Caderno de Resumos - 3° mARTE Brasília 14,15 e 16 de Junho 2023
Caderno de Resumos - 3° mARTE Brasília 14,15 e 16 de Junho 2023
Caderno de Resumos - 3° mARTE Brasília 14,15 e 16 de Junho 2023
14 a 16 de junho de 2023
Museu Nacional da República – Brasília/DF
Comissão Científica
Profa. Dra. Ana Lúcia de Abreu Gomes (UnB)
Prof. Dr. Clovis Carvalho Britto (UnB)
Profa. Dra. Joseania Miranda Freitas (UFBA)
Profa. Dra. Elizabete de Castro Mendonça (UNIRIO)
Profa. Dra. Rosângela Marques de Brito (UFPA)
Profa. Dra. Magali Melleu Sehn (UFMG)
Profa. Dra. Vanessa Barrozo Teixeira Aquino (UFRGS)
Profa. Dra. Daniela Andreia Viola Ferreira Salazar (NOVA de Lisboa)
Profa. Dra. Alice Semedo (U.Porto)
Equipe de Apoio
Grupo mARTE
Dra. Anna Paula da Silva – Universidade Federal da Bahia
Dr. Emerson Dionisio Gomes de Oliveira – Universidade de Brasília
Dra. Bianca Andrade Tinoco – Universidade de Brasília
Ms. Fernanda Werneck Côrtes – Universidade de Brasília
Ms. Juliana Pereira Sales Caetano – Universidade Federal de Minas Gerais
Dra. Daniela Andreia Viola Ferreira Salazar – NOVA de Lisboa
Dra. Daniela Félix Martins Kawabe – Universidade de Brasília
Dra. Neila Dourado Gonçalves – Universidade Federal de Sergipe
Dra. Mariana Estellita Lins Silva – Universidade Federal do Maranhão
Créditos da publicação
Foto da capa: Daniel Marques / Divulgação Museu Nacional da República
Sumário
Conferências e Palestras
Fernanda Pitta (MAC USP) ................................................................... 6
Marijara Souza Queiroz (UnB) ............................................................ 7
Edson Farias (CNPq; PPGSOL/UnB; CMD; PPGMLS/UESB) ........... 8
Vanessa Barrozo Teixeira Aquino (UFRGS) ...................................... 9
Mesas
Mesa 1
Anna Paula da Silva (UFBA) ............................................................... 12
Tálisson Melo de Souza (USP) ........................................................... 12
Marina Ciambra Rahe (USP).............................................................. 13
Yacy-Ara Froner Gonçalves & Francesco Napoli (UFMG) ............ 14
Mesa 2
Emerson Dionisio Gomes de Oliveira (UnB) .................................. 15
Cristiane Peres Dias & Robson Xavier da Costa (UFPB/UFPE).... 16
Juliana Pereira Sales Caetano & Magali Melleu Sehn (UFMG).... 17
Bianca Andrade Tinoco (UnB) ........................................................... 18
Mesa 3
Anna Luisa Santos de Oliveira (UFBA) ............................................. 19
Marcelo Nascimento Bernardo da Cunha (UFBA) ........................ 20
Raisa Filgueira Soares Gomes & Sabrina Fernandes Melo
(UFPB/UFPE) ......................................................................................... 20
Mario Caillaux Oliveira (UnB) ............................................................ 21
Mesa 4
Adriel Dalmolin Zortéa (UnB) ............................................................ 22
Marco Túlio Lustosa de Alencar (UnB) ............................................ 23
Matias Monteiro Ferreira (Itaú Cultural) ......................................... 24
Leandro Alves Garcia (UnB) & Robson Xavier da Costa (UFPB) . 24
Mesa 5
Daniele Pestana & Zenildo Alves de Sousa Júnior (GDF) ............. 25
Maria Sofia Villas-Bôas Guimarães (UFBA)..................................... 26
Fernanda Werneck Côrtes & Sara Seilert (UnB/GDF)................... 27
Renata de Fátima da Costa Maués & Raissa Silva da Costa
(UFPA) .................................................................................................... 28
Mesa 6
Maria de Fátima Medeiros de Souza & Maria Inês Alves de
Souza (GDF) .......................................................................................... 29
