Trabalho, Gravidez Na Adolescência

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1. Apresentação

A gravidez na adolescência, de acordo com a OMS, organização mundial de saúde,


é considerada quando ocorre em uma faixa etária de 10 a 20 anos.
Vista como uma geração de alto risco, podendo acarretar problemas quanto à mãe
tanto ao recém nascido, a adolescente que adquire uma gravidez está sujeita a
problemas sociais e biológicos sendo encarada de forma negativa através do ponto
de vista emocional e financeiro, havendo uma mudança drástica em sua vida social
e pessoal, a sua rotina é completamente alterada e seus hormônios ficam mais
aflorados.
O Brasil apresenta um alto índice de adolescentes que adquiriram uma gravidez
inesperada ou esperada, porém de acordo com o ministério da saúde, houve uma
queda de 17% em um determinado período entre 2004 a 2015.
Ao redor do mundo 7,3 milhões de adolescentes se tornam mães a cada ano, e 2
milhões são menores de 15 anos, são números drasticamente elevados.

1.2. Resumo

O artigo retrata a gravidez na adolescência e seus aspectos, sociais, sociológicos,


familiares e nacionais, apontando números significantes, fatores que contribuem,
fatores de riscos, falta de oportunidade, racismo enraizado na sociedade, questão
de saúde pública, a falta de apoio familiar e a importância de uma rede de apoio.
No ano de 2010 um órgão ligado à ONU publicou um relatório indicando que 12%
das mulheres entre 15 e 19 anos possuem pelo menos um filho, no Brasil 300 mil
crianças nascem de mães que possuem uma faixa etária entre 12 a 17 anos, em
pesquisa realizada pela ONU no Brasil 68,4 bebês nascidos a cada mil meninas de
15 a 19 anos.
A gravidez na adolescência além de riscos relacionados à saúde materno e ao filho,
traz também consequências sociais, econômicas e emocionais, contribuindo para os
altos níveis de pobreza, baixa escolaridade, violência familiar e abuso. Além de altos
níveis de mortes infantis nascidos de mães adolescentes, também é grande os
números de adolescentes que optam por realizar abortos inseguros. Ações como
essas trazem prejuízos às crianças, causando impacto na saúde pública,
desenvolvendo limitação no desenvolvimento pessoal, profissional e social da
gestante. Alguns fatores contribuem e levam a uma gravidez precoce na vida
produtiva, como: a falta de conhecimento, o preconceito enraizado na sociedade
sobre este tema, ingenuidade e submissão, violência, desejo de estabelecer uma
união estável com o parceiro, dificuldade de acesso a métodos contraceptivos,
vergonha de procurar ajuda e orientação, desejo pela maternidade e vida sexual
precoce, constando que o ambiente familiar onde está inserido a adolescente
também há relação com o início da atividade sexual, é comum adolescentes
grávidas cuja mães também engravidaram na adolescente e iniciaram a vida sexual
cedo e apresenta vida sexual ativa. A melhor maneira de evitar gravidez na
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adolescência é buscar orientação e informação adequadas e buscar conhecer o seu


próprio corpo e suas limitações e conhecer também ao corpo do parceiro antes de
começarem a vida sexual, buscando informar-se também sobre os métodos
contraceptivos, quais os tipos, a porcentagem de sua eficácia e o seu modo de uso,
sendo a camisinha mais comum é a mais fácil de utilizar, no qual a mesma não
previne apenas gravidez mas também IST’s infecções sexualmente transmissíveis.

1. Aspectos sociais

A gravidez precoce muda a realidade da adolescente, existindo alguns impactos que


podem perdurar por toda a vida, porém esses impactos se adequam a realidade de
cada uma, porém quanto maior a desigualdade social, maior serão os números de
adolescentes grávidas.
Segundo dados retirados do IBGE, as maiores taxas de gravidez ainda na
adolescência estão entre a faixa etária de 10 a 19 anos, em situação de pobreza e
de baixo níveis de escolaridade, sendo ainda mais exata jovens que se encaixam
em classe social de pobreza ou classe média baixa possuem cinco vezes maiores
chances de adquirir uma gravidez em relação a adolescentes que possuem boas
condições socioeconômicas. Além disso a precariedade da falta de conhecimento
sobre os anticoncepcionais e como adquiri-los, tendo em vista também a
dificuldades de acesso eles em algumas regiões que acabam contribuindo para que
este cenário perdure, no qual um a cada cinco bebês no país são filhos de pais
adolescentes, a repressão familiar também torna-se um agravante.

