04 Diversidade e Inclusao Na Sociedade
04 Diversidade e Inclusao Na Sociedade
04 Diversidade e Inclusao Na Sociedade
O Racismo Sexual é definido como preconceito em relações sexuais. Surgiu em razão de um aplicativo de
relacionamento amoroso, no qual havia a opção de selecionar a etnia desejada.
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados de crimi-
nalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as condutas homofóbicas e
transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero
de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se,
por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incriminação definidos na Lei
nº 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica,
por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);
2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício da liberda-
de religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e ministros (sacerdotes,
pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre
outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer
outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se contiver em seus livros e
códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar
e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público
ou privado, de sua atuação individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de
ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra
pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;
STF. Plenário. ADO 26/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MI 4733/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em
13/6/2019 (Info 944).
Apesar da ampla diversidade étnico-racial, o Brasil é um dos países mais preconceituosos do mundo. É raro
ver um negro no poder, em razão da discriminação feita desde pequeno até o momento que vai para o mercado
de trabalho.
As causas do racismo estão relacionadas à escravidão de povos de origem africana, e, também à tardia
abolição da escravidão.
Além disso, a abolição da escravidão causou enorme marginalização, pois não assegurou um futuro aos
libertados. Ou seja, houve grande irresponsabilidade na organização da abolição, que não se preocupou com
a inclusão dos ex-escravos na sociedade.
Para tentar corrigir a desigualdade histórica, o STF julgou constitucional o sistema de cotas, inclusive em
concursos públicos:
Ementa: Direito Constitucional. Ação Direta de Constitucionalidade. Reserva de vagas para negros em con-
cursos públicos. Constitucionalidade da Lei n° 12.990/2014. Procedência do pedido.
1. É constitucional a Lei n° 12.990/2014, que reserva a pessoas negras 20% das vagas oferecidas nos con-
cursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública
federal direta e indireta, por três fundamentos.
1.1. Em primeiro lugar, a desequiparação promovida pela política de ação afirmativa em questão está em
consonância com o princípio da isonomia. Ela se funda na necessidade de superar o racismo estrutural e insti-
tucional ainda existente na sociedade brasileira, e garantir a igualdade material entre os cidadãos, por meio da
distribuição mais equitativa de bens sociais e da promoção do reconhecimento da população afrodescendente.
1.2. Em segundo lugar, não há violação aos princípios do concurso público e da eficiência. A reserva de
vagas para negros não os isenta da aprovação no concurso público. Como qualquer outro candidato, o benefi-
ciário da política deve alcançar a nota necessária para que seja considerado apto a exercer, de forma adequada
e eficiente, o cargo em questão. Além disso, a incorporação do fator “raça” como critério de seleção, ao invés
de afetar o princípio da eficiência, contribui para sua realização em maior extensão, criando uma “burocracia
representativa”, capaz de garantir que os pontos de vista e interesses de toda a população sejam considerados
na tomada de decisões estatais.
1.3. Em terceiro lugar, a medida observa o princípio da proporcionalidade em sua tríplice dimensão. A exis-
tência de uma política de cotas para o acesso de negros à educação superior não torna a reserva de vagas nos
quadros da administração pública desnecessária ou desproporcional em sentido estrito. Isso porque:
(III) mesmo que o concorrente tenha ingressado em curso de ensino superior por meio de cotas, há outros
fatores que impedem os negros de competir em pé de igualdade nos concursos públicos, justificando a política
de ação afirmativa instituída pela Lei n° 12.990/2014.
(I) os percentuais de reserva de vaga devem valer para todas as fases dos concursos;
(II) a reserva deve ser aplicada em todas as vagas oferecidas no concurso público (não apenas no edital de
abertura);
(III) os concursos não podem fracionar as vagas de acordo com a especialização exigida para burlar a polí-
tica de ação afirmativa, que só se aplica em concursos com mais de duas vagas; e
(IV) a ordem classificatória obtida a partir da aplicação dos critérios de alternância e proporcionalidade na
nomeação dos candidatos aprovados deve produzir efeitos durante toda a carreira funcional do beneficiário da
reserva de vagas.
4. Procedência do pedido, para fins de declarar a integral constitucionalidade da Lei n° 12.990/2014. Tese de
julgamento: “É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento
de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utiliza-
ção, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade
da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa”.
(ADC 41, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2017, PROCESSO ELE-
TRÔNICO DJe-180 DIVULG 16-08-2017 PUBLIC 17-08-2017)
Diversidade cultural
A diversidade cultural refere-se à variedade de culturas existentes no mundo e à forma como essas cul-
turas se manifestam nas práticas, expressões, conhecimentos e habilidades das comunidades, grupos e
indivíduos. Esta diversidade é um patrimônio valioso da humanidade, enriquecendo nossas vidas de várias
maneiras e contribuindo para um maior entendimento global. Em um mundo cada vez mais globalizado, onde
as interações entre diferentes culturas se tornam mais frequentes, entender e respeitar a diversidade cultural
é essencial para a convivência harmoniosa e o desenvolvimento sustentável das sociedades.
A diversidade cultural abrange uma ampla gama de aspectos, incluindo, mas não se limitando a, línguas,
tradições, crenças, artes, histórias, formas de organização social, sistemas de valores e estilos de vida. Ela é
influenciada por uma variedade de fatores, como história, geografia, religião, e interações sociais e políticas.
Cada cultura oferece uma perspectiva única sobre o mundo, influenciando a maneira como seus membros
veem a si mesmos, aos outros e ao ambiente ao seu redor.
A promoção da diversidade cultural implica no reconhecimento e na valorização das diferenças culturais,
bem como no incentivo ao diálogo e ao intercâmbio entre culturas. Este respeito mútuo é fundamental para
prevenir conflitos e para fortalecer a coesão social. Além disso, a diversidade cultural é um motor essencial
para a inovação e a criatividade, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico.
Apenas após a redemocratização do Brasil é que a participação em organismos de proteção a direitos hu-
manos se tornou efetiva. A CF/88 aflorou o processo de inclusão brasileiro na defesa e promoção dos direitos
humanos.
Exercícios
3. Como o STF classificou as condutas homofóbicas e transfóbicas no contexto dos crimes de preconceito?
(A) Como crimes inafiançáveis e imprescritíveis.
(B) Como expressões de racismo, ajustando-se aos preceitos da Lei nº 7.716/1989.
(C) Como infrações menores, sujeitas a penas administrativas.
(D) Como delitos que não se enquadram na legislação sobre racismo.
6. Qual grupo é reconhecido internacionalmente como vulnerável e merece proteção especial na busca pela
igualdade material entre os sexos?
(A) Pessoas com deficiência.
(B) Mulheres.
(C) Povos indígenas.
(D) Imigrantes e refugiados.
8. Qual documento internacional é considerado o mais relevante na proteção dos direitos das pessoas com
deficiência?
(A) Declaração Universal dos Direitos Humanos.
(B) Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
(C) Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.
(D) Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
Gabarito
1 D
2 B
3 B
4 B
5 B
6 C
7 C
8 B