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PESQUISAS EM EDUCAÇÃO
Resumo
O artigo apresenta uma revisão bibliográfica realizada na aprendizagem significativa sobre pesquisa em
educação. Assim busca examinar na literatura sobre o tema aspectos fundamentais para a discussão. A base
teórica abordada neste estudo recai nas posições de Roberto Bogdan, Sari Biklen, Alda Judith-Mazzotti,
Bernadete Gatti dentre outros. Tem o objetivo de apresentar os usos e possibilidades da pesquisa qualitativa,
com foco no estudo de caso, na entrevista e na observação. A preocupação é recorrente às discussões sobre
os métodos de pesquisa em educação que preenchem os principais espaços de produção e investigação
científica, discutindo não somente sua importância, mas também suas contribuições nos estudos que
envolvem o ambiente educacional.
Introdução
As discussões sobre os métodos de pesquisa em educação preenchem os principais espaços
de produção e investigação científica. Qual o método mais adequado à determinada pesquisa, como
aplicar as ferramentas de investigação, que perspectivas usar: quantitativa ou qualitativa. Essas são
algumas questões que constantemente estão presentes no ambiente da produção científica em
educação.
O presente artigo tem por objetivo apresentar os usos e possibilidades da pesquisa
qualitativa, com foco no estudo de caso, na observação e na entrevista para investigações voltadas à
educação. Como pano de fundo da discussão serão apresentadas suas principais características.
Para tanto, utilizaremos levantamentos bibliográficos de alguns autores que tratam dessas
perspectivas de pesquisa, para que ao final deste estudo possamos elaborar uma reflexão sobre a
possibilidade de pesquisa em educação. Para isso, nosso caminho será a revisão de literatura de
autores como Bogdan e Biklen (1994), Vianna (2003), André (2007), Alves-Mazzotti (2006), Gatti
(2001, 2004), dentre outros.
2. Como pesquisar?
Primeiramente temos que considerar que o método escolhido deve se adequar à pergunta de
uma determinada pesquisa, e não o contrário. A delimitação do objeto de estudo é que fornece
subsídios para que a metodologia seja escolhida. Segundo Bernadete Gatti,
A pesquisa não pode estar a serviço de solucionar pequenos impasses do dia-a-dia, porque
ela, por sua natureza e processo de construção parece não se prestar a isso, vez que o tempo
de investigação científica, em geral, não se coaduna com as necessidades de decisões mais
rápidas. E continua "a busca da pergunta adequada, da questão que não tem resposta
evidente é que constitui o ponto de origem de uma investigação científica”. (GATTI, 2001,
p. 71)
3. O estudo de caso
Segundo Alves-Mazzotti (2006), os estudos se caso se caracterizam inicialmente por
adotarem diferentes metodologias e serem utilizados não apenas como modalidade de investigação,
mas também como ensino e consultoria. Os estudos se caso mais utilizados são os que enfocam um
indivíduo, um pequeno grupo, uma instituição, um programa ou um evento. Podendo ser também
múltiplos: vários indivíduos, várias instituições etc.
Como avaliar se uma pesquisa se caracteriza como estudo de caso? O estudo de caso como
estratégia de pesquisa define-se exatamente por investigar casos individuais. Mas deve-se atentar de
que nem toda pesquisa pode ser considerada um caso. Assim, o autor propõe algumas pistas para o
reconhecimento do que pode ser um caso "um caso é uma investigação que focaliza um fenômeno
original, tratando-o como um sistema delimitado cujas partes são integradas" (STAKE,2000,
p.641).
O mesmo autor caracteriza três tipos de estudo de caso partindo de seus objetivos:
intrínseco, instrumental e coletivo. No estudo de caso intrínseco procura-se um melhor
entendimento de um caso pelo interesse despertado por um caso específico.
Aqui, o estudo não é empreendido primariamente porque o caso representa outros ou
porque ilustra um traço ou problema particular, mas porque, em todas as suas
particularidades e no que tem de comum, este caso é de interesse em si. O pesquisador, pelo
menos temporariamente, subordina outras curiosidades para que as histórias dos que
"vivem o caso" emerjam. O objetivo não é vir a entender algum constructo abstrato ou
fenômeno genérico, tal como letramento, ou uso de droga por adolescentes ou o que um
diretor de escola faz. O objetivo não é construir teoria - embora em outras vezes
pesquisador possa fazer exatamente isto (STAKE, 2000, p.437, tradução nossa).
4. A Observação
A observação é um ato normal e comum a todos. Observamos atos, paisagens, pessoas e daí
abstraímos muito daquilo que sabemos. O ato de observar, tão comum a todos pode ser também um
método de coleta de dados científico. Mas como uma ação tão banal pode se transformar em parte
de uma pesquisa, de um artigo? Tal técnica será descrita a seguir, e muitas vezes são a única que
pode contribuir para estudos de comportamentos e de situações complexas. Observar, para fins
científicos, significa muito mais que ver e ouvir, consiste em apreender além do que é dito,
examinar nas entrelinhas da fala, do comportamento e até em momentos em que o sujeito não diz
nada, mas seus atos falam por ele.
Uma ação simples, mas que requer cuidados ao ser feita. Assim a observação como método
de coleta de dados, sobretudo na escola, poderá ser feita pelo próprio professor ou mesmo por um
observador de fora. O grau de influência do observador tem que ser levado em consideração, pois
sua presença pode modificar o contexto ou mesmo a situação a ser observada. (VIANNA, 2003).
Pode-se introduzir o observador algumas vezes em sala de aula, para que a turma e o professor se
acostumem, mas mesmo assim a influência da presença do observador afetará o ambiente.
