Aspectos Reprodutivos Do Robalo - Monografia
Aspectos Reprodutivos Do Robalo - Monografia
Aspectos Reprodutivos Do Robalo - Monografia
VITÓRIA
2005
1
_________________________________________
_________________________________________
VITÓRIA
2005
2
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof º. Dr. Jean Christopher Joeux
Universidade Federal do Espírito Santo
_________________________________________________
Prof º. Dr. Agnaldo Silva Martins
Universidade Federal do Espírito Santo
Co-Orientador
_________________________________________________
Msc. Nilamon de Oliveira Leite Jr.
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Orientador
3
A Reginaldo e Zazaia, meus pais, por todo amor, sabedoria, educação e suporte
em toda a minha vida.
Aos meus irmãos Renato e Marcelo, por sempre estarem do meu lado, me
ajudando a crescer e saber, sendo meus companheiros.
Aos meus avós Marcondes e Izabel e, em especial, Antônio e Elisa que me
ensinaram amar a natureza.
Aos professores da UFES, Ieda, Rosebel, Gilberto, Luis Fernando, Jean, Viviane,
por todo o conhecimento e experiência divididos. Especialmente à Viviane pela
amizade e por todo apoio durante o curso de Graduação. A Agnaldo pela Co-
orientação e disponibilização do Laboratório de Nectologia.
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
Figura 02. Mapa adaptado com distribuição geográfica do robalo peba (C.
parallelus), indicado pelo quadrado vermelho. Fonte: FISHBASE......12
Figura 03. Área de estudo: foz do Rio Doce indicada no círculo e as vilas de
Regência e Povoação indicadas pelos polígonos................................18
Figura 11. Proporção sexual mensal para o robalo peba (C. parallelus) em
Regência, foz do Rio Doce, Linhares-ES, Brasil..................................27
Figura 17. Percentagem de fêmeas maturas (A) e machos maturos (B) (estágios
III a VI) de robalo peba (C. parallelus) em intervalos de 5 e 0,4 de
índice gonodassomático respectivamente...........................................33
Figura 19. Média dos índices gonodassomáticos bimestral do robalo peba (C.
parallelus) amostrados na foz do Rio Doce, Linhares, ES. Brasil........35
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
FOLHA DE ROSTO..................................................................................................1
LISTA DE FIGURAS................................................................................................6
LISTA DE TABELAS................................................................................................8
SUMÁRIO.................................................................................................................9
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 10
Biologia da espécie.............................................................................................10
Pesca..................................................................................................................15
MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................18
RESULTADOS.......................................................................................................22
Proporção específica......................................................................................... 22
Relações de comprimentos (mm) e peso (g)..................................................... 22
Distribuição da freqüência de comprimentos..................................................... 25
Proporção sexual................................................................................................26
Índice gonadossomático.....................................................................................32
Maturidade sazonal.............................................................................................35
DISCUSSÃO...........................................................................................................40
CONCLUSÃO.........................................................................................................46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................47
10
INTRODUÇÃO
Biologia da espécie
Segundo RIVAS (1986) trinta espécies de robalo foram descritas, mas apenas 12
foram aceitas como válidas, todas no continente americano, 6 no pacífico e 6 no
Atlântico. Essas espécies são: Centropomus medius, C. nigrescens, C. viridis, C.
unionensis, C. armatus, C. robalito no Pacífico e C. mexicanus, C. ensiferus, C.
poeyi, C. parallelus, C. undecimalis e C. pectinatus no Atlântico. As espécies são
simpátricas podendo ocorrer juntas numa mesma localidade, mas em proporções
variáveis (RIVAS 1962).
11
Figura 01. Exemplares de robalo peba, Centropomus parallelus (A) e robalão, Centropomus
undecimalis (B).
A distribuição do robalo peba vai desde o sul da Florida (EUA) até Florianópolis,
sul do Brasil (Figura 02). A espécie é encontrada com freqüência em estuários,
rios e águas tropicais costeiras do oeste do Atlântico (GILMORE et al., 1983;
RIVAS, 1986; MARTIN,1991; e KING 1995). Segundo CHÁVES (1963) a espécie
C. parallelus não alcança comprimentos maiores que 600 milímetros e os machos
sempre chegam à maturação sexual em tamanhos menores do que as fêmeas.
Centropomus parallelus
Figura 02. Mapa adaptado com distribuição geográfica do robalo peba (C. parallelus), indicado pelo
quadrado vermelho. Fonte: FISHBASE.
