Direitos Reais
Direitos Reais
Direitos Reais
FACULDADE DE DIREITO
“TRABALHO DE CAMPO”
Código: 31210503
Código: 31210503
CAPITULO I: INTRODUÇÃO………………………………………………………….4
1.1. Objectivo……………………………………………………………………………..4
1.2. Metodologia………………………………………………………………………….4
1.3. Quadro teórico……………………………………………………………………….4
1.1. Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar e discorrer sobre as Fontes dos
Direitos Reais.
1.2. Metodologia
O presente trabalho teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica e exploratória, onde
com auxílio da internet buscou-se manuais com intuito de ter uma visão nítida dos principais
aspetos inerentes ao tema, e com a leitura minuciosa do material adquirido no portal Google
académico, foi possível compilar o presente estudo.
A CRM é a principal fonte de direito enquanto base de todo o sistema jurídico e que, contêm
a máxima proteção à propriedade privada, encontrando-se vigentes normas que respeitam a
matéria dos direitos reais, como é o caso do art. 82˚, Capitulo V do já referido dispositivo
legal que trata de ̋propriedade privada.
O Código Civil e nele no seu livro III, constituem a sede fundamental do regime dos direitos
reais. Porem, nem a CRM, o C.C e nem o livro III, constitui as únicas fontes do Direito das
Coisas, nem contem todo o regime dos direitos reais. Por exemplo, em matéria de direito de
propriedade, o C.C apenas se ocupa do que tem por objecto coisas corpóreas. (vide art.˚
1302˚). Refira-se ainda, para além da Constituição e do Código Civil as leis especiais como
Código do Registo Predial, o Código de propriedade industrial, e Código de Registo de
Entidades Legais4 etc, também são fontes de Direito das Coisas.
O direito das coisas é o complexo de normas que regulam as relações jurídicas referentes às
coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, sejam elas móveis ou imóveis. De modo geral,
compreende os bens materiais, ou seja, a propriedade e seus desmembramentos. Ele consiste
em um poder jurídico que uma pessoa, titular do bem, exerce sobre ele. Assim, existe um
sujeito ativo, que é o titular do direito; uma coisa, que é o objeto do direito; e o poder jurídico
que esse sujeito exerce sobre o bem que possuí. Constata-se, pois, que embora não exista
nenhum sujeito passivo determinado, esse direito será oponível erga omines, fazendo, desta
forma, com que toda sociedade figure como sujeito passivo, posto que todos devem respeitar
a propriedade alheia.
Direito do usufruto, no Direito Romano, eram o usus, o fructus sine usus, e no período do
direito justunianeu, a habitatio e as operae servorum. O usus, em seu significado originário,
era o direito de usar uma coisa sem receber os frutos. Era dirigido a coisas que não o
produziam, não se levando em conta a possibilidade de auferir qualquer fruto civil. Podia ser
constituído sobre uma biblioteca ou escravo, por exemplo e, se constituído sobre uma casa,
dele estava excluído o direito de locação, A jurisprudência admitiu que, sendo constituído
sobre fundo rústico, o beneficiário pudesse ali estabelecer pequena horta e pomar, utilizando –
se da lenha dento de certos limites (Arangio-Ruiz,1973:269) O uso representa o ius utendi por
inteiro, consagrando o direito de retirar da cosa tudo que for assim suscetível, sem receber
nenhum fruto. O usuário poderia servir-se da coisa, porém não poderia ceder seu exercício,
porque o preço do aluguel seria fruto civil (Petit,1970:336) No uso romano, a exemplo do
usufruto, o usuário deveria prestar caução ao proprietário como garantia de devolução. O
direito moderno manteve o uso com a utilidade e extensão originárias, definido o art. 742 do
Código de 1916. “ O usuário fruirá a utilidade da coisa dada em uso, quanto o exigirem as
necessidades pessoais suas e de sua família .” O vigente Código , sem modificações de
conteúdo , substitui o termo fruirá “ usara” (art .1412) O art. 1412, parágrafo 1º no sentido de
que serão avaliadas “ as necessidades pessoais do usuário, conforme na sua condição social e
o lugar onde vive”.