Luzia Gomes Ferreira (UFPA) ............................................................ 30
Robson Xavier da Costa & Alynne Cavalcante Bezerra da Silva
(UFPB) .................................................................................................... 31
Joseania Miranda Freitas & Lysie dos Reis Oliveira (UFBA) ......... 32
Mesa 7
Maira Rangel Marinho & Leísa Sasso (GDF) ................................... 33
Ana Beatriz Marques Penna (UnB) .................................................. 34
Ana María Bernal Cortés (Univ. Del Tolima/ UnB) ........................ 35
Conferências e Palestras
Quarta-feira, 14 de junho
Conferência de abertura
6
Quinta-feira, 15 de junho
Palestra
7
Sexta-feira, 16 de junho
Palestra
8
Sociologia da Cultura. Pesquisa audiovisual, cultura popular, memória,
economia simbólica e consumo cultural e formação de subjetividades
artísticas. Coordena o Comitê de Pesquisa em Sociologia da Cultura da
Sociedade Brasileira de Sociologia. Coordenou a equipe responsável pela
pesquisa e pelo dossiê que subsidiou reconhecimento do Complexo
Cultural do Boi-Bumbá Amazônico como patrimônio cultural do Brasil, pelo
IPHAN. E membro do Comitê de Cultura e Patrimônio da Associação
Nacional em Pós-Graduação em Ciências Sociais. Lidera o Grupo de
Pesquisa em Cultura, Memória e Desenvolvimento (CMD –
www.culturaememoria.com.br). Editor da revista Arquivos CMD
(http://www.culturaememoria.com.br/revista/index.php/cmd).
Coordenador do Comitê de Sociologia da Cultura da Sociedade Brasileira de
Sociologia.
Conferência de encerramento
9
Museologia (UFPel). Vice Líder do Grupo Sépia: Preservação - Memórias -
Acervos (UFRGS/CNPq). Tem experiência na área de Museologia com
ênfase em curadoria de exposições, atuando diretamente nas disciplinas
voltadas às práticas curatoriais no Curso de Museologia e no Programa
de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio (PPGMusPA/UFRGS).
Orienta e desenvolve pesquisas e projetos de extensão nas seguintes
temáticas: Expografia e Expologia, Curadoria, Acervos de Arte e Saúde
Mental, Conservação Preventiva de documentos em suporte de papel e
Comunicação Museológica.
10
Mesas
Quarta-feira, 14 de junho
Mesa 1
Para alguns de nós, o único contato com as obras de arte da performance ocorre
por meio de registros videográficos e fotográficos. Além disso, alguns desses
registros permitem a reativação, a reperformance de muitas obras, especialmente
as inscritas como seminais para os estudos da performance. Neste sentido, esta
comunicação tem como objetivo debater o papel das autorias dos registros na
disseminação, na interpretação e na produção de sentidos sobre obras de arte da
performance. Ademais, propõe-se evidenciar a ausência ou o restrito
reconhecimento dessas autorias; e debater a importância desse reconhecimento
para a documentação de obras inscritas na linguagem e que parte deles são
musealizados, institucionalizados por diferentes agentes e agências. Para tanto,
pretende-se apresentar algumas obras, seus artistas e os outros autores que
produziram registros, cuja documentação torna-se parte de um acervo
museológico/documental/arquivístico. A partir dessas experiências será possível
suscitar o papel dessas autorias para semântica da arte da performance, inclusive
por possibilitarem a produção de sentidos sobre as obras e evidenciarem os
distintos tempos entre a ação e o pós-acontecimento.
Em 1967, Neide Dias de Sá inseriu uma obra interativa em evento aberto no Aterro
do Flamengo, ao redor do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, intitulada “A
Corda”. A obra era composta de recortes de jornais e revistas preparados pela
artista e oferecidos ao público dentro de um cesto, para pendurá-los com
pregadores de roupa e clips de papel num varal esticado entre duas palmeiras.
