7 - Manutenção Preventiva em Pontes e Viadutos de Concreto
7 - Manutenção Preventiva em Pontes e Viadutos de Concreto
7 - Manutenção Preventiva em Pontes e Viadutos de Concreto
RESUMO. Nos dias atuais a falta de interesse dos órgãos públicos em gerenciar
adequadamente as diversas pontes e viadutos do país, vem ocasionando em problemas de
maior preocupação e gastos. Nas estruturas de concreto, conhecidas como Obra - de - Arte
Especiais – OAE’s, há diversos casos de manifestações patológicas que poderiam ser
evitadas se houvesse maior rigor nas manutenções preventivas. O número de OAE’s no país é
grande, portanto requer uma devida atenção nas inspeções do vigente programa de avaliação
de pontes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), pois o mesmo
só tem inspeção direcionada as estruturas viárias federal, logo em nível estadual e municipal
não ocorre uma implementação com rigor nas manutenções periódicas. É primordial e
extremamente importante que os órgãos responsáveis estabeleçam um sistema de inspeção
preventiva em toda a malha viária, visando segurança dos cidadãos e concomitantemente
gastos menos onerosos. O presente trabalho tem objetivo em evidenciar a importância da
manutenção preventiva nas OAE’s, e comparar gastos.
Palavras- chave: manutenção. pontes. concreto. patologias. prevenção.
ABSTRACT. On current days the lack of interess of the public organs to properly manage
the several bridges and viaducts of the country, has caused problems of greater concern and
expenses. There are several cases of pathological manifestations in concrete structures, known
as Special Works of Art – OAE’s, which could be avoided if there were greater rigor in
preventive maintenance. The number of OAEs in the country is large, so it requires due
attention in the inspections of the current bridge assessment program of the National
Department of Transport Infrastructure (DNIT), since it only has direct inspection of the
federal road structures, then at the state level and municipal does not occur an implementation
with rigor in the periodic maintenance. It is of the utmost importance and extremely important
that the responsible bodies establish a system of preventive inspection throughout the road
network, aiming at the safety of citizens and at the same time less costly expenses. The
present work has the objective of evidencing the importance of preventive maintenance in the
OAE’s, and compare expenses.
Key words: maintenance. bridges. concrete. pathologies. prevention.
INTRODUÇÃO
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advém do afligimento em relação ao descaso com estas estruturas, que resulta em reflexos
negativos na sociedade. Existem inúmeras pontes e viadutos com várias idades, projeções e
dimensões muitas vezes alteradas no decorrer do tempo, pois existem fatores que implicam
nessas alterações, como o aumento do tráfego nessas estruturas e posteriormente a solicitação
dos esforços também aumentam. Com todos esses fatores evidentes, se faz necessário uma
inspeção rigorosa nesse conjunto de obras degradadas e/ou envelhecidas, com intuito de
prevenir acidentes futuros e tantos transtornos social e econômico.
O que implica em ocasionar acidentes se condiciona as más condições das Obras de
Artes Especiais - OAE’s, mais precisamente na ausência de manutenção das mesmas. No
Brasil a Norma Brasileira Regulamentadora - NBR 9452 – Inspeção de pontes, viadutos e
passarelas de concreto – Procedimento (ABNT, 2016); contempla melhorias e rege estruturas
privadas ou em sua concessão, trabalha com parâmetros de notas, avaliando a funcionalidade
e os elementos estruturais. Outro órgão que rege um dos métodos de inspeção das OAE’s no
país é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), ultima atualização
em 2004, trabalha com base de notas avaliando parâmetros estruturais.
Embora exista uma norma e um manual de inspeção, são inúmeros os casos de
acidentes, e patologias nas estruturas, onde os resultados dos mesmos são indicados pelo
déficit de manutenção das OAE’s.
Segundo HELENE (1997) quanto mais tarde intervir na estrutura para alcançar um
nível de proteção e durabilidade, mais gastos ocorrerão. Portanto existe uma grande
necessidade dessas inspeções serem realizadas regularmente com intuito de identificar e
reparar possíveis patologias, para garantir segurança ao usuário e também para evitar gastos
exacerbados caso ocorra ruptura das estruturas, cabendo medida emergencial. Logo, uma
inspeção com qualidade e rigor se torna investimento. Esse trabalho tem como objetivo
comparar os custos gerados numa manutenção preventiva versus manutenção corretiva,
enfatizando a importância de seus elementos e respectiva manutenção.
