Mol e Estequiometria
Mol e Estequiometria
Mol e Estequiometria
Tópicos do Capítulo
3.1| O Mol e o Número de Avogadro
Neste capítulo vamos aprender os fundamentos dos cálculos químicos, chamados estequiometria,
cuja tradução livre seria “a medida dos elementos”. Esses cálculos são essenciais para o sucesso do
trabalho de laboratório de química. Você também verá que este capítulo é importante para cursos
futuros de química orgânica, bioquímica e quase qualquer outro curso experimental mais avançado
em ciências.
•explicar como o mol e o número de Avogadro servem como fatores de conversão da matéria entre
as escalas molecular e de laboratório
•explicar como determinar o reagente limitante em uma dada reação e a quantidade de substância
que permanece sem reagir
As medidas fundamentais da massa do próton, do nêutron e do elétron, nas aulas anteriores, nos
permitem dizer que mesmo os maiores átomos devem ter massas e tamanhos extremamente
pequenos. Em consequência, qualquer amostra de material observável a olho nu deve conter um
número muito grande de átomos e moléculas. Os métodos de cálculo desenvolvidos nos Capítulos
iniciais, juntamente com o conceito de mol, nos permitem contar por meio da pesagem e, então, usar
essa informação para resolver problemas muito interessantes.
Figura 3.1 | Hambúrgueres em pequena e grande escala. Fazer um único hambúrguer requer um
pãozinho, um bife de hambúrguer, dois picles e uma colher de sopa de molho. Para fazer mil
hambúrgueres precisamos de 45,36 kg (100 lb) de pães, 113,40 kg (250 lb) de carne para hambúrguer,
4,536 kg (10 lb) de picles e 7,257 kg (16 lb) de molho.
A contagem pela pesagem é familiar a todos, mesmo que você não se dê conta desse fato. O número
de doces (balas) em um saco é medido pela pesagem do saco e o exemplo de produção de
hambúrgueres em massa ilustrou outro modo de usar contagem pela pesagem. Meio quilo de arroz
contém um número de grãos de arroz suficiente para acompanhar uma refeição. Você poderá calcular
o número de moedas contidas em uma sacola, pesando-as e sabendo que cada uma pesa certa massa
em g. De forma semelhante, a massa de uma substância química pode ser usada para determinar o
número de átomos ou moléculas em uma amostra. Esta última conversão é possível graças ao
conceito de mol.
Figura 3.2 | Número de mols de elementos. Cada amostra desses elementos — ferro, mercúrio, cobre
e enxofre — contém o mesmo número de átomos.
Definição de Mol
No anteriormente vimos que o mol é a unidade do SI para quantidade de substância. A quantidade de
substância não se refere à massa ou ao volume da amostra, mas ao número de átomos, moléculas ou
fórmulas unitárias etc., na amostra. Exatamente um mol é definido como o número de átomos em
exatamente 12 gramas de átomos de 12C. Com base nessa definição e no fato de que as massas
atômicas médias na tabela periódica são valores relativos, podemos inferir que teremos um mol de
qualquer elemento monoatômico se pesarmos uma quantidade igual à massa atômica do elemento
expressa em gramas (frequentemente chamada átomo-grama).
FERRAMENTAS
Massa atômica
Por exemplo, a massa atômica do enxofre é 32,06 u e um mol de enxofre pesará 32,06 g e conterá o
mesmo número de átomos que os existentes em exatamente 12 g de carbono-12. A Figura 3.2
apresenta um mol de alguns elementos comuns — ferro, mercúrio, cobre e enxofre.
Moléculas e compostos iônicos, discutidos anteriormente, têm fórmulas definidas. Para compostos
moleculares e elementos, a adição das massas atômicas de todos os átomos presentes na fórmula
resulta na massa molecular (às vezes denominada peso molecular). A massa molecular em gramas de
uma substância é também igual a um mol dessas moléculas.
■ Muitos químicos ainda usam os termos peso molecular e peso atômico em vez de massa molecular
e massa atômica.
FERRAMENTAS
Por exemplo, a massa molecular da água é igual a 18,02 u, o somatório das massas atômicas de dois
átomos de H e um átomo de O. De modo semelhante, a massa fórmula expressa em gramas de um
composto iônico é o somatório das massas atômicas de todos os átomos da fórmula de um composto
iônico.
Há uma grande semelhança entre as três equações anteriores. Para simplificar as discussões,
usaremos com frequência a seguinte relação entre número de mols e massa, a menos que outras
definições equivalentes sejam mais esclarecedoras:
FERRAMENTAS
Massa molar
A massa molar em gramas (em geral abreviada para massa molar) é simplesmente a massa em
gramas da fórmula unitária de uma substância sem distinção de essa substância ser um elemento,
uma molécula ou um composto iônico. A Figura 3.3 mostra um mol de quatro compostos diferentes.
Figura 3.3 | Mols de compostos. Um mol de quatro compostos diferentes (no sentido horário a partir
da esquerda superior): sulfato de cobre penta-hidratado, água, cromato de sódio e cloreto de sódio.
Cada amostra contém um número idêntico de fórmulas unitárias ou moléculas.
Neste ponto, reconhecemos as relações ou igualdades anteriores como a informação necessária para
realizarmos conversões semelhantes às do Capítulo 1. Agora, porém, os problemas serão colocados
em termos químicos.
Exemplo 3.1
Conversão de Gramas em Mols
O óxido de titânio(IV) é um dos melhores protetores solares porque impede completamente que a
radiação ultravioleta atinja a pele. Em uma preparação de TiO 2, iniciamos com uma amostra de 23,5 g
de titânio. Quantos mols de Ti nós temos?
Análise: O problema começa com certa massa de titânio e pede que ela seja convertida em mols.
Montagem das Ferramentas: Temos uma ferramenta para converter a massa em mols que afirma que
1 mol de X é igual à massa atômica de X em gramas. Agora, para torná-la específica para o titânio,
substituímos X pelo símbolo do titânio e usamos a massa atômica do Ti para obter
1 mol de Ti = 47,867 g de Ti
(Quando trabalhamos com problemas que incluem dados tabulados, como a massa atômica do Ti,
sempre que possível manteremos pelo menos um algarismo significativo a mais do que o da
informação dada.)