12
Entre 1977 e 1980, Gretta Sarfaty realizou três performances em diferentes cidades
(Paris, Ferrara, Antuérpia e São Paulo), tendo apenas os registros fotográficos e
audiovisuais conservados até o presente, uma vez que sua materialidade estava
restrita à duração da ação performática. Entre 2018 e 2021, essas obras de Neide
Dias de Sá e de Gretta Sarfaty foram adquiridas pela Pinacoteca do Estado de São
Paulo, sendo integradas no projeto curatorial de exibição do acervo da instituição:
“A Corda” (1967), a partir de 2021; e “Modificação e Apropriação de uma Identidade
Autônoma" (1980) de Sarfaty, apresentada na inauguração da Pina
Contemporânea, em 2023. Esta apresentação propõe analisar de que maneira
essas obras performativas são reconstituídas para sua musealização, questionando
também a relação das aquisições com políticas museológicas do presente.
13
perturba a ideia do museu como guardião das peças, uma vez que distribui o
conhecimento para além dos seus limites e valida dados que são transmitidos entre
os corpos, reavivando o caráter efêmero e intangível dessas obras.
Deslocamentos performáticos:
Minas Gerais como um vetor descolonizante
Yacy-Ara Froner Gonçalves & Francesco Napoli (UFMG)
14
junto aos cursos de graduação em Artes Visuais e em Conservação-
Restauração, e professora permanente do Programa de Pós-graduação
em Artes e do Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído e
Patrimônio Sustentável da mesma universidade.
Mesa 2
15
Emerson Dionisio Gomes de Oliveira é doutor em História. Docente e
pesquisador do Departamento de Artes Visuais, no Programa de Pós-
graduação em Artes Visuais e no Programa de Ciência da Informação da
Universidade de Brasília (UnB), é Bolsista Produtividade do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Fragile:
temporalidades, performatividades e ancestralidades
Cristiane Peres Dias & Robson Xavier da Costa (UFPB/UFPE)
A experiência social do corpo negro feminino tem sido impactada por narrativas
coercitivas que atravessam o tempo. O racismo construído pelo colonialismo
escravocrata do século XIX articula-se, nos dias atuais, por meio de diversas
agendas discriminatórias. Para a mulher negra, essas estruturas interagem em
ramificação ao estigma sexista e são articuladas pela relação indissociável entre
raça, gênero e classe com a finalidade de espoliar, dizimar e deslegitimar saberes.
Os contextos impositivos expressam que a performance arte de um corpo
racializado está intimamente ligada a operações sociais e políticas dos grupos afro
diaspóricos, pois manifestam concomitantemente aos seus corpos, narrativas de
existência sob um sistema maculado pela violência racista. O objetivo deste estudo
é analisar como a performance arte, ativada pelo corpo negro feminino, pode
contestar experiências de apagamento sobrepujadas pelos tensionamentos
atemporais das teorias de controle genderizadas e colonialistas. Examinamos três
registros fotográficos da performance intitulada Fragile (2021) da artista paraibana
Cris Peres, realizada no interior de Pernambuco em 2021 durante residência
artística. Abordamos a desintegração identitária a partir das teorias anômalas do
branqueamento e as políticas da desigualdade sob o ponto de vista de intelectuais
negras/os: Kilomba (2019); Davis (2016); Gonzales (2020); Collins (2019) e Fanon
(2020). A pesquisa evidencia o corpo negro feminino enquanto conduto anacrônico
do conhecimento decolonizado, articulado pela performatividade ancestral do “eu
existo” em contestação aos limites colonizadores.
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Robson Xavier da Costa é artista visual, curador, arte/educador e
arteterapeuta. Pós-doutor em Estética e História da Arte (MAC USP). Dr.
em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU UFRN e Universidade do Minho
Portugal). Mestre em História (PPGH UFPB). Licenciado em Artes Plásticas
(UFPB). Docente/Investigador do Departamento de Artes Visuais da UFPB.
Vice-Presidente da ANPAP (gestão 2023-2024), membro da AICA e ABCA.
