Aracruz
Aracruz
Aracruz
1. APRESENTAÇÃO .........................................................................................................2
2. O QUE É O PROATER ..................................................................................................3
3. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO ..............................................................6
3.1. Localização do município ........................................................................................6
3.2. Distritos e principais comunidades ..........................................................................6
3.3. Aspectos históricos de ocupação e formação do município .....................................8
3.4. Aspectos demográficos e populacionais ..................................................................9
3.5. Aspectos econômicos............................................................................................10
3.6. Aspectos naturais ..................................................................................................11
3.6.1. Caracterização das Zonas Naturais ................................................................13
3.6.2. Caracterização agroclimática ..........................................................................15
3.6.3. Cobertura florestal ..........................................................................................17
3.6.4. Caracterização hidrográfica do município .......................................................20
3.7. Aspectos sociais, de ocupação do território e tipo de agricultura ...........................21
3.8. Principais atividades econômicas desenvolvidas em territórios rurais e
pesqueiros....................................................................................................................29
3.8.1. Principais atividades de produção vegetal ......................................................30
3.8.2. Principais atividades de produção animal .......................................................32
3.8.3. Principais atividades de exploração sustentável de espécies nativas .............33
3.8.4. Produção agroecológica e orgânica ................................................................33
3.8.5. Principais agroindústrias familiares .................................................................35
3.9. Comercialização ....................................................................................................37
3.10. Turismo rural .......................................................................................................37
4. DIAGNÓSTICO MUNICIPAL PARTICIPATIVO ...........................................................39
5. PLANEJAMENTO DAS LINHAS DE ATUAÇÃO DO INCAPER .................................44
6. REFERÊNCIAS ...........................................................................................................49
7. EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA...........................51
1. APRESENTAÇÃO
A segunda parte consiste no planejamento das ações, resultante de uma análise técnica
feita pelo Incaper que considerou: as discussões participativas, os aspectos institucionais,
as linhas de atuação do Incaper e suas coordenações técnicas. Tudo de maneira a adequar
as ações previstas à realidade e às necessidades dos agricultores de cada município.
Desta maneira, o documento desponta como ferramenta basilar para que o Governo do
Estado direcione suas ações estratégicas de planejamento, buscando alternativas e ações
que causam impactos positivos no desenvolvimento rural.
A consolidação do Proater norteia as ações que visam promover a produção sustentável,
contemplando todos os aspectos que este conceito permeia: economicamente viável,
ambientalmente correta e socialmente justa. É assim que o Incaper trabalha: cultivando
atitudes sustentáveis.
3
O Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Proater é um instrumento
norteador das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural – Ater, que serão
desenvolvidas junto aos agricultores e às agricultoras familiares capixabas, povos e
populações tradicionais. A programação está respaldada em diagnósticos e planejamentos
participativos, com a qual agricultores, lideranças, gestores públicos e técnicos
contribuíram ativamente na sua concepção (Figura 1).
Mais do que um instrumento de gestão, o Proater tem como grande desafio contribuir com
o desenvolvimento rural sustentável com foco em ações para fortalecer nosso público
prioritário – a agricultura familiar e os povos e populações tradicionais. As ações de Ater
ora planejadas são vistas como um processo educativo não formal, emancipatório e
contínuo. Assim, a melhoria da qualidade de vida é o grande mote e direcionamento dos
esforços dos agentes de Ater envolvidos no processo.
A metodologia utilizada para a realização deste programa está baseada nos princípios de
uma práxis extensionista, dialógica, participativa e emancipadora. Desta forma, o público
participante (agricultores e agricultoras familiares, povos e populações tradicionais,
agentes públicos e agente políticos, dentre outros) se envolveu ativamente em todos os
processos, discutindo e refletindo sobre suas realidades de vida, os anseios e as
possibilidades de mudança.
A prática utilizada nos diversos encontros com os participantes está baseada em técnicas
e métodos de Diagnóstico Rural Participativo – DRP, nos quais o diálogo e o respeito são
pontos fundamentais para o entendimento coletivo de determinadas percepções.
4
Para que as atividades de apoio ao nosso público prioritário tenham sucesso e sejam,
realmente, fonte de melhoria da qualidade de vida, é preciso uma interação entre aqueles
atores que estão em constante interação com o meio rural, visando uma rica sintonia entre
agricultores e agricultoras familiares, povos e populações tradicionais e as instituições,
através de um trabalho integrado e consciente da responsabilidade de cada um. Tendo
isso como ponto de partida, pretendeu-se auxiliar na interação e concentração de esforços
em temas prioritários e promotores de desenvolvimento, que foram desvendados e
demandados pelas comunidades e lideranças através de metodologias participativas.