13
Pesca
Este sistema de pesca vem sendo utilizado na região com a organização dos
próprios pescadores sem nenhum tipo de acompanhamento sobre a viabilidade
desta estratégia de manejo. Como forma de avaliar os possíveis impactos que
este sistema de pesca poderia estar causando ao estoque de robalos na foz do
Rio Doce a comunidade de pescadores de Regência e Povoação, a Associação
de Pescadores de Regência, Associação de Moradores de Povoação, Prefeitura
Municipal de Linhares, Centro Tamar-IBAMA e o INCAPER (Instituto Capixaba de
Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural) estabeleceram uma parceria a
fim de se estudar, discutir e estabelecer novas políticas de ordenamento para a
pesca sustentável do robalo, baseadas em informações obtidas através de um
projeto de monitoramento das capturas e um estudo biológico das espécies
capturadas na região (LEITE Jr., 2005).
17
MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 03. Área de estudo: foz do Rio Doce é indicada no círculo, assim como as vilas de Regência
e Povoação indicadas pelos polígonos.
Para cada exemplar foram registrados os comprimentos total (CT) e furcal (CF)
em milímetros; o peso total (PT) e das gônadas (PG) em gramas (utilizando uma
balança eletrônica de precisão de 0,1g) e o sexo. Os estágios macroscópicos de
maturação gonadal, de acordo com a forma, coloração, tamanho, irrigação de
vasos sangüíneos e grau de hidratação de ovócitos das gônadas, foram
classificados segundo uma escala para desovantes parciais (TABELA 01)
modificada de HAIMOVICI e COUSIN (1989) As gônadas obtidas foram fixadas e
preservadas em uma solução de formalina a 10% e armazenadas em frascos de
vidro, devidamente cadastradas para uma posterior análise microscópica.
20
TABELA 01
ESCALA DE DESOVANTES PARCIAIS
Número Estágio de Maturação
I Imaturos virginais
II Em início de desenvolvimento
III Em desenvolvimento
IV Em desenvolvimento avançado
V Pré-evacuação
VI Parcialmente desovados
VII Desovado em recuperação
Fonte:HAIMOVICI e COUSIN, 1989.
RESULTADOS
Proporção específica
70
60
50
40
30
20
10
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
Mês
4500
y = 2E-05x 2,9288 n=123
4000
R2 = 0,9447
3500
3000
PT (g)
2500
2000
1500
1000
500
0
0 100 200 300 400 500 600 700
CF (mm)
A
4500
4000 y = 3E-05x 2,8928 n=24
3500 R2 = 0,9565
3000
PT (g)
2500
2000
1500
1000
500
0
0 100 200 300 400 500 600 700
CF (mm)
B
Figura 06. Relação de comprimento furcal e peso total para os espécimes de robalo peba (C.
parallelus) (A -Fêmeas e B -Machos) capturados pela pesca de rede de espera em Regência, foz
do Rio Doce, Linhares-ES, Brasil.
24
700 n=123
y = 0,8337x 1,0155
600 R2 = 0,9936
500
CF (mm) 400
300
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
CT (mm)
A
700
600 y = 0,7821x 1,027 n=24
R2 = 0,9971
500
CF (mm)
400
300
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
CT (mm)
B
Figura 07. Relação de comprimento furcal e comprimento total para os espécimes de robalo peba
(C. parallelus) (A -Fêmeas e B -Machos) capturados pela pesca de rede de espera em Regência,
foz do Rio Doce, Linhares-ES, Brasil.
Os comprimentos totais, furcais e pesos máximos e mínimos para cada sexo dos
robalos amostrados, estão na Tabela 02.
TABELA 02
MEDIÇÕES DO ROBALO PEBA NO RIO DOCE
Medidas Fêmeas Machos
CT máximo (mm) 682 560
CT mínimo (mm) 240 240
CF mámimo (mm) 632 526
CF mínimo (mm) 226 220
Peso máximo (g) 3815,1 2009,7
Peso mínimo (g) 149,9 181,4
25
20
n=120
15
Freqüência (%)
10
0
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
420
440
460
480
500
520
540
560
580
600
620
CF
A
20
n=23
15
Freqüência (%)
10
0
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
420
440
460
480
500
520
540
560
580
600
620
CF
B
Figura 08. Distribuição de comprimentos furcal do robalo peba (C. parallelus) (A -Fêmeas e B -
Machos) em intervalos de 20 mm da foz do Rio Doce, Regência, Linhares-ES, Brasil.