Segundo PFEIL (1983), determina-se ponte como uma estrutura que possui a
finalidade de transpor obstáculos e dar continuidade a uma via. Esta é uma descrição bem
genérica, contudo nas normas técnicas são encontradas classificações dispondo diversos
aspectos, tais como: obstáculos transpostos quando não há água denomina-se viaduto, número
de vãos, traçado da seção transversal, materiais, tráfego e outros. As pontes, conforme a
Figura 1, são constituídas por quatro partes, sendo estas: a superestrutura, a mesoestrutura, a
infraestrutura, e os encontros.
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● Mesoestrutura – parte constituída pelos pilares, e quando têm os encontros que dão
suporte às extremidades da ponte e o terrapleno, recebendo os esforços da
superestrutura e os transmitindo à infraestrutura;
● Infraestrutura – parte da ponte constituída por elementos que se destinam a apoiar no
terreno compondo a fundação, podem ser blocos de estacas, sapatas, tubulões.
● Transversinas – são vigas transversais com intuito de regular a distribuição das cargas
nas longarinas;
● Longarinas – são vigas longitudinais responsáveis por vencer vãos, em conjunto com
as transversinas formam uma grelha;
● Tabuleiro – superfície de rolamento, transmitindo as cargas do trafego para as grelhas
e ajuda na distribuição das cargas.
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● Aparelhos de apoio de Neoprenes - são constituídos de borracha sintética, os
elastômeros de inicio não possuem propriedades mecânicas, e sim massa fraca e bem
plástica, entretanto ao passar pelo processo de vulcanização se transforma num
produto muito resistente e com características elásticas muito boas (Cordeiro, 2014).
Ilustrados na Figura 3, os neoprenes podem ser apresentados em formato circular
vazado, circular e retangular.
Principais patologias
Na construção civil patologia concerne aos danos que pode acontecer no decorrer ou
depois da execução da obra, sendo capaz de afetar a vida útil da estrutura. O termo patologia
na construção civil dá-se em correspondência com as disfunções da medicina. As causas de
deterioração das estruturas, vêm de fatores que vão desde o envelhecimento natural das
mesmas até acidentes ou mesmo a irresponsabilidade de profissionais que não preconizam
nenhuma norma ou alegam déficit econômico e optam por uma qualidade inferior nos
materiais utilizados.
Trincas e Fissuras
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Figura 4 - Fissuras por flexão (a); Fissuras por cisalhamento (b). – (Fonte: DNIT (2004)).
Figura 5 - Armadura aparente com corrosão – (Fonte: Manual de Recuperação de Ponte e Viadutos Rodoviários
(2010))
Carbonatação
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Figura 6 - Carbonatação do Concreto – (Fonte:(https://www.mapadaobra.com.br/inovacao/carbonatacao-
compromete-a-durabilidade-das-estruturas-de-concreto/)).
Danos de Colisões
Segundo o Manual de Inspeção de Pontes Rodoviárias do DNIT (2004), os danos de
colisões vêm do excesso de cargas transportados por caminhões, veículos que possivelmente
não se enquadram, sendo maior que o gabarito da estrutura permite, ou embarcações que
possam atingir alguns elementos das pontes ou viadutos.
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Fluxograma de inspeção:
Inspeção visual
Levantamento
De Dados
Análise
dos resultados
Diagnóstico
Prognóstico
METODOLOGIA
CAI (2007) apud GARCIA (1992) expõe que as cargas geradas pelo impacto dos
automóveis e caminhões são distribuídas por todas as transversinas, fazendo com que os
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danos sejam menores na estrutura como um todo, porém propõe que seu uso deva ser
justificado.
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Modelo analisado no software CSiBrigde (SAP2000)
O modelo da estrutura em análise segue a Norma Brasileira (NBR 6118: 2003 – Projetos
de Estruturas de Concreto – Procedimento). A laje do tabuleiro de concreto armado (C40),
tem espessura de 21cm, com quatro vigas (longarinas), com vão de 34m e largura de 9,40m.
Ações consideradas:
● Carga Permanente:
Peso próprio (Fpp) = 25kn\m³
Pavimentação/ Repavimentação (Fpav) = 4,4kn\m²
Guarda roda (Fgr) = 31,4kn\m²
Fd= 1,35*( Fpp+ Fpav + Fgr) + 1,50 *( T-45) Ffm + Ffa (Eq.1)
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● Análise utilizando duas transversinas:
Figura 10 – Estrutura da laje com as longarinas e as duas transversinas - (Fonte: Os autores (2019))
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● Análise na estrutura utilizando quatro transversinas:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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TABELA 1 – Resultados dos esforços nas longarinas, utilizando duas transversinas.
Fonte: Os autores.
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.
Cont. Tabela 2
Fonte: Os autores.