5
3. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO
Aracruz está localizado à latitude Sul de 19º 49’ 09” e longitude Oeste de Greenwich, de
40° 16’ 15”, na região Central do estado do Espírito Santo, a 83 km de sua capital – Vitória.
O município ocupa uma área de 1.420,285 km 2, fazendo divisa ao norte com Linhares, a
oeste com Ibiraçú, Fundão e João Neiva, tem ao leste uma importante faixa litorânea na
qual desenvolve importantes atividades de pesca e turismo. Está inserida na Bacia
Hidrográfica do Rio Piraquê-açu (Figura 2).
6
O município de Aracruz é formado por cinco distritos, sendo: Sede, Guaraná, Jacupemba,
Riacho e Santa Cruz e 67 principais comunidades:
- Distrito de Guaraná: Além da cafeicultura, este distrito possui vocação para a fruticultura
onde os cultivos de mamão estão presentes e a cacauicultura está em plena expansão.
Possui aptidão para o agroturismo com destaque na produção e venda de doces e
biscoitos. É neste distrito que acontece anualmente a Italia Unita, festa que faz homenagem
ao imigrante italiano e culmina com o desfile chamado “Carretela Italiana” .É a sede distrital
das seguintes comunidades: Assombro, Barro Vermelho, Ribeirão do Cruzeiro, Córrego
Alegre, Córrego Cuiabano, Córrego D'Água, Córrego do Índio, Córrego São Luiz, Cuias
(Tombador), Retiro, Ribeirão do Meio, Ribeirão do Sapê, Três Irmãos, e Três Irmãos de
Jequitibá.
- Distrito de Jacupemba: Região plana que abriga plantios de café, cacau e mamão. É
em Jacupemba que está localizada a segunda maior lagoa do estado, a Lagoa do Aguiar.,
com potencial para a prática de esportes náuticos e pequenas praias onde é possível
exercitar o mergulho e a pesca. É a sede distrital das seguintes comunidades: Rio do Norte,
Córrego São José, Rio Francês, Córrego Guaxima, Córrego São João, Lagoa do Aguiar, e
Córrego Bom Jesus.
- Distrito de Riacho: O cultivo do café se destaca neste distrito, juntamente com plantios
de mamão e cacau. Na região do Riacho, estão localizadas duas Aldeias Indígenas da
etnia Tupiniquim, com criação de artesanato e produção agrícola diversa, incluindo a
utilização da técnica de agrofloresta. A agricultura familiar também é prática no
Assentamento Nova Esperança, com produção variada de hortaliças, cacau, café e
seringueira. É a sede distrital das seguintes comunidades: Brejo Grande, Lagoa de Baixo,
Cachoeirinha do Riacho, Aldeia Indígena Córrego do Ouro, Aldeia Indígena Comboios.
- Distrito de Santa Cruz: É o distrito que envolve a bacia leiteira do Município, também
abriga as Aldeias da etnia Guarani e maior parte das Aldeias Indígenas da etnia Tupiniquim
de Aracruz, com diversificada produção de alimentos e artesanatos. A aroeira nativa é
colhida pelos Indígenas, que já iniciaram plantios da cultura. No litoral, as comunidades
7
tradicionais são as de pesca marinha e pesca artesanal no estuário do Rio Piraquê-Açu. É
a sede distrital das seguintes comunidades: Jundiaquara, Pirassununga, Cachoeirinha,
Guararema, Mucuratá I, Mucuratá II, Baiacu, Lajinha, Santa Rosa, Biriricas, Aldeia Indígena
Três Palmeiras, Aldeia Indígena Piraqueaçu, Aldeia Indígena Olho D´Água, Aldeia
Indígena Boa Esperança, Aldeia Indígena Nova Esperança, Aldeia Indígena Amarelos,
Aldeia Indígena Novo Brasil, Aldeia Indígena Guaxindiba, Aldeia Indígena Caieiras Velha,
Aldeia Indígena Irajá, Aldeia Indígena Areal e Aldeia Indígena Pau Brasil.
Devido a região ser mata fechada e habitada por macacos de grande porte, denominação
Sauaçu, que em tupi-guarani significa macaco grande, foi dada ao local (hoje cidade de
Aracruz). Por não existirem na Itália, esses animais com suas algazarras atraíam a atenção
de trabalhadores da região e principalmente dos imigrantes italianos estabelecidos no
município.
Em 1832 o imigrante italiano Pietro Tabacchi, chegou à região de Santa Cruz, e fundou a
Fazenda Nova Trento em homenagem a sua terra natal. Posteriormente, o mesmo seria o
responsável pela vinda de 386 famílias italianas saídas do Porto de Gênova em 3 de janeiro
de 1874, trazendo consigo instrumentos agrícolas.