600
550
500
CF médio (mm)
450
400
350
300
250
200
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
M ês
Figura 09. Comprimento furcal médio mensal das fêmeas do robalo peba (C. parallelus) em
Regência, foz do Rio Doce, Linhares-ES, Brasil. (as linhas verticais representam o intervalo de
95% de confiança da média).
600
550
500
CF médio (mm)
450
400
350
300
250
200
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
Mês
Figura 10. Comprimento furcal médio mensal dos machos do robalo peba (C. parallelus) em
Regência, foz do Rio Doce, Linhares-ES, Brasil. (as linhas verticais representam o intervalo de
95% de confiança da média).
Proporção sexual
100
80
Percentagem (%)
60 Fêmea
Macho
40
20
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Nov
Mês
Figura 11. Proporção sexual mensal para o robalo peba (C. parallelus) em Regência, foz do Rio
Doce, Linhares-ES, Brasil.
Machos Fêmeas
100
Percentagem (%)
80
60
40
20
0
<240 240-300 300-360 360-420 420-480 480-540 >540
CF (mm)
Figura 12. Distribuição de tamanhos por classes de 60 mm de comprimento furcal para o robalo
peba (C. parallelus) em Regência, foz do Rio Doce, Linhares-ES, Brasil.
100
90
Percentagem de Maturos (%)
80
70
60
50
CFm50
40
30
20
10
0
200
240
280
320
360
400
440
480
520
560
600
CF (mm)
A
100
90
Percentagem de Maturos (%)
80
70
60
50
CFm50
40
30
20
10
0
200
240
280
320
360
400
440
480
520
560
600
CF (mm)
B
Figura 13. Percentagem do comprimento furcal de primeira maturação (CTm50) do robalo peba (C.
parallelus) (A -Fêmeas e B -Machos) amostrados na foz do Rio Doce, Linhares, ES. Brasil.
29
40
30
20 Estágio II
10
0 A
40
30
20 Estágio III
10
0 B
40
Freqüência Relativa
30
Estágio IV
(%)
20
10
0 C
40
30
20 Estágio V
10
0 D
40
30
Estágio VI
20
10
0 E
40
30
20 Estágio VII
10
0 F
0,02
0,06
0,12
0,16
0,22
0,28
0,32
0,38
0,42
0,48
0,52
0,58
0,62
0,68
0,72
0,78
Figura 14. Freqüências relativas dos diâmetros de ovócitos e respectivas imagens (II-A, III-
B, IV-C, V-D, VI-E, VII-F) dos ovários em diferentes estágios de maturação do robalo peba
(C. parallelus) amostrados na foz do Rio Doce, Linhares, ES. Brasil (aumento de 40 X).
32
Índice gonadossomático
16
15
14
13
12
11
10
9
IG
8
7
6
5
4
3
2
1
0
I II III IV V VI VII
Estágio de Maturação
A
1,8
1,6
1,4
1,2
1
IG
0,8
0,6
0,4
0,2
0
I II III IV V VI VII
Estágio de Maturação
B
Figura 16. Distribuição média dos índices gonodassomático por estágio macroscópico de
maturação do robalo peba (C. parallelus) (A -Fêmeas e B -Machos) amostrados na foz do Rio
Doce, Linhares, ES. Brasil (as linhas verticais representam o intervalo de 95% de confiança). As
linhas pontilhadas correspondem aos valores de 7,5 e 12,5 para as fêmeas e 1 e 1,4 para os
machos.
33
100
Percentage de espécimes maturos
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
<5 5 - 10 10 - 15 15 - 20 20 - 25 > 25
IG
A
100
Percentage de espécimes maturos
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
< 0,4 0,4 - 0,8 0,8 - 1,2 1,2 - 1,6 1,6 - 2,4 > 2,4
IG
B
Figura 17. Percentagem de fêmeas maturas (A) e machos maturos (B) (estágios III a VI) de robalo
peba (C. parallelus) em intervalos de 5 e 0,4 de índice gonodassomático respectivamente.
