Dei Verbum

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CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA

DEI VERBUM
SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA

INTRODUÇÃO:

• O nome: "Dei Verbum" é uma expressão latina que significa "Palavra de Deus". [reflete o foco
central do documento na Revelação Divina através das Sagradas Escrituras];

• Importância do escrito: Trata-se de uma CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA, que podem ser


emitidas por dois motivos: 1) Proclamar um novo dogma de fé; 2) Esclarecer um dogma já
publicado, dando-lhe mais perfeita compreensão, principalmente à luz dos problemas atais;

• Contexto Histórico: Concílio Vaticano II (1962 e 1965); Foi publicada pelo Papa Paulo VI em
18 de novembro de 1965, sendo assim, o último documento a ser publicado [isso reflete a
importância de suas declarações e as múltiplas discussões acerca dos temas]
Os documentos do concílio foram sujeitos a um processo de reflexão e revisão antes de serem
promulgados. "Dei Verbum" passou por várias revisões e emendas durante as discussões no concílio, à
medida que os bispos buscavam esclarecer e aprofundar os ensinamentos da Igreja sobre a revelação
divina.

• Intenção do Concílio: “[...] seguindo os Concílios Tridentino e Vaticano I, entende propor a


genuína doutrina sobre a Revelação divina e a sua transmissão, para que o mundo inteiro,
ouvindo, acredite na mensagem da salvação, acreditando espere, e esperando ame” (§1 /
Inspiração agostiniana);

• Divisão do Texto:
o Capítulo I → A Revelação em Si Mesma: Trata da natureza da revelação divina, explicando
como Deus se revela aos seres humanos através de palavras e ações ao longo da história;
o Capítulo II → A Transmissão da Revelação Divina: discute como a revelação divina é
transmitida ao longo do tempo (oralmente, por escrito) e sua legítima interpretação pela
Igreja;
o Capítulo III → A Inspiração Divina da Sagrada Escritura: explica como Deus inspirou os
autores bíblicos a escreverem os livros sagrados;
o Capítulo IV → A Interpretação da Sagrada Escritura na Igreja;
o Capítulo V → O Antigo Testamento;
o Capítulo VI → O Novo Testamento;
o Capítulo VII → A Sagrada Escritura na Vida da Igreja;

CAPÍTULO I: A REVELAÇÃO EM SI MESMA

1) Comparação – Dei Filius X Dei Verbum

“A mesma Santa Igreja crê e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela
luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas; pois as perfeições invisíveis tornaram-se visíveis depois da
criação do mundo, pelo conhecimento que as suas obras nos dão dele; mas que aprouve à sua misericórdia e bondade
revelar-se a si e os eternos decretos da sua vontade ao gênero humano por outra via, e esta sobrenatural, conforme
testemunha o Apóstolo: Havendo Deus outrora falado aos pais pelos profetas, muitas vezes e de muitos modos,
ultimamente, nestes dias, falou-nos pelo Filho.”

“Aprouve a Deus. na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade,
segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam
participantes da natureza divina. Em virtude desta revelação, Deus invisível, na riqueza do seu amor fala aos homens
como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à comunhão com Ele.”
2) Cristo é o mediador e a plenitude de toda a revelação → 1) O conteúdo da Revelação é uma
pessoa; 2) Deus se auto revela, Ele é o conteúdo da Revelação.
3) Deus se manifestou desde o princípio, na criação e continuou cuidando do ser humano;]

§3 --- Deus, criando e conservando todas as coisas pelo Verbo, oferece aos homens um testemunho perene de Si
mesmo na criação e, além disso, decidindo abrir o caminho da salvação sobrenatural, manifestou-se a Si mesmo,
desde o princípio, aos nossos primeiros pais. Depois da sua queda, com a promessa de redenção, deu-lhes a
esperança da salvação, e cuidou continuamente do género humano, para dar a vida eterna a todos aqueles que,
perseverando na prática das boas obras, procuram a salvação. No devido tempo chamou Abraão, para fazer dele pai
dum grande povo, povo que, depois dos patriarcas, ele instruiu, por meio de Moisés e dos profetas, para que o
reconhecessem como único Deus vivo e verdadeiro, pai providente e juiz justo, e para que esperassem o Salvador
prometido; assim preparou Deus através dos tempos o caminho ao Evangelho.

