Escola Municipal Cidade Do Rio Grande
Escola Municipal Cidade Do Rio Grande
Escola Municipal Cidade Do Rio Grande
Equipe Pedagógica
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De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios
(PNAD/IBGE) existiam, na década de 1990, 60 milhões de crianças e adolescentes de
zero a dezessete anos apartados da escola, isso equivalia a 41% da população total
do país. Cerca de 15 milhões de pessoas eram consideradas indigentes.
Centros para CAIC (Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente).
Para além de uma questão de siglas, houve mudanças na sua proposta. Ela
passa a ter como base a Pedagogia da Atenção Integral, que propõe articular e
integrar os diferentes serviços voltados às crianças. Sua prática era baseada
nos subprogramas, como: Proteção Especial à Criança e à Família; Proteção à
Saúde da Criança e do Adolescente; Educação Infantil (creche e pré-escola);
Educação Escolar; Esportes; Cultura; Educação para o Trabalho; Alimentação.
Em Rio Grande, o CAIC iniciou suas atividades em 1994. O fato de ter
sido construído dentro da Universidade (FURG) possibilitou uma estrutura de
funcionamento, bem como propósitos e ideias que se diferenciavam dos
demais CAICs. Elucidando isso, cabe destacar o convênio firmado entre a
Prefeitura Municipal do Rio Grande e a FURG para a criação da Escola
Municipal Cidade do Rio Grande. A Escola atualmente atende à Educação
Básica, isso implica a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e a Educação
de Jovens e Adultos.
O público atendido, desde a sua fundação, é formado por moradores do
entorno – Bairros Castelo Branco II, Cibrazém, Cidade de Águeda, Vila Maria e
adjacências. As precárias condições de vida de grande parte dos estudantes
atendidos pela escola são latentes. Isso se manifesta na precariedade no que
tange a inserção no mercado de trabalho, a vulnerabilidade em suas diferentes
formas, a injustiça social e ambiental e a violação de direitos humanos básicos.
Quando firmado o convênio entre a FURG e a Prefeitura Municipal
(através da então, Secretaria Municipal de Educação e Cultura) institui-se uma
organização de trabalho e funcionamento que, com algumas transformações
vem se mantendo até a contemporaneidade. A supracitada parceria prevê,
desde 1994, a utilização da estrutura do CAIC, viabilizando o funcionamento da
escola através de um sistema de gestão compartilhada entre ambas as
instituições.
Nesta parceria, coube ao município o gerenciamento de recursos
humanos e a merenda escolar e à Universidade o gerenciamento acadêmico e
administrativo. Assim, são de responsabilidade da Universidade: Direção –
comum à Escola e ao Centro – Coordenadores setoriais na Área da Saúde (já
que o Centro possui um posto médico em suas dependências, também
conveniado com o Município – Secretaria de Município de Saúde); a
Coordenação da Ação Pedagógica, a Coordenação da Ação Estudantil e a
Coordenação de Estágios e Projetos, as quais compõem a tríade que constituiu
o NAPEX (Núcleo de Ações Pedagógicas e Extensionistas), além de assistente
social, pedagogo escolar e profissional de psicologia.
Com o início das atividades no Centro foi criado um projeto de trabalho
intitulado “Projeto Ágora”, que teve em sua origem um grupo interdisciplinar de
professores de diferentes departamentos da Universidade. A proposta
contemplava carga horária de 40h semanais com o grupo de professores, os
quais deveriam ter dedicação exclusiva, sendo esta dividida entre um turno em
sala de aula e no inverso, preenchido por reuniões diárias para formação e
discussões administrativas e sociais.
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O CONCAIC é o “Congresso do CAIC” que acontece bianualmente e reúne
profissionais, professores e comunidade para pensar os objetivos e metas do Centro.
Ele começou a ser realizado no ano de 2006 e visa à participação da comunidade para
tomada de decisões nas ações que serão realizadas na Escola, na Área da Saúde e
nos Projetos que envolvem a Comunidade no período posterior a realização do
encontro.
em Educação e uma equipe de bolsistas de diferentes projetos de extensão e
permanência da Universidade.