Município de Santa Cruz (hoje Aracruz) foi criado em 3 de abril de 1848, com sede na Vila
de Santa Cruz. Em 1881, a Vila de Santa Cruz foi elevada à categoria de cidade. Com o
Porto Fluvial, no rio Piraqueaçú, a cidade tornou-se muito próspera, porém, em 1940, com
a construção da Estrada de Ferro Vitória Minas e da BR-101, o desenvolvimento do porto
foi prejudicado. Desta forma, a transposição da sede foi aprovada na câmara de
vereadores em 1948.
8
3.4. Aspectos demográficos e populacionais
Tabela 1. População residente, por situação do domicílio, sexo e idade, segundo a condição no
domicílio Rural/Urbana do município de Aracruz/ES, 2010.
9
De acordo com dados da Coordenação de Estudos Sociais (CES) do Instituto Jones dos
Santos Neves, em Aracruz existe um total de 12.841 indivíduos em extrema pobreza, cuja
renda per capta das famílias, entre os anos de 2015 a 2019, não era superior a R$89,00.
Deste total, cerca de 16,6% residiam no meio rural (Tabela 2).
Tabela 2. Situação de pessoas extremamente pobres, que tem a renda per capta de até R$89,00,
no Município de Aracruz, entre 2015 a 2019.
Número de Indivíduos
Município
Total Urbano Rural
Tabela 3. Composição do Produto Interno Bruto (PIB) do Município de Aracruz /ES: valor
adicionado bruto a preços correntes, 2017.
Agropecuária 1,25%
Indústria 58,24%
10
3.6. Aspectos naturais
Um mapeamento realizado pelo Instituto Jones Santos Neves em 2015 mostrou que 49%
do território de Aracruz é ocupado pela agricultura, sendo que, as culturas mais importantes
são as culturas da banana, café, cana-de-açúcar, coco-da-baía, mamão, eucalipto e
seringueira. Esse mesmo mapeamento evidenciou que 22,5% do território do município é
ocupado por pastagens (Figura 3).
11
Figura 3 – Uso e cobertura da terra o município de Aracruz
Fonte: IJSN, 2020.
A vegetação nativa se encontra restrita nas reservas ambientais, sendo duas reservas
naturais e um parque municipal: Parque Natural Municipal do Aricanga “Waldemar
Devens”, localizado a 4 km do centro de Aracruz; a Reserva Natural David Farina,
localizado em Coqueiral e a Reserva dos manguezais dos Rios Piraquê-Açu e Piraquê-
Mirim, situada na localidade de Santa Cruz.
12
Os principais rios e lagoas do município são: Rio Piraquê-açú, Rio Piraquê-Mirim, Rio
Araraquara, Rio Gimuhuna, Rio Comboios, Rio São José, Rio Francês e Rio do Norte,
Lagoa do Aguiar e Lagoa de Baixo, deve se destacar também, a existência de manguezais,
que juntamente com os rios e lagoas são lócus de sustento para pescadores artesanais,
marisqueiros e indígenas. O município possui cerca de 600 barragens de terra (INCAPER,
2015), sendo de relevância para a agricultura local, com ênfase na irrigação dos cafezais.
Os solos localizados nas regiões planas, utilizados para agricultura com alta tecnologia,
apresentam boas condições em virtude da não ocorrência de erosão do solo, entretanto, o
manejo do solo nestas regiões precisa ser aprimorado visando um melhor uso deste solo
de forma racional. Nas regiões com declividade mais acentuada, ocorre o processo de
erosão do solo, onde a pecuária predomina. A que se trabalhar o uso destes solos de
acordo com sua aptidão, bem como orientar o manejo adequado das pastagens e do
rebanho, aliado a correção e adubação destas áreas, portanto, sendo necessárias ações
mais pontuais e efetivas da Assistência Técnica e Extensão rural no sentido de conter e
mitigar os problemas ocasionados.
A topografia de Aracruz varia entre do tipo plano a ondulado, sendo a maior parte do seu
território considerado como zona de planície moldada em sedimentos recentes (Figura 4).
13
Figura 4. Mapa das Zonas Naturais do município de Aracruz.
Fonte: EMCAPA, 1999.
