Manual Da Casa Própria

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“Na Luta por um Financiamento Justo”

MANUAL DA
CASA PRÓPRIA
Um guia completo para auxiliar você que
deseja adquirir seu imóvel com
segurança e sem entrar em “frias”.

www.abmh.org.br

Consultoria Jurídica: IBEDEC/DF

Brasília – Brasil
2ª Edição - Junho de 2004
40 ESCRITÓRIOS

Sucursais e Escritórios de Representação da ABMH:

À completar

20 ESTADOS
Apresentação

A ABMH – Associação Brasileira dos Mutuários da


Habitação, vem há 4 anos lutando pelos interesses
dos mutuários que entraram de cabeça no “sonho” da
casa-própria e se descobriram no “pesadelo” do
financiamento habitacional.

Percebemos que nosso trabalho não poderia ficar só


na defesa dos que já tinham problemas, mas também e
principalmente num trabalho preventivo aos que ainda
sonham com sua casa-própria e não sabem a melhor
forma de consegui-la.

Foi neste intuito que em 2003 lançamos a 1ª Edição


do Manual da Casa-Própria, com a pretensão de
desvendar e esmiuçar as diversas formas de compra de
imóveis, enumerando vantagens e desvantagens de cada
uma delas, além de analisar mais a fundo alguns
casos específicos, como a compra de imóveis na
planta.

Nesta 2ª Edição, acrescentamos o que de novo surgiu


nos anos de 2003 e 2004, além de fornecer também
alguns modelos de contratos de compra e venda e de
cessão de direitos e obrigações.

Esperamos sermos úteis com mais este trabalho, e


agradecemos todas as sugestões que recebemos para
aperfeiçoar a cada ano este Manual.
Índice

1. Planejamento e Ação ......................... 01

2. Quais as formas de Aquisição da Casa Própria ?


Quais as vantagens e desvantagens de cada uma destas
formas de aquisição ? Quais os cuidados a tomar em
cada uma delas ? ...................... 01

A- Compra à Vista .............................. 02

B- Compra Direto com a Construtora ............. 02

C- Mutirão ..................................... 03

D- Condomínio .................................. 04

E- Consórcio ................................... 04

F- PAR – Programa de Arrendamento Residencial .. 05

G- SFH – Sistema Financeiro da Habitação ....... 06

H- SFI – Sistema Financeiro Imobiliário ........ 07

I- Título de Capitalização ..................... 07

J- SCP - Sociedades em Conta de Participação ... 08

L- Cooperativas ................................ 09

Outras formas .................................. 10

3. Quais as dicas para quem vai financiar um imóvel


pelo SFH ter o mínimo de problemas possível ? .. 10

4. Quem financia imóveis no Brasil ? Como escolher o


melhor banco ? .............................. 11

5. Quais os problemas mais comuns nos contratos


firmados para aquisição de imóvel na planta ? .. 12
6. Patrimônio de Afetação. O que é? Quais as
vantagens e desvantagens? Quais os cuidados a tomar?
......................................... 12

7. Que documentos o mutuário deve exigir do vendedor


do imóvel antes de pagar qualquer sinal ou valor ?
........................................ 13

8. Quando eu posso ou devo usar o meu FGTS – Fundo


de Garantia por Tempo de Serviço ? ............. 15

9. Comprar um imóvel através de “contratos de


gaveta” têm algum valor jurídico ? ............. 16

10. Quais os riscos de se comprar um imóvel em


leilão extrajudicial ou do próprio agente financeiro
? ................................... 17

11. E a ABMH – Associação Brasileira dos Mutuários


da Habitação. Quando ela foi criada ? No que ela
pode me ajudar ? ............................... 18

Fale Conosco ................................... 19

MODELO DE CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA


DE IMÓVEL URBANO COM CESSÃO DE DIREITOS E OBRIGAÇÕES
SOBRE FINANCIAMENTO ................. 20

MODELO DE CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA


DE IMÓVEL URBANO ............................... 22
1. Planejamento e Ação

Calma!

Você pensou, pensou e chegou a conclusão que deve


comprar sua casa-própria.

Muito bem, é uma decisão muito importante na sua


vida e você deve agora agir com bastante paciência.

Vamos ter que escolher a melhor forma para realizar


esta compra, dentro da sua realidade econômica e
social, para que esta compra não se torne um
pesadelo.

Portanto, desista de começar a olhar imóveis.


Primeiro leia este Manual e descubra como e quanto
você vai poder pagar por um imóvel, para só depois
escolher um imóvel dentro da sua realidade.

Bom, você já fez as contas de quanto pode pagar por


mês para ter um imóvel? Faça esta conta. Não é
difícil: coloque num papel o seu salário e dele
subtraia as despesas com alimentação, vestuário,
educação, lazer, etc. O que sobrar é o que você vai
poder empregar neste sonho.

Veja também quanto você dispõe para dar de entrada:


um carro, o saldo do FGTS, o 13º salário, enfim,
algo que possa dar o pontapé inicial da compra.

Pense: se você optar por financiar um imóvel, você


fazendo uma poupança prévia de 1 ano do mesmo valor
que pagaria de prestação, você economiza 2 anos de
prazo de pagamento do financiamento, ou seja,
trabalha um ano a menos para pagar o imóvel.

Agora vamos as modalidades de compra da casa


própria.

2. Quais as formas de Aquisição da Casa Própria?


Quais as vantagens e desvantagens de cada uma destas
formas de aquisição? Quais os cuidados a tomar em
cada uma delas?

Existem diversas formas de aquisição da Casa


Própria, assim como cada uma tem suas vantagens e
desvantagens, bem como, cada uma exige cuidados
específicos. Vejamos:

A- Compra à Vista

A primeira forma, embora pareça óbvia, é a compra a


vista. Para realizar tal hipótese, a pessoa deve
procurar fazer uma poupança durante alguns anos, e
então usa-la para a compra da casa. A complementação
da poupança pode ser obtida com o saque de eventual
conta do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço, cujas hipóteses trataremos logo abaixo.

A vantagem da Poupança Programada é que você irá


comprar um imóvel à vista, sem dever nada a ninguém,
ou seja, o valor que você pagaria num financiamento
ou consórcio você poupa. Por outro lado, se a pessoa
tiver qualquer problema durante o prazo da poupança
programada, ela pode simplesmente parar de poupar e
nada perderá, o dinheiro continuará lá. A
desvantagem é que você só terá acesso a compra de um
imóvel com 4 ou 5 anos de poupança.

