Estudo 4

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PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Dentre as práticas culturais indispensáveis na


exploração das frutíferas, a poda é o processo mais
complexo e de difícil execução.
• Fatores como a produtividade, precocidade, formas
de condução, interpretação da situação vegetativa da
árvore, intervenções, reações da árvore, são
componentes ligados a esta prática, o que torna
indispensável o seu conhecimento.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Poda: é a arte de orientar e educar as plantas, de


modo compatível com o fim que se tem em vista.
• Ela é uma das operações, mas outras medidas são
também necessárias, como a fertilização, irrigação e
drenagem, controle fitossanitário, afinidade entre
enxerto e porta enxerto, condições climáticas e
edáficas favoráveis.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• DEFINIÇÕES DE PODA:
• “É considerada como um conjunto de cortes
executados com a finalidade de regularizar a
produção, aumentar e melhorar as frutas, estabelecer
equilíbrio entre a frutificação e a vegetação, além de
conservar sua forma natural ou mesmo adaptá-la a
formas adequadas e exploração econômica” (Joaquim
Rasteiro).
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• “ Podar é limpar ou cortar a rama ou braços inúteis


das árvores, videiras, etc”. (Cândido de Figueiredo)

• “Podar é cortar as ramas supérfluas das árvores,


videiras ou outras plantas, para que frutifiquem com
mais vigor”. (Acerete)

• “Podar é a remoção metódica das partes de uma


planta com o objetivo de melhorá-la em algum
aspecto para os interesses do cultivador”. (Bailey)
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES
• A poda tem 7 objetivos principais:

• 1) modificar o vigor da planta;

• 2) produzir mais e frutas melhores;

• 3) manter a planta com um porte conveniente ao seu


trato e manuseio;
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• 4) modificar a tendência da planta em produzir mais


ramos vegetativos do que frutíferos;
• 5) conduzir a planta a uma forma desejada;
• 6) suprimir ramos doentes, supérfluos, inconvenientes
e mortos;
• 7) regular a alternância de produção, de modo a obter
anualmente colheitas médias com regularidade.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Visto esses objetivos, pode-se concluir que as plantas


frutíferas necessitam de podas diferentes em todo o
seu período de vida, que vai desde a sua infância até a
sua velhice. Por isso é natural que a poda tenha
diferentes funções, adequadas às diferentes
necessidades da planta.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• A frutificação é uma consequência da acumulação de


carboidratos . Essa acumulação é maior nos ramos
novos do que nos ramos velhos e nos ramos mais
finos mais do que nos grossos.
• Para que se possa fazer corretamente uma poda, é
necessário um conhecimento da posição, distribuição
e função dos ramos e das gemas.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Gemas: são órgãos produtores de ramos, folhas e


flores, e variam quanto ao aspecto, a forma, o
tamanho e a distribuição, dependendo da espécie.
• As gemas de frutos normalmente são mais
volumosas, de forma mais alongada e mais macias.
• As de folhas são mais alongadas, e mais ásperas.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Ramos: são modificações que surgem das gemas.


Podem ter funções diferentes, e são classificadas em
lenhosos, mistos e frutíferos.
• Ramos lenhosos: são mais vigorosos, tem a casca
mais lisa e internódios mais longos. Esses ramos
podem ser classificados como adventícios ou ladrões.
Adventícios quando surgem após alguma
interferência, como um corte ou uma pancada.
Ladrões podem surgir da região do porta enxerto.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Se os ramos lenhosos surgirem da região do tronco,


são chamados de “Pernadas”, e dessas surgem ramos
menores chamados de “Braços”.

• Ramos mistos: acumulam as duas funções:


crescimento e produção. Os ramos apresentam
desenvolvimento vegetativo e também exibem gemas
frutíferas.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Ramos frutíferos: esses ramos são mais


característicos em plantas que apresentam folhas
caducas, como pessegueiros, macieiras, ameixeiras,
cerejeiras.
• São classificados em dardos, esporões, bolsa e
brindilas.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Há 4 modalidades de poda, relacionadas a fase


da vida da árvore:
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• 1º. PODA DE FORMAÇÃO:


• - o seu objetivo é proporcionar à planta uma altura de
tronco (do solo às primeiras ramificações da copa) e
uma estrutura de ramos adequada à exploração
frutícola. Se essa poda for correta, a copa se formará
com harmonia, simetricamente, proporcionando uma
distribuição equilibrada da frutificação, com
arejamento e iluminação convenientes. Pode-se
chamar a poda de formação como “condução da
planta”.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• A poda de formação, pela redução do porte da planta,


favorece os tratos culturais do solo, o controle
fitossanitário, o ensacamento dos frutos, a colheita, e
pode possibilitar o adensamento do plantio. Pode ser
dividida em poda de educação, de transplante e de
formação propriamente dita.
• A poda de educação é aquela feita já no viveiro, para
orientar o início do crescimento.
• A poda de transplante é feita quando da época de
transplantio das mudas, visando equilibrar a parte
aérea e a parte radicular.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• A poda de formação propriamente dita, é executada


para disciplinar a planta e deixá-la mais equilibrada,
para que a frutificação e outras operações que sejam
necessárias possam ser feitas com mais tranquilidade.
• As árvores podem ter forma natural ou artificial.
• A forma natural é mais característica de espécies de
folhas persistentes, como citros, abacate, manga, etc,
quando não há necessidade de intervenção, devido ao
hábito de vegetação e frutificação dessas plantas.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• A forma artificial pode ser dividida em haste livre ou


haste apoiada.
• A haste apoiada é utilizada para culturas como o kiwi
ou a uva.
• A haste livre é utilizada em plantas que sustentam a
própria copa sem necessidade de “escoras”.
• Essa “haste livre”, pode ter diversas formas, como a
Pirâmide, a Fuso e a Vaso.
• Para cada tipo de condução se seguem diferentes
tipos de poda.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• A forma de vaso é a que menos contraria os hábitos


da planta, e a mais simples de se executar.
• Essa poda de vaso para a formação das plantas é feita
durante os primeiros 4 anos da planta, e visa, no
primeiro ano suprimir a parte superior até a altura que
se deseja e com isso permitir que a planta emita 3 ou
4 pernadas. A partir do segundo ano, limita-se a
eliminar o excesso de ramos e deixar de 3 a 4, com
distância entre eles de +- 20 cm.
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• Essa distância entre as pernadas é importante para


que se consiga uma boa resistência da copa.
• É importante observar que algumas plantas, já entram
em produção no 3º. ano. Outras somente no 4º. ano.
• Por isso, se a planta entrar em produção no 3º., a poda
deverá ser leve, somente tirando uma parte do
comprimento dos ramos, pois podas muito drásticas
podem atrasar o florescimento, e forçar a planta a
continuar a vegetar.
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• 2º. PODA DE FRUTIFICAÇÃO:


• - tem por fim regularizar e melhorar a frutificação,
seja por refrear o excesso de vegetação da planta, ou,
ao contrário, reduzir os ramos frutíferos, para que
haja maior intensidade de vegetação, evitando-se
dessa maneira, a superprodução da planta, que abaixa
a qualidade da fruta e acarreta a decadência rápida
das árvores. Desse modo, a poda de frutificação é a
controladora da produção, uniformizando-a,
regularizando-a, dando-lhe mais qualidade.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Essa poda é iniciada após a copa da planta estar


formada.
• Para fazer esse tipo de poda, é necessário que se
conheça bem a planta, para saber o que se deve ou
não podar, e por que se podar...
• No caso de plantas de folhas caducas, como os
pêssegos, maçãs, nectarinas, etc, nós temos 3 tipos de
gemas: as foliares, as mistas e as floríferas, que já se
diferenciaram durante a primavera e o verão, e por
isso, no inverno, já estão constituídas.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Por isso, a poda de frutificação não altera as


características das gemas, pois já estão diferenciadas.
• Essa poda pode sim, melhorar a qualidade dos frutos,
equilibrar a planta, manter a forma da copa, além de
eliminar os ramos doentes, secos ou em excesso.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• A intensidade da poda também deve ser estudada, de


acordo com a necessidade. Se divide em curta, longa
e média, e depende da idade, do número de pernadas,
do vigor da planta.
• A poda curta, ou drástica, consiste na supressão quase
total do ramo.
• A poda longa é chamada de poda leve, e deixa os
ramos com +- 40 a 60 cm de comprimento.
• A poda média é a intermediária entre as duas.
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• 3º. PODA DE REJUVENESCIMENTO,


RECONSTITUIÇÃO E TRATAMENTO:
• - tem por fim livrar as plantas frutíferas dos seus
ramos doentes, praguejados, improdutivos,
decrépitos, ou, se energicamente executada, reformar
inteiramente a copa, renovando-a a partir das
ramificações principais, eliminando focos de doenças
e pragas, reconstituindo a ramagem já estéril,
reativando a produtividade perdida.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• - Esse tipo de poda radical é frequentemente usado no


transplante de grandes árvores frutíferas adultas e no
rejuvenescimento de pomares abandonados, mas que
ainda tenham vigor. É ainda o tipo de poda que se
aplica à frutíferas intensamente parasitadas por
brocas, cochonilhas, algas, fungos, ácaros e outras
pragas e doenças da parte aérea, mas cuja eliminação
se justifique por se tratar de plantas de valor.
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• 4º. PODA DE LIMPEZA:


• - é uma poda leve, é quase uma simples visita geral
que se procede no pomar anualmente, com a tesoura
em punho, consistindo na retirada de um eventual
ramo doente ou inconveniente ou morto. É uma poda
aplicada às plantas frutíferas adultas que necessitam
de poucas podas, como laranjeiras, abacateiros,
jabuticabeiras, mangueiras, etc.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Antes de pensarmos na importância da poda em si,


devemos considerar alguns elementos importantes:

• 1º. Localização da plantação: que envolve o solo, o


clima, a exposição ao sol e aos ventos, etc.
• 2º. A variedade a ser escolhida.
• 3º. O cavalo e o porta enxerto.
• 4º. A fertilidade do solo, que engloba: a correção da
acidez, a fertilização, a conservação, etc.
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• 5º. A prevenção e o combate a pragas e doenças: o


que sugere controle de formigas, brocas, pulgões,
inúmeras doenças, etc.
• 6º. Tratos culturais: que envolvem podas, capinas,
ensacamento de frutos, etc.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Desses 6 elementos, nem todos são essenciais para


todos os tipos de plantas.
• Exemplo: para o caso de cítricos, os elementos chaves
para o sucesso são o cavalo e o porta enxerto.
• Para o marmeleiro, os elementos essenciais seriam a
localização da plantação e o combate à pragas e
doenças. Isso porque o marmeleiro é exigente quanto
à umidade do solo, não se adaptando em terra secas,
nem muito pobres ou impermeáveis, ou exposta a
ventos fortes. Quanto a doenças, é sensível a
entomosporiose.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Assim, ao analisarmos as frutíferas, de uma por uma,


veremos que a poda tem sua importância de acordo
com cada tipo de planta, de acordo com suas
necessidades. Então, elas foram agrupadas de acordo
com essa importância que a poda tem para elas:
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• 1º. Importância decisiva: a esse grupo pertencem as


plantas que ninguém pensaria em cultivar sem
programar poda: videira, figueira, pessegueiro,
nespereira.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• 2º. Importância relativa: para essas, a poda é uma


prática necessária, mas a ausência dessa operação não
significa desastre da cultura: pereira, macieira,
caquizeiro, oliveira.
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• 3º. Pouca importância: nessas a poda é usada para


eliminar ramos inconvenientes: citros, jabuticabeira,
mangueiras, abacateiros, jaqueiras, caramboleiras,
cajueiros.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Comportamento e tendência das árvores:


• - a seiva bruta percorre melhor os ramos verticais, e
isso favorece o seu crescimento vegetativo. Quando
os ramos são mais inclinados, há uma diminuição do
vigor, e isso propicia a frutificação.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• - então, sempre que a seiva bruta se movimentar com


mais facilidade e rapidez, os ramos terão maior
tendência a atividade vegetativa. Se a circulação for
dificultada e lenta, os ramos serão mais debilitados e
mais predispostos a frutificação.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• - nos ramos vigorosos, principalmente se forem


verticais, o fenômeno conhecido como dominância
apical faz a vegetação desses ramos se concentrar
somente nas extremidades, não ocorrendo
ramificações.
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• - quando se faz o encurtamento desses ramos, para


forçá-los a ramificar, a seiva bruta tende a ir para as
gemas superiores, e a reação vegetativa nas
extremidades fica ainda maior, o que mantém as
plantas em fase vegetativa e atrasa ainda mais a
frutificação.
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• - esse encurtamento de ramos desequilibra o


“esqueleto” da planta, pois aumenta o crescimento
vegetativo das laterais superiores.
• - os ramos mais vigorosos tem mais gemas do que os
ramos mais fracos.
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• - quando uma árvore foge do seu crescimento normal,


haverá prejuízos: no caso de uma árvore com
excessivo vigor, haverá um atraso no início da
frutificação. Se as plantas tiverem uma vegetação
enfraquecida, seu esqueleto não poderá suportar
grandes produções.
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• - cada planta possui seu processo de arborescência,


que deve satisfazer seu potencial de expansão
vegetativa, e nessa fase, há um domínio absoluto da
vegetação em detrimento da frutificação.
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• - mais tarde, quando os frutos vão surgindo, estes


começam a competir nutritivamente com o
crescimento vegetativo dos ramos, diminuindo sua
expansão, até que a planta entre em situação de
equilíbrio.
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• Pensando um pouco em fisiologia, vamos entender o


que rege essa execução de podas em relação às
plantas:
• - as raízes das frutíferas extraem do solo a água, que
contém os sais nutritivos para alimentação da planta.
Essa solução é a seiva bruta, que sobe pelos canais do
interior do tronco e se dirige até as folhas. Nas folhas,
e na presença da luz, e perdendo água por
transpiração, a seiva bruta se modifica e se torna em
seiva elaborada.
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• - essa seiva elaborada circula por toda a planta, pela


parte mais externa do tronco e dos ramos,
alimentando todos os órgãos e determinando o seu
crescimento e evolução, como: desenvolvimento das
raízes, crescimento dos brotos, aumento dos ramos,
folhas, gemas e frutificação.

• - nos primeiros anos de vida, as plantas jovens gastam


toda a seiva elaborada no seu próprio crescimento.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Depois que a planta já atingiu um bom


desenvolvimento lenhoso, tronco forte, copa
expandida e boas raízes, as sobras da seiva elaborada
começam a aparecer e são armazenadas na planta em
forma de reservas. Quando essas reservas atingem
uma boa quantidade, começa a frutificação.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• As reservas dessa seiva elaborada são gastas na


transformação de gemas vegetativas em gemas
frutíferas, que irão originar as futuras flores e frutas.

• Quando ocorre esse desvio para a frutificação,


praticamente pára o crescimento das raízes e da copa.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Havendo esse gasto de reservas para a frutificação, a


planta fica sem seiva elaborada – que iria formar no
ano seguinte novas gemas de frutos. Por isso a
frutificação é pequena no outro ano. Mas, como as
raízes continuam a trabalhar e as folhas a fazer
fotossíntese, vai novamente se acumulando seiva
elaborada, e como não há frutos para desenvolver,
essas reservas são aplicadas em nova expansão de
ramos e raízes.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Essa nova expansão vai resultar em mais saldos de


seiva elaborada para reserva. Assim, novamente, esse
superávit de reservas será convertida em gemas
frutíferas, e a planta tornará a produzir grande safra, e
o crescimento vegetativo será menor.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Essa alternância de produção é bastante comum em


plantas frutíferas.
• Em algumas plantas, como a oliveira, chega a causar
problemas econômicos.
• Para reduzir esses problemas, Portugal tem investido
pesado em estudos sobre as podas, tentando
alternativas para superá-los.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• As plantas não sujeitas a podas, tem 2 características


importantes:
• 1º. A planta alcança grande volume, porque a sua
folhagem não tem restrição nenhuma e atua como
uma bomba de sucção de seiva bruta que transforma
em seiva elaborada, e é gasta para uma excelente
frutificação e depois uma grande expansão do sistema
radicular e da copa. Essa expansão pode ser limitada
somente pelas condições ambientais, como solo,
clima, etc, ou pela formação de cada planta mesmo.
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• 2º. A planta atinge a máxima longevidade, pois a


produção contínua de novas quantidades anuais de
ramos, folhas e frutos, que é provocada pela poda,
acaba esgotando a planta, e abrevia sua vida – e isso
não se verifica nos indivíduos não podados.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• Mas, em compensação, as plantas não podadas


também tem alguns inconvenientes:
• 1º. Frutificação inconstante – um ano com excesso de
produção e no outro, uma quantidade muito pequena
de frutos ou até a falta deles.
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• 2º. Fruta inferior, tanto em tamanho quanto em


aspecto, pois a seiva que faz os frutos se
desenvolverem tem que ser distribuída entre um
grande número de frutos e ramos – o que não
acontece nos pés podados. Por isso é que por
exemplo, as goiabeiras e pessegueiros, que
normalmente dão frutos pequenos, produzem frutos
grandes e perfeitos em pomares bem conduzidos.
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• 3º. As operações culturais são mais difíceis e caras,


devido a altura e maior volume dos pés. O combate à
pragas e doenças é praticamente impossível, e a
colheita é antieconômica, porque a produção tem
qualidade inferior e os frutos se distribuem nas pontas
mais altas dos ramos. Quando há problemas de pragas
e doenças, a própria poda pode ser decisiva nesse
controle.
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• Exemplo: controle da broca da figueira; controle da


leprose das laranjeiras; controle do cancro das
macieiras, etc.
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• ÉPOCA DE PODA:
• Existem 3 tipos de poda, realizadas de acordo com a
época do ano:

• 1º. Poda seca ou hibernal: realizada no período de


baixa atividade fisiológica da planta, no final do
outono e início do inverno. Em grande pomares ela se
prolonga até o início da brotação.
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• A melhor época de poda para o pessegueiro seria 15


dias antes da floração. Após o início da floração e
principalmente após a plena floração, há uma queda
na produção, não só no total de quilos produzidos por
planta, como também no peso médio das frutas.
Principalmente em pomares grande, é recomendável
que se inicie a poda logo após a queda das folhas até
o início da floração.
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• Essa poda de inverno, ou seca, como é feita durante o


período de repouso das plantas, serve também para
eliminar os ramos que já frutificaram naquelas
espécies que elas não voltarão a frutificar nos ramos
ditos velhos. Assim também se eliminam os ramos
ladrões, doentes e em excesso.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• 2º. Poda verde ou de verão: compreende a retirada de


ladrões, desponte, desbrota. A poda pode ser realizada
em ramos verdes, herbáceos ou sobre ramos lenhosos
que já produziram.
• Esta forma de poda é importante porque complementa
a poda de inverno, pois permite uma seleção mais
criteriosa dos ramos, facilita a penetração de luz e
canaliza as energias para os ramos remanescentes.
• Em alguma espécies- como o pessegueiro, a poda de
verão pode substituir com vantagem a poda de
inverno em até 90% das operações.
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• Entre as operações feitas na poda verde, temos:


• Desponte: serve para frear o crescimento de ramos
em comprimento, para favorecer os ramos inferiores.
• Desbrota: é a retirada de brotos laterais improdutivos,
que só absorvem reservas da planta e não produzem,
atrasando o desenvolvimento da planta e a
frutificação dela.
• Desfolha: eliminação do excesso de folhas,
principalmente aquelas que encobrem os frutos e que
precisam de luz para adquirir coloração (maçã, kiwi).
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• Esladroamento: os ramos ladrões não tem utilidade


para a planta, ao contrário, só absorvem os nutrientes
que seriam utilizados para a planta continuar seu
desenvolvimento.
• Desbaste: é a remoção de uma parte da produção,
antes da maturação fisiológica dos frutos. Tem por
finalidade melhorar a qualidade dos frutos (tamanho,
cor, sabor e sanidade), evitar a quebra dos ramos,
regularizar a produção, eliminar possíveis focos de
doenças ou pragas, reduzir custos com colheita de
frutos não comerciáveis.
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• Frutíferas como o pessegueiro, goiabeira, pereira,


macieira,etc, tendem a sofrer processo de desbaste,
pois o tamanho dos seus frutos garante melhores
preços. Pode ser feito também em mangueira, e
outras.
• É feito a mão, quando os frutos ainda não tem 2 cm
de diâmetro.
• É uma operação cansativa e cara, mas que vale a
pena... Hoje temos alguns hormônios que podem
fazer essa operação.
PODA E CONDUÇÃO DE POMARES

• 3º. Poda de outono: a poda de outono tem por


finalidade reduzir o crescimento da copa, ou seja, é
realizada quando se deseja aumentar o crescimento
das ramificações.
• BIBLIOGRAFIA:
• Antunes, L.E.C.; Ramos, J.D.; Hoffmann, A.; Silva,
C.R.R.; Chalfun, N.N.J.; Pasqual, M. Impantação de
pomares e tratos culturais especiais. Universidade Federal
de Lavras, 2007.
• Nachtigal, J.C.; Fachinello, J.C.; Kersten, E. Fruticultura
– Fundamentos e prática . Embrapa – 2005.
• Simão, S. Tratado de Fruticultura. Esalq, 1998. 760p.
• Souza, J.S.I. Poda das plantas frutíferas.Ed Nobel, 2005.

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