14
3.6.2. Caracterização agroclimática
a. Classificação climática
De acordo com a última atualização da Classificação Climática de Köppen e Geiger (1928)
feita por Alvares et al (2014), a cidade de Aracruz está classificado com o clima do tipo
“Aw”, ou seja, tropical chuvoso, com estação seca no inverno. A média da temperatura do
mês mais frio é superior a 18 °C, com a média da precipitação do mês menos mais seco
inferior à 60 mm.
b. Caracterização agroclimatológica
b.1. Precipitação
b.2. Temperatura
15
A temperatura média anual no município de Aracruz é de 23,9 °C, com a maior média
ocorrendo no mês de fevereiro, com 26,6 °C, caracterizando como um mês típico de verão
e a menor média ocorre no mês de julho 21,2 °C, período em que ocorrem temperaturas
amenas na região (Figura 5). Em relação as temperaturas máximas, os valores oscilam
entre 26,9 °C em junho e 31,4 °C em fevereiro. Em relação as temperaturas mínimas, os
valores oscilam entre 16,8 °C em julho e 22,1 °C em fevereiro. Considerando os aspectos
sazonais de temperatura, o trimestre mais quente do ano normalmente ocorre entre os
meses de janeiro, fevereiro e março, sendo observada a maior amplitude térmica no mês
de fevereiro. Por outro lado, o trimestre mais frio ocorre normalmente entre os meses de
junho, julho e agosto, porém, a menor amplitude térmica é observada apenas no mês de
novembro (Figura 5).
16
Figura 6. Extrato do balanço hídrico climatológico para Aracruz.
Fonte: Elaborados pela Coordenação de Meteorologia. Incaper, 2020.
17
Figura 7 – Mapa da situação de Uso e cobertura da Terra no Município de Anchieta, 2012/2013.
Fonte: IEMA – Atlas da Mata Atlântica, 2012 – 2013
Para a categoria Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, verificou-se que 64,9%
manteve a mesma classificação nos dois mapeamentos, enquanto que 7,4%; 6,9%; 9,2 e
11,6% haviam sido classificados anteriormente como, respectivamente, Macega;
Reflorestamento; Mata Nativa e Outros. A transiçãos de Mata Nativa para Mata Nativa em
Estágio inicial de Regeneração demonstra que pode ter ocorrido erro na classificação feita
sobre as imagens de 2007-2008 ou que pode ter ocorrido supressão de vegetação nesse
intertício, com consequente recuperação da cobertura florestal.
No município de Aracruz, 84,3% da Mata Nativa medida entre os anos de 2007 e 2008 se
manteve em 2012, 2014 e 2015. Anteriormente, 12,7% da área havia sido classificada
como Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração; 1,4% como Reflorestamento, 1,1%
como Outros e 0,5% como Restinga.
19
Tabela 4. Número de estabelecimentos agropecuários, tipo de agricultura, por utilização das
terras, do Município de Aracruz/ ES, 2017.
Estabeleci- Estabele-
Total de
mentos cimentos
Utilização da Terra estabele- % %
Agricultura Agricultura
cimentos
não Familiar Familiar
Lavouras - permanentes 755 176 23 579 77
Lavouras - temporárias 178 46 26 132 74
Lavouras - área para cultivo de flores 9 3 33 6 67
Pastagens - naturais - - - - -
Pastagens - plantadas em boas
454 154 34 300 66
condições
Pastagens - pastagens plantadas em
49 10 20 39 80
más condições
Matas ou florestas - matas ou florestas
naturais destinadas à preservação 319 124 39 195 61
permanente ou reserva legal
Matas ou florestas - matas e/ou
66 22 33 44 67
florestas naturais
Matas ou florestas - florestas
133 57 43 76 57
plantadas
Sistemas agroflorestais - área
cultivada com espécies florestais
10 3 30 7 70
também usada para lavouras e
pastoreio por animais
Lâmina d'água, tanques, lagos,
açudes, área de águas públicas para
aquicultura, de construções, 658 198 30 460 70
benfeitorias ou caminhos, de terras
degradadas e de terras inaproveitáveis
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário, 2017.
20
3.7. Aspectos sociais, de ocupação do território e tipo de agricultura
Tabela 5. Número e área dos estabelecimentos agropecuário por tipologia, Aracruz/ ES, 2017.
21
Figura 8 - Número de estabelecimentos em regime de Agricultura familiar e Agricultura não
familiar no município de Aracruz/ES.
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário, 2017.
- Assentamentos rurais
Nº de famílias
Nome do Assentamento ou Associação
Nº Modalidade assentadas ou
Contemplada
beneficiadas
- Comunidades tradicionais
A população indígena de Aracruz é formada por duas etnias: Guarani com seis aldeias e
Tupiniquim com oito aldeias. Dentre as etnias, os Guaranis são mais conversadores quanto
22
à cultura, preservando a língua e suas tradições. Por outro lado, nos Tupiniquins observa-
se maior miscigenação.
