Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4
De contexto histórico no qual estamos inseridos é fruto de uma série de
transformações presentes desde a idade moderna com o surgimento da
Revolução Industrial e seus adventos. O mundo conheceu a palavra “capitalismo” e certos grupos sociais se destacaram por fazer deste sistema uma ideologia quase religiosa. O consumo passou a ser parte fundamental do coletivo humano, seja por extrema necessidade ou por mero capricho. Os séculos passaram, novas ideologias nasceram e se espalharam pelo globo, porém o ato de consumir permaneceu. O clássico modelo de produção em massa proposto por Henry Ford se tornou inviável e o cliente e o consumidor (que, muitas das vezes, não são as mesmas pessoas) se tornaram um ponto chave para a prosperidade das grandes corporações (Tachizawa, 2019). Atualmente, o olhar para o consumidor é muito mais ativo e as empresas sempre procuram estar alinhadas com os interesses pessoais deles. Com o crescimento das redes sociais, as organizações entenderam que essa não era só mais uma forma de prospectar clientes, mas sim um canal de comunicação direto para diálogos dos mais variados tipos, indo desde dúvidas com relação a produtos, reclamações e elogios e suporte de atendimento ao cliente. O grande fenômeno da comunicação instantânea virtual possibilitou que as empresas procurassem entender quais são as pautas que os consumidores julgam importante e boa parte deles não hábeis defensores da sustentabilidade corporativa e responsabilidade social (Tachizawa, 2019).
Ao tratar dessa importante pauta,Tachizawa (2019, p. 6) discorre que,
A gestão ambiental é a resposta natural das empresas ao novo cliente, o com. sumidor verde e ecologicamente correto. A empresa verde é sinônimo de bons negóciose no futuro será a única forma de empreender negócios de forma duradoura e lucrativa. Em outras palavras, o quanto antes as organizações começarem a enxergar o meio ambiente como seu principal desafio e como oportunidade competitiva, maior será a chance de que sobrevivam. O consumidor privilegia o comportamento social positivo de uma empresa e essa ação está diretamente relacionada com a imagem da organização no mercado. A responsabilidade social presente em um “selo verde” traz muita seriedade para aqueles que desejam crescer no imaginário do cliente enquanto agentes competitivos conforme será abordado ao longo deste trabalho (Tachizawa, 2019). Quando o assunto é sustentabilidade, muitos se equivocam pensando que essa discussão permeia apenas o meio ambiente e a biodiversidade. Na verdade, por definição, a sustentabilidade é um mecanismo de ação onde a mudança é o principal objetivo nos setores econômico, social e ambiental. Para uma empresa, não existe conflito entre questões ambientais e a lucratividade, muito pelo contrário. Em um escritório administrativo, por exemplo, uma quantidade exacerbada de resíduos é produzida e nesse montante podemos incluir papeis e embalagens plásticas, copos descartáveis e canetas sem tinta, toners de impressora e baterias, dentre outros (Tachizawa, 2019). De acordo com Tachizawa, ara uma rápida mudança de hábito, pode-se iniciar no escritorio exemplificado uma campanha de digitalização de documentos impressos e utilização de tablets para redução da produção desenfreada de resíduos e papel, por exemplo. Ao investir em tecnologias digitais, a empresa terá o retorno e a despreocupação de não se preocupar com mais gastos desnecessários com relação ao descarte do material residual produzido. Com relação aos copos descartáveis, por exemplo, cabe aos administradores abordar a conscientização para com seus funcionários a fim de os mesmos começarem a levar garrafas d’água e copos próprios a fim de diminuir o custo com os plásticos descartáveis. Medidas como essas auxiliam as empresas a pensarem de forma ecológica e sustentável e disseminam o comportamento positivo perante todos os indivíduos socializados naquele local.
O TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE ou Triple Bottom Line
O tripé da sustentabilidade, também conhecido como 3 Os (People, Planet and Profit, em português, Pessoas, Planeta e Lucro) é um conceito que data os meados da década de 1990. Essa compreensão surgiu em livros e publicações variadas com o intuito de promover o entrelaçamento entre três dimensões categorizadas presentes no nosso dia a dia: econômica, social e ambiental. A ideia central refere-se à integralidade das três esferas e suas influências, transformações e correlações umas com as outras (Dias, 2022). Segundo Dias, o conceito do tripé da sustentabilidade pode ser entendido como uma ferramenta de grande poder com capacidades reformadoras desde o micro ao macro. Os conceitos existentes no Triple Bottom Line podem ser uma referência numa residência comum ou até mesmo numa grande corporação, com algumas adaptações ao formato desejado. Social: o modo de tratar as pessoas presentes em um determinado círculo social, podendo ser conforme já citado, desde uma residência ou bairro até uma grande empresa; Ambiente: refere-se ao local onde há o convívio humano, independente de suas características urbanas ou naturais; Econômico: essa ponta do tripé está diretamente relacionadas às duas anteriores, pois se refere ao lucro e ao capital presente em determinado local. Essa ferramenta é o fruto das transformações sociais que o mundo vem passando e suas abrangência é extremamente interessante. Com o pensar consciente, as empresas passaram a colocar na ponta do lápis o valor real de todo o seu patrimônio e o que é sustentável passou a ser tratado com máxima prioridade. Um bom exemplo disso é a preocupação de setores empresariais como o contábil em relação à gastos desnecessários com matérias descartáveis e a políticas de conscientização de uso e manejo de recursos presentes na empresa sejam eles naturais ou artificiais. O surgimento de indicadores que apontam a quantidade de dinheiro que pode ser perdida ao longo do tempo é fruto da chamada Responsabilidade Social, o agir de maneira ética e moral com pensamento voltado para o progresso e bem-estar de todos (Tachizawa, 2019).
GESTÃO AMBIENTAL E NORMAS REGULAMENTADORAS
Do ponto de vista da gestão empresarial, a gestão ambiental é de suma importância. A função da gestão ambiental é promover ações a fim de solucionar dificuldades e complicações decorrentes de erros advindos de uma má supervisão ecológica. O processo decorrente da administração sustentável possui relação direta com normas presentes nos municípios, Estados e com a União. Tais normas são relevantes para o manejo aceitável de substâncias poluentes ao meio ambiente, por exemplo. As regulamentações proíbem ações que geram danos ao patrimônio material e imaterial da sociedade e definem ações para promover a melhor utilização de recursos (Dias, 2022). No mercado, as empresas mais bem vistas são as que adotam o famigerado “selo verde”, uma identificação visual que remete às boas práticas ambientais que as empresas em questão adotam. Entretanto, esse selo de qualificações necessita, estritamente, de uma certificação devidamente validado e vinculado a um órgão, entidade ou sistema amplamente conhecido e aceito. Um bom exemplo disso são as normas ISO (International Organization for Standartization, em português, Organização Internacional de Padronização), difundidas mundialmente e de caráter não governamental (ABNT, 2023). No nosso país, existe um único órgão responsável pela regulamentação e representação das normas ISO, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) reconhecida em território nacional como padronização máxima. Referente às ISO, as regulamentações que se designam ao meio ambiente são as normas pertencentes à família ISO 14000 que têm como principal objetivo estabelecer regras, sistemas e ferramentas para administração sustentável em uma organização (ABNT, 2023). O tópico central dessa família de normas ambientais possui como escopo a ISO 14001 que tem como fundamento determinar e estipular a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O SGA é estruturado, confiável, íntegro e estruturado para realizar e atender às demandas socio-ambientais de uma organização com o enfoque em políticas econômicas. Os requisitos do SGA são: Planejamento; Política ambiental; Implementação e operação; Ação corretiva; Revisão gerenciada.
TACHIZAWA, Takeshy. Gestão Ambiental Responsabilidade Social
Corporativa. 9 ed. Editora: Atlas, 2019. 334 p. DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 3 ed. Editora: Atlas, 2022. 234 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Sobre a Normalização. Disponível em: https://www.abnt.org.br/sobre-a-normalizacao. Acesso em: 15 ago. 2023.