Ao escolher poupar o dinheiro para a compra do


imóvel futuramente, a pessoa deve verificar as
opções de investimento do dinheiro com menor risco e
maior retorno disponíveis. A poupança propriamente
dita paga os menores juros do mercado, mas é
garantida até R$ 20.000,00 pelo BACEN em caso de
quebra do banco. Aplicações em fundos de renda fixa
dão um rendimento maior que a inflação mensal, mas
não são garantidos pelo BACEN, ou seja, muita
cautela ao escolher o banco que vai guardar seu
suado dinheiro.

B- Compra Direto com a Construtora


A segunda forma é a aquisição de imóvel na planta,
através de construtoras. Nesta modalidade, é firmado
um contrato onde o preço do imóvel é dividido em
parcelas durante a construção e após a entrega do
habite-se, normalmente em prazos de 60 meses.

Na compra direta com a construtora, a vantagem que


se tem é poder comprar o imóvel com deságio, ou
seja, como o pagamento do preço é feito durante a
construção, o preço final do imóvel sai mais barato
e em geral, quando o imóvel fica pronto ele vale
mais do que o preço pago pelo comprador. A
desvantagem deste sistema também é a demora de 2 a 3
anos para entrar no imóvel, além do risco da
construtora vir a falir, como no caso da Encol em
que 42.000 compradores forma prejudicados.

Quem escolheu adquirir um imóvel na planta deve


verificar antes se a construtora é séria, visitando
obras já entregues a outras pessoas, bem como
verificando junto ao Fórum se não há ações
requerendo a falência da construtora ou que apontem
que ela não honra seus compromissos. O comprador
também deve guardar todos os panfletos de
propaganda, bem como exigir que no contrato sejam
discriminados os padrões de materiais que serão
empregados na obra, além do prazo máximo para
entrega, a possibilidade de rescisão do contrato e
devolução dos valores pagos, dentre outras condições
previstas no contrato. Vale a pena consultar o
PROCON para saber se a empresa respeita os
consumidores.

C- Mutirão

A terceira forma é a construção de casas ou prédios


de apartamentos, no sistema de mutirão. O sistema de
mutirão é aquele normalmente adotado pelas classes
menos abastadas, onde a Prefeitura doa os lotes e
material de construção, e os próprios interessados
constroem suas casas.
Na construção em sistema de mutirão, as vantagens
são receber subsídios do governo, morar num imóvel
quitado, e o que tiver que ser pago pela pessoa será
a preço de custo. A mão-de-obra também deixa de
existir, pois as próprias pessoas constroem seus
imóveis. Em princípio, não há desvantagem nenhuma
neste sistema, pois tudo é bastante transparente. A
demora para entrar no imóvel neste tipo de sistema é
de 6 meses a 1 ano.

Quem escolheu o sistema de mutirão, deve acompanhar


as obras e os sorteios, para evitar que “grupos” se
formem para beneficiar alguns poucos em detrimento
da coletividade. Qualquer irregularidade deve ser
denunciada a administração do mutirão e às
autoridades.

D- Condomínio

A quarta forma é o sistema de condomínio, onde um


grupo, por exemplo, de funcionários públicos, se
reúne para comprar um terreno e contratar uma
construtora para erguer um prédio. A obra neste caso
vai ser tocada conforme as disponibilidades de
caixa do condomínio, podendo ser paralisada caso
haja algum revés econômico.

Na construção em sistema de condomínio, a vantagem


está em construir a preço de custo e, quando entrar
na posse do imóvel, a pessoa nada estará devendo a
ninguém. A desvantagem talvez seja a demora de 4 a 6
anos para a conclusão do prédio, além dos problemas
de inadimplência junto ao grupo que deverá ser
formado no condomínio.

Quem escolheu construir no sistema de condomínio


deve procurar formar um grupo financeiramente
estável e que tenham afinidades pessoais para
superar os diversos problemas que surgirão durante a
obra, inclusive de inadimplência. A escolha da
construtora também é muito importante, pois vai ser
fator determinante no custo da obra. Acompanhe cada
passo da compra de materiais e da própria obra para
assegurar-se que não haverá desvios de condutas do
grupo administrador da construção, denunciando
qualquer irregularidade à assembléia geral do
condomínio.

E- Consórcio

A quinta forma é através do chamado consórcio


habitacional. Nesta modalidade, as pessoas pagam
parcelas mensais por até 120 meses e vão sendo
sorteadas uma a uma para receber um valor pré-
determinado que seja suficiente para a compra da
Casa Própria.

No consórcio habitacional, a vantagem fica por conta


de quem é sorteado no primeiro terço do prazo
contratual, pois terá um imóvel disponível, pagando
cerca de 15% a mais do que o preço a vista somente
(a título de taxa de administração). A desvantagem
fica por conta de quem é sorteado no fim do
contrato, eis que terá pagado por um imóvel durante
120 meses sem usufruir dele.

Quem escolheu comprar o imóvel no sistema de


consórcio deve procurar sempre verificar a solidez
da empresa, bem como sua relação com seus
consorciados, verificando a existência de ações
judiciais, bem como reclamações junto ao Procon e ao
BACEN – Banco Central. As instituições financeiras
geralmente são mais seguras para este tipo de
investimento, pois possuem um patrimônio maior e
estão sob uma fiscalização mais rigorosa do Governo
Federal.

F- PAR – Programa de Arrendamento Residencial

A sexta forma é através do PAR – Programa de


Arrendamento Residencial, onde semelhante a um
leasing de automóvel, o banco lhe aluga um imóvel
por 10 anos e ao final deste prazo, você tem a
oportunidade de comprar o imóvel, pagando um valor
estipulado inicialmente de cerca de 20% do preço do
imóvel, corrigido, a vista.
No PAR – Programa de Arrendamento Residencial, a
vantagem é poder usufruir o imóvel de imediato,
pagando um valor equivalente ao aluguel. A
desvantagem é que uma vez não pagas mais de 3
parcelas, o ocupante do imóvel é despejado e perde
tudo que pagou. Também há o problema do VRG – Valor
Residual Garantido, que será o valor pago ao final
do contrato para ter o imóvel para si. Este valor
deve ser de 20% do valor do imóvel original, mas
deverá ser pago a vista no final do contrato de
locação, que será firmado com prazo de 10 a 15 anos.
Se este VRG for diluído durante as parcelas do
aluguel, a título de antecipação da opção de compra,
este último problema pode ser superado.

