Medicamentos Na Terceira Idade
Medicamentos Na Terceira Idade
Medicamentos Na Terceira Idade
Ao Farmacêutico
Introdução
Pacientes da terceira idade passam por alterações normais dessa fase da vida, como, por exemplo, elevação
da pressão arterial, diabetes, colesterol, deficits visuais e auditivos, mudanças de papéis sociais, diminuição da
velocidade das tarefas, dentre outros eventos esperados. Por esses fatores, a população idosa é responsável
por grande parte do consumo de medicamentos e, em muitos casos, a maior parte da aposentadoria dos
idosos brasileiros é destinada para a compra de medicamentos.
Alguns medicamentos podem ser essenciais para a sobrevida do paciente, mas, devido ao seu custo elevado,
algumas pessoas acabam por ter seu acesso a eles dificultado.
Um projeto muito importante, porém desconhecido por muitas pessoas, é o Programa do Governo Federal
chamado Farmácia Popular, cuja proposta é subsidiar uma parcela do valor de alguns medicamentos. O
Programa acontece da seguinte maneira: o Governo arca com uma parte do valor dos medicamentos (podendo
chegar até 90% do valor do medicamento) e o cidadão paga o restante. O valor custeado pelo Governo é fixo.
Por esse motivo, o cidadão pode pagar menos por alguns medicamentos do que para outros, de acordo com
a marca e o preço praticado pela farmácia. Mas, em geral, a população pode pagar até um décimo do preço
de mercado do medicamento.
Para ter acesso a essa economia, basta que a pessoa procure uma drogaria com a bandeira Aqui tem Farmácia
Popular e apresente a receita médica acompanhada do seu CPF e documento com foto.
O Governo acaba de ampliar a linha de medicamentos contemplados pelo Programa. Inicialmente, eram
disponibilizados medicamentos para hipertensão, diabetes e anticoncepcionais. Agora, conta com um novo e
importante medicamento: a sinvastatina, indicada para o tratamento do colesterol elevado.
O varejo tem muito a ganhar com o Programa, pois a bandeira na entrada da loja garante fluxo de usuários ventricular esquerda; redução da incidência de infarto do miocárdio; redução da hospitalização por angina
das substâncias. Além disso, como os consumidores desses medicamentos são geralmente idosos, a farmácia pectoris instável.
acaba vendendo também outros produtos. Os medicamentos da Farmácia Popular funcionam como “produto
destino” para esse público, ou seja, o que levou o diabético, o hipertenso e o hipercolesterolêmico até a Apresentação disponível no programa: 10 mg.
farmácia foi a receita de um medicamento da Farmácia Popular.
Dicas de orientação: o uso de maleato de enalapril com ácido acetilsalicílico e/ou AINES reduz o efeito
anti-hipertensivo em pacientes com deficit de renina, devido à inibição da síntese das prostaglandinas
Medicamentos vasodilatadoras. Oriente-os em relação a essas associações, quantidade e horários de administração.
atenolol
ANTILIPÊMICO: Indicações: o produto está indicado para o controle da hipertensão arterial; controle da angina pectoris;
controle de arritmias cardíacas; tratamento do infarto do miocárdio e na intervenção precoce e tardia após
sinvastatina infarto do miocárdio.
Indicações: redução do risco de morte associado às doenças cardiovasculares; tratamento da hiperlipidemia. Apresentação disponível no programa: 25 mg.
Apresentações disponíveis no programa: 10, 20 e 40 mg. Dicas de orientação: a administração concomitante de atenolol com barbitúricos, fenitoína e rifampicina
pode aumentar o metabolismo dos bloqueadores; outros indutores enzimáticos podem produzir efeitos
Dicas de orientação: oriente o paciente usuário de sinvastatina a fazer uso do medicamento durante a semelhantes. AINES podem reduzir a resposta anti-hipertensiva. Avalie e oriente em relação a essas associações.
noite, antes de se deitar, pois a maior parte da síntese de colesterol pelo organismo ocorre durante o sono.
Oriente também quanto ao uso contínuo e sobre os horários e as doses que devem ser respeitados para melhor cloridrato de propranolol
eficácia do tratamento. A sinvastatina pode potencializar o efeito dos anticoagulantes. Os pacientes que fazem
uso de ambos devem ser monitorados. Indicações: o cloridrato de propranolol é indicado no tratamento da hipertensão; angina pectoris devido
à arteriosclerose coronariana; arritmias cardíacas; redução da mortalidade cardiovascular em pacientes que
Anti-hipertensivos: sobreviveram à fase aguda do infarto do miocárdio e estejam clinicamente estáveis; profilaxia da enxaqueca
comum; estenose subaórtica hipertrófica; feocromocitoma inoperável ou metastático.
captopril
Apresentação disponível no programa: 10 mg.
