Historia Estrutural de Broudel
Historia Estrutural de Broudel
Historia Estrutural de Broudel
Elementos do Grupo:
Israfilo Jorge
Rafael Manuel
Luquia Estevao Diqui
Neto Jaimito
Jon Omar
Branquinho Fereira
Sara Eugenio
Ana Paciencia Mtaia
Adelino Joaquim
Aussa Filismino
Lucinda Arcanjo
Zito Anderson
Shamila Da Rita Elias
4º grupo
Elementos do Grupo:
Israfilo Jorge
Rafael Manuel
Luquia Estevao Diqui
Neto Jaimito
Jon Omar
Branquinho Fereira
Sara Eugenio
Ana Paciencia Mtaia
Adelino Joaquim
Aussa Filismino
Lucinda Arcanjo
Zito Anderson
Shamila Da Rita Elias
Metodologia: ................................................................................................................. 3
Conceitos ...................................................................................................................... 7
Conclusão.................................................................................................................... 11
Referências bibliográficas........................................................................................... 12
Introdução
Objectivo geral:
Objectivos específicos:
Metodologia:
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A HISTÓRIA E O ESTRUTURALISMO NA HISTÓRIA
No entanto, precisamos perceber que, enquanto Bourdé e Martin afirmam que Febvre
voltou-se para a história das mentalidades durante a segunda fase dos Annales, iniciada
após a morte de Bloch, Ronaldo Vainfas afirmou que a segunda geração, também
chamada “era Braudel”, foi justamente o momento em que “se viram eclipsadas, por
assim dizer, as fortes preocupações que os primeiros annalistes sempre dedicaram às
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mentalidades na história” (VAINFAS, 1997, p. 133). Diante desse impasse, podemos
considerar que em seu livro O Mediterrâneo Fernand Braudel apresentou um estudo
sobre a economia e sociedade no mundo mediterrânico, ancorado nas relações do
homem e seu meio, a partir de uma análise das diversas temporalidades. Entretanto,
mesmo considerando a análise em longa duração, acabou por, de acordo com Vainfas,
marginalizar as mentalidades. A partir dessa percepção, ao olharmos a obra braudeliana
poderíamos desconsiderar a afirmação anterior de Bourdé e Martin, no entanto foi
justamente entre os anos de 1948 e 1956 que Lucien Febvre se dedicou ao estudo dos
sentimentos de Honra e Pátria como motivadores das ações humanas.
Enquanto Febvre ampliava sua investigação sobre a História das mentalidades coletivas,
Braudel, conforme Vainfas, privilegiou dentro da revista os aspectos econômicos e
demográficos. Foi a valorização do quantitativo em detrimento do qualitativo, que
somente seria retomado na terceira geração.
Nesse momento, principalmente após a morte de Febvre, Braudel investiu nas análises
estruturais da História. Sua proposta de análise da longa duração, ainda que não o
distancie tanto de Febvre e Bloch, veiculava uma ampla e nova discussão, por isso,
segundo Vainfas (1997), a sua era foi marcada pela produção “de grandes obras de
história total”. Sua inovação foi a percepção de profundas e constantes conexões entre
tempo e espaço, história e geografia.
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A concepção de tempo foi desde o princípio a característica fundamental dos annalistes;
em Febvre, não era concebido como o tempo da alma, da consciência, da reflexão
profunda dos indivíduos, mas como disse Marcos Antônio Lopes (1998), o tempo
inconsciente das coletividades, concepção que antecipou a posterior proposta
braudeliana.
A marca de Braudel foi sua concepção de tempo estrutural. Segundo Krzysztof Pomian
(1998), no decorrer da década de 50 irromperam os debates sobre essa nova corrente e
seu papel. Em 1958, após a publicação da “Antropologia estrutural”, de Claude Lévi-
Strauss, estudiosos começaram interrogar sobre o sentido e empregos do termo
“estrutura” e principalmente sobre a validade da história, como ciência social. No
capítulo “Antropologia estrutural”, o autor recusou à história seu direito de se
autodefinir enquanto ciência social. A partir desse texto, estabelecia-se o debate. Em
resposta, Fernand Braudel elaborou um manifesto, intitulado “História e ciências
sociais. A longa duração”, no qual mostrou que a história se interessava
fundamentalmente pela tarefa de individuar as estruturas. Dessa forma, no
desenvolvimento de sua demonstração, também precisou o sentido que os historiadores
davam à própria palavra estrutura:
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afirmar que em sua obra o homem deixara de ser sujeito. Em relação a tal afirmação,
discorreu José Carlos Reis (2000) que Braudel não retirou do homem sua condição de
sujeito, “mas submete a sua ação às circunstâncias objetivas, estruturais, pelas quais ele
está envolvido, e que ele pode alterar, mas à custa de um esforço penoso, e só obterá
resultados a longo prazo” (REIS, 2000, p. 105). Como vemos, foi a recusa do evento e
sua breve temporalidade, somadas à negação do evolucionismo progressista e linear da
sociedade, que o levaram a discutir e a escrever sobre sua visão de tempo em três ritmos
heterogêneos: “estrutural, conjuntural e acontecimental”.