O Direito de Superfície é uma matéria dentro do Estatuto da Cidade e Novo Direito Civil e
constituem em leis que regularizam os direitos de uso de terrenos inutilizados e desocupados
por terceiros, ou seja, quando a pessoa interessada o superficiário ganha o direito de
aproveitar uma propriedade que não é sua. Dessa forma, o direito de superfície, também
chamado de propriedade superficiária, é o direito real que permite a construção ou plantação
em terreno alheio, estabelecendo propriedades distintas entre o proprietário e superficiário,
permitindo assim, uma utilização dupla de um local. Neste sentido, o direito de superfície
tem como objetivo tornar um terreno urbano ou rural desocupado e parado em algo rentável,
podendo ainda, ser utilizado para diversos fins como, desde construção de prédios há
plantações. Assim, podemos afirmar que ele foi uma das melhores alternativas encontradas
para evitar espaços subutilizados e ainda, atender a uma função social. Para entender melhor,
detalhamos nos próximos tópicos, o que é e como funciona o direito de superfície, para você
entender melhor.
A servidão é um direito real sobre imóvel alheio que impõe um encargo (ônus) ao prédio
serviente em favor do prédio dominante. O objetivo da servidão é tornar a propriedade do
prédio dominante mais útil ou condizente com sua finalidade. Em contrapartida, o prédio
serviente tem seu uso parcialmente restringido. É importante observar, desde já, que a
servidão atinge apenas bem imóvel vizinho. Isso não significa, contudo, que atinge apenas
imóveis lindeiros (que fazem fronteira…). É possível servidão em face de imóveis que não
fazem fronteira com o prédio dominante. O dono do prédio serviente não pode embaraçar o
exercício legítimo da servidão (art. 1.383 do CC/02).Em contrapartida, este direito real
restringe-se às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o
encargo do prédio serviente (art. 1.385 do CC/02). A doutrina costuma apontar que a servidão
predial serve à coisa e não ao dono. Significa que bem imóvel fica onerado (e não a
pessoa…). Não se trata, portanto, de uma obrigação pessoal de fazer ou não fazer. Fala-se que
a obrigação que surge com a constituição da servidão é propter rem. Quando constituída para
certa finalidade, não poderá ser ampliada ou alterada. São exemplos deste direito real a:
Servidão de passagem;
Servidão de não construir acima de determinada altura;
Servidão de dutos;
Usufruto é o direito real sobre coisas alheias, conferindo ao usufrutuário (pessoa para quem
foi constituído o usufruto) a capacidade de usar as utilidades e os frutos (rendas) do bem,
ainda que não seja o proprietário. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e
perceção dos frutos (rendas). O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou
imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os
frutos e utilidades.
O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no
Cartório de Registro de Imóveis. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos
acessórios da coisa e seus acrescidos.
O direito real de habitação consiste na concessão do uso, limitado à habitação, do bem imóvel
utilizado como residência familiar, a ser fruído pelo cônjuge ou companheiro supérstite, de
acordo como art. 1831 do Código Civil. Trata-se de faculdade cujo exercício revela inegável
função social, pois consiste em meio de evitar que o cônjuge ou companheiro supérstite deixe
de ter onde morar após a extinção, pela morte, do vínculo de convivência anteriormente
estabelecido com o falecido. Assim, o direito real de habitação afeta apenas o poder de uso
em relação a determinado bem imóvel. No entanto, não altera os elementos concernentes à
propriedade. Em outras palavras, há plena compatibilidade entre o exercício da habitação pela
recorrida e a copropriedade constituída em favor dos sucessores. Além disso, a mera
existência de 2 (dois) bens imóveis a inventariar não impede a aplicação, ao caso, do direito
real de habitação, sobretudo porque o segundo bem está situado no município do Rio de
Janeiro-RJ. Ocorre que a recorrida sempre residiu com o falecido em Brasília-DF. Portanto,
em relação ao direito real de habitação a ser exercido pela agravada revela-se importante
destacar apenas a inexistência de mais de um bem imóvel no Distrito Federal que poderia ser
utilizado como residência pela ora recorrida.
2.11. Direito real de penhor.
O instituto jurídico do penhor consiste em um direito real que envolve a transferência efetiva
de uma coisa móvel ou mobilizável, suscetível de alienação em favor de um terceiro, ora
caracterizado como credor. O instituto jurídico do penhor a cada dia exerce maior
participação em nosso cotidiano, principalmente no que diz respeito às pessoas que buscam a
concessão de crédito sem ter que dispor de bens imóveis a título de garantia, prática esta que
se tornou comum inclusive pelas ações publicitárias realizadas por instituições
financeiras/bancárias, que trabalham com esse instituto.