No Brasil, nas últimas décadas, tem se tornado cada vez mais notória uma crescente
presença de obras performáticas em feiras de arte, galerias, salões, bienais e em
coleções públicas e particulares. Ao mesmo tempo, tal crescimento não foi
acompanhado de grandes iniciativas, estratégias e diretrizes de conservação em
relação a como realizar a preservação e exibição desses trabalhos por meio de sua
documentação. Não sendo incomum, atualmente, casos de performances em
acervos de museus com diversas lacunas informacionais, muitas delas originadas
ainda no processo de aquisição. Nesse tocante, nossa comunicação objetiva a
apresentação de uma proposta de protocolo voltado para os artistas, de forma a
guiá-los a elaborar sua própria documentação de performance para instituições de
arte. Considerando assim o artista não como um ator passivo ou problema, mas
como um colaborador e parceiro no processo de produção documental. Para pensar
essas questões, consideraremos o caso da performance “esmagamento sensível” do
artista mineiro Marco Paulo Rolla, incluindo as séries e versões da obra a cada
ativação da ação. Utilizaremos como base entrevistas com o artista e protocolos de
museus e projetos de conservação internacionais.
17
Artes da UFMG. Doutora em poéticas visuais pela Universidade de São
Paulo (ECA/USP) e mestre em Artes pela mesma universidade.
18
Quinta-feira,
Quinta-feira,15 de
15junho
de junho
Mesa 3
O tempo-manifesto de Milza:
mover-se como método curadoria comunitária
Anna Luisa Santos de Oliveira (UFBA)
19
Constrangimentos e desafios na curadoria de uma coleção documento da
intolerância: o caso da Coleção Estácio de Lima
Marcelo Nascimento Bernardo da Cunha (UFBA)
20
folguedos brincados na rua como na ação que essas obras têm de performar
memórias e afetos. Através dos mecanismos de resistência dessas manifestações
artísticas populares em uma instituição museológica e fora dela é possível
compreender como elas continuam vivas ao longo do tempo e como foram
incorporando diferentes camadas e atravessamentos como da documentação
museológica, das curadorias e das vivências.
21
Cocchiarale: apesar das fitas originais portapak de ½ polegada estarem sob a
guarda do MAM-Rio, não existe no país equipamento funcionando para a sua
reprodução ou remasterização.
Mesa 4
22
Adriel Dalmolin Zortéa é mestrando em Teoria e História da Arte
(PPGAV/IdA/UnB) com bolsa Capes. Graduado em História (UFSC), com
bolsa PET e CNPq e filiado ao Laboratório de Teoria e História da Arte
(LaTHA/UnB), bem como aos grupos de pesquisa Montagem no discurso
historiográfico artístico (UnB/CNPq) e Laboratório de Historiografia da
Arte no Brasil e Américas (UFRJ/CNPq).
Várias obras de arte têm a capacidade de nos colocar mais diretamente diante de
aspectos relacionados ao conceito “tempo” ― movimento, ritmo,
acompanhamento, fluxo ―, fomentando sensações de continuidade. No entanto,
ao evidenciar o constructo “cronológico”, fazem emergir outras discussões, visto
que este continuum, ou esta ordem de sucessão, conforme indicou Einstein, não
seria único nem absoluto. Um sentido, por assim dizer, mais heterogêneo de tempo
está presente na arte em diferentes direções e guarda muitos desafios. Nessa linha,
a introdução ― em forma de obra ― de corpos de animais e suas partes nos
dispositivos reconhecidos pelo sistema da arte persiste representando um
problema entre as inúmeras circunstâncias temporais impostas à área
museológica. Pois, portando indícios tangíveis e/ou intangíveis da passagem do
tempo, em múltiplas camadas, pertencem à categoria de objetos artísticos mais
frágeis que exigem um esforço contínuo de preservação para a sobrevivência como
tal e sua “eternização” enquanto arte. Numa rápida mirada, em meio a mudanças
recentes impostas à própria instituição museu, tornam-se perceptíveis as
dificuldades (e implicações) museológicas sobre como proceder ante a(s)
temporalidade(s) de certos artefatos, como os trabalhos constituídos de espécimes
e seus fragmentos, para que estes prossigam relevantes e possam ser
experenciados em toda sua diversidade, especialmente, numa época em que a
questão animal perpassa inúmeras práticas e campos do conhecimento.