Conceitos
Segundo Braudel, estruturas são conjunturas da vida separadas por sua temporalidade.
Nessa mesma direção, Krzysztof Pomiam (1998; 1990) afirmou que se fosse preciso
determinar ao “estruturalismo” uma data de nascimento, seria sem dúvida o ano de
1916. Nesse ano os discípulos de Ferdinand de Saussure publicaram seu Curso de
linguística geral e, inspirados por essa obra, desenvolveram, ente as duas guerras, a
actividade dos Círculos Linguísticos de Praga e de Copenhague.
No entanto, os debates em volta dessa nova corrente teórica e do papel que pretendia
exercer entre as Ciências Sociais só irromperam no fim da década de 1950, após a
publicação da Antropologia estrutural, também de Lévi-Strauss (1958).
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dos acontecimentos, não apenas é capaz de individuar as estruturas, como deve se
interessar em primeiro lugar por essa tarefa” (POMIAN, 1998, p. 97). O interesse da
História pelo estudo das estruturas, como apontado por Pomian, marcou a renovação
historiográfica francesa da segunda metade do século XX.
O embate travado por Braudel com a antropologia estrutural de Lévi-Strauss visava não
apenas à legitimação da hegemonia da História, mas também à aproximação entre as
ciências do homem. Afirmou em seu texto-manifesto que era urgente a aproximação
entre as ciências, o que ele chamou de “reunião”, como forma de valorizar as jovens
ciências que seriam capazes de contribuir em muito para a ampliação do conhecimento.
Braudel nesse texto se referiu à crítica de Claude Lévi-Strauss à História e sua exclusão
das Ciências Sociais. Ainda vemos sua crítica à antropologia como ciência jovem, que,
apesar de suas promessas, “nem sempre” poderia cumpri-las. Isso, conforme afirmou no
decorrer de seu texto, porque sem a História a antropologia não poderia dar conta do
método estrutural, pois, para Braudel, as estruturas somente se explicam numa análise
temporal de longa duração, a qual era campo por excelência da História. Para ele,
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Dessa forma, segundo José Carlos Reis, a história se preocuparia com as estruturas e
suas permanências num processo de longa duração, como já citado. Para ele, a estrutura
sofre o “vento da história”, que são seus eventos, e é obrigada a se rearticular, a mudar
lentamente. A estrutura é o “não há nada de novo”, que envolve o evento, a novidade;
ela é uma articulação dos “elementos” já presentes nela (REIS, 2000, p. 104).
AS TEMPORALIDADES EM BRAUDEL
O tempo em Braudel, de acordo com Peter Burke, se define por sua preocupação em
“situar indivíduos e eventos num contexto, em seu meio, mas ele os torna intelegíveis
ao preço de revelar sua fundamental desimportância” (BURKE, 1997, p. 47). Burke
apontou nessa frase uma das principais críticas à análise estrutural braudeliana, o perigo
do emprego demasiado das entidades colectivas. Essas entidades colectivas seriam
conceitos amplos e aglutinadores que absorveriam o papel dos indivíduos da História,
como, por exemplo, a massa, a burguesia, entre outros. Braudel, com o ímpeto de
perceber a ação do tempo sobre os eventos, teria aberto mão da análise do papel
exercido pelos homens como sujeitos da História.
passar do tempo breve para o tempo menos breve e para o tempo muito
longo (este último, se existe, apenas pode ser o tempo dos sábios) para
depois, uma vez alcançado este ponto, de se deter, reconsiderar e
reconstruir tudo de novo, ver girar tudo à sua volta, não deixa de ser
tentadora para um historiador (BRAUDEL, 1990, p. 34).
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Essa estrutura teórico-metodológica elaborada e defendida por Braudel, em seu
manifesto, foi anteriormente desenvolvida em sua tese O Mediterrâneo e o mundo
mediterrânico da época de Filipe II – na qual apresentou uma análise estrutural da
História, dividida em três pisos, caracterizados pelos seus distintos ritmos de evolução:
como base apresentou uma geo-história, que consistia na análise da história do homem e
suas relações com o meio; por cima um estudo estrutural da sociedade dividido em
cinco planos – economias, impérios, civilizações, sociedades e guerras; em seu terceiro
passo analisou os acontecimentos políticos e os homens.
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Conclusão
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Referências bibliográficas
_____. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In: BURKE, Peter. A
escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Ed. da UNESP, 1992.
GLÉNISSON, Jean. Iniciação aos estudos históricos. 3 ed. São Paulo; Rio de Janeiro:
DIFEL, 1979.
LE GOFF, Jacques. A história nova. In: _____. A história nova. 4. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
POMIAN, Krzysztof. A história das estruturas. In: LE GOFF, Jacques. A história nova.
4. ed. São Paulo. Martins Fontes, 1998.
REIS, José Carlos. Escola dos Annales: a inovação em história. São Paulo: Paz e Terra,
2000.
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