Apostila Aula 01

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pFoerrnanda

Scussel

Como construir a

base forte
para escrever a sua pesquisa
AULA 01 | APOSTILA

Pes uisa
experience

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Minha
história
Eu nunca quis fazer mestrado. Doutorado
então, nem sabia o que tinha que fazer para
chegar lá.

O ano era 2013 e eu estava em uma profunda


crise existencial-profissional. Já estava formada
há quase cinco anos e não via a minha carreira
deslanchar. Nem começar, pra ser bem sincera.
Eu tinha tentado várias coisas: estudei pra
concurso, trabalhei na iniciativa privada, e o que
eu mais gostava de fazer, de fato, eram as
consultorias. Eu trabalhava com consultoria de
pesquisa de mercado, e eu AMAVA estudar para
compor meus relatórios. Foi daí que surgiu
também a oportunidade para algumas
palestras, e eu AMEI palestrar. As pessoas
pareciam gostar também.

Foi aí que meu marido me disse: “você precisa


dar aulas, você é boa, você gosta de estudar,
você se dedica”. E eu disse a ele que eu nem
saberia como fazer isso. Ele me respondeu:
“Por que você não tenta um mestrado? É a sua
cara!”

Nós estávamos morando em Brasília, por conta


do trabalho dele, e ele disse: “procura algo na
UnB, que é gratuita, quem sabe tem alguma
coisa esse ano ainda”. Eu não tinha ideia do que
eu encontraria dentro de um mestrado e
também não sabia absolutamente nada sobre o
que eu teria que fazer para entrar, mas comecei
a busca pelo bom e velho Google.
Vi no site que teria um processo seletivo para o mestrado em Administração
(minha área de formação) final de 2013, e me inscrevi. Passei muitas tardes na
biblioteca da UnB buscando livros de metodologia para fazer o meu projeto.
Perdi a conta de quantas buscas improdutivas eu fiz no Google de conteúdo
que pudesse me ajudar a fazer o projeto, um exemplo, um modelo. Nada. Fui
na fé e entreguei o projeto. Passei na fase do projeto. Aí veio a entrevista, e eu
tive certeza de que não iria passar. Eram dois professores casca grossa, me
fizeram perguntas que eu nem tinha ideia do que eles estavam falando, mas
não abaixei a cabeça e mostrei que eu poderia não saber muita coisa, mas eu
era um bicho focado em aprender. A tentativa deu certo e eu fui aprovada.

O início do mestrado foi como chegar em um outro país. Sozinha, sem um


mapa e sem saber nada do idioma local. Deu um certo desespero, mas eu
tratei de transformar esse desespero em foco. Passei os primeiros meses
muito, muito quieta, observando e captando todas as palavras que eu
desconhecia. Capes? Revista científica? Qualis? Qualificação? Lacuna de
pesquisa? Artigo? Um mundo completamente novo, mas que me deixou
curiosa. Não sei se foi bem curiosidade ou teimosia que me conduziram, mas
eu estava disposta a entender aquele contexto.

Só sei que no meio do mestrado, enquanto estava começando a entender


aquele mundo novo, eu já sabia que queria “morar naquele país novo”, e
surgiu a certeza de que eu faria o doutorado logo na sequencia. O plano
estava montado na minha cabeça: fazer um mestrado bem feito e com uma
boa dissertação que pudesse gerar artigos para publicar, entrar no doutorado
e publicar bastante, e passar para um concurso de professor permanente na
Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, nossa cidade natal
e para onde estávamos retornando depois de morar em Brasília.

A parte do doutorado aconteceu, não exatamente como eu previa, mas


aconteceu. Em outra cidade, outro programa, outra turma, eu encontrei um
país diferente daquele que havia conhecido no mestrado. Certa vez escutei
que o doutorado era um mergulho em águas mais profundas e eu duvidei
disso. Meu doutorado foi uma experiência completamente diferente do
mestrado. Mudei de tema, de método de pesquisa e até de orientador eu
troquei no segundo ano do doutorado, então você pode imaginar a
quantidade de emoções que passearam dentro de mim. Terminei o
doutorado com louvor e no prazo, e foi o dia mais emocionante da minha
vida, um marco na minha história pessoal. Para completar, o concurso dos
meus sonhos ia acontecer. Uma vaga na minha área, na UFSC, na minha
cidade. A vaga era minha, eu já sabia. Eu sentia.
Isso era 06 de março de 2020. Uma semana depois a pandemia fechou as
universidades. O concurso foi suspenso por prazo indeterminado. Eu era
apenas mais uma doutora desempregada e sem qualquer perspectiva
profissional. Como eu iria pagar as minhas contas?

E foi neste cenário que a Pesquisa na Prática surgiu. Eu decidi usar tudo o
que eu tinha aprendido nessa jornada para criar meus cursos e treinamentos,
para que mestrandos e graduandos pudessem ter uma jornada mais
tranquila, com mais segurança e menos stress na pós-graduação.