AGRIMAPI -
Utilização de equipamentos agrícolas
Associação de
pertencentes à associação, cultivos em
2 Agricultores e Pirassununga 14
mutirão, construção de infraestrutura nas
Moradores de
propriedades.
Pirassununga
AGROTUR Aracruz -
Associação de Córrego Articulações para retomada das
3 7
Agroturismo de Alegre atividades comerciais dos associados.
Aracruz
AITUPIAPABRA -
Aldeia
Associação Indígena
7 Indígena Pau 150 Capacitações dos associados.
Tupiniquim da Aldeia
Brasil
Pau Brasil
24
Nome da Nº de Principais atividades coletivas
Nº Local da sede
organização sócios desenvolvidas
APEMASC -
Estruturação das atividades voltadas à
Associação de
pesca, regularização dos pescadores e
10 Pescadores e Santa Cruz 66
busca de projetos de aquicultura como
Maricultores de Santa
alternativas.
Cruz
APRUSAV -
Associação de Utilização de equipamentos em cessão de
Produtores Rurais e uso pela SEAG, articulação para
12 Santa Rosa 54
Pecuaristas de Santa capacitações dos sócios, plano de saúde
Rosa e Comunidades para os associados.
Vizinhas
ASPROJAC -
Associação dos
15 Jacupemba 15 Utilização de equipamentos.
Produtores Rurais de
Jacupemba
25
Nome da Nº de Principais atividades coletivas
Nº Local da sede
organização sócios desenvolvidas
CAFEICRUZ-
Cooperativa Agrária
21 Guaraná 270 Comércio atacadista de café em grãos.
dos Produtores da
Região de Aracruz
COOABRIEL –
Cooperativa Agrária
23 Guaraná 50 Comércio atacadista de café em grãos.
dos Cafeicultores de
São Gabriel
26
Nome da Nº de Principais atividades coletivas
Nº Local da sede
organização sócios desenvolvidas
COOPYGUÁ –
Comercialização de produtos; Oficinas da
Cooperativa de
Barra do meliponicultura e artigos artesanais;
24 Agricultores Indígenas 52
Riacho Encontros de formação sobre
Tupiniquim e Guarani
cooperativismo.
de Aracruz ES
Além destas entidades, Aracruz dispõe de vários Conselhos Municipais, sendo que o
Incaper é integrante dos conselhos COMDERSU (Conselho Municipal de Desenvolvimento
Rural Sustentável) e COMMA (Conselho Municipal de Meio Ambiente)
27
Quadro 4. Composição do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável – CMDRS
do município de Aracruz/ ES, mandato período de 2016 a 2020.
Associação de Agricultores e
3 Secretaria de Educação - SEMED Moradores de Pirassununga -
AGRIMAPI
Associação de Moradores e
5 Secretaria de Saúde - SEMSA
Agricultores de Brejo Grande - AMAB
28
3.8. Principais atividades econômicas desenvolvidas em territórios rurais e
pesqueiros
A atividade pesqueira tem uma grande importância para as comunidades do litoral além
das comunidades que exploram o manguezal dos rios Piraqueaçu e Piraquemirim. A
pesca praticada em Aracruz é prodominantemente artesanal, realizada por pequenas
embarcações.
Outras atividades agrícolas, como produção de madeira e borracha (523 ton), assim como
as culturas alimentares e a fruticultura, são desenvolvidas no município. A primeira se
relaciona fortemente com o processo de industrialização da celulose e deve ser analisada
e relacionada a indicadores de produção, renda, crescimento econômico e mudanças
urbanas, com influência sobre aspectos demográficos e geração do ambiente propício a
demais indústrias.
A fruticultura também é uma realidade com destaque em área de produção e com influência
econômica no setor primário de Aracruz, principalmente com as produções de mamão,
coco, banana, maracujá e laranja.
A apicultura vem se destacando no município, onde há cerca de 3.000 colmeias com uma
produção de 80.000kg de mel por ano.
29
visita a engenho de cana, passeio a cavalo, área de camping, venda de plantas
ornamentais, represa para pesca recreativa, entre outros.
a. Lavoura temporária
De acordo com o IBGE (2017), a cultura da mandioca é a lavoura temporária mais comum
entre os estabelecimentos rurais no município de Aracruz (Tabela 6), com destaque para
as aldeias indígenas e assentamentos rurais, estes utilizam a mandioca para o consumo,
produção de farinha e venda do produto in natura.
O milho em grão corresponde a 15% das lavouras temporárias, assim como abobora,
moranga, jerimum e feijão preto são produtos de subsistência para a maior parte dos
produtores, desempenhado papel fundamental na base alimentar desses pequenos
produtores. Outra cultura temporária expressiva é a cana-de-açucar com 12,5% dos
cultivos temporários é utilizada na produção de álcool e aguardente.