Solução: Começamos montando o problema na forma de uma equação que mostre o número e suas
unidades com os quais começamos e as unidades que desejamos quando terminarmos.
Agora utilizamos a igualdade entre massa e número de mols para estabelecer a razão que cancela os
gramas de titânio:
Exemplo 3.2
Conversão de Mols em Gramas
Precisamos de 0,254 mol de FeCl3 para determinado experimento. Quantos gramas devemos pesar?
Análise: No último problema a conversão foi entre mols e massa para um elemento; agora, estamos
convertendo entre mols e massa, mas temos um composto. Assim, precisamos de uma etapa
adicional para calcular a massa molar do FeCl3.
Montagem das Ferramentas: Precisamos da ferramenta para calcular a massa molar do FeCl 3, isto é,
o somatório das massas de um mol de átomos de ferro e três mols de átomos de cloro.
Agora a ferramenta que representa a igualdade entre massa e mols pode ser escrita como visto a
seguir
Quantos mols de alumínio estão contidos em uma folha de alumínio de 3,47 g, usada para embrulhar
o sanduíche que você vai comer no almoço de hoje? (Sugestão: Lembre-se da ferramenta que
relaciona a massa de um elemento com o número de mols daquele elemento.)
Em uma reação para a síntese do tri-iodeto de nitrogênio é necessário 0,023 mol de I2. Quantos
gramas precisam ser pesados para medir 0,023 mol de I2?
Sua balança de laboratório pode pesar amostras com uma precisão de três casas decimais. Se a
incerteza na sua pesagem é de ±0,002 g, qual é a incerteza no número de mols se a amostra a ser
pesada é de sulfato de potássio puro?
Número de Avogadro
FERRAMENTAS
Número de Avogadro
As unidades de nossas substâncias químicas podem ser átomos, moléculas, fórmulas unitárias e assim
por diante. Isso significa que um mol de átomos de xenônio é o mesmo que 6,022 × 10 23 átomos de
Xe. De maneira semelhante, 6,022 × 10 23 moléculas de NO2 representam um mol de moléculas de
dióxido de nitrogênio.
Exemplo 3.3
Conversão da Escala de Laboratório à Escala Atômica
Aqui não temos nenhuma ferramenta que relacione diretamente gramas de tungstênio com átomos
de tungstênio. No entanto, podemos começar com os gramas de tungstênio e fazer a seguinte
sequência de conversões.
Montagem das Ferramentas: A primeira ferramenta de que precisamos é a da massa para mols,
183,84 g de W = 1 mol de W
para obter fatores de conversão entre gramas de tungstênio e mols de tungstênio. Em seguida,
precisamos do número de Avogadro, que nos permitirá construir fatores de conversão entre os mols
de átomos de tungstênio e o número de átomos de tungstênio,
Solução: Tendo expressado a questão na forma de uma equação, podemos utilizá-la com as duas
ferramentas para as conversões para obter os dois fatores de conversão. O primeiro é
Multiplicamos a massa de tungstênio original (a massa dada no problema), 0,635 grama, pelos fatores
de conversão para chegarmos a
A Resposta É Razoável? A verificação mais importante nesse tipo de questão envolve a magnitude dos
números. Sabemos que até a menor das amostras mensuráveis de uma substância química deve
conter um número enorme de átomos. Nossa resposta é um número muito grande e, portanto, a
resposta parece razoável.
Exemplo 3.4
Cálculo da Massa de uma Molécula
O tetracloreto de carbono era utilizado como fluido para limpeza a seco até ser considerado
cancerígeno. Qual é a massa média de uma molécula de tetracloreto de carbono?
Podemos ver que esse problema tem muitas etapas que precisam ser combinadas para obtermos a
solução completa. Em primeiro lugar, precisamos identificar a fórmula química partindo do seu nome;
em seguida, precisamos usar isso para calcular a massa molar do composto. Finalmente, precisamos
obter os fatores de conversão adequados para primeiramente converter uma molécula em mols e,
então, converter esses mols na massa da molécula de tetracloreto de carbono.
Isso feito, precisamos calcular a massa molar do tetracloreto de carbono e usá-la para calcular a
massa de uma molécula de tetracloreto de carbono.
Somamos a massa de um mol de átomos de carbono com as massas de quatro mols de átomos de
cloro, chegando a 153,823 g/mol. A seguir, usamos essa massa molar para obter o segundo fator de
conversão de mol de CCl4 para g de CCl4.
Uma molécula pode ser considerada um número exato. Portanto, o número de algarismos
significativos que devem ser mantidos na resposta depende do número de algarismos significativos
existentes nos dados tabulados. Foram usados quatro algarismos significativos para o número de
Avogadro e quatro algarismos significativos foram mantidos na resposta.
A Resposta É Razoável? Esperamos que uma única molécula, mesmo uma molécula bem grande,
tenha uma massa muito pequena. Como nossa resposta é muito pequena, ela parece razoável.
Quantos átomos de ouro existem em uma onça de ouro? (Sugestão: Quantos gramas têm uma onça?)
A maioria dos laboratórios de química possui balanças que podem pesar com a precisão de
miligramas. Seria possível pesar 5,64 × 1018 moléculas de octadecano, C18H38, em uma dessas
balanças?
O conceito de proporção molar que desenvolvemos aqui é uma ferramenta química poderosa e
importante. Ela permite ao químico começar com a quantidade de uma substância e, então,
determinar a quantidade quimicamente equivalente de outra substância sem realizar o experimento
real.
A fórmula química nos dá a proporção das substâncias na fórmula, e usando essas proporções,
podemos determinar as quantidades das outras substâncias na fórmula.
FERRAMENTAS
Proporções molares
Nos compostos químicos, os mols de átomos sempre se combinam na mesma proporção que os
próprios átomos individuais.
Essa ferramenta nos permite usar as proporções de átomo para átomo em uma fórmula química de
modo a obter facilmente fatores de conversão de mol para mol para cálculos em escala de
laboratório. Por exemplo, na fórmula P4O10, os subscritos significam que são 4 átomos de P para cada
10 átomos de O na molécula. Na escala de laboratório, isso também quer dizer que há 4 mols de P
para cada 10 mols de O em 1 mol desse composto. Podemos relacionar P e O com o composto usando
os fatores de conversão vistos a seguir.