É um prazer e uma honra fazer parte dessa sua jornada. Eu espero que possa
contribuir para uma rotina de estudos mais leve, uma escrita mais fluida e
rápida, e uma experiência da qual você nunca vai se arrepender.

Que bom que você decidiu fazer mestrado ou doutorado.

Você talvez ainda não enxergue, não sinta,

mas a sua vida está


prestes a mudar.
Uma nova forma de
pensar a jornada da pós
Fase 01 Fase 02 Fase 01 Fase 01
Fundação Estrutura Construção Acabamento

Eu já trabalhei com centenas de alunos de mestrado e doutorado, do Brasil e


também em outros países e não adianta negar: a jornada é a mesma.

Isso porque escrever uma pesquisa não depende apenas de sentar na frente
do computador, abrir o word e desatar a escrever. Se você tentou fazer isso,
você já conhece o sabor amargo da frustração se instalando no nosso corpo.

É por isso que eu divido a jornada da pesquisa em 4 fases. A primeira delas é


a fundação, que você vai conhecer aqui nessa apostila. A segunda fase é a
estrutura, em que vamos trabalhar com uma revisão de literatura de forma
descomplicada e acabando com aquele mito de que você precisa ler tudo
sobre tudo. Na fase 3, temos a construção, e é nessa fase que vamos para a
pesquisa de campo. Na última fase, acabamento, vamos fechar seu trabalho
com chave de ouro. Para cada fase, uma estratégia e ferramentas específicas.

O resultado disso?

menos ansiedade
sensação de estar sendo produtivo
sensação de segurança
confiança para conversar com o orientador
confiança de que sabe do que está falando
escrita mais rápida
texto mais fluido
trabalho com mais qualidade
banca feliz
trabalho defendido no prazo e com louvor!

(é sério, é isso que eu vejo acontecer com meus alunos)


Não vamos
falar em “quanto
tempo” mais
Uma coisa que você deve estar se perguntando… mas quanto tempo em
cada fase?

Nós não vamos pensar assim, porque essa ideia de tempo acaba
aumentando a ansiedade, e isso manda o foco e a concentração pra longe
e é uma porta para a procrastinação entrar.

Eu prefiro trabalhar com critérios. Cada fase tem alguns critérios a serem
cumpridos para que você sinta segurança em ir para a próxima fase. Isso
aumenta o seu foco, até porque eu vou te direcionar no que fazer para
cumprir cada critério de cada fase. Vamos começar?
O que acontece
durante a fase 1?
Na Fase 1, você está começando. São os primeiros passos, então o nosso
objetivo inicial é que você construa segurança para dar os passos seguintes.
Eu chamo a Fase 1 de FUNDAÇÃO porque eu gosto muito de comparar a
construção da dissertação e da tese à construção de uma casa. Quando
pensamos na construção de uma casa, o que vem à sua cabeça? É preciso
planejar, desenhar a planta, conhecer o terreno, verificar a equipe… vamos
fazer tudo isso com a sua pesquisa, da seguinte forma:

1. ENTENDER ONDE VOCÊ ESTÁ PISANDO

É preciso que você, nessa fase, conheça seu orientador, o perfil e a forma de ele
trabalhar, para que a gente consiga das os próximos passos. Seu orientador é peça
fundamental nesse quebra-cabeça, e nós vamos aprender a conduzir essa relação
de forma profissional, sem criar atritos desnecessários para que você não sofra
nessa relação.

2. DEFINIR O SEU TEMA DE ESTUDO

Depois de conversar com seu orientador, nosso foco será escolher o seu tema, ou
seja, a área de estudo em que você vai focar.

3. CONSTRUIR A BASE DA SUA PESQUISA

Aqui, nós vamos trabalhar com dois eixos: leitura e fichamento. O fichamento é a
ponte entre a leitura e a escrita, e eu te garanto que bons fichamentos mudam
por completo a vida de um aluno de mestrado ou doutorado.
O fluxo ideal na
fase de fundação
Primeiro de tudo… Conversar com o orientador. Assim que você souber
quem é o seu orientador, você vai mandar um email ou uma mesagem de
Whatsapp dizendo mais ou menos o seguinte:

Prezado Prof. Fulano,


Me chamo Fernanda e serei sua orientanda de mestrado a
partir desde ano. Gostaria muito de marcar um horário para
conversarmos sobre a minha pesquisa. Você teria
disponibilidade para a próxima semana?
Um abraço,
Fernanda

Enviar

Você deve adaptar essa mensagem para o seu caso, mas sempre lembre que
o foco dessa mensagem precisa ser um encontro, presencial ou online, para
que vocês possam conversar sobre o que você vai fazer.
O que você precisa
perguntar nessa reunião?
Eu sugiro que você monte uma pauta, que nada mais é do que algumas
ideias em uma folha de papel, para que você saiba o que perguntar na hora
da conversa. Essa pauta deve ter os seguintes pontos:

O tema de pesquisa que você vai desenvolver:


Professor, gostaria muito de já definir o meu tema de pesquisa para
começar a fazer algumas leituras, me inteirar sobre o tema, começar a
entender um pouquinho do que eu vou estudar…

Sugestão de leituras iniciais:


Professor, você tem algumas sugestões de leituras que eu possa
iniciar, aqueles textos que você considera fundamentais?

