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Revista de Geografia (UFPE) V. 28, No.

2, 2011

REVISTA DE GEOGRAFIA
(UFPE)
www.ufpe.br/revistageografia

IMPACTO ESPACIAL, PERIFERIZAÇÃO E


HABITABILIDADE EM PIRAJÁ: IMPLICAÇÕES
SOCIOESPACIAIS DA PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO
DE SALVADOR-BA
Fádia Rebouças ¹
1
Mestre em Geografia (UFPBA). Pesquisadora dos Grupos Desenvolvimento, Sociedade e Natureza (UCSAL) e
Espaço Livre de Pesquisa/Ação (UFBA). Rua José Sales, 17, São Caetano, Salvador, Bahia. CEP: 40391240.
Email: [email protected]

Artigo recebido em 11/05/2010 e aceito em 25/07/2011

RESUMO
Este trabalho aborda as conseqüências do processo de periferização para a configuração do espaço urbano das
cidades capitalistas subdesenvolvidas, em análise de Salvador – Bahia, com estudo de caso em Pirajá, Subúrbio
Rodoviário da cidade. O mesmo possui como foco de investigação as conseqüências daquele processo para o
espaço urbano – seus impactos espaciais –, o que envolve a integração de conceitos, ultrapassando a análise
fragmentada do espaço geográfico, a saber, aquela que se baseia no estudo dos ambientes natural ou construído,
legado da filosofia positivista. Para tanto, além de caracterizar a configuração suburbana de Salvador –
contextualizando-a, e inserindo Pirajá como um espaço importante para o aprofundamento desta análise –
trabalha-se os conceitos de espaço urbano, impacto espacial e planejamento daquele espaço, ou,
especificamente, espaço construído periférico, análise central da pesquisa realizada. A partir desta análise, que
também caracteriza as ações de alguns agentes na produção do espaço urbano periférico – com destaque para o
Estado –, foi possível caracterizar as consequências do processo de periferização de Salvador para as condições
de vivência e habitabilidade de Pirajá, entendidas como impactos espaciais em ambientes construídos para
habitação.
Palavras-chave: produção do espaço urbano periférico, impacto espacial, Pirajá, Salvador-BA.

IMPACT SPACE, PERIPHERIZATION AND HABITABILIDADE IN


PIRAJÁ: IMPLICATIONS SOCIAL AND SPATIAL OF PRODUCTION
URBAN SPACE OF SALVADOR-BA
ABSTRACT
This paper discusses the consequences of skirting process for the configuration of urban space underdeveloped
capitalist city, in analysis of Salvador – Bahia, with a case study in Pirajá, Road Suburb of the city. The same
research has focused on the consequences of that process for urban space – its spatial impacts –, which involves
the integration of concepts, overcoming the fragmented assessment of geographical space, namely, that based on
the study of natural or built environments, legacy of the positivist philosophy. For both, addition to characterize
the suburban setting of Salvador – contextualizing it – and inserting Pirajá as an important space for the
deepening of this analysis – work the concepts of urban space, spatial planning and impact of that space, or,
specifically, the built space peripheral, analysis of the research. From this analysis, which characterizes the
actions of some agents in the production of urban space peripheral – especially the State –, was possible to
characterize the consequences of the process periphery of Salvador to the conditions of life and the habitability
of Pirajá, understood as spatial impacts in built environments for habitation.
Keywords: peripheral production of urban space. spatial impact, Pirajá, Salvador-Ba.

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INTRODUÇÃO sujeitos espaciais e os proprietários