A fórmula P4O10 também implica outras equivalências, cada qual com seus dois fatores de conversão
associados.
Exemplo 3.5
Cálculo da Quantidade de um Composto pela Análise de um Elemento
Como começamos com mols de uma substância e terminamos com mols de uma segunda substância,
esse é o local apropriado para usar o fator de conversão da proporção molar.
Montagem das Ferramentas: Tudo de que precisamos é a ferramenta da proporção molar que
relaciona o P com a fórmula química Ca3(PO4)2. Ela é escrita do seguinte modo:
A Resposta É Razoável? Para uma verificação rápida, você pode arredondar 0,864 para 1 e dividir por
2 para chegar a 0,5. Existe uma pequena diferença entre nossa estimativa de 0,5 e a resposta
calculada de 0,432, de modo que concluímos que nossa resposta é razoável.
Algumas superfícies em implantes ósseos são revestidas de fosfato de cálcio para permitir que o osso
realmente se ligue à superfície.
Na análise do sulfato de alumínio determinou-se que a amostra continha 0,0774 mol de íons sulfato.
Quantos mols de alumínio a amostra contém? (Sugestão: Lembre-se da ferramenta para escrever a
fórmula correta do sulfato de alumínio.)
Quantos mols de átomos de nitrogênio estão combinados com 8,60 mol de átomos de oxigênio no
pentóxido de dinitrogênio?
O bicarbonato de sódio é utilizado para amaciar a água. Quantos mols de átomos de oxigênio se
encontram em 1,29 mol de bicarbonato de sódio?
Uma das aplicações comuns da estequiometria no laboratório ocorre quando precisamos determinar
a massa de um reagente, B, necessário para se combinar com uma dada massa de um segundo
reagente, A, para produzir um composto. Esses cálculos são resumidos na sequência de etapas, vista a
seguir, da conversão de uma dada massa do composto A na massa do composto B.
FERRAMENTAS
Exemplo 3.6
0,0011 g de Mg ⇔ ? g de C
Vamos usar a sequência de etapas no exemplo anterior para relacionar a massa de uma das
substâncias com a massa da outra. Nosso primeiro passo é converter a massa de Mg em mols de Mg.
Uma vez conhecidos o número de mols de Mg, podemos convertê-los no número de mols de C
usando a fórmula do composto. Finalmente, podemos calcular a massa da segunda substância, C, a
partir do número de mols usando sua massa molar.
Montagem das Ferramentas: Para a primeira etapa, vamos necessitar da ferramenta de mols para
mols de modo converter a massa de Mg em mols de Mg.
24,3050 g de Mg = 1 mol de Mg
1 mol de C = 12,011 g de C
Nossa sequência completa para o problema, com números arredondados para três algarismos
significativos, é
A sequência geral para tratar de problemas como o que estamos resolvendo aqui é ilustrada a seguir.
As setas indicam quais as ferramentas que são utilizadas em cada conversão.
A célula de uma planta deve disponibilizar 0,030 g de C para cada 0,0011 g de Mg para consumir
completamente o magnésio na síntese da clorofila.
A Resposta É Razoável? Após verificar que nossas unidades se cancelam adequadamente, pode ser
feita uma rápida estimativa arredondando todos os números para um algarismo significativo, dando a
seguinte expressão (sem unidades):
Esse valor é próximo da resposta que obtivemos e nos dá a confiança de ser razoável. (Observe que,
se arredondássemos os 55 para 60, nossa estimativa teria sido 0,030, que ainda confirmaria nossa
conclusão.)
Quantos gramas de ferro são necessários para combinar com 25,6 g de O e formar Fe 2O3? (Sugestão:
Lembre-se das proporções molares que a fórmula representa.)
O trifluoreto de bromo explode em contato com a água. Se uma amostra de trifluoreto de bromo tem
0,163 g de bromo, quantos gramas de flúor existem na amostra?
Composição Percentual
FERRAMENTAS
Composição percentual
Podemos determinar a composição percentual com base na análise química de uma substância,
conforme mostra o exemplo visto a seguir.
Exemplo 3.7
Cálculo da Composição Percentual a Partir da Análise Química
Uma amostra de um líquido, com massa igual a 8,657 g, foi decomposta em seus elementos e
produziu 5,217 g de carbono, 0,9620 g de hidrogênio e 2,478 g de oxigênio. Qual é a composição
percentual desse composto?
Análise: A solução de problemas frequentemente requer que saibamos o significado dos termos
fundamentais, nesse caso, a composição percentual, que é a lista da porcentagem em massa dos
elementos no composto.
Solução: Usando a Equação 3.1 para cada elemento temos três equações que utilizamos para calcular
as porcentagens necessárias:
Quando 0,5462 g de uma substância foi decomposta, foram isolados 0,2012 g de nitrogênio e 0,3450
g de oxigênio. Qual é a composição percentual desse composto? Explique como você pode
determinar se há quaisquer outros elementos presentes no composto. (Sugestão: Qual a fórmula que
dá a porcentagem em massa de um elemento?)
Podemos empregar a Equação 3.1 para determinar a composição percentual de qualquer composto
químico partindo da sua fórmula. O nitrogênio e o oxigênio, por exemplo, formam todos os seguintes
compostos: N2O, NO, NO2, N2O3, N2O4 e N2O5. Para identificar uma amostra de um composto
desconhecido de nitrogênio e oxigênio, pode-se comparar a composição percentual determinada
experimentalmente com as porcentagens calculadas, ou teóricas, para cada fórmula possível. Uma
estratégia para combinar fórmulas com porcentagens em massa está descrita no exemplo visto a
seguir.
Exemplo 3.8
Identificação de um Composto com Base na Composição Percentual
Análise: Para calcular as porcentagens em massa necessitamos usar a Equação 3.1. Olhando essa
equação, vamos precisar das massas do N, O e do N 2O5 em uma amostra do composto. Se
escolhermos 1 mol do composto dado para ser essa amostra, será fácil determinar a massa de
oxigênio, de nitrogênio e de pentóxido de dinitrogênio que constituem um mol de N2O5.
Montagem das Ferramentas: Nossa ferramenta será a Equação 3.1, a equação que calcula a
porcentagem em massa de um elemento em um composto. Vamos também precisar da ferramenta
para calcular a massa molar do N2O5 e as proporções molares que podemos obter por essa fórmula.