“Muitas vezes os pais falam para a menina que ela não pode engravidar, mas
se eles acharem um anticoncepcional em casa, a coisa vai ficar feia, porque a
filha não pode ter relação sexual” - relata a professora

As adolescentes com menos condições são as que mais sofrem com os


impactos de uma gravidez, gerando como consequência reproduzir
desigualdades sociais, além da de gênero, em vista que as meninas acabam
sendo as maiores prejudicadas de acordo com a ONU, organização das
Nações Unidas, as mães adolescentes tendem a abandonar os estudos para
criar os filhos o que resulta em uma maior dificuldade para continuar os
estudos e encontrar um emprego com boa remuneração. Quase metade das
mães adolescentes com idades entre 10 a 19 anos dedicam-se aos trabalhos
domésticos e possuem três vezes menos oportunidades de conseguirem um
diploma universitário do que aquelas que optam em adiar a maternidade.
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2.2 Aspectos Sociológicos

A gravidez e o seu significado varia muito de acordo com o contexto social em que a
gestante está inserida, a gravidez na adolescência em diferentes ópticas variam
dentre problema a solução, a restrição e dificuldade de estudo a imersão ao
mercado de trabalho levam a adolescentes crerem que ao ser mãe desenvolvem um
papel social e determinam como objetivo em sua vida. Idealizando um cenário no
qual a criança traz consigo o conforto, companhia e apoio do parceiro. Porém após
o parto as dificuldades em inserção ao mercado de trabalho aumentam e o pai se
ainda adolescente, encontra obstáculos e dificuldades para manter a família. Desde
a conferência mundial da mulher em 1995, em Pequim foi estabelecido o direito ao
planejamento familiar, tanto o homem quanto a mulher tem direito à informação, a
educação e a serviços para regular sua fertilidade, entretanto esses direitos são
desconhecidos e ocultos para boa parte da sociedade principalmente a classe mais
pobre, que não são informados nem orientados sobre a existência destas leis. A
falta de informação é um problema que contribui com o crescimento da taxa de
gravidez antes da fase adulta. Apesar de boa parte obterem conhecimento sobre
métodos contraceptivos, através de meios de comunicação como televisão e
smartphones, e também através de palestras nas comunidades e escolas, a maioria
não sabe prevenir-se de forma adequada, utilizando de maneira errônea e muitas
vezes abandonando por questões pessoas. Destaco que apesar de acontecer em
diferentes grupos sociais, a gravidez na adolescência associa-se diretamente a
aspectos como: baixa renda, baixa escolaridade e pouca perspectiva de futuro.

2.3 Aspectos Familiares

A gravidez na adolescência pode ser apontada como causas de conflitos familiares,


sendo restabelecido fatores sociais como: crenças, valores e virtudes, ao descobrir
a gestação é normal que os jovens assustem-se e possuam receio de informar aos
pais, por medo das suas reações e muitas vezes até por vergonha. A escassez do
apoio familiar é evidente, porém o correto é que a adolescente conclua a gestação
com apoio da família e da sociedade onde está inserida, a falta de apoio traz danos
à saúde materno e infantil, em alguns casos jovens são expulsas de casa e acabam
ficando desabrigadas ou por falta de apoio não são orientadas da forma correta, não
buscam uma unidade básica de saúde e até mesmo não realizam o
acompanhamento do pré-natal. O apoio da família traz um maior conforto para mãe
e para o bebê, a gestação tende a ser um período calmo e saudável e a gestante
sente-se acolhida. Mas o apoio da família e a orientação devem iniciar desde cedo
em seus lares, até mesmo para evitar uma gestação indesejada, muitos pais
possuem dificuldade quando o assunto se trata da vida sexual em relação aos seus
filhos, sendo um tabu até os dias atuais, por isso a importância de desde a infância
orientar a criança sobre o seu próprio corpo e sobre os seus limites, cabe aos
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responsáveis educar aos seus filhos sobre estes assuntos principalmente em sua
fase adolescente. A educação social tendo como objetivo ensinar sobre o respeito
com o seu próprio corpo e o corpo do outro, sobre formas de evitar uma gravidez e
DSTs através da prevenção e respeitar o seu parceiro sexual, em caso de
pré-adolescentes informar sobre o início da puberdade, as alterações corporais e a
primeira menstruação e também sobre as dificuldades emocionais. conversar sobre
esses assuntos naturaliza a prevenção e a consciência, criando adultos
responsáveis sobre suas ações e responsabilidades de uma possível vida sexual
ativa.

2.4 aspectos nacionais

A gravidez na adolescência no Brasil é considerado um risco social e um grave


problema na saúde pública, pois junto a gestação aparecem alguns problemas
dentre eles destacam: o abandono escolar, o risco durante a gravidez, derivado por
muitas vezes pela não realização de um Pré-natal de qualidade, conflitos familiares,
a não aceitação da família, o incentivo pelo aborto, abandono do parceiro,
descriminação social e afastamento do grupo de convivência.
Dentre os problemas de saúde na faixa etária entre 10 a 20 anos incompletos, a
gravidez se sobressai em quase todos os países, principalmente aqueles em
desenvolvimento, a taxa de gestação na adolescência no Brasil é de 400 mil
casos/ano. Diversos fatores contribuem para estes números, no entanto a
desinformação sobre a sexualidade e direitos sexuais são os principais motivos.
Questões psicossociais, emocionais e contextuais também contribuem inclusive
para a falta de acesso à proteção social e ao sistema de saúde.
A data, instituída pela Lei nº 13.798/2.019, tem o objetivo de disseminar
informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a
redução da incidência da gravidez na adolescência.

