação (ASV) para intervenção em recursos
hídricos (Outorga) e outras (ALT.01); e descumprimento de condicionante da
autorização para supressão de vegetação (ASV) para intervenção em recursos
hídricos (Outorga) e outras (ALT.02).

Tabela 11 - Prioridade média local do subcritério autorização ambiental específica com relação
às alternativas.
AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL ESPECÍFICA
ALT. 01 ALT. 02
P1 50,0% 50,0%
P2 80,0% 20,0%
P3 50,0% 50,0%
P4 50,0% 50,0%
P5 50,0% 50,0%
MÉDIA 56,00% 44,00%
VARIÂNCIA 180,10% 180,10%
DES.PAD. ± 13,42% ± 13,42%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Com peso médio de 56,00% e 44,00% os profissionais ponderaram as


alternativas 01 e 02 do subcritério AAE. Apesar da preferência dos profissionais
apresentarem consenso (profissional 01, 03, 04 e 05) de 50% para cada uma das
duas alternativas. Todavia, o profissional 02 ponderou com 80% para primeira
alternativa e 20% para a segunda. Por esse motivo, a variância foi de 180,10 para
ambas as alternativas.
78

Para execução de uma obra de duplicação ou novo trecho rodoviário, além


da licença ambiental, se faz necessária a obtenção de autorizações específicas
quando houver, por exemplo, intervenção em fragmento de vegetação e/ou área de
preservação permanente (APP), ou intervenção em recursos hídricos.
Em duplicações, na maioria das vezes a supressão da vegetação é
autorizada pela impossibilidade de alternativas de traçado e por ser obra de utilidade
pública. Para isso, precede-se necessariamente a realização de inventário florestal,
seja por censo ou por amostragem florestal, conforme determina a legislação, para
subsidiar a obtenção da autorização para supressão de vegetação (ASV).
Os principais itens desse estudo são a caracterização do bioma,
identificação de todas as espécies (nativas, exóticas e ameaçadas de extinção) a
serem suprimidas se a amostragem for por censo, contendo nome científico e
popular bem como medidas de altura do fuste e total e diâmetro da altura do peito
(DAP), mapas e capítulo de compensação ambiental devido ao corte (SIMINSKI,
2009).
Algumas intervenções em recursos hídricos também são passiveis de
obtenção de autorização especifica para este caso, denominada de outorga emitida
pelo órgão regulador dos recursos hídricos. Faz-se necessário quando houver
captação de água para suprir a necessidade das obras, seja de águas superficiais
ou subterrâneas, ou quando a obra passar por um curso d’agua, como é o caso da
construção de uma ponte ou passagem subterrânea de cabos de fibra ótica.
A Tabela 12 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
variáveis do subcritério cadastro ambiental específico (CAE): ausência de cadastro
para instalação e utilização de áreas de empréstimo (jazidas) (ALT.01), ausência de
cadastro para instalação e utilização de bota-fora solo excedente (ALT.02), ausência
de cadastro para instalação e utilização de bota-espera de frezado (ALT.03),
ausência de cadastro para instalação e utilização de bota-espera de resíduos classe
A perante o CONAMA 307:2002 e CONAMA 448:2012 (ALT.04), ausência de
cadastro para instalação e utilização de bota-espera de matéria-prima (ALT.05),
ausência de cadastro para instalação e utilização de canteiro de obras (ALT. 06),
ausência de cadastro para instalação e utilização de caminhos de serviço (ALT.07) e
ausência do termo de encerramento/recuperação de área de apoio (ALT. 08).
79

Tabela 12 - Prioridade média local do subcritério cadastro ambiental específico com relação às
alternativas.
CADASTRO AMBIENTAL ESPECÍFICO
ALT.01 ALT.02 ALT.03 ALT.04 ALT.05 ALT.06 ALT.07 ALT.08
P1 23,7% 23,7% 6,5% 6,5% 2,9% 6,5% 23,7% 6,5%
P2 16,6% 16,7% 16,7% 16,7% 3,0% 16,7% 9,4% 4,3%
P3 10,6% 10,6% 10,6% 10,6% 5,7% 20,5% 10,6% 20,5%
P4 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5%
P5 11,8% 11,8% 6,2% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8% 22,9%
MÉDIA 15,04% 15,06% 10,50% 11,62% 7,18% 13,60% 13,60% 13,34%
VARIÂNCIA 28,52% 28,62% 19,27% 13,47% 21,90% 27,98% 33,29% 67,90%
DES.PAD. ± 5,34% ± 5,35% ± 4,39% ± 3,67% ± 4,68% ± 5,29% ± 5,77% ± 8,24%
Fonte: Elaborado pelo autor.

As alternativas 01, 02, 06, 07 e 08 apresentaram os maiores pesos médios


com ponderações próximas, sendo respectivamente 15,04%, 15,06%, 13,60%,
13,60% e 13,34%. Na sequência, a ALT. 03 e ALT. 04 apresentaram pesos médios
de 10,50% e 11,62%. E por fim, têm-se a alternativa 05 com peso médio de 7,18%.
A variância se mostrou alta em todas alternativas, acusando respostas diferentes da
média geral, a maior variância foi 67,90% para alternativa 08 e a menor 13,47% para
alternativa 04.
Apenas o profissional 01 teve todas as suas respostas diferentes da média,
já os demais, pelo menos uma alternativa coincidiu com a media geral do grupo. As
alternativas 03, 05 e 06 de P3, as alternativas 07 e 08 de P4, as alternativas 01 e 02
de P2 e a alternativa 03 de P3 foram similares a média.
O profissional 04 graduado em geografia ponderou com 12,5% igualmente
todas as alternativas. Apesar do subcritério CAE ter oito alternativas P1, P3 e P5
atribuíram três pesos para todo conjunto de alternativas, isso indica que os
profissionais julgaram mesma magnitude de impacto para conjuntos de alternativas.
Considerando toda a amostra de dados, as alternativas com maiores pesos
de ponderação foram a 01, 02 e 07 com valor de 23,7% com relação ao total,
empregada pelo profissional 01, que também ponderou o menor valor, de 2,9% para
alternativa 05.
Conforme Portaria Nº 289 (BRASIL, 2013), os cadastros ambientais
específicos não são passiveis de serem cobrados pelo órgão ambiental na maioria
dos casos, porém nos estudos ambientais são indicadas as áreas de jazidas
80

minerais e locais para bota fora de solo excedente. Sendo assim, o cadastro é uma
forma de organizar as informações que serão apresentadas para os órgãos por meio
de relatórios e estudos. Quando fala-se, por exemplo, de 30 bota-foras, 40 jazidas,
50 bota-esperas tudo num mesmo trecho de rodovia o cadastramento de forma
ordenada faz sentido para gerir as informações.
As principais necessidades minerais das obras são relativas à britas e ao
solo. As britas se originam de áreas próximas à rodovia quando existe
disponibilidade. Muitas vezes o solo utilizado em aterros é originado de locais de
corte, quando o solo não possui características próprias para o uso e volume não
suficiente, são adquiridos de outros locais. O solo inservível é depositado em áreas
de bota-fora, dando-se preferência para depressões ao longo do trecho.
Os caminhos de serviços são comuns em obras em que há a necessidade
de se adentrar com maquinários próximos ao curso d’água, necessitando-se
remover a vegetação. Após a conclusão da obra recupera-se o local por meio do
restabelecimento da cobertura vegetal.
A Tabela 13 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do subcritério fauna (FAU): não realização do manejo, afugentamento ou
resgate da fauna na etapa de supressão de vegetação (ALT.01), atropelamento de
fauna por veículos de obras ou veículos de terceiros (ALT. 02) e caça de fauna (ALT.
03).

Tabela 13 - Prioridade média local do subcritério fauna com relação às alternativas.


FAUNA
ALT.01 ALT.02 ALT.03
P1 25,0% 25,0% 50,0%
P2 27,1% 8,5% 64,4%
P3 40,0% 20,0% 40,0%
P4 71,4% 14,3% 14,3%
P5 33,3% 33,3% 33,3%
MÉDIA 39,36% 20,22% 40,40%
VARIÂNCIA 354,95% 91,58% 350,06%
DES.PAD. ± 18,84% ± 9,57% ± 18,71%
Fonte: Elaborado pelo autor.
81

A alternativa com maior peso médio ponderado entre todos os profissionais


foi a 03 com 40,40% com desvio padrão de 18,71%, em seguida vem à alternativa
01, que praticamente não apresentou diferença significativa com a primeira, tendo
peso e desvio padrão de 39,36% e 18,84%, respectivamente. E na sequência a
alternativa 02 com peso médio de 20,22%.
O P3 foi o único profissional que apresentou consenso em suas respostas
com relação à média geral do grupo, enquanto o P5 graduado em biologia não viu
diferença entre as três alternativas ponderando todas com peso de 33,33%,
justificando que todas as não conformidades são de alto impacto ao meio ambiente,
e não havendo diferença significativas entre elas.
O P4 ponderou a ALT.01 com 71,4%, sendo este maior valor dentre o
conjunto de dados, e o menor valor foi de 8,5%, valorado por P2.
O maior impacto ponderado foi à caça de fauna, que é proibida pela
legislação ambiental brasileira, em alguns casos ela ocorre por meio de
colaboradores que estão participando das obras e que são acostumados a caçar na
área rural. Conforme o artigo 29 da Lei 9.605 (BRASIL, 1998) matar, perseguir,
caçar, apanhar, utilizar espécimes de fauna silvestre, nativos ou em rota migratória,
sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em
desacordo com a obtida, se deflagra pena de detenção de seis meses a um ano e
multa.
O afugentamento e resgate da fauna antes e durante as atividades de
intervenção na vegetação é uma ação importante para minimizar os impactos sobre
a fauna (OEHLMEYER et al., 2010). Objetivo dessa ação se dá em afastar a fauna
do local de intervenção, e para isso, toda área deve ser percorrida para reconhecer
os locais mais críticos como tocas, ninhos e passagens para realizar o
afugentamento ou resgate e relocação dos animais para áreas seguras.
Por si só a o ruído causado pelo tráfego de veículos afugenta a fauna por
assustá-las com o barulho. Estudos realizados comprovaram que vibrações e ruídos
que estenderam-se entre 200 e 800 m, afeta tartaruga, espécies de anuras, ou a
reprodução de aves e o seu sucesso reprodutivo (EIGENBROD et al., 2009;
BOARMAN E SAZAKI, 2006; REIJNEN E FOPPEN, 1994; REIJNEN et al., 1997). O
impacto pode ocorrer por até 2000 a 5000 m para espécies de mamífero distintas
que são extremamente sensíveis ao ruído, como alces do sexo feminino (SHANLEY
E PYARE, 2011; BENÍTEZ-LÓPEZ et al., 2010).
82

A Tabela 14 apresenta os valores de prioridade média local com relação às


alternativas do subcritério vegetação (VEG): não utilização da prática de raspagem e
armazenamento adequado da camada vegetal e solo superficial (ALT.01),
armazenamento inadequado de material vegetal (ALT.02), presença de restos de
material vegetal em obras ou área de apoio (ALT.03), queima de material vegetal
(ALT.04), serviços indevidos em área de preservação permanente (APP), (ALT.05),
soterramento de material vegetal (ALT.06), danos físicos ou mecânicos a vegetação
(ALT.07), ausência de delimitação da área vegetada ou área de preservação
permanente (APP) a ser suprimida (ALT. 08) e cobertura vegetal deficitária para
proteção superficial após conclusão da obra (ALT. 09).

Tabela 14 - Prioridade média local do subcritério vegetação com relação às alternativas.


VEGETAÇÃO
ALT.01 ALT.02 ALT.03 ALT.04 ALT.05 ALT.06 ALT.07 ALT.08 ALT.09
P1 5,2% 5,2% 2,4% 18,9% 18,9% 3,4% 18,9% 18,9% 8,1%
P2 6,4% 6,4% 2,4% 10,9% 26,6% 17,2% 17,2% 6,4% 6,4%
P3 4,4% 4,4% 7,3% 21,1% 21,1% 12,4% 12,4% 4,4% 12,4%
P4 10,1% 5,7% 5,7% 18,1% 18,1% 3,6% 10,1% 12,7% 16,0%
P5 7,0% 4,3% 7,0% 13,6% 13,6% 13,6% 13,6% 13,6% 13,6%
MÉDIA 6,62% 5,20% 4,96% 16,52% 19,66% 10,04% 14,44% 11,20% 11,30%
VARIÂNCIA 4,80% 0,79% 5,81% 17,31% 22,47% 38,81% 12,82% 34,11% 15,68%
DES.PAD. ±2,19% ±0,89% ±2,41% ±4,16% ±4,74% ±6,23% ±3,58% ±5,84% ±3,96%
Fonte: Elaborado pelo autor.

As não conformidades ambientais que ocorrem em área de preservação


permanente (APP), representada pela alternativa 05, apresentou peso médio entre
os profissionais de 19,66% com desvio padrão de 4,74%, sendo este o maior valor
de impacto ambiental pertencente ao subcritério vegetação.
Segundo a Lei 12.651 (BRASIL, 2012, art. 8) a intervenção ou a supressão
de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas
hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental
previstas nesta Lei.
A queima de material e danos físicos ou mecânicos para vegetação
aparecem na segunda e terceira ordem de preferencia, com ponderações
respectivas de 16,52% e 14,44%. Conforme o artigo 38 da Lei 12.651 (BRASIL,
83

2012) é proibido o uso de fogo na vegetação, exceto em casos específicos mediante


a autorização ou licença do órgão competente.
A alternativa com menor potencial de impactar o ambiente foi o
armazenamento inadequado de material vegetal, com peso médio de 5,20%, e
desvio padrão de 0,89%.
A maior variância foi de 34,11% para alternativa 08 e a menor foi 0,79% para
alternativa 02 referente ao armazenamento inadequado de material.
O profissional 04 graduado em geografia foi o que teve suas respostas mais
próximas à média geral, coincidindo com as alternativas 03, 04, 05 e 07, seguindo
do profissional 02 que coincidiu com as alternativas 02, 04 e 05, e o profissional 02
que coincidiu com a alternativa 01. Os demais não ponderaram nenhum peso igual à
média.
Estudos descobriram efeitos externos a faixa de domínio da rodovia com
impacto significativo estendendo-se desde cerca de 15 a cerca de 200 m para
emissões de material, as quais pode reprimir a germinação de plantas e também
pode alterar a relação de competitiva e, portanto, a composição da planta (RECK E
KAULE, 1992; FORMAN et al., 2003). Pode-se atribuir essas alterações ao efeito de
borda criado pela passagem da rodovia ou ampliação desta área, em que agente
externos interferem na área interna do fragmento de mata.
A Tabela 15 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do subcritério erosão (ERS): solo superficial desprotegido em locais
com risco de processos erosivos (ALT.01), processo erosivo inicial (laminar)
(ALT.02), sulcos erosivos em taludes de corte ou aterro (ALT.03), processo erosivo
em fase de ravina (ATL. 04), processo erosivo em fase de voçoroca (ALT.05),
escorregamentos (ALT.06) e recalque em aterro (ALT. 07).
Apesar da não conformidade relacionada com solo desprotegido em área
com potencial de ocorrer iniciar processo erosivo receber a maior ponderação, que
foi de 34,2%, dada pelo P5, ela também recebeu a menor ponderação (4,8%)
empregada por P2. Sendo assim, ficou com a segunda média geral com peso de
22,48% e variância de 123,21% sendo a maior. O solo desprotegido é a causa dos
impactos ambientais de erosões e assoreamentos, sendo necessário a mitigação ou
eliminação deste em sua origem, por meio da proteção definitiva do solo com a
revegetação ou construção de estruturas civis, ou pela proteção provisória com
manta geotêxtil e serviços de drenagem.
84

Tabela 15 - Prioridade média local do subcritério erosão com relação às alternativas.


EROSÃO
ALT.01 ALT.02 ALT.03 ALT.04 ALT.05 ALT.06 ALT.07
P1 28,2% 5,9% 5,9% 10,5% 28,2% 10,5% 10,5%
P2 4,8% 8,1% 14,1% 22,6% 34,3% 8,1% 8,1%
P3 20,0% 10,0% 10,0% 20,0% 20,0% 10,0% 10,0%
P4 25,4% 8,8% 14,8% 14,8% 25,4% 5,3% 5,3%
P5 34,0% 6,4% 11,9% 11,9% 11,9% 11,9% 11,9%
MÉDIA 22,48% 7,84% 11,34% 15,96% 23,96% 9,16% 9,16%
VARIÂNCIA 123,21% 2,86% 12,82% 27,04% 72,01% 6,50% 6,50%
DES.PAD. ± 11,10% ± 1,69% ± 3,58% ± 5,20% ± 8,49% ± 2,55% ± 2,55%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Processo erosivo em estágio de voçoroca e ravina ocuparam a primeira e


terceira escala de preferencia, com pesos médios de 23,96% e 15,96% e variância
de 72,01% e 27,04%, respectivamente.
Nesse contexto, a legislação nacional, pela lei 6.225, sobre proteção do solo
dispõe sobre discriminação, pelo Ministério da Agricultura, de regiões para execução
obrigatória de planos de proteção ao solo e de combate à erosão e dá outras
providências (BRASIL, 1975).
Conforme se observa acima, as três alternativas com maior peso são as que
apresentaram maiores valores de variância, indicando pouco consenso entre as
respostas dos profissionais, em contrapartida, as alternativas 02, 06 e 07 podem ser
considerada em concordância entre os profissionais.
Das sete alternativas do critério ERS os profissionais 03, 04 e 05 foram os
que apresentaram maiores quantidades de alternativas coincidentes com a média
geral, sendo respectivamente cinco, quatro e quatro alternativas iguais.
No estudo de Loro et al (2014) que apresenta uma revisão de estudos de
impacto ambiental na Espanha é mencionado três variáveis físicas, a declividade do
terreno, a qualidade geotécnica do solo para construção de estradas e risco de
inundações. Outra variável incluída em alguns estudos é potencial erosivo ou taxa
de perda de solo (t/ha-ano), esta variável complementa o risco de instabilidade de
taludes e ajuda a estabelecer áreas com maior potencial de sofrer processos
erosivos na ausência de vegetação. Essas variáveis não abrangem o cenário de não
85

conformidades deste estudo, mas vale ser analisadas em outra ocasião para criação
de indicadores de desempenho ambiental.
A Tabela 16 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do subcritério assoreamento (ASS): assoreamento de sistema de
drenagem pluvial (canelas, tubulações, caixa de passagem/inspeção, bueiros) com
solo de obras ou propriedade lindeira (ALT.01), assoreamento de curso d’água com
solo de obras ou propriedade lindeira (ALT.02), carreamento de solo para
propriedade lindeira ou áreas protegidas (ALT. 03), carreamento de solo para obras
ou áreas de apoio (ALT.04) e carreamento de solo para corpo estradal (ALT. 05).

Tabela 16 - Prioridade média local do subcritério assoreamento com relação às alternativas.


ASSOREAMENTO
ALT.01 ALT.02 ALT.03 ALT.04 ALT.05
P1 35,9% 35,9% 15,3% 6,4% 6,4%
P2 13,7% 40,3% 24,4% 7,9% 13,7%
P3 16,9% 42,5% 27,0% 6,8% 6,8%
P4 15,8% 29,8% 29,8% 15,8% 8,9%
P5 23,1% 23,1% 23,1% 7,7% 23,1%
MÉDIA 21,08% 34,32% 23,92% 8,92% 11,78%
VARIÂNCIA 80,82% 62,88% 29,81% 15,21% 48,44%
DES.PAD. ± 8,99% ± 7,93% ± 5,46% ± 3,90% ± 6,96%
Fonte: Elaborado pelo autor.

As alternativas 04 e 05 foram as que tiveram menores pesos médios, 8,92%


e 11,78%, em ambas o impacto decorrente do carreamento de solo ocorre na
maioria dentro do limite do empreendimento rodoviário que corresponde toda a área
da faixa de domínio, salvo em casos, que as áreas de apoio são localizadas em
locais lindeiros a pista. Tal fato pode justificar essa ponderação.
A média de 34,32% foi a maior ponderação atribuída para impacto oriundo
do arraste de solo para recursos hídrico ou área lindeira (ALT.02). Esse impacto
causa o assoreamento do corpo d’água prejudicado a vida do ecossistema aquático,
e o solo, além de que, a dinâmica do fluxo de água pode difundir a degradação para
distancia significativa, agravando ainda mais o impacto.
Já o carreamento de solo para local lindeiro a faixa de domínio ou áreas
protegidas, que apareceu na segunda colocação com média de 23,92%, geralmente
86

ocorre em área de pastagem, agricultura, com indivíduos arbóreos ou área urbana.


Normalmente, nesses terrenos é mais fácil a remoção do solo levando em
comparação com o recurso hídrico. Ainda considera-se, que se o solo for
carreamento para um fragmento florestal, a remoção desta massa de solo irá
prejudicar as plântulas, que são plantas recém-nascidas que se desenvolvem abaixo
do sub-bosque, tendo esse fato como mais impactante do que arraste de solo para
agricultura ou pastagem.
Geralmente concomitante ou após a etapa de terraplenagem é que se
instala o sistema de drenagem pluvial, e a não proteção da entrada de cada disposto
em locais que a cota do solo acima da entrada, a ocorrência de precipitação leva
solo para o interior da drenagem. As drenagens que finalizam em cursos d’água tem
como impacto o assoreamento, e as que finalizam pastagem, agricultura carreia solo
para o local. Essa não conformidade teve média de peso de 21,08%, ficando na
terceira ordem de preferência.
Além disso, na rodovia a modificação física da paisagem pode produzir
mudanças no clima local, alterando ventos, temperatura e umidade. Inclui-se
alterações no sistema de hidrológico e os efeitos a jusante pode ocorrer porque as
estradas podem bloquear fluxos de água, aumentar o risco de inundações, ou
contribuir para a erosão, carreamento de sedimentos e assoreamento (FORMAN et
al., 2003).
Das cinco alternativas sobre ASS, o profissional 02 coincidiu sua resposta
com três alternativas igual a média, o profissional 05 com duas e o profissional 01
com uma.
A Tabela 17 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do critério resíduos sólidos (RES): ausência de envio de comprovantes
de correta destinação dos resíduos para Concessionária por parte de Empreiteiras
ou de Terceiros (ALT.01), ausência de área/local adequado e identificado nas obras
para armazenamento temporário de resíduo de concreto, pavimentação, tubulação
de concreto danificada, tijolos, classificados como A perante o CONAMA 307:2002 e
CONAMA 448:2012 (ALT.02), ausência de baias e/ou local adequado e identificado
nas obras para armazenamento temporário de resíduo reciclável (classe B) e/ou
perigoso (classe D) perante o CONAMA 307:2002 e CONAMA 448:2012 (ALT.03),
ausência de coletores (lixeiras) para resíduos domésticos gerados nas áreas de
vivência ou outras (coletores reciclável, orgânico e rejeito) conforme a norma ABNT
87

NBR 10.004:2004 (ALT. 04), transbordamento de resíduos armazenados em


recipientes, baias e locais (ALT.05), deposição ou armazenamento de resíduos de
classes diferentes misturados (ALT.06), deposição ou armazenamento de resíduos
em local inadequado (ALT.07), disposição (destinação final) de resíduos em local
inadequado (ALT.08), contaminação do solo por resíduos ou restos de concreto
(ALT.09), contaminação do recurso hídrico por resíduos ou restos de concreto
(ALT.10), ausência de proteção para transporte de resíduos ou matéria-prima (sem
lona ou cobertura deficitária) (ALT.11) e queima de resíduos (ALT.12).

Tabela 17 - Prioridade média local do critério resíduos sólidos com relação às alternativas.
RESÍDUOS SÓLIDOS
ALT. ALT. ALT. ALT. ALT. ALT. ALT. ALT. ALT. ALT. ALT. ALT.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
P1 5,5% 2,1% 4,5% 4,8% 7,4% 13,4 13,4 13,4 5,7% 13,4 3,0% 13,4
% % % % %
P2 12,7 4,2% 7,4% 4,2% 4,2% 4,2% 7,4% 20,1 7,4% 12,7 2,6% 12,7
% % % %
P3 3,8% 6,8% 6,8% 6,8% 6,8% 6,8% 12,9 12,9 3,8% 12,9 6,8% 12,9
% % % %
P4 4,8% 4,8% 8,6% 4,8% 4,8% 8,6% 8,6% 14,8 8,6% 14,8 1,8% 14,8
% % %
P5 9,5% 4,8% 4,8% 9,5% 4,8% 9,5% 9,5% 9,5% 9,5% 9,5% 9,5% 9,5%
MÉDIA 7,26 4,54 6,42 6,02 5,60 8,50 10,3 14,1 7,00 12,6 4,74 12,6
% % % % % % 6% 4% % 6% % 6%
VARIÂN 13,9 2,82 3,03 4,75 1,99 11,6 7,07 14,9 5,24 3,80 10,7 3,80
CIA 1% % % % % 3% % 0% % % 6% %
DES.PA ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ±
D. 3,73 1,68 1,74 2,18 1,41 3,41 2,66 3,86 2,29 1,95 3,28 1,95
% % % % % % % % % % % %
Fonte: Elaborado pelo autor.