Precisamos realizar a conversão de massa para mols para os átomos de nitrogênio e de oxigênio.
Solução: Sabemos que 1 mol de N2O5 tem que conter 2 mol de N e 5 mol de O partindo da ferramenta
de proporção molar. O número correspondente de gramas de N e de O é determinado conforme é
visto a seguir.
Esses valores experimentais realmente são compatíveis com as porcentagens teóricas para a fórmula
N2O5.
A Resposta É Razoável? A verificação mais fácil para esse problema é ter certeza de que todas as
porcentagens somadas dão 100 %. Elas realmente chegam a 100 % e, dessa forma, o resultado
calculado é razoável.
Calcule a composição percentual teórica para o NO, NO 2, N2O3 e o N2O4. Qual desses compostos
produziu os dados do Exercício Proposto 3.12?
Ao trabalhar no Exercício Proposto 3.15, você deve ter observado que a composição percentual do
NO2 era a mesma que a do N 2O4. Isso é porque ambos os compostos possuem a mesma proporção
molar. Todos os compostos com as mesmas proporções molares terão a mesma composição
percentual.
Uma das principais atividades dos químicos é a síntese de novos compostos. Na pesquisa
farmacêutica, os químicos frequentemente sintetizam compostos inteiramente novos, ou isolam
compostos novos partindo de plantas ou tecidos animais. A seguir, eles têm que determinar a fórmula
e a estrutura do novo composto. Os químicos modernos fazem uso da espectrometria de massa e
outros instrumentos modernos para a análise estrutural. No entanto, eles ainda dependem da análise
elementar, onde a substância é decomposta quimicamente para determinar as massas dos elementos
em uma dada quantidade da substância de modo a determinar as fórmulas empíricas. Vejamos como
essas medições experimentais da massa, expressas de vários modos, podem ser utilizadas para
determinar essas fórmulas.
Uma forma do elemento fósforo, conhecida como “fósforo branco”, é pirofórica — isto é, ela queima
espontaneamente quando exposta ao ar. O composto que se forma quando o fósforo branco queima
em oxigênio consiste em moléculas com a fórmula P 4O10. Quando uma fórmula fornece a composição
de uma molécula, ela é chamada fórmula molecular. No entanto, observe que os subscritos 4 e 10 são
divisíveis por 2, então, os menores números que nos dizem qual é a proporção entre P e O são 2 e 5.
Podemos escrever uma fórmula mais simples (porém menos informativa) que expressa essa
proporção, P2O5. Isso se chama fórmula empírica, porque também pode ser obtida por uma análise
experimental do composto.
FERRAMENTAS
Fórmulas empíricas
A fórmula empírica expressa a mais simples das proporções entre os átomos de cada elemento em
um composto. Já sabemos que a proporção entre os átomos de um composto é a mesma que a
proporção entre os números de mols desses átomos do composto. Vamos determinar a proporção
mais simples de mols partindo de dados experimentais. Os dados experimentais que necessitamos
são quaisquer informações que nos permitam determinar o número de mols de cada elemento em
uma amostra do composto.
Vamos investigar três tipos de dados que podem ser empregados para a determinação de fórmulas
empíricas. São eles: (a) as massas dos elementos, (b) a composição percentual e (c) os dados de
combustão, também conhecidos como análise indireta. Em todos os três, o objetivo é obter a mais
simples das proporções entre os mols de cada elemento da fórmula.
Exemplo 3.9
Cálculo da Fórmula Empírica por Meio de Dados de Massas
Determinou-se que uma amostra de 2,57 g de um composto contendo apenas estanho e cloro
continha 1,17 g de estanho. Qual é a fórmula empírica do composto?
Análise: Os subscritos em uma fórmula empírica podem ser interpretados como o número relativo de
mols dos elementos em um composto. Se pudermos determinar a proporção molar entre o Sn e o Cl,
teremos a fórmula empírica. Portanto, a primeira etapa é converter os números de gramas de Sn e Cl
em números de mols de Sn e Cl. Em seguida, convertemos esses números na sua proporção mais
simples envolvendo números inteiros.
O problema não forneceu a massa de cloro na amostra de 2,57 g. No entanto, podemos calculá-la
usando a ferramenta que expressa a lei da conservação da massa.
Montagem das Ferramentas: Nossa primeira ferramenta será a lei da conservação da massa do
Capítulo 0, que requer que a massa do composto seja igual à soma entre a massa do Cl e a massa do
Sn. A massa molar é a ferramenta que nos permite calcular o número de mols de cada elemento.
118,7 g de Sn = 1 mol de Sn
35,45 g de Cl = 1 mol de Cl
Agora utilizamos as igualdades de massa molar para criar proporções para converter os dados de
massa do estanho e do cloro em mols.
Agora poderíamos escrever uma fórmula: Sn 0,00986Cl0,0395, que realmente expressa a proporção molar,
mas os subscritos também representam as proporções de átomos e precisam ser inteiros. Para
converter os subscritos decimais em inteiros, começamos dividindo cada um pelo menor número no
conjunto.
Esta é sempre a maneira de começar a busca por subscritos de números inteiros: escolhemos o
menor número do conjunto como o divisor. Pode-se garantir que pelo menos um subscrito é
transformado em um número inteiro — a saber, 1. Aqui, dividimos ambos os números por 0,00986.
Na maior parte dos casos, se, após essa etapa, um subscrito calculado difere de um número inteiro
em menos que 0,1, podemos arredondar com segurança para o número inteiro mais próximo.
Podemos arredondar 4,01 para 4, então, a fórmula empírica é SnCl4.
A Resposta É Razoável? Além do fato dos subscritos dados por números inteiros terem sido
facilmente determinados, você poderia também se lembrar do Capítulo 2 que o estanho forma ou o
íon Sn2+ ou o Sn4+ e que o cloro forma apenas o íon Cl–. Sendo assim, ou SnCl2 ou SnCl4 é um composto
razoável e SnCl4 foi nossa resposta.
O enxofre forma dois compostos diferentes com o oxigênio, o SO 2 e o SO3. Uma amostra de 1,525 g de
um composto entre enxofre e oxigênio foi preparada pela queima de 0,7625 g de enxofre ao ar e
coletando o produto. Pela fórmula empírica para o composto formado, qual é o composto?