Quem escolher o PAR – Programa de Arrendamento


Residencial deve ficar atento para o preço de
mercado do imóvel, bem como as condições do
contrato, pois a idéia é ter uma efetiva e possível
opção de compra ao final do prazo de aluguel,
pagando um preço justo pela opção de compra.

G- SFH – Sistema Financeiro da Habitação

A sétima forma de aquisição é através do que sobrou


do SFH – Sistema Financeiro da Habitação. Dizemos do
que sobrou, porque efetivamente só o nome é o mesmo
de 1964. As taxas de juros são de até 12% ao ano e a
forma de reajuste das prestações pode ser mensal e
vinculada a índices de inflação, proibido na forma
da MP 2223 de se pactuarem contratos onde os
reajustes sejam vinculados à categoria profissional
do mutuário ou à sua renda familiar. Em todas as
modalidades, a evolução do saldo devedor é feita
pelo SACRE ou pela Tabela Price.

Através do SFH, é possível hoje financiamento com


recursos oriundos do FAT, do FGTS e da Poupança.
Para cada fonte de recursos destina-se uma classe
social a ser atendida: o FGTS atende quem ganha até
10 salários mínimos; a Poupança financia quem ganha
mais de 10 salários mínimos; e, o FAT que é
normalmente direcionado a financiamentos para as
classes média e alta. Em geral, os bancos financiam
apenas 60% do valor do imóvel.

Na aquisição pelo SFH – Sistema Financeiro da


Habitação, as vantagens são obter crédito a juros
menores que os praticados no mercado comum e poder
usufruir o imóvel de imediato. A desvantagem fica
por conta de hoje não existirem mais regras
protetivas da capacidade de pagamento do mutuário e,
portanto ficando este a mercê da sorte por 10 ou 15
anos, ou seja, se vier a ficar inadimplente perde
tudo o que pagou. Também se somam as desvantagens o
fato que você pagará de 4 a 5 vezes o valor do
imóvel, durante os 15 a 18 anos do prazo do
financiamento.

Não se recomenda financiar imóveis face ao alto


custo deste tipo de modalidade de aquisição da Casa
Própria. No SFH o mutuário irá pagar de 4 a 5 vezes
o valor do imóvel em 18 anos.

H- SFI – Sistema Financeiro Imobiliário

A oitava forma é pelo SFI – Sistema Financeiro


Imobiliário, regulamentado pela lei 9514/97, onde se
têm acesso a financiamentos feitos com recursos dos
próprios bancos, destinados normalmente à classe
média e alta, para compra de primeiro imóvel,
segundo imóvel ou até imóveis comerciais.

No financiamento pelo SFI – Sistema Financeiro


Imobiliário, não há vantagens. O diferencial é que
os financiamentos feitos nesta modalidade podem ser
para aquisição de um segundo imóvel ou de imóvel
comercial. As inúmeras desvantagens ocorrem por
conta da liberação de práticas abusivas contra os
consumidores, como altas taxas de juros e
capitalização dos juros, além do fato que uma vez
inadimplente o mutuário perde tudo o que pagou sem
qualquer chance de defesa.
Basicamente, como o SFH, não compensa financiar
imóveis. Embora o prazo nas operações do SFI sejam
menores, o juros são maiores, o que faz com que se
pague um imóvel a título de juros, a cada 3 anos de
financiamento. Quanto maior o prazo, mais juros
serão pagos.

I- Título de Capitalização

A nona forma não é bem uma solução, mas um jogo de


azar, chamado título de capitalização. Nesta
modalidade, a pessoa paga parcelas de R$ 50,00 a R$
1.000,00 por prazos de 12 a 60 meses, e concorre
mensalmente a prêmios equivalentes a multiplicação
do valor da parcela paga vezes o prazo do título.
Por exemplo, se eu pago uma parcela de R$ 500,00 por
um prazo de 60 meses, caso eu venha a ser sorteado
eu vou ganhar R$ 500,00 x 60, ou seja, R$ 30.000,00.
Se não for sorteada a pessoa recebe o dinheiro das
parcelas pagas ao final do contrato.

No Título de Capitalização, a vantagem seria ser a


pessoa sorteada durante o pagamento das parcelas do
título. As desvantagens são que a triste realidade
destes títulos é somente 1 em cada 2.500 pessoas
ganha tal prêmio e também que os que não forem
sorteados vão receber o seu dinheiro de volta ao
final do plano, com correção monetária e juros de 6%
ao ano, descontado o Imposto de Renda sobre tal
rendimento. Ainda há que se alertar os interessados
que o valor recebido ao final do plano, na maioria
dos casos, não será suficiente para compra do
imóvel.

O título de capitalização também não é recomendado,


pois é desvantajoso em relação à poupança
programada, uma vez que incide Imposto de Renda
sobre os valores devolvidos. A possibilidade de
sorteio é muito remota e os valores de crédito são
muitos pequenos, geralmente não possibilitando a
aquisição de qualquer tipo de imóvel. Todavia, se a
pessoa optar por eles, que o faça junto a uma
instituição financeira séria, consultando
previamente a existência de ações contra o banco,
bem como a sua regularidade junto ao PROCON e ao
BACEN.

J- SCP - Sociedades em Conta de Participação

A décima forma de aquisição de imóveis é através das


chamadas Sociedades em Conta de Participação. Este
tipo de sociedade prevista no antigo Código
Comercial e no Código Civil 2002 funciona como um
grupo de pessoas que se reúnem para atingir um fim
comum. Por exemplo, todos os meses as pessoas pagam
R$ 100,00 para o chamado fundo social e com o valor
deste fundo, todo mês uma pessoa é sorteada para
receber o valor arrecadado para comprar sua Casa
Própria. O administrador da sociedade fica com 10%
do valor arrecadado.

A vantagem seria não estar sujeito a análise de


crédito, bem como poder ser contemplado no início do
plano. As desvantagens estão na possível quebra do
grupo por inadimplência, bem como ser o último a ser
sorteado para ter o imóvel, além do fato que se
trata de uma sociedade, onde se o “sócio” quiser se
retirar terá várias dificuldades práticas como, por
exemplo, notificar pessoalmente cada sócio e ter a
obrigação de honrar com as obrigações do chamado
“fundo social”, para só ao fim do contrato poder vir
a ter algo a receber de volta. Não é recomendável a
aquisição de imóveis por este sistema.