Segundo o Boletim Informativo da Escola, há 21 salas de aula
compartilhadas pelos diferentes níveis educativos e o Programa Mais
Educação. A Escola conta com Secretaria, Sala de Professores, Sala da
Direção, Sala da Coordenação e Vice-direção, dois Laboratórios de
Informática, Laboratório de Ciências, Sala de Artes, Sala de Reuniões, Sala de
Apoio Pedagógico, Teatro, Área Externa, Sala de Bolsistas, Almoxarifado,
Depósito, Refeitório, Sala de Supervisão, Centro Documental, espaço exclusivo
para a Educação Infantil com banheiros adaptados, Sala de Coordenação do
Programa Mais Educação, Banheiros Femininos e Masculinos, Biblioteca e
dependências de uso dos diferentes Núcleos e espaços administrativos que
compõem o Centro.
Para qualificar o atendimento da Escola, no que tange à complexidade
dos desafios enfrentados, há o Núcleo de Desenvolvimento Humano (NDH).
Ele atua de forma integrada com a Escola para que possam ser buscadas
soluções para os problemas encontrados no que se refere às questões sociais
e familiares que envolvem os estudantes e àquelas relacionadas ao processo
de ensino e aprendizagem. O NDH conta com atendimento na área da
Psicologia, Serviço Social, Orientação Educacional e Familiar e
Psicopedagogas que atuam na Sala de Recursos Multifuncionais.
Como suporte ao trabalho desenvolvido na Escola, há também o Núcleo
de Ações Pedagógicas e Extensionistas. Ele desenvolve seu trabalho de forma
colegiada a partir de três coordenações: a Coordenação de Ações
Pedagógicas, que atua nos processos formativos do Centro, coordenando as
ações que são desenvolvidas pela Coordenação Pedagógica que atualmente é
atribuição dos profissionais docentes da Secretaria Municipal de Educação; a
Coordenação da Ação Estudantil, que desenvolve suas atividades em conjunto
com o Núcleo de Desenvolvimento Humano no que concerne ao atendimento
especializado dos estudantes em situação de vulnerabilidade e na constituição
de processos formativos que garantam o direito à vida e à cidadania; e a
Coordenação de Estágios e Projetos que organiza o trabalho e ações
formativas dos diferentes bolsistas que integram o Centro, além de acolher os
estagiários, coordenando suas ações na Escola em conjunto com a Equipe
Pedagógica.
O CAIC possui em suas dependências uma Unidade Básica de Saúde
da Família (UBSF), a qual articula suas ações a partir do Programa Saúde da
Família. Algumas ações desenvolvidas na UBSF são realizadas dentro da
Escola, no que se refere ao trabalho preventivo com relação à Saúde e
Educação de forma integrada.
No que concerne à estrutura administrava da Escola, ela se dá de forma
articulada entre a Secretaria de Município da Educação, que é responsável
pela Vice-direção e a FURG, que detém a Direção do Centro. Compete à
Direção representar a Escola em suas ações, sejam essas de educação, de
saúde ou de projetos, visando garantir a estrutura para o seu funcionamento,
desde os recursos humanos, à estrutura física e à aquisição de materiais.
A vice-direção tem como objetivo dialogar com o corpo docente, com as
famílias e com os estudantes, visando garantir seus direitos e deveres no
contexto escolar. Para esse propósito, a vice-direção busca assegurar e
qualificar a prática docente, através de carga horária adequada às disciplinas
ministradas pelos professores, ao cumprimento da dinâmica de trabalho da
instituição, bem como, às orientações para a Coordenação e Supervisão
Pedagógica, no que tange à aplicação do planejamento de atividades e à
relação com as famílias.
A Coordenação Pedagógica, que é atribuição da Secretaria de Município
da Educação, em conjunto com o Núcleo de Ações Pedagógicas e
Extensionistas, tem como papel desenvolver a formação continuada dos
professores, tendo como principal foco a prática docente, buscando por meio
de reuniões, conversas individuais com os professores e participação em
momentos da sala da aula, contribuir para o planejamento, o currículo, o
relacionamento e o diálogo entre os professores, estudantes e famílias.
O CAIC conta com uma Coordenação Administrativa, que atua também
na Escola Municipal Cidade do Rio Grande. Essa é de atribuição da
Universidade e tem como papel gerenciar, planejar e prestar contas da
aplicação dos recursos financeiros da instituição, bem como responder pela
aquisição de bens e materiais necessários ao funcionamento das ações
educativas, sociais e culturais.