fundiários.
O crescimento espacial da cidade de
Os maiores fluxos migratórios se
Salvador, no sentido da expansão da
concentraram nas regiões dos Subúrbios e
ocupação horizontal, foi inexpressivo até o
do Miolo – até então pouco habitadas –,
final do século XIX, sendo importante
como consequência também os problemas
apenas no século XX – principalmente a
urbano-ambientais e socioeconômicos de
partir da segunda metade –, quando sua
Salvador, sendo que ambos perduram até
população teve crescimento acelerado. As
os dias atuais. Esta expansão não foi
décadas de 1950, 1960 e 1970 foram
acompanhada pela oferta (pode-se falar em
marcadas por importantes transformações
descentralização) dos serviços e
econômicas em Salvador e sua região de
equipamentos urbanos básicos e de
entorno. Nessas décadas foi iniciado o
qualidade, ofertas de emprego e moradia,
desenvolvimento das atividades
além de ter sido caracterizada pelo
petrolíferas no Recôncavo e implantados o
crescimento espontâneo, resultando no que
Centro Industrial de Aratu (CIA) – na BR-
Espinheira (2003) denominou de
324 – e o Complexo Petroquímico no
urbanização de sufoco e sufocante,
município de Camaçari – Região
referindo-se ao aspecto da paisagem
Metropolitana de Salvador,
urbana. Trata-se da Salvador que, como
respectivamente. Tais atividades tiveram
afirma Serpa (2002), cresce às margens da
grande repercussão no crescimento urbano
atuação do Estado. Pirajá situa-se entre o
da cidade, sobretudo pelo processo
Subúrbio Ferroviário e o Miolo da cidade e
migratório. Aliadas aos acontecimentos
insere-se na macrorregião do Subúrbio
externos vieram as políticas internas, como
Rodoviário de Salvador, às margens da via
as infra-estruturais, a exemplo da expansão
BR-324 (Figura 1).
viária. Neste contexto, a produção do
É a partir dos estudos empíricos realizados
espaço urbano de Salvador é dinamizada
desde o ano de 2008 em Pirajá que este
com ações contraditórias e
trabalho será embasado. De acordo com
complementares de diversos agentes
Rebouças (2008), o bairro atualmente
espaciais hegemônicos e não-
possui como principais agentes do espaço
hegemônicos; neste trabalho serão
os sujeitos espaciais, ainda que tenha sido
identificados três deles, por terem suas
alvo das incipientes políticas para
ações mais facilmente identificadas no
habitação popular promovidas pelo poder
contexto do espaço periférico: o Estado, os
público. De acordo com a mesma autora,

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também mencionado em documento da mesmas (REBOUÇAS, 2008) (ANEXO 1,


Coordenação de Desenvolvimento Social - Rebouças, 2008). A Companhia, maior
CDS (1983), Angeoletto (2000) e Serpa proprietária fundiária do bairro, foi
(2001), a situação fundiária de Pirajá responsável pelo início da ocupação
encontra-se em situação peculiar, sendo residencial de Pirajá, através do
que a maioria das terras ainda pertence à loteamento e arrendamento dos lotes, onde
Companhia Progresso e União Fabril da foi erguida – em geral através da
Bahia, que demonstra relativo descaso autoconstrução – grande parte das
embora confirme a posse e interesse pelas residências de Pirajá.

Figura 1 - Localização de Pirajá no município de Salvador/Bahia-Brasil


Fonte: Elaborado pelas autoras, com base na malha censitária do IBGE (2000) e Vôo
Aerofotogramétrico (PMS, 2006) – SIED/INFORMS/CONDER.

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A delimitação temporal deste trabalho Pirajá – será a maior contribuição social


justifica-se pela intensificação dos deste trabalho.
processos de ocupação de Salvador e do A realização deste trabalho contou com as
bairro em destaque, a partir dos anos de técnicas da pesquisa e seleção
1970. Com a realização desta pesquisa bibliográfica e documental, observação
pretendem-se caracterizar o espaço direta e indireta, entrevistas semi-
urbano-ambiental de Pirajá, com ênfase estruturadas e oficinas, realizadas em
nos aspectos do processo de uso do solo intensos trabalhos de campo entre os anos
para ocupação residencial, suas de 2008 2 2021. Tais técnicas permitiram,
conseqüências ao urbano e interferências qualitativamente, diagnosticar
nas condições de habitabilidade. A detalhadamente os problemas do bairro,
ampliação e aprofundamento dos além de alcançar um maior conhecimento
conhecimentos sobre o bairro de Pirajá se acerca da espacialização do processo de
constituirão em uma importante urbanização de Salvador. Os estudos de
contribuição aos estudos urbano- impactos não devem apenas encontrar-se
ambientais da cidade do Salvador, uma vez vinculados à descrição/caracterização do
que se trata da espacialização de um fenômeno na paisagem, ignorando o
processo único. A relevância e justificativa processo histórico-social. Desta maneira,
da realização desta pesquisa serão considerando a importância da análise das
apresentadas com as palavras de Coelho dimensões espaço/tempo para a
(2001), para a qual os problemas compreensão da complexa configuração do
ambientais atingem de forma diferenciada espaço, adotaremos os procedimentos
os espaços da cidade, de acordo com as histórico e comparativo. A
classes sociais predominantes. As classes fotointerpretação auxiliou na escolha da
desfavorecidas, devido à desvalorização do delimitação temporal, a partir de
solo, encontram-se em ambientes mais fotografias aéreas da Companhia de
susceptíveis a riscos como alagamento e Desenvolvimento Urbano da Bahia
desmoronamento. Este fato, associado à (CONDER), das décadas de 1970, 1980,
precariedade das políticas públicas, 1990 e 2000. Para a análise das ocupações
compõe o espaço peculiar e carente da mais recentes (pós 2006) foram utilizadas
periferia das grandes cidades, como imagens de satélites. Este trabalho contou
Salvador. Chamar atenção para as também com uma ampla reflexão
condições de habitabilidade da população conceitual no âmbito da ciência
de baixo poder aquisitivo – residente em geográfica, a fim de situar teoricamente o