Às vezes, nossa estratégia de usar o mínimo divisor comum não produz números inteiros. Se o
resultado é um valor decimal correspondente a uma fração racional, podemos obter inteiros pela
multiplicação pelo denominador da fração racional.
O mineral magnetita, como qualquer ímã, pode afetar a orientação da agulha de uma bússola.
Vamos, por meio do cálculo de uma fórmula empírica, analisar um composto de ferro e oxigênio
denominado “óxido de ferro preto”, que é encontrado no mineral magnetita e é usado em tinta
magnética. Quando uma amostra de 2,448 g é analisada, observa-se que ela tem 1,771 g de Fe e
0,677 g de O. Podemos determinar o número de mols de ferro e de oxigênio.
Esses resultados nos permitem escrever a fórmula como Fe 0,03171O0,0423. Sabemos que precisamos de
números inteiros para os subscritos, pois a fórmula representa átomos assim como mols, então,
vamos dividir pelo menor número, 0,03171.
Dessa vez não podemos arredondar 1,33 para 1,0, porque o decimal que queremos arredondar, 0,33,
é maior que o critério de 0,1 estabelecido anteriormente. Em base molar, a proporção de 1 para 1,33
está correta; simplesmente precisamos de uma maneira para reescrever essa proporção em números
inteiros. Para fazermos isso, precisamos reconhecer que o decimal 0,33 representa 1/3 (um terço). O
denominador é 3, e se multiplicarmos ambos os subscritos por 3, obteremos
ou a fórmula Fe3O4. A Tabela 3.1 lista alguns decimais comuns e suas frações correlatas.
Um método menos matemático que também funciona é a tentativa e erro. Primeiro, multiplique
todos os subscritos por 2; se isso não fornecer subscritos inteiros, volte e tente 3, então, 4, 5 e assim
por diante. Nesse exemplo você teria encontrado subscritos inteiros depois de multiplicar por 3.
FERRAMENTAS
Quando o alumínio é produzido por eletrólise, obtemos 5,68 toneladas de alumínio e 5,04 toneladas
de oxigênio. Qual é a fórmula empírica do composto que está sendo eletrolisado?
Nem sempre é possível obter as massas de todos os elementos em um composto pelo uso de apenas
uma amostra pesada. Frequentemente são necessárias duas ou mais análises realizadas em diferentes
amostras. Por exemplo, suponha que se sabe que um composto que necessita ser analisado consiste
exclusivamente em cálcio, cloro e oxigênio. A massa do cálcio em uma amostra pesada e a massa do
cloro em outra amostra seriam determinadas em experimentos separados.
Então, os dados das massas para o cálcio e o cloro seriam convertidos em porcentagens em massa, de
forma que os dados de diferentes amostras se relacionem com o mesmo tamanho de amostra. A
porcentagem de oxigênio seria calculada pela diferença, pois % de Ca + % de Cl + % de O = 100 %. Se
escolhêssemos nosso tamanho de amostra como 100 g de nosso composto, cada porcentagem em
massa de um elemento representaria o número de gramas desse elemento na amostra. A partir desse
ponto, as massas são convertidas no número correspondente de mols de cada elemento. Finalmente,
as proporções molares são convertidas em números inteiros da maneira que acabamos de estudar,
nos fornecendo os subscritos para a fórmula empírica. Vamos ver como isso funciona.
Exemplo 3.10
Cálculo da Fórmula Empírica pela Composição Percentual
Um pó branco empregado em tintas, esmaltes e cerâmicas tem a seguinte composição percentual: Ba,
69,6 %; C, 6,09 % e O, 24,3 %. Qual é a sua fórmula empírica? Qual é o nome desse composto?
■ Observamos um princípio geral que, por supor uma amostra de 100 g, todos os sinais de
porcentagem podem ser facilmente trocados para unidades de gramas nos nossos cálculos.
Análise: Se fizermos os cálculos começando com 100 gramas desse composto, então, as porcentagens
dos elementos dados no problema são numericamente as mesmas que as massas desses elementos
em uma amostra de 100 g.
Agora que temos as massas dos elementos, podemos calcular o número de mols de cada elemento e,
então, os valores inteiros para os subscritos, conforme fizemos nos exemplos anteriores.
Montagem das Ferramentas: Vamos precisar da massa molar como nossa ferramenta para
determinar o número de mols de cada elemento. Ainda vamos necessitar dos procedimentos para
determinar subscritos inteiros.
Solução: Supondo uma amostra de 100 g do composto, convertemos 69,6 % de Ba em 69,6 g de Ba,
6,09 % de C em 6,09 g de C e 24,3 % de O em 24,3 g de O, que são, então, convertidos em mols.
Ba0,507C0,507O1,52
Os subscritos são números inteiros, então, a fórmula empírica é BaCO 3, representando o carbonato de
bário.
A Resposta É Razoável? Em primeiro lugar, encontramos subscritos inteiros e simples, o que sugere
fortemente que a resposta está correta. Além disso, nosso conhecimento a respeito de compostos
iônicos e de íons poliatômicos do Capítulo 2 nos diz que a combinação de um íon bário, Ba 2+, com o
íon carbonato, CO32–, produz a mesma fórmula que encontramos, BaCO 3. Podemos concluir que nossa
resposta é razoável.
Parte do sabor da canela vem do cinamaldeído, que tem 81,79 % de C, 6,10 % de H e o restante de
oxigênio. Determine a fórmula empírica para esse composto.
A lei da conservação da massa e seu uso com a composição percentual é importante, porque nos
permitiu determinar a quantidade de três substâncias utilizando apenas dois experimentos. Isso é
uma considerável economia de tempo e esforço. Além disso, frequentemente é difícil analisar uma
amostra para certos elementos como o oxigênio, e o uso de medições percentuais ajuda a evitar esse
problema.
Na prática, uma substância raramente é decomposta completamente até seus elementos em uma
análise quantitativa. Em vez disso, o composto é transformado em outros compostos. As reações
separam os elementos, capturando cada um inteiramente (quantitativamente) em um composto
separado, cuja fórmula é conhecida.
O dióxido de carbono e a água podem ser separados e são pesados individualmente. Observe que
todos os átomos de carbono no composto original terminam nas moléculas de CO 2 e todos os átomos
de hidrogênio estão nas moléculas de H2O. Dessa maneira, pelo menos dois dos elementos originais, C
e H, são quantitativamente medidos.