Abobora, moranga,
19 - 18 64 3.555 72
jerimum
30
Tabela 7 – Principais produtos agropecuários da lavoura permanente de Aracruz/ES, 2017.
Pimentas-do-reino 58 96 58 48 827 58
b.1. Cafeicultura
O café responde por 78,39% da lavoura permanente de Aracruz com quase 180 mil sacas
produzidas em 2017, segundo dados do Censo Agropecuário (Tabela 8).
31
Tabela 8 – Cafeicultura do município de Aracruz/ES, 2017.
Número de
Área Área a ser Quantidade Rendimento Produção
estabele-
Lavoura total colhida produzida médio estimada
cimentos
(ha) (ha) (t) (Kg/ha) (t)
Bubalinocultura de corte 38 - - -
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário, 2017.
32
O setor pesqueiro capixaba apresenta como um dos grande gargalos a geração de dados
relacionados a estatística pesqueira, não possuindo essa informação atualizada. O último
levantamento oficial foi o Boletim Estatístico da Pesca do Espírito Santo 2011 realizado em
parceira com o extinto Ministério da Pesca e Aquicultura e a Universidade Federal do
Espírito Santo. Segundo dados da Secretária de Aquicultura e Pesca/ES vinculada ao
Ministério da Agricultura o município de Aracruz em 2019 possuia 73 embarcações com
RGP (Registro Geral da Pesca). As principais espécies caputuradas litoral são o camarão
sete-barbas, dourado, corvina, pescadinha e cação. A ausência desses dados prejudica
em muito a construção de políticas públicas voltadas a pesca no Espírito Santo.
A aquicultura assim como a pesca enfrenta várias dificuldades, tendo como principal
gargalo a aquisição da licença ambiental da atividade. Apesar do grande potencial, devido
a boa oferta de água e topografia favorável a piscicultura no município é a realizada em
pequenas áreas, geralmente menores que 300m² de lámina d’água, utiliza-se muitas vezes
possos de armazenamento de água para irrigação. Essa produção é destinada
basicamente para o consumo familiar.
A única atividade extrativista no munícípio é feita por indígenas com a catação dos frutos
de Schinus terebinthifolia (Aroeira vermelha) (Tabela 11).
33
Em Aracruz existem atualmente treze produtores com certificação orgânica, sendo doze
através de OCS (Organização de Controle Social) e uma por auditoria. As propriedades
com produção agroecológica e em processo de transição, estão em números crescentes
no Município. Dentre os produtores que cultivam sem adubos químicos e agrotóxicos,
destacam-se várias famílias indígenas, principalmente das Aldeias Areal e Pau Brasil, os
pescadores artesanais da Comunidade Lajinha e a maioria dos cooperados da recém-
formada CAF Aracruz – Cooperativa de Agricultores Familiares de Aracruz (Tabelas 12 e
13).
34
Tabela 12. Principais atividades de produção agroecológica e orgânica, Aracruz, 2020.
Número de
Atividades
estabelecimentos Principais Produtos
Nº de
OCS estabelecimentos Principais produtos
participantes
35
Com o passar dos anos, os produtos processados pelas famílias rurais passaram a ter
finalidade de comercialização, sendo necessário estruturar ou adequar espaços onde fosse
possível produzir não somente em maior quantidade, mas também com garantia de
segurança e qualidade dos alimentos ofertados aos consumidores. Assim surgiram os
empreendimentos que conhecemos por “agroindústrias familiares”, pelo fato de possuírem
gestão essencialmente familiar, que pode ser de uma ou mais famílias rurais
(agroindústrias individuais ou coletivas).
Queijos e outros derivados de leite (iogurte, manteiga, ricota, puína, doce de leite) 12
Cachaças e aguardentes 10
Água de coco 3
Embutidos e defumados 3
36
3.9. Comercialização
Para o PAA, cinco associações fazem a entrega dos alimentos. Já para o PNAE, a entrega
foi efetuada por associações dos anos de 2011 até 2019. No ano de 2020, foi criada a
Cooperativa dos Agricultores Familiares de Aracruz ( CafAracruz), que passou a realizar a
entrega dos alimentos para o programa.
Além destes, os produtos da agricultura familiar são entregues nos supermercados, na feira
livre e no mercado municipal aos sábados.
Em 2020, iniciou-se um projeto para entrega de cestas prontas para o consumidor final do
município de Aracruz.