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estudo proposto e realizado, pautado na A caracterização acima generalizada faz


análise integrada do espaço e suscitar outro conceito, o de periferização,
compreendendo-o como uma totalidade. intrínseco ao complexo conjunto de usos
no qual se define o espaço urbano. Este
URBANIZAÇÃO, (ESPAÇO / trabalho trata do uso residencial do solo
AMBIENTE) URBANO, IMPACTO urbano para as classes sociais
ESPACIAL E PERIFERIZAÇÃO desfavorecidas, tema amplamente
trabalhado pelos cientistas sociais, também
O espaço urbano das grandes cidades
com Salvador, a exemplo de Carvalho e
capitalistas, como define Corrêa (2004),
Pereira (2006), Espinheira (2003),
compõe-se de um complexo conjunto de
Fernandes (2003, 2004), Rebouças (2008),
usos de terra e de uma diversidade de
Serpa (2001, 2002), Souza (2000a, 2000b),
espaços que mantém ligação, numa relação
entre outros. O processo de periferização
de interdependência. De forma geral, este
(assim como o de segregação – exceto a
espaço geográfico é estruturado por
auto-segregação – ou de favelização) se
processos geradores de formas e funções
espacializa na forma de uma intensa
sociais (SANTOS, 2003), de forma
utilização do espaço para alocação de
dialética. Essas funcionalidades podem ser
residências no geral erguidas através da
resumidas dentro do contexto da
autoconstrução e fora dos parâmetros
reprodução social, que, nos moldes de uma
urbanísticos, escassez e precariedade de
sociedade capitalista, privilegia uma
serviços urbanos básicos e de intervenções
pequena parcela de indivíduos. Desta
do poder público.
maneira, o espaço urbano deve ser
Vale contextualizar – ainda que de forma
compreendido dentro de um contexto
generalizada – como tentativa de
histórico – sem o qual não seria possível
compreensão, como se desenvolveu o
explicar sua configuração atual – a partir
processo de aceleração da construção
de materializações e funcionalidades
periférica nas grandes cidades
originadas de processos que têm como
subdesenvolvidas, responsável por grande
objetivo maior a conservação das
parcela da configuração urbana atual
condições sociais da sociedade do capital,
daquelas cidades. A Revolução Industrial
a saber, concentração de renda, quantidade
da segunda metade século XVIII foi o
e qualidade de serviços para uma minoria
marco da transformação do modo de
da população.
produção dominante (e também do
amadurecimento do sistema capitalista,

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que passa de comercial para industrial), Houve, em suma, uma relação