“A gravidez precoce compromete as oportunidades de


desenvolvimento das adolescentes, pois a evasão do
sistema educacional gera um obstáculo para a
conclusão da educação formal, o que,
consequentemente, repercute em desvantagens em
relação ao trabalho e à inserção produtiva, bem como
as torna vulneráveis ​a pobreza, violência, criminalidade
e exclusão social.”
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https://www.caf.com/pt/conhecimento/visoes/2021/01/ev
asao-escolar-devido-a-gravidez-na-adolescencia/

“Cerca de 380 mil partos foram de mães com até 19 anos de idade em 2020, o que
corresponde a 14% de todos os nascimentos no Brasil. Em 2019 essa proporção era de 14,7% e
15,5% em 2018. Os números são do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, do
Ministério da Saúde, e foram compilados no projeto “Gravidez e Maternidade na adolescência -
um estudo da coorte de 100 milhões de Brasileiros”, desenvolvido por uma equipe de
profissionais do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde”
(CIDACS-Fiocruz).

“Apesar de um movimento de redução nos últimos anos, as taxas de maternidade na


adolescência ainda são elevadas no Brasil, mesmo se comparado a outros países da América
do Sul”
- afirma professora de saúde coletiva da universidade federal da Bahia “UFBA”

“A gravidez na adolescência atinge todas as classes sociais, atinge meninas de baixa renda e
atinge meninas brancas de alta renda. Contudo, ela apresenta marcadores de desigualdade de
geração, de raça, de classe muito específicos, sendo mais frequente justamente nos grupos de
maior vulnerabilidade social”, pontuou a doutora em Saúde Pública, Dandara Ramos

“Depois que se torna mãe, perdem-se direitos: a adolescente não tem mais direito a estudar, a
sonhar com uma carreira, a entrar no mundo do trabalho. Esse percurso de sonhos, de
formação, de desenvolvimento, é interrompido pela maternidade”, aponta Dandara Ramos.

O racismo, as desigualdades raciais, são demarcadores do acesso ou não aos direitos sexuais e
direitos reprodutivos. “Não é só uma questão de pobreza. Mesmo em países desenvolvidos,
quando você observa o cenário [da gravidez na adolescência], a questão racial também está
inserida ali. No caso brasileiro, são as meninas indígenas, são as meninas pretas que estão
sendo excluídas de direitos reprodutivos; é preciso o combate às desigualdades raciais e
étnicas”, observa a doutora Dandara Ramos.

“Todas as pessoas têm direito sexual e direito reprodutivo. Mas acessar esse direito, ter
autonomia, autodeterminação, tomada de decisão é outra questão. Ter direito e ter acesso a um
direito são questões diferentes”, aponta a doutora em Saúde Pública e pesquisadora de
pós-doutorado no CIDACS, Emanuelle Góes, que coordena a pesquisa junto à Dandara.

Referências:
https://www.todamateria.com.br/gravidez-na-adolescencia/#:~:text=A%20gravidez%
20na%20adolesc%C3%AAncia%20%C3%A9,acarretar%20problemas%20sociais%
20e%20biol%C3%B3gicos.
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https://www.medicina.ufmg.br/desigualdade-social-aumenta-risco-de-gravidez-na-ad
olescencia/
https://m.brasilescola.uol.com.br/amp/biologia/gravidez-adolescencia.htm
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2330.pdf ,
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2014000100
009#:~:text=Assim%2C%20a%20gravidez%20na%20adolesc%C3%AAncia,de%20t
empo%20e%20de%20finan%C3%A7as. ,
https://www.scielo.br/j/reben/a/pkXVhsP6YcyBGW67mSytcqP/#:~:text=No%20que%
20concerne%20%C3%A0%20gravidez,aos%20problemas%20que%20dela%20deriv
am. ,
https://bvsms.saude.gov.br/01-a-08-02-semana-nacional-de-prevencao-da-gravidez-
na-adolescencia/#:~:text=A%20taxa%20de%20gesta%C3%A7%C3%A3o%20na,sig
nificativos%20e%20requerem%20medidas%20urgentes. ,
https://www.caf.com/pt/conhecimento/visoes/2021/01/evasao-escolar-devido-a-gravi
dez-na-adolescencia/ ,
https://brazil.unfpa.org/pt-br/news/brasil-ainda-apresenta-dados-elevados-de-gravide
z-e-maternidade-na-adolescencia

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