Fundamentos Historicos Conceituais e Areas de Atuação Do Profissional 1
Fundamentos Historicos Conceituais e Areas de Atuação Do Profissional 1
Fundamentos Historicos Conceituais e Areas de Atuação Do Profissional 1
DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL
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Sumário
Historia..................................................................................................... 2
DIAGNÓSTICO .................................................................................. 22
SESSÕES LÚDICAS E ENQUADRE COM O PACIENTE ................. 25
DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO ......................................................... 28
DIAGNÓSTICO PROJETIVO ............................................................. 29
DIAGNÓSTICO LECTO-ESCRITA .................................................... 30
MOVIMENTO CORPO E EXPRESSÃO............................................. 31
CONTATO COM A ESCOLA E OUTROS PROFISSIONAIS ............. 32
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ............................................................... 33
DEVOLUÇÃO ..................................................................................... 33
INTERVENÇÃO ................................................................................. 34
REFERENCIAS ..................................................................................... 36
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Historia
A psicopedagogia surgiu com o intuito de ajudar as pessoas com
problemas de aprendizagem, e seus ramos de atuação situam-se, sobretudo,
nas ações preventivas em instituições e na clínica com atendimentos
individualizados (BOSSA, 2011, p.48). Portanto, a psicopedagogia propõe-se a
buscar uma resposta para os conflitos na aprendizagem com técnicas de
trabalho que podem ser desenvolvidas de maneira individual ou em grupo, para
assim resgatar a vontade de aprender, de modo a observar quais fatores,
possivelmente, podem contribuir ou não para a processo de ensino-
aprendizagem.
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Considerando a construção e evolução da psicopedagogia, o presente
estudo tem como objetivo levantar as principais fundamentações teóricas que
contribuíram e continuam a dar corpo à psicopedagogia. Para isso, será
realizado um breve histórico sobre sua origem e influências teóricas, com
destaque ao construtivismo de Piaget. Pois, acreditamos que com essa incursão
histórica poderemos colaborar para um melhor entendimento das práticas
psicopedagógicas.
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Na Psicanálise analisa-se o mundo inconsciente, representado por
sintomas e símbolos, dando acesso aos desejos do homem.
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educador até o limite de seu conhecimento e quando ultrapassado, recorre-se a
outros profissionais.
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matriz de pensamento diagnóstico, o processo diagnóstico, a entrevista
operativa centrada na aprendizagem e o processo corretor.
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Apropriação dos estudos escolares, proporcionando o desenvolvimento
cognitivo em disciplinas escolares quando a criança não demonstra um bom
aproveitamento.
Influências na psicopedagogia
Assim que é gerado o indivíduo inicia-se uma longa trajetória de variadas
aprendizagens. O sujeito durante a sua vida acaba se constituindo, aprendendo
e reaprendendo. Pela aprendizagem o ser humano passa a se desenvolver, de
maneira a constituir sua própria identidade a partir de suas vivências, segundo
Martini, (1994, p.1) ‘‘o [...] processo de aprendizagem pode ser positivo,
prazeroso e eficaz, mas, por outro lado, o inverso pode ocorrer, e aprender torna-
se uma dificuldade e um desprazer’’.
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foram selecionadas algumas das teorias que subsidiam a psicologia, dentre as
quais destacamos o behaviorismo, o humanismo e o materialismo-histórico.
Muitos críticos designam esta tese por psicologia da mente vazia, tanto
por se recusar a estudar a vida mental, quanto por defender que esta surge, não
de potencialidades mentais inatas no organismo, mas sim da associação entre
reflexos automáticos e determinados estímulos do meio. Segundo Watson,
qualquer comportamento humano ou animal (desde uma simples emoção até à
resolução de um complicado problema matemático) pode ser explicado pelo
encadeamento de associações simples entre estímulos e respostas. De acordo
com esta posição, Watson opôs-se vigorosamente aos defensores de teorias
inatistas (segundo as quais a aprendizagem depende do potencial de inteligência
com que nascemos) e maturacionistas (segundo as quais a aprendizagem
depende do processo de maturação fisiológica) (GONÇALVES, 2007, p. 27).
