Aula 8

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1º Trimestre de 2015

EU CREIO, REVELANDO AO MUNDO SUAS CONVICÇÕES


CRISTÃS – Eu creio na Igreja de Cristo.

Introdução:
- Esta lição traz continuidade ao trimestre com base em assuntos da vida cotidiana do
crente. Certamente o tema de hoje vem sendo negligenciado pela comunidade evangélica
mesmo em meio a dificuldades concernentes ao assunto. O estudo da igreja é algo muito
mais importante do que muitas pessoas possam imaginar, no ramo da teologia
sistemática o estudo da igreja nos revela o quanto esse estudo é abrangente e relevante
para combater distorções a respeito da IGREJA, no seu propósito e função.

- Nesse estudo poderemos analisar o conceito de Igreja com forte aparato bíblico e
histórico, dessa maneira poderemos eliminar grande parte das equivocadas formas de
entendimento a respeito da igreja que com o passar do tempo criamos em nossas
mentes devido o abandono do tema em questão.

- A igreja há muito tempo é alvo de diversos ataques da comunidade não cristã, a respeito
de suas condutas históricas e forma de se organizar. Historicamente, ela é acusada de ser
percussora de sangrentas perseguições, e a sua atual forma de governo, que muitas
vezes nem se quer parece com um grupo religioso e se parecendo cada vez mais com
uma empresa multinacional.

- O problema se agrava, pois os equívocos se originam dentro da própria comunidade


evangélica, pois é diferente viver na Igreja e saber o que é a Igreja; grande parte dessa
comunidade tem uma ideia superficial de que a igreja se resumiu a uma placa com
nome e um belo prédio com um poderoso e organizado sistema hierárquico,
certamente não é isso. A Igreja conforme definida biblicamente é algo muito mais
especial e grandioso que mero sistema humano.

I - A Igreja
1. O que é a igreja.

[Do heb. qahal, assembleia do povo de Deus; do gr. ekklesia, assembleia pública].

Organismo místico composto por todos os que, pela fé, aceitaram o sacrifício vicário
de Cristo, e têm a Palavra de Deus como a sua única regra de fé e conduta ( Ef 5.30-
33).No Novo Testamento, o mesmo termo aplica-se ao ajuntamento dos fiéis, num
determinado lugar, para adorar a Deus, fortalecer a comunhão cristã e desenvolver o
serviço cristão (Fm 2). (Claudionor Correia de Andrade Dicionário Teológico the
World).

- No período da Grécia antiga era se empregado o termo ekklesia (ek “fora de”, e o
verbo kaleõ “chamar”), quando haveria de se reunir o lideres (chama-los para fora) em
praça publica exercendo a inicio da democracia que conhecemos, na época somente
homens dispensados de suas obrigações militares é quem participavam dessa reunião de
liderança. Portanto Igreja “ekklesia” pode significar chamados para fora para se reunir.

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A igreja de Cristo foi chamada para fora do sistema do pecado, para se reunir em
Cristo.

Promessa da Igreja 13 E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos,
dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? 14 E eles disseram: Uns, João Batista; outros,
Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas.15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?16 E
Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 E Jesus, respondendo, disse-
lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu
Pai, que está nos céus.18 Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a
minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19 E eu te darei as chaves do Reino
dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado
nos céus.20 Então, mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo. (MT
16.13-20)

“Tu és Pedro e sobre esta pedra...” Existe um grave equivoco de interpretação por parte
de alguns grupos. Jesus utiliza de um jogo de palavras fazendo um belo trocadilho.
Pedro no original grego é petros quer dizer pedra, ou pedregulho. Continuando Jesus diz “E
sobre esta petra edificarei a minha igreja”, petra no original representa um rochedo, ou
uma grande formação rochosa. Essa grande formação rochosa é o próprio Jesus, na qual é o
alicerce da igreja.

