A Evolução Histórica Da Psicologia Social
A Evolução Histórica Da Psicologia Social
A Evolução Histórica Da Psicologia Social
Apresentação
Você sabia que a psicologia social surgiu entre o século XIX e o século XX, inicialmente abordada
como uma área de aplicação da Psicologia para estabelecer uma ponte entre a psicologia e as
ciências sociais (sociologia, antropologia)? Sua formação acompanhou os movimentos ideológicos e
conflitos do inicio do século, a ascensão do nazi-fascismo, as duas grandes guerras e a luta do
capitalismo sobre o socialismo. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai acompanhar um
panorama sobre a história da psicologia social desde sua base europeia, seu enraizamento nos
Estados Unidos, a crise na América Latina e suas inspirações trazidas da sociologia, política e
filosofia. Você irá entender o contexto histórico do surgimento da necessidade de pensar sobre a
influência dos aspectos sociais nos indivíduos.
Bons estudos.
Assim, é claro que uma psicologia social construída a partir de uma realidade estritamente diferente
da existente na América Latina não seria capaz de dar conta de fatores particulares desta última.
Pensando nisso, escreva sobre a crise da psicologia social na América Latina, discorrendo sobre a
árdua tarefa dos psicólogos sociais em aplicar uma teoria construída em condições distintas da
realidade local.
Infográfico
No Infográfico a seguir, você poderá visualizar como a psicologia social está estruturada nos
diferentes lugares do mundo, em especial na Europa, EUA, América Latina e no Brasil.
Introdução
Neste capítulo, você vai acompanhar um panorama sobre a história da
psicologia social desde sua base europeia, seu enraizamento nos Estados
Unidos, a crise na América Latina e suas inspirações trazidas da sociologia,
política e filosofia. A escrita se desenvolverá de forma que você possa
entender o contexto histórico do surgimento da necessidade de pensar
sobre a influência dos aspectos sociais nos indivíduos.
Primeiros escritos
O cientista social francês Gustave Le Bon (1841-1931) publicou Psicologia
das multidões (1895), originando um ponto de partida para o entendimento
da psicologia social: o conceito de mente coletiva, em que cada indivíduo,
ainda que com suas particularidades, quando ligado a um grupo, pensa e age
conforme o grupo.
A obra do psicólogo inglês William McDougall, An Introduction to So-
cial Psychology (em português, “Uma introdução à psicologia social”), com
uma perspectiva centrada no indivíduo, propôs que o social está inscrito na
natureza biológica do ser humano. A obra do sociólogo Edward Ross, Social
Psychology, an Outline and Sourcebook (em português, “Psicologia social,
um esboço e um livro-fonte”), sobre a compreensão do comportamento social,
explica como crenças, sentimentos e ações podem desencadear as interações
sociais. Também foram um marco teórico para a psicologia social.
Assim, a psicologia social tem sua gênese marcada pela coincidência de
uma “dupla paternidade” entre a psicologia e a sociologia.
4 A evolução histórica da psicologia social
Contribuições europeias
Na Europa, berço da psicologia social, os estudos iniciaram focados nos grupos
e nas coletividades. Nesse momento inicial, a psicologia social demonstrou
uma identidade própria e mostrou, desde então, sua real e objetiva preocupação
com a estrutura social latente no indivíduo.
Os temas mais frequentes na abordagem da psicologia social europeia são
as relações de identidade social e as representações sociais. E, ainda hoje, é
difundida, aplicada e exercida por ser considerada significativamente válida
no contexto europeu.
Até aqui você pôde perceber como são variadas as abordagens teóricas em torno
da psicologia social. Isso ocorre, pois estamos em constante transformação. Nosso
mundo interno se alimenta dos conteúdos que emergem do mundo externo e, como
nossa relação com o mundo externo é incessante, estamos sempre absorvendo, em
movimento, em processo de transformação.
Por isso, a psicologia social tem um papel importante para a compreensão dos indiví-
duos. Sua metodologia e seu corpo teórico captam o indivíduo em movimento e busca
intervenções em torno das políticas públicas que organizam e reorganizam a vida social
aumentando ou diminuindo os efeitos da desigualdade social e da miséria no mundo.
Para entender como a psicologia social não só se disponibiliza, mas também se alimenta
do diálogo com as demais áreas do conhecimento das ciências sociais, humanas e
biológicas, podemos refletir sobre os debates mais frequentes na atualidade, tais como:
questões de gênero, equidade, direitos sociais, violência, segurança, comunicação
ativa, escuta empática, democracia e inclusão.