Entrar numa sociedade por conta de participação é


uma loteria. Também não se recomenda. Se mesmo assim
a pessoa quiser insistir nesta modalidade, consulte
as diversas opções no mercado, levantando inclusive
a idoneidade financeira do administrador da
sociedade, consultando pessoas que já foram
contempladas e também o PROCON para saber se não há
reclamações contra a empresa.

L- Cooperativas
A décima primeira forma de aquisição de imóvel é
através das cooperativas, que se formam normalmente
entre servidores públicos, onde há uma diretoria
empenhada na compra de um terreno, e na construção
de uma obra a preço de custo, que será destinada aos
cooperados que participarem do grupo.

A vantagem é a mesma da compra no sistema de


condomínio, já que você irá pagar somente o custo da
obra e ainda de forma parcelada. Também há a
vantagem da valorização do imóvel durante a
construção. A desvantagem fica por conta da
administração da própria cooperativa, que deve ser
sempre sindicada e acompanhada pelos cooperados,
para que não existam desvios e fraudes, o que
prejudicaria a todos e poderia inclusive
inviabilizar a construção.

Os cuidados a tomar são os mesmos que da compra


direto com a construtora, onde se deve primeiro
analisar imóveis já entregues, entrevistar pessoas
que já participaram da cooperativa e verificar seu
grau de satisfação e suas reclamações, bem como
procurar tirar informações acerca da diretoria e do
seu desempenho. Nunca é demais verificar junto aos
PROCON´s se há reclamações contra a cooperativa.

Outras formas

Por fim, ressaltamos que há alguns projetos de


subsídios previstos no Orçamento Geral da União, bem
como programas específicos para eliminação de
favelas, que o Governo Federal implementa com regras
variáveis em cada período, e sobre os quais se pode
obter maiores informações diretamente no Ministério
das Cidades (www.cidades.gov.br).

3. Quais as dicas para quem vai financiar um imóvel


pelo SFH ter o mínimo de problemas possível ?

As dicas são:

- Procure um imóvel que atenda suas necessidades


atuais. Por exemplo, se você é casado e tem um
filho, então não compre um imóvel de três quartos.
Lembre-se que o dinheiro do financiamento conta
juros e por isto não tome um empréstimo para comprar
uma coisa além de suas necessidades e
possibilidades. Compre e pague um imóvel primeiro e
depois parta para um maior.

- Use todo o saldo que você tiver no FGTS como


entrada, diminuindo o valor financiado.

- Se possível, poupe por um ano o valor equivalente


ao que pagaria no financiamento. Usando este valor
poupado como entrada, você reduz dois anos de
financiamento ou diminui em muito o valor das
prestações mensais.

- Opte por um plano de correção com índices que


acompanhem a evolução de seu salário, normalmente
com reajuste anual. O IPC é o índice oficial
utilizado na correção da datas-base dos empregados
da iniciativa privada. Buscar financiamentos
atrelados ao IPC ou INPC é a melhor alternativa
existente hoje.

- Não comprometa mais do 15% de sua renda com a


primeira prestação. Isto lhe dá uma folga para que,
durante o financiamento, ele venha a comprometer até
30% sem lhe tornar um inadimplente.

- A cada dois anos saque seu FGTS e amortize parte


do saldo devedor para se livrar mais rápido da
dívida. Este prazo é o mínimo permitido por lei.

- Sempre que tiver dinheiro sobrando, decorrente de


férias vencidas, 13º salário ou outros, use-os para
amortizar o saldo devedor do financiamento. Não
compensa você manter uma poupança, por exemplo, se
você receberá TR + 6% ao ano de correção e juros,
enquanto estará pagando TR + 8 a 12% ao ano no seu
contrato de financiamento.

- Use o 13º Salário para amortizar o saldo devedor.


Lembre-se sempre que um financiamento é empréstimo
de dinheiro a juros e quanto mais rápido você
devolver o dinheiro emprestado, menos juros irá
pagar.

4. Quem financia imóveis no Brasil ? Como escolher o


melhor banco ?

Para operar no SFH, é preciso que o banco esteja


inscrito como agente financeiro do SFH junto ao
BACEN.

Já para operação em financiamentos do SFI e imóveis


comerciais feitos com recursos próprios, não há
nenhuma exigência especial para os bancos

Na prática, todos os bancos fazem financiamentos


pelo SFH, pelo SFI e de imóveis comerciais, sendo
que o mutuário deve pesquisar bastante antes de
assinar um contrato.

Há um limite na taxa de juros para o máximo, mas não


para o mínimo. Assim, de um banco para outro há
bastante diferença na taxa de juros, bem como no
prazo e no comprometimento máximo da renda familiar.

Vale a pena pesquisar, pois se o mutuário conseguir


uma economia de 1% na taxa de juros ao ano, isto
fará com que a pessoa reduza mais de 20% do preço
total de seu financiamento ao longo de 15 anos.

5. Quais os problemas mais comuns nos contratos


firmados para aquisição de imóvel na planta ?

Por lei, durante a construção do imóvel, a


construtora só pode corrigir os valores das parcelas
mensais pelo INCC – Índice Nacional da Construção
Civil. O CUB – Custo Unitário Básico, por ser fixado
pelas próprias construtoras, é ilegal.

Após a entrega das chaves, as parcelas podem ser


corrigidas por índices inflacionários previamente
pactuados no contrato, como o IGP-M ou o INPC. A
taxa de juros máxima de juros vigente é de 12% ao
ano.

São abusivas cláusulas que estabeleçam a perda da


totalidade dos valores pagos, em caso de
inadimplência, em favor da construtora. São também
abusivas as cláusulas que prevejam capitalização de
juros, bem como multa em valores superiores a 2%
sobre cada parcela vencida.

A quebra de contrato no tocante a qualidade da obra


e ao prazo de entrega também são comuns, cabendo ao
comprador lesado optar por rescindir o contrato e
receber os valores pagos de volta, ou obter
abatimento do preço, ou obrigar a construtora a
cumprir o contratado, e independentemente de uma das
escolhas anteriores, ser indenizado de todos os
danos morais e materiais que sofrer.