- Na passagem de Mateus 16, Jesus Cristo revela aos seus discípulos o que ele faria.
Chamaria o povo para fora do pecado e reuniria na praça que é o próprio Cristo
edificaria a sua igreja sobre Ele o Filho do Deus, na qual ele é a cabeça (Ef 5.23),
dando continuidade naquilo que foi proposto com sua vinda. Nesse momento é apenas
anunciado e não criado a igreja. No antigo testamento não havia igreja como conhecemos
hoje, com o povo de Israel era conhecido como congregação, mas podemos entender que
eles eram a igreja do Senhor; eles porem o negou posteriormente e então foram abertas as
portas para podermos estar diretamente ligados ao Senhor, Nisto não há judeu nem grego;
não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus. (Gl 3.28). Independente de qual nação região ou cultura, todos os que creem fazem
parte da igreja, a missão do povo de Israel que até então tinha como sua missão proclamar o
nome de Deus e assim não fizeram, foi passada para todos os cristãos.

16 Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que ponho em Sião como alicerce uma pedra, uma pedra
provada, pedra preciosa de esquina, de firme fundamento; aquele que crer não se apressará. (Is
28.16)

2. Como a Igreja se Originou.

- Ah muitas divergências a respeito de qual momento foi inaugurado a igreja, existem


correntes teológicas que afirmam ter ocorrido no memento em que Jesus foi transpassado e
sua lateral foi aberta, fazendo alusão a criação da mulher que foi tirada da costela de Adão
sendo assim a igreja a noiva de Cristo foi gerada ali. Outros acreditam ter sido no momento
em que Jesus reúne os seus 12 discípulos, outros mais radicais ainda acreditam que a igreja
sempre existiu dês da criação do primeiro homem. Uma corrente forte e podemos
considerar plausível é de João 20.21-22 Disse-lhes, então, Jesus segunda vez: Paz seja convosco;
assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e
disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.

- O cumprimento da promessa de Jesus feita em Mateus 16 sobre a sua igreja, só


acontece de acordo com a grande parte dos estudiosos da bíblia, em Atos 2 quando
acontece o dia do pentecoste, que vem a ser o derramamento do Espírito Santo sobre a

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igreja, que daria a condição e o aparato necessário para a igreja cumprir umas das
suas principais missões que é o evangelismo e outros funções, naquele dia 3 mil
pessoas se converteram.

3. O que o Novo Testamento fala Sobre a Igreja.

- A Igreja é trada de diversas maneiras no NT chamada de noiva do cordeiro entro outros, as


epistolas nos ajuda a entender e observar os cuidados que devemos ter com a igreja, esse
organismo vivo que representa Deus na terra. A Igreja é o espelho que o mundo pode ver
Deus.

(a) O templo de Deus. (1Ped. 2:5,6.) Um templo é um lugar em que Deus, que habita
em toda parte, se localiza a si mesmo em determinado lugar, onde seu povo o possa
achar "em casa". (1Reis 8:27.) Assim como Deus morou no Tabernáculo e no templo,
assim também vive, por seu Espírito, na igreja. (Ef 2:21,22; 1Cor. 3:16,17.) Neste templo
espiritual os cristãos, como sacerdotes, oferecem sacrifícios espirituais, sacrifícios de
oração, louvor e boas obras.

(b) A noiva de Cristo. Essa é uma ilustração usada tanto no Antigo como no Novo
Testamento para descrever a união e comunhão de Deus com seu povo. (2 Cor. 11:2;
Ef. 5:25-27; Apoc. 19:7; 21:2; 22:17.) Mas devemos lembrar que é somente uma ilustração,
e não se deve forçar sua interpretação. O propósito dum símbolo é apenas iluminar um
determinado lado da verdade e não o de prover o fundamento para uma doutrina. (Myer
Pearlman, Conhecendo as doutrinas da Biblia, Editora Vida, 2006).

(d) Sacerdócio Real. Esse é um ponto chave; o novo conceito da Igreja


Neotestamentaria trazido pelo sacrifício de Jesus é sem duvidas o sacerdócio universal,
destinado a toda a igreja para poder proclamar o evangelho, não mais somente para o
povo judeus que na qual foi retirada essa missão (Mt. 21:43). Esse ensinamento
tornou-se novamente evidencia após a reforma protestante, pois no período da igreja
romana a igreja era dividida entre o clero e os leigos, na qual somente o clero poderia
exercer funções ou até mesmo o contato com Deus sem necessidade de intermediação,
diferente de como acontecia com os judeus que tinha um sacerdote que apresentava
sacrifício pelo povo.