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abordagem rogeriana implica que o ensino seja centrado no aluno, que a
atmosfera da sala de aula tenha o estudante como centro; implica confiar na
potencialidade do aluno para aprender, em deixá-lo livre para aprender, escolher
seus caminhos, seus problemas, suas aprendizagens. O importante não é
aprender certos conteúdos, mas sim a auto realização e o aprender a aprender.
(MOREIRA, 2009, p.56).
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No associacionismo são destacados os conteúdos que serão aplicados
aos alunos, o ensino, de acordo com essa linha de pensamento, deve ser
realizado em uma sequência a ser seguida, para que assim o aluno possa chegar
a uma resposta certa, como nos apresenta o autor a seguir:
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Piaget postula que a criança precisa assimilar e depois pode acomodar
ou não, as informações recebidas, modificando seus esquemas com essas
construções cognitivas. Quando há interação com o mundo o individuo se
encaminha para uma integração organizada, pois a cada novo conhecimento ele
ganha mais meios de adaptação ao meio, elevando seu grau de organização. A
cada conhecimento que leve a acomodação, o sujeito também alcançará a
adaptação e a organização (MOREIRA, 2009, p.13).
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conversação, perde-se na socialização tanto o que é coagido quanto o que coagi.
(GOMEZ et al, 2010, p.1). A cooperação seria uma maneira crítica de
socialização, mas para Piaget a crianças necessita de normas e por isso a
relação de coação se faz necessária.
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Psicopedagogia Clínica
A psicopedagogia clínica é realizada terapeuticamente. O psicopedagogo
que atende em clínica se concentra em descobrir o porquê o sujeito não aprende,
para auxilia-lo (BOSSA, 2000). Com o desenvolvimento do trabalho o
psicopedagogo colabora na construção da autoestima, que se desfez na
trajetória estudantil. Dessa forma o sujeito é conduzido a descobrir suas
competências e aptidões, construindo seu saber. O atendimento clinico é
praticado em centros de saúde e clinicas e normalmente os atendimentos são
feitos individualmente (VERCELLI, 2012, p.73).
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Psicopedagogia Institucional
A psicopedagogia institucional pode ser desenvolvida no contexto
hospitalar, no setor empresarial, em organizações assistenciais e na instituição
escolar. No entanto, o enfoque deste trabalho está embasado apenas no
contexto escolar, local que a psicopedagogia pode ser realizada
preventivamente e sua função é, principalmente, de antecipar os problemas que
podem ocorrer na aprendizagem e assim combater o fracasso escolar. Por isso,
a psicopedagogia institucional se coloca, atentamente às variadas possibilidades
de construção do conhecimento e valoriza o imenso universo de informações
que envolve a vida escolar (OLIVEIRA, 2009, p. 39).
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Quando recebe conhecimentos, o ser humano é incluído, de um jeito
coordenado, nos ambientes culturais e simbólicos, que acabam o integrando a
coletividade. A escola tendo o dever de ajudar na obtenção do conhecimento
passa a ser mediadora nessa inclusão do sujeito (BOSSA, 2011, p.141).
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Além disso, uma das ações do psicopedagogo é a intervenção, que visa
fazer a mediação entre os alunos e seus objetos de conhecimentos, trabalhar as
relações interpessoais, bem como estimular a aprendizagem e o
desenvolvimento do aluno, numa perspectiva preventiva. Na intervenção, a ação
psicopedagógica contribui para o processo educacional, buscando compreendê-
lo, explicitá-lo ou modificá-lo. Ao introduzir novos elementos para o sujeito pensar
é possível conduzi-lo à quebra de paradigmas anteriormente estabelecidos.
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El campo actual de la psicopedagogia es reconecer la sinuosa história
de las ideas acerca del aprendizaje, del conocimiento y sus vicisitudes, de
quién es y a qué se dedica una psicopedagoga o un psicopedagogo, quién es
un niño, una niña, un adolescente, un adulto que conocen y aprenden, qué es
aprender y qué es un problema de aprendizaje, qué es la salud psíquica en
cuanto a conocer, pensar y aprender, para qué sirve la escuela, qué es
enseñar, cómo se aprende y se enseña en contextos escolares, cotidianos y
laborales, qué es el conocimiento, qué es el saber, qué lógicas sigue la
construcción del sentido. (p.48)
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estuda o ser cognoscente como um ser inteiro, mergulhado em um contexto, com
possibilidades de aprendizagem em vários âmbitos da sociedade.