Indicações: tratamento da hipertensão arterial; insuficiência cardíaca; infarto do miocárdio (usado com outros
medicamentos diuréticos e digitálicos); nefropatia diabética (doença renal causada por diabetes). Dicas de orientação: a associação de propranolol com bloqueadores de canal de cálcio (ex.: verapamil)
pode proporcionar um efeito hipotensor aumentado de ambas as drogas, levando a um descontrole da pressão
Apresentação disponível no programa: 25 mg. arterial. A associação de propranolol com insulina ou hipoglicemiantes orais pode provocar hipoglicemia no
paciente, devido ao efeito de bloqueio dos receptores ß2 localizados no fígado. Esse efeito não se manifesta
Dicas de orientação: para não comprometer (reduzir) a absorção do captopril, recomende ao seu cliente quando se utiliza bloqueadores betacardiosseletivos (ß1) como o atenolol e metoprolol.
respeitar um intervalo de uma a duas horas entre a alimentação e a administração de captopril. Verifique
também se o paciente faz uso de algum medicamento contendo ácido acetilsalicílico e/ou AINES, pois pode Antidiabético:
ocorrer redução do efeito anti-hipertensivo em pacientes com deficit de renina, devido à inibição da síntese
das prostaglandinas vasodilatadoras. Oriente-o em relação à quantidade e horários de administração. cloridrato de metformina
maleato de enalapril Indicações: diabetes do tipo 2, isoladamente ou em combinação com outros antidiabéticos orais; diabetes
do tipo 1, dependente de insulina, como complemento da insulinoterapia. Este medicamento também está
Indicações: tratamento de todos os graus de hipertensão essencial; hipertensão renovascular; todos os indicado na Síndrome dos Ovários Policísticos.
graus de insuficiência cardíaca; prevenção de eventos isquêmicos coronarianos em pacientes com disfunção
Apresentações disponíveis no programa: 500 mg e 850 mg.
Dicas de orientação: alerte os pacientes sobre os sintomas da hipoglicemia e seus efeitos quando o
cloridrato de metformina for usado com outras drogas hipoglicemiantes e/ou com insulina. Oriente o paciente
para evitar o consumo de álcool ou reduzi-lo a um mínimo, pois pode ocorrer hipoglicemia e acidose láctica,
já que o álcool inibe a gliconeogênese e potencializa a acidose láctica.
É muito importante que você oriente os pacientes diabéticos, assim como os hipertensos e os hipercolesterolêmicos,
a realizarem corretamente a farmacoterapia e mudanças de estilo de vida (como adequação da dieta e prática
de exercícios físicos). Essa combinação pode trazer melhores resultados, prevenir complicações, além de
proporcionar diminuição de doses das drogas utilizadas e dos riscos de efeitos colaterais.
O uso de medicamentos, quando adequado, pode melhorar a condição de saúde das pessoas e salvar vidas;
entretanto, se feito de forma incorreta ou em excesso, pode piorar a doença, ocultar ou alterar sintomas e causar
©Medley 2010. ®Marca Registrada. BOLETIM GNRC AO FARMACÊUTICO N0 21- 802309 - 22/jun./10.
danos sérios. Para evitar essas situações, você, farmacêutico, tem um papel muito importante no momento
da dispensação. Orientar sobre o uso correto dos medicamentos, quantidade e horários de administração e
acompanhamento da terapia contribui muito para a segurança e efetividade do tratamento.
Aferir a pressão arterial, glicemia e conferir o peso corpóreo também são formas de acompanhar o tratamento
de seu cliente e fidelizá-lo. Utilize a ferramenta Assistência Farmacêutica, disponível no site HYPERLINK “http://
www.aofarmaceutico.com.br” www.aofarmaceutico.com.br, para facilitar suas orientações personalizadas.
Referências:
BOECHAT, NS. Interação medicamentosa em idosos. J. Bras. Med. 1991; 60(4): 75-83.
KATZUNG, BG. Farmacologia Básica & Clínica. 9ª edição. Guanabara Koogan, 2006.