II – O Propósito da Igreja

1. A Igreja de Cristo.

- A igreja de Cristo é algo muito além do que a nossa visão pode chegar, pois tendemos
a ter a igreja somente na esfera em que vivemos no máximo enxergando um campo
missionário além-mar. Antes de tudo é de grande importância compreender que a
igreja é única, pode haver confusão das pessoas ao verem tantas denominações, mas é
necessário termos em mente que Deus instituiu a sua Igreja para todos os que
professam a fé nele.

- Podemos dividir a Igreja em duas formas, ele como visível e também a igreja como
invisível.

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Igreja Invisível.

- A igreja invisível é a igreja como um todo, formado por todos aqueles crentes
legítimos, seja eles vivos, os que já morreram em Cristo, e até mesmo aqueles que
ainda não nascerão. Somente Deus pode ver a sua igreja como um todo, pois o homem é
limitado em tempo e espaço, o homem jamais saberá quem são aqueles que serão
verdadeiramente salvos.

- A igreja invisível contem alguns atributos (Aquilo que é próprio ou peculiar de


alguém ou de alguma coisa. 2. Sinal distintivo. 3. Gram. A qualidade atribuída ao
sujeito). Atributos exclusivos que nos permite diferenciar, e caracteriza-la como a
verdadeira igreja de Cristo.

• Una – Só existe uma / indivisível, as divisões se da para as igrejas visíveis.

• Universal – A igreja não esta restrita geograficamente / Ela esta no mundo todo / Feita
por pessoas de toda parte do mundo. Mesmo nos países onde é estritamente proibido igrejas
lá mesmo assim existe igreja (Mt 18.20) / A igreja esta além do poder humano. Ex a Igreja
de Jundiaí não pode estar em todo mundo.

• Triunfante – Vitoriosa por Deus / Venceu a batalha contra o pecado através da morte de
Jesus

2. Igreja Visível (local).

- A Igreja Visível como o próprio nome diz, é aquela que vemos que posteriormente
pode se subdividir diferente da igreja invisível, que não pode se dividir, e formar assim
as Igrejas locais que na qual se diferenciam devido a correntes de pensamentos e
costumes. A Igreja visível é o ajuntamento dessas pessoas que professam a mesma fé
para adorar a Deus.

• Não é única – Ela pode ser dividida/ denominações

• Não é Universal – Não tem condições de estar em todo mundo

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- A igreja é um organismo vivo, formado por pessoas; ah muito se tem discutido a
respeito do organismo, ou organização da igreja; alguns defendem que por ser um
organismo de Cristo, deve somente seguir como o Espírito Santo para nos orientar.
Porém nós também, como organismo formado por muitas pessoas, precisamos de certa
organização, daí surgem os sistemas eclesiásticos. Com respeito ao agir do Espírito
Santo, existem aqueles que focam demasiadamente no sistema e impede a livre
manifestação do Espírito. Deve existir um equilíbrio entre o organismo e a organização,
pois, o crescimento da Igreja se torna mais eficiente.

Principais sistemas eclesiásticos:

Episcopal - assembleia de Deus, uma única pessoa (pastor) é quem toma as decisões.

Presbiteriano – um concílio formado pelo presbitério é quem toma as decisões.

Os templos - Os primeiros locais de culto utilizados pelos cristãos foram alguns


recintos públicos e preferencialmente residências particulares, as conhecidas igrejas
domésticas mencionadas em várias passagens do Novo Testamento (Rm 16.5,14-15; 1
Co 16.19; Cl 4.15; Fm 1.2). Não se atribuía qualquer valor especial ou transcendente a
esses lugares, mais ou menos como os judeus faziam em relação às suas sinagogas. O
mais importante não era a igreja como instituição ou como espaço físico, mas o povo
de Deus, a família da fé, o corpo de Cristo. Foi a experiência da perseguição e do martírio
que começou a alterar essa perspectiva. Os lugares em que os heróis da fé deram a vida por
amor a Cristo, ou nos quais os seus corpos foram sepultados, passaram a ser altamente
reverenciados pelos cristãos. Em algumas cidades, estes passaram a reunir-se nesses locais
ou perto dos mesmos, como foi o caso das famosas catacumbas ou cemitérios subterrâneos
de Roma, a partir da época de Nero. Por outro lado, certos desdobramentos teológicos da
igreja antiga levaram os cristãos a enfatizarem algumas instituições do Antigo Testamento,
tais como os conceitos de sacrifício, sacerdócio e templo.