Os professores da Escola Municipal Cidade do Rio Grande possuem
tarefas que são fundamentais para a qualidade do trabalho desenvolvido. É de
competência desses profissionais, planejar, desenvolver e avaliar ações
educativas, de acordo com os objetivos propostos pela escola, visando que
todos tenham direito de acesso ao conhecimento, o que é potencializado pela
apropriação dos espaços de formação continuada.
Para qualificar os processos de gestão democrática desenvolvidos na
Escola Municipal Cidade do Rio Grande, há o Colegiado Gestor. Esse se
constitui como um grupo que proporciona um espaço de discussão semanal
com a finalidade de planejar a avaliar as ações desenvolvidas na Escola. O
Colegiado Gestor reúne representantes de todos os segmentos do CAIC.
O CAIC possui um Conselho, que se assemelha aos Escolares, mas
possuiu um âmbito maior, no sentido em que atua em todo o Centro. Ele tem
representação da Escola, da Comunidade Escolar, da Integração Comunitária,
da UBSF e seus usuários. Mensalmente, o referido grupo se encontra para
planejar ações e atualmente tem sido responsável pela organização do
CONCAIC e avaliação/aplicação prática de suas metas.
Muitos são os Projetos desenvolvidos pelo Centro de Atenção Integral à
Criança e ao Adolescente. Esses fazem parte da Integração Comunitária, mas
constituem-se em um suporte fundamental para o trabalho desenvolvido pela
Escola. Dentre os projetos que atualmente fazem parte do Centro, merece
destaque pela amplitude e proposta, o Acreditar é Investir, que possibilita as
experiências de trabalho e aprendizagem para estudantes entre 14 e 18 anos
integrantes da Escola. Através do Projeto, os alunos selecionados têm a
oportunidade de realizar estágio remunerado em diferentes setores da
Universidade e da Escola. A seleção é realizada por meio de análise da
situação sócio-econômica e do perfil do candidato, feita pelo colegiado gestor.
O Projeto de Informática desenvolvido pelo CAIC oferece reais
condições de uma qualificação, através de uma metodologia que proporciona a
busca de um espaço no mercado de trabalho para estudantes e comunidade
na área da Computação, é uma ação fundamental para a concretização da
proposta do Centro, tanto no que se refere ao atendimento oferecido à
comunidade interna, como externa.
Na mesma linha, há o Curso Preparatório para o IFRS, que visa a se
constituir como um espaço de garantia de condições de real acesso ao Instituto
em questão, através de aulas que buscam preparar os estudantes da Escola
para a realização das provas seletivas. Assim como o Projeto de Informática,
essa é uma ação que vem sendo desenvolvida e financiada pelo CAIC, através
da FURG.
A formação continuada de professores é desenvolvida dentro de um
Programa de Extensão, intitulado Repensando a Prática Pedagógica, ele é
organizado em parceria entre a SMED e a FURG. Os professores se reúnem
de forma semanal para pensar suas ações e estudar de forma coletiva. É
atribuição da Equipe Pedagógica o planejamento desses encontros e a criação
de estratégias para a superação dos desafios encontrados no que se refere ao
processo de ensino/aprendizagem. A cada dois anos é organizado um
Seminário, no qual a proposta é fazer uma síntese de tudo aquilo que foi
discutido ao longo do ano nos espaços formativos
Essa é uma mudança importante que o CAIC propôs no último ano. É
preciso avançar no que se refere à articulação do trabalho da Ação Pedagógica
com os diferentes coordenadores, o que será um desafio nos anos vindouros.
Anteriormente, haviam quatro coordenadores pedagógicos e a ausência de
espaços de formação e planejamento coletivos, o que era avaliado como
negativo para a consolidação de propostas conjuntas e a busca de unidade de
trabalho.
O papel da Equipe Pedagógica é o de coordenar a equipe na busca de
soluções para os problemas didáticos: como trabalhar com a diversidade em
classe, como priorizar conteúdos, como escolher os projetos que mais atendem
às necessidades dos estudantes. Também são atribuições suas ajudar os
professores a analisar a produção dos alunos nas reuniões pedagógicas,
verificar quanto cada um está avançando e decidir as atividades mais
adequadas. A formação pedagógica, nesse sentido, precisa ser um espaço
potencializador de novas aprendizagens, de desacomodação e de superação
dos limites enfrentados cotidianamente.