34
Os meses com maiores IG´s médios para as Fêmeas (ou seja, em estágios de
maturação avançados, com acima de 7,5) foram os meses de janeiro, março,
maio, junho e julho, evidenciando um pico reprodutivo de maio a junho. O bimestre
de maio e junho apresentou o maior IG (11,2) caracterizando estágio avançado de
maturação, já os bimestres anterior e posterior apresentaram altos IG’s (também
acima de 7,5) caracterizando o período de desenvolvimento pré-desova e o
período de pós-desova respectivamente (Figura 19). Já para os machos os
maiores IG´s médios foram detectados março, abril, junho, julho e agosto
evidenciando um pico reprodutivo de junho a agosto. O bimestre de julho e agosto
apresentou o maior IG (1,14) caracterizando estágio avançado de maturação, já
os dois bimestres anteriores apresentaram altos IG’s (também acima de 1)
caracterizando o período de desenvolvimento pré-desova e o período de pós-
desova ou em recuperação é observado pelos baixos IG´s nos demais meses
(Figura 19). 14
13
12
11
10
9
8
IG
7
6
5
4
3
2
1
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
2,4 A
2,2
Mês
2
1,8
1,6
1,4
IG
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
Mês B
Figura 18. Variação mensal do índice gonodassomático do robalo peba (C. parallelus) (A –Fêmeas
e B -Machos) amostrados na foz do Rio Doce, Linhares, ES. Brasil (as linhas verticais representam
35
o intervalo de 95% de confiança das médias). As linhas pontilhadas correspondem aos valores de
7,5 e 12,5 para as fêmeas e 1 e 1,4 para os machos.
14
13
12
11
10
9
8
7
IG
6
5
4
3
2
1
0
Jan/Fev Mar/Abr Mai/Jun Jul/Ago Set/Out Nov/Dez
Bimestre
A
1,5
1,4
1,3
1,2
1,1
1
0,9
0,8
IG
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
Jan/Fev Mar/Abr Mai/Jun Jul/Ago Set/Out Nov/Dez
Bimestre
B
Figura 19. Média dos índices gonodassomáticos bimestral do robalo peba (C. parallelus) (A -
Fêmeas e B -Machos) amostrados na foz do Rio Doce, Linhares, ES. Brasil (as linhas verticais
representam o intervalo de 95% de confiança da média). As linhas pontilhadas correspondem aos
valores de 7,5 e 12,5 para as fêmeas e 1 e 1,4 para os machos.
Maturidade sazonal
furcal de 20 mm para cada estação do ano, como mostra a Figura 21. No outono
(março, abril e maio) observou-se uma maior percentagem de fêmeas maturas
entre as classes de tamanhos de 350 mm a 430 mm (51%) e as fêmeas imaturas
foram encontradas nas classes menores de 210 mm a 370 mm (10%). Nos
machos, os imaturos ocorreram nas classes de 210 mm a 260 mm (10%) e
maturos (7,5%) em 250 mm a 310 mm e, 520 mm. No inverno (junho, julho e
agosto) observou-se que as classes de fêmeas maturas e de maior porte
apareceram em maiores percentagens (83%) nas classes de 370 mm a 580 mm,
com baixas percentagens de fêmeas imaturas (1,5%). Já os machos maturos
apareceram nas classes 330 mm, 420 mm e 430 mm (4,5%) e os machos
imaturos nas classes 230 mm, 240 mm, 340 mm e 490 mm (6%). Na primavera
(setembro, outubro e novembro) foram coletados poucos peixes (8 fêmeas e 1
macho), 100% das fêmeas maturas estiveram maturas e nas classes 370 mm a
520 mm, e único macho imaturo na classe de 370 mm. No verão (dezembro,
janeiro e fevereiro) ocorreu a continuidade da proporção sexual favorável às
fêmeas cuja a maioria se apresentou matura nas classes de 330 mm a 450 mm
(42%) e 520 mm a 630 mm (22%), as fêmeas imaturas apareceram nas classes
de 390 mm (3%) e 620 mm (3%). Os machos maturos ocorreram nas classes de
260 mm a 390 mm (18%) e imaturos (11%) nas de 270 mm, 300 mm e 350 mm.
37
25
20
Outono
n=41
15
10
-5
-10
-15
25
Inverno
20 n=66
15
10
-5
-10
-15
25
Primavera
20 n=9
Freqüencia Relativa (%)
15
10
-5
-10
-15
25
20
Verão
n=27
15
10
-5
-10
CF (mm)
-15
Figura 20. Distribuição sazonal de freqüência de comprimento de fêmeas (em cima) e machos (em
baixo) e a proporção de robalo peba (C. parallelus) maturos (preto) e imaturos (branco) na foz do
Rio Doce, Linhares, ES. Brasil.