teve início na Inglaterra e, ao longo do sensivelmente desigual entre a oferta e a
século XIX, expandiu-se para outros países demanda de empregos nas cidades
desenvolvidos. Apenas no século XX, subdesenvolvidas, por ocasião do início da
especialmente em sua segunda metade, os industrialização. “Esta população [...]
países subdesenvolvidos conhecem a exército de reserva de uma indústria
intensificação da produção industrial em inexistente, está na base do
larga escala, caracterizando-a como tardia desenvolvimento urbano.” (CASTELLS,
e (por isso mesmo) acelerada. 2000, p. 81). Esta mesma população, não
Um fenômeno foi comum aos dois grupos tendo condições de pagar por uma moradia
de países, o êxodo rural, a saída de pessoas digna e bem localizada – o que envolve
do campo em direção às cidades. As disponibilidade de serviços e
diferenças começam nas próprias razões equipamentos urbanos, além das
do êxodo, nos países subdesenvolvidos, características da construção –, foi
mais do que o fator atrativo – a indústria – responsável pela expansão considerável do
foi determinante aquele repulsivo, fenômeno da periferização do mundo
exercido pelos problemas passados pela subdesenvolvido, resultando em um
zona rural (o Brasil, particularmente, ambiente urbano precarizado.
possuiu o agravante da seca no sertão Para evitar uma possível interpretação
nordestino). Assim, como afirma Castells, equivocada da afirmação acima, vale
o fenômeno pode ser entendido “muito ressaltar a lógica sob a qual esses
mais como uma decomposição da fenômenos espaciais estão vinculados. O
sociedade rural do que como expressão do modo de produção capitalista sugere uma
dinamismo da sociedade urbana.” relação entre dominação e dependência,
(CASTELLS, 2000, p. 85). O autor em para fins de reprodução socioeconômica,
destaque expõe algumas conseqüências do objetivando a cada vez maior acumulação
que denominou hiperurbanização, as quais de capital. Assim, às regras do sistema
incluem processos como periferização, vigente, sempre terão dominantes,
favelização e segregação. Santos (1989) dominados e a formação, nestes últimos,
denominou o fenômeno dos países de uma estrutura social que garanta a
subdesenvolvidos como êxodo da miséria manutenção dessa relação desigual. Esta
e da esperança. Monte-Mór (1996) condição de aparente hierarquia deve ser
denomina urbanização extensiva na mantida para que se alcance uma
periferia industrial. sociedade dentro da lógica capitalista,

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assim, as técnicas se renovam de maneira roupagem de conseqüências do


cada vez mais acelerada – com o processo crescimento urbano para o meio ambiente,
de amadurecimento do sistema –, por cientistas naturais. A proposta aqui é
tornando-se ainda mais inacessíveis aos analisar o ambiente construído de um
desfavorecidos pelo mesmo. A bairro do Subúrbio Rodoviário da cidade
conservação dessas condições gera um de Salvador – o bairro de Pirajá – como
ciclo interno em cada uma das classes um espaço impactado, consequência das
homogêneas, processo que ocorre pela ações dos agentes espaciais ao longo do
conveniência dos detentores do capital, é tempo. A análise não é feita, por exemplo,
legalizado pelo Estado e se espacializa na da área do Parque São Bartolomeu1 (Foto
cidade. 1) que foi desmatada para ocupação, sim
As classes sociais possuem, como assinala do espaço resultado desta ação (Fotos 2 e
Corrêa (2004), diferentes capacidades de 3), aqui entendido como impacto espacial,
pagar pelas residências que ocupam, que confere condições peculiares de
segundo seus tipos e localizações. Assim, habitabilidade aos moradores de Pirajá.
as mesmas resolvem de maneiras distintas Este conceito pretende remeter à reflexão
os problemas do como e do onde morar na sobre os sistemas de ações responsáveis,
cidade. As classes desfavorecidas, assim como dos sujeitos espaciais
distantes dos benefícios referentes aos diretamente vinculados. Retornando ao
serviços e equipamentos urbanos conceito de espaço, compreende-se a
necessários à vivência digna na cidade, existência histórica de um sistema de ações
aumentam em número de indivíduos e hegemônicas – valorização/desvalorização
espaço ocupado. As classes sociais se de espaços, omissão – e ações não-
encontram fragmentadas no contexto do hegemônicas – autoconstrução, ocupações
espaço urbano e articuladas na ótica do informais – acontecendo desigual e
processo produtivo e da reprodução social. contraditoriamente em um espaço não
O processo de espacialização dos pobres neutro, que nesse ritmo é produzido e se
nas cidades é amplamente tratado por reproduz ininterruptamente.
cientistas sociais, geralmente embasados Assim sendo, a análise de um impacto
nos conceitos de favelização, espacial deve ser interpretada como uma
periferização, segregação ou pobreza conseqüência de um processo – vale
urbana. Aquele processo, no contexto da 1
O Parque São Bartolomeu é uma APA localizada
análise do espaço físico, também se faz no interior da cidade de Salvador, vizinha ao bairro
em estudo. Atualmente é o principal vetor de
vastamente analisado, geralmente sob a crescimento da ocupação informal de Pirajá.