Pensemos nas seguintes questões:
Quando você está em seu local de estudo, com seus colegas, amigos ou família,
de que formas o seu modo de pensar e de agir pode ser influenciado? Como o co-
nhecimento e as experiências alheias podem servir de ferramentas para a expansão
dos seus conhecimentos? Como as diferenças sociais, econômicas e políticas podem
ofertar maneiras diferentes de contextualizar as vivências sociais?
Em seu contexto social, na sua rotina diária, de que formas a psicologia social, a
sociologia, a política e a filosofia estão entrelaçadas?
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios
A) O termo psicologia social foi utilizado pela primeira vez por Edward Ross, em 1887, em seus
trabalhos sobre o desenvolvimento moral e social da criança.
C) Uma das primeiras obras escritas na linha da psicologia social foi a de William McDougall, que
trazia uma perspectiva centrada no coletivo, mais que no indivíduo.
D) Um dos marcos teóricos da psicologia social foi a obra de Edward Ross, onde explicou como
as interações sociais não são afetadas pelas crenças e sentimentos dos indivíduos.
E) A psicologia social tem sua gênese marcada pela coincidência de uma “dupla paternidade”
entre Edward Ross e Gustave Le Bon.
A) A Europa pode ser considerada o berço da psicologia social. Os estudos iniciaram focados no
indivíduo e nos grupos sociais.
B) No momento inicial da psicologia social europeia existia uma real e objetiva preocupação com
a cultura social e individual das pessoas.
C) Os temas mais frequentes na psicologia social europeia são as relações de identidade social e
as representações sociais.
A) Na América do Norte, a psicologia social gira apenas em torno dos escritos de Heider (1946).
B) Na América do Norte, ainda no surgimento da psicologia social, o foco de estudo era a
sociedade na qual o individuo estava inserido, buscando tratar temas como gênero e etnia.
C) Na América do Norte, a psicologia social gira apenas em torno dos escritos de Asch (1946).
D) Na América do Norte, a psicologia social gira apenas em torno dos escritos de Festinger.
E) Na América do Norte, a psicologia social gira em torno da cognição social, atitudes, processos
grupais ou a neurociência social.
C) Devido ao contexto social vivido, onde conflitos e desigualdades sociais e políticos eram
relevantes, surgiu a necessidade de um olhar da psicologia social na organização capitalista.
D) Teve como um de seus representantes o teórico Martin-Baró (1942-1989), que indicava que
a atuação do psicólogo social deveria contribuir para a estruturação de identidades pessoais,
coletivas e históricas.
B) A psicologia social e a política, possuem ligações intimas com o capitalismo, servindo como
propagadoras da ideologia dominante.
E) A psicologia social inspirada pelo campo teórico da filosofia, abrange um espaço privilegiado
na promoção de encontro entre o indivíduo e a sociedade.
Na prática
Uma família residente em um bairro na periferia de uma grande cidade brasileira, encontra-se com
problemas relacionados com o abuso de bebidas alcoólicas e violência intrafamiliar. O marido de
Ana, constantemente chega em casa com alto grau de embriaguez.
Quando questionado por sua esposa, a respeito de sua maneira de beber, ele fica furioso, a ponto
de agredi-la. Na escola o filho mais novo do casal, demonstrou comportamento um tanto diferente
do habitual.
Sua professora entrou em contato com a rede de proteção social da comunidade, e uma Assistente
Social foi realizar uma visita domiciliar. Na residência de Ana, a profissional explica o motivo da
visita e constata violência intrafamiliar, que é negada incessantemente pela dona de casa.
Ana, explica que é normal o fato de seu marido querer beber, pois ele trabalha em um emprego que
além de estressante lhe pagam pouco. E o uso de álcool deixa seu cônjuge relaxar. Também afirma,
que a culpa dele se irritar e agredi-la, é dela mesma, pois não deveria chateá-lo com estas
bobagens, visto que todo mundo bebe e passa do limite às vezes.
Disse para a Assistente Social, que preferia viver assim, do que ter que enfrentar as dificuldades de
encontrar emprego, sendo que, por ela não ter estudo, ficaria ainda mais difícil sobreviver sem o
apoio do esposo.
À primeira vista, o comportamento de negação da situação vivenciada por dona Ana, pode ser
recebida com indignação por uma pessoa comum. Mas como profissionais, que dispomos de senso
crítico cientifico, devemos ter um olhar mais aprofundado sobre o caso descrito a cima.
A psicologia social brasileira, a partir da década de 1970, começa a se preocupar com fatores que
envolvem as violências, as questões de gênero, e os processos de subjetividades interiorizadas e
desencadeadas por diversos fatores, econômicos, políticos, filosóficos, culturais da realidade social
latino-americana. No caso de dona Ana, não querer aceitar que está sofrendo violência
intrafamiliar, também decorre de sua interação com as permissividades e organizações sociais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Psicologia Social
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.