6. Patrimônio de Afetação. O que é? Quais as


vantagens e desvantagens? Quais os cuidados a tomar?

O patrimônio de afetação é uma figura jurídica


criada pela Medida Provisória 2221 de 4 de setembro
de 2001 e que introduz uma mudança na lei 4.591/64,
onde um empreendimento é separado do patrimônio da
empresa construtora.

Na prática funciona assim: uma empresa construtora


destaca um imóvel de sua propriedade para o
patrimônio de afetação. A obra então será feita com
o acompanhamento mensal dos compradores, com
fiscalização sobre pagamentos de encargos
trabalhistas e demais impostos. Toda a contabilidade
e administração da obra é separada do patrimônio
global da construtora. No caso de falência da
construtora, a obra que estiver em regime de
Patrimônio de Afetação não é atingida pelos efeitos
da falência e assim os compradores têm seu dinheiro
protegido.

A vantagem deste sistema é justamente esta proteção


do patrimônio e dos interesses dos compradores. A
desvantagem é que os compradores terão uma despesa a
mais na compra, para contratar uma auditoria que irá
fiscalizar as contas da obra, a veracidade dos
recibos, os recolhimentos de impostos, enfim, a
contabilidade da obra, e garantir assim a manutenção
do patrimônio de afetação.

Os cuidados com este tipo de compra são no sentido


de verificar se o patrimônio de afetação está
registrado em cartório e se já há auditoria
contratada, bem como se toda a documentação da obra
está ok.

7. Que documentos o mutuário deve exigir do vendedor


do imóvel antes de pagar qualquer sinal ou valor ?

A compra de um imóvel é talvez o mais importante


negócio que a pessoa fará durante sua vida, pois
estará muitas vezes dispondo de vários anos de
trabalho e várias privações para conseguir realizar
um sonho.

Assim, além dos cuidados destacados para todas as


modalidades possíveis para aquisição da Casa
Própria, o fechamento do contrato requer atenção
especial.

A assessoria de um advogado é indispensável, pois só


ele terá condições de analisar os documentos e as
variáveis envolvidas no negócio, protegendo os
interesses do comprador e evitando que ele venha a
perder o dinheiro investido.

Conclui-se que a regra fundamental nesta hora é


CALMA. Você já escolheu o imóvel, já tratou a forma
de pagamento, já verificou as despesas de cartório,
já analisou a possibilidade de financiamento, então
agora falta cumprir uma “via-sacra” burocrática
indispensável.

É preciso que o vendedor lhe forneça as seguintes


certidões:
a-) certidão negativa de ações cíveis, fiscais e
criminais junto à Justiça Comum e junto à Justiça
Federal.

b-) certidão negativa de ações trabalhistas, junto à


Justiça do Trabalho.

c-) certidão de casamento, caso o vendedor seja


casado;

d-) certidão vintenária do imóvel, obtida junto ao


cartório onde ele está registrado.

e-) certidão negativa de débitos junto ao Estado e


ao Município, obtidos respectivamente junto à
Secretaria de Fazenda do Estado ou a Secretaria
Municipal de Tributação.

f-) declaração de inexistência de débitos


condominiais, quando o imóvel for em prédio,
expedido pelo síndico do prédio.

g-) declaração de inexistência de débitos junto às


companhias de gás, energia e água.

h-) certidão de nascimento atualizada, para


verificar se a pessoa tem capacidade jurídica para o
negócio.

i-) Certidão Negativa de Débito do imóvel e do


proprietário junto ao INSS e junto à Receita Federal

j-) certidão de protestos do vendedor, obtida junto


ao cartório de protestos ou no fórum.

Outras certidões poderão ser requeridas pelo


advogado, conforme as peculiaridades de cada
negócio. Lembre-se que tais certidões podem atrasar
um negócio, mas evitar um prejuízo que pode lhe
custar uma vida de trabalho e sacrifício.
Fazer um bom negócio é difícil, mas fazer maus
negócios é muito fácil. Portanto não custa repetir:
muita calma nesta hora.

8. Quando eu posso ou devo usar o meu FGTS – Fundo


de Garantia por Tempo de Serviço ?

É comum o agente financeiro vincular a liberação do


saldo depositado no FGTS, a pactuação de empréstimo
no âmbito do SFH. A Lei 8.036/90 que regulamenta a
utilização do FGTS não têm restrição neste sentido.
E mais, o Poder Judiciário tem ampliado em muito as
possibilidades de saque do FGTS para compra ou
pagamento de financiamento da Casa Própria.

Na prática o FGTS pode ser sacado para:

a) compra à vista de um imóvel;


b) sinal na compra de um imóvel;
c) lance em consórcio imobiliário;
d) pagamento de prestações em atraso;
e) amortização extraordinária de saldo devedor de
financiamento habitacional;
f) liquidação antecipada de saldo devedor de
financiamento habitacional;
g) pagamento de parte das parcelas mensais do
financiamento.

Quem já recebeu um extrato da Caixa Econômica


Federal, relativo ao acordo de pagamento dos
expurgos dos Planos Bresser, Verão, Collor I e II,
pode também pedir o abatimento da dívida com os
créditos que receberá.

Os requisitos exigidos para o saque do FGTS são:

a) estar contribuindo para o FGTS há mais de 3


anos;
b) não ter realizado nenhum saque nos últimos
dois anos;
c) e, ser este o primeiro imóvel que se pretende
adquirir, ou o único financiamento que se
pretende amortizar.
Caso o agente financeiro crie empecilhos para o
saque do FGTS ou vincule o saque à tomada de
financiamento, judicialmente o mutuário pode
conseguir o saque e ainda indenização por danos
materiais e morais contra o indigitado agente
financeiro.

9. Comprar um imóvel através de “contratos de


gaveta” têm algum valor jurídico ?

Sim e Não.

O chamado “contrato de gaveta” é um contrato típico


de cessão de direitos e obrigações, onde uma pessoa
que adquiriu um imóvel através de financiamento
habitacional vende este imóvel e transfere o
financiamento a um terceiro, sem comunicar ao banco.

Esta prática existe desde 14 de março de 1990,


quando foi criada uma restrição legal a estas
operações, onerando as transferência com o aumento
de 20% na prestação e 2% no saldo devedor dos
financiamentos, além de sujeitar o comprador à
análise de crédito.

Tal prática tem pleno valor jurídico entre o


comprador e o vendedor, porém não tem valor jurídico
perante o agente financeiro ou terceiros, segundo a
lei.