A disposição final dos resíduos de forma inadequada gera grande impacto e


passivo a meio ambiente, como exemplo, pode-se citar o soterramento de resíduos
Classe A perante a Resolução CONAMA 307:2002 de forma inadequada e difusa ao
longo da faixa de domínio da rodovia, se não houver aterro da construção civil
próximo ao local das obras, estes resíduos devem ser armazenados de forma
temporária em bota-espera de resíduos pré-estabelecidos e cadastrados em áreas
com ausência de restrições ambientais, e quando houver volume viável deve-se
estudar uma melhor destinação dentro dos princípios da referida resolução. Sendo
88

assim com 14,1% de preferência a alternativa referente à disposição de resíduos em


lugar inadequado foi a mais ponderada, apresentando variância de 14,90%.
Em ordem de preferência entre os profissionais apareceu à queima de
resíduos e a contaminação de recursos hídricos, ambas com 12,6% e variância de
3,80%. Além de se constituir como crime ao meio ambiente conforme a Lei Federal
nº 9.605, a queima de resíduos libera gases tóxicos ao meio ambiente.
Com 10,3% na quarta ordem das preferências e variância de 7,07% ficou a
deposição ou armazenamento de resíduos em local inadequado. Nas obras devem
ser previstos locais adequados para o armazenamento de resíduos, pois a ausência
causa a não segregação na fonte e dificulta as práticas de reutilização e reciclagem.
Para que a correta gestão dos resíduos ocorra durante as obras, devem ser
previstos a instalação de baias ou destinação de áreas identificadas e cercadas para
o armazenamento temporário dos resíduos Classe A, B e D (Resolução CONAMA
307:2002) e os resíduos domésticos recicláveis, orgânicos e rejeitos (ABNT, 2004).
Além disso, os funcionários devem passar por treinamento para que sempre
aplique primeiramente a prática de reduzir a quantidade de resíduos gerados, na
impossibilidade, tentar reutilizar o material para algum fim útil, e na ausência de
utilidade, armazená-los nos locais para que possam ser enviados para reciclagem.
Os resíduos também devem ser segregados na fonte geradora e não devem
ser dispostos em locais inadequados. Após o armazenamento temporário, os
resíduos devem ser encaminhados para locais providos de licença ambiental, de
forma a garantir o cumprimento de condicionantes ambientais sobre a cadeia dos
resíduos.
Além da Resolução CONAMA 307:2002 que estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, podemos mencionar
a NBR 10004:2004 que classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos
potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados
adequadamente (ABNT, 2004).
A Tabela 18 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do subcritério esgoto doméstico/sanitário (ESG): ausência de envio de
comprovantes de correta destinação do esgoto de banheiro químico para
Concessionária por parte de Empreiteiras ou Terceiros (ALT.01), ausência de
sistema de tratamento (tanque séptico + filtro anaeróbio + sumidouro) de esgoto
doméstico para banheiros (ALT.02), ausência de manutenção para sistema de
89

tratamento de esgoto doméstico (ALT.03), banheiros em locais indevidos (ALT.04),


lançamento de esgoto doméstico no solo sem tratamento (ALT.05) e lançamento de
esgoto doméstico em recurso hídrico sem tratamento (ALT.06).

Tabela 18 - Prioridade média local do subcritério esgoto doméstico/sanitário com relação às


alternativas.
ESGOTO DOMÉSTICO/SANITÁRIO
ALT.01 ALT.02 ALT.03 ALT.04 ALT.05 ALT.06
P1 7,6% 7,6% 23,9% 23,9% 13,2% 23,9%
P2 9,0% 16,4% 9,0% 9,0% 28,3% 28,3%
P3 7,1% 21,4% 21,4% 7,1% 21,4% 21,4%
P4 6,0% 17,6% 9,7% 17,6% 17,6% 31,5%
P5 19,0% 19,0% 19,0% 4,8% 19,0% 19,0%
MÉDIA 9,74% 16,40% 16,60% 12,48% 19,90% 24,82%
VARIÂNCIA 27,98% 27,67% 46,92% 64,16% 30,91% 25,81%
DES.PAD. ± 5,29% ± 5,26% ± 6,85% ± 8,01% ± 5,56% ± 5,08%
Fonte: Elaborado pelo autor.

O despejo de esgoto doméstico em recurso hídrico e no solo foram às


alternativas com maiores ponderações, correspondendo respectivamente ALT.06
24,82% e ALT. 05 19,90%.
Quanto a estas alternativas, a NBR 7229:1993 estabelece diretrizes e
parâmetros para projetos, construção e operação de sistemas de tanques sépticos,
incluindo também tratamento e disposição de efluentes e lodo sedimentado. Tem por
objetivo preservar a saúde pública e ambiental, a higiene, o conforto e a segurança
dos habitantes de áreas servidas por estes sistemas (ABNT, 1993).
Em complemento a norma acima, a NBR 13969:1997 estabelece diretrizes e
parâmetros para unidades de tratamento complementar e disposição final dos
efluentes líquidos abrangendo o projeto, construção e operação. Esta Norma tem
por objetivo oferecer alternativas de procedimentos técnicos para o projeto,
construção e operação de unidades de tratamento complementar e disposição final
dos efluentes líquidos de tanque séptico, dentro do sistema de tanque séptico para o
tratamento local de esgotos (ABNT, 1997).
Se adotado banheiros químicos na obra deve-se realizar a limpeza diária do
mesmo para garantir a higiene, e retirar o esgoto para ser destinado a uma estação
de tratamento. Ou se a solução for banheiros convencionais providos de sistemas de
90

tanques sépticos (tanque séptico + filtro anaeróbio + sumidouro), deve-se retirar e


destinar corretamente de forma periódica o lodo acumulado no compartimento do
tanque séptico e filtro anaeróbio. Nesse sentido, a alternativa 03 apresenta a terceira
ordem de preferência entre os profissionais com peso médio de 16,60 e variância de
46,92%.
Os sanitários com ausência de sistema de tratamento para o efluente
deflagra-se como não conformidade ambiental, a chamada “fossa negra” exemplifica
esta situação, pois consiste num banheiro em que o despejo é lançado diretamente
em uma vala no solo. Sobre essa situação, na terceira ordem de preferência entre
os profissionais com peso médio de 16,40% e variância de 27,67% aparece a
alternativa 02.
Na sequência, com peso médio de 12,48% e variância de 64,16% tem-se a
alternativa 04 sobre localização de banheiros em locais indevidos. Os banheiros não
podem ficar próximos à pista de rolamento devido ao risco de acidentes, dentro de
áreas de preservação permanente (APP) e locais com restrições ambientais.
As alternativas 01 e 02 ponderadas pelo P2 coincidiu com a média geral do
grupo, as alternativas 03 e 05 com P5, e a alternativa 06 com P1. P3 e P4 não
ponderaram nenhum valor igual a média. O profissional 05 formado em biologia
mostrou uma tendência em suas respostas, ponderando cinco alternativas com
19,0% e uma 4,8%.
A Tabela 19 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do subcritério efluente de fabricação de concreto (EFC): ausência de
sistema de tratamento para efluente com resíduos de concreto (ALT.01), ausência
de manutenção para sistema de tratamento para efluente com resíduos de concreto
(ALT. 02), sistema de tratamento de efluente de concreto em local indevido
(ALT.03), contaminação do solo por efluente com resíduos de concreto (ALT.04) e
contaminação de recurso hídrico por efluente com resíduos de concreto (ALT.05),.
As alternativas 05 e 03 foram as que tiverem maior ponderação médias com
relação ao conjunto de alternativas do subcritério, tendo pesos de 29,94% e 22,10%,
e variâncias de 147,62% indicando respostas distantes da média e 13,10%,
respectivamente.
91

Tabela 19 - Prioridade média local do subcritério efluente de lavagem de veículo ou


equipamento contendo resíduo de concreto com relação às alternativas.
EFLUENTE DE LAVAGEM DE VEÍCULO OU EQUIPAMENTO CONTENDO RESÍDUO DE
CONCRETO
ALT.01 ALT.02 ALT.03 ALT.04 ALT.05
P1 9,1% 27,3% 27,3% 9,1% 27,3%
P2 9,6% 17,7% 17,7% 9,6% 45,4%
P3 12,4% 12,4% 23,4% 12,4% 39,5%
P4 22,1% 22,1% 22,1% 16,1% 17,5%
P5 20,0% 20,0% 20,0% 20,0% 20,0%
MÉDIA 14,64% 19,90% 22,10% 13,44% 29,94%
VARIÂNCIA 36,36% 30,14% 13,10% 21,16% 147,62%
DES.PAD. ± 6,03% ± 5,49% ± 3,62% ± 4,60% ± 12,15%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Nesse sentido, o efluente gerado a partir da lavagem de veiculo ou


equipamento contendo resíduo de concreto deve passar por sistema de tratamento
físico constituído de sedimentadores e filtro com manta geotêxtil, para remoção dos
vestígios de concreto. A água de descarte na maioria das vezes confere um pH
básico, que necessita ser corrigido pela adição de uma ácido, para que ocorra a
neutralização.
A ausência de retirada em uma frequência adequada do lodo de concreto do
sistema de tratamento prejudica o funcionamento do sistema, conferindo a água de
descarte concentrações significativa dos produtos químicos utilizados na fabricação
de concreto. Para essa questão, com peso médio de 19,90% e variância de 30,14%
tem-se a alternativa 02.
Apenas o P2 não apresentou nenhuma resposta coincidente com a média
geral. O P3 coincidiu com a média das alternativas 01 e 04, P5 com a alternativa 02,
P4 com a alternativa 03, e P1 com a alternativa 05. Com a mesma tendência de
ESG o profissional 05 ponderou todas suas alternativas com o mesmo peso.
A Tabela 20 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do subcritério efluente oleoso (EFO): ausência de sistema de tratamento
para efluente oleoso (caixas separadoras de água e óleo SAO) (ALT.01), ausência
de manutenção para sistema de tratamento de efluente oleoso (ALT.02), ausência
de envio de comprovantes de correta destinação da borra de óleo da caixa SAO
para Concessionária por parte de Empreiteiras/Terceiros (ALT.03), sistema de
92

tratamento de efluente oleoso em local indevido (ALT.04), contaminação do solo por


efluente oleoso (ALT.05) e contaminação de recurso hídrico por efluente oleoso
(ALT.06).

Tabela 20 - Prioridade média local do subcritério efluente oleoso com relação às alternativas.
EFLUENTE OLEOSO
ALT.01 ALT.02 ALT.03 ALT.04 ALT.05 ALT.06
P1 18,8% 18,8% 6,3% 18,8% 18,8% 18,8%
P2 9,8% 17,0% 5,9% 9,8% 28,8% 28,8%
P3 13,6% 13,6% 7,5% 13,6% 25,9% 25,9%
P4 5,6% 5,6% 22,2% 22,2% 22,2% 22,2%
P5 18,2% 18,2% 9,1% 18,2% 18,2% 18,2%
MÉDIA 13,20% 14,64% 10,20% 16,52% 22,78% 22,78%
VARIÂNCIA 31,47% 29,59% 46,51% 23,52% 20,79% 20,79%
DES.PAD. ± 5,61% ± 5,44% ± 6,82% ± 4,85% ± 4,56% ± 4,56%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Ambas com pesos de 22,78% e variância de 20,79%, a alternativa 05 e


alternativa 06 tiveram as mesmas ponderações. Elas referem-se sobre a
contaminação solo e recurso hídrico por efluente oleoso.
Nesse sentido, onde há o armazenamento de materiais com o potencial de
geração de efluentes oleosos deve ser instalado sistema de tratamento, conforme os
parâmetros e diretrizes da NBR 14605-2:2010 sobre sistema de drenagem oleosa,
fixando projeto, metodologia de dimensionamento de vazão, instalação e operação.
Esse sistema tem como função coletar os afluentes oleosos, tratar, remover os
resíduos oleosos livres, sólidos flutuantes e sedimentáveis, e destinar os efluentes
para rede coletora, corpo receptor ou para compartimento de contenção para
posterior destinação, em conformidade com a legislação pertinente. O sistema é
composto por área de contribuição, canaletas, tubulações, caixa de areia, sistema
de retenção de resíduos flutuantes, separador de água e óleo, reservatório de óleo
separado, caixa de amostragem de efluente (ABNT, 2010).
A Resolução CONAMA Nº 357:2005 e Resolução CONAMA Nº 430:2011
estabelece os padrões de lançamento de efluentes líquidos em corpos receptores, e
com relação a óleos e graxas de origem mineral o limite de concentração máxima de
descarte permitido é 20 mg/L.
93

Com pesos médio de 16,52%, 14,64%, 13,20% e 10,20% e variância de


23,52%, 29,59%, 31,47% e 46,51% foram ponderadas as alternativas 04, 02, 01 e
03. Destaca-se que os altos valores de variância indicam valores diferentes da
média geral do grupo. O P4 coincidiu sua ponderação com a média geral nas
alternativas 05 e 06, o P3 com as alternativas 01 e 02, e o P5 com a alternativa 03.
A Tabela 21 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do critério poluição atmosférica (ATM) sendo emissão de fumaça preta
acima dos padrões da Escala Ringelmann por veículo ou equipamento (ALT.01),
ausência de sistema de controle de poluição em chaminés de unidades industriais
(ALT.02) e formação de poeira em suspensão (ALT.03).

Tabela 21 - Prioridade média local do critério poluição atmosférica com relação às alternativas.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
ALT.01 ALT.02 ALT.03
P1 16,3% 54,0% 29,7%
P2 25,0% 50,0% 25,0%
P3 20,0% 60,0% 20,0%
P4 33,3% 33,3% 33,3%
P5 33,3% 33,3% 33,3%
MÉDIA 25,58% 46,12% 28,26%
VARIÂNCIA 59,14% 149,57% 32,95%
DES.PAD. ± 7,69% ± 12,23% ± 5,74%
Fonte: Elaborado pelo autor.

A primeira alternativa na escala de preferência dos profissionais foi a 02,


com peso médio de 46,12% e desvio padrão de 12,23%. Para mitigar essa não
conformidade ambiental, as unidades industriais que possuem chaminés devem
contemplar sistema de controle de poluição, seja por filtros ou outros mecanismos
de retenção de partículas e gases, engloba-se ainda medições de monitoramento a
uma frequência pré-estabelecida pela legislação, com base na vazão de ar liberado
e concentração de cada poluente.
Na sequência aparece à alternativa 03, com ponderação de 28,26% e desvio
padrão de 5,74%, isso pode ser explicado, pois nos caminhos de serviços em que
há passagem de veículos das obras aliado a condição climática seca ocorrem
resuspensão de poeira que se chegar à pista de rolamento atrapalha a visão dos
94

usuários, podendo causar graves acidentes. Além disso, a inalação da poeira pode
causar complicações respiratórias. E para minimizar tais efeitos, os caminhos devem
ser umectados sob uma frequência adequada com a utilização de caminhão pipa.
Na terceira e última ordem de preferencia a alternativa 01 com 25,58% e
desvio padrão de 7,69%. Neste contexto, os motores de equipamentos e veículos
que utilizam combustível fóssil, principalmente aqueles sob o uso de óleo diesel,
devem estar regulados para que a combustão ocorra de forma completa e minimize
a geração de fumaça preta e gases tóxicos. Inclui-se também a utilização de filtros
para diminuir a emissão das partículas ao meio ambiente, esses dispositivos
possuem prazo de validade e devem ser verificados sob um plano de manutenção.
Segundo Friedrich e Geldermann (2013) os principais gases liberados para
atmosfera em decorrência da queima dos combustíveis fósseis são os NO X, SOX,
CO, CO2, CHx, partículas finas e fumaça preta.
A Tabela 22 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do critério produtos perigosos (PER): contaminação do solo devido ao
vazamento de equipamentos ou veículos (ALT.01), contaminação dos recursos
hídricos devido ao vazamento de equipamentos ou veículos (ALT.02), local e/ou
recipiente inadequado para armazenamento de produto perigoso (ALT.03) e
ausência de dispositivo de contenção para vazamento de produtos perigosos de
equipamentos/veículos (ALT.04).

Tabela 22 - Prioridade média local do critério produtos perigosos com relação às alternativas.
PRODUTOS PERIGOSOS
ALT.01 ALT.02 ALT.03 ALT.04
P1 25,0% 25,0% 25,0% 25,0%
P2 35,1% 35,1% 10,9% 18,9%
P3 33,3% 33,3% 16,7% 16,7%
P4 25,0% 25,0% 25,0% 25,0%
P5 25,0% 25,0% 25,0% 25,0%
MÉDIA 28,68% 28,68% 20,52% 22,12%
VARIÂNCIA 25,80% 25,80% 41,86% 16,16%
DES.PAD. ± 5,08% ± 5,08% ± 6,47% ± 4,02%
Fonte: Elaborado pelo autor.
95

A alternativa 01 e 02 tiveram os maiores pesos médios, ambas


respectivamente com 28,68% e variância de 41,86%. Nas obras rodoviárias utilizam-
se produtos químicos em diversas atividades construtivas como impermeabilizantes,
tintas, solventes, combustíveis, graxas, entre outros. Devido ao seu potencial de
contaminar o solo ou recursos hídricos, eles devem ser armazenados em locais com
piso impermeável provido de cobertura, além de dispositivo de contenção para caso
ocorra derrames acidentais.
Na sequência, com peso do de 22,12% e variância de 16,16% aparece a
alternativa 04. E por último, com peso médio de 20,52% e variância de 41,86% vem
a alternativa 03. Podemos citar a NBR 7500:2013 como exemplo de algumas
parâmetros e diretrizes que devem ser adotados com relação a identificação para o
transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos
perigosos (ABNT, 2004). Inclui-se também a NBR 14064:2015 que fala sobre o
transporte rodoviário de produtos perigosos dando diretrizes para atendimento a
emergência (ABNT, 2015). Engloba-se a NBR 14619:2005 que fala sobre a
incompatibilidade química de produtos perigosos (ABNT, 2005).
O profissional 01, 04 e 05 apresentou uma tendência comum em suas
respostas, ponderando todas as alternativas com pesos iguais de 25%, indicando
que não há diferença de impacto ambiental entre uma alternativa e outra. Além
disso, as respostas de todos os profissionais não coincidiu com a média geral do
grupo.
A Tabela 23 apresenta os valores de prioridade média local, com relação às
alternativas do subcritério emissão de ruído (RUI) sendo veículo, equipamento ou
unidade industrial emitindo ruído excessivo por motivos diversos (ALT.01) e veículo,
equipamento ou unidade industrial emitindo ruído fora do horário de trabalho em
local que apresenta receptores sensíveis (ALT.02).
A alternativa 02 com peso médio de 61,68% e variância de 125,22% foi a
mais ponderada em termos de impacto ambiental pelos profissionais. E para isso, o
horário de funcionamento das obras devem ocorrer dentro do horário permitido pela
legislação do município, que geralmente se inicia as 7:00h e termina às 19:00.
96

Tabela 23 - Prioridade média local do subcritério emissão de ruído com relação às alternativas.
EMISSÃO DE RUÍDO
ALT.01 ALT.02
P1 25,0% 75,0%
P2 33,3% 66,7%
P3 50,0% 50,0%
P4 33,3% 66,7%
P5 50,0% 50,0%
MÉDIA 38,32% 61,68%
VARIÂNCIA 125,22% 125,22%
DES.PAD. ± 11,19% ± 11,19%
Fonte: Elaborado pelo autor.

Na sequência, a alternativa 01 sobre emissão de ruído excessivo apresentou


peso médio de 38,32% e variância 125,22%. Nesse sentido, os veículos e
equipamentos devem ser providos de disposto silenciador em seus escapamentos
para minimizar os efeitos do ruído gerado pelo motor, sendo que esses instrumentos
devem ser verificados periodicamente sob um plano de manutenção preventiva.
Para realizar as medições dos níveis de ruído, tem-se a Resolução CONAMA
01:1990 dispõe sobre critérios de padrões de emissão de ruídos decorrentes de
quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de
propaganda política. Esta resolução faz menção a NBR 10151:2000 que
estabelecem diretrizes e procedimentos para avaliação acústica do ruído em áreas
habitadas visando o conforto da comunidade
Além disso, o Estado de São Paulo por meio da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (CETESB) é o único estado brasileiro que dispõem legislação
especifica para avaliação de ruído ambiental em rodovias, a Decisão de Diretoria nº
100/2009/P que sobre aprovação do procedimento para avaliação de níveis de ruído
em sistemas lineares de transporte, e a Decisão de Diretoria nº 389/2010/P dispõe
sobre a aprovação da Regulamentação de níveis de ruído em sistemas lineares de
transportes localizados no Estado de São Paulo.
As emissões de ruídos de rodovias podem ser consideradas o impacto
ambiental mais imediato e de grande relevância por afetar o bem estar dos seres
humanos e animais (MCCLURE et al., 2013;. PARRIS E SCHNEIDER, 2008).
Afetando-se ainda vários fins de comunicação, a caça ou a proteção da maioria das
97

espécies de animais, tais como aves, mamíferos, anfíbios e espécie, vários estudos
encontraram um limiar de pressão sonora de negativo do ruído, sendo 55 dB(A)
(DOOLING E POPPER, 2007; HELLDIN et al., 2013.; REIJNEN et al., 1996).
As respostas de todos os profissionais apresentaram duas tendências
comuns. A primeira foi entre P3 e P5 que ponderaram igualmente as duas
alternativas com 50%. E a segunda foi entre P1, P2 e P4 que ponderaram a
alternativa 01com peso entre 25,0% e 33,3%, e com peso entre 66,7% e 75,0% a
alternativa 02.
A Tabela 24 apresenta os valores de prioridade média local com relação às
alternativas do subcritério saúde e higiene do trabalhador (SAH) sendo
colaborador(es) sem EPI’s (ALT.01), colaborador(es) com EPI’s inadequado
(ALT.02), ausência de sanitários nas obras (ALT.03), instalações sanitárias
inadequadas (ALT.04), canteiro de obras desorganizado (ALT.05) e ausência de
sinalização indicativa de obras (ALT.06.

Tabela 24 - Prioridade média local do subcritério saúde e higiene do trabalhador com relação
às alternativas.
SAÚDE E HIGIENE DO TRABALHADOR
ALT.01 ALT.02 ALT.03 ALT.04 ALT.05 ALT.06
P1 25,9% 25,9% 13,6% 13,6% 13,6% 7,5%
P2 34,6% 21,0% 21,0% 12,7% 5,3% 5,3%
P3 22,2% 22,2% 22,2% 22,2% 5,6% 5,6%
P4 14,3% 14,3% 28,6% 14,3% 14,3% 14,3%
P5 16,7% 16,7% 16,7% 16,7% 16,7% 16,7%
MÉDIA 22,74% 20,02% 20,42% 15,90% 11,10% 9,88%
VARIÂNCIA 64,64% 20,98% 32,72% 14,59% 27,98% 27,77%
DES.PAD. ± 8,04% ± 4,58% ± 5,72% ± 3,82% ± 5,29% ± 5,27%
Fonte: Elaborado pelo autor.

A alternativa 01 e 02 apresentaram o primeiro e terceiro peso médio mais


ponderado entre os profissionais com pesos médios de 22,74% e 20,02% e
variâncias de 64,64% e 20,98%. Neste assunto, ressalta-se que uso de EPI’s
adequado para atividade exercida é de fundamental importância na prevenção de
acidentes do trabalho. E Com relação a legislação de saúde e higiene do
trabalhador, temos a NR – 18 que fixa condições de meio ambiente de trabalho na
indústria da construção, tendo como principais mecanismo para assegurar a saúde e
98

segurança o PCMAT – Programa de Condições de Meio Ambiente de Trabalho na


Industria da Construção e o PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional
Na segunda e quarta preferências dos profissionais aparecem às
alternativas 03 e 04 sobre ausência e condições improprias de sanitários, com pesos
médios de 20,42% e 15,90% e variâncias de 32,72% e 14,59%.
Três alternativas apresentam-se com ponderações próximas, sendo
considerada praticamente a mesma ponderação. A alternativa 01 teve peso de
22,74%, a alternativa 03 peso de 20,42% e a alternativa 02 peso de 20,02%.
E por fim, a ALT. 05 e ALT. 06 foram ponderadas com pesos médios de
11,10% e 9,88% e variâncias de 27,98% e 27,77%. Os altos valores de variâncias
em todas alternativas indicam que os valores individuais de cada profissional foi
divergente da média geral do grupo.
Nas alternativas de 01 a 04 pelo menos uma resposta de profissional foi
coincidente com a média geral, sendo os profissionais 03, 02, 02 e 05, nas
respectivas alternativas. Já as alternativas 05 e 06 não teve nenhum valor de
profissional igual a média do grupo.
99

5.2.4 Cálculo da Razão de Consistência (RC) para os Critérios

Podem-se observar na Tabela 25 os valores da razão de consistência para


os critérios licenciamento (LIC), biótico (BIO), processo de dinâmica superficial
(PDS), resíduos sólidos (RES), efluentes líquidos (EFL), poluição atmosférica (ATM)
e produtos perigosos (PER).

Tabela 25 – Razão de consistência dos critérios.


LIC BIO PDF RES EFL ATM PER SET

P1 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00


P2 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
P3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
P4 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00
P5 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
MÉDIA 0,00 0,00 0,00 0,008 0,002 0,002 0,00 0,00
Fonte: Elaborado pelo autor.

Todos os valores de razão de consistência dos critérios se apresentaram


menor que 0,1, dessa forma, as respostas são consistentes. Os valores de LIC, BIO,
PDS, PER e SET foram 0,00, significando coerência máxima nos julgamentos, para
RES, EFL e ATM foram respectivamente 0,008, 0,002 e 0,002.

5.2.5 Cálculo da Razão de Consistência (RC) para os Subcritérios

Na Tabela 26 são expostos os valores de razão de consistência para os


subcritérios licença ambiental (LA), autorização ambiental especifica (AAE), cadastro
ambiental específico (CAE), fauna (FAU), vegetação (VEG), erosão (ERS),
assoreamento (ASS), esgoto doméstico/sanitário (ESG), efluente de fabricação de
concreto (EFC), efluente oleoso (EFO), emissão de ruído (RUI) e saúde e higiene do
trabalhador (SAH).
100

Tabela 26 - Razão de consistência dos subcritérios.


LA AAE CAE FAU VEG ERS ASS ESG EFC EFO RUI SAH

P1 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
P2 0,00 0,00 0,01 0,05 0,02 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01
P3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
P4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,01 0,00 0,01 0,06 0,00 0,00 0,00
P5 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
MÉDIA 0,00 0,00 0,004 0,01 0,012 0,006 0,006 0,002 0,014 0,002 0,00 0,002
Fonte: Elaborado pelo autor.

Se mostram consistentes todos os subcritérios pois satisfazerem a condição


de RC< 0,1. Para LA, AAE e RUI o valor foi 0, já para os demais subcritérios esse
valor foi pequeno, em geral, dez vezes menor que 0,1, se apresentando fortemente
consistentes.

5.2.6 Cálculo da Prioridade Global (PG) para as Alternativas

A última etapa corresponde na apuração da Prioridade Global (PG) que


representa o vetor que tem armazenado a prioridade de cada alternativa com
relação ao objetivo global que é o impacto ambiental, conforme pode ser observado
na Tabela 27. Cada alternativa ou elemento expressa sua porcentagem de
ponderação com relação ao total de alternativas que são oitenta e quatro.
Os critérios que apresentaram maior influência e importância no impacto
ambiental de obras rodoviárias segundo a opinião dos profissionais e com o auxílio
do método AHP que ajuda na tomada de decisão foram licenciamento, produtos
perigosos e poluição atmosférica. Na sequencia aparecem segurança do trabalho e
biótico.
Para o critério licenciamento (LIC), o vencimento de licença ambiental para
realização das obras, e vencimento de autorização para supressão de vegetação
(ASV), para intervenção em recursos hídricos (Outorga) e outras tiveram peso médio
de 5,38%. Descumprimento de condicionante da licença ambiental para realização
das obras e descumprimento de condicionante da autorização para supressão de
vegetação (ASV), para intervenção em recursos hídricos (Outorga) e outras tiveram
peso médio de 3,92%.
101

Tabela 27 - Prioridade global com relação às alternativas.


(continua)

CRITÉRIO SUBCRITÉRIO ALTERNATIVA P1 P2 P3 P4 P5 MÉDIA DES.PAD

LIC LA Vencimento de licença ambiental para realização das 5,00% 9,70% 4,90% 4,40% 2,90% 5,38% 2,56%
obras
LIC AAE Vencimento de autorização para supressão de 5,00% 9,70% 4,90% 4,40% 2,90% 5,38% 2,56%
vegetação (ASV), para intervenção em recursos
hídricos (Outorga) e outras
PER PER Contaminação do solo devido ao vazamento de 4,90% 4,10% 3,90% 5,10% 3,60% 4,32% 0,65%
equipamentos ou veículos
PER PER Contaminação dos recursos hídricos solo devido ao 4,90% 4,10% 3,90% 5,10% 3,60% 4,32% 0,65%
vazamento de equipamentos ou veículos
ATM ATM Ausência de sistema de controle de poluição em 6,10% 3,30% 3,70% 3,50% 4,80% 4,28% 1,17%
chaminés de unidades industriais

LIC LA Descumprimento de condicionante da licença 5,00% 2,40% 4,90% 4,40% 2,90% 3,92% 1,19%
ambiental para realização das obras
LIC AAE Descumprimento de condicionante da autorização 5,00% 2,40% 4,90% 4,40% 2,90% 3,92% 1,19%
para supressão de vegetação (ASV), para intervenção
em recursos hídricos (Outorga) e outras
PER PER Ausência de dispositivo de contenção para vazamento 4,90% 2,20% 2,00% 5,10% 3,60% 3,56% 1,45%
de produtos perigosos de equipamentos/veículos
PER PER Local e/ou recipiente inadequado para 4,90% 1,30% 2,00% 5,10% 3,60% 3,38% 1,70%
armazenamento de produto perigoso
SET RUI Veículo, equipamento ou unidade industrial emitindo 4,20% 3,90% 2,00% 2,40% 3,60% 3,22% 0,97%
ruído fora do horário de trabalho em local que
apresenta receptores sensíveis
ATM ATM Formação de poeira em suspensão 3,30% 1,60% 1,20% 3,50% 4,80% 2,88% 1,48%

ATM ATM Emissão de fumaça preta acima dos padrões da 1,80% 1,60% 1,20% 3,50% 4,80% 2,58% 1,52%
Escala Ringelmann por veículo ou equipamento
BIO FAU Caça de fauna 1,50% 4,10% 3,50% 0,20% 2,40% 2,34% 1,56%
102
Tabela 27 - Prioridade global com relação às alternativas.
(continua)

CRITÉRIO SUBCRITÉRIO ALTERNATIVA P1 P2 P3 P4 P5 MÉDIA DES.PAD

Veículo, equipamento ou unidade industrial emitindo


SET RUI 1,40% 1,90% 2,00% 1,20% 3,60% 2,02% 0,94%
ruído excessivo por motivos diversos
Não realização do manejo, afugentamento ou resgate
BIO FAU 0,80% 1,70% 3,50% 1,00% 2,40% 1,88% 1,10%
da fauna na etapa de supressão de vegetação
Assoreamento de curso d’água com solo de obras ou
PDS ASS 1,10% 2,40% 1,70% 1,60% 1,10% 1,58% 0,54%
propriedade lindeira

SET SAH Colaborador(es) sem EPI’s 1,50% 2,00% 1,80% 1,00% 1,20% 1,50% 0,41%

SET SAH Ausência de sanitários nas obras 0,80% 1,20% 1,80% 2,00% 1,20% 1,40% 0,49%

Disposição (destinação final) de resíduos em local


RES RES 1,50% 1,40% 1,50% 1,60% 0,70% 1,34% 0,36%
inadequado

SET SAH Colaborador(es) com EPI’s inadequado 1,50% 1,20% 1,80% 1,00% 1,20% 1,34% 0,31%

PDS ERS Processo erosivo em fase de voçoroca 0,90% 2,00% 1,60% 1,40% 0,30% 1,24% 0,66%

Contaminação do recurso hídrico por resíduos ou


RES RES 1,50% 0,90% 1,50% 1,60% 0,70% 1,24% 0,41%
restos de concreto

RES RES Queima de resíduos 1,50% 0,90% 1,50% 1,60% 0,70% 1,24% 0,41%

Atropelamento de fauna por veículos de obras ou


BIO FAU 0,80% 0,50% 1,80% 0,20% 2,40% 1,14% 0,93%
veículos de terceiros
Carreamento de solo para propriedade lindeira ou
PDS ASS 0,50% 1,40% 1,10% 1,60% 1,10% 1,14% 0,42%
áreas protegidas
SET SAH Instalações sanitárias inadequadas 0,80% 0,70% 1,80% 1,00% 1,20% 1,10% 0,44%
Contaminação de recurso hídrico por efluente com
EFL EFC 0,60% 1,10% 1,60% 1,00% 1,00% 1,06% 0,36%
resíduos de concreto
103
Tabela 27 - Prioridade global com relação às alternativas.
(continua)

CRITÉRIO SUBCRITÉRIO ALTERNATIVA P1 P2 P3 P4 P5 MÉDIA DES.PAD

EFL EFO Contaminação do solo por efluente oleoso 1,30% 1,30% 1,00% 0,70% 0,90% 1,04% 0,26%
EFL EFO Contaminação de recurso hídrico por efluente oleoso 1,30% 1,30% 1,00% 0,70% 0,90% 1,04% 0,26%
Deposição ou armazenamento de resíduos em local
RES RES 1,50% 0,50% 1,50% 0,90% 0,70% 1,02% 0,46%
inadequado
Solo superficial desprotegido em locais com risco de
PDS ERS 0,90% 0,30% 1,60% 1,40% 0,80% 1,00% 0,51%
processos erosivos
Assoreamento de sistema de drenagem pluvial
PDS ASS (canelas, tubulações, caixa de passagem/inspeção, 1,10% 0,80% 0,70% 0,80% 1,10% 0,90% 0,19%
bueiros) com solo de obras ou propriedade lindeira
PDS ERS Processo erosivo em fase de ravina 0,30% 1,30% 1,60% 0,80% 0,30% 0,86% 0,59%
Sistema de tratamento de efluente de concreto em
EFL EFC 0,60% 0,40% 0,90% 1,30% 1,00% 0,84% 0,35%
local indevido
Deposição ou armazenamento de resíduos de classes
RES RES 1,50% 0,30% 0,80% 0,90% 0,70% 0,84% 0,43%
diferentes misturados
Lançamento de esgoto doméstico em recurso hídrico
EFL ESG 0,50% 1,30% 0,80% 0,50% 0,90% 0,80% 0,33%
sem tratamento
Sistema de tratamento de efluente oleoso em local
EFL EFO 1,30% 0,50% 0,50% 0,70% 0,90% 0,78% 0,33%
indevido
Serviços indevidos em área de preservação
BIO VEG 0,60% 0,80% 0,60% 0,80% 1,00% 0,76% 0,17%
permanente (APP)
Ausência de manutenção para sistema de tratamento
EFL EFC 0,60% 0,40% 0,50% 1,30% 1,00% 0,76% 0,38%
para efluente com resíduos de concreto
SET SAH Canteiro de obras desorganizado 0,80% 0,30% 0,40% 1,00% 1,20% 0,74% 0,38%
104

Tabela 27 - Prioridade global com relação às alternativas.


(continua)

CRITÉRIO SUBCRITÉRIO ALTERNATIVA P1 P2 P3 P4 P5 MÉDIA DES.PAD

Ausência de manutenção para sistema de tratamento


EFL EFO 1,30% 0,80% 0,50% 0,20% 0,90% 0,74% 0,42%
de efluente oleoso
Lançamento de esgoto doméstico no solo sem
EFL ESG 0,30% 1,30% 0,80% 0,30% 0,90% 0,72% 0,43%
tratamento
Ausência de sistema de tratamento para efluente
EFL EFO 1,30% 0,50% 0,50% 0,20% 0,90% 0,68% 0,43%
oleoso (caixas separadoras de água e óleo SAO)
BIO VEG Queima de material vegetal 0,60% 0,30% 0,60% 0,80% 1,00% 0,66% 0,26%
SET SAH Ausência de sinalização indicativa de obras 0,40% 0,30% 0,40% 1,00% 1,20% 0,66% 0,41%
Ausência de sistema de tratamento para efluente com
EFL EFC 0,20% 0,20% 0,50% 1,30% 1,00% 0,64% 0,49%
resíduos de concreto
Ausência de envio de comprovantes de correta
RES RES destinação dos resíduos para Concessionária por 0,60% 0,90% 0,40% 0,50% 0,70% 0,62% 0,19%
parte de Empreiteiras ou de Terceiros
Contaminação do solo por resíduos ou restos de
RES RES 0,60% 0,50% 0,40% 0,90% 0,70% 0,62% 0,19%
concreto
Ausência de baias e/ou local adequado e identificado
nas obras para armazenamento temporário de resíduo
RES RES 0,50% 0,50% 0,80% 0,90% 0,30% 0,60% 0,24%
reciclável (classe B) e/ou perigoso (classe D) perante
o CONAMA 307:2002 e CONAMA 448:2012
Ausência de sistema de tratamento (tanque séptico +
EFL ESG filtro anaeróbio + sumidouro) de esgoto doméstico 0,20% 0,80% 0,80% 0,30% 0,90% 0,60% 0,32%
para banheiros
PDS ERS Sulcos erosivos em taludes de corte ou aterro 0,20% 0,80% 0,80% 0,80% 0,30% 0,58% 0,30%
PDS ASS Carreamento de solo para corpo estradal 0,20% 0,80% 0,30% 0,50% 1,10% 0,58% 0,37%
105

Tabela 27 - Prioridade global com relação às alternativas.


(continua)

CRITÉRIO SUBCRITÉRIO ALTERNATIVA P1 P2 P3 P4 P5 MÉDIA DES.PAD

BIO VEG Danos físicos ou mecânicos a vegetação 0,60% 0,50% 0,40% 0,40% 1,00% 0,58% 0,25%
Ausência de manutenção para sistema de tratamento
EFL ESG 0,50% 0,40% 0,80% 0,20% 0,90% 0,56% 0,29%
de esgoto doméstico
Contaminação do solo por efluente com resíduos de
EFL EFC 0,20% 0,20% 0,50% 0,90% 1,00% 0,56% 0,38%
concreto
Ausência de cadastro para instalação e utilização de
LIC CAE 0,80% 1,00% 0,30% 0,40% 0,30% 0,56% 0,32%
áreas de empréstimo (jazidas)
Ausência de cadastro para instalação e utilização de
LIC CAE 0,80% 1,00% 0,30% 0,40% 0,30% 0,56% 0,32%
bota-fora solo excedente
Ausência de coletores (lixeiras) para resíduos
domésticos gerados nas áreas de vivência ou outras
RES RES 0,50% 0,30% 0,80% 0,50% 0,70% 0,56% 0,19%
(coletores reciclável, orgânico e rejeito) conforme a
norma ABNT NBR 10.004:2004
Transbordamento de resíduos armazenados em
RES RES 0,80% 0,30% 0,80% 0,50% 0,30% 0,54% 0,25%
recipientes, baias e locais
Ausência de cadastro para instalação e utilização de
LIC CAE 0,20% 1,00% 0,70% 0,40% 0,30% 0,52% 0,33%
canteiro de obras
Cobertura vegetal deficitária para proteção superficial
BIO VEG 0,20% 0,20% 0,40% 0,70% 1,00% 0,50% 0,35%
após conclusão da obra
Ausência de cadastro para instalação e utilização de
LIC CAE 0,80% 0,60% 0,30% 0,40% 0,30% 0,48% 0,22%
caminhos de serviço
Ausência de delimitação da área vegetada ou área de
BIO VEG 0,60% 0,20% 0,10% 0,50% 1,00% 0,48% 0,36%
preservação permanente (APP) a ser suprimida
Ausência do termo de encerramento/recuperação de
LIC CAE 0,20% 0,30% 0,70% 0,40% 0,70% 0,46% 0,23%
área de apoio
106

Tabela 27- Prioridade global com relação às alternativas.


(continua)

CRITÉRIO SUBCRITÉRIO ALTERNATIVA P1 P2 P3 P4 P5 MÉDIA DES.PAD

PDS ASS Carreamento de solo para obras ou áreas de apoio 0,20% 0,50% 0,30% 0,80% 0,40% 0,44% 0,23%
Ausência de proteção para transporte de resíduos ou
RES RES 0,30% 0,20% 0,80% 0,20% 0,70% 0,44% 0,29%
matéria-prima (sem lona ou cobertura deficitária)
Ausência de cadastro para instalação e utilização de
LIC CAE bota-espera de resíduos classe A perante o CONAMA 0,20% 1,00% 0,30% 0,40% 0,30% 0,44% 0,32%
307:2002 e CONAMA 448:2012
BIO VEG Soterramento de material vegetal 0,10% 0,50% 0,40% 0,20% 1,00% 0,44% 0,35%
PDS ERS Processo erosivo inicial (laminar) 0,20% 0,50% 0,80% 0,50% 0,20% 0,44% 0,25%
PDS ERS Escorregamentos 0,30% 0,50% 0,80% 0,30% 0,30% 0,44% 0,22%
PDS ERS Recalque em aterro 0,30% 0,50% 0,80% 0,30% 0,30% 0,44% 0,22%
Ausência de área/local adequado e identificado nas
obras para armazenamento temporário de resíduo de
RES RES concreto, pavimentação, tubulação de concreto 0,20% 0,30% 0,80% 0,50% 0,30% 0,42% 0,24%
danificada, tijolos, classificados como A perante o
CONAMA 307:2002 e CONAMA 448:2012
Ausência de envio de comprovantes de correta
EFL EFO destinação da borra de óleo da caixa SAO para 0,40% 0,30% 0,30% 0,70% 0,40% 0,42% 0,16%
Concessionária por parte de Empreiteiras/Terceiros
Ausência de cadastro para instalação e utilização de
LIC CAE 0,20% 1,00% 0,30% 0,40% 0,20% 0,42% 0,33%
bota-espera de frezado
Ausência de envio de comprovantes de correta
EFL ESG destinação do esgoto de banheiro químico para 0,20% 0,40% 0,30% 0,10% 0,90% 0,38% 0,31%
Concessionária por parte de Empreiteiras ou Terceiros
107

Tabela 27 - Prioridade global com relação às alternativas.


(conclusão)

CRITÉRIO SUBCRITÉRIO ALTERNATIVA P1 P2 P3 P4 P5 MÉDIA DES.PAD

EFL ESG Banheiros em locais indevidos 0,50% 0,40% 0,30% 0,30% 0,20% 0,34% 0,11%
Não utilização da prática de raspagem e
BIO VEG armazenamento adequado da camada vegetal e solo 0,20% 0,20% 0,10% 0,40% 0,50% 0,28% 0,16%
superficial
Ausência de cadastro para instalação e utilização de
LIC CAE 0,10% 0,20% 0,20% 0,40% 0,30% 0,24% 0,11%
bota-espera de matéria-prima
Presença de restos de material vegetal em obras ou
BIO VEG 0,10% 0,10% 0,20% 0,20% 0,50% 0,22% 0,16%
área de apoio
BIO VEG Armazenamento inadequado de material vegetal 0,20% 0,20% 0,10% 0,20% 0,30% 0,20% 0,07%
Fonte: Elaborado pelo autor.
108

Com relação ao critério dos produtos perigosos, com peso global de 4,32%
foram ponderadas as alternativas: contaminação do solo devido ao vazamento de
equipamentos ou veículos, e contaminação dos recursos hídricos solo devido ao
vazamento de equipamentos ou veículos. A alternativa sobre ausência de dispositivo
de contenção para vazamento de produtos perigosos de equipamentos/veículos, e
alternativa local e/ou recipiente inadequado para armazenamento de produto
perigoso, tiveram pesos respectivos 3,56% e 3,38%.
Sobre poluição atmosférica tiveram pesos globais de 4,28%, 2,88% e 2,58%,
respectivamente as seguintes alternativas: ausência de sistema de controle de
poluição em chaminés de unidades industriais, formação de poeira em suspensão, e
emissão de fumaça preta acima dos padrões da Escala Ringelmann por veículo ou
equipamento.
As cinco alternativas que foram consideradas mais impactantes para o meio
ambiente foram às alternativas ALT.01-LA-LIC, ALT.01-AAE-LIC, ALT.01-PER,
ALT.02-PER, ALT.02-ATM, com pesos médios globais de 5,38%, 5,38%, 4,32%,
4,32% e 4,28%, respectivamente.
Em contrapartida, as cinco alternativas de menores pesos médios globais de
0,34%, 0,28%, 0,24%, 0,22% e 0,20% foram ALT.04-ESG-EFL, ALT.01-VEG-BIO,
ALT.05-CAE-LIC, ALT.03-VEG-BIO e ALT.02-VEG-BIO, respectivamente.
Das quatorze (14) alternativas com pesos médios globais na faixa de 2,00%
a 5,00%; 28,57% foram LIC, 28,57% PER, 21,43% ATM, 14,29% SET e 7,14% BIO.
Das dezesseis (16) alternativas com pesos entre 1,00% e 2,00%; 25,00% foram
SET, 18,75% PDS, 18,75% EFL e 12,50% BIO. Já para as trinta (30) alternativas
entre 0,50% e 1,00%; 36,67% foram EFL, 20,00% RES, 16,67% PDS, 10,00% LIC e
10,00% BIO. E para as vinte (20) alternativas entre 0,00% e 0,50%; 30,00% foram
BIO, 25,00% LIC, 20,00% PDS, EFL 15,00% e 10,00% RES.
O fato de cada critério e subcritério possuírem quantidades distintas de
alternativas influenciou nos pesos globais das alternativas, por exemplo, poluição
atmosférica e produtos perigosos que tinham poucas alternativas e apenas tinham
critérios e não subcritérios, obtiveram PG altos. Já em contrapartida, os subcritérios
VEG, ERS e ASS que tinham grande número de alternativas nos subcritérios,
resultaram num baixo PG. Uma solução para minimizar a comparação de critérios e
subcritérios com muitas alternativas em comparação/ponderação com critérios e
subcritérios com poucas alternativas seria uma limitação do número de alternativas
109

para cada subcritério e de subcritérios para cada alternativa. Neste caso, poderiam
ser criados novos critérios com limitação de subcritérios e alternativas.
O subcritério LA e AEE possuem poucas alternativas, o que pode ter
influenciado no resultado obtido com as maiores pontuações. Porém, deve-se
ressaltar que a ausência de licenças e descumprimento de condicionantes pode
ocasionar o embargo na obra. As questões de contaminação de solo recursos
hídricos por qualquer tipo de efluente podem ser consideradas um fator grave, ainda
mais quanto o efluente de origem oleosa, mas pelo motivo dos subcritérios
possuírem um número grande de alternativas, os pesos singulares foram divididos e
estas alternativas na avaliação global tiveram pesos pequenos, apesar da
importância em termos de impactos ambientais. Este fato pode estar influenciando
as alternativas de Assoreamento e Erosão, como por exemplo, o assoreamento de
recursos hídricos e erosão em fase de voçoroca que não tiveram grande destaque
em suas PGs, apesar da importância em auditorias e supervisões ambientais. Em
contrapartida, as alternativas de ATM tiveram grande destaque por não possuírem
subcritérios e os critérios (apenas três alternativas), mas na realidade esse impacto
pode não representar uma magnitude tão alta devido ao seu controle e ocorrência.
Observando-se a alternativa de maior peso (5,38%) e a de menor (0,20%)
nota-se uma diferença de 27 vezes uma em relação à outra, sendo essa escala
muito grande em termos de impactos ambientais.
110

6 CONCLUSÃO

O método AHP se mostrou útil como um instrumento no apoio à tomada de


decisão, pois possibilitou fornecer ao gestor ambiental informações relevantes a
respeito de não conformidades com a definição de pesos para os critérios e
alternativas relativas aos aspectos ambientais e normativos da supervisão de
rodovias.
O cálculo da prioridade média local para os critérios (PML’s) LIC –
licenciamento ambiental, PER – produtos perigosos, EFL – efluente líquido e SET –
segurança do trabalho apresentaram-se como os de maiores pesos, com relação ao
total de oito critérios, com pesos respectivos de 22,26%, 15,56%, 11,92% e 11,92%.
Os demais critérios ATM – poluição atmosférica, RES – resíduos sólidos, BIO –
biótico e PDF – processo de dinâmica superficial ficaram com pesos de 9,76%,
9,54%, 9,48% e 9,46%, respectivamente.
O cálculo da razão de consistência (RC) que expressa o valor de coerência
entre os julgamentos par a para todos os cálculos dos vetores PML’s dos critérios e
subcritérios apresentaram menor que 0,1. Isto representa consistência nas
ponderações obtidas no processo AHP.
111

7 RECOMENDAÇÃO

Este trabalho tem como recomendação avaliar o impacto na metodologia


AHP aplicada a supervisão ambiental devido a variação do número de variáveis nos
subcritérios e alternativas.
112

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A - Protocolo do Questionário


125

Protocolo do Questionário
Título do Projeto: Método AHP para Avaliação Ambiental de Obras de
Empreendimentos Rodoviários.
Mestrando: Rafael Coelho Ciciliato
Registro: CREA PR 125767/D
Email: [email protected] Telefone Celular: (43) 9965-6479
Orientador: Ricardo Nagamine Costanzi

Instituição Vinculada: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) –


Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental (PPGEA).
Título do Programa: Mestrado Acadêmico em Engenharia Ambiental
Área de Concentração: Engenharia Ambiental
Linha de Pesquisa: Saneamento Ambiental

1. Objetivos e justificativa para o questionário


Para alcançar o objetivo geral desta dissertação, que é identificar e ponderar
as principais não conformidades relacionadas com a supervisão ambiental de obras
rodoviárias por meio da aplicação do método AHP a partir da expertise de
profissionais envolvidos na gestão ambiental de rodovias, foi escolhida a técnica de
coleta de dados por questionário.
Devido ao tema desse estudo ser de caráter exploratório e descritivo,
justifica-se que a pesquisa poderá oferecer um arca bolso de informações sobre o
assunto, de forma a avaliar as não conformidades ambientais também com
informações subjetivas.

2. Elaboração do roteiro
Inicialmente será realizada uma introdução para esclarecer ao respondente
que o contato é em detrimento de sua experiência e colocação profissional, vivência
e conhecimento sobre o assunto, que são de extrema importância para este
trabalho.
Explanou-se também, que o propósito do questionário não é avaliar se as
respostas estão certas ou erradas, mas sim, levantar dados e informações para
serem avaliados por método matemático denominado AHP.
126

Os dados específicos de cada profissional envolvido com a supervisão


ambiental serão sigilosos, e apenas as conclusões gerais sobre o assunto serão
apresentadas nos resultados e discussões da pesquisa.
As questões são relacionadas e formação e experiência de cada
profissional, e não conformidades com relação aos aspectos ambientais envolvidos
em obras rodoviárias. As não conformidades serão ponderadas por meio de uma
escala de julgamento, para fornecer dados para a utilização do método AHP.

3. Critério para a seleção dos profissionais


Os profissionais selecionados são pessoas com no mínimo 2 anos de
experiência na área de gestão ambiental de empreendimentos rodoviários, que
trabalham no setor de meio ambiente de concessionárias de rodovias e na
consultoria terceirizada pela concessionária como supervisor ambiental. Utilizando
pessoas com experiência na área ambiental de rodovias como população base para
a amostra a ser estudada, acredita-se que em detrimento de pelo menos cinco
pessoas com expertise na área, o profissional apresentará conhecimento empírico
consiste fornecendo dados mais bem fundamentados e amplos com relação as suas
respostas.
Amostra desta pesquisa não terá caráter probabilístico, sendo chamadas
todas as pessoas com experiência na área ambiental de rodovias que o autor tem
contato profissional em virtude de sua experiência na área.

4. Modelo do formulário de consentimento


O modelo do formulário de consentimento encontra-se no Apêndice C.

5. Previsão de formas de acompanhamento do questionário


O questionário será enviado via correio eletrônico às pessoas, e concedeu-
se um prazo de 15 dias para respondê-lo.

6. Análise e avaliação dos dados coletados


Os dados coletados por meio dos questionários serão analisados pelo
método estatístico denominado Análise Hierárquica de Processos – AHP.