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ressaltar dinâmico –, com abrangência de políticas públicas efetivas. Tais ações


temporal e espacial. De acordo com são norteadas pela lógica de produção
Coelho, para interpretar um impacto deve- capitalista do espaço, a qual privilegia as
se “[...] compreender a história (não linear) classes de altos rendimentos e cria
de sua produção, o modelo de condições para a reprodução das condições
desenvolvimento urbano e os padrões sociais e econômicas, sempre legalizada
internos de diferenciação social” pelo Estado. Nesse contexto, destacamos
(COELHO, 2001, p. 35). Neste conceito como principais agentes de produção do
encontram-se inclusos os processos espaço urbano, responsáveis diretos pelos
formadores do espaço urbano, como o de moldes da urbanização desencadeada em
periferização, o complexo conjunto de Salvador – e consequente processo de
usos do solo que constitui o espaço urbano periferização da cidade –, o Estado, por
e os papéis dos agentes formadores deste legalizar ações, agir e omitir-se (aqui
espaço, além da lógica fragmentadora e principalmente diante das condições
desigual do sistema capitalista já sociais da periferia urbana), os
mencionada na introdução deste escrito. proprietários fundiários – principalmente
As fotos 1 e 2 – associadas à leitura do de terras rurais periféricas, que lotearam
espaço e seus agentes – permitem ilegalmente suas terras e não
interpretar, além dos impactos visíveis ao proporcionaram infraestrutura urbana
ambiente natural e às condições de necessária, e os sujeitos espaciais,
vivência e habitabilidade, que a produção compostos pelas classes de baixo ou
do espaço dessa cidade baseou-se na nenhum rendimento, que atuam
legitimação na propriedade privada e diretamente na produção da urbanização,
valorização de alguns espaços notavelmente a partir da autoconstrução
privilegiados; ao passo em que outros (não apenas das casas, mas também do
espaços – no geral os mais longínquos das bairro – Chinelli (1981), Lima (1981),
áreas centrais, íngremes (Figura 2), Maricato (1982), Valladares (1983)).
sujeitos a alagamento ou em áreas de Todos os exemplos acima são encontrados
proteção ambiental – seguem às margens em Pirajá

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Foto 1 –
Visão aérea do Parque São Bartolomeu. Foto: CONDER, 2010.

AMBIENTE URBANO, IMPACTO autoconstrução em lotes e parcelamentos


ESPACIAL E PERIFERIZAÇÃO EM ilegais de lotes, ocupações informais
SALVADOR: UM ESTUDO DE antigas e recentes – e ocupações
PIRAJÁ planejadas, estas compostas por seis
conjuntos habitacionais (REBOUÇAS,
O uso residencial em Pirajá caracteriza-se
2008).
pelas ocupações espontâneas – residências
antigas, essencialmente erguidas através da

Foto 2 – Moradias erguidas na área do Foto 3 – Moradias erguidas na área do Parque.


Parque Foto: Joseas Alves, 2006 Foto: Joseas Alves, 2006

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Na produção residencial do espaço Pirajá é posteriores: inicialmente a Companhia