Indicação de outros trabalhos:


Professor, será que você consegue enviar pra mim alguns trabalhos de
ex-orientandos que já defenderam pra que eu consiga entender mais
ou menos a estrutura de trabalho que você espera que eu desenvolva?

Dinâmica dos encontros:


Professor, como serão os nossos encontros? Já deixamos marcados?
Você tem alguma frequência de encontros com seus alunos, como
faremos?

Desenvolvimento da sua pesquisa:


Qual seria o primeiro passo para a minha pesquisa? Por onde o
professor sugere que eu comece?
Leituras
preliminares
Depois de saber qual o seu tema, nós vamos começar a trabalhar nas leituras
preliminares.

Nós vamos criar um bloco de 15 a 20 artigos sobre o seu tema para que você
comece a entender sobre ele. Você pode buscar esses artigos no Google
acadêmico, na Scielo e no Portal Capes.

Esse bloco de 15 a 20 artigos precisa ter:

5 artigos conceituais

Artigos de revisão sobre o seu tema

10 artigos empíricos
Fichamentos iniciais
TÍTULO DO ARTIGO:

OBJETIVOS DESTE ARTIGO:

PRINCIPAIS IDEIAS APRESENTADAS NO REFERENCIAL TEÓRICO DESTE ARTIGO:

MÉTODO:

-Coleta de dados:
- Análise dos dados:

PRINCIPAIS RESULTADOS E DISCUSSÕES (COM SUAS PALAVRAS):

PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES (COM SUAS PALAVRAS):

LACUNAS APONTADAS PELOS AUTORES AO FINAL DO TEXTO


E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS:

Observação: tente ao máximo não usar o recurso control c + control v. A ideia


é que você vá trazendo suas interpretações das obras que ler, assim já tem
material pronto para usar depois na sua construção e, além disso, te
resguarda de cair no plágio.
Construir o esboço
da introdução
Os fichamentos permitem que a gente construa o esboço, que é a base para
a nossa pesquisa. Eu sempre digo para os meus alunos que o esboço não é
pra ser bonito e nem caprichado, porque ele é uma ferramenta para você
começar. O objetivo aqui é que você tenha um esqueleto do que você vai
construir. Você vai construir um esboço da sua introdução, que nem esse
aqui:

QUAL O SEU TEMA?

Definição
Conceitos
Quando ele começou a ser estudado

PANORAMA ATUAL

Como esse tema foi sendo estudado ao longo do tempo?


Como esse tema é pesquisado atualmente?
Comente pelo menos 5 frases que ilustrem a pesquisa atual do tema
Traga pelo menos 5 exemplos de contextos em que o seu tema foi estudado

POSSÍVEIS LACUNAS

Diante do panorama atual, quais possibilidades de pesquisas poderíamos


pensar?
Cite pelo menos 3 palpites

PERGUNTA DE PESQUISA PRELIMINAR

Escreva 3 possíveis perguntas de pesquisa, pensando no que você já escreveu

OBJETIVO GERAL PRELIMINAR

Escreva 3 possíveis objetivos de pesquisa, pensando nas 3 lacunas que você


escreveu no ponto anterior
O que queremos ao final
da fase de fundação?

01
Entender a dinâmica do seu tema

02
Formar uma base para que você possa conversar com seu
orientador

03
Ir para a próxima fase com os recursos preparados para escrever
com confiança e segurança (sem medo)
Save the Date
Dia 14/03, logo após o final da nossa semana gratuita,
abrem as inscrições para a Turma 10 do Destravando,
um programa completo de implementação e
desenvolvimento da escrita acadêmica!

14 03
Destravando
Programa de implementação e
desenvolvimento da escrita acadêmica
Tudo o que você precisa para parar de procrastinar,
escrever com segurança e defender no prazo.
O que é o Destravando?
O Destravando é um programa de implementação e
desenvolvimento da escrita acadêmica para quem quer
escrever com segurança, parar de procrastinar, lidar bem com o
orientador e defender no prazo, sem deixar de viver para isso!

1 ano de acompanhamento com a Método completo de


Prof. Fernanda, em encontros desenvolvimento da
mensais de mentoria em grupo escrita acadêmica

Redação científica Aulas demonstrativas


de escrita na prática

Modelos de escrita para Formatação & ABNT


introdução, referencial teórico,
método, análise dos resultados,
discussão e conclusão para
você baixar e começar sem
medo

Destravando
14/03 Para quem é o
Destravando?
Mestrandos e doutorandos que não sabem por
onde começar a escrever seus trabalhos

Acadêmicos que se sentem perdidos e sem


orientação adequada

Pesquisadores que querem


dominar a escrita acadêmica

Professores, orientadores e mentores acadêmicos que querem


aprender um método eficiente de ensinar a fazer pesquisa

INSCRIÇÕES PARA A TURMA 10


A PARTIR DE 14/03

Destravando

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