Gabarito (Prova) 7º Ano
Gabarito (Prova) 7º Ano
Gabarito (Prova) 7º Ano
A volta
Da janela do trem o homem avista a velha cidadezinha que o viu nascer. Seus
olhos se enchem de lágrimas. Trinta anos.
Desce na estação – a mesma do seu tempo, não
mudou nada – e respira fundo. Até o cheiro é o
mesmo! Cheiro de mato e poeira. Só não tem
mais cheiro de carvão porque o trem agora é
elétrico. E o chefe da estação, será possível?
Ainda é o mesmo. Fora a careca, os bigodes
brancos, as rugas e o corpo encurvado pela
idade, não mudou nada.
O homem não precisa perguntar como se chega ao centro da cidade. Vai a pé,
guiando-se por suas lembranças. O centro continua como era. A praça. A igreja. A
prefeitura. Até o vendedor de bilhetes na frente do Clube Comercial parece o mesmo.
O homem sabe que subindo a Rua Quinze vai dar num cinema. O Elite. Sobe a
Rua Quinze. O cinema ainda existe. Mas mudou de nome. Agora é o Rex. Do lado tem
uma confeitaria. Ah, os doces da infância... Ele entra na confeitaria. Tudo igual. Fora o
balcão de fórmica, tudo igual. Ou muito se engana ou o dono ainda é o mesmo.
– Lupércio.
– Errei por pouco. Estou procurando a casa onde nasci. Sei que ficava ao lado de
uma farmácia.
– A Moderna.
– Então é essa.
– Fica na Rua Voluntários da Pátria.
Claro. A velha Voluntários. Sua casa está lá intacta. Ele sente vontade de chorar.
A cor era outra. Tinham mudado a porta e provavelmente emparedado uma das janelas.
Mas não havia dúvida, era a casa da sua infância. Bateu na porta. A mulher que abriu
lhe parecia vagamente familiar. Seria...
– Titia?
– Puluca!
Ela lhe serviu licor. Perguntou por parentes que ele não conhecia. Ele perguntou
por parentes de que ela não se lembrava. Conversaram até escurecer. Então ele se
levantou e disse que precisava ir embora. Não podia, infelizmente, demorar-se em
Riachinho. Só viera matar a saudade. A tia parecia intrigada.
– Riachinho, Puluca?
– É, por quê?
– Eu estou em Riachinho.
– Não, não. Riachinho é a próxima parada do trem. Você está em Coronel Assis.
Mas ele estava na rua, atordoado. E agora? Não sabia como voltar para a
estação, naquela cidade estranha.
A) Triste
B) Irritado.
C) Nostálgico.
D) Impaciente.
5- No trecho “Morreu, ih, faz vinte anos”, a expressão destacada é: (05 p.)
A) Poético. C) Reflexivo.
B) Irônico. D) Humorístico.
7- No desfecho da crônica, o personagem percebe que: (05 p.)
Em “Desce na estação – a mesma do seu tempo, não mudou nada – e respira fundo”,
o que o duplo travessão indica?
POSSIBILIDADES:
Ênfase com o objetivo de explicar um conteúdo para o qual se quer dar mais
destaque.