predominante a ação dos grupos sociais Progresso e União Fabril da Bahia, a partir
excluídos2 como modeladores do mesmo, do loteamento e arrendamento de
através da auto-segregação induzida pela pequenos lotes e o poder público, a figura
ausência de possibilidades de pagar por do Estado, notadamente com as não-ações
uma habitação em melhores condições e (omissão). A partir dos anos o papel
necessidade de sobrevivência diante das principal passa aos sujeitos espaciais, o
regras ditadas pelo capital, aparece Estado atua com pequenos paliativos
também o poder público como agente infraestruturais, construção de escolas,
segregador. (REBOUÇAS, 2008, p. 62). sempre com insuficiência e precariedade.
O final do século XX e início do século Estes agentes, de maneira integrada através
XXI foram marcados por muitas do tempo, foram responsáveis pela atual
transformações espaciais em Pirajá – desde configuração do urbano do bairro. Muitas
as primeiras ocupações, seja dos lotes, ocupações informais encontram-se em
conjuntos habitacionais ou ocupações superfícies íngremes – como a mais
informais, Vasconcelos (2002), às mais recente – sujeitas ao desmoronamento
recentes, Rebouças (2008) – o bairro (Fotos 4 e 5), ou nas áreas situadas dentro
passou por uma série de mudanças. dos limites do Parque São Bartolomeu,
Entretanto, a quantidade e natureza dos susceptíveis, desta vez, ao alagamento,
fluxos e fixos não atendem à demanda da devido à proximidade de cursos de água
população em crescimento, gerando graves (Fotos 1 e 2). As habitações caracterizam-
problemas sociais, acentuados pela se pelo alto grau de precariedade,
precariedade de grande parcela das compondo, assim, um ambiente urbano
habitações erguidas (REBOUÇAS, 2008). insalubre e sem condições de vivência
As entrevistas, oficinas e diálogos digna.
realizados possibilitaram diagnosticar as
insatisfações dos moradores, tanto com
suas residências como com o espaço do
bairro. Historicamente, podem-se inferir
dois principais agentes modeladores
daquele espaço e responsáveis pelas ações
2
Neste trabalho preferimos a nomenclatura sujeitos
espaciais ou sociais aos grupos sociais excluídos
trazidos por Corrêa (2004).

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Figura 2 Topografia da área de Piraja. Fonte: (CONDER, 1976) – Adaptada

As ocupações informais mais antigas, no em comum em ruas muito estreitas. Os


geral, caracterizam-se por estruturas mais conjuntos mais recentes possuem
resistentes que as mais recentes, ainda que estruturas mais aprazíveis, entretanto,
estas já apresentem residências de bloco e como afirma entrevistada do Residencial
cimento, como pode ser observado nas Vista do Mar B, os apartamentos são
fotos 1 e 2. Entretanto, ainda naquelas, os muito pequenos, dificultando a disposição
serviços infra-estruturais são precários dos móveis básicos (Foto 10). A Prefeitura
(Fotos 6 e 7). Nos loteamentos a Municipal de Salvador construiu pequenas
característica do espaço não é diferente, o residências entre os anos de 2007 e 2008,
impacto espacial na ocupação residencial algumas também com estrutura de parede
se faz presente (Foto 8). Outro fator única, em espaço que, de acordo com
importante é a estrutura das residências fotografia aérea da Companhia de
construídas com a intervenção do poder Desenvolvimento do Estado da Bahia
público, que proporciona péssimas (Conder), datada de 2002, havia resquícios
condições de habitabilidade (Foto 9), de Mata Atlântica, vegetação do Parque
caracterizada por residências com paredes São Bartolomeu. O mesmo pode ser

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concluído, com outro recorte temporal, da residencial (para ter a noção da área de
área de lazer do Conjunto Pirajá I (Foto loteamento, ocupações informais e
11). conjuntos habitacionais), foi
A partir das oficinas realizadas com confeccionado o mapa das condições de
moradores do bairro no ano de 2010 foram habitabilidade do bairro. Os moradores
confeccionadas representações espaciais também identificaram as áreas com
com a base da imagem de satélite, que, necessidade de remoção da população, que
entre as representações disponíveis, possui se referem principalmente àquelas
datação mais recente (ano de 2009). Além ocupações informais dos fundos dos vales
do mapa de predominância de uso e da área do Parque.

Foto 4 – Ocupação informal recente. Foto: Foto 5 – Ocupação informal recente.


REBOUÇAS, 2008

Foto 6 – Ocupação informal antiga. Foto 7 – Ocupação informal antiga.


Foto: REBOUÇAS, 2008.

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Foto 8 – Loteamento Rua Gessina Araújo de Foto 9 – Conjunto Pirajá I. Foto:


Brito. Foto: REBOUÇAS, 2008. REBOUÇAS, 2008.

Foto 10 – Residencial Vista do Mar. Foto: Foto 11 – Campo de Futebol do Conjunto


REBOUÇAS, 2008. Pirajá I.

