Calendário Gregoriano - Wikipédia, A Enciclopédia Livre

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Calendário

gregoriano
calendário mais utilizado
no mundo

O calendário gregoriano é um calendário de origem


europeia, utilizado oficialmente pela maioria dos países. Foi
promulgado pelo Papa Gregório XIII [1] (1502–1585) a 24 de
fevereiro do ano 1582 pela bula Inter gravíssimas em
substituição do calendário juliano implantado pelo líder
romano Júlio César (100–44 a.C.) em 46 a.C..[2]
Papa Gregório XIII
História

Christopher Clavius

O Papa Gregório XIII reuniu um grupo de especialistas para


corrigir o calendário juliano. O objetivo da mudança era
fazer regressar o equinócio da primavera para o dia 21 de
março e desfazer o erro de 10 dias existente na época. A
Comissão preparou um documento, o Compendium, em
1577, enviado no ano seguinte aos Príncipes e matemáticos
para darem o seu parecer.

Após cinco anos de estudos, foi promulgada a bula papal


Inter Gravissimas.[3]

Neste grupo de estudiosos participaram Christopher


Clavius[4] (1538-1612) jesuíta alemão, sábio e matemático,
Ignazio Danti[5] (1536-1586) dominicano, matemático,
astrónomo e cartógrafo italiano e Luigi Giglio [6] (1510-
1576) médico, filósofo, astrónomo e cronologista italiano.

A bula pontifícia também determinava regras para


impressão dos calendários, com o objetivo de que eles
fossem mantidos íntegros e livres de falhas ou erros. Era
proibido a todas as gráficas com ou sem intermediários
publicar ou imprimir, sem a autorização expressa da Santa
Igreja Romana, o calendário ou o martirológio[7] em
conjunto ou separadamente, ou ainda de tirar proveito de
qualquer forma a partir dele, sob pena de perda de
contratos e de uma multa de 100 ducados de ouro a ser
paga à Sé Apostólica. A não observância ainda punia o
infrator a pena de excomunhão latae sententiae e a outras
tristezas.[8]

Oficialmente o primeiro dia deste novo calendário foi 15 de


Outubro de 1582.
As mudanças

Detalhe da tumba do papa


Gregório XIII celebrando a introdução
do calendário gregoriano

Em Portugal, a
aplicação da Bula da
Reforma gregoriana e o
calendário gregoriano
entrou em vigor na data
determinada pela Santa
Sé em virtude de uma
lei de Filipe I de
Portugal, assinada em
Lisboa, a 20 de
setembro do mesmo
ano, e escrita em
português de acordo
com as garantias
aprovadas nas Cortes
de Tomar de 1581,
quando foi proclamado
rei de Portugal.[9]
Foram omitidos dez
dias do calendário
juliano, deixando de
existir os dias de 5 a 14
de outubro de 1582. A
bula ditava que o dia
imediato à quinta-feira,
4 de outubro, fosse
sexta-feira, 15 de
outubro.[10]
Os anos seculares só
são considerados
bissextos se forem
divisíveis por 400. Desta
forma a diferença
(atraso) de três dias em
cada quatrocentos anos
observada no
calendário juliano
desaparecem.[3]
Corrigiu-se a medição
do ano solar, o ano
gregoriano dura em
média 365 dias, 5 horas,
49 minutos e 12
segundos, ou seja, 27
segundos a mais do que
o ano trópico.[3]
Críticas
O calendário gregoriano apresenta alguns defeitos, tanto
sob o ponto de vista astronômico, como no seu aspecto
prático. Por exemplo, o número de dias de cada mês é
irregular (28 a 31 dias); além disso a semana, adotada
quase universalmente como unidade laboral de tempo, não
se encontra integrada nos meses e muitas vezes fica
repartida por dois meses diferentes, prejudicando a
distribuição racional do trabalho e dos salários.[3]

Outro problema é a mobilidade da data da Páscoa, que


oscila entre 22 de março e 25 de abril, perturbando a
duração dos trimestres escolares e de numerosas outras
atividades econômicas e sociais.[3]

Aceitação
A mudança para o calendário gregoriano deu-se ao longo de
mais de três séculos. Primeiramente foi adotado por
Portugal, Espanha, Itália e Polônia; e de modo sucessivo,
pela maioria dos países católicos europeus. Os países onde
predominava o luteranismo e o anglicanismo tardariam a
adotá-lo, caso da Alemanha (Baviera, Prússia e demais
províncias) (1700) e Grã-Bretanha (Inglaterra e País de
Gales) (1752). A adoção deste calendário pela Suécia foi
tão problemática que até gerou o dia 30 de fevereiro. A
China aprovou-o em 1912, a Bulgária em 1916, a Rússia em
1918, a Roménia em 1919, a Grécia em 1923 e a Turquia em
1926.[11]

Alguns povos conservam outros calendários para uso


religioso inclusive com cronologia diferente da adotada pela
Igreja Católica Romana. Conforme proposta feita por
Dionísius Exiguus[12] (470 - 544) monge romeno o marco
inicial da cronologia cristã tem como data o ano do
nascimento de Cristo.[13]