Embora não se tenha descoberto nenhum templo, isto é, edifício destinado especificamente
para o culto cristão, anterior a meados do terceiro século, é certo que bem antes disso os
cristãos tinham espaços sagrados grandemente reverenciados. Um importante ponto de
transição nesse processo evolutivo foi o impacto causado pelo imperador Constantino,
o primeiro líder do Império Romano a identificar-se com a nova religião. Ele não só
concedeu plena liberdade religiosa aos cristãos, como engrandeceu a igreja e seus
líderes de várias maneiras. Em Roma e outras cidades imperiais, várias basílicas
(edifícios públicos romanos), algumas muito grandes e majestosas, foram
transformadas em templos cristãos, sendo dedicadas aos mais diversos mártires, agora
vistos como santos.

Muitos desses templos, grandes ou pequenos, destacavam-se pela presença de relíquias, ou


seja, objetos relacionados com Cristo, Maria e os santos (um pedaço da cruz, os ossos de
um mártir, etc.), o que os tornava especialmente atraentes como centros de peregrinação.
Concomitantemente, a nova posição de poder e esplendor da igreja gerou uma progressiva
elaboração do culto, surgindo uma liturgia complexa e impressionante. Os templos e outros
locais sagrados adquiriram uma conotação profundamente mística e até mágica, apelando
fortemente à mente e às emoções através dos sentidos: o impacto visual da arquitetura, o
impacto olfativo do incenso e das velas, o impacto auditivo da liturgia e da música
sacra. Em cada detalhe, os templos cristãos refletiam os novos entendimentos da fé,
como a crescente separação entre o clero e os leigos, aquele ocupando a abside, onde

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ficava o altar, e estes a nave do santuário. Eventualmente, na igreja oriental ou grega,
uma parede completa passou a separar os dois grupos, denominada iconóstase.

Essa preocupação quase obsessiva com o aspecto material e visível da religião teve as
suas vantagens e desvantagens. No aspecto positivo, foi uma afirmação da beleza e da
bondade da criação divina e da realidade da encarnação de Cristo. Todavia, também
produziu uma espiritualidade mágica e supersticiosa que obscurecia a centralidade do
Deus triúno na devoção cristã. O próprio santuário, suas imagens, suas relíquias e sua
liturgia podiam se tornar mais importantes para o cristão comum do que o
relacionamento pessoal e direto com Deus.

A Reforma e o período moderno

O protestantismo, com seu princípio básico de “sola Scriptura” (a centralidade das


Escrituras) e seu consequente questionamento das convicções e práticas calcadas na
tradição, porém carentes de sustentação bíblica, fatalmente teria de reconsiderar a questão
do significado do espaço sagrado. O retorno a formas de culto mais simples, como as da
igreja neotestamentária, e a firme rejeição de qualquer ato de devoção que não fosse
dirigido à Trindade, levaram a uma redefinição radical da arquitetura religiosa. Em
várias partes da Europa, os templos católicos herdados pelos reformados tiveram suas
imagens e altares removidos, e foi eliminada a existência de espaços separados para o
clero e para os leigos.

Todavia, no hemisfério norte, a maior parte das denominações protestantes históricas


(luteranos, presbiterianos, anglicanos, episcopais, metodistas e outros) manteve um
considerável interesse pela arquitetura e pela arte religiosa, como se pode observar nos
belos templos dessas confissões existentes na Europa e nos Estados Unidos. Foram os
grupos mais contestadores, como, por exemplo, os anabatistas, os quacres e mais tarde
os pentecostais, que passaram a utilizar templos deliberadamente simples e
despojados. Porém, tanto no caso dos primeiros quanto dos últimos, o santuário nunca
chegou a ter a importância e o simbolismo místico que possui nas tradições católica e
ortodoxa.