23
A presença muda das coisas:
o ato expográfico e a invenção do tempo
Matias Monteiro Ferreira (Itaú Cultural)
24
coletivo. Nosso recorte de pesquisa acontece fora do eixo Rio de Janeiro/São Paulo,
a partir do primeiro Workshop Brasil-Alemanha que foi realizado no Espaço Cultural
José Lins do Rêgo - João Pessoa/PB, em 1991. Nessa perspectiva, a presente
investigação objetiva analisar a performatividade das relações entre os artistas
convidados para este evento cultural. Trata-se de uma pesquisa qualitativa (Guerra,
2014; Minayo, 2001; Flick, 2009), inserida no contexto da “história das exposições”
(Afterall 2010-2022; Cypriano e Oliveira, 2017). Por esta via, utilizaremos consultas
a fontes primárias, matérias publicadas para divulgação do evento e catálogos
expositivos. Consideramos que os workshops são eventos interativos que
antecedem o tempo de exposição das obras de arte ao público, apresentando
características da estética relacional (Bourriaud, 2009) como resultado dos diálogos
e interações entre os artistas de ambos os países.
Mesa 5
Mapeamento de Acervos:
repensando a gestão de acervo museológico da Secretaria de Estado da
Cultura e Economia Criativa | SECEC/DF
Daniele Pestana & Zenildo Alves de Sousa Júnior (GDF)
25
Percebida desatualização e dificuldade de recuperação de informações das
coleções museológicas da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do
Distrito Federal (SECEC/DF), a Diretoria de Preservação (DIPRES) da Subsecretaria
do Patrimônio Cultural (SUPAC), em 2019, planejou uma série de ações para
atualizar acervo sob sua guarda e repensar na atual gestão deste acervo. A primeira
ação em desenvolvimento consistiu na contratação de profissionais especializados
por meio de Cooperação Técnica Internacional entre SECEC/DF e UNESCO para
realizar o mapeamento dos acervos preservados nos museus da Secretaria de
Estado de Cultura e Economia Criativa- SECEC, nome dado ao projeto. Pretende-se,
neste Colóquio, comunicar o trabalho executado pela SECEC e os descobramentos
desta ação na tentativa de atender normativas museológicas e em especial,
divulgar as reflexões a respeito da documentação museológica do acervo do Museu
Nacional da República.
26
1956. Suas obras foram (e são) contribuições significativas para o cenário cultural
não só de Salvador, mas da Bahia, do Nordeste e do Brasil. Dos rastos documentais
chegamos a ação artística que celebra encontros. Com intuito de uma reflexão
compartilhada com pesquisadores da área, apresentaremos aqui três
acontecimentos do Memórias Coreográficas: Oriki de Laís (2019); Experimento
Yanka Rudzka (2021); Exibição de filme + Roda de conversa com Clyde Morgan
sobre o espetáculo Por Quê Oxalá usa Ekodidè (2022); Ciclo Odundê – 10 anos
(2022). O Projeto tem se inspirado em Leda Maria Martins, em suas Poéticas do
Tempo Espiralar: poéticas do corpo tela. Tecituras sobre temporalidades e
ancestralidade afirmam um tempo espiralar, uma continuum no qual a memória é
sempre atualizada no presente, na concepção de “um tempo que se curva para
frente e para trás, simultaneamente, sempre em processo de prospecção,
retrospecção, de rememoração e devir simultâneos (2021.p.23).
27
suscita a discussão não somente acerca das práticas de conservação e de
documentação desenvolvidas, mas também sobre a condição expositiva e sobre as
estratégias de aquisição de obras adotadas por um museu de arte contemporânea,
contribuindo, assim, para a reflexão em torno das temporalidades inerentes ao
processo de musealização realizado com essa tipologia de acervo.
28
compreendendo os objetos museológicos, como fonte documental basilar de
modo a subsidiar a construção da melhor estratégia de atuação frente aos desafios
elencados no projeto de pesquisa.