As experiências e desafios de ordem teórica-prática da Escola são o
ponto de partida da formação de todos os educadores. A formação para/junto
com o professor busca ser um processo dialógico, participativo e que prime
pela autonomia e criação coletiva.
A Escola Municipal Cidade do Rio Grande é um espaço educativo que
vem vivenciando múltiplas relações de saber, de cultura e de cidadania
contribuindo na vida de crianças, adolescente, jovens, adultos e docentes, com
o comprometimento de efetivar uma proposta pedagógica que garanta e
qualifique os processos de aprendizagem e que possa ser significativo para o
estudante e sua família num tempo presente.
DAS CONCEPÇÕES
Da Educação
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No que se refere aos desafios citados cabe destacar as políticas de acesso e
permanência dos estudantes na Educação Básica e as disparidades que ainda são
encontradas na efetivação das políticas públicas, a desvalorização da Escola como
instituição que tem o papel o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem, a
violência que faz cada vez mais parte do cotidiano das comunidades de forma geral e
as situações de injustiça ambiental e social vivenciadas atualmente.
de um sujeito histórico que constrói seu conhecimento num processo dialógico
de ensino e aprendizagem.
Considera-se como direito do ser em formação, a oferta de uma escola
estruturada e que constantemente busque a qualificação das práticas
desenvolvidas, com a possibilidade de uma organização curricular que
favoreça a sua inserção crítica na sociedade, bem como o diálogo com os
saberes/fazeres oriundos da comunidade em que a instituição está inserida.
Encontra-se, a instituição, na busca desafiadora pela concretização de
práticas que garantam a dialogicidade e a construção do saber, no sentido de
consolidar a Educação Popular.
Entende-se Educação Popular como práxis que busca pelo processo de
construção e mediação do/com o conhecimento, transformar a realidade a
partir do protagonismo dos sujeitos, professores e estudantes. Nesse sentido,
não é uma ação que se desenvolva para os estudantes ou comunidade, mas
sim em conjunto: “(...) a educação popular emerge como um movimento de
trabalho político com as classes populares através da educação (BRANDÃO,
1984, p.42). Isso implica a emancipação, a participação e empoderamento, o
que só é possível pela garantia do direito de aprender e pela concretização de
processos metodológicos e avaliativos que sejam pautados pela equidade,
justiça, respeito e valorização dos saberes/fazeres populares.
Pressupõe-se, nesse sentido, entender que as diversidades de gênero,
etnia, cultura, idade fazem parte do cotidiano da Escola e da vida em sua
integralidade, o que implica o combate à desigualdade e garantia de vivência
ética em um contexto marcado pelas disparidades sociais, econômicas e
ambientais que precisam ser superadas.
Acredita-se que a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e a
Educação de Jovens e Adultos, dentro da mesma escola, são indissociáveis e
precisam ser pensadas de forma integrada. Defende-se isso, posto que esses
envolvam cuidado, afeto, saberes e valores, atenção, comprometimento, de
modo a garantir que os alunos sejam atendidos nas suas necessidades de
aprender e de brincar, ou desfrutar de outros espaços igualmente
fundamentais, como o da música, da dança, da informática e da pesquisa,
tanto em se tratando de crianças como de adolescentes, jovens ou adultos.
A negação de direitos acentua as desigualdades e a injustiça,
contribuindo para que os sujeitos não consigam superar as contradições que
vivenciam na Escola e na sociedade. As experiências vividas na Escola
precisam ser potencializadoras de leituras de mundo cada vez mais críticas e
criativas e que possam contribuir para o ser mais4 de todos que estão no
espaço escolar: profissionais, alunos e comunidade.
Sem o conhecimento interativo, dialógico e crítico não há como educar
crianças e jovens numa perspectiva de humanização necessária para subsidiar
as políticas públicas e as práticas educativas/solidárias que carecem de ações
coletivas e de elos capazes de gerar o sentido de pertencimento, dentro do
âmbito da Educação Popular.
Esses desafios são atualmente enfrentados pela instituição, além dos
referentes aos paradoxos e problemáticas atuais. A Escola precisa lutar pelas
necessárias condições de trabalho com qualidade e ação coletiva que
viabilizem formas de enfrentar desafios e constantemente assumir
compromisso em superar as situações de miserabilidade, discriminação,
violência e ausência de sentido da Escola que permeiam o contexto cultural,
socioambiental e político em que está inserida.