Calculamos a massa de carbono no CO2 recolhido, que é igual à massa de carbono na amostra original.
De modo semelhante, calculamos a massa de hidrogênio na H 2O recolhida, que é igual à massa de
hidrogênio na amostra original. Quando somadas, a massa de C e a massa de H são menores que a
massa total da amostra, porque a amostra também contém oxigênio. A lei da conservação da massa
nos permite subtrair a soma das massas de C e H da massa da amostra original de modo a obter a
massa de oxigênio na amostra do composto.
A determinação da massa de carbono e hidrogênio em um composto pode ser feita pela queima do
composto em oxigênio puro na presença de substâncias chamadas catalisadores. Essas substâncias
aceleram a reação de modo a garantir a completa conversão do carbono em CO 2 e do hidrogênio em
H2O. A corrente de gases passa através de um tubo pré-pesado contendo sulfato de cálcio anidro e,
então, atravessam um segundo tubo pré-pesado contendo hidróxido de sódio. O primeiro tubo
absorve a água e o segundo absorve o dióxido de carbono, conforme se vê na Figura 1.
O aumento das massas desses tubos representa as massas do CO 2 e da H2O a partir das quais as
massas de carbono e de hidrogênio podem ser calculadas. Se um composto contém oxigênio, a sua
massa será determinada pela subtração da massa de hidrogênio e carbono da massa total queimada.
Os compostos que contêm nitrogênio, enxofre ou um halogênio são mais difíceis de analisar e
frequentemente requerem demorados experimentos adicionais.
Figura 1 Análise clássica de CH. Esse arranjo experimental mostra o oxigênio puro adicionado ao
composto. Os produtos da combustão são absorvidos pela reação com substâncias químicas nos
tubos em U. O sulfato de cálcio absorve a água e o hidróxido de sódio absorve o dióxido de carbono.
Figura 2 Diagrama de um sistema de análise elementar CHNS automatizado. O diagrama ilustra a
câmara de combustão, a coluna de cromatografia, um detector de condutividade térmica e uma
amostra de um cromatograma com picos para N2, CO2, H2O e SO2.
Exemplo 3.11
Fórmula Empírica a Partir da Análise Indireta
Uma amostra de 0,5438 grama de líquido puro consistindo apenas em C, H e O foi queimada em 100
% de oxigênio, sendo obtidos 1,039 g de CO 2 e 0,6369 g de H2O. Qual é a fórmula empírica do
composto?
Análise: São diversas as etapas nesse problema. Primeiramente, precisamos calcular a massa dos
elementos, C e H, determinando o número de gramas de C no CO 2 e o número de gramas de H na
H2O. Então, a massa de oxigênio é determinada por diferença. Em seguida, usamos as massas de C, H
e O para calcular o número de mols de cada um deles. Finalmente, utilizamos nossos procedimentos
para a conversão dos mols de cada elemento em subscritos inteiros na fórmula empírica.
Depois precisamos das equivalências de proporção molar que obtivemos a partir das fórmulas.
Isso é semelhante aos cálculos no Exemplo 3.6, onde usamos a sequência de conversão normal de
gramas de composto em gramas de um elemento no composto
Após termos a massa de cada elemento, vamos converter todas as massas em mols. A etapa final é
converter o número de mols calculados de cada elemento em um subscrito inteiro para a nossa
fórmula.
A diferença entre esse total e a massa de 0,5438 g da amostra original é a massa de oxigênio (o único
outro elemento presente).
Dessa maneira, nossa fórmula empírica preliminar é C0,02361H0,070701O0,1181. Dividimos todos esses
subscritos pelo menor número, 0,01181.
Os resultados são aceitavelmente próximos de números inteiros para que possamos concluir que a
fórmula empírica é C2H6O.
A Resposta É Razoável? Nossas verificações dos problemas precisam ser rápidas e eficientes. O fato
dos subscritos inteiros terem sido determinados de maneira fácil sugere que a resposta esteja correta
e geralmente podemos parar por aqui. Caso seja necessária maior confirmação, podemos estimar as
respostas nas etapas individuais.
Uma amostra que contém apenas enxofre e carbono é completamente queimada no ar produzindo
0,640 g de SO2 e 0,220 g de CO2. Qual é a fórmula empírica? (Sugestão: Use as ferramentas para
relacionar gramas de um composto com gramas de um elemento.)
A fórmula empírica é a fórmula unitária aceita para compostos iônicos. No entanto, para compostos
moleculares, os químicos preferem as fórmulas moleculares, porque elas dão o número de átomos de
cada tipo em uma molécula, em vez de apenas a proporção mais simples de mols dos elementos em
um composto, conforme é feito pela fórmula empírica.
■ Existem muitos métodos para determinar as massas moleculares. Eles são discutidos nos Capítulos
10 e 12. Também podem ser empregados instrumentos, como os espectrômetros de massa descritos
no Capítulo 2.
Às vezes, a fórmula empírica e a fórmula molecular são iguais. Dois exemplos são a H 2O e o NH3.
Quando elas são diferentes, os subscritos da fórmula molecular são inteiros múltiplos daqueles na
fórmula empírica. Os subscritos da fórmula molecular P4O10, por exemplo, são duas vezes aqueles na
fórmula empírica, P2O5, conforme vimos anteriormente. A massa molecular do P 4O10 é, da mesma
forma, duas vezes a massa da fórmula empírica do P2O5.
Essa observação nos fornece uma maneira de determinar a fórmula molecular para um composto,
contanto que tenhamos uma maneira de determinar experimentalmente a massa molecular do
composto. Se a massa molecular experimental for igual à massa da fórmula empírica calculada, a
fórmula empírica será a mesma que a fórmula molecular. Caso contrário, a massa molecular será um
múltiplo inteiro da massa da fórmula empírica. Qualquer que seja o inteiro, é um multiplicador
comum para os subscritos da fórmula empírica.
Exemplo 3.12
Determinação da Fórmula Molecular por Meio da Fórmula Empírica e da Massa Molecular
O estireno, a matéria-prima para a produção de espumas de poliestireno, tem fórmula empírica CH.
Sua massa molar é 104. Qual é a sua fórmula molecular?