37
Para celebrar a cultura italiana, chamando a atenção das pessoas para sua história e, ao
mesmo tempo, resgatar os costumes e tradições, acontece em Guaraná a Festa do
Imigrante Italiano de Aracruz “Italia Unita”. O evento, que acontece em frente à Praça São
Cristóvão, na avenida Gabriel Pandolfi, conta com uma programação italiana diversificada
com apresentações de danças, artistas, grupos folclóricos e corais, exposição de
artesanato, além de servir pratos típicos da culinária italiana.
Circuito turístico 1
38
4. DIAGNÓSTICO MUNICIPAL PARTICIPATIVO
Os resultados das oficinas e reuniões foram sistematizadas em uma única matriz nomeada
de Matriz de Diagnóstico e Planejamento Municipal, onde estarão relatadas todas as ações
levantadas, com eixos e situações que demandam a atuação de diversas organizações do
município e não somente a do Incaper. Cada matriz, portanto, é um esforço de síntese,
representando tanto um diagnóstico da realidade, quanto a proposição de linhas de
atuação.
Foram expressos os DESEJOS que falam da vontade, dos objetivos, da visão de futuro,
que englobam as mudanças e transformações ensejadas pelo grupo. A partir dos desejos,
houve a construção de LINHAS DE ATUAÇÃO ou linhas de ação que o grupo entendeu
como necessárias para alcançar o que foi desejado, determinado ou sugerindo quem ou
qual organização(s) que ficaria a cargo de cada uma destas linhas, ou o RESPONSÁVEL.
Os participantes identificam sua real atribuição, além de mostrar que o processo é de todos
e não só de um responsável.
39
Matriz 1. Diagnóstico e Planejamento Municipal de Aracruz, 2019.
Orientação para
Uso indevido do Conscientização do Incaper; SEMAG e
boas práticas
defensivo agrícola produtor IDAF
agropecuárias
Incaper; SEMAG;
Poucas caixas Assessoria e SEMAM; Associação
Construção de
secas nas elaboração de de produtores; Comitê
caixas secas
estradas projetos de bacia s; SAAE;
IDAF
SEMAM; Associações
Atuação em de produtores; Comitê
Rios assoreados e Recuperar e
adequação de bacias; SAAE;
poluídos proteger os rios
ambiental SEMAG; IDAF e
Incaper
Rio São Atuação em
José(esgoto sem Rio recuperado adequação SEMAG/ SAAE
tratamento) ambiental
SEMAM; Associações
Recuperar e Atuação em de produtores; Comitê
Nascentes sem
proteger as adequação de bacias; SAAE;
proteção
nascentes ambiental SEMAG; IDAF e
Incaper
Incaper; SAMG;
Rio do Norte bem Manter a Orientação técnica
SEMAM e Comitê de
preservado preservação grupal
bacias
Ambiental
Manejo
Capacitação dos Orientação técnica Incaper; IDAF e
inadequado do
produtores grupal SEMAG
solo
Reflorestamento SEMAG; Incaper;
Falta de cobertura Capacitação de
com espécies SEMAM; IDAF e
florestal agricultores
nativas Comitê de bacias
Implantar um Assessoria e
Falta de COMDERSU/
programa de elaboração de
saneamento rural SEMAM
saneamento rural projetos
Promoção de Recurso Federal;
Lançamento de Rio recuperado/ Municipal SEMAG e
acesso à informação
esgoto no Rio tratamento do SAAE
sobre políticas
Piraqueaçú esgoto da Sede
públicas
Captação de água Incaper; SEMAG;
Capacitação dos Capacitação de
sem controle SEMAM; Comitê de
produtores agricultores
produtores bacias
Fiscalização para
Falta fiscalização Orientação técnica IDAF;
legalização das
das barragens individual SEMAM;Incaper
barragens
Falta de Promoção de
Implantar programa
recolhimento do acesso à informação COMDERSU/
de coleta seletiva do
lixo comunidade sobre políticas SETRANS
lixo
rural públicas
Lixo nos Implantar programa
Promoção de COMDERSU/
manguezais e de coleta seletiva do
acesso à informação SETRANS
estradas lixo
40
Eixo Realidade Desejo Linhas de Atuação Responsável
sobre políticas
públicas
Incaper; SEMAG;
Falta de água na Assessoria e SEMAM; IDAF;
Abastecimento
Comunidade elaboração de AGERH; SETRANS;
regular de água
Lajinha projeto técnico SAAE e Sindicato
rural
Rede de Promoção de
abastecimento acesso à informação
Ampliação da rede SAAE
deficiente na sobre políticas
aldeia Pau Brasil públicas
Ampliar mercado -
feiras livres
Compras Orientação em
Pouco apoio na
governamentais - marketing para Incaper; SEMAG;
comercialização
PAA comercialização de PDRT; PESTG
do produto local
produtos
Construção do
arranjo produtivo
local
Incentivo de novas Incaper; SEMAG;