Do Ensino e da aprendizagem
Entende-se por ser mais na acepção de FREIRE (2003) a capacidade ontológica dos sujeitos
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constantemente superarem sua condição e alargarem sua leitura de mundo. Isso não é algo
que acontece espontaneamente, afinal, precisa de condições de possibilidade para a
efetivação dessa vocação humana Segundo FREIRE “esta vocação para ser mais que não se
realiza na existência na inexistência de ter, na indigência, demanda liberdade, possibilidade de
decisão, de escolha, de autonomia". (FREIRE, Paulo. Política e educação. 7ª ed. São Paulo:
Cortez, 2003, p. 10).
experiências/vivências da comunidade escolar e que emergem a partir das
mediações pedagógicas no espaço escolar entre professores e estudantes.
Acredita-se que o ensino não ocorre deslocado do processo de
aprendizagem e um depende do outro para que ocorram em sua plenitude,
portanto, busca-se concretizar propostas de trabalho em que ambas as
dimensões – ensino e a aprendizagem – estejam interligadas de tal forma que
se completem e se renovem no decorrer do processo.
Defende-se que o processo de ensino e aprendizagem acontece na
interação entre sujeitos históricos, com suas experiências individuais e
coletivas. Os estudantes não são receptores de conteúdos formais, mas
protagonistas em seu processo de aprendizagem. Isso implica o
reconhecimento de que ensino e aprendizagem são potencializados quando se
toma em consideração os conhecimentos que os sujeitos trazem consigo ao
ingressar na escola, suas práticas sociais.
É importante que se diga que não se trata de trabalhar apenas a
realidade do aluno5. Mas a partir e por meio dela, construir um processo de
ensino e aprendizagem que possibilite ao sujeito novos horizontes de interação
dialogando com os conhecimentos formais acumulados pela sociedade e
deslindando as condições sociais, políticas, econômicas e ambientais em que
está inserido. Considerando neste processo o uso das tecnologias, o respeito
às formas de aprender, as exigências do mundo globalizado e as
transformações que as profissões e mercado de trabalho vêm sofrendo no
decorrer dos últimos anos.
A construção de uma proposta que parte desses entendimentos coloca
desafios aos gestores e professores. Isso por que ensinar não pode ser mais
considerado como transferência de conhecimento. Este se dá na interação
entre os sujeitos, sendo o professor um agente transformador, que por meio da
sua diretividade pedagógica constrói o saber na relação com os discentes.
Dentro da configuração da sociedade atual, que muitos consideram como
Sobre essa questão cabe destacar que são comuns confusões e até mesmo críticas a
5
Habitus é uma noção que advém da filosofia de Aristóteles e é resinificada por Bourdieu.
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Habitus se refere ao modo como a sociedade se torna depositada nas pessoas sob a forma de
disposições duráveis, ou capacidades treinadas e estruturadas para pensar, sentir e agir de
modos determinados, as quais para serem transformadas precisam de alterações no meio
social existente.
Segundo Santos e Carvalho (2009, p. 45) a “sociedade da informação pode ser vista como
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uma organização geopolítica dada a partir da terceira revolução industrial, com impacto direto
no uso da informação e das tecnologias da informação e comunicação (TICs). O termo surge
como uma mudança de paradigma tecno-social presente na sociedade pós-industrial, visando
o uso da informação como moeda para a sociedade em constituição naquele momento”. Isso
exige novas habilidades do professor em um contexto de amplo acesso à informação, mas
ineficientes condições para selecionar e analisar criticamente o que é produzido e divulgado.
e de direitos, que precisa conhecer junto e viver com a coletividade,
interpretando, relacionando, argumentando e escolhendo seu caminho com
base em preceitos éticos e estéticos que são deslindados pela escola, mas
adquirem sentido na vivência comunitária.
As metodologias de trabalho
As formas de avaliação
As metodologias de trabalho
As metodologias de trabalho
O quadro que apresentamos a seguir tem como objetivo
estabelecer a organização pedagógica das disciplinas que compõe os níveis
dos Anos Finais do Ensino Fundamental da Escola Municipal Cidade do Rio
Grande, integrando saberes teórico-práticos de cada área do conhecimento,
construindo compreensões sobre a organização social, complexa e
diversificada, a qual fazemos parte (alunos e professores) e agregando outros
conhecimentos aos saberes trazidos pelos estudantes, ampliando-os e
desenvolvendo reflexões críticas sobre os mesmos.
Nesse sentido, desenvolver práticas pedagógicas
interdisciplinares que envolvam os saberes complexos de cada disciplina com o
saber popular dos estudantes, torna-se uma ação necessária para que os
conhecimentos que a escola proporciona ao aluno sejam atrativos e dotados de
significado.
Os Anos Finais da Escola Cidade do Rio Grande são compostos da
seguinte forma:
Disciplinas comuns
Ensino Religioso
para todos os Níveis / Língua
/ ½ bloco
Carga horária Estrangeira
semanal
semanal
As formas de avaliação
Metodologias de trabalho
O I bloco da EJA atual da Escola Municipal Cidade do Rio Grande está
composta por quatro turmas de I bloco: I etapa, II etapa, III etapa e IV etapa.
Estas turmas estão pautadas em uma proposta pedagógica entrelaçada em
relação às temáticas abordadas durante as aulas. A dinâmica tem como
principal foco a integração entre os estudantes do I bloco, para que se sintam
em um ambiente acolhedor. Os professores utilizam metodologias e recursos
variados para que a aula seja mais dinâmica.
No II bloco desta modalidade de ensino temos uma turma de cada nível,
ou seja, I etapa, II etapa, III etapa e IV etapa. A grade curricular é composta
pelas disciplinas de Português, Matemática, Ciências, História, Geografia, Ética
e Cidadania, Artes e também atividade desportivas.
Tanto no I bloco quanto no II trabalha-se numa perspectiva de
entendimento de que os estudantes vêm com suas culturas para dentro da sala
de aula e elas devem ser problematizadas na escola, sendo assim, pode-se
equilibrar os conhecimentos de mundo e manter uma prática o mais dialógica
possível no cotidiano escolar. Os estudantes presentes na EJA carregam
consigo um imenso retrato da realidade que muitas vezes por nós é
desconhecido, por isso que as culturas devem ser tão valorizadas enquanto
saber que pode ser formalizado na sala de aula.
Além da responsabilidade social que envolve a escola como meio de
conhecimento e de problematização da cultura e da realidade, também existem
os outros aspectos curriculares mais formais que estão diretamente ligados às
sete disciplinas.
Todos os profissionais atuantes nas disciplinas escolares têm a
consciência do quanto os aspectos socioeconômicos e culturais devem fazer
parte do currículo escolar, e acrescenta-se mais conhecimentos com os
saberes necessários de cada área do conhecimento.
Os métodos de avaliação variam conforme o andamento de cada turma.
Não temos um período específico de provas. Cada professor tem a autonomia
para decidir por quais caminhos metodológicos e avaliativos podem
encaminhar suas propostas.
Ainda que tenhamos em vista esta liberdade de eleger metodologias de
avaliação, temos enquanto grupo de profissionais um instrumento formal para a
entrega de resultados para os estudantes, que é a elaboração de uma ficha de
objetivos atingidos, objetivos que ainda estão em processo ou objetivos não
alcançados.
Tais fichas de acompanhamento do rendimento dos estudantes têm
como eixos norteadores os principais objetivos de determinada disciplina a
cada bimestre da EJA. Nela, o aluno pode ter noção do quanto evoluiu na
aprendizagem e problematizar junto aos professores os aspectos em que não
evoluiu significativamente.
Ao final do semestre letivo, os alunos recebem outro parecer atrelado às
notas para poder avançar para o próximo semestre em outra etapa, ou
permanecendo na que já está.
outubros de 2014.
risco social, defasagem ano escolar/idade, repetência e evasão escolar, e
interesse dos estudantes em participar do Programa Mais Educação.
As metodologias de trabalho
A metodologia de trabalho potente para a Educação Integral requer a
construção e articulação dos saberes escolares e comunitários, conforme já
abordado. Neste sentido, a Escola Municipal Cidade do Rio Grande, vem
utilizando uma metodologia de trabalho que opta pela construção do
conhecimento formal a partir da interação dialógica entre estudantes e
educadores.
O Programa Mais Educação neste espaço educativo, conta com a
docência de professores municipais, educadores comunitários e estudantes de
graduação – bolsistas de extensão, seguindo as orientações dos
macrocampos previstos nesta política educacional.
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Os estudantes
As formas de avaliação
Referências Bibliográficas
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica.
Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Brasilia: MEC, SEB,
DICEI, 2013.