Segundo o calendário gregoriano, hoje é 26 de março de


2024. Para esta mesma data outros calendários apontam
anos diferentes, como: Ab urbe condita 2777; Calendário
Babilônico 6774; Calendário bahá'í 180–181; Calendário
budista 2568; Calendário hebreu 5784–5785; Calendário
hindu Vikram Samvat 2080–2081; Calendário hindu Shaka
Samvat 1946–1947; Calendário hindu Kali Yuga 5125–5126;
Calendário Holoceno 12024; Calendário iraniano 1402–
1403; Calendário Islâmico 1445–1446 entre outros.
Dias, semanas e
meses
Divisão do Calendário
Nº Mês Dias

1 Janeiro 31

2 Fevereiro 28 ou 29

3 Março 31

4 Abril 30

5 Maio 31

6 Junho 30

7 Julho 31

8 Agosto 31

9 Setembro 30

10 Outubro 31

11 Novembro 30

12 Dezembro 31
Nomes dos dias da semana [14]
Nº Latim

Dies Dominica aut Solis dies (Dia do


1 domingo
Senhor ou Dia do Sol)

2 segunda-feira Lunae dies (Dia da Lua)

3 terça-feira Martis dies (Dia de Marte)

Mercurii dies (Dia de


4 quarta-feira
Mercúrio)

5 quinta-feira Jovis dies (Dia de Júpiter)

6 sexta-feira Veneris dies (Dia de Vénus)

7 sábado Saturni dies (Dia de Saturno)

Dia: é a unidade fundamental de tempo adotada pelo


calendário gregoriano. Um dia é equivalente a 86 400
segundos de Tempo Atômico Internacional (TAI).[15]

Semana: é um período de 7 dias.[16]

O primeiro dia da semana é o Domingo, a segunda-feira é o


segundo dia da semana e o primeiro dia útil.

Nomes dos mesesː[17]


Janeiro: Jano, deus
romano das portas,
passagens, inícios e
fins.
Fevereiro: Fébruo, deus
etrusco da morte;
Februarius (mensis),
"Mês da purificação" em
latim, parece ser uma
palavra de origem
sabina e o último mês
do calendário romano
anterior a 45 a.C..
Relacionado com a
palavra "febre".
Março: Marte, deus
romano da guerra.
Abril: É o quarto mês do
calendário gregoriano e
tem 30 dias. O seu
nome deriva do latim
April, que significa abrir,
numa referência à
germinação das
culturas. Outra hipótese
sugere que Abril seja
derivado de Apro, o
nome etrusco de Vénus,
deusa do amor e da
paixão. Além de ser o
único mês que termina
com "L" em vez de "O".
Maio: Maia Maiestas,
deusa romana.
Junho: Juno, deusa
romana, esposa do
deus Júpiter.
Julho: Júlio César,
general romano. O mês
era anteriormente
chamado Quíncio, o
quinto mês do
calendário de Rómulo.
Agosto: Augusto,
primeiro imperador
romano. O mês era
anteriormente chamado
Sêxtil, o sexto mês do
calendário de Rómulo.
Setembro: septem,
"sete" em latim; o
sétimo mês do
calendário de Rómulo.
Outubro: octo, "oito" em
latim; o oitavo mês do
calendário de Rómulo.
Novembro: novem,
"nove" em latim; o nono
mês do calendário de
Rómulo.
Dezembro: decem, "dez"
em latim; o décimo mês
do calendário de
Rómulo.
ISO 8601
A norma ISO 8601 emitida pela Organização Internacional
para Padronização (International Organization for
Standardization, ISO) é utilizada para representar data e
hora. Especificamente esta norma define: “Elementos de
dados e formatos de intercâmbio para representação e
manipulação de datas e horas”.[18]

Ver também

Calendário gregoriano
proléptico
Calendário Holoceno
Calendário Fixo
Internacional
Datas de estilo antigo e
novo estilo