Houveram casos de reconhecimento de contratos de


gaveta e “perdões”, para contratos firmados até 25
de outubro de 1996, por força de Medidas
Provisórias, como as de nºs 1520, 1696, 1877, 1878,
1981 e mais recentemente pela Lei nº 10.150/00.

Porém, desde esta data não há nenhuma lei de


anistia, logo, qualquer contrato firmado hoje, não
conta com proteção legal para ser feito válido junto
ao agente financeiro.
Se você for adquirir um imóvel financiado mediante
„contrato de gaveta‟ peça ajuda de um profissional
para a elaboração do contrato, para que você não
corra risco de perder o imóvel caso o titular venha
a falecer ou caso você atrase algumas parcelas, e
para que você possa representar o titular perante o
agente financeiro, os órgãos estaduais e municipais
e perante os condomínios e também, na hipótese de
ajuizamento de ações revisionais fique garantida a
devolução de valores a você, que arcou com o
pagamento das prestações.

Se você for vender um financiamento mediante


„contrato de gaveta‟, exija do comprador garantias
para o pagamento da dívida e certifique-se da
idoneidade do mesmo, porque é seu nome que vai
aparecer perante o agente financeiro e caso o
„gaveteiro‟ não pague é o seu nome que vai para o
SPC, SERASA e CADIN.

Entre o vendedor e o comprador de um imóvel,


mediante “contrato de gaveta”, a validade do
contrato é plena, inclusive, se o titular vier a
falecer, o portador do contrato de gaveta pode
exigir dos herdeiros a quitação do financiamento e a
transferência do imóvel para o seu nome, sendo
sempre prudente a inclusão de cláusula neste sentido

Como sempre, a consulta a um advogado para redigir o


contrato e garantir a validade do negócio é
essencial.

10. Quais os riscos de se comprar um imóvel em


leilão extrajudicial ou do próprio agente financeiro
?

Quando um mutuário deixa de pagar três ou mais


prestações, o agente financeiro leva o seu imóvel a
leilão extrajudicial. Este leilão é um procedimento
reputado inconstitucional, pois a pessoa não pode
apresentar nenhum tipo de defesa prévia para
justificar sua inadimplência. Ou paga-se o que o
agente financeiro pede ou seu imóvel vai a leilão.
Ao comprar um imóvel leiloado pelo agente
financeiro, você corre o sério risco de ficar
brigando anos na justiça para entrar na posse do
imóvel. É que se o mutuário que estiver no imóvel
provar que o leilão foi irregular ou que o agente
financeiro reajustou a prestação de forma errônea,
você não conseguirá retirá-lo do imóvel e ainda terá
que processar o agente financeiro para receber seu
dinheiro de volta. É fria !

NÃO COMPRE IMÓVEL OCUPADO ! Cuidado com os


corretores que garantem que retirar o ocupante do
imóvel é tarefa fácil. Isto não é verdade, porque o
ocupante pode não ser um invasor, e sim um mutuário
que não conseguiu pagar o financiamento porque o
banco lhe cobrou indevidamente e por isto perdeu seu
imóvel num leilão extrajudicial. Jamais use a força
para tentar retomar um imóvel nesta situação, porque
além de ser ilegal, você ainda poderá ser condenado
em danos materiais e morais.

A ABMH promove ações civis públicas em todo o país,


visando anular as vendas feitas pela CEF com base em
folder, onde prometia ações de trâmite rápido e
sucesso garantido para despejo do mutuário, uma vez
que isto se constitui em propaganda enganosa e, além
de gerar direito à indenização dos lesados, pode
tornar nulas as compras e vendas formalizadas com
base nestas informações.

11. E a ABMH – Associação Brasileira dos Mutuários


da Habitação. Quando ela foi criada ? No que ela
pode me ajudar ?

A ABMH foi criada em 13 de março de 2000, na cidade


de Belo Horizonte (MG). Hoje a ABMH tem sua sede
fixada em Brasília (DF) e escritórios espalhados por
todo o país.

Quem procura a ABMH recebe orientações gratuitas


sobre qualquer assunto relacionado à compra da casa
própria ou sobre financiamentos habitacionais, e só
se filia a partir do momento que for utilizar algum
serviço, da própria ABMH ou de seus conveniados.

Faz ainda a ABMH um amplo trabalho de informação da


comunidade mediante a participação em entrevistas e
debates no rádio, televisão e jornais visando
disseminar os meios de defesa a todos os mutuários.

No âmbito dos financiamentos habitacionais, a ABMH


tem forte atuação judicial, sempre defendendo os
mutuários dos abusos dos bancos, em ações coletivas
e em ações individuais.

Caso um condomínio ou conjunto habitacional


solicite, fazemos palestras para os moradores onde
procuramos enfocar o contrato de financiamento
daquele grupo de pessoas e as principais
irregularidades encontradas.

Também é gratuita a palestra, excetuada a despesa de


locomoção dos diretores, caso o lugar seja distante
ou fora da cidade.

A ABMH também luta pela aplicação do Código de


Defesa do Consumidor nos contratos de financiamento
habitacional e está defendendo a classe dos
mutuários na ADI 2591-1, proposta pela CONSIF. Neste
caso, a CONSIF (Confederação Nacional dos Agentes do
Sistema Financeiro) pretende que o Supremo Tribunal
Federal (STF) declare que o Código de Defesa do
Consumidor não se aplica aos bancos. Isto deixaria o
caminho livre para mais abusos dos que hoje se
cometem contra os mutuários.

Você também pode ajudar a ABMH nesta luta, entrando


no site www.abmh.org e fazendo um download (cópia)
da carta destinada aos ministros do STF, pedindo a
improcedência da ação.

Procure-nos !!! Conhecer seus direitos é o primeiro


passo para precaver-se e defender-se dos abusos dos
bancos e construtoras !!!
Disk-Mutuário: (61) 443-8828 – Brasília
(31) 3337-8815 - Belo Horizonte
(11) 3743-7884 – São Paulo
(21) 2508-7631 – Rio de Janeiro

Home page: www.abmh.org


E. mail: [email protected]
Autor: Rodrigo Daniel dos Santos – Consultor
Jurídico da ABMH Matriz

Conheça também o IBEDEC – Instituto Brasileiro de


Estudo e Defesa das Relações de Consumo. Visite o
site www.ibedec.org.br

Modelos:

Os modelos aqui fornecidos são só uma sugestão, não


garantindo a ABMH sua plena aplicabilidade a todos
os casos concretos, bem como ressaltando a ABMH a
necessidade das partes contratantes de serem
assistidas por advogados.