Em países como o Brasil, a posição da Igreja Católica como religião oficial, e ao mesmo
tempo o desejo de atrair imigrantes europeus, fez com que os legisladores autorizassem os
protestantes a construir os seus santuários, contanto que não tivessem forma exterior de
igrejas. Isso contribuiu para o empobrecimento arquitetônico e artístico dos templos
evangélicos, em grande parte monótona e pouco atraente.

Em conclusão, as atitudes dos cristãos em relação aos seus locais de culto têm variado
grandemente ao longo da história, indo desde o “templocentrismo”, que considera o
santuário como um lugar dotado de virtudes especiais, até o desinteresse pelos espaços
religiosos em si mesmos, valorizando-se apenas as atividades neles realizadas. Não há
como negar a importância psicológica e espiritual dos lugares em que as pessoas têm uma
experiência especialmente profunda do sagrado. À luz das Escrituras, importa que a
atitude em relação a esses locais seja equilibrada, valorizando-se o belo, o estético e o
simbólico, mas evitando-se transformá-lo num fim em si mesmo. Desde uma perspectiva
protestante, o templo pode ser considerado “santo” no sentido bíblico de “separado do
uso comum” e destinado para o Senhor. Deve ser funcional e prático, visando o que

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realmente importa, a centralidade do Deus triúno e do culto a ele, mas não há nada
que impeça que seja também agradável aos olhos e expresse a beleza da criação divina.

(Alderi Souza de Matos Os átrios de Senhor: o significado dos templos cristãos na história
http://www.mackenzie.br/7103.98.html).

- Muitas coisas com relação aos templos foram sendo agregados com o tempo,
precisamos estar atentos para não cairmos no conceito errado de que precisamos dos
templos para estar buscando a Deus, sendo que a reunião esta voltada à comunhão
com os irmãos. A ideia de altar e templo vem da tradição judaica. Hoje onde quer que
estejamos podemos estar conectados com Deus.

3. Os Propósitos da Igreja (obras da igreja).

- Como podemos ver na aula passada a respeito do criacionismo Deus não cria nada
por acaso, isso não é diferente com respeito a sua igreja. Primeiramente é para essa
união dos salvos em Cristo; porém Deus deixou algumas missões para sua igreja
realizar até que se de a sua volta, vamos esmiuçar essas ordenanças que o Senhor nos
deixou como missão.

19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; 20 ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou
convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. (Mt 28.19-20)

• Proclamar o Evangelho.
- Um dos principais papeis da igreja é a proclamação do evangelho [Do hb. besorah; do
gr. evangelion,boas novas]. Essa ordem não é de agora, e sempre foi e deve continuar
sendo um dos principais princípios Cristão, não apenas algo que é meramente
lembrado em tempos e tempos, mas sim, no cotidiano da Igreja enviando pessoas para
o campo mundial, e também não se esquecendo do “quintal de casa”. Cristo ensina nos
evangelhos como fazer, e ainda nos capacita através do Espírito Santo para podermos
realizar tão maravilhosa obra. Missão tem que estar na cabeça da igreja, que na qual
deve ansiar por almas.

- Podemos encontrar trabalhos inspirados de missões, muitas pessoas tem se desdobrado


para conseguir melhorar os resultados do trabalho missionário; novas técnicas vêm
surgindo grande foco para a era digital que possibilita levar o evangelho para todo o
mundo sem mesmo sairmos de casa. Porém sabemos que ah muito a ser feito, ainda
existem lugares onde a comunicação é restrita e a Igreja tem necessidade de enviar
pessoas altamente treinadas para poder aproximar aqueles que estão tão distantes do
evangelho. Para que isso aconteça como exemplo a igreja do Brasil que tem investindo
pesado nesse trabalho criando centros de preparação de missionários e até mesmo
construindo institutos bíblicos em outros países.

- É preciso refinar a abordagem para jovens, atualizar o nosso modo de agir, e também zelar
pelo nossa maior forma de evangelismo que é o nosso próprio testemunho que damos
no trabalho na escola, na comunidade em que vivemos, e assim daremos continuidade
a esse oficio tão importante que foi posto nas mãos da igreja.

