Protocolo Aplv Final
Protocolo Aplv Final
Protocolo Aplv Final
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EQUIPE DE ELABORAÇÃO:
ÁREA TÉCNICA:
Roberta Ferracuti
COLABORADORES:
3
Rejane Cristina de Oliveira
Renildes Cardoso
Romilda Cairo
Sandra Vallois
Sônia Cristina Barreto
Taís Costa Lima de Oliveira
Tereza Deiró
Equipe de Apoio:
Ficha Catalográfica:
Ficha Catalográfica:
Bahia. Secretaria da Saúde do Estado.
Bahia. Secretaria da Saúde do Estado. Diretoria de Gestão do Cuidado.
CoordenaçãoDiretoria
de Fórmulas Alimentares
de Gestão Especiais. 2022
do Cuidado.
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SIGLAS E ABREVIATURAS
• LV - Leite de Vaca
5
SUMÁRIO
Apresentação .....................................................………………………............. 04
Introdução ..........................................................……………………….....…..... 07
Objetivos .....................................................................………………………......10
Metodologia .................................................................……………………….... 11
Abordagem diagnóstica................................................……………………....... 14
Tratamento................................................................……………………........... 14
Seguimento...........................................................……………………............... 19
Critérios de inclusão.........................................................……………………... 19
Considerações …………………………………………………………………..…. 23
Anexo ............................................................................……………………..... 24
Referências ....................................................................…………………….....26
6
QUADROS
7
APRESENTAÇÃO
8
usuário do serviço de saúde o cuidado integral com planos terapêuticos
seguros nos diferentes níveis de atenção da rede.
AMPARO LEGAL
9
Emenda Constitucional n° 64, aprovada em 2010, introduziu, no artigo 6° da
Constituição Federal, a alimentação como direito (BRASIL, 1990). Nesse
sentido, o Estado Brasileiro, ocupado com a construção de uma nova
abordagem para atuar no combate à fome, à pobreza e na promoção da
alimentação adequada e saudável, publicou a Lei 1.346/2006 – Lei Orgânica de
Segurança Alimentar e Nutricional (BRASIL, 2006a) e o Decreto 7.272/2010 -
Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (BRASIL, 2010b); 7
10
Introdução
A alimentação é um componente essencial à vida humana, e através
dela que se obtêm os nutrientes necessários para o crescimento e
desenvolvimento do lactente. A infância é uma fase da vida caracterizada
por intenso crescimento e desenvolvimento. Garantir o direito à alimentação
é tarefa de todos os envolvidos a ela direta ou indiretamente. Esse deve ser
um compromisso prioritário do Estado e compartilhado entre família e
sociedade, incluindo empresas, organizações e educadores. 12
11
e Mamadeiras), a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil e o Hospital
Amigo da Criança.
12
pela exposição de proteínas integrais no trato gastrointestinal do lactente. É o
tipo de alergia alimentar mais comum nas crianças até vinte e quatro meses,
sendo raro o seu diagnóstico em indivíduos acima dessa idade, visto que há
tolerância oral progressiva às proteínas do leite de vaca.No Brasil, sua
prevalência em crianças com até os dois anos de idade oscila de 0,3% a 7,5%,
sendo que apenas 0,5% estão em aleitamento materno. 18 Diante da diferença
de prevalência entre amamentados e não-amamentados, é fundamental evitar
o uso desnecessário de fórmulas infantis.19
Na impossibilidade do aleitamento materno é imprescindível o acesso às
fórmulas nutricionalmente completas e adequadas para a idade do lactente.
13
tardiamente, ou seja, entre duas horas a sete dias, sendo mais comum o
envolvimento do trato gastrointestinal, com resolução em mais de 50% dos
casos ainda no primeiro ano de vida. 18,20 Os sintomas estão detalhados no
quadro 01.
Urticária,
angioedema, rush
Pele Dermatite de contato Dermatite atópica
eritematoso
mobiliforme, rubor
Broncoespasmos, Hemossiderose
Respiratório coriza, rinite, induzida por alimento Asma
tosse (síndrome de Heiner)
Refluxo
gastroesofágico,
cólicas, constipação
Síndrome da
Esofagite
enterocolite induzida
Edema e prurido eosinofílica (EoE)
por proteína alimentar
de lábios, língua (FPIES) Gastrite
Gastrintestinal
ou palato; eosinofílica
vômitos; diarreia. Síndrome da
Gastroenterite
proctocolite induzida
eosinofílica
por proteína alimentar
(FPIAP), Síndrome de
enteropatia induzida
por proteína alimentar
Anafilaxia, choque
Sistêmicas
anafilático
Adaptado de: Solé D et. al., 2018 e Yonamine et. al., 2021
14
OBJETIVOS
• Objetivo Geral
• Objetivos Específicos
15
METODOLOGIA
16
LINHA DE CUIDADO PARA A ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE
CRIANÇAS COM APLV
A linha de cuidado para crianças com APLV na Bahia foi proposta para
garantir o cuidado integral ao paciente, composta por ações de promoção,
prevenção, acolhimento, abordagem diagnóstica, tratamento e
acompanhamento, conforme ilustrado na Figura 1:
17
PREVENÇÃO
18
Essas práticas devem ser aperfeiçoadas através de programas de
educação permanente, com objetivo de estabelecer o conhecimento do
profissional no campo do comprometimento de suas ações.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA:
19
TRATAMENTO
A dieta de exclusão deve ser mantida por duas semanas (em caso de
vômito e eczema atópico) a quatro semanas (em caso de sintomas
25
gastrointestinais) e observar o desaparecimento ou persistência dos
sintomas.17 Caso não ocorra a remissão dos sintomas com a retirada do leite
de vaca da dieta materna, torna-se necessário avaliar se houve o consumo de
algum alimento não permitido, ou mesmo a ocorrência de contaminação
cruzada. Ainda assim, se houver persistência dos sintomas, torna-se
importante investigar e avaliar se o lactente apresenta reação a outros
alérgenos, descartando o alérgeno leite de vaca ou investigando outras
alergias e patologias. Essa suspeita diagnóstica deve ser norteada pela história
clínica, com anamnese detalhada, inquérito alimentar e dados epidemiológicos
associados à manifestação clínica.26
20
diagnóstico. Se essa etapa não for concluída, existe o risco de um diagnóstico
incorreto, pois qualquer melhora nos sintomas pode não estar relacionada à
exclusão do leite. Se a APLV for confirmada após a reintrodução do leite de
vaca na dieta materna, a mãe pode continuar amamentando enquanto mantém
uma dieta livre de leite de vaca e derivados, com aconselhamento dietético
para garantir suas necessidades nutricionais. Ressalta-se que é necessário um
acompanhamento nutricional adequado, já que a suplementação de cálcio e
vitamina D pela mãe é recomendada enquanto ela estiver com a dieta alterada
e enquanto estiver amamentando, seja de forma exclusiva ou continuada (após
início da introdução de alimentos aos 6 meses de idade).25
Por fim, faz-se também necessário ter cuidado com os produtos de higiene
materna e infantil, alguns possuem substâncias a base do leite de vaca na
composição. Os rótulos dos produtos e alimentos industrializados devem ser
lidos com atenção a fim de identificar a presença de algum ingrediente que
possa conter leite de vaca. (Quadro 2)
Adaptado de: Vasconcelos et. al., 201127 e Barbosa et. al., 201328
21
Em crianças em aleitamento misto ou não amamentadas, seja por
contraindicação de aleitamento materno, ou impossibilidade materna de seguir
dieta de exclusão de proteína do leite de vaca, são indicadas fórmulas que
sejam nutricionalmente adequadas para portadores de APLV. A dieta materna
isenta de proteínas do leite de vaca deverá ser mantida em caso de
aleitamento misto (leite materno complementado com fórmula), conforme
orientações mencionadas no ítem “Tratamento em crianças amamentadas”.
Para uma adequada escolha da fórmula de complementação ou substituição do
leite materno, é fundamental compreender a diferença entre APLV e
intolerância à lactose. Trata-se de patologias diversas e que podem estar
sobrepostas. Na primeira, as manifestações clínicas são diversas, com
envolvimento de um ou mais sistemas orgânicos (cutâneos, respiratórios ou
gastrointestinais), provocadas por mecanismos imunológicos contra as
proteínas do leite. A intolerância à lactose se deve à deficiência da enzima
responsável pela digestão do principal açúcar do leite, a lactose. O quadro
clínico da intolerância envolve sintomas gastrointestinais após o consumo de
alimentos que contenham lactose. 29 Os sintomas mais prevalentes são dor,
distensão abdominal, diarréia e flatulência.30 Logo, o uso de fórmula para APLV
com ou sem lactose dependerá da presença ou ausência de sintomas
gastrointestinais.