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João Beauclair, escritor, psicopedagogo, Mestre em Educação,
Conferencista e Palestrante sobre temais educacionais e psicopedagógicos em
diversos congressos e Professor do Curso de Pós-Graduação em
Psicopedagogia Clínica e Institucional da Fundação Aprender (Varginha/MG)
argumenta que
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aprendizagem, ou pesquisas verificando a aplicação de uma certa teoria, mas
permanece uma lacuna: a de acompanhar o aluno enquanto aprendendo. É o
conhecimento sobre e o acompanhamento do ATO DE APRENDER que
priorizamos e consideramos importante na formação do psicopedagogo.
Outro aspecto importante é que, ao invés do curso estar voltado para área
clínica, às instituições deveriam formar o psicopedagogo tanto para atuação
institucional, quanto clínica considerando a vivência nos respectivos estágios.
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Encontramos em Arias (2007), uma proposta a respeito ao futuro da
Psicopedagogia Argentina. Ela considera
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pronto, passa a construir e aplica o plano de intervenção, com o principal objetivo
de sanar e/ou amenizar a causa do problema de aprendizagem do sujeito em
questão.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da causa do problema de aprendizagem consiste na análise
do resultado de vários fatores que devem ser considerados presentes no sujeito.
Paín (1985, p. 69) diz que: “Diagnosticar o não-aprender como sintoma consiste
em encontrar sua funcionalidade. Isto é, sua articulação na situação integrada
pelo paciente e seus pais.”
CONTATO TELEFÔNICO
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grande carga emocional persecutória ou de expectativa positiva. Relembro como
exemplo dois casos bem significativos. (WEISS, 2012, p. 45).
MOTIVO DA CONSULTA
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Durante a entrevista em que o fundamental é buscar o motivo da consulta,
há outros aspectos que o psicopedagogo deve estar atento e tentando descobrir
e definir: a significação do sintoma na família, a significação do sintoma para a
família, as expectativas dos pais quanto à intervenção e as modalidades de
comunicação do casal diante um terceiro.
HISTÓRIA VITAL
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ligados à atividade nervosa superior; Tempo de reclusão a que a criança
foi obrigada e como foi o processo; Processos psicossomáticos; Disponibilidade
física.
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paciente, e fazermos isto através de uma sessão que denominamos “hora de
jogo”.
MODALIDADE DE APRENDIZAGEM
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A história das aprendizagens, especialmente algumas cenas
paradigmáticas que fazem a novela pessoal de aprendente que
cada um constrói;
A maneira de jogar;
A modalidade de aprendizagem familiar;
A modalidade ensinante dos pais.
1. Hipoassimilação - Hipoacomodação;
2. Hiperassimilação - Hipoacomodação;
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levar a uma pobreza de contato com a subjetividade, levando à
submissão e à obediência a crítica às normas; assim, a modalidade
de aprendizagem representa uma forma de relacionar-se, buscar e
construir conhecimentos, como o sujeito se posiciona diante de si
mesmo.
DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO
É importante que o diagnóstico operatório ocorra depois de um vínculo
formado entre o profissional especializado e o paciente, pois é preciso que o
paciente aja de uma maneira confortável, sentindo-se confiante, para tornar
resultado efetivo. As provas operatórias foram criadas por Jean Piaget, a fim, de
identificar em que nível de estrutura a criança se encontra e para isso, cada nível
de desenvolvimento, possui uma série de provas. Piaget (1975), quando explica
sua teoria sobre o desenvolvimento da criança, descreve-a, basicamente, em
quatro estados, que ele próprio chama de fases de transição. Essas quatro fases
são:
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operação como uma atividade interiorizada, um pensamento
sujeito a certas regras da lógica, como reversibilidade, identidade
e compensação;
Operações formais (dos 11 aos 12 anos ou dos 14 aos 15 anos):
as operações formais representam uma evolução extremamente
importante em relação às operações concretas, pois nesta fase, as
crianças já aplicam a lógica aos objetos reais ou que são
imagináveis.