Montagem das Ferramentas: A relação entre as fórmulas empírica e molecular nos diz que a massa
molecular do estireno dividida pela massa fórmula da fórmula empírica vai resultar em um inteiro que
representa o número de fórmulas unitárias empíricas na própria molécula.
Para obter a fórmula molecular, todos os subscritos da fórmula empírica são multiplicados por esse
inteiro.
Para determinar quantas unidades de CH pesando 13,02 estão em uma massa de 104, dividimos.
Arredondando para 8, vemos que oito unidades de CH compõem a fórmula molecular do estireno, e o
estireno deve ter subscritos 8 vezes os do CH. Portanto, o estireno é C8H8.
A fórmula empírica da hidrazina é NH 2 e a sua massa molecular é 32,0. Qual é a sua fórmula
molecular? (Sugestão: Lembre-se da relação entre as fórmulas molecular e empírica.)
Neste ponto vamos ver que uma equação química balanceada é uma ferramenta utilíssima para a
solução de problemas. Vimos no Capítulo 2 que uma equação química é uma descrição quantitativa
abreviada de uma reação química. Uma equação é balanceada quando todos os átomos presentes
entre os reagentes (escritos à esquerda da seta) também estão presentes entre os produtos (escritos
à direita da seta). Os coeficientes, os números colocados na frente das fórmulas, são números
multiplicadores para suas respectivas fórmulas que são usados para balancear uma equação.
Etapa 1.Escreva a “equação” desbalanceada. Organize as fórmulas no padrão de uma equação com os
sinais de mais e uma seta (pense em uma seta como um sinal de igualdade, porque precisamos
terminar com o mesmo número de cada átomo em ambos os lados). Use fórmulas corretas. (Você
aprendeu a escrever muitas delas no Capítulo 2, então, continue praticando suas habilidades em
escrever fórmulas.)
Etapa 2.Ajuste os coeficientes para obter números iguais de cada tipo de átomo em ambos os lados
da seta. Quando efetuar a etapa 2, não faça nenhuma mudança nas fórmulas, ou nos símbolos
atômicos ou seus subscritos. Se você fizer, a equação vai envolver substâncias diferentes daquelas
que são desejadas. Frequentemente ajuda começar o processo com a fórmula mais complexa,
deixando os elementos e compostos simples para o fim.
Vamos começar com equações simples que podem ser balanceadas facilmente por inspeção. Um
exemplo é a reação do zinco metálico com o ácido clorídrico (veja a foto à margem). Em primeiro
lugar, necessitamos das fórmulas corretas, e, dessa vez, vamos incluir os estados físicos, pois eles
podem não ser óbvios. Os reagentes são o zinco, Zn(s), e o ácido clorídrico, HCl(aq), uma solução
aquosa do cloreto de hidrogênio gasoso. Também precisamos de fórmulas para os produtos. O Zn se
transforma em um composto hidrossolúvel, o cloreto de zinco, ZnCl 2(aq), e o gás hidrogênio, H2(g), é o
outro produto que borbulha no meio reacional. (Lembre-se de que o hidrogênio é um dos elementos
que ocorrem naturalmente na forma de uma molécula diatômica, não como um átomo.)
Etapa 2.Ajuste os coeficientes para obter números iguais de cada tipo de átomo em ambos os lados
da seta.
Não existe um conjunto simples de regras para o ajuste de coeficientes — conforme você pode ter
descoberto, a experiência é o que mais ajuda. A experiência ensinou aos químicos que as seguintes
regras frequentemente chegam à solução mais diretamente quando elas são aplicadas na ordem que
é apresentada a seguir.
2.Balanceie os átomos que aparecem em apenas duas fórmulas: uma como reagente e a outra como
produto. (Deixe os elementos que aparecem em três ou mais fórmulas para mais tarde.)
3.Balanceie como um grupo os íons poliatômicos que aparecem inalterados em ambos os lados da
seta.
Usando as regras fornecidas aqui, vamos deixar o Zn(s) e o H 2(g) para mais tarde. As duas fórmulas
restantes têm o cloro em comum. Como há dois Cl à direita da seta, mas apenas um à esquerda,
colocamos o 2 na frente do HCl no lado esquerdo. Lembre-se de que isso também estabelece o
coeficiente do ZnCl2 como 1, o que, por costume, não é escrito. O resultado é
Então, balanceamos o hidrogênio e o zinco para ver se são necessárias mudanças adicionais nos
coeficientes. Agora tudo está balanceado. Em cada lado encontrados 1 Zn, 2 H e 2 Cl. Uma
complicação é que pode ser escrito um número infinito de equações balanceadas para qualquer
reação dada! Por exemplo, poderíamos ter ajustado os coeficientes de modo que nossa equação
ficasse como é visto a seguir.
■ Embora os menores coeficientes constituídos por números inteiros sejam preferidos, os cálculos
estequiométricos ainda funcionam para outros coeficientes, contanto que a equação esteja
balanceada.
Essa equação também está balanceada. Para maior simplicidade, os químicos preferem os menores
coeficientes constituídos por números inteiros quando escrevem equações balanceadas.
Exemplo 3.13
Escrevendo uma Equação Balanceada
O hidróxido de sódio e o ácido fosfórico, H3PO4, reagem como soluções aquosas dando fosfato de
sódio e água. O fosfato de sódio permanece na solução. Escreva a equação balanceada dessa reação.
Análise: Primeiramente, precisamos escrever uma equação desbalanceada que inclui as fórmulas dos
reagentes no lado esquerdo e as fórmulas dos produtos na direita. Então, precisamos usar os
procedimentos vistos anteriormente para balancear a equação.
Montagem das Ferramentas: Primeiramente, precisamos das fórmulas para os reagentes e produtos
para escrevermos a equação desbalanceada. Temos a fórmula do ácido fosfórico e, partindo das
ferramentas de nomenclatura no Capítulo 2, a fórmula do hidróxido de sódio é NaOH e do fosfato de
sódio é Na3PO4. A fórmula da água é H 2O. Finalmente, utilizamos nossas regras para balanceamento
de equações químicas.
■ Quando uma reação ocorre em solução aquosa, a água não é água pura, então, o (l) não é
apropriado. Além disso, o termo (aq) não tem sentido, pois estaríamos dizendo “uma solução aquosa
de água”. Portanto, na química de soluções o estado da água não é especificado.