Nota-se uma prevalência das condições Tais estudos de impactos espaciais urbanos
insuficientes de habitabilidade, que, junto são de suma importância para o
às condições precárias, formam mais de planejamento da cidade, considerando
90% do espaço residencial do bairro. Para principalmente o grau de participação da
a construção dessas representações a população nos resultados. Durante as
associação com a Figura 2 foi oficinas foram questionadas possibilidades
importantíssima, dado que, em uma de intervenção do Estado para melhoria
mesma via – variando de acordo com nas condições de vivência da população
declividade – pode ser encontrada mais de em geral, sendo que projetos urbanísticos
uma condição de habitabilidade. Desta foram as soluções mais mencionadas. Para
maneira, variados são os impactos cada condição de habitabilidade (logo os
espaciais em uma mesma via, aspecto vários lugares do bairro) foram citadas
intimamente ligado ao tempo da (auto) ações específicas em todas as esferas de
construção. necessidades, o que ratifica a teoria que
afirma que quem melhor conhece o lugar é

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quem o constrói. Para alcançar a redução sobrevôo dos agentes planejadores do


dos impactos espaciais ao urbano aliada às urbano. Em contrapartida, a visão de perto,
melhorias nas condições de habitabilidade tomando o bairro como unidade de
faz-se necessário um planejamento urbano planejamento e seus moradores como
efetivamente participativo. E, para se agentes em potencial, é de grande
efetivar o planejamento participativo, relevância para a minimização dos
concordamos com Souza (2008), para problemas sociais enfrentados pelas
quem a escala do bairro (e periferias urbanas.
geograficamente inferiores) como unidade Essa contrapartida, porém, não segue a
de planejamento é a única possível. Ainda lógica capitalista da produção do espaço.
para a efetivação do planejamento com Lógica esta que insere em seu contexto e
participação popular, concordamos com o para sua continuação processos por alguns
mesmo autor – agora em Souza (2011) – autores ditos como não capitalistas, a
quando o mesmo critica a visão de exemplo da autoconstrução Fotos 12 e 13).

Foto 12 – Exemplo de autoconstrução em Foto 13 – Exemplo de autoconstrução em


ocupação recente área de risco Foto: CONDER, 2010.

CONSIDERAÇÕES FINAIS educacional, de saneamento e de


transporte, necessários tanto à valorização
Destarte, de maneira sucinta e
do espaço como à sobrevivência digna.
generalizada, pode-se afirmar que Pirajá é
Alguns problemas são ocasionados pela
alvo de intervenções públicas
não ação do poder público, como a
insuficientes, com ênfase para as questões
ocupação irregular do espaço, construções
referentes à habitação, infra-estrutura –
em encostas ou em área de proteção
como vias estreitas e sem pavimentação –
ambiental, geralmente com estruturas
e também serviços como os de saúde,
precárias. Outro problema encontrado em

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Pirajá, como mencionado, é a forte qualificação das condições de


irregularidade da situação fundiária de boa habitabilidade.
parte dos moradores, resultado de uma Para o planejamento – que deve ser
ação datada dos anos de 1960/1970 e que participativo – é necessária a interpretação
possui grande representatividade para a dos processos responsáveis pelos
característica atual da ocupação. A problemas diagnosticados. Em outras
associação destes fatores resultou em um palavras, ao planejamento é essencial a
espaço urbano impactado, caracterizado análise dialética das categorias
por condições de habitabilidade precárias. espaço/tempo com ênfase nos papéis dos
Vale ressaltar a necessidade de adotar um agentes e as conseqüências de suas ações
planejamento espacial, analisando a ao espaço urbano; tentativa de estudo esta
complexidade do espaço de maneira realizada pela pesquisa em andamento e
integrada, a saber, o espaço geográfico. brevemente exposta no presente escrito.
Em um esforço de exemplificação, adota- Decerto, a mera descrição da paisagem ou
se um conceito de impacto que ultrapasse a a interpretação do impacto como apenas
ideia de consequência da ação antrópica ambiental não satisfaz a complexidade que
sobre o ambiente natural, para além disso, se demonstra o espaço geográfico.
o mesmo deve incluir implicações de ações
antrópicas ou naturais sobre um ambiente, REFERÊNCIAS
seja natural, seja construído ou urbanizado.
CARVALHO, I. M. M.; PEREIRA, G.
O que, neste, interfere qualitativamente C. Segregação socioespacial e dinâmica
nas condições de habitabilidade. metropolitana. In: CARVALHO, I. M.
M.; PEREIRA, G. C. (orgs.). Como anda
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