Referências

1. Agostino Borromeo.
«Gregorio XIII» (http://
www.treccani.it/encicl
opedia/gregorio-xiii_
(Enciclopedia_dei_Pa
pi)/) (em italiano).
Enciclopedia dei Papi
(2000). Consultado
em 13 de fevereiro de
2012
2. Richards, E. G. (2013).
Urban, Sean E.;
Seidelmann, P.
Kenneth (eds.).
Explanatory
Supplement to the
Astronomical
Almanac (3rd ed.).
Mill Valley, Calif:
University Science
Books. ISBN 978-1-
891389-85-6, p. 595
3. Manuel Nunes
Marque. «Calendário
Gregoriano» (http://w
ww.ufrgs.br/museude
topografia/Artigos/Ca
lend%C3%A1rios_greg
oriano_6.pdf) (PDF).
Museu de Topografia
Prof. laureani Ibrahim
Chaffe, Departamento
de Geodésia –
UFRGS. Consultado
em 10 de fevereiro de
2012
4. The Catholic
Encyclopedia.
«Christopher Clavius»
(http://www.newadve
nt.org/cathen/04009
a.htm) (em inglês).
Consultado em 11 de
fevereiro de 2012
5. «Catholic
Encyclopedia
(1913)/Aloisius
Lilius» (https://en.wiki
source.org/wiki/Cath
olic_Encyclopedia_(19
13)/Aloisius_Lilius) .
Wikisource.
Consultado em 25 de
fevereiro de 2016
6. «Catholic
Encyclopedia
(1913)/Aloisius
Lilius» (https://en.wiki
source.org/wiki/Cath
olic_Encyclopedia_(19
13)/Aloisius_Lilius) .
Wikisource.
Consultado em 11 de
fevereiro de 2012
7. Èulogos. «Conferenza
Stampa Di
Presentazione Del
Nuovo Martirologio
Romano» (http://ww
w.intratext.com/X/ITA
0476.HTM) (em
italiano). I Edizione
IntraText CT.
Consultado em 13 de
fevereiro de 2012
8. Papa Gregório XIII
(1582). «Inter
Gravissimas» (http://
www.bluewaterarts.co
m/calendar/NewInter
Gravissimas.htm)
(em latim).
Consultado em 11 de
fevereiro de 2012
9. Filipe I, rei de
Portugal. «Lei de
adopção do
calendário
gregoriano» (https://di
gitarq.arquivos.pt/det
ails?id=4223277/) .
Consultado em 19 de
dezembro de 2018
10. «Calendário
Gregoriano» (http://w
ww.calendariodoano.
com.br/calendario-gre
goriano/) . Calendário
do Ano. Consultado
em 26 de dezembro
de 2016
11. Edição especial do
Correio da Manhã -
"Os Papas - De São
Pedro a João Paulo II"
- Fascículo X,
"Gregório XIII, o Papa
que acertou o
calendário", página
219, ano 2005.
12. The Catholic
Encyclopedia.
«Dionysius Exiguus»
(http://www.newadve
nt.org/cathen/05010
b.htm) (em inglês).
Consultado em 11 de
fevereiro de 2012
13. Ricardo Moretz Sohn
(fevereiro de 2000).
«Tempo, o que serás
tu?» (https://sites.goo
gle.com/site/richard
msohn/tempo) .
Consultado em 13 de
fevereiro de 2013
14. Marina Motomura.
«Por que os dias da
semana têm "feira" no
nome?» (http://mundo
estranho.abril.com.br/
materia/por-que-os-di
as-da-semana-tem-fei
ra-no-nome) . Mundo
Estranho, Abril
Cultural. Consultado
em 11 de fevereiro de
2012
15. BIPM. «International
Atomic Time (TAI)» (h
ttp://www.bipm.org/e
n/scientific/tai/) (em
inglês). Annual Report
on Time Activities.
Consultado em 13 de
fevereiro de 2012
16. Antonio Luiz M. C.
Costa. «A origem dos
sete dias» (http://terra
magazine.terra.com.b
r/interna/0,,OI182710
8-EI6607,00.html) .
Terra Magazine.
Consultado em 13 de
fevereiro de 2012
17. Mundo Estranho.
«Qual é a origem dos
nomes dos meses?»
(http://mundoestranh
o.abril.com.br/materi
a/qual-e-a-origem-dos
-nomes-dos-meses) .
Abril Cultural.
Consultado em 11 de
fevereiro de 2012
18. International
Organization for
Standardization.
«Numeric
representation of
dates and time» (htt
p://www.iso.org/iso/s
upport/faqs/faqs_wid
ely_used_standards/w
idely_used_standards
_other/date_and_time
_format.htm) (em
inglês). Consultado
em 11 de setembro
de 2012

Bibliografia

Moyer, G. «Luigi Lilio and


the Gregorian reform of
the calendar». Sky and
Telescope. 64 (11): 418–
9.
Bibcode:1982S&T....64..4
18M (http://ui.adsabs.ha
rvard.edu/abs/1982S&
T....64..418M)
Bond, J.J. (1966). Handy
Book of Rules and
Tables for Verifying
Dates within the
Christian Era. [S.l.]:
Russell & Russell, a
Division of Atheneum
House Inc

Ligações externas

«Calendários, Renato Las


Casas, Observatório da
UFMG» 🔗 (http://www.o
bservatorio.ufmg.br/pas
39.htm)
«Como se contam os
anos, Fabiano
Maisonnave, UOL» 🔗 (ht
tp://www1.uol.com.br/bi
bliot/linhadotempo/cont
andoanos.htm)
«Calendários de todo o
mundo, em todas as
épocas» (https://www.jur
aemprosaeverso.com.b
r/TudoSobre/Calendario
sDeTodoETC.htm)
«Calendrier julien de
2012 / référence
synoptique julien-
grégorien» (http://5ko.fre
e.fr/fr/jul.php) (em
francês)

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title=Calendário_gregoriano&old
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