“A própria prefeitura previu em 1,5 milhão o custo da obra em 2012, quando foi feita
a vistoria, o desabamento aconteceu por falta de manutenção, o material de apoio cedeu”
(MILANI, 2018- Revista Estrutura)
Os custos iniciais gerados com esse acidente foi em torno dos seis milhões, conforme
dados colhidos via imprensa oficial do Estado de São Paulo, tendo em base que houve uma
vistoria realizada em 2012 com a inspeção preventiva indicando gastos em torno de 1,5
milhão para os reparos necessários. Isso coincide com a lei de evolução de custos mostrada na
figura 14.
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Figura 14– Lei de Evolução de Custos Pela Fase de Intervenção- (Fonte: SITTER (1984), apud HELENE
(1997))
A lei de evolução de custos pela fase de intervenção, dispõe que o custo relativo de
intervenção é dado por uma função matemática exponencial crescente, em que a cada etapa do
processo produtivo multiplica-se por cinco os custos acumulados.
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Figura 15– Tabela de custos gerados na reparação do viaduto sobre a CPTM – (Fonte: http://e-
negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br/DownloadEdital.aspxl=0TNBR%2fkL3g%3d&e=11Ly1mRixPE%3d ).
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CONCLUSÃO
Existe um déficit de inspeções rigorosas nas pontes e viadutos do país, há uma gama
de informações trazendo isso à tona, devido ao surgimento de patologias estruturais
deteriorando cada vez mais as OAE’s. Em consequência do aumento constante dos distúrbios
patológicos estruturais, está área tem percorrido atrás da sistematização das patologias e
implementação de novas convicções técnicas para detectá-las. Com novos conceitos, expõem
a percepção de que as estruturas necessitam de manutenções para envelhecerem em boas
condições de uso sem oferecer riscos. Além desse déficit, ocorre também a carência por parte
da gestão pública que não investem na manutenção preventiva, suprindo assim os gastos
onerosos na manutenção corretiva. Citando apenas os gastos relacionados à estrutura,
entretanto quanto se pesa na sociedade quando ocorrem tais acidentes, causando transtornos
imensuráveis.
Diversas técnicas preditivas podem ser empregadas para inspecionar quais são as
condições operacionais e eficiência de equipamentos, sendo comum a utilização de mais de
uma técnica para alcançar uma análise completa sobre todos os dados críticos. Normalmente
utilizam-se técnicas não destrutivas. Com o crescimento tecnológico, as técnicas de
manutenção estão evoluindo e tornando possível a implementação de aparelhos, sensores e
técnicas que possibilitam o monitoramento de muitas grandezas físicas dessas estruturas.
Os serviços de reforços e reparos nas OAE’s tendem a encarecer caso seja necessário
uma intervenção emergencial assim demonstrado nesse trabalho, portanto existe a necessidade
de reformas e aplicações nos parâmetros que avaliam tais estruturas. Gestões mais rígidas que
possuam real interesse em mapear e acompanhar adequadamente desde o principio, se
tratando do projeto planejado, até o final em termos de execução das OAE’s e principalmente
durante sua vida útil. Registrar danos e avaliar a importância dos mesmos, é indispensável na
metodologia da manutenção preventiva, quando bem executada se garante a durabilidade e
funcionalidade da estrutura. O devido cadastramento das mesmas, com objetivo de mapear
cada uma das obras após sua construção e no decorrer da sua vida útil possibilitando
inspecionar, prevenir e reparar as patologias que poderão surgir, evitando assim gastos
onerosos e emergenciais e principalmente abstendo de acidentes onde envolva a vida dos
usuários.
REFERÊNCIAS
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ABNT NBR 8681:2003 Ações e Segurança Nas Estruturas – Procedimento. Rio de
Janeiro, 2003.
ABNT NBR 7188:1984 Carga Móvel em Ponte Rodoviária e Passarela De Pedestre. Rio
de Janeiro,1984.
HELENE, P.R.L. Vida Útil das Estrtuturas de Concreto. Porto Alegre, 1997.
SAP 2000. Integrated Finite Element Analysis and Design of Structures. – CsiBrigde
V21. (Versão de avaliação)
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ANEXO
C= 40MPa; Peso próprio = 25kn/m³; Módulo elasticidade = 286888 MPa; Coef. Poison = 0,2.
Memorial de cálculos:
Área total laje = 319,6m²; A. do guarda roda = 1,25 * 0,255 = 0,32 m²;
● Carga Permanente:
● Carga Móvel:
Frenagem = 150kn/eixo
Fd= 1,35* (6090 + 1406,24 + 10,05) +1,50 * (450+ 1598 +150) = 1016646,15 kn .
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