01- MODELO DE CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E


VENDA DE IMÓVEL URBANO COM CESSÃO DE DIREITOS E
OBRIGAÇÕES SOBRE FINANCIAMENTO.

Os signatário deste instrumento de um lado a Sra.


MARIA PERNAMBUCANA DOS ANZÓIS, brasileira, solteira,
bancária, portadora do RG sob nº 00.000.000-SSP/DF e
do CPF 000.000.000/00, residente e domiciliada na
Rua do Jacá, 61, Jd Itapuã, em Campo Belo/PE, neste
ato denominado de PROMITENTE VENDEDORA, e, de outro
lado o Sr. ALTAMIRO CARNEIRO BEZERRA, portador do
RG sob nº 000.000-SSP/SE e do CPF nº 000.000.000/00,
brasileiro, casado, micro empresário, residente e
domiciliado à Rua Chama Viva, jd Panamá III, em Bela
Praia/SE, neste ato denominado de PROMITENTE
COMPRADOR, têm justo e contratado o seguinte:

CLÁUSULA PRIMEIRA: Que a PROMITENTE VENDEDORA é


legítima possuidora do imóvel Residencial situado à
Rua do Marmelo, 206, jardim Panamá I, nesta Capital,
composto por área privativa de 64.8285 M2, com as
seguintes confrontações: Frente; 15.00 metros para a
Rua do Marmelo; Fundos; 15.0001 metros para o
Residencial JP, Quadra 14; Lado Direito; 26.9953
metros para a Rua Constantina; Lado Esquerdo;
27.0560 metros para o lote 15, com as seguintes
características: Sala, 03 quartos, cozinha,
banheiro,varanda e circulação.

CLÁUSULA SEGUNDA: O valor da presente transação é


feita pelo preço de R$ 6.800.00 (Seis Mil e
Oitocentos Reais), que serão pagos à vista.

CLÁUSULA TERCEIRA: Que o PROMITENTE VENDEDOR se


compromete a entregar o imóvel livre e desembaraçado
de todos os débitos até esta data, junto ao Agente
Financeiro, ficando daí a responsabilidade dos
PROMITENTES COMPRADORES o pagamento mensal da
prestação.

CLÁUSULA QUARTA: Fica acordado entre o PROMITENTE


VENDEDOR e PROMITENTE COMPRADORES, que o imóvel
transacionado PERMANECERÁ em nome do PROMITENTE
VENDEDOR por prazo indeterminado, ficando o
PROMITENTE VENDEDOR obrigado a apresentar todos
documentos necessários para transferência a partir
do momento em que o mesmo for notificado pelos
PROMITENTES COMPRADORES a qualquer época.

CLÁUSULA QUINTA: Todos os compromissos assumidos


neste contrato são de caráter IRREVOGÁVEL e
IRRETRATÁVEL, obrigado as partes, seus herdeiros e
sucessores a qualquer título fazer sempre boa e
valiosa a presente cessão, ficando sujeito às
penalidades da lei.
CLÁUSULA SEXTA: Fica ainda acordando, que caso haja
necessidade de se beneficiar do seguro referente ao
imóvel, os beneficiados serão os PROMITENTES
COMPRADORES, ou filhos.

CLÁUSULA SÉTIMA: Em caso de falecimento do


PROMITENTE VENDEDOR, fica acordando entre as partes
que todo e qualquer benefício oriundo deste fato,
transfere-se para os PROMITENTES COMPRADORES.

CLÁUSULA OITAVA: Caso haja manifestação pública por


parte do Agente Financeiro, quando à transferência
do imóvel citado neste instrumento particular de
compra e venda, sem que haja o aumento das
prestações fica acordo entre as partes a sua
transferência.

CLÁUSULA NONA: O foro deste contrato é da Comarca de


Bela Praia (SE), renunciando as partes quaisquer
outro por mais privilegiado que seja.

E por estarem assim juntos e contratos, assinam o


presente em 03 (Três) vias de igual teor e forma, na
presença das testemunhas abaixo.

Bela Praia – ES, 10 DE JUNHO DE 2004.

Vendedor – Comprador – Duas Testemunhas

02- MODELO DE CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E


VENDA

VENDEDOR: MARIA PERNAMBUCANA DOS ANZÓIS, brasileira,


solteira, bancária, portadora do RG sob nº
00.000.000-SSP/DF e do CPF 000.000.000/00, residente
e domiciliada na Rua do Jacá, 61, Jd Itapuã, em
Campo Belo/PE

COMPRADOR: ALTAMIRO CARNEIRO BEZERRA, portador do


RG sob nº 000.000-SSP/SE e do CPF nº 000.000.000/00,
brasileiro, casado, micro empresário, residente e
domiciliado à Rua Chama Viva, jd Panamá III, em Bela
Praia/SE

IMÓVEL: Uma gleba de terras situada na Avenida


Juciana, Antiga Fazenda “Lagoa”, hoje zona urbana,
com a área de 5.46.38ha equivalente a 54.638,00m²,
na de Catalão/GO, melhor descrito e caracterizado na
matrícula n° 2000 do Cartório de Registro de Imóveis
da Comarca de Catalão/GO.

Referido imóvel foi havido pelo VENDEDOR, através de


Escritura Pública de Dação de 29/09/1999, livro 53,
fls. 36, registrada sob nº 3 na matrícula nº 65098
do Cartório de Registro da comarca de Catalão/GO.

PREÇO: R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais)

SINAL: R$ 9.000,00 (nove mil reais) são pagos


neste ato, pelo COMPRADOR ao VENDEDOR.

SALDO: R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais)


através de 08 (oito) parcelas mensais, fixas, e
sucessivas, no valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e
quinhentos reais) cada uma, vencendo-se a primeira
delas em 30 (trinta) dias contados desta data e as
demais em igual dia dos meses subseqüentes até final
liquidação

Por este instrumento particular de Compromisso de


Venda e Compra, o VENDEDOR e o COMPRADOR,
qualificados no Quadro Resumo Anexo, têm entre si
justo e avençado o seguinte:

1.- O VENDEDOR é senhor e legítimo possuidor do


imóvel identificado no Quadro Resumo, parte
integrante deste instrumento.