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• Prover meios de adoração.
Israel possuía um sistema de adoração divinamente estabelecido, pelo qual se chegava a
Deus em todas as necessidades e crises da vida. Assim também a igreja deve ser uma casa
de oração para todos os povos, onde Deus é cultuado em adoração, oração e testemunho.
(Myer Pearlman, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia Editora Vida, 2006).

• Prover comunhão religiosa.


O homem é um ser social; ele anela comunhão e intercâmbio de amizade. É natural que ele
se congregue com aqueles que participam dos mesmos interesses. A igreja provê uma
comunhão baseada na Paternidade de Deus e no fato de ser Jesus o Senhor de todos. É uma
fraternidade daqueles que participam duma experiência espiritual comum. O calor dessa
comunhão era uma das características notáveis da igreja primitiva. Num mundo

Governado pela máquina política do Império Romano, em que o indivíduo era praticamente
ignorado, os homens anelavam uma comunhão onde pudessem livrar-se do sentimento de
solidão e desamparo. Em tal mundo, uma das características mais atraentes da igreja era o
calor e a solidariedade da comunhão — comunhão em que todas as distinções terrenas eram
eliminadas e os homens e mulheres tomavam-se irmãos e irmãs em Cristo. (Myer Pearlman
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia Editora Vida, 2006).

• Zelar pela sã doutrina.


- A igreja tem por dever estar continuamente observando a palavra para que não se perca
pelo caminha, confrontando os falsos ensinamentos e conduzindo os membros pelo
caminho correto. Dês da igreja primitiva, já havia corriqueiros problemas com pessoas que
produziam e interpretavam a palavra de forma equivocadas, ensinando a igreja dessa
maneira. (Ap 2.20).

• Pobres e necessitados.
- Igreja também tem o seu compromisso em zelar pelos necessitados, não somente os de
dentro da igreja, mas todos aqueles que podermos ajudar.

27 A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas
nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo. (Tg 1.27)

17 Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado. (Tg 4.17)

• Papel político social.


- Nós não somos desse mundo, mas estamos nele, e enquanto estivermos aqui devemos
cumprir nosso papel como cidadão intercedendo em oração e também, cobrando dos nossos
lideres políticos, observando propostas de leis e de emendas que possam ferir a nossa fé,
massificando contra movimentos anticristãos. Devemos fazer tudo isso conforme a Bíblia e
a democracia nos permitem.

• Batismo (ordenança).
- O Batismo em águas é a forma de entrada do crente na igreja, simbolizando a morte para a
velha vida de pecado, e o novo nascimento para Cristo. É a confissão publica de fé para o
crente. A pessoa não é batizada para ser salva, mas ela é batizada porque ela é salva.

• Santa Ceia (ordenança).


- Assim como o batismo em águas é o simbolismo do ingresso na fé, a santa ceia é para a
continuidade. Simbolizando o pacto de Jesus com sua igreja através do seu sacrifício.

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26 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo:
Tomai, comei; isto é o meu corpo. 27 E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele
todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos
pecados. 29 Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que
convosco o beba novo, no reino de meu Pai. (MT 26.26-29)

Obs.: Essa lista corresponde de modo geral os afazeres da Igreja, já que o Batismo nas
águas, e a Santa ceia assim como Michael L. Dusing diz, são símbolos e formas de
proclamação daquilo que Cristo já levou a efeito espiritualmente nas suas vidas.

III – A Igreja no Século XXI


1. Os lideres da igreja

- Deus nos deu pessoas para que pudesse nos ajudar e nos orientar pessoas que cuidasse e
organizasse a sua igreja que são os pastores, presbíteros diáconos. Todas essas pessoas e
também nos temos a responsabilidade de cumprir todas aquelas missões já citadas
anteriormente.

- Principal alvo do mundo contra a igreja é concernente a sua liderança. Escândalos de


corrupção, enriquecimento encima do dinheiro da igreja faz com que a igreja em um
contexto nacional fica descaracterizada. As pessoas abrem igrejas de forma deliberada com
o foco principalmente financeiro, deixando de lado qualquer tipo de base bíblica fazendo a
igreja inchar com membros com pouca instrução bíblica e muita fé em seus lideres.