4) Cristo completa a Revelação: Jesus Cristo fala aquilo que é segredo do coração de Deus;
§4 --- Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que
são os últimos, através de Seu Filho. Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os
homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus. Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado
«como homem para os homens», «fala, portanto, as palavras de Deus» (Jo 3,34) e consuma a obra de salvação que
o Pai lhe mandou realizar. Por isso, vê-lo é ver o Pai (Jo 14,9), com toda a sua presença e manifestação da sua pessoa,
com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, enfim, com o envio do
Espírito de verdade, completa totalmente e confirma com o testemunho divino a revelação, a saber, que Deus está
connosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e para nos ressuscitar para a vida eterna.

5) Revelações públicas e privadas → Nova e definitiva aliança; → Não há porque esperar outra
manifestação antes da Vinda de Cristo; As revelações privadas só confirmam aquilo que já
foi revelado;

CAPÍTULO II: A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA

§7 --- Deus dispôs amorosamente que permanecesse integro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto
tinha revelado para salvação de todos os povos.

6) O mandato de Jesus: “Ide...”.


7) A figura dos Apóstolos e a sucessão apostólica → Os bispos são legítimos sucessores dos
Apóstolos.
8) A Igreja ensina aquilo que recebeu;
9) O valor da Revelação: entre a S. Tradição e as S. Escrituras;
§9 --- [...] A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada
Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo
Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham
e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua
certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito
de piedade e reverência”.
10) O tríplice fundamento da Igreja: S. Tradição – S. Escrituras – S. Magistério.
CAPÍTULO III -A INSPIRAÇÃO DIVINA DA SAGRADA ESCRITURA E A SUA INTERPRETAÇÃO

11) Inspiração e verdade da Sagrada Escritura


§9 --- As coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do
Espírito Santo. Com efeito, a santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como santos e canónicos os livros
inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo,
têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja. Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus
escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles,
pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria.
12) O problema da Interpretação da Sagrada Escritura...]

CAPÍTULOS IV e V: O ANTIGO TESTAMENTO E O NOVO TESTAMENTO

13) Como aceitar as imperfeições dos livros do AT?


§15 --- Tais livros, apesar de conterem também coisas imperfeitas e transitórias, revelam, contudo, a verdadeira
pedagogia divina. Por isso, os fiéis devem receber com devoção estes livros que exprimem o vivo sentido de Deus,
nos quais se encontram sublimes doutrinas a respeito de Deus, uma sabedoria salutar a respeito da vida humana, bem
como admiráveis tesouros de preces, nos quais, finalmente, está latente o mistério da nossa salvação.

14) A unidade de ambos ao Testamentos está no seu autor.


15) O NT está escondido no AT;
16) Origem apostólica dos escritos do NT;
17) A importância dos Evangelhos → recordam a ação e pregação do Filho de Deus;
18) As cartas mostram a Vida das Igreja → O Senhor é o guia dos Apóstolos e introdud a
plenitude da Verdade (tempo da Igreja)
§20b --- “O Senhor Jesus assistiu os seus Apóstolos como tinha prometido e enviou-lhes o Espírito consolador que os
devia introduzir na plenitude da verdade.

CAPÍTULO VI - A SAGRADA ESCRITURA NA VIDA DA IGREJA

19) A Igreja venera as Sagradas Escrituras


§21 --- "A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais,
sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da
do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra
suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre,
continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das
palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião
cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem
amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus
que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de
vida espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as palavras: «A palavra de Deus é viva e
eficaz» (Hb 4,12), «capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados», (At 20,32; 1Ts 2,13).

20) As Traduções o estudo e a leitura da Sagrada Escritura;

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