38
P l u v i o s i d a d e (m m )
P l u v i o s i d a d e (m m )
200 200
0,1 450
C F (m m )
0,08 150 430 150
IG
J a n /F e v 0 4
J a n /F e v 0 4
N o v /D e z 0 3
N o v /D e z 0 4
N o v /D e z 0 3
N o v /D e z 0 4
J u l/ A g o 0 3
M a i/ J u n 0 4
J u l/ A g o 0 4
J u l/ A g o 0 3
M a i/ J u n 0 4
J u l/ A g o 0 4
S e t/O u t0 3
M a r/ A b r0 4
S e t/O u t0 4
S e t/O u t0 3
M a r/ A b r0 4
S e t/O u t0 4
Bimestre Bimestre
T e m p e r a tu r a ( o C )
0,1 450
24 24
C F (m m )
0,08 430
23
IG
0,06 410
22 22
0,04 390
0,02 370 21
0 20 350 20
J a n /F e v 0 4
J a n /F e v 0 4
N o v /D e z 0 3
N o v /D e z 0 4
N o v /D e z 0 3
N o v /D e z 0 4
J u l/ A g o 0 3
M a i/ J u n 0 4
J u l/ A g o 0 4
J u l/ A g o 0 3
M a i/ J u n 0 4
J u l/ A g o 0 4
S e t/O u t0 3
M a r/ A b r0 4
S e t/O u t0 4
S e t/O u t0 3
M a r/ A b r0 4
S e t/O u t0 4
Bimestre Bimestre
Figura 21. Relação bimestral do IG médio e CF médio do robalo peba (C. parallelus), da foz do Rio
Doce, com temperatura (21-C e 21-D) e pluviosidade (21-A e 21-B) para o período entre julho de
2003 a outubro de 2004.
40
DISCUSSÃO
Das três espécies encontradas na área de estudo, o Robalo Peba (C. parallellus)
foi o mais abundante estando sempre acima de 80% com relação às outras
espécies para todos os meses. Nos meses de Junho, Setembro e Novembro
ocorreram percentagens abaixo de 20% para o C. undecimalis. Foi encontrado um
único espécime de C. pectinatus no mês de Junho. Esse resultado indica a grande
importância quantitativa do Robalo Peba para a região estudada, sendo a mais
abundante e importante espécie de robalo para a pesca das comunidades
tradicionais de pescadores de Regência, na Foz do Rio Doce.
Os resultados demonstraram que o robalo peba atinge sua primeira maturação por
volta de 280 mm de Comprimento Total na área da Foz do Rio Doce. Mas é
importante ressaltar que esse valor pode estar sobre-estimado pelo fato da arte de
pesca ser mais voltada para a captura de peixes maiores.
variados (Tabela 03), no presente estudo também foi encontrando uma grande um
período extenso de reprodução, que se inicia em março (com valor médio de IG
igual a 11,3), atinge o máximo em junho (com valor médio de IG igual a 11,5),
terminando em agosto (com valor médio de IG igual a 7,3) (Figura 18). O pico da
reprodução acontece nos meses de maio e junho, resultado semelhante aos
encontrados na bibliografia em relação à extensão do período, mas distinto das
respectivas épocas do ano em comparação com o hemisfério Norte (Tabela 03).
TABELA 03.
COMPARAÇÃO DOS PERÍODOS REPRODUTIVOS DE CENTROPOMÍDEOS
Autor Espécie Local Periodo Reprodutivos Picos Reprodutivos
MARSHALL (1958) C. undecimalis Área de Thousand Islands, Florida Maio a Novembro Maio a Junho
VOLPE (1959) C. undecimalis Lee e Collier counties, Florida Junho a Julho
RAMÍREZ (1962) C. undecimalis Veracruz, México Abril a Maio
Maio a Junho e
CHÁVEZ (1963) C. parallelus Veracruz, México Abril a Dezembro
Outubro a Novembro
FORE e SCHMIDT (1973) C. undecimalis Lee e Collier counties, Florida Maio a Novembro
Junho a Julho e
GILMORE et al. (1983) C. undecimalis Centroeste da Florida Abril a Dezembro
Agosto a Outubro
preciso que mais estudos sejam realizados para definir se esta é uma boa
estratégia de ordenamento para a região de estudo. No caso de utilização do
escalonamento da pesca durante o defeso, o mesmo deve ser ampliado,
iniciando-se em março e terminando em agosto protegendo todo o período
reprodutivo. Este escalonamento deve ser realizado em conjunto com a redução
do esforço já aplicada atualmente. Para se estipular os períodos de paralisação da
pesca é necessário que sejam realizados mais estudos sobre a influência do ciclo
lunar ou outros fatores ambientais na reprodução da espécie uma vez que a
pluviosidade e a temperatura, embora sejam determinantes no ciclo reprodutivo do
robalo peba, não são fatores ambientais com uma variação regular previsível.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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