Sexta-feira,
Sexta-feira,1616dedejunho
junho
Mesa 6
Calçadas de Galeno:
sobre a preservação de obras de arte em espaços públicos
Maria de Fátima Medeiros de Souza & Maria Inês Alves de Souza (GDF)
29
2016; FIGUEIREDO, 2014). A Calçada de Galeno se inscreve na noção de paisagem
produzida pela indústria humana e se relaciona intrinsecamente com o espaço
natural do Lago Veredinha. Propomos discutir meios institucionais para o
reconhecimento do mérito cultural da obra segundo as perspectivas da geografia
cultural, das Cartas patrimoniais da UNESCO que tratam dos bens culturais naturais
e dos mecanismos de preservação das obras de arte em espaço público.
No Candomblé Baiano, as roupas dos Orixás são confeccionadas para que eles e
elas dancem no Aiyê (terra), e cada Yabá e Oboró possuem suas indumentárias
específicas. Nesse sentido, é possível inferir que as roupas também dançam a partir
dos corpos das iniciadas e dos iniciados, respeitando o tempo de iniciação. Nesta
proposta de comunicação, pretendo abordar o tempo da musealização em
processo da indumentária de Yemanjá Ogunté, da Egbomi Raquel de Jesus Gomes
Ferreira, falecida em 2021, devido a COVID-19. Após o falecimento da Egbomi, o
Babalorixá Idelson da Conceição Sales, líder religioso do Ilê Axé Ogunjá, localizado
na cidade de São Félix no Recôncavo Baiano, escolheu doar a última roupa com a
qual a Yemanjá Ogunté dançou na cerimônia de 21 anos de iniciação da Egbomi
para o Museu Afro-Brasileiro (MAFRO), da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
30
Essa indumentária de Orixá é carregada dos tempos de vida e morte, dos tempos
de um evento traumático na sociedade brasileira que foi a pandemia, dos tempos
do espaço sagrado do terreiro para o interior da instituição museu, mas também
dos tempos das memórias dessa mulher negra do Recôncavo Baiano que em seu
corpo abrigava as águas de Yemanjá para dançar luxuosamente de pés descalços.
Entre as águas doces do Paraguaçu e as águas salgadas da Baía de Todos os Santos,
busco refletir como o tempo da musealização desse traje nos possibilita pensar,
registrar e preservar as memórias plurais contidas nos bordados da roupa diante
da fugacidade do tempo.
O tempo Ad Infinitum:
a longa permanência da imagem feminina na arte do cemitério de Santo
Amaro
Robson Xavier da Costa & Alynne Cavalcante Bezerra da Silva (UFPB)
31
como “sobrevivência da imagem”. Assim, será possível identificar a repetição das
fórmulas que essa representação feminina evoca e construir uma narrativa visual
a partir desses corpos de pedra, resultando em um diálogo sobre os caminhos e
possibilidades de musealização dos espaços cemiteriais a partir de eixos temáticos
específicos.
32
Programa de Pós-Graduação em Museologia (PPGMuseu/UFBA 2013-
2015).
Mesa 7
33
e graduada em Artes Visuais (UnB 2001). É professora da Secretaria de
Estado de Educação do DF (SEEDF) em atuação na Secretaria de Cultura
e Economia Criativa (SECEC/DF), sendo responsável pelo Programa
Educativo do Museu Nacional da República em Brasília.
Qual é o tempo dos públicos quando pensamos em museus? Há tempo nos museus
para aqueles que ainda não são públicos? Existem caminhos para os que transitam
distantes desses espaços? Esse trabalho consiste numa investigação sobre os
modos de ir em direção ao outro de três atos expositivos distintos, aqui
identificados como museus itinerantes: Museóbus (1960), Skin of Memory (1999) e
Fiotim (2015). Neste trabalho, à luz da ideia de “museu distribuído”, levantada por
Dewdney, Dibosa e Walsh (2013), que surge no contexto dos estudos da museologia
pós-crítica sobre formação de públicos, analisaremos as mecânicas de atuação, as
motivações, o grau de permeabilidade, e o potencial de formação de público de
cada um dos casos selecionados. A itinerância, afinal, é uma ferramenta útil para a
formação de públicos ou apenas cria outras performatividades para as exposições?
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El tiempo y las performatividades de los públicos:
el caso del 46 Salón Nacional de Artistas en Colombia
Ana María Bernal Cortés (Univ. Del Tolima/ UnB)
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