22
Pode ser a primeira escolha para crianças maiores de seis meses com
APLV mediada por IgE e sem manifestações gastrointestinais.Se houver
manutenção ou piora dos sinais e sintomas, deve ser realizada troca
para FEH.Caso haja remissão dos sinais e sintomas com uso de FEH, a
mesma deve ser mantida. Se houver manutenção ou piora dos sinais e
sintomas com uso de FEH, deve ser realizada troca para FAA 18
FS: Fórmulas infantis à base de proteína de soja. FEH: Fórmulas infantis para
necessidades dietoterápicas específicas à base de proteína extensamente
hidrolisada. FAA: Fórmulas infantis para necessidades dietoterápicas específicas à
base de aminoácidos livres.
Nota: *As FAA devem ser a primeira escolha nos casos em que a criança
encontra-se com sintomas graves, independentemente da faixa etária, como
descrito no tópico sobre FAA.
23
O quantitativo dispensado será de acordo com o preconizado no Relatório de
Recomendação para APLV da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia
25
do SUS (CONITEC), 2022:
25
Tabela 1- Quantitativo mensal de fórmulas nutricionais (latas de 400 gramas) por idade.
0-3 meses - 9 9
3-6 meses 10 10
6-9 meses 8 8 8
9-12 meses 7 7 7
12-24 meses 6 6 6
24
SEGUIMENTO
25
Abertura de processo para fornecimento de Fórmula alimentar Especial
para APLV
Critérios de Inclusão:
TIPO DE REAÇÃO
CÓDIGO DESCRIÇÃO LOCALIZAÇÃO
IMUNE
L50.0 Urticária
T78.1 Angioedema Cutânea
L58.8 Eritema morbiliforme
H13.2 Rinoconjuntivite
Respiratória IgE mediada
J20 Broncoespasmo
T78.0 Choque anafilático Generalizada
K23.8 Esofagite eosinofílica
Gastrointestinal Mistas (IgE e não-IgE)
K52.2 Gastroenterite eosinofílica
L27.2 Dermatite atópica Cutânea
K52.2 Enterocolites Gastrointestinal Não-IgE-mediadas
Outros sintomas e sinais relativos à ingestão de alimentos e de líquidos
R 68.3
(Relacionados a Alergia a Proteína do Leite de Vaca)
26
Critérios de Exclusão:
Pacientes hospitalizados.
27
FLUXO PARA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA APLV NO ESTADO DA BAHIA
28
Considerações sobre o fluxograma:
29
Referências:
1 Solé, Dirceu et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 1-
Diagnóstico, tratamento e prevenção. Documento conjunto elaborado pela
Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e
Imunologia. Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia, v. 2, n. 1, p. 18-32, 2018.
2 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.ht
m> Acesso em: 25 ago. 2021.
3 BRASIL. Lei Federal nº 8080, de 19 de setembro de 1990. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm>. Acesso em: 25 ago.
2021.
30
11 Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes
para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). Diário Oficial da União 2017; 22 ago.2021
17 Solé D, Silva LR, Cocco RR, Ferreira CT, Sarni RO, Oliveira LC, et al.
Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 2 - Etiopatogenia,
clínica e diagnóstico. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira
de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Arq Asma Alerg
Imunol. 2018;2(1):7-38.
31
19 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação
complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde,
2015.p.19-20.
20 Luyt, D. et al. BSACI guideline for the diagnosis and management of cow's milk
allergy. Clinical & Experimental Allergy, v. 44, n. 5, p. 642-672, 2014.
21 Zhang, Ji-Yong et al. Risk factors for cow's milk protein allergy in infants: a
multicenter survey. Zhongguo Dang dai er ke za zhi= Chinese Journal of
Contemporary Pediatrics, v. 22, n. 1, p. 42-46, 2020.
32
Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/7943.
Acesso em 19/01/22.
33
Anexo
34
e as vantagens do teste de desencadeamento que realizarei e estou de acordo
com todos os termos deste Consentimento Informado.
( ) Sim ( ) Não
Local: Data:
Nome do paciente:
_________________________________
Local: Data:
Médico responsável:
___________________________
CRM: UF:
____________________
Data:
35