15 Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos
devoradores. (Mt 7.15)

- Precisamos continuamente louvar a Deus por nossa liderança que ainda tem compromisso
com a palavra, tem transparência em sua administração, e esta nos ajudando para uma
caminhada para o céu.

2. Os “desigrejados”.

- Esse movimento está em ascensão, são pessoas que justificam não encontrarem uma igreja
que se adequada para que eles possam frequentar, julgam não aceitarem a problemas
eclesiásticos, a corrupção de algumas igrejas e a institucionalização de algumas
denominações. Na verdade grande parte dessas pessoas abandona a suas congregações
muitas vezes por terem para si certo grau de superidade, e até mesmo de infalibilidade não
aceitando as falhas de seus irmãos, se prendendo nas torres de seus castelos.

- O assunto está tomando proporções tão grandes que ah algum tempo já existem igreja que
dão suporte para esse tipo de pessoa que podem até mesmo participarem da santa ceia de
forma em suas casas, sendo que a própria ceia representa a união da igreja com Cristo, e a
união entre os irmãos. (1Co 11.33 Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer,
esperai uns pelos outros.).

24 e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, 25 não
abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e
tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. (Hb 10.24,25)

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- Para aqueles que têm por questionamento a institucionalização da igreja acabam
caindo em uma grande armadilha.

Ex: Eles saem de suas denominações com o objetivo de cultuar em suas casas, com sua
família, pouco tempo depois seus amigos poderão estar La junto dele para cultuar também,
pois seus amigos também não concordavam com a congregação anterior. Já se tem um
numero considerável de pessoas; Eles precisarão de alguém responsável pela condução do
culto e pelo ensino da palavra, esses provavelmente serão os lideres do local, após entrarem
em divergências no ensino deveram procurar um credo para seguir, com o passar do tempo
já não terá como fazer o culto na varanda da casa e esses deveram procurar um lugar
adequado, posteriormente vão precisar de um nome, de dinheiro para se mantiver, e em
pouco tempo formarão uma igreja. Todo aglomerado humano necessita de uma
organização. (Ilustração de Algustos Nicodemus).

A situação e bem diferente de onde as pessoas não podem se reunir para cultuar, como é o
caso da coreina do norte. Lá a situação é totalmente inversa; as pessoas tem vontade de se
reunirem, mas não podem e não deixaram de ser igreja de Cristo por isso. Já no nosso
contexto as pessoas podem, mas por capricho não querem.

3. Por que temos tantas denominações?

- A igreja de Cristo é apenas uma, as igrejas locais são varias. As divisões e diferenças
foram surgindo com o passar do tempo devido a diferentes linhas teológicas de
interpretação e até mesmo de costumes.

- A maior divisão que se tem conhecido foi a reforma protestante teve seu estopim no
séc. XVI com a publicação das 95 teses que combatiam com base bíblica os
ensinamentos errôneos da igreja romana.

- É plenamente aceitável esse tipo de divisão desde que ele não infrinja as ideias os
princípios fundamentais do cristianismo como: O sacrifício de Cristo, a Sua divindade,
Seu nascimento virginal, a inspiração das escrituras, entre outros pontos que são
inquestionáveis. Já questões secundárias como costumes, liturgia, a forma correta de
liderança levaram a igreja para varias fragmentações.

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- É obviu que existem pessoas que dividem igreja por quererem ser donos da igreja,
dividem a igreja por brigas por cargo ou para ver quem manda mais na igreja,
esquecendo que a igreja não é de homem algum, mas do Senhor Jesus.

Conclusão.

- Entendemos o que é a Igreja, somo o povo chamado para fora para proclamar o evangelho
a toda criatura, e temos isso como a maior missão, melhorar e desenvolver novas técnicas
de evangelismo para poder alcançar o maior numero de pessoas possíveis. Nosso
compromisso além de evangelizar e batizar, ensinar, termos comunhão, ajudar os
necessitados, e principalmente adorar a Deus.

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