Vamos nos concentrar no balanceamento dos átomos de Na e de P em primeiro lugar, pois os átomos
de H e O aparecem em mais de duas fórmulas. Concentrando-nos no Na primeiramente, há 3 Na no
lado direito, então, colocamos um 3 na frente do NaOH no lado esquerdo, como uma tentativa.
Lembre-se de que essa etapa também coloca o 1, que não é escrito, na frente da fórmula Na3PO4.
Agora que o Na está em equilíbrio, podemos nos concentrar no P. Como todo o fósforo é encontrado
nas unidades de PO4, vamos balancear as unidades de fosfato como um grupo de átomos em vez de
individualmente. Vemos que a unidade PO4 já está balanceada, o que significa que o H 2PO4 tem um
coeficiente igual a 1. Apenas o coeficiente para a água não foi ainda atribuído. Podemos ver que o
lado dos reagentes tem 6 átomos de H e 3 de O (observe que não contamos os átomos de oxigênio
nas unidades PO4, pois eles já foram balanceados), o que produzirá 3 moléculas de H 2O. Desse modo,
o coeficiente da água deverá ser três.
A Resposta É Razoável? Para verificar se temos uma reação química balanceada, precisamos contar os
átomos em ambos os lados da seta. Em cada lado temos 3 Na, 1 PO 4, 6 H e 3 O além daqueles no PO4,
e, como os coeficientes para o H3PO4(aq) e o Na3PO4(aq) são 1, nossos coeficientes não podem ser
reduzidos a números inteiros menores.
Quando são misturadas soluções aquosas de nitrato de bário, Ba(NO 3)2, e fosfato de amônio
(NH4)3PO4, ocorre uma reação onde o fosfato de bário sólido, Ba 3(PO4)3, se separa da solução. O outro
produto é o NH4NO3(aq). Escreva a equação balanceada. (Sugestão: Quais são as etapas necessárias
para o balanceamento de uma equação química?)
Exercício Proposto 3.27
Escreva a equação química balanceada que descreve o que acontece quando uma solução contendo
cloreto de cálcio é misturada com uma solução contendo carbonato de potássio e o produto da
reação é carbonato de cálcio sólido e uma solução de cloreto de potássio.
A estratégia de balancear unidades inteiras de íons poliatômicos, como o PO 43–, como um grupo é
extremamente útil. Fazendo uso desse método, temos menos contagem de átomos para fazer e o
balanceamento das equações frequentemente é mais fácil.
Até agora nos concentramos em proporções molares entre elementos em um único composto. Vimos
que o fator de conversão essencial entre substâncias em um composto é a proporção molar obtida
pela fórmula do composto. Agora, vamos estender esse conceito de proporção molar para relacionar
substâncias envolvidas em uma reação química.
Para ver como as equações químicas podem ser utilizadas para a obtenção de relações mol a mol,
considere a equação que descreve a queima do octano (C 8H18) em oxigênio (O2) dando dióxido de
carbono e vapor d’água:
■ A equação química fornece as quantidades relativas de cada uma das moléculas que participam de
uma reação. Ela não quer dizer que 2 moléculas de octano realmente colidem com 25 moléculas de
O2. A reação real ocorre em muitas etapas que a equação química não mostra.
Quando duas moléculas de octano líquido reagem com vinte e cinco moléculas de oxigênio gasoso,
são produzidas 16 moléculas de dióxido de carbono gasoso e 18 moléculas de vapor d’água.
Esse enunciado sugere imediatamente muitas relações equivalentes que podem ser usadas para
construir fatores de conversão para problemas de estequiometria:
Qualquer dessas relações microscópicas pode ser levada para a escala macroscópica de laboratório
multiplicando-se ambos os lados da equivalência pelo número de Avogadro, que efetivamente nos
permite substituir “moléculas” por “mols” ou “mol”:
Dois mols de octano líquido reagem com vinte e cinco mols de oxigênio gasoso produzindo 16 mols de
dióxido de carbono gasoso e 18 mols de vapor d’água.
FERRAMENTAS
Para generalizar esse enunciado, podemos dizer que os coeficientes em reações químicas
balanceadas nos dão as relações entre os números de mols que podemos utilizar em fatores de
equivalência e de conversão. Para utilizar essas equivalências em um problema de estequiometria, a
equação deve ser uma equação balanceada. Isso significa que todo átomo encontrado nos reagentes
também deve ser encontrado em algum lugar nos produtos. Você sempre deve ver se isso é verdade
ou não para uma dada equação antes de poder empregar os coeficientes na construção de
equivalências e fatores de conversão.
Em primeiro lugar, vamos ver como as relações entre os números de mols, obtidas partindo de uma
equação química, podem ser utilizadas para converter mols de uma substância em mols de outra,
quando ambas as substâncias estão envolvidas em uma reação química.
Exemplo 3.14
Estequiometria de Reações Químicas
Quantos mols de fosfato de sódio podem ser produzidos a partir de 0,240 mol de hidróxido de sódio
pela seguinte equação desbalanceada?
Análise: Temos uma equação desbalanceada e teremos de balanceá-la primeiro, antes de podermos
determinar uma proporção molar apropriada. Então, a questão nos pede para relacionar quantidades,
em mols, de duas substâncias diferentes; para tanto, vamos precisar de uma proporção molar.
Partindo dos coeficientes da equação química balanceada, podemos escrever a equivalência entre o
NaOH e o Na3PO4 como
Isso nos permite preparar o fator de conversão de proporção molar que necessitamos,
A Resposta É Razoável? A equação balanceada nos diz que 3 mols de NaOH 1 mol de Na 3PO4, de modo
que o número real de mols de Na3PO4 (0,0800 mol) deverá ser um terço do número real de mols de
NaOH (0,240 mol), e é isso o que ocorre. Podemos também verificar que as unidades se cancelam
corretamente.
Na reação 2SO2(g) + O2(g) → 2SO3(g), quantos mols de O2 são necessários para produzir 6,76 mols de
SO3? (Sugestão: Escreva a igualdade que relaciona o O2 com SO3.)
Quantos mols de ácido sulfúrico, H 2SO4, são necessários para reagir com 0,366 mol de NaOH pela
seguinte equação química balanceada?