Os procedimentos de observação são geralmente classificados ao longo de cinco dimensões,
como enumera Vianna (2003, p.17):
5. Entrevista
Entrevistar é o encontro entre pessoas, com finalidade de que uma delas obtenha
informações a respeito de determinado assunto, uma conversa de natureza profissional. O objetivo
da entrevista é coletar informações que não podem ser apreendidas somente por observação ou
questionários. A entrevista é definida por Haguette (1997, apud BONI; QUARESMA, 2005, p.72)
como um “processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem
por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado”. Com a entrevista, o
pesquisador visa obter informações subjetivas, pois dessa forma o entrevistado expõe seus valores,
atitudes, crenças, que em outros tipos de coleta de dados, como na observação, seria mais difícil ou
até impossível.
A preparação para entrevista constitui um dos mais importantes passos para esse tipo de
método. Um pesquisador tem que refletir sobre o que quer saber, como fará as perguntas, quem será
o entrevistado, como conduzirá os questionamentos, antes do encontro com o entrevistado. O
1 Viés no julgamento de traços específicos em virtude da tendência do julgador ser influenciado pela
impressão geral (positiva ou negativa) que forma da pessoa julgada. (VIANNA, 2003, nota de rodapé, p. 28)
pesquisador também tem que ter em mente que a entrevista pode não acontecer da forma planejada,
sendo necessário saber contornar possíveis problemas como falta de interação do entrevistado, falta
de empatia entre os envolvidos e até recusa em responder algum tipo de questionamento.
De acordo com Boni e Quaresma (2005, p. 73), as formas de entrevistas mais utilizadas “são
a entrevista estruturada, semi-estruturada, aberta, entrevistas com grupos focais, história de vida e
também a entrevista projetiva. ” A entrevista estruturada é aquela em que o entrevistador segue um
roteiro previamente estabelecido, que não se foge às perguntas pré-determinadas. O principal
motivo é a possibilidade de comparação com o mesmo conjunto de perguntas em outro grupo de
entrevistados. Na entrevista semi-estruturada, o entrevistado tem liberdade para desenvolver o tema
proposto. Nesse tipo de entrevista, a condução é semelhante a um bate-papo. Nessa situação o
pesquisador deve combinar perguntas abertas e fechadas, onde o informante tem a possibilidade de
discorrer sobre o tema. Na entrevista aberta o entrevistador lança um tema e os entrevistados
discorrem sobre ele, com liberdade. Pode ser interessante quando se quer ouvir os alunos de uma
escola sobre determinando assunto e as perguntas vão surgindo dentro de uma conversa informal,
com interrupções mínimas do entrevistador.
A entrevista com grupos focais tem como objetivo principal estimular os participantes a
debater um assunto de interesse comum, que seja relevante para todos. As questões que afetem o
cotidiano escolar, por exemplo, podem ser discutidas num grupo focal de professores. A discussão
em grupo se faz em reuniões com um pequeno número de informantes, ou seja, de 6 a 8
participantes, segundo Bonni e Quaresma (2006). O entrevistador participa apenas como um
moderador.
A História de Vida tem como objetivo permitir que o entrevistado conte sua trajetória de
forma retrospectiva. Ë um tipo de entrevista que pretende examinar profundamente sujeitos, grupos,
instituições, e requer que o pesquisador interaja com o entrevistado algumas vezes. Dessa forma
mais próxima, o pesquisador consegue ficar mais próximo e pode obter revelações interessantes que
seriam impossíveis em uma única abordagem.
Por fim, a entrevista projetiva é aquela que tem como principal característica a utilização de
recursos visuais, como fotos, vídeos, etc. O entrevistado discorre sobre esses itens e o pesquisador
tem a possibilidade de investigar sobre determinados locais, pessoas, de uma forma indireta.
Considerações Finais
Na reflexão realizada, de acordo com a fundamentação teórica apresentada, destacou-se
como principais discussões acerca do processo de pesquisa em educação a investigação qualitativa
que permite um processo de investigação que se preocupa com assuntos particulares, que não pode
ser quantificado.
Preocupou-se em fazer uma investigação teórico-metodológico sobre a abordagem de
pesquisa qualitativa, o qual estuda o fenômeno em seu ambiente natural e investiga o problema em
seu processo. O que interessa ao pesquisador qualitativo é o contato direto e constante com o
cotidiano dos sujeitos investigados, pois eles sofrem influências do contexto.
Assim a abordagem qualitativa proporcionará subsídios necessários para que a educação em
meio a sua complexidade seja investigada com toda seriedade científica, proporcionando uma real
relação entre teoria e prática, oferecendo ferramentas eficazes para a interpretação das questões
educacionais.
Durante esse artigo, procurou-se elucidar algumas técnicas, métodos de coletas e tipos de
pesquisa que podem ser utilizados em educação. Mas o mais importante que escolher a
metodologia, deve ser a definição do problema/objeto de pesquisa, pois sem uma clara delimitação
do que se quer pesquisar, não há sucesso nos caminhos a serem trilhados.
Referências Bibliográficas
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith. Usos e abusos dos estudos de caso. Cadernos de pesquisa, Rio
de Janeiro, v. 36, n.° 129, setembro/dezembro, 2006, p. 637-651.
ANDRÉ, Marli. Questões sobre os fins e sobre os métodos de Pesquisa em Educação. Revista
Eletrônica de Educação de São Carlos, SP: UFSCAR, v.1, n.° 1, setembro, 2007, p.119-131.
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 11.ed. São Paulo: Cortez, 2014.
164 p.
GATTI, Bernadete A. Estudos quantitativos em educação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30,
n.° 1, janeiro/abril 2004, p. 11-30
STAKE. R. E. Case studies. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (ed.) Handbook of qualitative
research. London: Sage, 2000. p. 435-454.
YIN, R. K. Case study research: design and methods. London: Sage, 1984.