Convencional;
Legal;
Judicial.
A Anticrese caracteriza-se por ser um direito real de garantia sobre coisa alheia. Nesta
modalidade de direito real limitado, ocorre a transferência da posse e da fruição do imóvel do
devedor em face do credor, que por sua vez colhe seus frutos abatendo o valor destes na
dívida que possui contra o devedor. Em outras palavras, pode-se dizer que o credor retém a
posse do bem e retira dos frutos deste o valor necessário para a quitação de seu crédito.
Atualmente a Anticrese vem sido pouco utilizada, por trazer inconvenientes ao credor
anticrético e ao devedor. O bem dado em anticrese pode ser hipotecado, no entanto, são raras
às vezes em que o credor aceita a hipoteca de bem já gravado por anticrese. Além disso, traz
ao credor a dificuldade de ter, ele mesmo, que colher os frutos para a satisfação do seu
crédito. Como direito real de garantia, a Anticrese possui os efeitos da sequela (buscar a coisa
de quem injustamente a possua ou a detenha) e da aderência, desde que registrada. O credor
anticrético não possui preferência na satisfação do seu crédito e só pode reter o bem por, no
máximo, quinze anos. Decorrido tal prazo, perde ele o direito de retenção. O credor
anticrético tem a obrigação de preservar a coisa que deve, sendo esta, necessariamente, ser
bem imóvel, pois caso seja o bem móvel, ter-se-á o instituto do penhor e não anticrese. Logo,
a tradição real do bem para as mãos do credor é requisito obrigatório para a constituição da
anticrese. O credor anticrético torna-se administrador e mandatário do imóvel gravado,
devendo este prestar contas da administração realizada ao devedor, sempre que requerido. O
devedor tem o direito de reclamar a transformação da anticrese em arrendamento caso a
administração do credor seja prejudicial. Credor e devedor possuem direitos e deveres na
anticrese, cabendo ao credor conservar a coisa e devolvê-la findo o prazo e ao devedor
permitir a utilização do bem e pagar a dívida, podendo pedir indenização, caso o credor lhe
cause prejuízo. Extingue-se a anticrese pelo adimplemento da dívida, pelo perecimento do
bem e pela caducidade, ou seja, pelo fim do prazo estipulado ou atingido o prazo máximo de
quinze anos. A anticrese é indivisível, pois na hipótese de imóvel pertencente a dois ou mais
proprietários, estes não poderão dá-lo em garantia, salvo comum acordo, aplica-se a regra
geral que rege os direitos reais de garantia.
Dentre os direitos arrolados acima pode-se estabelecer uma classificação, senão vejamos:
Direito real sobre coisa alheia: estes, por sua vez, subdividem-se em:
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Coisas - Sinopses Jurídicas. 8ª edição. São
Paulo: Editora Saraiva, 2007.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro - vol. V - Direito das Coisas. São
Paulo: Editora Saraiva, 2006.
Gonçalves, Carlos Roberto (2017). Direito Civil Brasileiro - Direito das coisas. 5 12 ed.
[S.l.]: Saraiva. ISBN 978-85-472-1302-2
Oliveira, Alvaro Borges de; Maciel, Marcos Leandro. «Estado da arte das teorias
possessórias» (pdf). Revista Direitos Fundamentais & Democracia. 5 (22): 112-
127. ISSN 1982-4858
TARTUCE, Flávio (2020). Direito Civil: direito das coisas. Rio de Janeiro: Forense. p. 45
ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito Civil: Reais, 4ª ed. Lisboa: Coimbra Editora Limitada.
1976. 625 p.
ASCENSÃO, José de Oliveira. Tipo. In: Enciclopédia Saraiva de Direito, v. 73. São Paulo:
Saraiva. p. 290-8.
BESSONE, Darcy. Direitos Reais. 2ª ed. São Paulo: Saraiva. 1996. 499p.
BITTAR, Carlos Alberto. Os Direitos Reais. Rio de Janeiro: Forense. 1991. 225 p.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, v. 4. Direito das Coisas: 13ª ed. São
Paulo, Saraiva. 1997. 512 p.
GOMES, Orlando. Direitos Reais. 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 1991. 416 p.