Resposta À Acusação
Resposta À Acusação
Resposta À Acusação
Autos nº XXX
1. DOS FATOS
2. DO DIREITO
No caso dos autos há claro interesse da União no feito, já que os crimes estão sendo
imputados ao funcionário público federal no exercício das funções e com estas relacionados.
Ademais, quando alega que o crime do Estatuto da Criança e do Adolescente “tinha a
finalidade de viabilizar a saída dos menores do país”, o Ministério Público traz a regra da
transnacionalidade, prevista no inciso V do artigo 109 da Carta Magna, o que, como dito,
também atrai a competência da Justiça Federal.
De acordo com o Pacto de São José da Costa Rica, promulgado pelo Decreto 678/92,
durante o processo todos têm direito à comunicação prévia e pormenorizada da acusação
formulada (artigo 8º, item 2, alínea “b”).
É por isso que o Código de Processo Penal, no artigo 41, estabelece os requisitos
mínimos da denúncia ou queixa, quais sejam: a exposição do fato criminoso com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo,
a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Os autos não trazem qualquer indício de que Astolfo tivesse ciência da intenção de Ana
Lúcia. De acordo com o artigo 18, parágrafo único, do Código Penal, salvo os casos expressos
em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica
dolosamente.
Não havendo prova de que o acusado Antônio tenha agido com dolo em relação ao
delito previsto no artigo 239, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente, o fato é
absolutamente atípico.
Assim, o réu deve ser absolvido sumariamente, com fundamento no artigo 397, inciso
III, do Código de Processo Penal, já que o fato narrado evidentemente não constitui crime.
3. DOS PEDIDOS
b) O acolhimento das preliminares suscitadas, a fim de que seja declarada: b.1) a incompetência
da Justiça Estadual para a análise do presente feito; b.2) a nulidade da interceptação telefônica;
b.3) a nulidade da decisão que deferiu a busca e apreensão; b.4) a nulidade da apreensão do
valor no imóvel do acusado; e b.5) a inépcia da denúncia, com base nos argumentos e
fundamentos acima citados;
c) A sua absolvição sumária, já que (c.1) não há justa causa para o exercício da ação penal em
relação ao crime de corrupção passiva, previsto no artigo 317, § 1º, do Código Penal, e (c.2) o
delito disposto no artigo 239, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente é
atípico por falta de dolo;
Rol de testemunha: