Moraes, Danilo Souza Dias de - Avaliação de Ruído Ambiental Na Área Central de Montes Claros MG - 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA – PPGEO

AVALIAÇÃO DE RUÍDO AMBIENTAL NA ÁREA CENTRAL


DE MONTES CLAROS – MG

DANILO SOUZA DIAS DE MORAES

Montes Claros - MG
UNIMONTES
Abril - 2021
DANILO SOUZA DIAS DE MORAES

AVALIAÇÃO DE RUÍDO AMBIENTAL NA ÁREA CENTRAL


DE MONTES CLAROS – MG

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Geografia, da Universidade Estadual
de Montes Claros, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Geografia.

Área de concentração: Dinâmica e Análise Espacial.

Linha de Pesquisa: Território, Cultura e Meio


Ambiente.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Henrique Palhares

Montes Claros - MG
UNIMONTES
Abril – 2021
Moraes, Danilo Souza Dias de.
M827a Avaliação de ruído ambiental na área central de Montes Claros-MG
[manuscrito] / Danilo Souza Dias de Moraes. – Montes Claros, 2021.
109 f. : il.

Bibliografia: f. 103-109.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros -
Unimontes, Programa de Pós-Graduação em Geografia/PPGEO, 2021.
Defesa: 26/05/2021.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Henrique Palhares.

1. Ruído ambiental. 2. Poluição Sonora. 3. Área central - Montes Claros (MG).


4. NBR 10151. I. Palhares, Ricardo Henrique. II. Universidade Estadual de Montes
Claros. III. Título.

Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge


FOLHA DE APROVAÇÃO

Este exemplar corresponde à redação final da dissertação de Mestrado em


Geografia intitulada AVALIAÇÃO DE RUÍDO AMBIENTAL NA ÁREA CENTRAL DE
MONTES CLAROS – MG para obtenção do título de Mestre em Geografia, do
acadêmico DANILO SOUZA DIAS DE MORAES. Essa dissertação foi aprovada no
dia 26 / 05 / 2021, às 10: 30, pelos membros da Banca Examinadora constituído
para as provas:

______________________________________
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Henrique Palhares
PPGEO-UNIMONTES

Membros:

______________________________________
Prof. Dr. Carlos Alexandre de Bortolo
PPGEO-UNIMONTES

______________________________________
Prof. Dr. Délcio César Cordeiro Rocha
(ICA/UFMG)

Montes Claros-MG
UNIMONTES
Abril – 2021
DECLARAÇÃO DE REVISÃO E NORMAS ABNT

Declaro ter procedido à revisão da dissertação de mestrado intitulada:

AVALIAÇÃO DE RUÍDO AMBIENTAL NO CENTRO URBANO DE MONTES

CLAROS – MG, de autoria de DANILO SOUZA DIAS DE MORAES, sob a

orientação da Professor Doutor Ricardo Henrique Palhares, apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Geografia, da Universidade Estadual de

Montes Claros, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em

Geografia. A revisão foi elaborada de acordo com normas da ABNT (Associação

Brasileira de Normas Técnicas).

Belo Horizonte, (MG), 10 de maio de 2021.

Revisar Consultoria
Edna Generoso
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, não posso deixar de agradecer ao meu orientador, Prof.


Dr. Ricardo Henrique Palhares, por toda a paciência, dedicação do seu precioso
tempo e pela incrível compreensão de nossas dificuldades, um verdadeiro amigo
confidente.
Desejo igualmente agradecer a todos os meus professores do Mestrado, a
Dra. Anete Marilia Pereira, Dr. Marcos Esdras, Dr. Carlos Bortolo, Dra. Iara França,
Dr. Cássio Alexandre, pessoas dedicadas à ciência que nos inspiram pelos seus
exemplos.
Agradeço a todos os meus colegas do Mestrado, que foram sempre
prestativos, especialmente a Joselane R. Bertolino, Thiago Neves e Tyellen Reis,
cujo apoio e amizade estiveram presentes em todos os momentos.
Por último, quero agradecer à minha querida esposa e meus filhos que são a
razão de tudo isso.
“A menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles
que negam os direitos individuais não podem se
dizer defensores das minorias”. (Ayn Rand).
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas e Técnicas


CF Constituição Federal
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
dB Decibéis
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
NBR Norma Brasileira
NCA Nível de Critério de Avaliação
NR Norma Regulamentadora
OMS Organização Mundial de Saúde
SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização de Montes Claros - 2020 ................................................ 42


Figura 2 - Plano Diretor de Montes Claros - Planta Uso do Solo (2015) ............ 44
Figura 3 - Mapa do Perímetro Urbano da Cidade de Montes Claros dividido por
regiões geográficas cardeais (2015) ....................................................................... 45
Figura 4 - Mapa de Localização do Centro de Montes Claros/MG ..................... 50
Figura 5 - Mapa de Localização da Área Central de Montes Claros - MG / Pontos
de Coleta de dados ............................................................................................ 51
Figura 6 - Ponto 01 - Rua Dona Tiburtina, 1466, Centro .................................... 56
Figura 7 - Ponto 02 - Rua Marina Lina Teixeira, Morrinhos ................................ 57
Figura 8 - Ponto 03 - Rua Coração de Jesus, Centro de Montes Claros ........... 58
Figura 9 - Ponto 04 - Rua Professor Álvaro Prates, Morrinhos .......................... 59
Figura 10 - Ponto 05 - Av. Dep. Esteves Rodrigues, Melo ................................. 60
Figura 11 - Ponto 06 - Rua Coração de Jesus, Centro ...................................... 62
Figura 12 - Ponto 07 - Rua Bocaiúva, Centro..................................................... 62
Figura 13 - Ponto 08 - Rua Melo Viana, Santa Rita I ......................................... 63
Figura 14 - Ponto 09 - Sindicato do Comércio de Montes Claros, Centro .......... 64
Figura 15 - Ponto 10 - Av. Santa Catarina, 73-1, Santa Rita I ............................ 65
Figura 16 - Ponto 11 - Rua Presidente Castelo Branco, Santa Rita I ................. 66
Figura 17 - Ponto 12 - Rua Montese, Santa Rita I.............................................. 67
Figura 18 - Ponto 13 - Rua Barão de Cotegipe, Santa Rita I ............................. 68
Figura 19 - Ponto 14 - Padre Champagnat, 25ª, Roxo Verde ............................ 69
Figura 20 - Ponto 15 - Dom Pedro II, Centro ...................................................... 70
Figura 21 - Ponto 16 - Av. Francisco Sá, Centro ................................................ 71
Figura 22 - Ponto 17 - Av. Dom João Pimenta, Centro ...................................... 72
Figura 23 - Ponto 18 - Av. Afonso Pena, Centro ................................................ 73
Figura 24 - Ponto 19 - Rua Esmeralda, Centro .................................................. 74
Figura 25 - Ponto 20 - Rua Coronel Luís Pires, 261-201, Centro ....................... 75
Figura 26 - Ponto 21 - Rua Coronel Prates, 261, Centro ................................... 76
Figura 27 - Ponto 22 - Rua Padre Augusto, Centro............................................ 77
Figura 28 - Ponto 23 - Coronel Joaquim Costa, 161, Centro ............................. 78
Figura 29 - Ponto 24 - Rua Belo Horizonte, Centro ............................................ 79
Figura 30 - Ponto 25 - Av. Dulce Sarmento, Centro ........................................... 80
Figura 31 - Ponto 26 - Rua Dr. Veloso, 86, Centro............................................. 81
Figura 32 - Ponto 27 - Av. Deputado Esteves Rodrigues, 36, Centro ................ 82
Figura 33 - Ponto 28 - Rua Marechal Deodoro, Centro ...................................... 83
Figura 34 - Ponto 29 - Av. Artur Bernardes, Centro ........................................... 84
Figura 35 - Ponto 30 - Rua José Antônio Rodrigues, Alto São João .................. 85
Figura 36 - Ponto 31 - Rua Bernardinho Souto, Alto São João .......................... 86
Figura 37 - Ponto 32 - Av. Deputado Esteves Rodrigues, 565, Centro .............. 87
Figura 38 - Ponto 33 - Av. Deputado Esteves Rodrigues, 1515, Centro ............ 88
Figura 39 - Mapa de Ruído Laeq Matutino, Centro ............................................ 91
Figura 40 - Mapa de Ruído Laeq Vespertino, Centro ......................................... 92
Figura 41 - Mapa de Ruído Laf Máx. Matutino, Centro ...................................... 93
Figura 42 - Mapa de Ruído Laf Máx. Vespertino ................................................ 94
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tipos de Ruídos e suas definições................................................... 31


Quadro 2 - Lei 5.207 de dezembro de 2019, altera a Lei 3.754/2007 ................ 38
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nível de Critério de Avaliação (NCA) para ambientes externos, em dB(A)


.................................................................................................................................. 34
Tabela 2 - Condições para paralisação das medições e descarte das mesmas devido
a fatores ambientais .................................................................................................. 47
Tabela 3 - Curvas de ponderação, frequência e tempo de medição ....................... 48
Tabela 4 - Localização dos pontos avaliados .....................................................52-53
Tabela 5 - Resultados medição Ponto 01 ............................................................... 56
Tabela 6 - Resultados medição Ponto 02 ............................................................... 57
Tabela 7 - Resultados medição Ponto 03 ............................................................... 58
Tabela 8 - Resultados medição Ponto 04 ............................................................... 59
Tabela 9 - Resultados medição Ponto 05 ............................................................... 60
Tabela 10 - Resultados medição Ponto 06 ............................................................. 61
Tabela 11 - Resultados medição Ponto 07 ............................................................ 62
Tabela 12 - Resultados medição Ponto 08 ............................................................. 63
Tabela 13 - Resultados medição Ponto 09 ............................................................ 64
Tabela 14 - Resultados medição Ponto 10 ............................................................. 65
Tabela 15 - Resultados medição Ponto 11 ............................................................. 66
Tabela 16 - Resultados medição Ponto 12 ............................................................. 67
Tabela 17 - Resultados medição Ponto 13 ............................................................. 68
Tabela 18 - Resultados medição Ponto 14 ............................................................. 69
Tabela 19 - Resultados medição Ponto 15 ............................................................. 70
Tabela 20 - Resultados medição Ponto 16 ............................................................. 71
Tabela 21 - Resultados medição Ponto 17 ............................................................. 72
Tabela 22 - Resultados medição Ponto 18 ............................................................. 73
Tabela 23 - Resultados medição Ponto 19 ............................................................. 74
Tabela 24 - Resultados medição Ponto 20 ............................................................. 75
Tabela 25 - Resultados medição Ponto 21 ............................................................. 76
Tabela 26 - Resultados medição Ponto 22 ............................................................. 77
Tabela 27 - Resultados medição Ponto 23 ............................................................. 78
Tabela 28 - Resultados medição Ponto 24 ............................................................. 79
Tabela 29 - Resultados medição Ponto 25 ............................................................. 80
Tabela 30 - Resultados medição Ponto 26 ............................................................. 81
Tabela 31 - Resultados medição Ponto 27 ............................................................. 82
Tabela 32 - Resultados medição Ponto 28 ............................................................. 83
Tabela 33 - Resultados medição Ponto 29 ............................................................. 84
Tabela 34 - Resultados medição Ponto 30 ............................................................. 85
Tabela 35 - Resultados medição Ponto 31 ............................................................. 86
Tabela 36 - Resultados medição Ponto 32 ............................................................. 87
Tabela 37 - Resultados medição Ponto 33 ............................................................. 88
Tabela 38 - Anexo 1 - Limites de tolerância para exposição ao ruído contínuo ou
intermitente.................................................................................................................89
Tabela 39 – Comparativo acima NCA LEI 10.100 e NCA NBR 10151/2019............. 98
RESUMO

MORAES, Danilo Souza Dias de. AVALIAÇÃO DE RUÍDO AMBIENTAL NA ÁREA


CENTRAL DE MONTES CLAROS – MG, 2021. 104 fls. Dissertação (Programa de
Pós-Graduação em Geografia) - Universidade Estadual de Montes Claros.

O presente estudo apresenta brevemente a legislação sobre ruído ambiental e


discute a temática da poluição sonora, com enfoque nos níveis de ruídos produzidos
na área central de Montes Claros/MG. Trata-se de um assunto relevante, vistos os
possíveis impactos dos ruídos excessivos sobre a população que habita e trabalha
nos centros urbanos. Nesse sentido, avalia os níveis de ruídos captados em
diferentes pontos da área central do perímetro urbano de Montes Claros. O objetivo
geral que a norteia refere-se em avaliar ruídos ambientais identificados na área
central de Montes Claros/MG, tendo como princípio a conservação do meio
ambiente e a preservação da qualidade de vida da comunidade de modo a atender a
legislação vigente e a Norma Brasileira - NBR 10151/2019. Sendo empregada como
metodologia a aferição in loco, conforme as orientações da citada Norma Técnica. O
estudo apresenta a aferição de 33 pontos de medição da área central de Montes
Claros-MG. A relevância desta pesquisa incide principalmente em evidenciar se os
níveis de ruídos causam desconforto e podem afetar a saúde das pessoas que estão
inseridas na área central do município e em seu entorno. E também serve de alerta
para que as autoridades intensifiquem o processo de fiscalização nesta região, com
vistas a minimizar os impactos provocados pelo excesso de ruídos ali existente.
Ademais, os resultados sugerem-se há necessidade de medidas mitigadoras dos
níveis de ruídos encontrados.

Palavras-chave: Ruído ambiental. Poluição sonora. Área Central. NBR 10151.


ABSTRACT

MORAES, Danilo Souza Dias de. ENVIRONMENTAL NOISE ASSESSMENT IN


THE CENTRAL AREA OF MONTES CLAROS - MG, 2021. 104 pages Dissertation
(Graduate Program in Geography) - State University of Montes Claros.

This study briefly presents the legislation on environmental noise and discusses the
theme of noise pollution, focusing on the noise levels produced in the central area of
Montes Claros/MG. This is a relevant issue, considering the possible impacts of
excessive noise on the population that lives and works in urban centers. In this
sense, it assesses the noise levels captured at different points in the central area of
the urban perimeter of Montes Claros. The general objective that the guide refers to
is to assess environmental noise identified in the central area of Montes Claros/MG,
having as a principle the conservation of the environment and the preservation of the
quality of life of the community in order to comply with current legislation and the
Standard Brazilian - NBR 10151/2019. The on-site gauging methodology is used,
according to the guidelines of the aforementioned Technical Standard. The study
presents the measurement of 33 measurement points in the central area of Montes
Claros-MG. The relevance of this research focuses mainly on showing whether the
noise levels cause discomfort and can affect the health of people who live in the
central area of the city and in its surroundings. It also serves as a warning for the
authorities to intensify the inspection process in this region, with a view to minimizing
the impacts caused by the excessive noise that exists there. Furthermore, the results
suggest there is a need for measures to mitigate the noise levels found.

Keywords: Environmental noise. Noise pollution. Central Area. NBR 10151.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 17
Problematização................................................................................................. 19
Objetivos .............................................................................................................. 20
Objetivo geral ..................................................................................................... 20
Objetivos específicos ......................................................................................... 20
Justificativa ......................................................................................................... 21

CAPÍTULO 1 - OCUPAÇÃO SOCIAL E NATUREZA .............................................. 22


1.1 Ocupação da natureza e degradação ambiental .......................................... 22
1.1.1 Debates sobre o meio ambiente e o desenvolvimento .............................. 25
1.2 Ruídos e suas implicações ........................................................................... 28
1.2.1 Ruído urbano e agentes desencadeadores............................................... 28
1.2.2 Legislações e Normas Aplicáveis .............................................................. 32
1.2.3 Poluição sonora e o impacto no ser humano ............................................ 34
1.3 Perímetro Urbano de Montes Claros ............................................................ 36
1.3.1 Espaço urbano e ruídos ............................................................................ 36

CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA DE MAPEAMENTO SONORO APLICADO A


ÁREA CENTRAL DE MONTES CLAROS-MG ......................................................... 40
2.1. Caracterização da área de estudo .............................................................. 41
2.2. NBR 10151/2019 e suas diretrizes metodológicas ...................................... 46
2.2.1 Protetor de vento ....................................................................................... 46
2.2.2 Ajuste do sonômetro.................................................................................. 47
2.2.3 Requisitos Ambientais ............................................................................... 47
2.2.4 Procedimento para coleta de dados .......................................................... 47
2.2.5 Tempo de medição .................................................................................... 48
2.2.6 Definição dos pontos e horários de medição ............................................. 48
2.2.7 Área geográfica dos pontos avaliados ...................................................... 52
2.2.8 Especificação dos equipamentos utilizados .............................................. 53

CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............... 56


3.1 Resultados ................................................................................................... 56
3.2 Resultados medição sonora em decibéis ..................................................... 90
3.3 Discussão dos resultados............................................................................. 95

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 101

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 104


17

INTRODUÇÃO

A pesquisa científica é um caminho trilhado por todos em busca do


conhecimento. O raciocínio científico possui peculiaridades, nele é crucial oferecer
suporte fático aos textos, em especial, aqueles desenvolvidos nas dissertações e
teses exigidas nos programas de pós-graduação Stricto-sensu. Ademais, pesquisas
científicas possuem dimensões pessoais, sociais e políticas, abrangendo a realidade
e as necessidades da sociedade.
As pesquisas científicas nascem da inquietude humana, do seu desejo de
avançar, da sua curiosidade inata. É um processo que reivindica do pesquisador
tempo, maturidade, capacidade de raciocínio lógico, dedicação, interesse pelo tema
em estudo, confiança em si e no seu Orientador.
Graduado em Geografia e em Engenharia Ambiental e especialista em
Engenharia de Segurança do trabalho, residente na cidade de Montes Claros - MG,
o pesquisador observou as transformações ocorridas no município objeto de estudo
ocasionadas pelos processos de uso e ocupação do solo. Além disso, pensar e
escrever sobre a degradação ambiental, o desenvolvimento urbano e ruídos
oriundos do crescimento urbano não foi tarefa fácil e muito menos esgotada nestas
poucas linhas escritas, a partir de sua experiência profissional e, sobretudo, como
eterno aluno das experiências vividas.
Esse caminho iniciou-se com a escolha do tema e do direcionamento a uma
Fundamentação Teórica capaz de sustentar a complexidade da pesquisa e de uma
investigação do assunto dentro da Geografia. Por esse motivo, essa introdução traz
uma breve abordagem ao contexto ambiental sobre os danos e suas consequências
para a sociedade. As situações de crise resultantes dos desequilíbrios da natureza,
as catástrofes tecnológicas e as emergências representam questões que merecem
atenção.
Ao longo dos anos observou-se maior envolvimento dos indivíduos com as
questões ambientais, abarcando sociedade, ciência, tecnologia e meio ambiente. E
ainda, considerando a unificação de saberes advindo de diferentes ciências o
homem, o mundo e o pensar sistêmico não comportam mais a fragmentação do
conhecimento.
18

Para Limberger (2006) a partir da década de 1950 a abordagem sistêmica


trouxe à Ciência, especialmente à Geografia uma nova maneira de entender os
fenômenos e objetos possibilitando maior integração entre sociedade e natureza. A
autora ressalta que “essa nova abordagem da Ciência possibilitou sistematizar ou
compreender a natureza para poder explicá-la e dominá-la, facilitando assim a
exploração e a expropriação da natureza” (LIEMBERG, 2006 p. 97).
A exploração dos recursos ambientais tem consequências em função do
progresso, se por um lado é capaz de gerar riqueza e bem-estar, também pode
causar a degradação ambiental (FERREIRA, 2006).
Desde o advento da industrialização no século XVIII, na Inglaterra, as
consequências da ação humana sobre o meio ambiente vêm se evidenciando, e
ações de degradação e a pouca preocupação com o meio ambiente acabou gerando
problemas ambientais de grandes dimensões. Em função da ampliação do capital e
do aumento das necessidades de consumo, as indústrias foram se multiplicando
sem a devida preocupação com o meio ambiente.
No Brasil, Montes Claros – MG, município situado no Norte de Minas teve sua
expansão territorial acelerada na década de 1970, a partir do processo de
industrialização e outros fatores, viabilizado por uma política desenvolvimentista do
Estado, na qual, incentivos fiscais e financeiros concedidos pela Superintendência
do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), fez com que grandes indústrias do
contexto nacional e internacional se estabelecessem no município.
Silveira (2005), em artigo publicado pela Revista Cerrados estudou a
transformação urbana de Montes Claros e identificou que o espaço urbano montes-
clarense evoluiu para uma nova dinâmica industrial, com uma transformação na sua
reorganização interna. As unidades industriais/produtivas foram instalando-se
gradativamente, fato esse que provocou intenso afluxo populacional, pois o mercado
de mão de obra estava em expansão, o que contribuiu para mudanças na estrutura
urbana e consequentemente aumento da poluição ambiental e sonora.
Dessa forma, este estudo apresenta brevemente a legislação vigente sobre
ruído ambiental e tem como objetivo medir o ruído ambiental na área central do
município de Montes Claros-MG conforme a Norma Brasileira - NBR 10151/2019.
Na Introdução apresentam-se a Problematização, Objetivos e a Justificativa.
No primeiro capítulo, denominado Fundamentação Teórica, traduz-se o aporte
teórico do estudo. No segundo capítulo descreve-se a metodologia de mapeamento
19

sonoro aplicado ao centro de Montes Claros - MG. No terceiro capítulo são


apresentados os resultados obtidos a partir da medição realizada nos trinta e três
pontos de pesquisa e a Discussão. Nas considerações finais e como contribuição foi
possível realizar ampla revisão teórica, sobre a temática e apresentando as
principais legislações nacionais e municipais.

Problematização

O fenômeno da poluição sonora, decorrente do processo de urbanização das


cidades, pode causar significativo impacto ambiental, capaz de alterar o equilíbrio do
sistema ecológico, afetando não apenas o meio ambiente, como também a saúde
humana e a qualidade de vida da população (FERRI, 2013).
Acrescenta Jatobá (2011) que por concentrar pessoas e atividades sobre um
espaço restrito, a urbanização provoca, necessariamente, impactos degradadores
no meio ambiente. Sua ocorrência merece atenção, pois diferente da agricultura e
da mineração, gera de forma concentrada, extensos impactos ambientais, os quais
podem incidir sobre diferentes grupos populacionais, acarretando-lhes também
consequências distintas.
Segundo Guedes (2005), com o desenvolvimento da sociedade e, portanto,
da urbanização e da industrialização, a expansão da malha de transporte e as
próprias características do tecido urbano influenciam diretamente nas implicações
sonoras de uma determinada área. O crescimento desordenado das cidades, ligado
ao aumento da densidade demográfica, resultou no aparecimento de fontes de
ruído, se excessivas são capazes de causar amplo dano à população. Ademais, nos
parques industriais, os usos de equipamentos e de processos sofisticados muitas
vezes implicam em verdadeiras fontes geradoras de ruídos, trazendo prejuízos aos
funcionários e a pessoas que frequentam ou residem próximos a esses ambientes.
A esse respeito, Miguel (2012) afirma que o ruído excessivo em indústrias,
frequentemente decorre da falta de preocupação com a acústica do espaço
projetado e da omissão em providenciar mecanismos para minimizar esse efeito. A
Norma Regulamentadora, NR-15 Atividades e Operações Insalubres (115.000-6),
orienta que em cada caso deve ser realizado um estudo cuidadoso, com vistas ao
desenvolvimento de projetos e soluções adequadas à poluição sonora (BRASIL,
1981). O aumento da poluição ambiental, em especial a sonora, bem como os
20

impactos dos ruídos excessivos sobre a população que habita e trabalha nos centros
urbanos, tem crescido em larga escala.
Assim, diante das consequências do ruído urbano e a necessidade de se
encontrar soluções para anular ou minimizar os efeitos dessa degradação ambiental
sobre as pessoas, pretende-se avaliar ruídos ambientais identificados na área
central do município de Montes Claros/MG. E para tanto, o presente estudo se
norteia pelas seguintes perguntas: Quais as condições dos ruídos captados em
diferentes pontos da área central no perímetro urbano de Montes Claros?
Nesse contexto para responder às indagações desta pesquisa faz-se
necessário à medição de ruídos em diferentes pontos desta urbe, bem como a
avaliação da aceitabilidade dos mesmos, conforme parâmetros legais e a NBR
10151/2019 (Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas
habitadas - Aplicação de uso geral) relativa a limites de ruído permitidos (ABNT,
2019).

Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo incide em avaliar os ruídos ambientais


identificados na área central de Montes Claros/MG.

Objetivos específicos

Para elucidar a questão problema do estudo considerou-se os seguintes


objetivos específicos na presente pesquisa:
✓ Apresentar revisão de literatura, bem como legislações nacionais e
municipais sobre o tema;
✓ Identificar fontes de ruído e definir pontos de medição na área central
de Montes Claros-MG;
✓ Avaliar os níveis sonoros das áreas pesquisadas;
✓ Sugerir, se necessário, medidas efetivas para mitigar os danos da
poluição sonora, gerados no ambiente em análise.
21

Justificativa

Diante de vários problemas ambientais no Brasil, a poluição sonora tem se


tornado um grave problema ambiental e urbanístico. O aumento nos níveis de ruídos
revela que a poluição sonora representa o tipo de poluição ambiental de maior
reclamação por parte da população.
Esta pesquisa se justifica em especial pela necessidade de monitoramento da
acústica ambiental na área central da cidade de Montes Claros (MG). Verificar os
níveis de ruídos e a conformidade aos padrões estabelecidos pelas normas
brasileiras e legislações, bem como o respeito à saúde e bem-estar populacional
pode contribuir para uma melhor qualidade de vida da população residente na Área
Central da cidade de Montes Claros (MG).
No cunho social as políticas públicas para combater a poluição ambiental são
pouco eficazes. É dever do Estado atuar com Políticas Públicas, de forma eficaz na
defesa do meio ambiente para evitar sua degradação, na prevenção do dano
ambiental com o objetivo de preservar e restaurar os processos ecológicos
essenciais. Este estudo pode contribuir com legisladores e governantes para que
cuidados e proteção ambiental possam ser respeitados na cidade. Ademais, a
contribuição torna-se significativa para a cidade e população, pois ao se identificar
as principais fontes de poluição sonoras na região central possibilita aos órgãos
fiscalizadores agir nos pontos de maior tensão, explicitados no estudo.
Esta temática contribui para a comunidade acadêmica uma vez que ruídos
existentes no espaço urbano causam interferência direta na qualidade de vida da
população. Além disso, a pesquisa permite um conhecimento pormenorizado dos
locais com maior incidência e níveis de ruído na área central de Montes Claros,
dados que poderão auxiliar alunos, professores e demais profissionais em estudos
futuros. Temáticas desta natureza enriquecem os estudos na Geografia e favorecem
pautas para novas investigações.
Além disso, para o pesquisador a construção de uma pesquisa capaz de
contribuir para uma maior conscientização de sujeitos como, governo, órgãos
públicos de planejamento, gestão, indústrias, comércio e sensibilizar a sociedade
sobre a poluição sonora, na área central de Montes Claros - MG torna-se
imprescindível.
22

CAPÍTULO 1 – OCUPAÇÃO SOCIAL E NATUREZA

1.1 Ocupação da natureza e degradação ambiental

O ser humano necessita ocupar espaço físico na sociedade para sobreviver e


se desenvolver. Conforme Bourdieu (2013), enquanto ser biológico e agente social,
o homem situa-se em um lugar e ocupa uma posição. O lugar refere-se ao sítio no
qual o sujeito se estabelece como localização; quanto à posição, diz respeito ao
escalão no interior de uma ordem.
Nessa direção, verifica-se que os indivíduos informam o imperativo de moldar
e organizar o ambiente, todavia isso passou a acontecer para além de suas
necessidades básicas, subordinando-o aos seus anseios. O espaço social então é
lugar de vida, convivência e trabalho, e o espaço geográfico é aquele organizado
pelo homem vivendo em sociedade.
Historicamente, cada sociedade tem produzido seu espaço como lugar de sua
própria reprodução. Santos (1978, p. 171), afirma que “[…] a utilização do território
pelo povo cria o espaço”, ou seja, mudanças ocorrem ao longo da história, e o que
antes era apenas um território, assume significações de pertencimento para os
sujeitos, constituindo o seu espaço. Em outras palavras, Santos (1996, p. 51) explica
que,

A configuração territorial é dada pelo conjunto formado pelos sistemas


naturais existentes em um dado país ou numa dada área e pelos
acréscimos que os homens superpuseram a esses sistemas naturais. A
configuração territorial não é o espaço, já que sua realidade vem de sua
materialidade, enquanto o espaço reúne a materialidade e a vida que a
anima.

Nesse contexto, o espaço geográfico é mais amplo e complexo, formado por


um sistema indissociável de sistemas de objetos e ações, onde a instância social
ocorre nas relações humanas, as quais podem ser modificadas no decorrer da
história (SANTOS, 1978).
Pode-se acrescentar que “seria impossível pensar em evolução do espaço se
o tempo não tivesse existência no tempo histórico” (SANTOS, 1979, p. 42). Portanto,
“[…] a sociedade evolui no tempo e no espaço. O espaço é o resultado dessa
associação que se desfaz e se renova continuamente, entre uma sociedade em
movimento permanente e uma paisagem em evolução permanente” (SANTOS,
23

1979, p. 43).
Por conseguinte, a ocupação abrange o ato de produzir o lugar onde se situa
o sujeito. “O espaço chamado urbano, considerado como um dos elementos
formadores da cidade é aquele que se estende para além do lote privado urbano”
(ZEVI, 1978, p. 25). Em consonância, Rolnik (1988, p. 08) afirma que:

[…] a cidade é uma obra coletiva composta por esses espaços arquitetados
que desafiam a natureza para atenderem a desejos e necessidades dos
seus habitantes. Sabe-se que as cidades, tomadas como conjunto maior
desses espaços, servindo de abrigo e proteção para o ser humano, de
locais para trocas de mercadorias e de serviços, foram surgindo com as
suas respectivas especificidades. Com isso, em algumas situações, foram
se definindo os espaços urbanos de acordo com as modalidades e
interesses peculiares de cada urbe.

Ao produzir o espaço urbano, o homem se apropria e transforma a natureza,


todavia, é passível de obter como resultado não apenas objetos/mercadorias de seu
interesse, visto que, muitas vezes, agregados a esses produtos tem-se problemas
advindos da produção, bem como da ocupação e da industrialização do território.
(PEREIRA, 2001).
Ao ocupar um espaço e nele produzir um bem há necessidade de pensar os
processos, prever e acompanhar possíveis consequências, pois no processo de
produção obtêm-se mercadorias desejáveis, mas também podem ocorrer desvios do
modelo de desenvolvimento, como alimentos deteriorados e automóveis poluidores,
entre outros. É nesse contexto que Pereira (2001) afirma: os produtos pensados ao
se transformarem em problemas informam acerca das contradições do processo de
produção, bem como expõem a complexidade do processo de apropriação,
produção e consumo do espaço como parte integrante das relações societárias com
a natureza.
Na mesma perspectiva, para Jacobi (2005) o uso inapropriado e degradante
dos recursos naturais decorre a sociedade produtora de riscos, com graves
consequências ambientais e tecnológicas. Esse autor também entende que a
sociedade atual se encontra ameaçada e afetada diretamente por riscos e agravos
socioambientais, incididos de uma degradação permanente. Assim, o uso intenso da
natureza por muitos países nos últimos séculos gerou sistemas ecológicos e sociais
vulneráveis, prevalecendo à ideologia do progresso minimizando as questões
ambientais.
24

Na concepção de Bartholo (2001) a aceleração das transformações e da


destruição dos espaços naturais implicou na consistência dos riscos ambientais.
Essa consequência do crescimento das atividades econômicas já era alertada por
alguns pensadores desde os primórdios da Revolução Industrial, como exemplo por
Malthus (1798) que em sua Teoria Malthusiana já abordava a probabilidade de
defasagem entre crescimento demográfico e os limites da natureza à oferta de
alimentos.
Desse modo, na interface entre vida social, modernidade e meio ambiente, as
tensões surgidas assentaram como necessário o repensar das ações como
condição essencial a sobrevivência humana. Guimarães (2001) escreve que
modernidade e meio ambiente resultam de uma dinâmica comum, baseada no
protagonismo crescente do ser humano com referência às superestruturas e, ao
mesmo tempo, demanda o repensar das relações com a natureza, o que obriga o
homem a questionar profundamente a atual modernidade e a buscar um novo
paradigma de desenvolvimento.
Cabe aqui ainda a explanação de Sachs (2004) de que crescimento, mesmo
que em ritmo acelerado, não designa desenvolvimento, uma vez que conforme esse
autor, a concretização do desenvolvimento demanda a ampliação do emprego, a
redução da pobreza e a atenuação das desigualdades. O autor reforça ainda que os
objetivos do desenvolvimento vão além da multiplicação da riqueza material. O
desenvolvimento então é conjuntura necessária para uma vida mais digna para
todos. Ele finca suas raízes no controle e na reparação das desigualdades sociais
(SACHS, 2004).
Retomando os estudos de Guimarães (2001), encontra-se que na busca por
respostas para a tensão criada entre o meio ambiente e a modernidade é preciso
guiar-se pela ética, pois,

[…] se meio ambiente e modernidade nutriram-se da mesma fonte


civilizatória para constituir o verdadeiro dilema ou desafios do novo milênio,
o conteúdo de valor ou a ética desse questionamento funciona como o
amálgama que confere significado e direção a essa tensão (GUIMARÃES,
2001, p. 43).

Partilhando da mesma compreensão, Bartholo (2001, p. 62) informa que a


ética implica na determinação de regras, o que se faz necessário à lógica da
economia industrial, que é, “[…] em sua essência, ambientalmente, insustentável, a
25

menos que sejam impostas posturas reguladoras (políticas públicas ou mudanças


comportamentais)”.
Por sua vez Cunha e Augustin (2014, p. 137) compreendem que:

[…] o cerne da emergência de políticas públicas ambientalmente


sustentáveis aponta para o conteúdo e os elementos (atores)
multidimensionais do processo da sustentabilidade, com o fortalecimento
das instituições reguladoras. O ente regulador deverá se mostrar (e buscar)
não apenas fiscalizador de cumprimento de normas, burocracias, mas ser
um conciliador dos interesses, para um bem maior: a preservação do meio
ambiente e mercado, com vistas ao desenvolvimento.

Acrescentam esses autores, que passados mais de dois séculos de


industrialização não havia restrições ao crescimento da economia, portanto,
prevalecia uma ausência geral acerca da necessidade de se pensar a finitude dos
recursos naturais e a degradação do meio ambiente. Portanto, entendem que os
riscos contemporâneos relativos ao meio ambiente evidenciam os limites deste e as
consequências das práticas sociais, demandando novos posicionamentos para a
ocupação e uso da natureza.

1.1.1 Debates sobre o meio ambiente e o desenvolvimento

A ideologia do progresso que rejeitava/minimizava as questões ambientais


persistiu firmemente até antes de 1970, quando os debates pela preservação da
natureza tornaram-se mais intensos, bem como as publicações científicas a esse
respeito alcançaram maior visibilidade (JACOBI, 2005).
Nesse cenário, se fizerem presentes duas correntes interpretativas do
processo em curso. Uma primeira, econômica e técnico-científica, propunha uma
articulação entre crescimento econômico e preservação ambiental, sinalizando para
a necessidade de mudanças nas abordagens do desenvolvimento econômico. A
segunda, de cunho crítico ambientalista ao modo de vida contemporâneo, entendia
que a questão demandava discussões e acordos em nível mundial e, assim, atitudes
mais concretas (VIANA, et al., 2001).
Desse modo, sobretudo, por reforço desta última corrente, a questão
ambiental ganhou visibilidade pública e colocou a dimensão do meio ambiente na
agenda internacional, apesar da resistência de grandes nações do Primeiro Mundo,
que insistiam no modelo degradante de desenvolvimento.
26

De acordo com Viana et al. (2001), a Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, na Suécia, no ano de 1972, marcou o início
das discussões na esfera mundial defendendo a conciliação entre desenvolvimento
e conservação dos recursos naturais. Essa Conferência discutiu ainda a redução
dos impactos da poluição industrial, do lixo atômico e da degradação dos recursos
hídricos, dentre outros.
O conceito de ecodesenvolvimento então foi criado como uma concepção
alternativa de desenvolvimento, que preconizava o bem-estar e a melhoria do
padrão de vida dos indivíduos sem a necessidade de baixa do padrão de vida de
outro indivíduo e sem a redução do estoque de capital natural ou o produzido pelo
homem (JACOBI, 2005).
Viana et al. (2001) observa que em um primeiro momento prevaleceu nos
debates o apelo à conscientização dos usos dos recursos da natureza, sem o
estabelecimento de significativas medidas de controle. Contudo, diante de
demandas locais, ampliavam-se nos diferentes países, inclusive no Brasil, os
movimentos em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida.
Aqui, em nome do desenvolvimento,

[…] a ditadura militar incentivava a ocupação e a colonização da Amazônia


por meio de grandes projetos agropecuários devastadores, ao mesmo
tempo em que abria as portas do país para indústrias poluidoras,
pressionadas pelo Primeiro Mundo (VIANA et al., 2001, p. 07).

De outro modo, além da degradação ambiental gerada, o crescimento


econômico ilimitado vinha colocando em risco a própria base material de sua
reprodução, uma vez que ao externalizar seus custos sociais e ambientais, ele
ampliava a desigualdade socioeconômica (VIANA et al., 2001).
Corroborando com esse entendimento, Guimarães (2001, p. 51) afirma que o
planeta vivia uma crise diante do “[…] esgotamento de um estilo de desenvolvimento
ecologicamente predador, socialmente perverso, politicamente injusto, culturalmente
alienado e eticamente repulsivo”.
Do uso do termo ecodesenvolvimento passou-se para desenvolvimento
sustentável, conforme o Relatório de Brundtland-nosso futuro comum de 1988,
fundamentando-se no uso racional da natureza de modo a não comprometer as
necessidades da sociedade atual e de gerações futuras.
27

Conforme Bartholo (2001, p. 74), “Desenvolvimento sustentável é aquele que


faz face às necessidades da geração presente, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades”. Todavia, informam os
autores Bartholo (2001) e Jacobi (2005), que apesar do imperativo de construção do
desenvolvimento sustentável, nas décadas de 1980 e 1990 houve um avanço da
crise ambiental e o aprofundamento dos problemas sociais e econômicos.
Muitas nações, não se esforçaram em realizar as mudanças necessárias e,
diante a atrofia interna de suas políticas estatais de regulação, em matéria de
proteção ao meio ambiente, evidenciaram que o mercado não conduz a um ótimo
coletivo. Por conseguinte,

Dentre as transformações mundiais nestas duas décadas, aquelas


vinculadas à degradação ambiental e à crescente desigualdade entre
regiões assumem um lugar de destaque que reforçou a importância de
adotar esquemas integradores. Embora ambos os processos fossem
concebidos inicialmente de maneira fragmentada, sem vinculações
evidentes, hoje se torna mais explícita a sua articulação dentro da
compreensão no plano de uma crise que assume dimensões globais.
Articulam-se, portanto, de um lado, os impactos da crise econômica dos
anos de 1980 e a necessidade de repensar os paradigmas existentes; e, de
outro, o alarme dado pelos fenômenos de aquecimento global e a
destruição da camada de ozônio, dentre outros problemas (JACOBI, 2005,
p. 237).

Todavia, no âmbito das discussões foi na Conferência das Nações Unidas


sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92), realizada no Rio de Janeiro,
Brasil, em 1992, que o conceito de sustentabilidade se consolidou. Ainda que não
tenha alcançados seus objetivos, os debates, declarações e documentos formulados
nessa década deixaram clara a responsabilidade do Estado ante as questões
ambientais e o princípio da responsabilidade comum, bem como o princípio da
responsável comum, porém diferenciada entre os países desenvolvidos e os países
em desenvolvimento (JACOBI, 2005).
Nessa Conferência também foi firmada a Agenda 21, constituindo-se em uma
tentativa de promover em escala planetária um novo padrão de desenvolvimento, de
modo a conciliar métodos de proteção ambiental, justiça social e econômica. Além
disso, resultou em outros acordos como a Declaração do Rio, a Convenção sobre a
Diversidade Biológica e a Convenção sobre Mudanças Climáticas (JACOBI, 2005).
Ainda que muitos países não tenham colocado em prática as políticas
ambientais elaboradas durante a “Rio 92”, os documentos acima mencionados
28

produzidos nesse evento continuam orientando as discussões ambientais. No ano


de 2002 foi realizada a Cúpula Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, Rio +10, em Johanesburgo, África do Sul, todavia, os debates não
foram aprofundados em torno do desenvolvimento sustentável e, praticamente, não
houve feitos novos acordos (JACOBI, 2005).
Portanto, verifica-se que os princípios de proteção ambiental e de
desenvolvimento sustentável continuam a ser percebidos como entraves para o
crescimento econômico. A sustentabilidade exige da sociedade, novas posturas e
atitudes, todavia isso depende de uma conscientização que ultrapasse os interesses
de uma nação e a recusa de outra para surtir efeitos em grande escala.
Rossing (2007) discorre que compete às autoridades governamentais ampliar
a conscientização sobre os aspectos ambientais e ecológicos. Afirma ainda que
essa compreensão deve ser incentivada nos currículos escolares, da escola
fundamental às de nível superior, visando à aquisição de conhecimentos básicos em
relação ao meio ambiente e a qualidade de vida.
Na próxima seção discute-se propriamente o objeto de estudo desta
pesquisa, ou seja, o ruído ambiental ocorrido no espaço urbano, seus agentes
desencadeadores e efeitos incididos no ser humano.

1.2 Ruídos e suas implicações

1.2.1 Ruído urbano e agentes desencadeadores

Os sons são flutuações de pressão propagadas em meio elástico, o qual pode


ser sólido, líquido ou gasoso. Essas flutuações de pressão caracterizam-se por
movimentos de compressão e expansão de partículas disseminadas em forma de
ondas, a partir do ponto de origem da emissão sonora (HARRIS, 2002). Também se
entende como som, qualquer variação de pressão que a audição consiga apreender,
podendo o mesmo ser agradável ou gerar algum incômodo (BERTULANI, 2000).
A maior parte dos sons é complexa, e, portanto, apresentam diferentes ondas
superpostas, como na fala, na música e nos ruídos. Em termos físicos, não há
diferença entre som e ruído, entretanto, conforme os níveis deste último, ele se
constitui uma preocupação mundial devido aos impactos causados ao meio
29

ambiente e à saúde humana (HARRIS, 2002). Nesse sentido, o ruído costuma ser
definido como um som ou conjunto de sons indesejáveis ou perturbadores
(BERTULANI, 2000).
O ruído então se refere ao fenômeno audível que produz sensações não
prazerosas ou ainda, o distúrbio sonoro não desejável, que desqualifica o ambiente
onde é produzido, visto que seus efeitos podem modificar e degradar relações
sociais (SOUZA, 2004). Conforme a NBR 16313 – Acústica: Terminologia, o termo
ruído refere-se aos sons que podem causar incômodos, também chamados de não
inteligíveis.
Desse modo, o ruído resulta de vibrações irregulares, as quais podem afetar o
equilíbrio sonoro. Sendo propagado cotidianamente, é capaz de causar desconforto
mental e físico, uma vez que suas repercussões atingem o sistema auditivo e
diversas funções orgânicas do corpo (MONTE, 2013). Embora não se acumule como
outros tipos de poluição, a poluição sonora causa vários danos ao corpo, à
qualidade de vida das pessoas, à fauna e à flora e, por isso, é reconhecida como um
problema de saúde pública mundial (CERRI, 2016).
O ruído excessivo pode acarretar perturbações na saúde mental, danos ao
repouso noturno e ao sossego público; bem como afeta interesse difuso e coletivo,
na medida em que impactam da deterioração da qualidade de vida, na interação
entre pessoas, principalmente quando os níveis estão acima dos toleráveis pelo
ouvido humano (WHO, 2003).
Conforme a Organização Mundial de Saúde – OMS, a poluição sonora ocupa
o segundo lugar no ranking das poluições de maior impacto sobre a população,
perdendo somente para a poluição do ar (WHO, 2016).
Por não ser muitas vezes percebida, a poluição sonora causa danos que se
acentuam no decorrer do tempo de exposição, tornando-se muitas vezes
irreversíveis. Diante os desconfortos gerados, ela é compreendida como a forma de
poluição que atinge o maior número de pessoas (MACHADO, 2004).
Partilhando do mesmo entendimento, Silva (2011) afirma que, em relação aos
demais tipos de poluição, a poluição sonora é a que apresenta maior ameaça, visto
sua dificuldade percepção e identificação imediata de seus efeitos, podendo, desse
modo, interferir na saúde humana.
A legislação brasileira, por meio da Norma Regulamentadora n° 15 - anexo
sancionada em 1996, estabelece que os níveis de ruído contínuo ou intermitente
30

devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora
operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta - SLOW.
(SOUZA, 1998). Portanto quando exposto a até 50 dB (decibéis), o organismo do ser
humano é capaz de se adaptar a esse estímulo.
Todavia, é considerado danoso à saúde qualquer valor superior a esta
determinação (NUNES; SATTLER, 2004). Dessa maneira, a partir de 55 dB tem
início o estresse auditivo e, por volta dos 65 dB, começa o desequilíbrio bioquímico
com aumento das taxas hormonais vinculadas ao estresse (WHO, 2003).
Desse modo é possível verificar a elevação da frequência cardíaca,
respiratória e da pressão sanguínea, favorecendo os riscos de infarto, derrame
cerebral e infecções. Além disso, infere-se que a exposição ao ruído demasiado não
limita ao fato de ser agradável ou não, pois se torna uma relevante questão de
saúde pública (CARNEIRO, 2002).
Conforme Burgess (1996), os estudos acerca do ruído, como fator de
insalubridade e desconforto no centro urbano, tiveram início na contemporaneidade,
a partir da década de 1970, apesar da gravidade de seus impactos. O conceito de
qualidade de vida passou então a ser empregado em diferentes contextos, incluindo
o meio ambiente. Desse modo, na atualidade se observa os esforços de muitas
ciências, no sentido de anular ou minimizar as consequências da degradação do
meio ambiente sobre as pessoas (RIBAS; SCHMID; RONCONI, 2010).
A problemática do ruído urbano é compreendida por Fernandes (2002) como
uma poluição que não tende a se reduzir com o tempo, ao contrário, a propensão é
de elevar-se com o crescimento populacional. Zannin (2002) também informa acerca
dessa relação entre aumento da população urbana e sua interferência direta na
ampliação do ruído que provoca poluição sonora, sobretudo nos grandes centros,
sendo exemplos de tais fontes o tráfego de veículos e a construção civil.
Os principais tipos de ruído e suas características são apresentados no
Quadro 1 a seguir.
31

Quadro 1 – Tipos de ruídos e suas definições

Tipo de
Características Autores
ruído
É aquele no qual durante todo o tempo de observação
Ruído BIES; HANSEN,
verifica-se uma variação de dB3±. Sua intensidade sonora
contínuo 2003.
não altera em proporção diferente de 100 %

O nível de pressão sonora varia até 3dB, em períodos


SALIBA, 2004
curtos, menores que 15 minutos
Ruído
intermitente No decorrer de avaliação a curva de compensação e o
circuito de resposta serão os mesmos para os ruídos BRASIL, 1978
contínuos e intermitentes
Aquele cuja duração mostra-se inferior a um segundo e se
repete em intervalos maiores que um segundo.
Ruído de BIES; HANSEN,
Geralmente, esse tipo de ruído é produzido através de não
impacto 2003
explosivos, e assim, advém do impacto entre metal com
metal em processos industriais

Apesar de apresentar-se nas mesmas circunstâncias que o


Ruído ruído de impacto, ocorre pela liberação repentina de BIES; HANSEN,
impulsivo energia, tendo como exemplo a detonação de explosivos, 2003
detonação de fogos de artifício e tiros com armas de fogo

Este se propaga por ondas elásticas a todos os elementos


da estrutura de uma edificação ou ainda, deriva da
Ruído de excitação direta de um elemento divisório ou artefato da
PATRÍCIO (2005)
percussão estrutura de uma edificação e, que devido a rigidez das
ligações existentes no decurso da estrutura predial pode-se
propagar com facilidade para toda a malha limítrofe.

Exemplo de ruído de percussão: os passos de pessoas no


piso superior de um prédio, a queda de um objeto no piso
ou batidas nas paredes divisórias entre ambiente e, do
ALMEIDA (2008)
mesmo modo, a vibração advinda de uma máquina
industrial em funcionamento, instalada diretamente sobre
um piso superior ou em paredes divisórias de um recinto.
Há várias maneiras de controlar o ruído no interior desses
ambientes, como a distribuição homogênea do som, o qual
deve chegar a todos os pontos dos ambientes com o
mesmo nível sonoro. Para o autor a boa relação de
sinal/ruído, em que o som gerado no interior do recinto
deve permanecer com níveis acima do ruído de fundo; a FERNANDES
reverberação adequada, situação em que uma onda sonora (2002)
se propaga no ar e ao encontrar uma barreira, como uma
parede, reflete, gerando uma onda sonora refletida. E
ainda, fazer um projeto arquitetônico que evite os reflexos
do som, ou revestir as superfícies do recinto com material
absorvente acústico.

Fonte: Elaborado pelo pesquisador


32

Desse modo, ainda que não deixe impactos visíveis no ambiente, como
ocorre com outras fontes de poluição o ruído se apresenta como uma das principais
formas de poluição ambiental, haja vista os impactos negativos sobre o meio
ambiente e à qualidade de vida da população (STANDER; THEDORE, 2008; WHO,
2011).

1.2.2 Legislações e Normas Aplicáveis

No trato do ruído ambiental, existem leis nas esferas federal, estadual e


municipal. Partindo de uma perspectiva cronológica, data da década de 1970, a
primeira legislação criada no Estado de Minas Gerais referente ao assunto, sendo a
Lei Estadual nº 7.302 de 1978, que dispõe sobre a proteção contra a poluição
sonora no Estado de Minas Gerais. Posteriormente, essa legislação sofreu
acréscimos e modificações, em conformidade com decretos e leis federais (MINAS
GERAIS, 1990).
Alguns anos depois, no âmbito pátrio, foi estabelecida a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, por meio da Lei
6.938 de 1981. É preciso informar que em períodos posteriores esse dispositivo
recebeu acréscimos e modificações, entretanto é vigente até os dias atuais
(BRASIL, 1981). Na mesma década, com a Constituição Federal determinou-se as
competências de cada ente federativo em relação à proteção ao meio ambiente e ao
combate a todo forma de poluição, incluindo a sonora, bem como estabeleceu o
direito a todos de viver de um ambiente ecologicamente equilibrado, de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida (BRASIL, 1988).
Retomando a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamenta-se a criação e
o funcionamento do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), órgão
consultivo e deliberativo, tem a função de assessorar, estudar e propor ao Conselho
de Governo, diretrizes de políticas governamentais sobre o meio ambiente, bem
como normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida (BRASIL, 1981). Assim, entre
outras funções, o CONAMA atua para que sejam validadas as normas e padrões
aceitáveis de poluição sonora conforme previsto em lei.
Nesse sentido, se faz indispensável abordar a Resolução CONAMA nº
001/1990, haja vista suas deliberações sobre os critérios de padrões emissão de
33

ruídos decorrentes de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou


recreativas, inclusive as de propaganda política. Ela informa que em tais ambientes,
o ruído é prejudicial à saúde e ao sossego público quando em níveis superiores aos
considerados aceitáveis. Ademais, a Resolução CONAMA nº 002/1990, estabelece
normas, métodos e ações de controle do ruído excessivo que resulta em
interferências na saúde e no bem-estar da população (BRASIL, 1990).
Os fundamentos técnicos que embasam essas legislações advêm de estudos
e experimentos realizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,
apresentados por meio de normas. É preciso esclarecer que as NBRs não têm poder
de lei, contudo, há casos em que o atendimento a uma norma técnica específica é
exigido de forma explícita em uma legislação, como é o caso, entre outros, da Lei
Estadual nº 10.100/1990, que dá nova redação ao artigo 2º da Lei nº 7.302/1978,
dispondo sobre a proteção contra a poluição sonora no Estado de Minas Gerais. Em
seu artigo 1º, ela informa que na medição e na avaliação dos níveis de ruídos
previstos nesta Lei, deverão ser obedecidas as orientações contidas na NBR-7731,
da ABNT, ou nas que lhe sucederem (MINAS GERAIS, 1990).
Nesse mesmo cenário, e com grande significância no âmbito nacional, o item
II da Resolução CONAMA 01/90, sobre a poluição sonora expressa que:

II – São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item


anterior, os ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela
norma NBR 10.151 – Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o
conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT (BRASIL, 1990).

Por força desta citação, os limites e metodologia estabelecidos pela ABNT


NBR 10151 para emissão de ruído ambiental passaram a ser de observância
compulsória pela coletividade. Por conseguinte, Estados e municípios não podem
criar leis ou procedimentos menos restritivos, devendo, pois, seguir a referida norma.
Portanto, apresentar ao órgão ambiental laudo de ruído que não atenda na íntegra
os requisitos da NBR 10151, pode ensejar em descumprimento de condicionante ou
informação complementar, passível de punições como nulidade da condicionante,
multa e demais penalidades previstas na lei. Dessa maneira, os laudos de ruído
ambiental devem atender a NBR 10151, respeitando todas as suas orientações nos
aspectos metodológicos e no tipo de equipamento apto a realizar este serviço
(ABNT, 2019).
34

A primeira publicação da NBR 10.151 data de 1987. No decorrer dos anos,


ela vivenciou reformulações. Sua versão mais recente foi publicada em 2019, na
qual estabelece procedimentos para medir a avaliar níveis de pressão sonora em
áreas habitadas – aplicação de uso geral, limites de níveis de pressão sonora para
ambientes externos às edificações, em áreas destinadas à ocupação humana, entre
outros. De modo distinto das edições anteriores, esta oferece informações com
maiores detalhes, a fim de minimizar interpretações incorretas e unificar os
resultados apresentadas. Ela traz a materialização dos sons tonais e impulsivos, os
quais quando constatados, devem ser acrescidos 5dB (ABNT, 2019).
O Nível de Pressão Sonora (NPS), manifesto em dB (decibel) é o parâmetro
utilizado pela NBR.10.151 para medir os ruídos ambientais. Esse processo é
realizado pelo instrumento designado sonômetro ou medidor de pressão sonora, o
qual calcula a relação logarítmica entre a pressão sonora no ambiente e uma
pressão sonora de referência. Os níveis aceitáveis de ruídos constatados pela
Norma supracitada são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 - Nível de Critério de Avaliação (NCA) para ambientes externos, em dB(A)

Diurno Noturno
Tipos de áreas
(7h-21h) (22h-7h)
Áreas de sítios e fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais e escolas 50 45
Área mista, predominantemente residencial 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área predominantemente industrial 70 60
Fonte: Adaptado de ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.151:2019.

Observa-se que o nível de aceitabilidade do ruído de acordo com a NR


10.151 varia em conformidade com diferentes tipos de áreas (urbana, rural,
residencial, comercial, recreacional e industrial) e períodos do dia (diurno e noturno).

1.2.3 Poluição sonora e o impacto no ser humano

Para Nagem (2004) enquanto produzir e viver sem poluir não se torna uma
prática comum, o ser humano continuará a sofrer os efeitos de suas intervenções e
explorações inconsequentes no meio ambiente, passando a ter uma vida, apesar de
todos os avanços, muitas vezes desconfortável.
35

A poluição sonora pode afetar um dos órgãos mais sensíveis do corpo


humano, o ouvido órgão coletor dos estímulos externos, transforma as vibrações
sonoras em impulsos sonoros levando-as para cérebro (FERNANDES, 2002).
Na percepção de Rinard (2014) o ouvido humano capta o som ou o ruído por
meio da variação da pressão sonora, cuja medição é expressa em decibéis (dB). O
som é um fenômeno físico que se propaga no ar por meio de vibrações. Por serem
uma forma de energia, as vibrações causam oscilação da pressão do ar. O ruído,
por sua vez, é fruto de uma associação de sons e está ligado ao pensamento de
som indesejável e desagradável.
Gerges (2000) citado por Nagem (2004, p.34) explica que,

O ouvido humano responde a uma larga faixa de níveis sonoros, desde o


limiar da audição até o limiar da dor. Esta faixa é muito extensa, sendo
difícil, muitas vezes, expressar ordens de grandeza tão diferentes em uma
mesma escala linear. Por este motivo, passou-se a utilizar a escala
logarítmica para expressar os níveis sonoros (GERGES, 2000).

Ressalta-se ainda que o ouvido precisa um pouco mais do que 16 horas de


repouso para compensar duas horas de exposição a 100 dB (IBERDROLA, 2021).
Segundo Ferri (2013, p. 11) o ser humano é diariamente bombardeado por
sons e ruídos muito superiores aos que recomendam os especialistas, fator
recorrente nos grandes centros urbanos.
Garbin (2013) corrobora quando afirma, o ser humano está exposto em seu
cotidiano a inúmeras fontes de poluição sonora, os ruídos advêm de aeroportos,
veículos automotores, inclusive carros de som, bares, templos religiosos,
manifestações públicas, vendedores ambulantes, eletrodomésticos e máquinas
industriais. De modo geral, o comércio e a indústria são grande causador do
aumento de ruídos que podem causar prejuízos físicos e psicológicos não só ao
homem como a todos os seres vivos.
Para Garbin (2013) o excesso de ruído pode afetar o homem por meio de
aspectos fisiológicos e psicológicos. A autora aponta os efeitos maléficos da
poluição sonora no campo fisiológico da saúde humana, tais como:

[…] aumento da pressão sanguínea; aumento do ritmo cardíaco; interrupção


do processo digestivo; maior produção de adrenalina e de outros
hormônios. Sob exposição prolongada ao ruído, o indivíduo está sujeito ao
absenteísmo; incidência de úlcera; cefaleias; doenças do coração;
impotência sexual; úlcera; hipertensão; isquemia; maior consumo de
36

tranquilizantes; náuseas; perturbações labirínticas; e a perda auditiva


(GARBIN, 2013 p. 17).

Os efeitos maléficos da poluição sonora no campo psicológico da saúde


humana apresentam variação dependendo do nível de ruído a que o indivíduo está
exposto e sua capacidade de tolerância. Para Garbin (2013) o ruído causa,

[…] desconforto, desassossego e irritação. Até os sons mais fracos podem


ser perturbadores. Os danos-efeitos ocasionados a pessoas expostas ao
ruído: ansiedade; desmotivação (e consequente redução da produtividade
no trabalho); excitabilidade; falta de apetite; insônia; perda da libido; tensão
e cansaço (podem afetar significativamente os sistemas nervoso e
cardiovascular); tristeza; irritabilidade exagerada; estresse (tornando as
pessoas sem motivação própria); alterações de humor; e redução da
concentração (e consequente redução da aprendizagem) (GARBIN, 2013 p.
18).

De acordo com Nagem (2004, p.31), os efeitos provocados por “ruídos


excessivos no ser humano varia não apenas com a intensidade (altura do som), mas
com a frequência (graves e agudos) e com o modo como ele varia no tempo”. As
variações do ruído ao longo do tempo sendo ele intermitente e/ou impulsivo perturba
mais do que um som contínuo.

1.3 Perímetro Urbano de Montes Claros

1.3.1 Espaço urbano e ruídos

Localizado no norte de Minas Gerais, o município de Montes Claros teve sua


formação e desenvolvimento beneficiados, principalmente devido à sua localização,
a qual lhe atribuiu desde cedo à condição de importante entreposto comercial,
servindo, pois como rota de escoamento de produtos para diferentes cidades e
regiões do país (OLIVEIRA, 2000).
Nesse contexto, ocorreu sua urbanização e desenvolvimento. Todavia, afirma
Paula (1979), esse processo foi efetivado sem a devida orientação urbanística,
situação que anunciava sérios problemas para os futuros administradores.
Esse pesquisador informa que nos anos de 1950 coexistiam no centro da
cidade, edificações de diferentes usos, como residências, comércios (varejista e
atacadista), serviços e até pequenas indústrias.
37

Tal quadro refletia um desequilíbrio na própria estrutura urbana, uma vez que
as atividades se concentravam em um mesmo ambiente.
No início da década de 1970, com o processo de industrialização, e
consequentemente ampliação dos serviços, houve melhorias na infraestrutura,
impactando na estrutura urbana da cidade, ou seja, os espaços assumiram novas
formas e usos. A valorização imobiliária da área central para fins comerciais então
levou muitas pessoas que residiam no centro a mudarem-se para outros bairros.
Suas antigas residências eram reformadas ou adaptadas, para instalações
comerciais e prestação de serviços (PAULA, 1979).
O cenário que consequentemente emerge assemelha-se ao que Villaça
(1998) conceitua como centro principal e subcentros. O primeiro concentra
comércios, escritórios, serviços e lojas. Sendo, pois um local que aperfeiçoa os
deslocamentos socialmente criados pela comunidade, como focos irradiadores da
organização espacial urbana. Já o segundo, os subcentros ou comércios de bairros,
designam uma “[…] réplica em tamanho menor do centro principal, com o qual
concorre em parte, sem, entretanto, a ele se igualar” (VILLAÇA, 1998, p. 293).
A Lei Municipal nº 3.754/2007, que dispõe sobre a Política Municipal de
Proteção, Preservação, Conservação, Controle e Recuperação do Meio Ambiente e
de Melhoria da Qualidade de Vida no Município de Montes Claros, seus fins,
mecanismos de regulação, e dá outras providências, conceitua poluição sonora
como toda emissão de som que, direta ou indiretamente, seja ofensiva ou nociva à
saúde, à segurança e ao bem-estar público ou transgrida as disposições fixadas na
norma competente.
Recentemente, com a criação da Lei 5.207, de 06 de dezembro de 2019,
foram realizadas alterações na Lei 3.754/2007, bem como dada outras providências
que se fizeram necessárias. A definição de poluição sonora foi estendida, passando
a vigorar com a seguinte redação:

Considera-se poluição sonora a emissão de sons, ruídos e vibrações em


decorrência de atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços,
domésticas, sociais, de trânsito e de obras públicas ou privadas, que
excedam os limites estabelecidos por esta Lei e demais dispositivos legais
em vigor, no interesse da saúde, da segurança e do sossego público
(PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS-MG, 2019).
38

O Quadro 2 explicita outras alterações concernentes a esta Lei em vigor.

Quadro 2 – Lei 5.207 de dezembro de 2019, altera a Lei 3.754/2007

Descrição Lei-5.207/2019
I – Tenham nível de pressão sonora proveniente da fonte poluidora,
medida no interior da propriedade onde se dá o suposto incômodo,
Os ruídos prejudiciais excedente em 10 dB(A) do nível do ruído de fundo existente no local,
à saúde, à segurança para o mesmo horário;
ou ao sossego II – Independentemente do ruído de fundo atingir no ambiente exterior
público são do recinto em que têm origem, nível sonoro superior a 70 (setenta)
reconhecidos como decibéis – dB(A), durante o período diurno e noturno com atividade ou
aqueles que 60 (sessenta) decibéis – dB(A), durante o período noturno sem
atividade.

I - Produzidos por veículos sonoros, aparelhos e instrumentos de


qualquer natureza, utilizados em pregões, anúncios ou propagandas,
nas vias públicas, nos domingos e feriados, de 00:00 (zero) a 24:00
(vinte e quatro) horas, e, nos dias úteis, das 20:00 (vinte) às 09:00
(nove) horas e das 11:00 (onze) às 14:00 (quatorze) horas, na forma a
ser estabelecida em regulamento.
II - Produzidos por buzinas, ou por pregões, anúncios ou propagandas,
Ruídos à viva voz, nas vias públicas, em local considerado pela autoridade
expressamente competente como “zona de silêncio”, na forma a ser estabelecida em
proibidos, regulamento.
independentemente III - provenientes de instalações mecânicas, bandas ou conjuntos
de medição de nível musicais, e de aparelhos ou instrumentos produtores ou amplificadores
sonoro. de som ou ruído quando produzidos em vias públicas, sem autorização
do Poder Executivo Municipal;
Parágrafo único. As atividades constantes no caput deste artigo
somente poderão ser realizadas mediante autorização expressa do
Poder Executivo Municipal, a quem caberá o controle e a fiscalização do
cumprimento das disposições nele contidas, conforme disciplinado na
regulamentação desta Lei.

I - Diurno e noturno com atividade – entre 07:00 e 22:00 horas.


II – Noturno sem atividade – entre 22:00 às 07:00 horas
Parágrafo único. Aos sábados e vésperas de feriados municipais e
Horários para fins de nacionais, considera-se para fins de aplicação desta Lei, os seguintes
sua aplicação: horários:
I – Diurno e noturno com atividade – entre 07:00 e 00:00 horas.
II – Noturno sem atividade – entre 00:00 às 07:00 horas.

Fonte: Adaptado de Prefeitura Municipal de Montes Claros-MG. Lei 5.207, de 06 de dezembro de


2019. Altera a Lei Nº 3.754, de 15 de junho de 2007 e dá outras providências.

Essa discussão se enriquece com o acréscimo da Lei Complementar nº 53,


de 01 de dezembro de 2016, dispõe sobre a revisão do Plano Diretor de Montes
Claros, instituído pela Lei nº 2.921 de 27/08/2001, e de acordo com o disposto no
artigo 40, § 3º, do Estatuto da Cidade. O Plano Diretor trata-se de um instrumento de
planejamento municipal.
No que se refere ao meio ambiente e a poluição tem como diretrizes:
39

estabelecer o efetivo controle da poluição sonora, visual, em especial outdoors,


atmosférica, hídrica e do solo, fixando padrões de qualidade e programa de
monitorização, especialmente nas áreas críticas, visando à recuperação ambiental
destas; e, estabelecer mecanismos para identificar poluição sonora na cidade e,
através de um estudo criar zonas com limites máximos de ruídos e mecanismos de
desempenho acústico nas edificações (PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES
CLAROS-MG, 2016).
40

CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA DE MAPEAMENTO SONORO APLICADO A


ÁREA CENTRAL DE MONTES CLAROS-MG

A pesquisa quantitativa preocupa-se com a quantificação dos dados


coletados, por meio de técnicas estatísticas para a medição dos dados. Em
pesquisas quantitativas a amostra coletada representa o resultado real de toda a
população envolvida no estudo. Utiliza-se a metodologia quantitativa a partir da
necessidade de garantir a precisão dos resultados, evitando distorções de análise de
interpretação e possibilitando uma margem de segurança quanto às inferências. E
ainda, é projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma
análise estatística (MICHEL, 2005).
Em se tratando de Geografia, a pesquisa está alicerçada pela Geografia
Quantitativa ou Nova Geografia adota como estrutura metodológica a aplicação dos
modelos matemáticos para representar os objetos geográficos (MARTINS, 2014).
Segundo Christofoletti (1976), a Nova Geografia caracteriza a
contemporaneidade da Ciência Geográfica na qual o emprego de linguagem
matemática; desenvolvimento de aporte técnico e de metodologias derivadas das
ciências exatas; larga utilização de tecnologias computacionais; neutralidade
científica e imparcialidade do pesquisador frente ao seu objeto e predomínio da
abordagem espacial são fundamentais no desenvolvimento de uma pesquisa. Ainda
conforme Christofoletti (1983, p. 08):

[…] o envolvimento das análises geográficas relacionadas com a


denominada Nova Geografia criou condições para ampliar o estudo das
formas e dos processos espaciais, por meio de muitas técnicas quantitativas
para descrever e caracterizar os tipos e os padrões das distribuições
espaciais.

Para Azevedo e Barbosa (2011, p. 4) “[…] é fundamental compreender que,


no desenvolvimento da Nova Geografia, os métodos quantitativos representam uma
nova e importante arma para a análise dos fenômenos geográficos” […]. Por sua vez
Souza et al., (2009) reconhecem que os procedimentos metodológicos da Geografia
Quantitativa envolvem a observação empírica, a quantificação dos fatos, a criação e
a verificação de hipóteses.
Outra característica marcante nesta metodologia é o amplo uso das técnicas
matemáticas e estatísticas para analisar os dados coletados e as distribuições
41

espaciais.
Ademais considerou para fins metodológicos as diretrizes determinada pela
Norma Técnica NBR 10.151/2019 – Acústica — realizando pesquisa de campo, para
obter dados para medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas
habitadas, Aplicação de uso geral da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). Cabe ressaltar que apesar da existência de normas nacionais e
internacionais relacionadas à medição sonora, não existe metodologia característica
quando o assunto é mapeamento do ruído ambiental.

2.1. Caracterização da área de estudo

Montes Claros é uma cidade média 1localizada na região intermediária no


Estado de Minas Gerais que migrou de uma cidade Agrário-Mercantil para uma
Cidade Urbano-Industrial, refletindo na configuração de sua estrutura urbana
(GOMES, 2007).
Além disso, passou de uma Cidade Monocêntrica a uma Cidade Policêntrica,
seu processo de reestruturação urbana está atrelado à formação de uma cidade-
região e à sua consolidação como polo terciário e industrial da rede urbana do Norte
de Minas. Na Figura 1, a localização de Montes Claros/MG.

1O intuito do trabalho não é discutir o conceito de cidade média. Autores como França (2007) e
Pereira (2015) aprofundam sobre o referido conceito.
42

Figura 1 - Localização de Montes Claros-MG (2020).


Fonte: ALVES, et al., (2020).

O município é considerado o sexto maior do Estado de Minas Gerais, com


população estimada em 2020 de aproximadamente 409.341 habitantes, sendo que
em 2016 possuía cerca de 398.288.
Alves et al. (2020) explica que a urbanização de Montes Claros é um
fenômeno correlacionado com o padrão de crescimento populacional das cidades
brasileiras. Como observado por Santos (2018), a população urbana passou de
85.147 (73,1%) em 1970 para 344.427 (95,17%) em 2010, enquanto a população
rural caiu de 31.339 (26,9%) em 1970 para 17.488 (4,83%) em 2010.
Situada estrategicamente, e considerada elo entre as regiões urbanas do
Brasil é também reconhecida como Centro Polarizador no Norte-mineiro. Sua
expansão territorial originou-se na década de 1970, a partir do processo de
industrialização, viabilizado por uma política desenvolvimentista do Estado, na qual,
incentivos fiscais e financeiros concedidos pela Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) fez com que grandes indústrias do
contexto nacional e internacional se estabelecessem no município, empresas como
Coteminas, Elster Medição de Água S.A, Lafarge, Nestlé, Novo Nordisk e Vallée
S.A. No ano de 2020, a multinacional do setor farmacêutico, Eurofarma, iniciou
obras de sua nova fábrica com investimentos de cerca de (R$ 680 milhões),
43

podendo gerar 1.200 empregos na implantação e 600 empregos na operação da


indústria, após conclusão.
Montes Claros possui uma densidade demográfica de 101,41 hab./km 2; seu
Produto Interno Bruto (PIB) é considerado o maior de sua microrregião, destacando-
se na área de prestação de serviços.
De acordo com dados do IBGE, o PIB per capita do município registrou no
ano de 2010 R$ 13.381,39 e no ano de 2018 atingiu R$ 23.323,68 em 2018. Já o
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de renda é de 0,707. (IBGE, 2019).
Para fins de delimitação, a Área Central de Montes Claros-MG torna-se o foco
deste estudo.
A Figura 2 apresenta usos do solo urbano em Montes Claros, aparecendo na
região central do mapa, onde é retratada pelo predomínio de comércios e serviços
na cor vermelha, residências na cor rosa e, na cor amarela a área industrial.
44

Figura 2 - Plano diretor de Montes Claros. Planta uso do solo (2015).


Fonte: Prefeitura Municipal de Montes Claros – MG.

Quanto ao índice de denúncias registradas pela Secretaria Municipal de Meio


Ambiente (SEMMA) os dados consolidados sobre denúncias de poluição sonora no
município, apurados nos anos de 2017 e 2018 foram prontamente fornecidos para
inclusão nesta pesquisa conforme traduz a Figura 3.
45

Figura 3 - Mapa do perímetro urbano da cidade de Montes dividido por regiões geográficas
cardeais (2015).
Fonte: Elaborado pelo pesquisador baseado nas informações da SEMMA e do Plano Diretor
Municipal.

O perímetro urbano foi dividido em regiões geográficas cardeais, o bairro


Centro encontra-se representado na Região Central na cor azul.
A maior parte das reclamações foi registrada nas atividades de comércio e
46

serviços, devido a eventos noturnos e, consequentemente, as autuações se


acentuaram no período compreendido entre 22h e 7h.
Observa-se que na região oeste de cor amarela se concentrou o maior
número de denúncias. A maioria dos estabelecimentos noturnos do município situa-
se nessa região. O bairro Cândida Câmara, localizado na região Sul de cor
vermelha, possui o maior quantitativo de autuações, advindas, sobretudo de
estabelecimentos que oferecem o serviço de música ao vivo. Ressalta-se que se
trata de um bairro residencial, sendo então considerado de alta sensibilidade ao
ruído.
Bressane (2015) esclarece que esse tipo de bairro admite de forma
controlada o funcionamento de estabelecimentos comerciais, prestação de serviços,
instalações institucionais e industriais, não incômodos.
Portanto, foi registrado no período das 22:00hs às 7:00hs um total de 554
denúncias, sendo: 48% referentes a estabelecimentos com música ao vivo, 20% de
casas de festas e salões de eventos, 13% de estabelecimentos comerciais como
oficinas e lava-jatos, 11% de instituições de ensino, 6% de construções residenciais,
1,2% de igrejas e eventos religiosos e 0,8% não especificados.
De acordo com Rodrigues (2018), casas noturnas e bares são obrigados a
respeitarem os padrões fixados em relação à emissão de ruídos e vibrações, bem
como deverão ter tratamento acústico, quando suas atividades utilizarem fonte
sonora, com transmissão ao vivo ou qualquer sistema de amplificação. No intuito de
reduzir as denúncias nestas regiões, a SEMMA intensificou as ações de fiscalização,
em parceria com a Guarda Municipal. Além disso, estendeu os veículos de
efetuação das denúncias, que antes compreendiam somente os telefones 153 e 190
(da Polícia Militar), colocando também a disposição da população o aplicativo
SEMMA Denúncias e Sugestões.

2.2. NBR 10151/2019 e suas diretrizes metodológicas

2.2.1 Protetor de vento

A NBR 10151/2019 estabelece que em medições em ambientes externos, ao


ar livre, é obrigatório o uso do protetor de vento acoplado ao microfone (ABNT,
47

2019). Assim, utilizou-se um protetor de vento de 6 cm de diâmetro da marca Criffer.

2.2.2 Ajuste do sonômetro

O sonômetro foi ajustado, com o calibrador sonoro acoplado ao microfone


antes e após as séries de medições obtendo diferença máxima entre a leitura final e
o valor ajustado inicialmente de 0.2 dB o que é compatível com o aceitável pela NBR
10151/2019, ±0,5 dB.

2.2.3 Requisitos Ambientais

Segundo a NBR 10151/2019, as medições não podem ser realizadas durante


precipitações pluviométricas, trovoadas ou sob condições ambientais de vento,
temperatura e umidade relativa do ar, em desacordo com as especificações das
condições de operação dos instrumentos de medição estabelecidas pelos
fabricantes.
Por este motivo foi necessária à realização de medições em 02 (dois) dias
distintos, a fim de evitar tais condições adversas. Com base nos dados fornecidos
pelo fabricante do sonômetro e a NBR 10151/2019 adotou-se a Tabela 2 que
estabelece as condições ambientais para paralisação e descarte das medições.

Tabela 2 - Condições para paralisação das medições e descarte das mesmas devido a fatores
ambientais

Elemento Paralisação/descarte
Chuva Sim
Temperatura Inferior a 0º C ou superior a 50º C
Ventos fortes Sim
Umidade do ar Inferior a 20% ou superior a 90%
Pressão atmosférica 101,3 kPA ± 10% (1013 hPA)
Fonte: Elaborado pelo pesquisador adaptado de marca Criffer e ABNT, 2020

2.2.4 Procedimento para coleta de dados

Para proceder à coleta de dados, as medições de ruídos foram realizadas


durante dias úteis, obedecendo-se aos critérios de distâncias de muros, postes,
veículos ou qualquer outro objeto que pudesse interferir na captação correta dos
pontos. Os pontos foram estabelecidos em locais das vias urbanas na área definida
48

e, desse modo, captaram sons advindos da movimentação de veículos, pessoas e


equipamentos, bem como do impacto dos transportes sobre o solo.

2.2.5 Tempo de medição

O tempo de medição foi definido de modo a permitir a caracterização sonora


da região central de Montes Claros, abrangendo variações sonoras no decurso do
dia. Para caracterizar o ruído foram feitas duas medições por ponto, sendo uma
matutina e uma vespertina. As medições seguiram a configuração exposta na
Tabela 3.

Tabela 3 - Curvas de ponderação, frequência e tempo de medição

Configuração Caracterização
Ponderação de frequência A, C e Z
Ponderação temporal Fast
Banda 1/3 de oitava
Tempo de medição 00:05 hrs
Tempo de integração 1s
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.

2.2.6 Definição dos pontos e horários de medição

A definição dos pontos (número e distribuição pelo espaço) nos quais são
realizadas as medições acústicas é uma fase fundamental da metodologia para o
mapeamento sonoro de uma região. Os pontos selecionados constituem a malha de
amostragem da pesquisa, Nagem (2004, p.41) explica que,

[…] os pontos escolhidos formam a malha de amostragem da pesquisa e, a


partir deles, é realizada uma interpolação para que se estime os níveis
sonoros dos locais onde não se tenha medido e se construa, como
resultado, o mapa acústico.

Neste estudo a escolha dos pontos de medição foi determinada por meio de
base cartográfica da área central do município (189.6 hectares), obtida a partir do
acervo de dados geográficos do setor de infraestrutura fornecidos pela Prefeitura de
Montes Claros-MG.
Os locais de análise foram definidos utilizando-se o software SIG (Sistema de
Informações Geográficas), usando como referência o plano cartesiano em plano
49

horizontal e vertical com distanciamento aproximado entre os pontos no valor de 300


metros, espalhados por toda a malha da região central. As avaliações foram
realizadas em 33 pontos, abrangendo-se o perímetro seguindo uma malha de 300
metros no eixo x e y no bairro Centro de Montes Claros-MG, sendo aferido no
período matutino entre 9 horas e 11 horas, e no período vespertino, entre 15 horas e
17 horas.
A Figura 4 detalha o mapa de localização do Centro de Montes Claros, e a
Figura 5, os pontos de coleta dos dados.
50

Figura 4 - Mapa de localização do Centro de Montes Claros-MG.


Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
51

Figura 5 - Mapa de localização da Área Central de Montes Claros-MG/ Pontos de coleta de dados.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
52

Realizou-se a medição no período matutino e vespertino, nos dias 27 e 31 de


agosto e no dia 01 de setembro de 2020. O decibelímetro foi devidamente calibrado
e programado na função resposta rápido (FAST), fixado em um tripé a uma altura de
1,20 m do solo. Em cada ponto a duração foi de cinco minutos e utilizou-se o GPS
para localização de cada um deles.
Foram escolhidos 33 pontos no eixo x e y a uma distância aproximada de 300
m de um ponto para outro (Figura 5). As medições foram associadas as
coordenadas geográficas, respectivamente, e gerados mapas com os resultados em
dBs, através da ferramenta QGis, software livre de geoprocessamento.

2.2.7 Área geográfica dos pontos avaliados

O município de Montes Claros - MG possui uma área de 3 568,941 km²,


sendo que 38,7 km² estão em perímetro urbano e os 3 543,334 km² restantes
constituem a zona rural. Para fins deste estudo optou-se por analisar o
notadamente, sua área central onde os pontos avaliados foram obtidos a partir da
descrição do seu endereço, latitude e longitude, como descritos na Tabela 4.

Tabela 4 - Localização dos pontos avaliados

Coordenadas
Ponto Descrição do local Avaliado
Latitude Longitude
1 16°44'04,21800"S 43°51’59,03640”S R. Dona Tiburtina, 1466, Centro
2 16°44'11,91480"S 43°51’52,50240”S R. Maria Lina Teixeira, 238, Morrinhos
3 16°43'55,87320"S 43°52’10,81560”S R. Coração de Jesus, 573 – Centro
4 16°43'53,94000"S 43°51’59,52240”S R. Prof. Álvaro Prates, 17 – Morrinhos
5 16°43'43,53600"S 43°52’17,25960”S Av. Dep. Esteves Rodrigues, 170 – Melo
6 16°43'43,85640"S 43°52’09,66720”S R. Coração de Jesus, 275 – Centro
7 16°43'45,44760"S 43°51’59,45040”S R. Bocaiúva, 615d – Centro
8 16°43'46,43040"S 43°51’50,56560”S R. Melo Viana, 119 - Santa Rita I
9 16°43'45,82560"S 43°51’39,89520”S Sindicato do Comércio de Montes Claros
10 16°43'50,30040"S 43°51’35,43120”S Av. Santa Catarina, 73-1 - Santa Rita I
11 43°51’35,43120”S 43°51’32,70600”S R. Pres. Castelo Branco, 13 - Santa Rita I
12 16°43'47,07480"S 43°51’26,56440”S R. Montese, 27-1 - Santa Rita I
13 16°43'44,02560"S 43°51’23,81760”S R. Barão de Cotegipe, 135 - Santa Rita I
14 16°43'35,28120"S 43°51’28,33920”S Rua Padre Champagnat, 25a - Roxo Verde
15 16°43'33,01680"S 43°51’40,73040”S R. Dom Pedro II, 846 – Centro
16 16°43'36,66000"S 43°51’48,55680”S Av. Francisco Sá, 94-150 – Centro
17 16°43'35,32080"S 43°51’58,34520”S R. Dom João Pimenta, 328 – Centro
18 16°43'32,10240"S 43°52’07,17600”S Av. Afonso Pena, 487 – Centro
19 16°43'35,18760"S 43°52 ‘18,004”S R. Esmeralda, 123 – Centro
20 16°43'25,61520"S 43°52’16,66560”S R. Cel. Luís Pires, 261-201 – Centro
Continua
53

Conclusão
Coordenadas
Ponto Descrição do local Avaliado
Latitude Longitude
21 16°43'25,67280"S 43°52’06,15720”S Av. Cel. Prates, 236 – Centro
22 16°43'25,07160"S 43°51’58,44240”S R. Padre Augusto, 199 – Centro
23 16°43'27,40800"S 43.8639625 R. Cel. Joaquim Costa, 161 – Centro
24 16°43'25,30200"S 43°51’40,10040”S R. Belo Horizonte, 355 – Centro
25 16°43'14,73960"S 43°51’47,23920”S Av. Dulce Sarmento, 1643- Centro
26 16°43'13,93320"S 43°51’56,24280”S R. Dr. Veloso, 86 – Centro
27 16°43'15,71880"S 43°52’08,85360“S Av. Dep. Esteves Rodrigues, 1124 – Centro
28 16°43'05,82240"S 43°51’59,41800”S R. Mal. Deodoro, 99- Centro
29 16°43'05,54880"S 43°51’47,92320”S Av. Artur Bernardes, 127- Centro
30 16°43'03,99000"S 43°51’30,35520”S R. José Antônio Rodrigues, 93 - Alto São João
31 16°42'53,40600"S 43°51’31,17960”S R. Bernardinho Souto, 10-58 - Alto São João
32 16°42'59,30640"S 43°51'40,10760”S Av. Dep. Esteves Rodrigues, 565 – Centro
33 16°42'56,34720"S 43°51'52,17120”S Av. Dep. Esteves Rodrigues – Centro
Fonte: Elaborado pelo pesquisador

2.2.8 Especificação dos equipamentos utilizados

O sonômetro utilizado para medição do ruído ambiental é da marca CRIFFER,


modelo Octava Plus, classe 1, encontra-se em conformidade com os padrões de
medição de nível de pressão sonora.
As normas utilizadas atendem aos padrões internacionais IEC 61672, IEC
61094, IEC 61260:2014, ANSI S1.4, ANSI S1.11 e ANSI S1.43. Para esta avaliação
utilizou-se um calibrador acústico de fabricação da marca CRIFFER, com certificado
de calibração por comparação direta n°: CR9562/2019 na data 26/11/2019 e
certificado de calibração RBC n°: A0690/2019 na data 20/12/2109.
Considera-se como valor de referência a Lei nº 10.100, de 17 de janeiro de
1990, de maneira que são considerados os níveis máximos de ruídos de 70 dB(A)
no período diurno.
É importante ressaltar o conflito normativo, visto que enquanto a
RESOLUÇÃO CONAMA nº 1/1990 traz no artigo segundo o seguinte texto no inciso
II:
“São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item
anterior, os ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela
Norma NBR-10.151 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o
conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT”.

Note que a referida NBR10151/2019 determina que os níveis de tolerância de


ruído dependerão do tipo de zoneamento, conforme a tabela 1 referida
54

anteriormente. Já a Lei estadual nº 10.100, de 17 de janeiro de 1990 traz o seguinte


texto:

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, consideram-se prejudiciais à saúde, à segurança


ou ao sossego públicos quaisquer ruídos que:

II - Independentemente do ruído de fundo, atinjam, no ambiente exterior do


recinto em que têm origem, nível sonoro superior a 70 (setenta) decibéis -
dB(A), durante o dia, e 60 (sessenta) decibéis - dB(A), durante a noite,
explicitado o horário noturno como aquele compreendido entre as 22 (vinte
e duas) horas e as 6 (seis) horas, se outro não estiver estabelecido na
legislação municipal pertinente.

Ou seja, independente do zoneamento, determina como 70 (setenta) decibéis


- dB(A), durante o dia, e 60 (sessenta) decibéis - dB(A), durante a noite.
Sem a pretensão de esgotar o tema, mas com o intuído de provocar o debate,
cabe ressaltar, que em matéria de direito ambiental, aplica-se a norma mais
restritiva.
De maneira geral, NBRs não tem poder de lei, contudo, há também casos em
que o atendimento a uma norma técnica específica é exigido de forma explícita por
legislação, como é o caso do item II da Resolução CONAMA 01/90, norma que
dispõe sobre a poluição sonora:

II – São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item


anterior aos ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela
norma NBR 10.151 – Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o
conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT.”

Observa-se que a NBR é claramente citada na resolução. Desta forma, se no


direito ambiental não pode haver leis menos restritivas, e a NBR 10151 é a citada de
maneira objetiva na resolução CONAMA, entende-se que os entes federativos não
podem criar lei ou procedimento menos restritivo, devendo, portanto, seguir os
procedimentos da NBR10151:2019.
Conforme a NBR 10.151/2019 publicada em 31 de maio de 2019, cancela e
substitui a NBR 10.151/2000. A versão vigente da norma estabelece procedimentos
mais detalhados, do que a anterior. Conforme observado, a Norma NBR
10.151/2019 passou a ser mais detalhada (anteriormente era composta por 4
páginas, a versão vigente apresenta 24 páginas). Portanto, a NBR 10.151/2019 visa
minimizar interpretações incorretas por parte do avaliador e unificar os resultados
55

apresentados, ainda traz a materialização dos sons tonais e impulsivos, os quais


quando constatados, devem ser acrescidos 5dB. Com toda a certeza um avanço
para as avaliações de ruído. E não deixa dúvidas, em ser ter força de lei, pois está
diretamente citada na resolução CONAMA 01/90.
Além disto, o próprio anexo XIV do termo de referência para Relatório
Ambiental Simplificado fornecido pela SEMAD, mas recomendado pela SEMMA para
produção dos referidos relatórios traz a seguinte redação: “Anexo XIV – Laudo de
ruídos conforme estabelecido pela Lei Estadual nº 10.100/1990 e Resolução
Conama n° 01/1990...”
Note que a lei estadual 10.100/1990 no artigo 1º, inciso, parágrafo 2º refere-
se à metodologia "contida na NBR-7731, da ABNT, ou nas que lhe sucederem",
assim sendo, a NBR que sucedeu, foi a NBR10151/2019.
Portanto, levanta-se o debate se os entes federativos aplicadores das leis
ambientais não podem esquivar do cumprimento desta NBR. Para efeito de maior
esclarecimento, as resoluções são um ato legislativo de efeito interno. Não tem força
de lei, mas como a portaria se a resolução regula uma lei, ela tem força de lei, como
no caso da referida resolução CONAMA 01/90, que disciplina a aplicação da lei de
ruídos.
Sendo assim, normas podem não ser leis, mas por lei nós temos de seguir as
normas. E a NBR 10151/2019 está expressamente citada em lei.
Além disto, a Lei municipal 5.207, DE 06 DE DEZEMBRO DE 2019 que
alterou a Lei Nº 3.754, DE 15 DE JUNHO DE 2007, alterou o artigo 58, nesta análise
em especial suprimiu § 2º que trazia a seguinte redação: “§ 2º. Para a medição e
avaliação dos níveis de ruído previstos nesta Lei, deverão ser obedecidas as
orientações da NBR, da ABNT, ou nas que lhe sucederem”. (grifo nosso).
Ou seja, na Lei Nº 3.754, DE 15 DE JUNHO DE 2007 denotava-se claro que os
procedimentos para medição e elaboração de relatório de ruído ambiental a serem
seguidos eram os expressos na NBR, contudo como este texto foi suprimido na nova
lei 5.207, DE 06 DE DEZEMBRO DE 2019, não deixa claro e não aponta qual
procedimento metodológico deverá seguir para a elaboração de laudos de ruído.
Não é a finalidade deste trabalho tal aprofundamento em relação a este debate
de conflito de normas, assim, caberá a outros pesquisadores do direito por mais luz
a cerca deste objeto.
56

CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

3.1 Resultados

Os quinze primeiros pontos foram aferidos no dia 27 de agosto de 2020,


tendo 5 minutos cada medição, totalizando 10 minutos em uma área (matutino e
vespertino).
O Ponto 01 foi colocado na Rua Dona Tiburtina, 1466, Centro, Montes Claros-
MG (Figura 6).

Figura 6 - Ponto 01- R. Dona Tiburtina, 1466, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados referentes à medição do ponto 01 estão expressos na Tabela 5.

Tabela 5 - Resultados medição Ponto 01

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) Sim/Não
01 Matutino 08:55:18 09:00:17 55,6 73,22 70 Sim
01 Vespertino 14:32:11 14:37:10 59,04 76,66 70 Sim
Fonte: Dados coletados da pesquisa
57

O nível de pressão sonora equivalente (LAeq) identificado nesse ponto foi de


55,6 dB, matutino, e 59,04, no vespertino, e quanto ao nível de pressão sonora
equivalente ponderado com frequência máxima (LAFmax),73,22 dB de manhã e
76,66 dB à tarde. Os resultados indicam ainda que houve picos de ruído elevados, o
nível de critério de avaliação (NCA) estabelecido em 70 dB para esse tipo de área
não foi ultrapassado, pois os ruídos se apresentaram abaixo do valor permitido,
conforme o valor de referência da Lei nº 10.100, de 17 de janeiro de 1990.
O Ponto 02 teve sua fixação na R. Maria Lina Teixeira, 238, Morrinhos,
Montes Claros-MG (Figura 7).

Figura 7 - Ponto 02 – Rua Marina Lina Teixeira, Morrinhos.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

As aferições expostas na Tabela 6 são concernentes ao Ponto 02.

Tabela 6 - Resultados medição Ponto 02

Horário
Data L(dB) L(dB) NCA Conforme
Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) Sim/Não

02 Matutino 09:07:08 09:12:07 64,29 85,17 70 Sim

02 Vespertino 14:43:28 14:48:27 68,18 84,53 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.
58

Verificou-se que nas medições da manhã e da tarde os níveis de pressão


sonora equivalentes registrados foram de 64,29 dB e 68,18 dB, respectivamente,
portanto dentro dos limites de tolerância da Lei nº 10.100, de 17 de janeiro de 1990.
Quanto ao LAFmax, nesses períodos, verificou-se 85,17 dB e 84,53 dB.
A localização do Ponto 03 foi a R. Coração de Jesus, 573 – Centro, Montes
Claros-MG (Figura 8).

Figura 8 - Ponto 03 – Rua Coração de Jesus, Centro de Montes Claros.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 7 descreve os resultados de medição do Ponto 03.

Tabela 7 - Resultados medição Ponto 03

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) Sim/Não
03 Matutino 09:23:29 09:28:28 66,96 84,32 70 Sim
03 Vespertino 14:59:15 15:04:14 65,39 79,04 70 Sim
Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados indicam que na parte da manhã identificou-se um LAeq de


66,96 dB, e a tarde, de 65, 39 dB. No que se refere LAFmax foi de 84,32 dB
inicialmente, e de 79,04 dB no vespertino. Desse modo o nível de critério de
avaliação foi obedecido. Como nos demais pontos já apresentados, os ruídos Laeq
59

se mostraram abaixo do valor permitido, entretanto, apresenta picos pontuais


elevados .
O Ponto 04 foi fixado a Rua Professor Álvaro Prates, 17, no bairro Morrinhos,
Montes Claros-MG, conforme Figura 9.

Figura 9 - Ponto 04 – Rua Professor Álvaro Prates, Morrinhos.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 8 traduz os resultados referentes ao Ponto 04.

Tabela 8 - Resultados medição Ponto 04

Horário
Data L(dB) L(dB) NCA Conforme
Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) Sim/Não

04 Matutino 09:35:45 09:40:44 55,51 73,22 70 Sim

04 Vespertino 15:17:07 15:22:06 55,00 77,71 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Observou-se que no Ponto 04 houve um registro LAeq de 55,51 dB, no


matutino e, de 55,00 dB, no vespertino. Sendo apurados nos mesmos períodos um
LAFmax de 73,22 dB e 77,71 dB, respectivamente. Assim, o nível de critério de
avaliação estabelecido em 70 dB não foi ultrapassado, mas como nos pontos
anteriores foram identificados picos de ruído muito alto, que já causam desconforto
60

auditivo.
No que se refere ao Ponto 05, foi estabelecido na Avenida Deputado Esteves
Rodrigues, 170 no bairro Melo, Montes Claros-MG (Figura 10).

Figura 10 - Ponto 05 – Av. Dep. Esteves Rodrigues, Melo.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 9 expõe os resultados sobre o Ponto 05.

Tabela 9 - Resultados medição Ponto 05

Horário
Data L(dB) L(dB) NCA Conforme
Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

05 Matutino 09:48:12 09:53:11 68,93 81,06 70 Sim

05 Vespertino 15:29:59 15:34:57 71,43 88,80 70 Não


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Esse ponto teve como LAeq aferida no período matutino em 68,93 dB e, no


vespertino, em 71,43 dB. Quanto ao LAFmax foram registrados 81,06 dB e 88,80
dB, respectivamente nos períodos em estudo. Em se tratando do NCA, ultrapassou
o limite máximo permitido para área no período vespertino. Esta avenida é uma das
principais vias da cidade.
61

O Ponto 06, situado a Rua Coração de Jesus, 275, Centro, Montes Claros-
MG apresenta-se na (Figura 11).

Figura 11 - Ponto 06 – Rua Coração de Jesus, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 10 representa a medição coletada para o Ponto 06.

Tabela 10 - Resultados medição Ponto 06

Horário
Data L(dB) L(dB) NCA Conforme
Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

06 Matutino 09:58:55 10:03:54 57,24 72,06 70 Sim

06 Vespertino 15:41:15 15:46:14 58,92 75,26 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados indicam um nível de pressão sonora equivalente, de manhã


57,24 dB, e a tarde, 58,92 dB. E a frequência máxima ponderada de 72,06 dB
(matutino) e 75,26 dB (vespertino). Considerando que o nível de critério de avaliação
estabelecido para esse tipo de área é 70 dB, observou-se que as medições não
ultrapassaram o permitido.
62

Quanto ao Ponto 07, localizado na Rua Bocaiúva, 615d, no bairro Centro,


Montes Claros-MG expõe-se na Figura 12.

Figura 12 - Ponto 07 – Rua Bocaiúva, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados expostos na Tabela 11 referem-se ao Ponto 07.

Tabela 11 - Resultados medição Ponto 07

Data Horário: L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

07 Matutino 10:13:47 10:18:46 73,49 95,98 70 Não

07 Vespertino 15:55:20 16:00:19 70,36 86,02 70 Não


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados evidenciam no Ponto 07 que o nível de pressão sonora


equivalente, registrado foi de 73,49 dB (matutino) e 70,36 dB (vespertino), e a
frequência máxima ponderada de 95,98 dB (matutino) e 86,02 (vespertino). O Ponto
07 ultrapassou o limite máximo estabelecido no nível de critério de avaliação.
63

A medição do Ponto 08 foi realizada na Rua Melo Viana, 119, Santa Rita I,
Montes Claros-MG (Figura 13).

Figura 13 - Ponto 08 – Rua Melo Viana, Santa Rita I.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 12 demonstra os índices aferidos para o Ponto 08.

Tabela 12 - Resultados medição Ponto 08

Horário
Data L(dB) L(dB) NCA Conforme
Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

08 Matutino 10:27:20 10:32:19 63,42 72,00 70 Sim

08 Vespertino 16:06:06 16:11:05 66,85 82,16 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Assim, no Ponto 08 foi registrado um nível de pressão sonora equivalente de


63,42 dB (matutino) e 66,85 dB (vespertino), e a frequência máxima ponderada de
72,00 dB (matutino) e 82,16 (vespertino). Os ruídos registrados no Ponto 08 foram
abaixo do que a lei mineira estabelece.
64

No que se refere ao Ponto 09, localizou-se no Sindicato do Comércio de


Montes Claros, Rua Presidente Vargas, no Centro (Figura 14).

Figura 14 - Ponto 09 – Sindicato do Comércio de Montes Claros, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados descritos na Tabela 13 referem-se ao Ponto 09.

Tabela 13 - Resultados medição Ponto 09

Data Horário: L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

09 Matutino 10:39:27 10:44:26 55,83 68,49 70 Sim

09 Vespertino 16:14:29 16:19:28 57,80 72,87 70 Sim

Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Quanto ao nível de pressão sonora equivalente no Ponto 09 encontrou-se


55,83 dB (matutino) e 57,80 dB (vespertino), e a frequência máxima ponderada de
68,49 dB (matutino) e 72,87 (vespertino), ou seja, os ruídos nesse ponto estão
abaixo do prescrito na lei.
65

A Figura 15 refere-se ao Ponto 10 situado na Avenida Santa Catarina, 73-1,


Santa Rita I, Montes Claros-MG.

Figura 15 - Ponto 10 – Avenida Santa Catarina, 73-1, Santa Rita I.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

As medições sobre o ponto 10 estão descritas na Tabela 14.

Tabela 14 - Resultados medição Ponto 10

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO
10 Matutino 10:50:52 10:55:51 48,34 70,68 70 Sim
10 Vespertino 16:23:50 16:28:49 46,80 58,05 70 Sim
Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os índices identificados neste ponto demonstram como LAeq no período


matutino em 48,34 dB e, no vespertino, em 46,80 dB. Quanto ao LAFmax registrou
60,68 dB e 58,05 dB nos mesmos períodos, respectivamente. Tendo em vista as
áreas até aqui estudadas, registra-se que este local apresentou ruídos muito abaixo
do valor máximo aceitável em decibéis, ou seja, se encontra dentro do estabelecido
pela lei.
Como informa a literatura, a exposição ao ruído pode acarretar diferentes
efeitos nas pessoas (OMS, 1980), trazendo implicações de diversas ordens que, por
66

conseguinte, podem resultar na diminuição da qualidade de vida. No caso do Ponto


10, não é de se esperar que a população residente no entorno da área pesquisada
faça referência a problemas de saúde e qualidade de vida gerados pelos ruídos.
O Ponto 11 foi estabelecido na Rua Presidente Castelo Branco, nº 13, no
bairro Santa Rita I / Montes Claros-MG (Figura 16).

Figura 16 - Ponto 11 – Rua Presidente Castelo Branco, Santa Rita I.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 15 descreve os resultados coletados nesse no Ponto 11.

Tabela 15 - Resultados medição Ponto 11

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

11 Matutino 11:09:12 11:14:11 59,38 77,47 70 Sim

11 Vespertino 16:32:08 16:37:07 57,59 76,95 70 Sim

Fonte: Dados coletados da pesquisa.

No que concerne ao nível de pressão sonora equivalente constatou-se nesse


ponto o valor de 59,38 dB, no período matutino e, 57,59 dB no período vespertino, e
a frequência máxima ponderada de 77,47 dB no período matutino e, 76,95 no
67

período vespertino. O nível de critério estabelecido para essa área é de 70 dB. No


entanto, observou-se nos valores registrados na medição do Ponto 11 que eles não
ultrapassaram essa margem.
O Ponto 12 foi inserido na Rua Montese, 27-1 no bairro Santa Rita I (Figura
17).

Figura 17 - Ponto 12 – Rua Montese, Santa Rita I.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados concernentes à medição realizada nesse ponto configuram-se


na Tabela 16.

Tabela 16 - Resultados medição Ponto 12

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

12 Matutino 11:21:45 11:26:44 65,24 86,21 70 Sim


12 Vespertino 16:43:12 16:48:11 59,16 78,69 70 Sim
Fonte: Dados coletados da pesquisa

Sobre o nível de pressão sonora equivalente foi registrado no período


matutino 65,24 dB e no período vespertino 59,16 dB. E a frequência máxima
ponderada foi de 86,21 dB na parte da manhã e de 78,69 dB a tarde. Verifica-se que
68

os ruídos registrados são abaixo do permitido pela Norma.


Na Rua Barão do Cotegipe, 135, no bairro Santa Rita I foi estabelecido o
Ponto 13, como apresentado na Figura 18.

Figura 18 - Ponto 13 – Rua Barão do Cotegipe, Santa Rita I


Fonte: Dados coletados da pesquisa

A Tabela 19 expressa os resultados concernentes ao Ponto 13.

Tabela 17 - Resultados medição Ponto 13

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

13 Matutino 11:37:34 11:42:33 71,19 87,15 70 N


13 Vespertino 16:53:20 16:58:19 70,60 83,60 70 N
Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Durante o período da manhã foi identificado um nível de pressão sonora


equivalente de 71,19 dB e no período vespertino de 70,60 dB. E a frequência
máxima ponderada registrada nesses períodos foi de 87,15 dB e de 83,60 dB,
respectivamente.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2003), os níveis de
69

pressão sonora acima de 65 dB já levam o corpo humano a um estado de alerta.


Sendo afetado pelo excesso de ruídos emitidos, o corpo humano pode adoecer, ou
seja, ser acometido principalmente por doenças relacionadas ao estresse (WHO,
2003).
Com localização na Rua Padre Champagnat, 25a, no bairro Roxo Verde,
pode-se observar na Figura 19, o Ponto 14.

Figura 19 - Ponto 14 – Rua Padre Champagnat, 25a, Roxo Verde.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Conforme a Tabela 18, expõe os números identificados no Ponto 14.

Tabela 18 - Resultados medição Ponto 14

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO
14 Matutino 11:56:32 12:01:31 61,77 74,31 70 Sim
14 Vespertino 17:07:41 17:12:40 66,92 85,02 70 Sim
Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Verifica-se que no período da manhã foi registrado nesse ponto a medição um


nível de pressão sonora equivalente de 61,77 dB e à tarde, de 66,92 dB. Quanto à
frequência máxima ponderada apurou-se nos períodos aferidos que foi de 74,31 dB
70

e de 85,02 dB, respectivamente. Assim, não ultrapassam o valor permitido em lei.


O Ponto 15 foi o último a ser aferido no dia 27 de agosto de 2020.
Estabelecido na Rua Dom Pedro II, 846, no Centro de Montes Claros (Figura 20).

Figura 20 - Ponto 15 – Rua Dom Pedro II, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 19 mostra as informações coletadas no Ponto 15.

Tabela 19 - Resultados medição Ponto 15

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
27/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

15 Matutino 12:07:12 12:12:19 67,04 84,43 70 Sim

15 Vespertino 17:18:21 17:23:20 65,12 78,55 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados indicam que os ruídos nesse ponto são abaixo do valor de


referência permitido em Norma, pois foi registrado no período matutino um LAeq de
67,04 dB, e de 65,12 dB, no vespertino. Quanto ao LAFmax foi identificado 84,63
dB, de manhã, e 78,55 dB, de tarde.
A partir da décima sexta até vigésima oitava aferição, estas foram realizadas
71

no dia 31 de agosto de 2020.


O Ponto 16 foi afixado na Avenida Francisco Sá, 94-150 no Centro de Montes
Claros (Figura 21).

Figura 21 - Ponto 16 – Avenida Francisco Sá, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados aferidos neste ponto configuram-se na Tabela 20.

Tabela 20 - Resultados medição Ponto 16

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

16 Matutino 08:40:10 08:45:09 65,59 86,04 70 Sim

16 Vespertino 17:30:12 17:35:11 64,55 82,72 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Nesse Ponto, a medição do nível de pressão sonora equivalente foi de 65,59


dB (matutino) e de 64,55 dB (vespertino), e a frequência máxima ponderada nos
mesmos períodos foi de 86,04 dB e de 82,72 dB, respectivamente. Verificou-se,
desse modo, que são abaixo ao que a lei adotada neste estudo estabelece.
72

O Ponto 17 foi situado a Rua Dom João Pimenta, 328, no Centro de Montes
Claros (Figura 22).

Figura 22 - Ponto 17 – Avenida Dom João Pimenta, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A aferição realizada no Ponto 17 tem seus resultados expressos na Tabela


21.

Tabela 21 - Resultados medição Ponto 17

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

17 Matutino 08:51:14 08:56:13 64,79 80,29 70 Sim

17 Vespertino 17:44:42 17:49:41 64,54 81,99 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Nos períodos da manhã e da tarde foram registrados no Ponto 17, o nível de


pressão sonora equivalente de 64,79 dB e de 64,54 dB, respectivamente. Quanto à
frequência máxima ponderada apurou-se nesses períodos, 80,29 dB e de 81,99 dB,
respectivamente. Eles valores identificados são abaixo ao preconizado pela lei.
O Ponto 18 foi situado na Avenida Afonso Pena, 487, no Centro de Montes
73

Claros (Figura 23).

Figura 23 - Ponto 18 – Avenida Afonso Pena, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

O Ponto 18 tem seus resultados expressos na Tabela 22.

Tabela 22 - Resultados medição Ponto 18

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

18 Matutino 09:02:50 09:07:49 65,57 79,47 70 Sim

18 Vespertino 17:56:35 18:01:34 65,66 83,78 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Como se pode observar na sistematização dos dados referentes ao Ponto 18


na Tabela 24, infere-se que ele gera ruídos abaixo dos limites da Lei nº 10.100, de
17 de janeiro de 1990. O nível de frequência da pressão sonora equivalente no
período da manhã foi de 65,57 dB e, no período da tarde de 65,66 dB. E a
frequência máxima ponderada foi de 79,47 (matutino) e de 83,78 dB (vespertino).
O Ponto 19 foi instalado na Rua Esmeralda, 123, no Centro de Montes Claros
(Figura 24).
74

Figura 24 - Ponto 19 – Rua Esmeralda, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 23 expressa os resultados aferidos no Ponto 19.

Tabela 23 - Resultados medição Ponto 19

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

19 Matutino 09:16:05 09:21:04 59,30 72,72 70 Sim

19 Vespertino 15:02:30 15:07:29 66,21 84,62 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

O Ponto 19 também mostrou ruídos em que o nível de frequência da pressão


sonora equivalente foi de 59,30 dB (pela manhã) e de 66,21 dB (à tarde). O nível de
frequência máxima ponderada registrou 72,72 dB e 84,62 dB, nesses períodos.
75

A localização do Ponto 20 foi a Rua Coronel Luís Pires, 261-201, no Centro


(Figura 25).

Figura 25 - Ponto 20 – Rua Coronel Luís Pires, 261-201, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados medidos nesse ponto explicitam-se por meio da Tabela 24.

Tabela 24 - Resultados medição Ponto 20

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

20 Matutino 09:27:27 09:32:26 66,39 85,05 70 Sim

20 Vespertino 15:14:54 15:19:53 67,02 83,72 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

O nível de frequência da pressão sonora equivalente foi de 66,39 dB (de


manhã) e de 67,02 dB (de tarde). Quanto ao nível de frequência máxima ponderada,
no período matutino foi registrado, 85,05 dB e, no período vespertino, 83,72 dB. Por
conseguinte, os ruídos foram abaixo ao estabelecido como dentro da normalidade.
A localização do Ponto 21 foi a Rua Coronel Prates, 261, no Centro (Figura
26).
76

Figura 26 - Ponto 21 – Rua Coronel Prates, 261, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 25 traduz a aferição identificada no Ponto 21.

Tabela 25 - Resultados medição Ponto 21

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

21 Matutino 09:40:13 09:45:12 65,90 79,21 70 Sim

21 Vespertino 15:29:07 15:34:06 64,37 75,39 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 25 mostra que os níveis de ruídos identificados no Ponto 21 não


infringem o limite estabelecido pela lei, uma vez que o nível de frequência da
pressão sonora equivalente foi de 65,90 dB (de manhã) e de 64,37 dB (de tarde).
Quanto ao nível de frequência máxima ponderada, no período matutino foi
registrado, 79,21 dB e, no período vespertino, 75,39 dB.
77

O Ponto 22 foi fixado na Rua Padre Augusto, 199, no Centro de Montes


Claros (Figura 27).

Figura 27 - Ponto 22 – Rua Padre Augusto, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados transcritos na Tabela 26 refere-se aferição realizada no Ponto


22.

Tabela 26 - Resultados medição Ponto 22

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

22 Matutino 09:50:09 09:55:08 65,90 83,00 70 Sim

22 Vespertino 15:42:03 15:47:02 68,18 81,16 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa

No Ponto 22, os níveis dos ruídos também foram abaixo ao que a Norma
estabelece. No período matutino foi identificado um nível de frequência da pressão
sonora equivalente de 65,90 dB e, no período vespertino, de 68,18 dB. O nível de
frequência máxima ponderada foi de 83,00 dB (de manhã) e de 81,16 dB (à tarde).
78

A Rua Cel. Joaquim Costa, 161, no Centro, foi estabelecida como Ponto 23
(Figura 28).

Figura 28 - Ponto 23 – Rua Coronel Joaquim Costa, 161, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 27 representa a medição registrada no Ponto 23.

Tabela 27 - Resultados medição Ponto 23

Horário
Data L(dB) L(dB) NCA Conforme
Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

23 Matutino 10:01:01 10:06:00 64,20 77,19 70 Sim

23 Vespertino 15:52:21 15:57:20 61,23 71,79 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Esse ponto apresentou no período matutino um nível de frequência da


pressão sonora equivalente de 64,20 dB e no período vespertino, de 61,23 dB. O
nível de frequência máxima ponderada foi de 77,19 dB (de manhã) e de 71,79 dB (à
tarde).
79

O Ponto 24 se localizou na Rua Belo Horizonte, 355, no Centro de Montes


Claros-MG (Figura 29).

Figura 29 - Ponto 24 – Rua Belo Horizonte, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados descritos na Tabela 28 expressam a aferição realizada no


Ponto 24.

Tabela 28 - Resultados medição Ponto 24

Horário
Data L(dB) L(dB) NCA Conforme
Ponto
31/08/2020 Aeq AF max (dB) SIM/NÃO
Início Término

24 Matutino 10:12:51 10:17:50 68,48 83,05 70 Sim

24 Vespertino 16:03:45 16:08:44 69,80 85,98 70 Sim

Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados indicam que o Ponto 24 produziu níveis de ruídos dentro, do


estabelecido pela Norma. Quanto ao nível de frequência da pressão sonora
equivalente foi de 68,48 dB, no período matutino e, de 69,80 dB, no vespertino. O
nível de frequência máxima ponderada foi de 83,50 dB (de manhã) e de 85,98 dB (à
80

tarde).
O Ponto 25 foi fixado na Avenida Dulce Sarmento, 1643, no Centro (Figura
30).

Figura 30 - Ponto 25 – Avenida Dulce Sarmento, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 29 descreve a medição realizada no Ponto 25.

Tabela 29 - Resultados medição Ponto 25

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

25 Matutino 10:24:52 10:29:51 72,51 88,85 70 Não

25 Vespertino 16:17:47 16:22:46 71,75 86,44 70 Não


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

O Ponto 25 também apresentou níveis de ruídos que diferem do permitido,


pois quanto ao nível de frequência da pressão sonora equivalente foi de 72,51 dB,
no período matutino e, de 71,75 dB, no vespertino. O nível de frequência máxima
ponderada foi de 88,85 dB (de manhã) e de 86,44 dB (à tarde).
81

O Ponto 26 foi fixado na Rua Doutor Veloso, 86, no Centro de Montes Claros
(Figura 31).

Figura 31 - Ponto 26 – Rua Dr. Veloso, 86 Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados explícitos na Tabela 30 demonstra a aferição no Ponto 30.

Tabela 30 - Resultados medição Ponto 26

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

26 Matutino 10:41:04 10:46:03 61,12 75,39 70 Sim

26 Vespertino 16:32:35 16:37:24 59,31 72,62 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados indicam que os níveis de critérios de avaliação, estabelecidos


em 60 dB, para essa área, não foram ultrapassados nas medições desse Ponto, a
qual apresentou nível de frequência da pressão sonora equivalente de 61,12 dB, no
período matutino e, de 59,31 dB, no vespertino. O nível de frequência máxima
ponderada foi de 75,39 dB (de manhã) e de 72,62 dB (à tarde).
82

A localização do Ponto 27 foi a Avenida Deputado Esteves Rodrigues, 1124,


no Centro (Figura 32).

Figura 32 - Ponto 27 – Avenida Deputado Esteves Rodrigues, 36 Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 31 detalha os resultados medidos no Ponto 27.

Tabela 31 - Resultados medição Ponto 27

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

27 Matutino 11:10:18 11:15:17 71,06 84,63 70 Não

27 Vespertino 16:46:35 16:51:34 71,67 88,04 70 Não


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados apontam níveis de ruídos superior ao permitido, uma vez que o


nível de frequência da pressão sonora equivalente foi de 71,06 dB, no período
matutino e, de 71,67 dB, no vespertino. O nível de frequência máxima ponderada foi
de 84,63 dB (de manhã) e de 88,04 dB (à tarde).
83

O Ponto 28 foi fixado na Rua Marechal Deodoro, 99, no Centro de Montes


Claros-MG (Figura 33).

Figura 33 - Ponto 28 – Rua Marechal Deodoro, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A Tabela 32 detalha os resultados medidos no Ponto 28.

Tabela 32 - Resultados medição Ponto 28

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
31/08/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

28 Matutino 11:24:27 11:29:26 60,84 78,03 70 Sim

28 Vespertino 16:44:30 16:49:29 62,64 88,04 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os níveis de ruídos identificados no Ponto 28 não ultrapassaram os 70 dB


estabelecidos pela lei. Os resultados ainda mostram que o nível de frequência da
pressão sonora equivalente foi de 60,84 dB (de manhã) e, de 62,64 dB (à tarde). O
nível de frequência máxima ponderada foi de 84,63 dB, no período matutino, e de
88,04 dB, no período vespertino.
A partir do vigésimo nono até o trigésimo terceiro ponto, as aferições foram
84

realizadas no dia 01 de setembro de 2020.


O Ponto 29 foi estabelecido para aferição na Avenida Artur Bernardes, 127,
no Centro de Montes Claros, como mostra a Figura 34.

Figura 34 - Ponto 29 – Avenida Artur Bernardes, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

A aferição do Ponto 29 apresenta seus resultados na Tabela 33.

Tabela 33 - Resultados medição Ponto 29

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
01/09/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

29 Matutino 11:36:10 11:41:09 69,39 82,57 70 Sim

29 Vespertino 15:55:39 16:00:38 70,32 86,02 70 Não


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os níveis de ruídos também foram superiores ao permitido no Ponto 29 no


período Vespertino. O nível de frequência da pressão sonora equivalente foi de
69,39 dB (de manhã) e, de 70,32 dB (à tarde). O nível de frequência máxima
ponderada foi de 82,57 dB, no período matutino, e de 86,02 dB, no período
vespertino.
85

A localização do Ponto 30 foi a Rua José Antônio Rodrigues, 93, no bairro


Alto São João, Montes Claros-MG (Figura 35).

Figura 35 - Ponto 30 – Rua José Antônio Rodrigues, Alto São João.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados expressos na Tabela 36 referem-se ao Ponto 34.

Tabela 34 - Resultados medição Ponto 30

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
01/09/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

30 Matutino 11:55:02 12:00:01 61,69 77,45 70 Sim

30 Vespertino 16:08:06 16:13:05 63,85 78,25 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os níveis de critérios de avaliação estabelecidos para essa área foram


respeitados no Ponto 30, uma vez que o nível de frequência da pressão sonora
equivalente foi de 61,69 dB (de manhã) e, de 63,85 dB (à tarde). O nível de
frequência máxima ponderada foi de 77,45 dB, no período matutino, e de 78,25 dB,
no período vespertino.
86

A respeito do Ponto 31, o mesmo foi estabelecido na Rua Bernardinho Souto,


10-58, no bairro Alto São João (Figura 36).

Figura 36 - Ponto 31 – Rua Bernardinho Souto, Alto São João.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os números identificados na medição do Ponto 31 estão elencados na Tabela


35.

Tabela 35 - Resultados medição Ponto 31

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
01/09/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

31 Matutino 12:09:48 12:14:47 70,02 87,74 70 N

31 Vespertino 16:20:51 16:25:50 69,70 85,94 70 Sim


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os níveis de ruídos neste Ponto ultrapassaram os 70 dB permitidos pela


Norma no período vespertino, e ficou muito próximo no período matutino. Ademais, o
nível de frequência da pressão sonora equivalente foi de 70,02 dB, no período
matutino e, de 69,70 dB, no vespertino. O nível de frequência máxima ponderada foi
de 87,74 dB (de manhã) e de 85,94 dB (à tarde).
87

O Ponto 32 foi localizado na Avenida Deputado Esteves Rodrigues, 565, no


Centro de Montes Claros-MG (Figura 37).

Figura 37 - Ponto 32 – Avenida Deputado Esteves Rodrigues, 565, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

O Ponto 32 expressa os resultados aferidos na Tabela 36.

Tabela 36 - Resultados medição Ponto 32

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
01/09/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO

32 Matutino 12:23:23 12:28:22 66,76 89,78 70 Sim


32 Vespertino 16:35:17 16:40:16 70,26 80,31 70 Não
Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Averiguou-se que os níveis de ruídos nesse Ponto se mostraram superiores


aos valores de referência estabelecidos pela Norma no período verpertino. O nível
de frequência da pressão sonora equivalente foi de 66,76 dB, no período matutino e,
de 70,26 dB, no vespertino. O nível de frequência máxima ponderada foi de 89,78
dB (de manhã) e de 80,31 dB (à tarde).
88

A última aferição pertinente ao Ponto 33 foi realizada na Avenida Deputado


Esteves Rodrigues, 1515, no Centro (Figura 38).

Figura 38 - Ponto 33 – Avenida Deputado Esteves Rodrigues, 1515, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Os resultados identificados na medição do Ponto 33 estão descritos na


Tabela 37.

Tabela 37 - Resultados medição Ponto 33

Data Horário L(dB) L(dB) NCA Conforme


Ponto
01/09/2020 Início Término Aeq AF max (dB) SIM/NÃO
33 Matutino 12:38:09 12:43:08 67,89 81,54 70 Sim
33 Vespertino 16:50:09 16:55:08 68,72 82,54 70 Sim
Fonte: Dados coletados da pesquisa.

O Ponto 33 informou níveis de ruídos abaixo do estabelecido pela Norma


10151. O nível de frequência da pressão sonora equivalente foi de 67,89 dB, no
período matutino e, de 68,72 dB, no vespertino. O nível de frequência máxima
ponderada foi de 81,54 dB (de manhã) e de 82,54 dB (à tarde).
Mas, assim como os demais pontos anteriores, mostra que ainda que se
observa LAeq aceitável do ponto de vista da legislação, todos os pontos apresentam
picos LAfmax elevados, em decorrência de alguns veículos, seja com escapamentos
89

alterados ou de alta potência ou antigos.


É importante ressaltar que esta foi uma análise do ponto de vista da
legislação de ruído ambiental, visto que sob a ótica da análise da saúde auditiva, a
continua exposição mesmo a picos de ruídos excessivos, podem causar danos.
O Anexo 1 da NR 15 adota a seguinte tabela como referência para calcular
tempos de exposição a ruídos para fins de insalubridade, entretanto ressalta-se que
cada organismo reage de diferentes maneiras, sendo alguns indivíduos com maior
ou menor tolerância.

Tabela 38- Anexo 1 limites de tolerância para exposição ao ruído contínuo ou


intermitente

Nível de Ruído (DB) Máxima exposição diária permissível


85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: NR 15 MTE.

Em seus estudos Lacerda et al. (2005) faz um alerta para o fato de que as
pessoas estão a cada dia se habituando aos ruídos excessivos, devido à sua
exposição contínua, entendendo-os cada vez menos como algo incômodo,
consequentemente, os efeitos nocivos continuam a atuar no organismo.
Conforme Zannin (2002), a intensa exposição aos ruídos, principalmente
devido ao tráfego de veículos na área urbana tem causado efeitos à saúde, tanto na
ordem física, como a perda auditiva, quanto à ordem psicológica, como alteração do
90

sono e irritabilidade, entre outros.


Retomando Fernandes (2002), o rápido crescimento dos centros urbanos vem
causando o aumento dos níveis de ruídos emitidos.

3.2 Resultados medição sonora em decibéis

Os resultados da medição sonora em decibéis permitiram gerar mapas de


interpolação, nos quais as cores variam de acordo com os valores. Os pontos com
ruídos mais baixos são representados por cores mais claras e nos pontos de ruídos
maiores são utilizadas cores mais escuras (Figuras 39, 40, 41 e 42).
91

Figura 39 - Mapa de Ruído LAeq Matutino, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.
92

Figura 40 - Mapa de ruído LAeq vespertino, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.
93

Figura 41 - Mapa de ruído LAF máx. matutino, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.
94

Figura 42 - Mapa de ruído LAF Máx. vespertino, Centro.


Fonte: Dados coletados da pesquisa.
95

A técnica da interpolação, como empregada nas figuras anteriores, além de


ressaltar os resultados, favorece a estimativa ou conhecimento de áreas não
mencionadas na amostra em estudo. Possibilitando um conhecimento geral de uma
área, visto reunir e mostrar de única vez todos os dados pesquisados.
Em relação ao LAeq matutino, o mapa de ruídos enfatiza a intensidade alta
dos ruídos captados nos Pontos 7, 27 e 29. Os Pontos 3, 5, 10 e 11 foram de menor
incidência no período da manhã. O LAeq vespertino teve como focos de ruídos mais
excessivos os Pontos 5, 7, 25, 27, 29, 30, 31, 32 e 33. Com ruídos de menor valor
os Pontos 10 e 11, entre outros.
Sobre o LAF Máx. matutino, o mapa de ruídos ressalta o Ponto 7 como o
picos de ruídos mais intensos e, o Ponto 25 o de ruídos como menor nível de
frequência. O LAF Máx. vespertino informou como áreas de picos de ruídos mais
fortes, os Pontos, 4, 6, 12, 13, 19, 20, 25, 29 e 31. E com ruídos menos intensos, o
Ponto 9, entre outros.

3.3 Discussão dos resultados

Os resultados demonstraram que na área estudada as condições dos ruídos


captados no bairro Centro, 05 pontos no período matutino e 07 pontos no horário
vespertino obtiveram média de pressão sonora acima do permitido na Lei nº 10.100,
de 17 de janeiro de 1990. Ressalta-se ainda que o maior volume de pressão sonora
registrado no horário matutino ocorreu no ponto 07 com (73,49dB), para o período
vespertino a maior ocorrência foi no ponto 25 com (72,51dB). Em relação a
frequência máxima ponderada o maior volume identificado no período matutino foi
no ponto 07 representado por (95,98dB) e o horário vespertino registrou um índice
de (88,04dB) para os pontos 27 e 28 respectivamente.
O bairro Santa Rita I recebeu cinco pontos de medição a média de pressão
sonora para esse bairro foi de (61,5dB) no horário da manhã e à tarde obteve-se
uma média de (60,2dB). Quando se aferiu a frequência máxima ponderada obteve-
se uma média de (76,7) no período matutino e (75,8) para o horário vespertino. Os
locais onde houve maior L(dB) Aeq foi no ponto 13 registrando (71,19dB) pela
manhã e (70,6dB) a tarde. Para a L(dB) AF max o período matutino mediu (87,15
DB) e o vespertino versou (83,6dB).
96

No Bairro Alto São João em dois pontos registrou uma média de pressão
sonora no período matutino de (65,85dB) e no horário vespertino de (66,77dB). Já a
média de frequência máxima ponderada no horário matutino foi de (82,59dB) e no
vespertino (82,09dB).
No bairro Morrinhos também foram medidos dois locais, os quais a média de
pressão sonora foi (59,9dB) pela manhã e à tarde obteve-se (61,59dB) enquanto a
média de frequência máxima identificada foi (79,19dB) no horário matutino e no
período vespertino atingiu (81,12dB)
Para o bairro Melo a pressão sonora foi (68,93dB) matutino e (71,43dB) no
período vespertino; Frequência máxima ponderada (81,06dB) matutino e (88,8dB)
vespertino. E bairro Roxo verde ponto 14 o nível de pressão sonora no período
matutino foi de (61,77dB) e vespertino (66,92dB). Já a média da frequência máxima
ponderada atingiu (74,31dB) de manhã e à tarde obteve-se (85,02dB).
Os maiores problemas relacionados a ruídos excessivos e ou acima dos
limites permitidos pela Lei 10.100 no período diurno, ao tempo destas avaliações,
basicamente foi em decorrência do trânsito. Nesse contexto Oliveira et al., (2018)
reconhece um acentuado aumento da população urbana a partir do crescimento das
atividades econômicas e o desenvolvimento das tecnologias, desencadeando uma
série de mudanças ambientais ao longo do tempo. Com o crescimento das cidades,
centros urbanos e o aumento da população, a poluição sonora gerada por ruído de
trânsito, ruído de ambientes noturnos, indústrias e outros recursos tecnológicos,
resultam em impacto ambiental podendo interferir tanto no meio ambiente, quanto na
saúde populacional (FERREIRA, 2006).
Cabe ressaltar que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) realiza
um trabalho de fiscalização e os dados consolidados sobre denúncias de poluição
sonora no município são apurados, como emissão de relatórios desde 2017.
Quanto à definição dos pontos de monitoramento optou-se pela área central
da cidade, visto que o fluxo populacional é intenso e vem apresentando expressivo
crescimento ao longo dos anos. Dentre os 33 pontos analisados nesta região (2)
pertence ao bairro Alto São João; (22) bairro Centro; (1) bairro Melo; (2) bairro
Morrinhos; (1) bairro Roxo Verde e (5) bairro Santa Rita I. Ressalta-se essa escolha
por ser locais de vias urbanas que possibilitam captar sons advindos da
movimentação de veículos, pessoas e equipamentos.
As medições de ruído corroboram com Bistafa (2011), que explica que a
97

combinação de mecanismos, como tráfego de veículos, construção civil, indústrias e


sirenes, dentre outros, têm aumentado significativamente o nível do ruído urbano e
cooperado para edificações cada vez mais desagradáveis. Percebe-se que a
incidência de agentes desencadeadores de ruídos intensificou-se ao longo dos anos
na área central de Montes Claros.
Em relação a aferição e avaliação dos níveis sonoros das áreas pesquisadas,
constatou-se que os resultados relativos à Frequência de pressão apresentaram
maior valor para o Ponto 7 (73,49) e menor índice para o Ponto 10 com (48,34),
sendo que nesse período de medição matutino (08:40:10 à 12:38:09) foi o único
Ponto em conformidade com a Lei nº 10.100, de 17 de janeiro de 1990, essa
medição foi aferida de 10:50:52 a 10:55:51. Já para a Frequência máxima
ponderada nesse período registrou maior valor de (95,98) e o menor foi de (60,68).
Para o período vespertino o maior índice identificado para a Frequência de
pressão foi de (46,8) para o Ponto 10 e (71,75) para o Ponto 25. Para a Frequência
máxima ponderada os valores foram de (58,05) para o Ponto 10 e (88,8) para o
Ponto 5.
Se fosse levado em consideração o nível de critério de avaliação contido na
NBR10151/2019 que estabelece em áreas mistas, com predominância de comércios
e atividades administrativas, como a área central de Montes Claros/MG, o valor
máximo de referência de 60 DB diurno, houve 07 (sete) pontos no período matutino
e 08 (oito) pontos no período vespertino entre os trinta e três pesquisados, que
apresentou níveis de ruído aceitáveis. Os demais apresentaram ruídos com decibéis
acima dos estabelecidos pela NR 10.151, a tabela 39 apresenta comparativo entre
NCA da 10.100 E NCA da NBR 10151/2019.
98

Tabela 39 – COMPARATIVO ACIMA NCA LEI 10.100 E NCA NBR 10151/2019


Pontos Turno

Matutino Vespertino Local

L(dB) L(dB)
Aeq Aeq

1 55,6 59,04 Dona Tiburtina1466, Centro

2 64,29 68,18 Rua Marina Lina Teixeira, Morrinhos

3 66,96 65,39 Rua Coração de Jesus, Centro

4 55,51 55 Rua Professor Álvaro Prates, Morrinhos

5 68,93 71,43 Av. Dep. Esteves Rodrigues, Melo

6 57,24 58,92 Rua Coração de Jesus, Centro.

7 73,49 70,36 Rua Bocaiúva, Centro

8 63,42 66,85 Rua Melo Viana, Santa Rita I.

9 55,83 57,8 Sindicato do Comércio de Montes Claros, Centro

10 48,34 46,8 Avenida Santa Catarina, 73-1, Santa Rita I.

11 59,38 57,59 Rua Presidente Castelo Branco, Santa Rita I.

12 65,24 59,16 Rua Montese, Santa Rita I.

13 71,19 70,6 Rua Barão do Cotegipe, Santa Rita I

14 61,77 66,92 Rua Padre Champagnat, 25a, Roxo Verde.

15 67,04 65,12 Rua Dom Pedro II, Centro.

16 65,59 64,55 Avenida Francisco Sá, Centro.

17 64,79 64,54 Avenida Dom João Pimenta, Centro

18 65,57 65,66 Avenida Afonso Pena, Centro.

19 59,3 66,21 Rua Esmeralda, Centro.

20 66,39 67,02 Rua Coronel Luís Pires, 261-201, Centro

21 65,9 64,37 Rua Coronel Prates, 261, Centro.


99

22 65,9 68,18 Rua Padre Augusto, Centro.

23 64,2 61,23 Rua Coronel Joaquim Costa, 161, Centro

24 68,48 69,8 Rua Belo Horizonte, Centro

25 72,51 71,75 Avenida Dulce Sarmento, Centro.

26 61,12 59,31 Rua Dr. Veloso, 86 Centro.

27 71,06 71,67 Avenida Deputado Esteves Rodrigues, 36 Centro.

28 60,84 62,64 Rua Marechal Deodoro, Centro.

29 69,39 70,32 Avenida Artur Bernardes, Centro.

30 61,69 63,85 Rua José Antônio Rodrigues, Alto São João

31 70,02 69,7 Rua Bernardinho Souto, Alto São João.

Avenida Deputado Esteves Rodrigues, 565,

32 66,76 70,26 Centro

Avenida Deputado Esteves Rodrigues, 1515,

33 67,89 68,72 Centro

Legenda: acima NCA LEI 10.100 , acima NCA NBR 10151/2019


Fonte: Dados coletados da pesquisa

O ser humano quando exposto a até 50 dB (decibéis), o organismo é capaz


de se adaptar a esse estímulo. Todavia, é considerado danoso à saúde qualquer
valor superior a esta determinação (NUNES; SATTLER, 2004). Dessa maneira, a
partir de 55 dB tem início o estresse auditivo e, por volta dos 65 dB, começa o
desequilíbrio bioquímico com aumento das taxas hormonais vinculadas ao estresse
(WHO, 2003).
Para Carneiro (2002) a exposição ao ruído excessivo não se limita ao fato de
ser ou não agradável, mas sim de ser uma questão de saúde pública. E ainda,
fatores como elevação da frequência cardíaca, respiratória e da pressão sanguínea,
favorecendo os riscos de infarto, derrame cerebral e infecções.
Assim, como exposto por Who (2003), o ruído excessivo pode acarretar
perturbações na saúde mental, danos ao repouso noturno e ao sossego público;
100

bem como afeta interesse difuso e coletivo, na medida em que impactam da


deterioração da qualidade de vida, na interação entre pessoas, principalmente
quando os níveis estão acima dos toleráveis pelo ouvido humano.
No que se refere ao objetivo específico sugerir, se necessário, medidas
efetivas para mitigar os danos da poluição sonora, gerados no ambiente em análise,
a situação exige como medida mitigadora um planejamento urbano que
identifique/avalie essas condições das principais vias da área central de Montes
Claros.
No tocante ao ruído ambiental, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente tem
em seu espectro de competências atuar sobre estabelecimentos com música ao
vivo, casas de festas e salões de eventos, estabelecimentos comerciais (ex., oficinas
e lava-jatos), industrias, construções residenciais, igrejas e eventos religiosos dentre
outros, mas é limitada na ação de fiscalização de transito, portanto, é preciso
concomitante, ações da Polícia Militar de trânsito e MC Trans com o objetivo de
autuar veículos com escapamentos adulterados, a fim de que possa controlar a
emissão de ruídos, decorrentes, sobretudo, do tráfego de veículos.
Atualmente percebe-se a evolução da frota de veículos na cidade, com
veículos mais novos e menos ruidosos que já que de fábrica devem atender as
recomendações dos limites de tolerância do CONATRAM para emissão de ruídos,
entretanto, nota-se uma prática cultural, principalmente entre proprietários de
motocicletas de adulterar os escapamentos. Alguns motociclistas alegam que
aumenta a segurança dos mesmos, visto ser mais notado no trânsito ao
ultrapassarem outros veículos em alta velocidade. Entende-se que isto é uma falsa
sensação de segurança, além de estarem causando desconforto e danos à saúde
coletiva. Não foi objeto deste estudo tal análise, mas sugere-se que outros estudos
devam ser realizados para relacionar se esta prática tem sido causa de aumento de
acidentes.
Ainda pensando o planejamento urbano, o município pode adotar medidas
para melhorar a fluidez do trânsito, incentivar o uso nas construções de barreiras
acústicas e o isolamento acústico, com o propósito de melhor conter o som. Ações
educativas quanto aos perigos da exposição aos ruídos excessivos também são
indispensáveis.
Ressalta-se que este estudo foi realizado durante a pandemia de COVID 19,
no qual no período a cidade estava menos ativa.
101

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A poluição sonora se tornou problema de saúde pública afetando cidades,


municípios e comunidades, impactando no modo e na qualidade de vida das
pessoas inseridas nesse ambiente. Por isso, estudar os problemas ocasionados a
partir dos ruídos em excesso se torna importante e inesgotável, podendo ser
explorado por diversos olhares. Em especial o olhar para a área central de Montes
Claros, que como dito abrange o bairro Centro e partes de outros bairros no entorno
deste, até meados de 1990 permaneceu como o local da cidade de maior
concentração comercial.
A inserção de serviços como faculdades e setores de saúde e a necessidade
de consumo da população, entre outros, impulsionou a dinâmica do Centro e levou
ao desenvolvimento dos Subcentros, em outros bairros. Assim, a área central de
Montes Claros reúne um grande quantitativo de comércios e serviços e, por
conseguinte, um fluxo intenso de pessoas e seus meios de transportes.
Observou-se que nesta área estudada os problemas ocasionados pelos
ruídos incidem especialmente na ampla concentração econômica uma vez que a
população se dirige ao local em busca de bens de consumo.
Este espaço caracteriza-se por um fluxo intenso de atividades comerciais
(lojas, bancos, área de alimentação e residências). A alta incidência de ruídos
podem afetar significativamente a saúde humana, uma vez que em vários locais os
níveis identificados estão acima dos valores preconizados pela Lei nº 10.100, de 17
de janeiro de 1990 e na grande maioria dos locais avaliados estão acima da NBR
10151/2019, que estabelece em áreas mistas, com predominância de comércios e
atividades administrativas, como a área central de Montes Claros/MG, o valor
máximo de referência de 60 DB diurno.
Os teóricos abordados ao longo do desenvolvimento desta pesquisa
deixaram claro que a questão da poluição sonora pode ter efeitos de diversas
ordens sobre o ser humano, causando-lhe não apenas incômodo, mas também
podendo resultar em perda auditiva, irritabilidade, depressão, dentre outros. Ou seja,
o ruído excessivo causado pela poluição sonora afeta também a qualidade de vida
da população que reside, trabalha e consome na área central da cidade de Montes
Claros-MG.
Além disso, os administradores de estabelecimentos comerciais e indústrias
102

podem fazer o planejamento e gerenciamento de suas atividades no que tange a


triagem de ruído (Noise screening) e o uso de construções com barreiras acústicas
buscando reduzir a produção de ruídos excessivos e também diminuir os impactos
causados no ambiente no qual estão inseridos.
Outra importante medida incide na conscientização de proprietários de
veículos como, por exemplo, orientá-los sobre os danos à saúde própria e coletiva
quando adulteram os escapamentos dos seus veículos, uma vez que agravam os
índices de ruídos já excessivos observados na área central. Medidas punitivas
também devem ser aplicadas com maior sistemática pelos órgãos fiscalizadores do
trânsito. De pouco adiantará o trabalho da Secretaria Municipal de Meio Ambiente
para deixar a cidade menos ruidosa, se os órgãos de trânsito forem pouco efetivos,
e vice-versa. Portanto, é preciso ações contínuas sistemáticas e integradas entre
todos estes órgãos.
Este estudo torna-se importante para o meio acadêmico, pois no Brasil o
desenvolvimento de estudos sobre ruído ambiental ainda é escasso, principalmente
mais aprofundados em municípios. Portanto, quanto mais se desenvolver pesquisas
sobre essa temática maior as chances de se criar instrumentos públicos para o
controle e gerenciamento de ruídos.
Ademais, ações de setores públicos e privados do município de Montes
Claros - MG podem contribuir para melhorar o controle da poluição sonora da área
central adotando-se como medidas: zoneamento ambiental; monitoramento
ambiental e revestimento acústico dos estabelecimentos. Em especial o setor de
planejamento e gestão pode: elaborar campanha de monitoramento, realizar
reuniões, mensal, semestral e ou/anual para avaliação dos resultados obtidos a
partir do monitoramento, assim como intensificar a fiscalização e o cumprimento de
leis e decretos criados para preservar o meio ambiente e a saúde coletiva.
O ruído ambiental tem sido sem dúvida alguma um dos problemas que mais
aflige a coletividade, portanto estudos como a pesquisa aqui desenvolvida assume
extrema relevância quando pode contribuir para um aumento significativo da
consciência da sociedade para o problema da poluição sonora e seu impacto no
meio ambiente e na saúde do ser humano. A exposição a níveis de ruído elevados
deve ser levada a sério e debatida visando minimizar os danos causados à saúde
humana.
Para o pesquisador esse estudo é de suma importância uma vez que
103

possibilitou um contato direto com seu objeto de pesquisa, coletar e registrar os


dados transformá-los em resultados palpáveis, se tornou uma experiência única,
colocando em pauta sua capacidade de analisar empiricamente os dados e verificar
que os objetivos determinados para o estudo conseguiram ser atingidos. O
enriquecimento gerado ao longo do desenvolvimento do estudo, apoiado nas
diretrizes de seu orientador só fizeram aumentar sua experiência profissional e
pessoal.
De modo geral o estudo mostrou que a poluição sonora, e os problemas
provocados pelo excesso de ruídos ambientais estão presentes na investigação em
questão e que ainda é pauta para muitas discussões. Assim como ações para
minimizar os efeitos causados, na população, no ambiente e na cidade. E ainda,
verificou-se a necessidade de medidas mitigadoras para solucionar os problemas
ocasionados pelos níveis de ruídos encontrados.
Por fim, esse estudo contribui quando demonstra empiricamente o
comportamento de ruídos na área central de Montes Claros-MG, bem como as áreas
que apresentaram maior concentração de ruídos, em níveis que podem prejudicar a
saúde das pessoas que ali convivem, quer seja no trabalho ou em residências na
região. É importante instigar possíveis caminhos para a realização de futuras
pesquisas acerca da temática. A contribuição inicial desse estudo favorece outros
desdobramentos sobre o aumento da amostra e a identificação de atividades
efetivas ou potencialmente geradoras de poluição sonora.
104

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