Baixa
atividades agrícolas Atuação em acesso Associação
diversificação
- abertura de a novos mercados produtores e
agrícola
mercados Sindicato rural
Criar cooperativas,
Possibilitar a troca
Ausência de despertar a Incaper; SEMAG e
de experiência em
cooperativas consciência SEBRAE
loco
cooperativista
Possibilitar a troca
Associações Fortalecer Incaper; SEMAG e
Econômico
de experiência em
enfraquecidas associações SEBRAE
loco
Maior número de Atuação em Incaper; SEMAG;
Agroindústria
agroindústrias segurança alimentar Sindicato rural e
precária
registradas e nutricional SENAR
Dificuldade em
Atuação em acesso Incaper; SEMAG;
acessar o Mercado receptivo
a novos mercados PDRT e PSTG
mercado
Agricultores Maior número de Orientação técnica Incaper; IDAF e
desassistido técnicos individual SEMAG
Alto custo de Promoção de
Energia elétrica de
energia acesso à informação
baixo custo/energia PMA/ SEAG
elétrica/queda sobre políticas
mais produtiva
energia públicas
Promoção de
Falta de
Estradas em boas acesso à informação
manutenção das Incaper e SEMAG
condições de uso sobre políticas
estradas
públicas
Promoção de
Falta de
Programa Caminhos acesso à informação
pavimentação nas PMA/ SEAG
do campo sobre políticas
estradas
públicas
41
Eixo Realidade Desejo Linhas de Atuação Responsável
Promoção de
Falta de acesso à informação COMDERSU; PMA e
Patrulha rural efetiva
segurança rural sobre políticas SEAG
públicas
Falta de Promoção de
iluminação pública Iluminação da área acesso à informação
COMDERSU/PMA
no trevo da aldeia públicas sobre políticas
Pau Brasil públicas
Promoção de
Deficiência na
Melhora no serviço acesso à informação
vacinação de COMDERSU/SEMSA
de vacinação sobre políticas
pequenos animais
públicas
Promoção de
Escolas e
acesso à informação
transporte escolar Manter e melhorar Incaper e SEMAG
sobre políticas
de qualidade
públicas
Promoção de
Precariedade no
Atendimento médico acesso à informação
atendimento COMDERSU/ SMSA
de qualidade sobre políticas
médico no campo
públicas
42
Eixo Realidade Desejo Linhas de Atuação Responsável
Promoção de
Tráfico de drogas Ampliação do
acesso à informação
nas aldeias poliamento/ COMDERSU/FUNAI
sobre políticas
indígenas mobilização social
públicas
Pouca utilização Capacitação de
Resgatar o uso de
de plantas agricultores e Incaper/SEMAG
plantas medicinais
medicinais indígenas
Falta de Promoção de
equipamentos Construção quadra acesso à informação
COMDERSU/PMA
públicos para poliesportiva sobre políticas
lazer públicas
Promoção de
Falta de estrutura
Construção local acesso à informação
comunitária para COMDERSU/PMA
apropriado sobre políticas
arte
públicas
43
5. PLANEJAMENTO DAS LINHAS DE ATUAÇÃO DO INCAPER
Além das matrizes, existe a apresentação do Panorama Geral e da Visão de Futuro, onde
se quer ou pretende chegar, para cada uma das áreas temáticas.
44
A. Gestão dos Recursos Naturais
45
B. Cafeicultura
Panorama Geral: cerca de 75% das propriedades do município cultivam o café Conilon.
46
C. Segurança alimentar e estruturação da comercialização
Capacitar o produtor na
gestão eficiente da Capacitação dos produtores na gestão da
atividade com o cultura.
objetivo de identificar
Baixo preço do produto
onde custos podem ser
no mercado; alto custo
reduzidos.
dos insumos agrícolas;
alto custo de mão-de-
Capacitar na melhoria Orientação técnica individual.
obra e falta de manejo
da qualidade do
adequado da
produto.
lavoura(irrigação).
Trabalhar a
mecanização na
Possibilitar a troca de experiência em loco.
lavoura.
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D. Desenvolvimento Socioeconômico do Meio Rural
Panorama geral:
Visão de futuro:
48
6. REFERÊNCIAS
IJSN - Instituto Jones dos Santos Neves. Mapas por município. Disponível em:
<http://www.ijsn.es.gov.br/mapas/>. Acesso em: 18 jan. 2020.
49
INCAPER. Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural.
Coordenação Técnica de Segurança Alimentar e Estruturação da Comercialização.
Cadastro de agroindústrias familiares do ES. Vitória: CTESA, 2019. 1 planilha
eletrônica.
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7. EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA
Odair Braido
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