TCC - Introdução
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Introdução a Terapia Cognitivo-Comportamental
Ana Claudia Ornelas
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SALKOVSKIS; KIRK, 1989); dependências químicas (BECK al, 1997);
transtornos de personalidade (BECK et al, 1997); transtornos alimentares
(FAIRBURN, 1997); transtorno bipolar (BASCO; RUSH, 1996); NEWMAN et al,
2002); casais (DATTILIO, 1998); Crianças e Adolescentes (REINECK;
DATTILIO; FREEMAN, 1996), entre outros.
Segundo Dobson (2001) três características estão no núcleo das terapias
cognitivas comportamentais, a dizer, a atividade cognitiva influencia o
comportamento; a atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada; o
comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva.
Estas terapias baseiam-se na premissa de que a interrelação entre cognição,
emoção e comportamento estão implicados no funcionamento normal do ser
humano e, em especial, na psicopatologia. Um evento comum pode gerar
diferentes formas de percepção em diferentes pessoas, mas não é o evento em
si que gera as emoções e os comportamentos, mas sim o que nós pensamos
sobre o evento; nossas emoções e comportamentos estão influenciados pelo
que pensamos. Nós sentimos o que pensamos (BURNS, 1989). Os eventos
ativam os pensamentos, os quais geram, como consequências, as emoções e
os comportamentos. Outra premissa tem como base a observação de que as
distorções cognitivas (vieses sistemáticas na forma como os indivíduos
interpretam suas experiências) são prevalentes em diversos transtornos.
O objetivo da Terapia Cognitiva é corrigir as distorções do pensamento.
Entretanto, para que as mudanças aconteçam, é preciso ir além da mudança dos
erros cognitivos associados a uma síndrome específica. Somente por meio da
análise e correção das crenças mais arraigadas, alterando-se a organização
dessas crenças, é que a reestruturação cognitiva pode ser realizada (KNAPP;
BECK, 2008).
O tratamento deve ser focado nas crenças nucleares do tipo “é impossível
ser amado” e crenças subjacentes como “se eu não tiver uma mulher sou um
fracasso”, que são avaliados assim como os foram os pensamentos automáticos,
o que significa procurar por evidências que as sustentem e corrigi-las com o teste
da realidade (BECK; KNAPP, 2008; KNAPP; ROCHA, 2003). São exemplos de
distorções cognitivas segundo Knapp (2004) a catastrofização, que é pensar que
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o pior de uma situação irá acontecer, sem levar em consideração a possibilidade
de outros desfechos; o raciocínio emocional, que é deixar que os sentimentos
guiem a interpretação da realidade; polarização, que é ver a situação em duas
categorias apenas, mutuamente exclusivas, em vez de um continuum;
adivinhação, que é prever o futuro, antecipar problemas que talvez não venham
a existir; dentre outros.
A terapia cognitivo-comportamental identifica e trabalha com três níveis
de cognição: pensamentos automáticos (PA); pressupostos subjacentes e
crenças nucleares. Todos nós temos crenças, pressupostos e pensamentos
automáticos, tanto positivos quanto negativos, mas, normalmente, quando
falamos nesses conceitos, estamos nos referindo aos tipos disfuncionais
(KNAPP, 2004). Crenças nucleares ou centrais são ideias e conceitos mais
enraizados e fundamentais acerca de nós mesmos, das pessoas e do mundo.
Elas vão se construindo desde as experiências de aprendizado mais primevas e
se fortalecem ao longo da vida, moldando a percepção e a interpretação dos
eventos, moldando o nosso jeito psicológico de ser. São também absolutistas,
generalizadas e cristalizadas, podem permanecer latentes todo o tempo, sendo
ativadas nos transtornos emocionais. Na literatura, os conceitos de crenças
nucleares e esquemas com frequência são usados indistintamente, mas
optaremos pela diferenciação: esquemas são estruturas, crenças são o
conteúdo dos esquemas (KNAPP, 2004). O conteúdo dos esquemas são as
representações internas (crenças) abstraídas dos dados recebidos do sistema
de processamento de informações, que provem a base para a interpretação das
experiências de vida.
A avaliação comportamental é o primeiro passo para a psicoterapia. É
através dela que podemos definir o começo do planejamento de tratamento e
começar a pensar em hipóteses diagnosticas. Para Souza (2005) a avaliação
comportamental é importantíssima dentro do contexto terapêutico, pois é através
dela que podemos definir as ferramentas que o cliente possui para lidar com os
problemas que o afligem e em que ponto as contingências estão sendo
prejudiciais. Ressalta o autor, ainda, que é a partir das hipóteses diagnósticas
que o terapeuta baseia seu raciocínio clínico e testa através das suas perguntas
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e intervenções a validade dessas mesmas hipóteses.
Abaixo o modelo do diagrama de conceituação de casos clínicos para ser
preenchido pelo terapeuta cognitivo durante a fase da avaliação e formulação de
casos.
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Referências Bibliográficas
BURNS, D. D. The feeling good handbook. New York: William Morrow, 1989.
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KNAPP, P.; BECK, A. T. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e
pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30(2), s54-
s64. 2008.
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