2.- O VENDEDOR se compromete a vender ao COMPRADOR,


que se compromete a lhe comprar, o imóvel retro
descrito, na forma ajustada no Quadro Resumo e
observadas as cláusulas e condições a seguir.

3.- As parcelas mencionadas no Saldo no Quadro


Resumo deverão ser pagas através de boletos
bancários, a serem enviados ao COMPRADOR.

3.1.- A partir da segunda parcela, o COMPRADOR não


poderá efetuar o pagamento de qualquer parcela do
saldo do preço, sem exibir ao caixa do banco o
boleto correspondente à parcela anterior,
devidamente quitada.

4.- Se o COMPRADOR incorrer em mora e, após


notificado, não a purgar no prazo de 15 (quinze)
dias, ocorrerá a rescisão deste contrato e a
retomada do imóvel, caso em que o VENDEDOR devolverá
ao COMPRADOR, o valor efetivamente por ele pago por
conta do preço, descontados 30% (trinta por cento) a
título de multa e ressarcimento de despesas
administrativas com a comercialização do imóvel e a
comissão de corretagem para pelo VENDEDOR,
devidamente corrigida monetariamente pelo índice
adotado neste contrato.

4.1.- Ocorrendo atraso em qualquer pagamento, poderá


o VENDEDOR se lhe convier, a seu exclusivo critério,
exigir o integral cumprimento deste contrato, sem
prejuízo da cláusula resolutiva expressa.

4.2.- Se o VENDEDOR consentir em receber as parcelas


além do prazo, serão as mesmas acrescidas da multa
de 10% (dez por cento) e dos juros de mora à taxa de
12% (doze por cento) ao ano, e da atualização
monetária com base no IGP-M/FGV (Índice Geral de
Preços do Mercado, divulgado pela Fundação Getúlio
Vargas), ou, na sua falta, sucessivamente pelo IGP-
DI/FGV, IPCA/IBGE, INPC/IBGE e IPC/FIPE,
considerando-se o recebimento como mera liberalidade
e sem caráter de novação ou alteração contratual; no
caso de cobrança judicial, além dessas penas, pagará
o COMPRADOR as despesas judiciais, extrajudiciais e
honorários de advogado do VENDEDOR, estes à razão de
20% (vinte por cento).
5.- A posse do imóvel é transferida ao COMPRADOR
nesta data.

5.1.- As benfeitorias realizadas no imóvel pelo


COMPRADOR, sejam úteis, necessárias ou voluptuárias,
a ele acrescer-se-ão desde logo, arcando o COMPRADOR
com todas as responsabilidades decorrentes de ditas
benfeitorias perante os competentes órgãos públicos,
tais como Prefeitura, INSS, etc., inclusive encargos
trabalhistas.

6.- Obriga-se o COMPRADOR:

a) A pagar o preço nas condições ora convencionadas.


b) Por todas as despesas decorrentes do presente
contrato e da escritura de venda e compra, bem como
de seu registro;
c) Pelo pagamento de todos os impostos e taxas
incidentes sobre o imóvel a partir da desta data,
sendo que os anteriores serão de responsabilidade do
VENDEDOR;
d) A atender por sua conta, e sem direito a
ressarcimento, às exigências dos poderes públicos
com relação ao imóvel a partir da desta data.

7.- Verificado o integral cumprimento das obrigações


assumidas pelo COMPRADOR neste contrato, o VENDEDOR
se obriga a cumprir esta promessa, com a outorga da
escritura definitiva, no prazo de até 180 (cento e
oitenta) dias, a partir da quitação do preço.

8.- O presente contrato é celebrado em caráter


irretratável e irrevogável, obrigando-se as partes
por si e seus sucessores, vedado o arrependimento e
admitida a sua rescisão apenas nos casos previstos
em lei e neste instrumento.

9.- O VENDEDOR apresentará a Certidão Negativa de


Débito, expedida pelo INSS, e a Certidão de Quitação
de Tributos Federais, expedida pela Secretaria da
Receita Federal, por ocasião da escritura
definitiva, em cumprimento ao disposto no art. 257
do Decreto Federal nº 3.048 de 06.05.1999.

10.- O COMPRADOR declara, neste ato, ter ciência de


que os documentos necessários para a lavratura da
escritura definitiva serão fornecidos pelo VENDEDOR
uma única vez.

10.1.- Se por culpa do COMPRADOR os documentos


fornecidos pelo VENDEDOR perderem a validade,
obriga-se o COMPRADOR, desde já, por todas as
providências necessárias para a revalidação e/ou
obtenção de novos documentos junto aos órgãos
competentes, bem como por todas as despesas e
encargos pertinentes.

11.- O COMPRADOR não poderá ceder ou prometer ceder


seus direitos decorrentes deste a terceiros.

11.1.- Ocorrendo à cessão de direitos à revelia do


VENDEDOR, o COMPRADOR responderá solidariamente com
o terceiro adquirente pelo pagamento das parcelas
vincendas até final liquidação do saldo do preço,
sendo certo que, mesmo nessa hipótese, o VENDEDOR
outorgará a escritura definitiva em nome do ora
COMPRADOR e não no de terceiros por este indicados.

12.- O COMPRADOR tem ciência do estado de


conservação em que se encontra o imóvel deste
objeto, assumindo, neste ato, a responsabilidade por
eventuais reparos necessários.

13. – O VENDEDOR responderá pela evicção que


eventualmente incida sobre o imóvel ora alienado, na
forma dos artigos 447 a 457 do Código Civil vigente.

14.- O presente compromisso é celebrado em caráter


“ad corpus”, nada podendo ser reclamado ou exigido
em função de eventual divergência de dimensões.

15.- O COMPRADOR se responsabiliza, civil e


penalmente, pela veracidade dos dados relativos a
sua qualificação, constantes no preâmbulo do Quadro
Resumo.
16.- Fica eleito o foro Central da Comarca da
Capital do Estado de São Paulo para dirimir
eventuais questões oriundas deste contrato.

E, por estarem justos e acertados, assinam o


presente instrumento em 03 (três) vias, de igual
teor e forma, na presença de 02 (duas) testemunhas.

São Paulo, 08 de dezembro de 2003

VENDEDOR – COMPRADOR – DUAS TESTEMUNHAS

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