7. Termo de consentimento e esclarecimento


127

Conforme consta no Apêndice D, será solicitado aos profissionais do


questionário a sua assinatura em termo de consentimento e esclarecimento, de
forma a resguardar o pesquisador com relação a coleta de dados

8. Termo de responsabilidade
Conforme consta no Apêndice E, será entregue aos profissionais assinatura
em termo de responsabilidade, preenchido pelo pesquisador deste trabalho, de
forma a oferecer segurança e tranquilidade as pessoas que responderam o
questionário.
128

APÊNDICE B - Roteiro para Questionário com Profissionais


129

Roteiro para Questionário com Profissionais da Pesquisa


Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental – PPGEA
Título da Dissertação de Mestrado: Método AHP para Avaliação Ambiental de
Obras de Empreendimentos Rodoviários.
Orientador: Profº. Drº. Ricardo Nagamine Costanzi
Mestrando: Rafael Coelho Ciciliato

Prezado Profissional,

Sou aluno do Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental do


PPGEA/UTFPR, e estou desenvolvendo minha dissertação sobre ponderação das
principais não conformidades ambientais em obras rodoviárias, com a utilização do
método estatístico denominado Análise Hierárquica de Processos (AHP), com o qual
permite a elaboração de uma estrutura hierárquica por meio de prioridades,
auxiliando como apoio a tomada de decisão. Sendo assim, o objetivo principal desta
pesquisa é identificar e ponderar as principais não conformidades relacionadas com
a supervisão ambiental de obras rodoviárias por meio da aplicação do método AHP
a partir da expertise de profissionais envolvidos na gestão ambiental de rodovias.
Esta dissertação está sob a orientação do Professor Doutor Ricardo Nagamine
Costanzi.
Em detrimento de V.Sa. realizar profissionalmente trabalhos relacionados a
gestão ambiental de empreendimentos rodoviários, solicito por gentileza, a sua
colaboração na obtenção de dados necessários a esta pesquisa. O motivo de nosso
contato é em detrimento de sua experiência e colocação profissional, vivência e
conhecimento sobre o assunto, que são de extrema importância para este trabalho.
As informações prestadas por meio do questionário serão analisadas e
consolidadas com a de outros profissionais, servindo como base para o método de
análise hierárquica. O propósito do questionário não é avaliar se as respostas estão
certas ou erradas, mas sim, levantar dados e informações para serem avaliados por
método matemático denominado AHP.
Ressalta-se ainda, que os dados específicos de cada profissional envolvido
com a supervisão ambiental serão sigilosos, e apenas as conclusões gerais sobre o
assunto serão apresentadas nos resultados e discussões da pesquisa.
130

Atenciosamente,
Rafael Coelho Ciciliato
Ricardo Nagamine Costanzi
QUESTIONÁRIO

Nome:______________________________________________________________
E-mail:____________________________Fone:_____________________________
Data__/__/__
Cidade:______________________________

Sigilo quanto à identidade do entrevistado: ( ) Sim ( ) Não

1. Qual a sua formação acadêmica?


2. Possui alguma especialização? Se positivo em que área?
3. Possui alguma Pós-graduação Stricto Sensu? Se positivo em que área?
4. Há quantos anos trabalha com a área ambiental de rodovias?
5. Há considerações gerais sobre as não conformidades ambientais
(ocorrências ambientais)?

O questionário abaixo corresponde às ocorrências ambientais que podem


ocorrer em obras rodoviária. Há três hierarquias de classificação das ocorrências
conforme FLUXOGRAMA anexo (1 - Natureza da Ocorrência; 2 – Grupo da
Ocorrência e; 3 – Descrições da Ocorrência).
Devido ao seu conhecimento empírico (experiência) quantificar de uma
escala de 0 a 10 cada conteúdo das três hierarquias, com relação à gravidade da
existência daquela ocorrência.
Ou seja, 10 (ocorrência altamente significativa/impactante ao meio
ambiente), 0 (ocorrência não significativa).
Utilize o FLUXOGRAMA para se localizar no QUESTIONÁRIO.
 As questões de 01 a 80 correspondem a 3 – Descrição da Ocorrência;
 As questões de 81 a 92 correspondem a 2 – Grupo da Ocorrência;
 As questões de 93 a 100 correspondem a 1 – Natureza da Ocorrência.

Todas as perguntas do QUESTIONÁRIO correspondem ao FLUXOGRAMA.


O FLUXOGRAMA é para visualizar o cenário de ocorrências.
131

LIC – LICENCIAMENTO: licenças, autorizações, TCRA, certidões,


cadastros, outros.
LICENÇA AMBIENTAL
1. Vencimento de licença ambiental para realização das obras;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
2. Descumprimento de condicionante da licença ambiental para realização
das obras;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL ESPECÍFICA
3. Vencimento de autorização para supressão de vegetação (ASV), para
intervenção em recursos hídricos (Outorga) e outras;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
4. Descumprimento de condicionante da autorização para supressão de
vegetação (ASV), para intervenção em recursos hídricos (Outorga) e outras;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
CADASTRO AMBIENTAL ESPECÍFICO
5. Ausência de cadastro para instalação e utilização de áreas de empréstimo
(jazidas);
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
6. Ausência de cadastro para instalação e utilização de bota-fora solo
excedente;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
7. Ausência de cadastro para instalação e utilização de bota-espera de
frezado;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
8. Ausência de cadastro para instalação e utilização de bota-espera de
resíduos classe A perante o CONAMA 307:2002 e CONAMA 448:2012;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
9. Ausência de cadastro para instalação e utilização de bota-espera de
matéria-prima;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
10. Ausência de cadastro para instalação e utilização de canteiro de obras;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
132

11. Ausência de cadastro para instalação e utilização de caminhos de serviço;


 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
12. Ausência do termo de encerramento/recuperação de área de apoio;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
BIÓTICO
FAU – FAUNA
13. Não realização do manejo, afugentamento ou resgate da fauna na etapa de
supressão de vegetação;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
14. Atropelamento de fauna por veículos de obras ou veículos de terceiros;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
15. Caça de fauna;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
VEG – VEGETAÇÃO: supressão ou soterramento de vegetação,
disposição ou queima de material
16. Não utilização da prática de raspagem e armazenamento adequado da
camada vegetal e solo superficial;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
17. Armazenamento inadequado de material vegetal;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
18. Presença de restos de material vegetal em obras ou área de apoio;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
19. Queima de material vegetal;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
20. Serviços indevidos em área de preservação permanente (APP);
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
21. Soterramento de material vegetal;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
22. Danos físicos ou mecânicos a vegetação;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
23. Ausência de delimitação da área vegetada ou área de preservação
permanente (APP) a ser suprimida;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
133

24. Cobertura vegetal deficitária para proteção superficial após conclusão da


obra;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10

PDS – Processo de Dinâmica Superficial


ERS – EROSÃO: processos erosivos de diversos tipos
25. Solo superficial desprotegido em locais com risco de processos erosivos;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
26. Processo erosivo inicial (laminar);
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
27. Sulcos erosivos em taludes de corte ou aterro;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
28. Processo erosivo em fase de ravina;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
29. Processo erosivo em fase de voçoroca;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
30. Escorregamentos;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
31. Recalque em aterro;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
ASS – ASSOREAMENTO: assoreamento de corpos, áreas protegidas,
corpo estradal, outros
32. Assoreamento de sistema de drenagem pluvial (canelas, tubulações, caixa
de passagem/inspeção, bueiros) com solo de obras ou propriedade lindeira;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
33. Assoreamento de curso d’água com solo de obras ou propriedade lindeira;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
34. Carreamento de solo para propriedade lindeira ou áreas protegidas;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
35. Carreamento de solo para obras ou áreas de apoio;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
36. Carreamento de solo para corpo estradal;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
134

RES – RESÍDUOS SÓLIDOS: geração, armazenamento, destinação,


outros
37. Ausência de envio de comprovantes de correta destinação dos resíduos
para Concessionária por parte de Empreiteiras ou de Terceiros;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
38. Ausência de área/local adequado e identificado nas obras para
armazenamento temporário de resíduo de concreto, pavimentação, tubulação
de concreto danificada, tijolos, classificados como A perante o CONAMA
307:2002 e CONAMA 448:2012;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
39. Ausência de baias e/ou local adequado e identificado nas obras para
armazenamento temporário de resíduo reciclável (classe B) e/ou perigoso
(classe D) perante o CONAMA 307:2002 e CONAMA 448:2012;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
40. Ausência de coletores (lixeiras) para resíduos domésticos gerados nas
áreas de vivência ou outras (coletores reciclável, orgânico e rejeito) conforme
a norma ABNT NBR 10.004:2004;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
41. Transbordamento de resíduos armazenados em recipientes, baias e locais;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
42. Deposição ou armazenamento de resíduos de classes diferentes
misturados;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
43. Deposição ou armazenamento de resíduos em local inadequado;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
44. Disposição (destinação final) de resíduos em local inadequado;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
45. Contaminação do solo por resíduos ou restos de concreto;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
46. Contaminação do recurso hídrico por resíduos ou restos de concreto;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
47. Ausência de proteção para transporte de resíduos ou matéria-prima (sem
lona ou cobertura deficitária);
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
135

48. Queima de resíduos;


 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
EFL – EFLUENTE LÍQUIDO: esgoto doméstico/sanitário, efluente
industrial, outros
ESGOTO DOMÉSTICO /SANITÁRIO
49. Ausência de envio de comprovantes de correta destinação do esgoto de
banheiro químico para Concessionária por parte de Empreiteiras ou Terceiros;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
50. Ausência de sistema de tratamento (tanque séptico + filtro anaeróbio +
sumidouro) de esgoto doméstico para banheiros;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
51. Ausência de manutenção para sistema de tratamento de esgoto doméstico;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
52. Banheiros em locais indevidos;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
53. Lançamento de esgoto doméstico no solo sem tratamento;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
54. Lançamento de esgoto doméstico em recurso hídrico sem tratamento;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
EFLUENTE DE LAVAGEM DE VÉICULO OU EQUIPAMENTO CONTENDO
RESÍDUOS CONCRETO
55. Ausência de sistema de tratamento para efluente com resíduos de
concreto;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
56. Ausência de manutenção para sistema de tratamento para efluente com
resíduos de concreto;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
57. Sistema de tratamento de efluente de concreto em local indevido;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
58. Contaminação do solo por efluente com resíduos de concreto;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
59. Contaminação de recurso hídrico por efluente com resíduos de concreto;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
EFLUENTE OLEOSO
136

60. Ausência de sistema de tratamento para efluente oleoso (caixas


separadoras de água e óleo SAO);
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
61. Ausência de manutenção para sistema de tratamento de efluente oleoso;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
62. Ausência de envio de comprovantes de correta destinação da borra de óleo
da caixa SAO para Concessionária por parte de Empreiteiras/Terceiros;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
63. Sistema de tratamento de efluente oleoso em local indevido;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
64. Contaminação do solo por efluente oleoso;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
65. Contaminação de recurso hídrico por efluente oleoso;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
ATM – POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
66. Emissão de fumaça preta acima dos padrões da Escala Ringelmann por
veículo ou equipamento;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
67. Ausência de sistema de controle de poluição em chaminés de unidades
industriais;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
68. Formação de poeira em suspensão;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
PER – PRODUTOS PERIGOSOS
69. Contaminação do solo devido ao vazamento de equipamentos ou veículos;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
70. Contaminação dos recursos hídricos devido ao vazamento de
equipamentos ou veículos;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
71. Local e/ou recipiente inadequado para armazenamento de produto
perigoso;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
72. Ausência de dispositivo de contenção para vazamento de produtos
perigosos de equipamentos/veículos;
137

 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
SET – SEGURANÇA DO TRABALHO:
EMISSÃO DE RUÍDO
73. Veículo, equipamento ou unidade industrial emitindo ruído excessivo por
motivos diversos;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
74. Veículo, equipamento ou unidade industrial emitindo ruído fora do horário
de trabalho em local que apresenta receptores sensíveis.
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
SAÚDE E HIGIENE DO TRABALHADOR
75. Colaborador(es) sem EPI’s;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
76. Colaborador(es) com EPI’s inadequado;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
77. Ausência de sanitários nas obras;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
78. Instalações sanitárias inadequadas;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
79. Canteiro de obras desorganizado;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
80. Ausência de sinalização indicativa de obras;
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
81. LICENÇA AMBIENTAL
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
82. AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL ESPECÍFICA
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
83. CADASTRO AMBIENTAL ESPECÍFICO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
84. FAUNA
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
85. VEG – VEGETAÇÃO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
86. EROSÃO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
138

87. ASSOREAMENTO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
88. ESGOTO DOMÉSTICO /SANITÁRIO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
89. EFLUENTE DE LAVAGEM DE VÉICULO OU EQUIPAMENTO
CONTENDO RESÍDUOS CONCRETO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
90. EFLUENTE OLEOSO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
91. EMISSÃO DE RUÍDO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
92. SAÚDE E HIGIENE DO TRABALHADOR
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
93. LIC – LICENCIAMENTO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
94. BIÓTICO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
95. PDS – Processo de Dinâmica Superficial
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
96. RES – RESÍDUOS SÓLIDOS
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
97. EFL – EFLUENTE LÍQUIDO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
98. ATM – POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
99. PER – PRODUTOS PERIGOSOS
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
100. SET – SEGURANÇA DO TRABALHO
 - 0  - 1  - 2  - 3  - 4  - 5  - 6  - 7  - 8  - 9  - 10
139

A partir da estrutura hierárquica são definidos:

 Meta/objetivo = impacto ambiental: Ponderação dos impactos


ambientais avaliados durante a supervisão ambiental em obras de
empreendimentos rodoviários consiste no objetivo geral do que se
pretende com a análise hierárquica. Os profissionais com experiência
na área de gestão ambiental de obras rodoviárias irá ponderar cada
um dos critérios, subcritérios e alternativas conforme descrito a
seguir.

 Critérios =

LIC: licenciamento;
BIO: biótico;
PDS: processo de dinâmica superficial;
RES: resíduos sólidos;
EFL: efluentes líquidos;
ATM: poluição atmosférica;
PER: produtos perigosos;
SET: segurança do trabalho.
São as principais classificações de aspectos ambientais relacionados a
obras rodoviárias.
Alguns destes critérios ainda de subdividem em subcritérios antes das
alternativas, como demonstrado a seguir.

 Subcritérios =

LA: licença ambiental;


AAE: autorização ambiental específica;
CAE: cadastro ambiental específico;
FAU: fauna;
VEG: vegetação;
ERS: erosão;
140

ASS: assoreamento;
ESG: esgoto doméstico/sanitário;
EFC: efluente de fabricação de concreto;
EFO: efluente oleoso;
RUI: emissão de ruído;
SAH: saúde e higiene do trabalhador.

São as subclassificações de aspectos ambientais relacionados a obras


rodoviárias.

 Alternativas =

LIC - LA - ALT.01: vencimento de licença ambiental para realização das


obras;
LIC - LA - ALT.02: descumprimento de condicionante da licença ambiental
para realização das obras;
LIC - AAE - ALT.01: vencimento de autorização para supressão de
vegetação (ASV), para intervenção em recursos hídricos (Outorga) e outras;
LIC - AAE - ALT.02: descumprimento de condicionante da autorização para
supressão de vegetação (ASV), para intervenção em recursos hídricos
(Outorga) e outras;
LIC - CAE - ALT.01: ausência de cadastro para instalação e utilização de
áreas de empréstimo (jazidas);
LIC - CAE - ALT.02: ausência de cadastro para instalação e utilização de
bota-fora solo excedente;
LIC - CAE - ALT.03: ausência de cadastro para instalação e utilização de
bota-espera de frezado;
LIC - CAE - ALT.04: ausência de cadastro para instalação e utilização de
bota-espera de resíduos classe A perante o CONAMA 307:2002 e CONAMA
448:2012;
LIC - CAE - ALT.05: ausência de cadastro para instalação e utilização de
bota-espera de matéria-prima;
LIC - CAE - ALT.06: ausência de cadastro para instalação e utilização de
canteiro de obras;
141

LIC - CAE - ALT.07: ausência de cadastro para instalação e utilização de


caminhos de serviço;
LIC - CAE - ALT.08: ausência do termo de encerramento/recuperação de
área de apoio;
BIO - FAU - ALT.01: não realização do manejo, afugentamento ou resgate da
fauna na etapa de supressão de vegetação;
BIO - FAU - ALT.02: atropelamento de fauna por veículos de obras ou
veículos de terceiros;
BIO - FAU - ALT.03: caça de fauna;
BIO - VEG - ALT.01: não utilização da prática de raspagem e
armazenamento adequado da camada vegetal e solo superficial;
BIO - VEG - ALT.02: armazenamento inadequado de material vegetal;
BIO - VEG - ALT.03: presença de restos de material vegetal em obras ou
área de apoio;
BIO - VEG - ALT.04: queima de material vegetal;
BIO - VEG - ALT.05: serviços indevidos em área de preservação permanente
(APP);
BIO - VEG - ALT.06: soterramento de material vegetal;
BIO - VEG - ALT.07: danos físicos ou mecânicos a vegetação;
BIO - VEG - ALT.08: ausência de delimitação da área vegetada ou área de
preservação permanente (APP) a ser suprimida;
BIO - VEG - ALT.09: cobertura vegetal deficitária para proteção superficial
após conclusão da obra;
PDS - ERS - ALT.01: solo superficial desprotegido em locais com risco de
processos erosivos;
PDS - ERS - ALT.02: processo erosivo inicial (laminar);
PDS - ERS - ALT.03: sulcos erosivos em taludes de corte ou aterro;
PDS - ERS - ALT.04: processo erosivo em fase de ravina;
PDS - ERS - ALT.05: processo erosivo em fase de voçoroca;
PDS - ERS - ALT.06: escorregamentos;
PDS - ERS - ALT.07: recalque em aterro;
PDS - ASS - ALT.01: assoreamento de sistema de drenagem pluvial
(canelas, tubulações, caixa de passagem/inspeção, bueiros) com solo de
obras ou propriedade lindeira;
142

PDS - ASS - ALT.02: assoreamento de curso d’água com solo de obras ou


propriedade lindeira;
PDS - ASS - ALT.03: carreamento de solo para propriedade lindeira ou áreas
protegidas;
PDS - ASS - ALT.04: carreamento de solo para obras ou áreas de apoio;
PDS - ASS - ALT.05: carreamento de solo para corpo estradal;
RES - ALT.01: ausência de envio de comprovantes de correta destinação dos
resíduos para Concessionária por parte de Empreiteiras ou de Terceiros;
RES - ALT.02: ausência de área/local adequado e identificado nas obras para
armazenamento temporário de resíduo de concreto, pavimentação, tubulação
de concreto danificada, tijolos, classificados como A perante o CONAMA
307:2002 e CONAMA 448:2012;
RES - ALT.03: ausência de baias e/ou local adequado e identificado nas
obras para armazenamento temporário de resíduo reciclável (classe B) e/ou
perigoso (classe D) perante o CONAMA 307:2002 e CONAMA 448:2012;
RES - ALT.04: ausência de coletores (lixeiras) para resíduos domésticos
gerados nas áreas de vivência ou outras (coletores reciclável, orgânico e
rejeito) conforme a norma ABNT NBR 10.004:2004;
RES - ALT.05: transbordamento de resíduos armazenados em recipientes,
baias e locais;
RES - ALT.06: deposição ou armazenamento de resíduos de classes
diferentes misturados;
RES - ALT.07: deposição ou armazenamento de resíduos em local
inadequado;
RES - ALT.08: disposição (destinação final) de resíduos em local
inadequado;
RES - ALT.09: contaminação do solo por resíduos ou restos de concreto;
RES - ALT.10: contaminação do recurso hídrico por resíduos ou restos de
concreto;
RES - ALT.11: ausência de proteção para transporte de resíduos ou matéria-
prima (sem lona ou cobertura deficitária);
RES - ALT.12: queima de resíduos;
EFL - ESG - ALT.01: ausência de envio de comprovantes de correta
destinação do esgoto de banheiro químico para Concessionária por parte de
Empreiteiras ou Terceiros;
143

EFL - ESG - ALT.02: ausência de sistema de tratamento (tanque séptico +


filtro anaeróbio + sumidouro) de esgoto doméstico para banheiros;
EFL - ESG - ALT.03: ausência de manutenção para sistema de tratamento de
esgoto doméstico;
EFL - ESG - ALT.04: banheiros em locais indevidos;
EFL - ESG - ALT.05: lançamento de esgoto doméstico no solo sem
tratamento;
EFL - ESG - ALT.06: lançamento de esgoto doméstico em recurso hídrico
sem tratamento;
EFL - EFC - ALT.01: ausência de sistema de tratamento para efluente com
resíduos de concreto;
EFL - EFC - ALT.02: ausência de manutenção para sistema de tratamento
para efluente com resíduos de concreto;
EFL - EFC - ALT.03: sistema de tratamento de efluente de concreto em local
indevido;
EFL - EFC - ALT.04: contaminação do solo por efluente com resíduos de
concreto;
EFL - EFC - ALT.05: contaminação de recurso hídrico por efluente com
resíduos de concreto;
EFL - EFO - ALT.01: ausência de sistema de tratamento para efluente oleoso
(caixas separadoras de água e óleo SAO);
EFL - EFO - ALT.02: ausência de manutenção para sistema de tratamento de
efluente oleoso;
EFL - EFO - ALT.03: ausência de envio de comprovantes de correta
destinação da borra de óleo da caixa SAO para Concessionária por parte de
Empreiteiras/Terceiros;
EFL - EFO - ALT.04: sistema de tratamento de efluente oleoso em local
indevido;
EFL - EFO - ALT.05: contaminação do solo por efluente oleoso;
EFL - EFO - ALT.06: contaminação de recurso hídrico por efluente oleoso;
ATM - ALT.01: emissão de fumaça preta acima dos padrões da Escala
Ringelmann por veículo ou equipamento;
ATM - ALT.02: ausência de sistema de controle de poluição em chaminés de
unidades industriais;
ATM - ALT.03: formação de poeira em suspensão;
144

PER - ALT.01: contaminação do solo devido ao vazamento de equipamentos


ou veículos;
PER - ALT.02: contaminação dos recursos hídricos devido ao vazamento de
equipamentos ou veículos;
PER - ALT.03: local e/ou recipiente inadequado para armazenamento de
produto perigoso;
PER - ALT.04: ausência de dispositivo de contenção para vazamento de
produtos perigosos de equipamentos/veículos;
SET – RUI - ALT.01: veículo, equipamento ou unidade industrial emitindo
ruído excessivo por motivos diversos;
SET – RUI - ALT.02: veículo, equipamento ou unidade industrial emitindo
ruído fora do horário de trabalho em local que apresenta receptores sensíveis;
SET – SAH - ALT.01: colaborador(es) sem EPI’s;
SET – SAH - ALT.02: colaborador(es) com EPI’s inadequado;
SET – SAH - ALT.03: ausência de sanitários nas obras;
SET – SAH - ALT.04: instalações sanitárias inadequadas;
SET – SAH - ALT.05: canteiro de obras desorganizado;
SET – SAH - ALT.06: ausência de sinalização indicativa de obras.
145

APÊNDICE C - Termo de Consentimento e Esclarecimento


146

Termo de Consentimento e Esclarecimento

Eu,_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Carteira de identidade profissional_________________, declaro que concordo em
participar como voluntário do estudo que tem como pesquisador responsável o aluno
Rafael Coelho Ciciliato, e-mail [email protected], telefone (43) 9965-6479, do
curso de Mestrado em Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná (UTFPR) – Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental
(PPGEA). Estou ciente de que este estudo tem entre seus objetivos realizar
aplicação de questionário com pessoas com experiência na área de gestão
ambiental de empreendimentos rodoviários, visando por parte do mestrado a
realização de sua dissertação de mestrado com título MÉTODO AHP PARA
AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE OBRAS DE EMPRENDIMENTOS RODOVIÁRIOS.
Minha colaboração será responder questionário e devolvê-lo via e-mail ao
mestrando. Entendo que ste estudo possui finalidade acadêmica, e os dados
particulares e nomes dos profissionais não serão divulgados, atestando a garantia
do anonimato dos participantes, de forma a assegurar a minha privacidade. Além
disso, posso abandonar a participação da pesquisa quando quiser.

Londrina, ___ de _____________ de 2016

____________________________
Assinatura
147

APÊNDICE D - Termo de Responsabilidade


148

Termo de Responsabilidade

Eu, Rafael Coelho Ciciliato, carteira profissional CREA PR 125.767/D, e-mail


[email protected], telefone para contato (43) 9965-6479, do curso de
Mestrado em Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR) – Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental (PPGEA),
declaro a____________________________________________________________
que os dados particulares e nomes dos participantes na pesquisa para a dissertação
do mestrado em Engenharia Ambiental, intitulado MÉTODO AHP PARA
AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE OBRAS DE EMPRENDIMENTOS RODOVIÁRIOS,
não serão divulgados, de forma a garantir a preservação do anonimato dos
profissionais, assegurando sua privacidade. Ressalto que o respondente é facultado
abandonar a sua participação na pesquisa quando quiser.

Londrina, ___ de _____________ de 2016

____________________________
Assinatura
149

APÊNDICE E - Considerações Gerais dos Profissionais sobre Não Conformidades


Ambientais (Ocorrências Ambientais)
150

As considerações gerais dos profissionais com relação as não


conformidades ambientais são representações de valores provenientes da vivência e
experiência de problemas ambientais contextualizados em sistemas rodoviários que
podem ser traduzidos metodologicamente na forma de ponderação.
De forma geral, pode-se verificar algumas considerações gerais de cada
profissional (vide Tabela 4).
O profissional 01 mencionou que o descumprimento de condicionantes pode
ocasionar o cancelamento de licenças e autorizações, bem como multas e infrações
criminais. Inclui-se em sua análise que os impactos com contaminação de solo têm
maior capacidade de recuperação do que aqueles nos recursos hídricos.
O profissional 02 apresenta dois questionamentos principais. O primeiro se
refere aos resultados do monitoramento ambiental. Não adianta criar um sistema de
monitoramento ambiental sem ter uma forma de cobrar a empreiteira para adotar as
medidas mitigadoras e de recuperação propostas no monitoramento, portanto, é de
suma importância à existência de cláusulas contratuais junto à empreiteira de forma
a penalizar financeiramente pelo não atendimento às não conformidades ambientais.
Outro problema se refere à atuação de fiscalização dos órgãos ambientais
licenciadores. Os órgãos ambientais atuam efetivamente na emissão de licenças
ambientais, entretanto, não atuam na fiscalização do empreendedor durante a
implantação das obras, ou seja, trabalham praticamente somente como
despachantes. O órgão ambiental deveria ter uma atuação rotineira também no
acompanhamento das obras para fiscalizar a implementação dos programas
ambientais propostos durante a fase de licença ambiental de instalação.
O profissional 04 ressaltou que o trabalho de prevenção é importante para a
gestão ambiental de rodovias, podendo identificar a ocorrência antes mesmo dela
aparecer.

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