DIAGNÓSTICO PROJETIVO
O diagnóstico projetivo que se dá através das provas projetivas, tem o
objetivo de analisar a relação do sujeito com a aprendizagem, bem como as suas
manifestações. Paín (1985), quando fala nas provas projetivas, diz que para
traçarmos o diagnóstico dos problemas, devemos examinar os conteúdos
manifestos e as relações do paciente com os seus sentimentos, sejam eles
agressivos e/ou de medo associados às situações representadas.
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Desenho da figura humana: o corpo é um instrumento de ação
sobre o mundo, e quando o sujeito o desenha, representa este
instrumento por esse meio;
Relatos: criação de história ou simplesmente antecipar seu final; •
Desiderativo: hierarquização significativa dos elementos vegetais,
animais e objetos.
DIAGNÓSTICO LECTO-ESCRITA
O diagnóstico do paciente nas áreas da leitura e da escrita é fundamental
no trabalho do psicopedagogo, e muitas vezes, a dificuldade de aprendizagem
está relacionada a estas duas áreas, normalmente quando se trata de crianças
nos anos iniciais. A nossa cultura exige que o indivíduo saiba ler e escrever,
desde o nascimento a criança entra em contato com o mundo das letras, e é a
escola que tem obrigação de ensiná-las, porém, muitas crianças apresentam
dificuldade nisso.
O domínio visual;
O domínio perceptivo-motor;
A organização do espaço;
A integração da linguagem falada;
A competência semiológica;
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A avaliação consciente e inconsciente que o sujeito faz da
leitura.
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Através do corpo as crianças brincam, imitam, constroem, se relacionam
com o mundo, se expressam e se comunicam, e este movimento do corpo está
presente na criança desde o nascimento, e a tendência é que continue
amadurecendo, conforme o passar dos anos. Por isso, é fundamental
observarmos os movimentos dos pacientes, as suas condutas motoras, a fim, de
fazer uma avaliação psicomotora.
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devemos contatar a escola com o objetivo de aproximar as necessidades do
sujeito, frisando que a intervenção está focada nas dimensões do corpo,
organismo, da inteligência e do desejo.
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
Após realizados os primeiros passos para diagnosticarmos o motivo do
problema de aprendizagem, como a história vital, as sessões lúdicas, entre
outros, construímos a hipótese diagnóstica, que se resume em buscar o “para
que” do sintoma, o “por quê” e o “como” do processo de aprendizagem.
DEVOLUÇÃO
Acredito que o momento da devolução, possa ser considerado o momento
mais importante para a família, que espera ansiosa para saber o que o
profissional “descobriu”, como ele agirá, à quais conclusões ele chegou.
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Devolução é uma comunicação verbal feita ao final de toda a avaliação,
em que o terapeuta relata aos pais e ao paciente os resultados obtidos ao longo
do diagnóstico. É uma análise da problemática, seguida de sínteses
integradoras, que devem ser repetidas sempre que sejam acrescentadas novas
informações, e de algum modo se rearrumando a situação no sentido da
diminuição das resistências (WEISS, 2012, p. 137).
INTERVENÇÃO
Quando o diagnóstico está concluído e aceito pela família e paciente, é
hora de determinarmos o tratamento que se adequa a esta dificuldade de
aprendizagem específica.
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e os desejos do mesmo. Paín (1985, p. 74) diz que “Nem sempre é fácil
determinar o sentido do problema de aprendizagem no quadro total, nem a opção
terapêutica é tão clara.”.
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REFERENCIAS
LCÁNTARA, A. SILVA, M. A da R. Semejanzas y diferencias em las
políticas de educación superior em América Latina: cambios recientes em
Argentina, Brasil, Chile y México. In: SILVA, JR. & OLIVEIRA, J. F. (Orgs).
Reforma universitária: dimensões e perspectivas. Campinas/SP: Alínea, 2006,
p. 11-26.
Acesso em 15/09/2014.
36
n.files.wordpress.com/2009/08/teorias_da_aprendizagem_praticas_de_ensino1
.pdf>. Acesso em 04/09/2014.
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RUBINSTEIN, Edith Regina. O estilo de aprendizagem e a queixa escola:
entre o saber e o conhecer. São Paulo: Casa do Psicólogo Livraria e Editora,
2003.
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